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SISTEMAS PRODUTIVOS E ESTRATÉGIAS PARA
AMENIZAR OS EFEITOS DA SECA E DO ESTRESSE
TÉRMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE DE
CABRA NO SEMIÁRIDO
GUSTAVO DE ASSIS SILVA
BONIFÁCIO BENICIO DE SOUZA
ELISÂNGELA MARIA NUNES DA SILVA
AUTORES
Gustavo de Assis Silva – Médico Veterinário – Extensionista Rural do
Instituto Agronômico de Pernambuco –IPA – gustavo.assis@ipa.br
Bonifácio Benicio de Souza – Zootecnista – PhD. Professor Associado
da Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária – Universidade
Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB –
bonif@cstr.ufcg.edu.br
Elisângela Maria Nunes da Silva – Médica Veterinária – Doutoranda
do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária,
Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB –
elisangelamns@yahoo.com.br
SUMÁRIO
PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NO BRASIL................................................................06
PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA POR REGIÃO NO BRASIL.....................................07
CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NOS
CARIRIS PARAIBANO............................................................................................................08
PRINCIPAIS RAÇAS CAPRINAS CRIADAS NA REGIÃO DOS CARIRIS
PARAIBANO...............................................................................................................................13
ALIMENTAÇÃO DOS REBANHOS NA REGIÃO DOS CARIRIS
PARAIBANO...............................................................................................................................14
COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE DE CABRA.................................................................... 15
CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS E RESERVAS ESTRATÉGICAS DE
ALIMENTOS..............................................................................................................................18
FENAÇÃO...................................................................................................................................19
ENSILAGEM..............................................................................................................................24
RESERVAS ESTRATÉGICAS DE FORRAGENS................................................................38
ESTRESSE TÉRMICO x PRODUÇÃO DE LEITE..............................................................44
ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR O EFEITO DO ESTRESSE TÉRMICO SOBRE
A PRODUÇÃO DE LEITE NO SEMIÁRIDO......................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................49
REFERÊNCIAS CONSULTADAS.........................................................................................50
AGRADECIMENTOS
A todos os produtores de leite de cabra da região dos Cariris
paraibano, pela atenção aos nos receber e em responder ao
questionário, sem vocês não seria possível à realização dessa cartilha.
Aos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR’S) que nos ajudaram com
as entrevistas e visita às propriedades em alguns municípios.
Aos gestores das usinas de beneficiamento, pontos de recebimento de
leite e associações de criadores de caprinos que sempre foram
receptivos e disponíveis a colaborar com esse trabalho.
A Universidade Federal de Campina Grande – Campus de Patos-PB, pelo
apoio com transporte.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA).
Ao CNPq pelo financiamento do projeto e concessão das bolsas, sem os
quais seria impossível a realização desse trabalho.
APRESENTAÇÃO
Nesta cartilha constam informações sobre como se encontra o
cenário da produção de leite de cabra no Brasil, nas regiões do país e
nos Cariris do estado da Paraíba. Para elaboração desse trabalho foram
realizadas visitas a 17 unidades de recebimento e ou beneficiamento de
leite de cabra e entrevistados 540 produtores rurais em dezessete
municípios, nos Cariris Ocidental e Oriental da Paraíba. E com base nos
resultados chegou-se ao diagnóstico real dos sistemas de produção de
leite de cabra e a identificação de alguns pontos que podem ser
melhorados a fim de minimizar os efeitos do ambiente sobre a produção
e composição de leite.
Portanto, objetiva-se com essa cartilha fornecer algumas
informações aos produtores de leite que possam ser desenvolvidas nas
propriedades, melhorando os sistemas de produção, aumentando o bem
estar animal e com isso o desempenho dos animais nas condições
climáticas do semiárido.
1. PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NO BRASIL
Apesar do cenário mundial apresentar um aumento de 3,3 % na
produção de leite de cabra. No Brasil, houve uma redução de 34 mil
toneladas em 2006 para 28 mil toneladas em 2009 (Figura1), efeito da
estiagem que afetou a produção de forragens no Nordeste principal
região produtora de leite cabra (FAO, 2009).
0
10000
20000
30000
40000
1975 1980 1985 1995
2006 2009
13.394
25.527
35.834
21.900
34.740
28.000
Figura 1. Evolução da produção de leite de cabra no Brasil em 34
anos (Milhões de litros).
Adaptado: Fonte IBGE (Censo Agropecuário).
2. PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA POR REGIÃO NO BRASIL
A região Nordeste concentra a maior produção de leite de cabra, com
uma produção aproximada de (14.201.000, quatorze milhões e duzentos
e um mil litros) o que corresponde a mais de 66% do total produzido no
país, Figura 2.
0,56%
119.000
66,75%
14.201.000
5,72%
1.216.000
24,56%
5.224.000
2,42%
514.000
Percentual de distribuição da produção de leite
de cabra por região
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Figura 2. Volume de produção de leite por região em litros.
Adaptado, Fonte IBGE, (Censo Agropecuário, 2006).
3. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE
DE CABRA NOS CARIRIS PARAIBANO
Um sistema de produção consiste em um conjunto de agentes dentro da
propriedade que interagem entre si com o objetivo de produzir um
determinado produto final. Por exemplo: A cabra, o pasto e o manejo
interagem para produzir, leite, carne ou pele. Para caracterização dos
sistemas de produção foram realizadas entrevistas a 540 produtores
rurais em 17 municípios, nos dois Cariris da Paraíba.
Foto 1. Entrevista ao produtor de leite de cabra.
Foto 2. Entrega do leite Usina de Beneficiamento em Prata-
PB.
Foto 3. Usina de Beneficiamento de leite em Sumé-PB.
Na região dos Cariris os sistemas de produção caracterizam–se por
adotar em sua maioria o manejo do tipo semi-intensivo (onde os animais
passam parte do dia no pasto e recebem ração no cocho), por serem de
base familiar, ocuparem pequenas áreas de terra e possuírem pequenos
rebanhos com produção média por animal de até 1,5 kg/leite/dia,
conforme demonstram as Figuras 3, 4 e 5 abaixo.
