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Avaliação de azeites de oliva produzidos no
                         sul do Rio Grande do Sul



                                                     Fabiana Lemos Goularte DUTRA (1)
                                                   Michele Maciel CRIZEL-CARDOSO (2)
                                                                Rui Carlos ZAMBIAZI (1)
                                                             Enilton Fick COUTINHO (3)




                                            RESUMO

            Pesquisas apontaram regiões no Brasil, como o Rio Grande do Sul, com potencial
      para o cultivo de oliveiras, nas quais foram implantados olivais para a avaliação da
      adaptação de algumas cultivares às condições dessa região, assim como a qualidade
      do azeite obtido. Neste estudo extraiu-se azeite monovarietal dos cultivares de Arbequina
      e Koroneiki, produzidas no RS, determinando-se o rendimento graxo, acidez e índice de
      peróxidos. O valor de acidez e o índice de peróxidos apresentaram diferença significativa
      entre as amostras, entretanto encontraram-se dentro dos parâmetros da legislação
      brasileira vigente para a categoria extra-virgem.

      Palavras-chave: Arbequina, Koroneiki, Olea europaea L., qualidade do azeite.




(1) Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial – UFPEL.
(2) Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – UFPEL.
(3) Embrapa Clima Temperado. E-mail: fgoularte@hotmail.com
ABSTRACT

            Researches indicated regions of Brazil, including Rio Grande do Sul, with potential
     for cultivation of olive trees, where it was cultivated olive trees to assess the adaptation of
     some cultivars to the region conditions and the oil quality obtained. In this study, olive oil
     was extracted from olive cultivar of RS, Arbequina and Koroneiki, and it was determined
     the oil yield, acidity and peroxide value of the samples. The acidity and peroxide value
     showed significant differences between the samples, but they are within the parameters
     of the current Brazilian legislation for the extra virgin oil category.

     Key words: Arbequina, Koroneiki, Olea europaea L., oil quality.



                                         1. Introdução

      Nos últimos anos tem ocorrido crescente aumento no consumo de azeite de oliva, óleo
obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.), principalmente devido às suas propriedades
benéficas a saúde. Segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil é o terceiro
maior importador de azeite de oliva, chegando a mais de 50 mil toneladas importadas em
2009/2010 (COI, 2011).
      O Brasil possui regiões com condições climáticas e características adequadas para o
cultivo de oliveiras, incluindo o Rio Grande do Sul, o qual já conta com olivais implantados em
diferentes localidades para a avaliação da adaptação as condições dessas regiões. Diversos
fatores interferem nas características físico-químicas do azeite de oliva, como os
edafoclimáticos, práticas culturais, variedades e estádio de maturação do fruto.
      De acordo com COI (2010), para ser comercializado, o azeite de oliva necessita estar
dentro dos padrões vigentes, com bases em análises físico-químicas e sensoriais, que o clas-
sificarão dentro de diferentes categorias para o consumo. Dentre os parâmetros físico-quími-
cos, o índice de peróxidos e a acidez são variáveis diretamente relacionadas com qualidade
do azeite de oliva (Benedico et al., 2002; Moretto & Fett, 1998).
      O objetivo desse trabalho foi realizar avaliações dos azeites obtidos dos cultivares de
oliveira Arbequina e Koroneiki, cultivadas no município de Bagé, no Rio Grande do Sul.



                                  2. Material e Métodos

      Azeitonas dos cultivares Arbequina (índice de maturação 2,3) e Koroneiki (índice de
maturação 2,6) foram colhidas, e levadas para a extração do azeite que foi realizada com um
moinho marca “Spremoliva 10”, baseada num princípio de extração a frio por duas fases. Foi
realizada a avaliação do teor de matéria graxa, sendo o rendimento avaliado pelo conteúdo de
matéria graxa das olivas extraída por prensagem. As determinações do índice de peróxidos e
a acidez em ácido oléico seguiram a metodologia da AOCS (1992). As amostras foram
analisadas em triplicata sendo a análise estatística dos resultados realizada com o auxílio do
programa Statistix 8.0.

32                                                                             Documentos, IAC, 101, 2011
3. Resultados e Discussão

      Os rendimentos graxos (Tabela 1) para Arbequina (14,8%) e Koroneiki (15,1%) se
mantiveram dentro do esperado, pois segundo Barranco (2004), o rendimento das principais
cultivares de oliva exportadas pela Espanha oscila entre 14,5 e 22,2%.
       O azeite do cultivar Koroneiki apresentou acidez superior ao da Arbequina, 0,33 (±
0,05) e 0,20 (± 0,03) g ácido oléico 100g-1, respectivamente, enquanto que o índice de peróxidos
(meq O2 kg-1) determinado nas amostras foi maior para o azeite do cultivar Arbequina (9,90 ±
0,07) em comparação com o da Koroneiki (6,52 ± 0,61). Os resultados encontrados, tanto
para acidez quanto para o índice de peróxidos, estão abaixo do limite máximo permitido pela
ANVISA (BRASIL, 2005) e pelo COI (2010) para azeite de oliva extra-virgem, e encontram-se
dentro da faixa de variação relatada por Baccouri et al. (2008).
       Os resultados obtidos possivelmente foram influenciados por vários fatores, entre os
quais se destacam o cultivar da oliveira e condições de pós-colheita.

