2. PARA DEBATER...
A relação entre TER e PODER sempre marcou a história das sociedades.
Mas foi no mundo capitalista que o consumo ser armou de instrumentos
como a publicidade para nos vender seus “símbolos de poder”.
•Mas até ponto o que temos ou não, determina aquilo que somos ou
podemos vir a ser?
•Leiamos agora o trecho do livro no 3º parágrafo de nossa apostila!
Desde que o mundo é mundo, as sociedades, com exceção das
tribais, sempre formaram grupos sociais divididos em classes, camadas,
estratos ou estamentos. Isto porque somos seres gregários por natureza.
Por exemplo, nas sociedades tribais, existe uma divisão sexual e
etária do trabalho.
No capitalismo, existe a “divisão social do trabalho”, separando o
trabalho entre aquele que o planeja e aquele que o executa.
Isto permitiu que as sociedades se desenvolvessem, otimizando a
realização de tarefas, mas contribuiu para criar uma diferenciação
entre os diferentes tipos de trabalho
( Trabalho manuais X Atividades intelectuais )
3. INTRODUÇÃO
Dessa forma, aqueles que trabalham em
funções de comando começam a se diferenciar
pela natureza de sua ocupação, fazendo surgir as
relações de dominação e exploração, base da
estratificação social.
Mas o que diferencia desigualdade de
estratificação?
Se considerarmos um Estrato, em seu sentido
genérico conjunto de indivíduos com
características sociais parecidas, praticamente
todos os grupos humanos após as sociedades
tribais conheceram algum tipo de estratificação.
Ler 5º parágrafo da 1ª coluna da página 38.
Grande desafio da Sociologia = Compreender
como se dá essa estratificação, procurando
estabelecer critérios para definir por que um
indivíduo pertence a uma camada e não a outra.
4. MAS COMO CLASSIFICAR?
Parsons acreditava que as pessoas poderiam ser
classificadas segundo os valores sociais que
escolhem para suas ações sociais.
Sofreu críticas, como a do francês Alain Touraine, que
considerava este critério muito subjetivo, desprovido
de rigor científico.
Por isso, quase sempre usamos critérios objetivos para
definir camadas sociais. A mais comum é a divisão a
partir da renda, só que os critérios mudam de lugar
para lugar.
Sem abrir mão do critério da renda, podemos
acrescentar outros dados à classificação. Tais
classificações são válidas em pesquisas de mercado,
mas falham na análise de processos históricos mais
amplos ou de lutas políticas, uma vez que desprezam
variantes regionais ou culturais, em que valores e
costumes distintos impedem entender todos os
grupos sociais de forma tão simplista.
5. MARX E A LUTA DE CLASSES
Junto com seu parceiro, Engels, também
estudaram a questão da estratificação social
a partir dela, introduziram o conceito de
classes e de luta de classes: aqueles que
detém os meios de produção e aqueles que
vendem sua força de trabalho.
A relação entre esses grupos é de exploração
dos donos sobre os trabalhadores,
configurando a chamada “luta de classes”.
Para Marx, uma classe social é um conjunto
amplo de pessoas que compartilham os meios
pelos quais elas ganham a vida.
6. WEBER: CRITÉRIOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Influenciado por Marx, Max Weber acreditava
que a sociedade se caracterizava por lutas,
disputas e conflitos, envolvendo poder e recursos
econômicos.
Só que, ao contrário de Marx, que trabalhava
com relações polarizadas de classe, com uma
análise estritamente econômica, Weber
propunha três dimensões para compreender a
estrutura social:
- Ordem econômica (divisão da sociedade em
classes);
- Ordem social (divisão em STATUS/estamentos);
- Ordem política (divisão em partidos).
7. AS DIVERSAS ESTRATIFICAÇÕES SOCIAIS
Segundo Weber, não haveria apenas uma estratificação social, mas
várias superpostas. Assim, indivíduos estariam na mesma situação de
classe quando suas capacidades de consumo, seu poder de dispor
de bens e seus rendimentos são semelhantes.
No caso dos ESTAMENTOS, o que vale é o prestígio social de um
grupo de pessoas e seu poder de influenciar determinado campo de
atividade. Por isso, para Weber, participar de um Estamento é uma
espécie de honraria.
Para Max Weber, entidades de organização profissional, clubes ou
igrejas podem ser ESTAMENTOS, pois incluem em seus quadros
pessoas de classes diferentes.
Da mesma forma, no plano político, um PARTIDO pode ou não ser a
representação de uma classe ou de um estamento.
Devemos lembrar que a noção de partido em Weber é mais ampla
do que a ideia que temos hoje de partidos políticos!
8. CONSCIÊNCIA DE CLASSE E DE ESTAMENT0
Historicamente, a sociedade estamental
existiu na Idade Média, quando nobres e
servos tinham direitos e deveres bem distintos
e delimitados. Ali, as desigualdades sociais se
sobrepunham às desigualdades estamentais.
Já na Idade Moderna, nas Monarquias
Absolutistas, Clero e Nobreza não
apresentavam diferenças substanciais de
ordem social, mas tinham seus rituais e seus
privilégios específicos.
No mundo de hoje, ainda temos grupos
sociais fechados, que adotam certo linguajar
ou vestimenta para se diferenciar dos outros!
9. AINDA SEGUNDO WEBER
Max Weber preocupa-se mais com a consciência de
STATUS, que sempre estaria presente nos membros do
ESTAMENTO. Militares e religiosos consideram-se
detentores de prestígio e da honra, distinguindo-se
dos civis ou leigos, orgulhando-se disso e criando
rituais para reforçar a consciência de seu STATUS.
Para tanto, usa dois termos interessantes para definir
a “consciência do estamento”: “distância” e
“exclusividade”.
DISTÂNCIA porque seus membros procuram distinguir-
se dos demais indivíduos e, principalmente, dos
integrantes de outros estamentos.
EXCLUSIVIDADE porque existem vantagens,
privilégios, direitos a que só os membros do
estamento têm acesso.
10. SOCIEDADE DE CASTAS
Weber mostra que o fechamento completo do
Estamento pode evoluir para uma CASTA. Aqui, os
integrantes do grupo adotam estilos de vida e
convenções coletivas impostas a todos os seus
membros.
Os casamentos são, via de regra, endogâmicos,
com casamentos ocorrendo só entre elementos do
mesmo estamento.
Não há mobilidade nenhuma entre as castas, que
são grupos fechados, delimitados hereditariamente.
Weber acreditava que as castas só chegam a esse
estágio quando a diferença entre os estamentos é de
ordem ÉTNICA.
Atualmente, são cada vez mais raras as
“sociedades de castas”.
11. A SOCIEDADE NA ÍNDIA
Embora tenha sido oficialmente abolido pela
Constituição do país, o sistema de castas ainda
persiste. Nele, tudo é definido pela linhagem
hereditária. Os casamentos são endogâmicos e
aceita-se a poligamia, em alguns casos.
Isto inclui regras de comensalismo: o que se pode
ou não comer. Tudo é ritualizado, com regras para
os padrões desejados de comportamento social.
No topo, estão os brâmanes hindus, casta superior
em relação aos xátrias e aos vaixás (classes
intermediárias), sendo que os sudras e os parias são
castas inferiores.
Qualquer contato físico entre eles é proibido, sob
a pena de castigos, pois os brâmanes são
considerados “limpos” e os párias, “imundos”.