6%
88%
6%
Distribuição dos sistemas de produção de leite
de cabra nos Cariris
Sistema intensivo
Sistema Semi-intensivo
Sistema Extensivo
Figura 3. Distribuição dos sistemas de produção de leite de cabra
nos Cariris.
De acordo com a figura 4 podemos verificar que existe uma
predominância de propriedades pequenas com área de até 50 hectares
nas duas regiões do Cariri paraibano.
Até 10
hectares
28%
> 10 a ≤ 30
hectares
31%
>30 a ≤50
hectares
16%
>50 a ≤100
hectares
12%
>100 hectares
13%
Distribuição das propriedadespor áreaem
hectares nos Cariris Paraibano
Figura 4. Percentual de distribuição das propriedades por área em
hectares nos Cariris.
A Figura 5 demonstra a média de produção de leite das cabras dos
rebanhos leiteiros dos Cariris paraibano. Os resultados da pesquisa
demonstraram que a maioria dos rebanhos possuem animais com média
de produção diária maior que um quilo e menor ou igual a 1,5
kg/leite/cab/dia.
Figura 5. Percentual de distribuição dos rebanhos caprinos leiteiros por
média de produção animal/dia nos Cariris paraibano.
4. PRINCIPAIS RAÇAS CAPRINAS CRIADAS NA REGIÃO DOS
CARIRIS PARAIBANO
As raças caprinas encontradas em maior quantidade nos rebanhos
leiteiros da região foram: Saanen e Parda Alpina, bem como, os
mestiços dessas duas raças. Por serem de origem Suiça, apesar de
adaptadas às condições do semiárido, são mais exigentes quanto ao
manejo e alimentação. Fatores que muitas vezes impede que essas raças
demonstrem todo potencial de produção.
Foto 4. Cabras da raça Saanen, Parda Alpina e mestiças de Saanen
x Parda Alpina, criadas na região dos Cariris Paraibano.
5. ALIMENTAÇÃO DOS REBANHOS NA REGIÃO DOS CARIRIS
PARAIBANO
Os resultados das entrevistas demonstraram que os produtores de
leite de cabra da região dos Cariris utilizam uma grande variedade de
alimentos para os animais.
Foto 5. Animais em pasto de Capim Buffel época das
chuvas. (Emepa-PB)
Foto 6. Animais pastando em meio a Caatinga
Fonte:(http://fagundeslima.blogspot.com.br)
Foto 7. Capineira de capim elefante.
Fonte:(Rafael Fiusa de Moraes)
Foto 8. Animais recebendo suplementação concentrada no
cocho. (Emepa-PB)
Foto 9. Palma forrageira picada para os animais.
Fonte:(Clovis Guimarães)
Também observou-se que menos de 10% dos produtores fazem uso das
técnicas de fenação e ou ensilagem “silo ou feno”, o que aumenta os
custos de produção e reduz a produção de leite, principalmente no
período da seca.
6. COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE DE CABRA
O principal comprador do leite de cabra nos Cariris paraibano é o
Estado, através do Programa Leite da Paraíba. Nesse tópico as
principais reclamações dos produtores foram com relação aos atrasos
no pagamento do leite e a quota de 17 litros/dia/produtor, que limita o
crescimento da produção.
Foto 10. Logomarca do programa leite da Paraíba.
Foto 11. Leite do programa do governo ensacado pronto para
distribuição.
7. CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS E RESERVAS ESTRATÉGICAS
DE ALIMENTOS
Diante das incertezas climáticas que ocorrem na região do semiárido,
sabemos da importância em armazenar alimentos para os animais. Por
isso, nessa cartilha vamos falar um pouco sobre técnicas de
conservação de forragens e reservas estratégicas de alimentos,
alternativas que podem ser realizadas na propriedade.
7.1. FENAÇÃO
O QUE É FENAÇÃO ?
Consiste na conservação de forragens, mediante corte e secagem de
plantas forrageiras para garantir volumoso de boa qualidade na época
da seca mantendo a produtividade do rebanho.
ETAPAS DA FENAÇÃO
Escolha da Forrageira
Deve ser boa produtora de forragem, suportar vários cortes,
apresentar caules, finos, macios e com muitas folhas, ter boa qualidade
nutritiva e ser bem consumida pelos animais.
Corte da Forrageira
Iniciar o corte das forrageiras nas horas mais quentes do dia, quando
para todo orvalho da madrugada já secou.
Capins e gramíneas devem ser cortados no início da floração.
Foto 12. Corte da forrageira
Fonte:(http://fatres.blogspot.com.br)
Secagem
Após o corte a forragem deve permanecer no campo para secar ao sol
ou pode ser colocada em local cimentado. A mesma deve ser revirada
pelo menos três vezes ao dia, até atingir o ponto de feno.
O ponto ideal de feno é quando a forragem pode ser dobrada na mão
sem se quebrar e ou soltar água.
Foto 13. Forragem em processo de secagem após o corte
Armazenagem
O feno pode ser armazenado em sacos de rafia ou fardos dependendo
do tipo de forragem que foi utilizado.
Foto 14. Feno de capim-elefante armazenado em sacos de ráfia ou
plástico. Fonte: (http://infobibos.com/artigos).
Foto 15. Feno sendo transportado em fardos para armazenagem.
Fonte: (http://portuguese.alibaba.com).
ALGUMAS FORRAGEIRAS NATIVAS QUE PODEM SER
ARMAZENADA NA FORMA DE FENO NA PROPRIEDADE E O
TEOR DE PROTEÍNA BRUTA EM PERCENTUAL (PB%)
Mata Pasto ---------------------- 7,6 % PB
Feijão Bravo -------------------- 10,56% PB
Jurema-Preta---------------------14,3% PB
Flor-de-Seda---------------------19,59% PB
Maniçoba ------------------------20,00% PB
Mororó---------------------------10,70% PB
Catingueira-----------------------11,30% PB
Faveleira------------------------13,48% PB
7.2. ENSILAGEM
O QUE É ENSILAGEM ?