Tabela 1. Avaliações dos azeites obtidos das variedades Arbequina e Koroneiki

Azeite*                              Acidez                     Índice de Peróxidos         Rendimento Graxo
                             (g ácido oléico 100g-1)                (meqO2 kg-1)                  (%)
Arbequina                         0,20 ± 0,03b                      9,90 ± 0,07a                   14,8
Koroneiki                         0,33 ± 0,05a                      7,09 ± 0,59b                   15,1

Médias seguidas por letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05); * n = 3;




                                            4. Conclusões

     A acidez e o índice de peróxidos variaram significativamente entre as a amostras de
azeite monovarietais Arbequina e Koroneiki. Os parâmetros físico-químicos testados estão
adequados a legislação brasileira vigente para a categoria extra-virgem.



                                              Referências

AOCS. American Oil Chemists’ Society. Official and tentative methods of the American Oils
Chemists’ Society, Champaign, IL., 1992.

BACCOURI et al. Chemical composition and oxidative stability of Tunisian monovarietal virgin
olive oils with regard to fruit ripening. Food Chemistry, v. 109, p. 743-754, 2008.

BARRANCO, D. Variedades y patrones. In: El cultivo del olivo. BARRANCO, D.; FERNANDEZ-
ESCOBAR, R.; RALLO, L. (Eds.). 5 ed. Córdoba: Mundi-prensa, 2004. 800p.



Documentos, IAC, 101, 2011                                                                                      33
BENEDICO, E. C.; PÉREZ, C. A.; MARTINEZ, D. S. Aceite de oliva virgin: Qué debe saber el
professional de atención Primaria Centro de Salud: Temas de Hoy Zaragoza-Espanha, p. 391-
395, 2002.

BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 270, de 22 de
setembro de 2005 que Aprova o “Regulamento técnico para óleos vegetais, gorduras vegetais
e creme vegetal”.

COI. Conselho Oleícola Internacional. Disponível em: http://www.internationaloliveoil.org/
estáticos/view/131-world-olive-oli-figures. Acesso em 16 de junho de 2011.

COI. Conselho Oleícola Internacional. Trade standard applying to olive oils and olive-pomace
oils. COI/T.15/NC No 3/Rev. 5. Madrid, 2010. Disponível em http://<www.internationaloliveoil.gov
>. Acesso em: 16 de junho de 2011.

MORETTO, E.; FETT, R. Tecnologia de óleos e gorduras vegetais: na indústria de alimentos.
São Paulo: Varela, 1998. p. 150.




34                                                                     Documentos, IAC, 101, 2011

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Avaliação de azeites de oliva produzidos no