É o processo de armazenagem de forragem verde na ausência de ar,
em depósitos chamado silos, a qual é conservada mediante
fermentação.
IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DA ENSILAGEM
Reduz a preocupação com a seca;
Assegura a produção animal durante o período da estiagem;
Permite colher e armazenar a forrageira em estágio de alto valor
nutritivo;
Mantém a conservação da forragem independente das condições
climáticas da região;
Viabiliza a produção de forragem a baixo custo.
LOCALIZAÇÃO DO SILO
O silo deve ser construído em terreno seco, bem drenado, de
preferência com leve declinação, livre de erosão e próximo ao local
onde os animais serão alimentados.
ETAPAS DA ENSILAGEM
Corte da forrageira - Vai depender do tipo de forragem utilizada.
Milho – Quando os grãos atingirem ponto farináceo, começando a
formação dentada.
-Trinta dias depois dos grãos atingirem o ponto de pamonha.
Foto 16. Milho em ponto de ensilagem.
Fonte: (http://www.revistaplanorural.com)
Capim elefante – Com 60 dias no máximo, nesse estágio se adubado
pode apresentar até 12% de proteína bruta.
- Capim elefante quando cortado novo deve sofrer uma desidratação no
sol por 30 horas.
Foto 17. Capim elefante em ponto de ensilagem.
Sorgo Forrageiro – Quando os grãos atingirem o estágio farináceo.
- Apresentam maior resistência ao clima do semiárido.
Foto 18 . Sorgo forrageiro em ponto de ensilagem.
Fonte: (http://www.jornalcana.com.br)
Picagem da forragem – A forragem deve ser picada em pedaços
medindo de 1 a 2 cm com auxílio de ensiladeiras, objetivando uma boa
fermentação e facilitando na compactação e mistura com aditivos.
Foto 19. Forragem picada no ponto de ser ensilada.
Fonte: (http://www.revistaplanorural.com)
Enchimento do silo – Deve ser realizado o mais rápido possível,
colocando-se camadas de 30 a 40 cm que devem ser compactadas a
cada camada de forragem.
Foto 20. Enchimento do silo.
Fonte: (http://www.ensilagem.com.br)
Compactação – Tem o objetivo de retirar o ar de dentro da massa da
forragem, pois a presença deste prejudica a fermentação. Deve ser
realizada através de pisoteio ou passagens consecutivas de trator
sobre a massa distribuída.
- A ultima camada do silo deve ficar abaulada para evitar acúmulo de
chuva em cima do silo.
Foto 21. Compactação com trator de silo trincheira.
Fonte: (http://daiandradestri.blogspot.com.br)
Foto 22. Compactação de silo cinho por pisoteio.
Fonte: (http://www.ruralpecuaria.com.br)
Vedação – Tem o objetivo de não deixar que ocorra entrada de ar
dentro da silagem.
- Após a última camada de forragem, deve-se colocar uma lona preta
cujas bordas devem ser presas em valetas ao lado do silo. No silo de
superfície deve-se colocar uma fina camada de terra sobre a lona, para
auxiliar na compactação e expulsão do ar.
Foto 23. Silos cinho e de superfície vedados.
Fonte: (http://www.beefpoint.com.br)
ALGUNS TIPOS DE SILO:
• TRINCHEIRA
É o tipo mais comum, devido ao seu baixo custo de construção e
facilidades de carregamento, compactação e descarregamento.
Foto 24. Silo Trincheira
Fonte: (httt://www.milkpoint.com)
• CINCHO
É um jeito fácil e barato de preparar a silagem a fim de garantir
alimento de qualidade aos animais. Tem esse nome porque é feito com
um aro de ferro que se parece com uma grande fôrma de queijo.
Foto 25. Silo cincho fechado.
Fonte: (http://www.mixalmenara.com.br)
• SUPERFÍCIE
É o mais barato de se construir pois não exige estruturas de
alvenaria ou de revestimento, não ficam bem definidos mas se
assemelha ao do tipo trincheira. Esse tipo de silo é feito sobre lona
plástica segura por terra.
Foto 26:Silo de superfície aberto
Fonte: (http://www.fmvz.unesp.br)
QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE SABER O TAMANHO DO SILO ?
Fonte: (http://driloren.pol.blog.br)
Definir quantas unidades animais (UA) pretende-se alimentar;
Estabelecer período de alimentação com a silagem;
Registrar o consumo diário por animal (em quilos);
Calcular as perdas (%)
Qual a quantidade de
silagem que vou precisar
para alimentar meu
rebanho ???
COMO CALCULAR O VOLUME DO SILO TRINCHEIRA ?
1º Passo: Devemos multiplicar o número de animais x consumo diário
por cabeça x número de dias que vai utilizar o silo.
Exemplo: V= volume do silo
N= Número de animais
C= Consumo em kg/animal/dia
P= Período em dias
Para um rebanho com 20 cabras, consumindo 4 kg de silagem por dia,
durante 120 dias.
V = 20 x 4 x 120 = 9.600 kg de silagem
2º Passo: Devemos calcular as perdas, que são em média de 15% da
silagem.
15% de 9.600 kg = 1.440 kg de silagem
3º Passo: Ter conhecimento que 1 m3
de silagem pesa 500 kg de
forragem.
4º Passo: Somar o consumo mais as perdas e dividir pelo peso do
metro cúbico da silagem.
V = (9.600 kg + 1.440 kg) ÷ 500 = 22,08 m3
de silagem.
Figura 6. Calculando o volume do silo. Fonte: (http://www.sct.embrapa.br)
7.3. RESERVAS ESTRATÉGICAS DE FORRAGENS
Consiste na reserva de alimentos necessária para garantir um bom
desempenho dos animais durante todo o ano, principalmente nos
períodos de seca.
Deve-se dar preferência a espécies resistentes a seca e com boa
armazenagem de água, como a palma e o mandacaru sem espinho.
Foto 27. Plantio de mandacaru sem espinho.
Fonte: (http://fotosdacaatinga.blogspot.com.br)
Devido à presença Cochonilha do Carmim, praga que tem destruído
vários plantios de palma deve-se plantar variedades resistentes a
essa doença, foto 28.
Foto 28. Palma infestada com Cochonilha do Carmim.
Fonte: (http://diariodeararuna.com.br)
Variedades de palma resistentes a Cochonilha do Carmim
Atualmente existem algumas variedades resistentes a Cochonilha do
Carmim, sendo que as mais utilizadas na região são: Palma Orelha de
Elefante Mexicana, Palma Palmepa PB1, Palmepa PB2, Palma IPA –
Sertânia e a Palma miúda ou doce.
Foto 29. Palma Orelha de Elefante Mexicana.
Foto 30. Palma variedade Palmepa PB1.
Fonte: (http://www.desterro1.com)
Foto 31. Palma variedade IPA-Sertânia
Fonte: (http://www.onordeste.com)
Plantio e tratos culturais para palma adensada
Dar preferência a terrenos argilo-arenoso, sem muitas pedras e
livres de encharcamento.
Realizar a limpa do terreno e a aração da área.
Se for plantar em sulcos, abrir os sulcos com distância de um metro
entre as linhas e profundidade de aproximadamente 20 cm.
As raquetes devem ser enterradas pela metade e com uma distância
de 25 cm entre elas.
No plantio adensado tem que fazer adubação. Se for utilizar esterco
curtido colocar de 2 a 3 kg de esterco por metro linear de sulco, se
for o plantio em covas colocar de 500 a 750 gramas dentro de cada
cova.
Fazer capina manual quando necessário.
A colheita deve ser realizada a cada dois anos. Se o produtor
necessitar de 1 hectare de palma para o rebanho ele terá que plantar
2 hectares, com diferença de um ano.
Produtividade da palma adensada
Depende do espaçamento, exemplo:
• Um hectare de palma com espaçamento 1m x 50 cm, produz 220
toneladas por hectare a cada 2 anos.
• Um hectare de palma com espaçamento de 1m x 0,25 cm produz 300
toneladas a cada dois anos.
8. ESTRESSE TÉRMICO X PRODUÇÃO DE LEITE
O que é o estresse térmico?
Consiste no efeito provocado por um agente agressor sobre o
organismo animal, nesse caso o calor ou frio.
Como o estresse térmico afeta a produção de leite?
Através da redução na ingestão de alimentos, animais estressados
além de deixar de se alimentar gastam energia para perder calor
através do aumento dos movimentos respiratórios.
Foto 32. Cabras estressadas pela exposição direta a radiação
solar.
Foto 33. Imagem com câmera termográfica de cabra Anglo
Nubiana. Os pontos mais escuros na foto indicam locais com
maior temperatura superficial.
9. ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR O EFEITO DO ESTRESSE
TÉRMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE NO SEMIÁRIDO
9.1. Estratégias nutricionais
Fornecer dietas “frias” dietas com alta quantidade de energia, além
de suplementação adicional de minerais e o fornecimento de água de
boa qualidade.
Utilizar dietas a base de alimentos cortados e fermentados, como as
silagens, especialmente de milho, tem sido recomendadas e
apresentam sucesso satisfatório no manejo alimentar.
Fornecer volumosos verdes (capim) nas horas mais frias do dia, cedo
pela manhã e à tardinha.
Disponibilizar água a vontade e de boa qualidade.
Foto 34. Animais recebendo concentrado energético no cocho.
Foto 35. Animais consumindo água à vontade.
Fonte: (http://www.flickr.com/photos/oxfammexico)
9.2. Estratégias ambientais
Fornecer sombra aos animais, dando preferência à sombra de
árvores.
Evitar superlotação nos apriscos.
Disponibilizar cocho com tamanho adequado para o rebanho.
Altura adequada das instalações e uso de telhas de barro e piso
cimentado ou de barro batido.
Construir as instalações no sentido leste (nascente) oeste (poente).
Foto 36. Animais descansando a sombra de árvore.
Figura 7. Orientação para construção de instalações.
Fonte: (http://sg1frangos.blogspot.com.br).
9.3. Estratégias de seleção genética
Dar preferência a animais nascidos na própria região, por serem
mais adaptados.
Animais de pelos claros, mas com pele bem pigmentada “escura”,
facilita a irradiação do calor e reduz os problemas de pele.
Evitar animais puros de origem importada, pois sofrem mais para se
adaptar ao clima.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma maior atenção por parte dos criadores deve ser dada aos
rebanhos leiteiros principalmente com relação ao estresse ambiental e
ao manejo nutricional.
A prática do armazenamento e conservação de forragens é de suma
importância para aumentar a produtividade e garantir a
sustentabilidade da caprinocultura no semiárido.
Estratégias de manejo devem ser adotadas a fim de minimizar os
efeitos do estresse sobre os animais de produção, promovendo o
conforto térmico, aumentando a produção e a qualidade dos produtos
de origem animal.
11. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
CRUZ, J.W.B.; SILVA, V.M.; SANTOS, D.C. Cartilha para criadores de
caprinos e ovinos, produção e conservação de forragens. Empresa
Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA. Recife, 2006.
LIMA, G. F. C.; SILVA, J. G. M.; AGUIAR, E. M.; TELES, M. M. Reservas
forrageiras estratégicas para a pecuária familiar no semiárido: palma,
fenos e silagem. Governo do Estado do Rio Grande do Norte, 2010. 53p.
PINTO, E. B.; LIMA, M. J. A. O programa de convivência com o semi-
árido brasileiro e sua influência na mudança de hábitos e valores. II
Congresso Iberoamericano sobre Desarrollo y Médio Ambiente. Anais...
México, 2005.
SANTOS, D. C.; FARIAS, I.; LIRA, M. A. et al. Manejo e utilização da
palma forrageira (Opuntia e Napalea) em Pernambuco. Recife: IPA,
2006. 48p.
SILVA, E. M. N. Caracterização dos sistemas de produção e avaliação
das respostas fisiológicas, produção e composição do leite de cabras em
diferentes ambientes de pré-ordenha. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Campina Grande, campus de Patos-PB, 104p.