  • 1. Avaliação de azeites de oliva produzidos no sul do Rio Grande do Sul Fabiana Lemos Goularte DUTRA (1) Michele Maciel CRIZEL-CARDOSO (2) Rui Carlos ZAMBIAZI (1) Enilton Fick COUTINHO (3) RESUMO Pesquisas apontaram regiões no Brasil, como o Rio Grande do Sul, com potencial para o cultivo de oliveiras, nas quais foram implantados olivais para a avaliação da adaptação de algumas cultivares às condições dessa região, assim como a qualidade do azeite obtido. Neste estudo extraiu-se azeite monovarietal dos cultivares de Arbequina e Koroneiki, produzidas no RS, determinando-se o rendimento graxo, acidez e índice de peróxidos. O valor de acidez e o índice de peróxidos apresentaram diferença significativa entre as amostras, entretanto encontraram-se dentro dos parâmetros da legislação brasileira vigente para a categoria extra-virgem. Palavras-chave: Arbequina, Koroneiki, Olea europaea L., qualidade do azeite. (1) Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial – UFPEL. (2) Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – UFPEL. (3) Embrapa Clima Temperado. E-mail: fgoularte@hotmail.com
  • 2. ABSTRACT Researches indicated regions of Brazil, including Rio Grande do Sul, with potential for cultivation of olive trees, where it was cultivated olive trees to assess the adaptation of some cultivars to the region conditions and the oil quality obtained. In this study, olive oil was extracted from olive cultivar of RS, Arbequina and Koroneiki, and it was determined the oil yield, acidity and peroxide value of the samples. The acidity and peroxide value showed significant differences between the samples, but they are within the parameters of the current Brazilian legislation for the extra virgin oil category. Key words: Arbequina, Koroneiki, Olea europaea L., oil quality. 1. Introdução Nos últimos anos tem ocorrido crescente aumento no consumo de azeite de oliva, óleo obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.), principalmente devido às suas propriedades benéficas a saúde. Segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI), o Brasil é o terceiro maior importador de azeite de oliva, chegando a mais de 50 mil toneladas importadas em 2009/2010 (COI, 2011). O Brasil possui regiões com condições climáticas e características adequadas para o cultivo de oliveiras, incluindo o Rio Grande do Sul, o qual já conta com olivais implantados em diferentes localidades para a avaliação da adaptação as condições dessas regiões. Diversos fatores interferem nas características físico-químicas do azeite de oliva, como os edafoclimáticos, práticas culturais, variedades e estádio de maturação do fruto. De acordo com COI (2010), para ser comercializado, o azeite de oliva necessita estar dentro dos padrões vigentes, com bases em análises físico-químicas e sensoriais, que o clas- sificarão dentro de diferentes categorias para o consumo. Dentre os parâmetros físico-quími- cos, o índice de peróxidos e a acidez são variáveis diretamente relacionadas com qualidade do azeite de oliva (Benedico et al., 2002; Moretto & Fett, 1998). O objetivo desse trabalho foi realizar avaliações dos azeites obtidos dos cultivares de oliveira Arbequina e Koroneiki, cultivadas no município de Bagé, no Rio Grande do Sul. 2. Material e Métodos Azeitonas dos cultivares Arbequina (índice de maturação 2,3) e Koroneiki (índice de maturação 2,6) foram colhidas, e levadas para a extração do azeite que foi realizada com um moinho marca “Spremoliva 10”, baseada num princípio de extração a frio por duas fases. Foi realizada a avaliação do teor de matéria graxa, sendo o rendimento avaliado pelo conteúdo de matéria graxa das olivas extraída por prensagem. As determinações do índice de peróxidos e a acidez em ácido oléico seguiram a metodologia da AOCS (1992). As amostras foram analisadas em triplicata sendo a análise estatística dos resultados realizada com o auxílio do programa Statistix 8.0. 32 Documentos, IAC, 101, 2011
  • 3. 3. Resultados e Discussão Os rendimentos graxos (Tabela 1) para Arbequina (14,8%) e Koroneiki (15,1%) se mantiveram dentro do esperado, pois segundo Barranco (2004), o rendimento das principais cultivares de oliva exportadas pela Espanha oscila entre 14,5 e 22,2%. O azeite do cultivar Koroneiki apresentou acidez superior ao da Arbequina, 0,33 (± 0,05) e 0,20 (± 0,03) g ácido oléico 100g-1, respectivamente, enquanto que o índice de peróxidos (meq O2 kg-1) determinado nas amostras foi maior para o azeite do cultivar Arbequina (9,90 ± 0,07) em comparação com o da Koroneiki (6,52 ± 0,61). Os resultados encontrados, tanto para acidez quanto para o índice de peróxidos, estão abaixo do limite máximo permitido pela ANVISA (BRASIL, 2005) e pelo COI (2010) para azeite de oliva extra-virgem, e encontram-se dentro da faixa de variação relatada por Baccouri et al. (2008). Os resultados obtidos possivelmente foram influenciados por vários fatores, entre os quais se destacam o cultivar da oliveira e condições de pós-colheita. Tabela 1. Avaliações dos azeites obtidos das variedades Arbequina e Koroneiki Azeite* Acidez Índice de Peróxidos Rendimento Graxo (g ácido oléico 100g-1) (meqO2 kg-1) (%) Arbequina 0,20 ± 0,03b 9,90 ± 0,07a 14,8 Koroneiki 0,33 ± 0,05a 7,09 ± 0,59b 15,1 Médias seguidas por letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05); * n = 3; 4. Conclusões A acidez e o índice de peróxidos variaram significativamente entre as a amostras de azeite monovarietais Arbequina e Koroneiki. Os parâmetros físico-químicos testados estão adequados a legislação brasileira vigente para a categoria extra-virgem. Referências AOCS. American Oil Chemists’ Society. Official and tentative methods of the American Oils Chemists’ Society, Champaign, IL., 1992. BACCOURI et al. Chemical composition and oxidative stability of Tunisian monovarietal virgin olive oils with regard to fruit ripening. Food Chemistry, v. 109, p. 743-754, 2008. BARRANCO, D. Variedades y patrones. In: El cultivo del olivo. BARRANCO, D.; FERNANDEZ- ESCOBAR, R.; RALLO, L. (Eds.). 5 ed. Córdoba: Mundi-prensa, 2004. 800p. Documentos, IAC, 101, 2011 33
  • 4. BENEDICO, E. C.; PÉREZ, C. A.; MARTINEZ, D. S. Aceite de oliva virgin: Qué debe saber el professional de atención Primaria Centro de Salud: Temas de Hoy Zaragoza-Espanha, p. 391- 395, 2002. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 270, de 22 de setembro de 2005 que Aprova o “Regulamento técnico para óleos vegetais, gorduras vegetais e creme vegetal”. COI. Conselho Oleícola Internacional. Disponível em: http://www.internationaloliveoil.org/ estáticos/view/131-world-olive-oli-figures. Acesso em 16 de junho de 2011. COI. Conselho Oleícola Internacional. Trade standard applying to olive oils and olive-pomace oils. COI/T.15/NC No 3/Rev. 5. Madrid, 2010. Disponível em http://<www.internationaloliveoil.gov >. Acesso em: 16 de junho de 2011. MORETTO, E.; FETT, R. Tecnologia de óleos e gorduras vegetais: na indústria de alimentos. São Paulo: Varela, 1998. p. 150. 34 Documentos, IAC, 101, 2011