SILVA, E. M. N.; SOUZA, B. B.; SILVA, G. A et al. Caracterização dos
sistemas produtivos de leite de cabra nos cariris paraibano. Revista
caatinga, v. 26, n. 1, p. 63-71, 2013.

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  • 1. SISTEMAS PRODUTIVOS E ESTRATÉGIAS PARA AMENIZAR OS EFEITOS DA SECA E DO ESTRESSE TÉRMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NO SEMIÁRIDO GUSTAVO DE ASSIS SILVA BONIFÁCIO BENICIO DE SOUZA ELISÂNGELA MARIA NUNES DA SILVA
  • 2. AUTORES Gustavo de Assis Silva – Médico Veterinário – Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco –IPA – gustavo.assis@ipa.br Bonifácio Benicio de Souza – Zootecnista – PhD. Professor Associado da Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB – bonif@cstr.ufcg.edu.br Elisângela Maria Nunes da Silva – Médica Veterinária – Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos-PB – elisangelamns@yahoo.com.br
  • 3. SUMÁRIO PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NO BRASIL................................................................06 PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA POR REGIÃO NO BRASIL.....................................07 CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NOS CARIRIS PARAIBANO............................................................................................................08 PRINCIPAIS RAÇAS CAPRINAS CRIADAS NA REGIÃO DOS CARIRIS PARAIBANO...............................................................................................................................13 ALIMENTAÇÃO DOS REBANHOS NA REGIÃO DOS CARIRIS PARAIBANO...............................................................................................................................14 COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE DE CABRA.................................................................... 15 CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS E RESERVAS ESTRATÉGICAS DE ALIMENTOS..............................................................................................................................18 FENAÇÃO...................................................................................................................................19 ENSILAGEM..............................................................................................................................24 RESERVAS ESTRATÉGICAS DE FORRAGENS................................................................38 ESTRESSE TÉRMICO x PRODUÇÃO DE LEITE..............................................................44 ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR O EFEITO DO ESTRESSE TÉRMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE NO SEMIÁRIDO......................................................................45 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................49 REFERÊNCIAS CONSULTADAS.........................................................................................50
  • 4. AGRADECIMENTOS A todos os produtores de leite de cabra da região dos Cariris paraibano, pela atenção aos nos receber e em responder ao questionário, sem vocês não seria possível à realização dessa cartilha. Aos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR’S) que nos ajudaram com as entrevistas e visita às propriedades em alguns municípios. Aos gestores das usinas de beneficiamento, pontos de recebimento de leite e associações de criadores de caprinos que sempre foram receptivos e disponíveis a colaborar com esse trabalho. A Universidade Federal de Campina Grande – Campus de Patos-PB, pelo apoio com transporte. A Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA). Ao CNPq pelo financiamento do projeto e concessão das bolsas, sem os quais seria impossível a realização desse trabalho.
  • 5. APRESENTAÇÃO Nesta cartilha constam informações sobre como se encontra o cenário da produção de leite de cabra no Brasil, nas regiões do país e nos Cariris do estado da Paraíba. Para elaboração desse trabalho foram realizadas visitas a 17 unidades de recebimento e ou beneficiamento de leite de cabra e entrevistados 540 produtores rurais em dezessete municípios, nos Cariris Ocidental e Oriental da Paraíba. E com base nos resultados chegou-se ao diagnóstico real dos sistemas de produção de leite de cabra e a identificação de alguns pontos que podem ser melhorados a fim de minimizar os efeitos do ambiente sobre a produção e composição de leite. Portanto, objetiva-se com essa cartilha fornecer algumas informações aos produtores de leite que possam ser desenvolvidas nas propriedades, melhorando os sistemas de produção, aumentando o bem estar animal e com isso o desempenho dos animais nas condições climáticas do semiárido.
  • 6. 1. PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NO BRASIL Apesar do cenário mundial apresentar um aumento de 3,3 % na produção de leite de cabra. No Brasil, houve uma redução de 34 mil toneladas em 2006 para 28 mil toneladas em 2009 (Figura1), efeito da estiagem que afetou a produção de forragens no Nordeste principal região produtora de leite cabra (FAO, 2009). 0 10000 20000 30000 40000 1975 1980 1985 1995 2006 2009 13.394 25.527 35.834 21.900 34.740 28.000 Figura 1. Evolução da produção de leite de cabra no Brasil em 34 anos (Milhões de litros). Adaptado: Fonte IBGE (Censo Agropecuário). 2. PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA POR REGIÃO NO BRASIL A região Nordeste concentra a maior produção de leite de cabra, com uma produção aproximada de (14.201.000, quatorze milhões e duzentos e um mil litros) o que corresponde a mais de 66% do total produzido no país, Figura 2.
  • 7. 0,56% 119.000 66,75% 14.201.000 5,72% 1.216.000 24,56% 5.224.000 2,42% 514.000 Percentual de distribuição da produção de leite de cabra por região Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-Oeste Figura 2. Volume de produção de leite por região em litros. Adaptado, Fonte IBGE, (Censo Agropecuário, 2006). 3. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE DE CABRA NOS CARIRIS PARAIBANO Um sistema de produção consiste em um conjunto de agentes dentro da propriedade que interagem entre si com o objetivo de produzir um determinado produto final. Por exemplo: A cabra, o pasto e o manejo interagem para produzir, leite, carne ou pele. Para caracterização dos sistemas de produção foram realizadas entrevistas a 540 produtores rurais em 17 municípios, nos dois Cariris da Paraíba. Foto 1. Entrevista ao produtor de leite de cabra.
  • 8. Foto 2. Entrega do leite Usina de Beneficiamento em Prata- PB. Foto 3. Usina de Beneficiamento de leite em Sumé-PB. Na região dos Cariris os sistemas de produção caracterizam–se por adotar em sua maioria o manejo do tipo semi-intensivo (onde os animais passam parte do dia no pasto e recebem ração no cocho), por serem de base familiar, ocuparem pequenas áreas de terra e possuírem pequenos rebanhos com produção média por animal de até 1,5 kg/leite/dia, conforme demonstram as Figuras 3, 4 e 5 abaixo.
  • 9. 6% 88% 6% Distribuição dos sistemas de produção de leite de cabra nos Cariris Sistema intensivo Sistema Semi-intensivo Sistema Extensivo Figura 3. Distribuição dos sistemas de produção de leite de cabra nos Cariris. De acordo com a figura 4 podemos verificar que existe uma predominância de propriedades pequenas com área de até 50 hectares nas duas regiões do Cariri paraibano. Até 10 hectares 28% > 10 a ≤ 30 hectares 31% >30 a ≤50 hectares 16% >50 a ≤100 hectares 12% >100 hectares 13% Distribuição das propriedadespor áreaem hectares nos Cariris Paraibano Figura 4. Percentual de distribuição das propriedades por área em hectares nos Cariris.
  • 10. A Figura 5 demonstra a média de produção de leite das cabras dos rebanhos leiteiros dos Cariris paraibano. Os resultados da pesquisa demonstraram que a maioria dos rebanhos possuem animais com média de produção diária maior que um quilo e menor ou igual a 1,5 kg/leite/cab/dia. Figura 5. Percentual de distribuição dos rebanhos caprinos leiteiros por média de produção animal/dia nos Cariris paraibano.
  • 11. 4. PRINCIPAIS RAÇAS CAPRINAS CRIADAS NA REGIÃO DOS CARIRIS PARAIBANO As raças caprinas encontradas em maior quantidade nos rebanhos leiteiros da região foram: Saanen e Parda Alpina, bem como, os mestiços dessas duas raças. Por serem de origem Suiça, apesar de adaptadas às condições do semiárido, são mais exigentes quanto ao manejo e alimentação. Fatores que muitas vezes impede que essas raças demonstrem todo potencial de produção. Foto 4. Cabras da raça Saanen, Parda Alpina e mestiças de Saanen x Parda Alpina, criadas na região dos Cariris Paraibano. 5. ALIMENTAÇÃO DOS REBANHOS NA REGIÃO DOS CARIRIS PARAIBANO Os resultados das entrevistas demonstraram que os produtores de leite de cabra da região dos Cariris utilizam uma grande variedade de alimentos para os animais.
  • 12. Foto 5. Animais em pasto de Capim Buffel época das chuvas. (Emepa-PB) Foto 6. Animais pastando em meio a Caatinga Fonte:(http://fagundeslima.blogspot.com.br) Foto 7. Capineira de capim elefante. Fonte:(Rafael Fiusa de Moraes)
  • 13. Foto 8. Animais recebendo suplementação concentrada no cocho. (Emepa-PB) Foto 9. Palma forrageira picada para os animais. Fonte:(Clovis Guimarães) Também observou-se que menos de 10% dos produtores fazem uso das técnicas de fenação e ou ensilagem “silo ou feno”, o que aumenta os custos de produção e reduz a produção de leite, principalmente no período da seca.
  • 14. 6. COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE DE CABRA O principal comprador do leite de cabra nos Cariris paraibano é o Estado, através do Programa Leite da Paraíba. Nesse tópico as principais reclamações dos produtores foram com relação aos atrasos no pagamento do leite e a quota de 17 litros/dia/produtor, que limita o crescimento da produção. Foto 10. Logomarca do programa leite da Paraíba. Foto 11. Leite do programa do governo ensacado pronto para distribuição.
  • 15. 7. CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS E RESERVAS ESTRATÉGICAS DE ALIMENTOS Diante das incertezas climáticas que ocorrem na região do semiárido, sabemos da importância em armazenar alimentos para os animais. Por isso, nessa cartilha vamos falar um pouco sobre técnicas de conservação de forragens e reservas estratégicas de alimentos, alternativas que podem ser realizadas na propriedade. 7.1. FENAÇÃO O QUE É FENAÇÃO ? Consiste na conservação de forragens, mediante corte e secagem de plantas forrageiras para garantir volumoso de boa qualidade na época da seca mantendo a produtividade do rebanho. ETAPAS DA FENAÇÃO Escolha da Forrageira Deve ser boa produtora de forragem, suportar vários cortes, apresentar caules, finos, macios e com muitas folhas, ter boa qualidade nutritiva e ser bem consumida pelos animais. Corte da Forrageira Iniciar o corte das forrageiras nas horas mais quentes do dia, quando para todo orvalho da madrugada já secou. Capins e gramíneas devem ser cortados no início da floração.
  • 16. Foto 12. Corte da forrageira Fonte:(http://fatres.blogspot.com.br) Secagem Após o corte a forragem deve permanecer no campo para secar ao sol ou pode ser colocada em local cimentado. A mesma deve ser revirada pelo menos três vezes ao dia, até atingir o ponto de feno. O ponto ideal de feno é quando a forragem pode ser dobrada na mão sem se quebrar e ou soltar água. Foto 13. Forragem em processo de secagem após o corte
  • 17. Armazenagem O feno pode ser armazenado em sacos de rafia ou fardos dependendo do tipo de forragem que foi utilizado. Foto 14. Feno de capim-elefante armazenado em sacos de ráfia ou plástico. Fonte: (http://infobibos.com/artigos). Foto 15. Feno sendo transportado em fardos para armazenagem. Fonte: (http://portuguese.alibaba.com).
  • 18. ALGUMAS FORRAGEIRAS NATIVAS QUE PODEM SER ARMAZENADA NA FORMA DE FENO NA PROPRIEDADE E O TEOR DE PROTEÍNA BRUTA EM PERCENTUAL (PB%) Mata Pasto ---------------------- 7,6 % PB Feijão Bravo -------------------- 10,56% PB Jurema-Preta---------------------14,3% PB Flor-de-Seda---------------------19,59% PB Maniçoba ------------------------20,00% PB Mororó---------------------------10,70% PB Catingueira-----------------------11,30% PB Faveleira------------------------13,48% PB 7.2. ENSILAGEM O QUE É ENSILAGEM ? É o processo de armazenagem de forragem verde na ausência de ar, em depósitos chamado silos, a qual é conservada mediante fermentação. IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DA ENSILAGEM Reduz a preocupação com a seca; Assegura a produção animal durante o período da estiagem; Permite colher e armazenar a forrageira em estágio de alto valor nutritivo; Mantém a conservação da forragem independente das condições climáticas da região; Viabiliza a produção de forragem a baixo custo.
  • 19. LOCALIZAÇÃO DO SILO O silo deve ser construído em terreno seco, bem drenado, de preferência com leve declinação, livre de erosão e próximo ao local onde os animais serão alimentados. ETAPAS DA ENSILAGEM Corte da forrageira - Vai depender do tipo de forragem utilizada. Milho – Quando os grãos atingirem ponto farináceo, começando a formação dentada. -Trinta dias depois dos grãos atingirem o ponto de pamonha. Foto 16. Milho em ponto de ensilagem. Fonte: (http://www.revistaplanorural.com) Capim elefante – Com 60 dias no máximo, nesse estágio se adubado pode apresentar até 12% de proteína bruta.
  • 20. - Capim elefante quando cortado novo deve sofrer uma desidratação no sol por 30 horas. Foto 17. Capim elefante em ponto de ensilagem. Sorgo Forrageiro – Quando os grãos atingirem o estágio farináceo. - Apresentam maior resistência ao clima do semiárido. Foto 18 . Sorgo forrageiro em ponto de ensilagem. Fonte: (http://www.jornalcana.com.br)
  • 21. Picagem da forragem – A forragem deve ser picada em pedaços medindo de 1 a 2 cm com auxílio de ensiladeiras, objetivando uma boa fermentação e facilitando na compactação e mistura com aditivos. Foto 19. Forragem picada no ponto de ser ensilada. Fonte: (http://www.revistaplanorural.com) Enchimento do silo – Deve ser realizado o mais rápido possível, colocando-se camadas de 30 a 40 cm que devem ser compactadas a cada camada de forragem. Foto 20. Enchimento do silo. Fonte: (http://www.ensilagem.com.br)
  • 22. Compactação – Tem o objetivo de retirar o ar de dentro da massa da forragem, pois a presença deste prejudica a fermentação. Deve ser realizada através de pisoteio ou passagens consecutivas de trator sobre a massa distribuída. - A ultima camada do silo deve ficar abaulada para evitar acúmulo de chuva em cima do silo. Foto 21. Compactação com trator de silo trincheira. Fonte: (http://daiandradestri.blogspot.com.br) Foto 22. Compactação de silo cinho por pisoteio. Fonte: (http://www.ruralpecuaria.com.br)
  • 23. Vedação – Tem o objetivo de não deixar que ocorra entrada de ar dentro da silagem. - Após a última camada de forragem, deve-se colocar uma lona preta cujas bordas devem ser presas em valetas ao lado do silo. No silo de superfície deve-se colocar uma fina camada de terra sobre a lona, para auxiliar na compactação e expulsão do ar. Foto 23. Silos cinho e de superfície vedados. Fonte: (http://www.beefpoint.com.br) ALGUNS TIPOS DE SILO: • TRINCHEIRA É o tipo mais comum, devido ao seu baixo custo de construção e facilidades de carregamento, compactação e descarregamento. Foto 24. Silo Trincheira Fonte: (httt://www.milkpoint.com)
  • 24. • CINCHO É um jeito fácil e barato de preparar a silagem a fim de garantir alimento de qualidade aos animais. Tem esse nome porque é feito com um aro de ferro que se parece com uma grande fôrma de queijo. Foto 25. Silo cincho fechado. Fonte: (http://www.mixalmenara.com.br) • SUPERFÍCIE É o mais barato de se construir pois não exige estruturas de alvenaria ou de revestimento, não ficam bem definidos mas se assemelha ao do tipo trincheira. Esse tipo de silo é feito sobre lona plástica segura por terra.
  • 25. Foto 26:Silo de superfície aberto Fonte: (http://www.fmvz.unesp.br) QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE SABER O TAMANHO DO SILO ? Fonte: (http://driloren.pol.blog.br) Definir quantas unidades animais (UA) pretende-se alimentar; Estabelecer período de alimentação com a silagem; Registrar o consumo diário por animal (em quilos); Calcular as perdas (%) Qual a quantidade de silagem que vou precisar para alimentar meu rebanho ???
  • 26. COMO CALCULAR O VOLUME DO SILO TRINCHEIRA ? 1º Passo: Devemos multiplicar o número de animais x consumo diário por cabeça x número de dias que vai utilizar o silo. Exemplo: V= volume do silo N= Número de animais C= Consumo em kg/animal/dia P= Período em dias Para um rebanho com 20 cabras, consumindo 4 kg de silagem por dia, durante 120 dias. V = 20 x 4 x 120 = 9.600 kg de silagem 2º Passo: Devemos calcular as perdas, que são em média de 15% da silagem. 15% de 9.600 kg = 1.440 kg de silagem 3º Passo: Ter conhecimento que 1 m3 de silagem pesa 500 kg de forragem. 4º Passo: Somar o consumo mais as perdas e dividir pelo peso do metro cúbico da silagem. V = (9.600 kg + 1.440 kg) ÷ 500 = 22,08 m3 de silagem. Figura 6. Calculando o volume do silo. Fonte: (http://www.sct.embrapa.br)
  • 27. 7.3. RESERVAS ESTRATÉGICAS DE FORRAGENS Consiste na reserva de alimentos necessária para garantir um bom desempenho dos animais durante todo o ano, principalmente nos períodos de seca. Deve-se dar preferência a espécies resistentes a seca e com boa armazenagem de água, como a palma e o mandacaru sem espinho. Foto 27. Plantio de mandacaru sem espinho. Fonte: (http://fotosdacaatinga.blogspot.com.br) Devido à presença Cochonilha do Carmim, praga que tem destruído vários plantios de palma deve-se plantar variedades resistentes a essa doença, foto 28.
  • 28. Foto 28. Palma infestada com Cochonilha do Carmim. Fonte: (http://diariodeararuna.com.br) Variedades de palma resistentes a Cochonilha do Carmim Atualmente existem algumas variedades resistentes a Cochonilha do Carmim, sendo que as mais utilizadas na região são: Palma Orelha de Elefante Mexicana, Palma Palmepa PB1, Palmepa PB2, Palma IPA – Sertânia e a Palma miúda ou doce. Foto 29. Palma Orelha de Elefante Mexicana.
  • 29. Foto 30. Palma variedade Palmepa PB1. Fonte: (http://www.desterro1.com) Foto 31. Palma variedade IPA-Sertânia Fonte: (http://www.onordeste.com) Plantio e tratos culturais para palma adensada Dar preferência a terrenos argilo-arenoso, sem muitas pedras e livres de encharcamento. Realizar a limpa do terreno e a aração da área. Se for plantar em sulcos, abrir os sulcos com distância de um metro entre as linhas e profundidade de aproximadamente 20 cm.
  • 30. As raquetes devem ser enterradas pela metade e com uma distância de 25 cm entre elas. No plantio adensado tem que fazer adubação. Se for utilizar esterco curtido colocar de 2 a 3 kg de esterco por metro linear de sulco, se for o plantio em covas colocar de 500 a 750 gramas dentro de cada cova. Fazer capina manual quando necessário. A colheita deve ser realizada a cada dois anos. Se o produtor necessitar de 1 hectare de palma para o rebanho ele terá que plantar 2 hectares, com diferença de um ano. Produtividade da palma adensada Depende do espaçamento, exemplo: • Um hectare de palma com espaçamento 1m x 50 cm, produz 220 toneladas por hectare a cada 2 anos. • Um hectare de palma com espaçamento de 1m x 0,25 cm produz 300 toneladas a cada dois anos. 8. ESTRESSE TÉRMICO X PRODUÇÃO DE LEITE O que é o estresse térmico? Consiste no efeito provocado por um agente agressor sobre o organismo animal, nesse caso o calor ou frio. Como o estresse térmico afeta a produção de leite?
  • 31. Através da redução na ingestão de alimentos, animais estressados além de deixar de se alimentar gastam energia para perder calor através do aumento dos movimentos respiratórios. Foto 32. Cabras estressadas pela exposição direta a radiação solar. Foto 33. Imagem com câmera termográfica de cabra Anglo Nubiana. Os pontos mais escuros na foto indicam locais com maior temperatura superficial.
  • 32. 9. ALTERNATIVAS PARA AMENIZAR O EFEITO DO ESTRESSE TÉRMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE NO SEMIÁRIDO 9.1. Estratégias nutricionais Fornecer dietas “frias” dietas com alta quantidade de energia, além de suplementação adicional de minerais e o fornecimento de água de boa qualidade. Utilizar dietas a base de alimentos cortados e fermentados, como as silagens, especialmente de milho, tem sido recomendadas e apresentam sucesso satisfatório no manejo alimentar. Fornecer volumosos verdes (capim) nas horas mais frias do dia, cedo pela manhã e à tardinha. Disponibilizar água a vontade e de boa qualidade. Foto 34. Animais recebendo concentrado energético no cocho.
  • 33. Foto 35. Animais consumindo água à vontade. Fonte: (http://www.flickr.com/photos/oxfammexico) 9.2. Estratégias ambientais Fornecer sombra aos animais, dando preferência à sombra de árvores. Evitar superlotação nos apriscos. Disponibilizar cocho com tamanho adequado para o rebanho. Altura adequada das instalações e uso de telhas de barro e piso cimentado ou de barro batido. Construir as instalações no sentido leste (nascente) oeste (poente). Foto 36. Animais descansando a sombra de árvore.
  • 34. Figura 7. Orientação para construção de instalações. Fonte: (http://sg1frangos.blogspot.com.br). 9.3. Estratégias de seleção genética Dar preferência a animais nascidos na própria região, por serem mais adaptados. Animais de pelos claros, mas com pele bem pigmentada “escura”, facilita a irradiação do calor e reduz os problemas de pele. Evitar animais puros de origem importada, pois sofrem mais para se adaptar ao clima. 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma maior atenção por parte dos criadores deve ser dada aos rebanhos leiteiros principalmente com relação ao estresse ambiental e ao manejo nutricional. A prática do armazenamento e conservação de forragens é de suma importância para aumentar a produtividade e garantir a sustentabilidade da caprinocultura no semiárido. Estratégias de manejo devem ser adotadas a fim de minimizar os efeitos do estresse sobre os animais de produção, promovendo o conforto térmico, aumentando a produção e a qualidade dos produtos de origem animal.
  • 35. 11. REFERÊNCIAS CONSULTADAS CRUZ, J.W.B.; SILVA, V.M.; SANTOS, D.C. Cartilha para criadores de caprinos e ovinos, produção e conservação de forragens. Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA. Recife, 2006. LIMA, G. F. C.; SILVA, J. G. M.; AGUIAR, E. M.; TELES, M. M. Reservas forrageiras estratégicas para a pecuária familiar no semiárido: palma, fenos e silagem. Governo do Estado do Rio Grande do Norte, 2010. 53p. PINTO, E. B.; LIMA, M. J. A. O programa de convivência com o semi- árido brasileiro e sua influência na mudança de hábitos e valores. II Congresso Iberoamericano sobre Desarrollo y Médio Ambiente. Anais... México, 2005. SANTOS, D. C.; FARIAS, I.; LIRA, M. A. et al. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Napalea) em Pernambuco. Recife: IPA, 2006. 48p. SILVA, E. M. N. Caracterização dos sistemas de produção e avaliação das respostas fisiológicas, produção e composição do leite de cabras em diferentes ambientes de pré-ordenha. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Campina Grande, campus de Patos-PB, 104p. SILVA, E. M. N.; SOUZA, B. B.; SILVA, G. A et al. Caracterização dos sistemas produtivos de leite de cabra nos cariris paraibano. Revista caatinga, v. 26, n. 1, p. 63-71, 2013.