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Enrique Dussel -
Modernidade
Tatiana Mareto Silva – Victor Rizzo Schiavo
Enrique Dussel
Enrique Dussel (Mendoza, Argentina,
24 de dezembro de 1934), filósofo
argentino radicado (exilado) desde
1975 no México. Um dos maiores
expoentes da Filosofia da libertação e
do pensamento latino-americano em
geral. Autor de uma grande quantidade
de obras, seu pensamento discorre
sobre temas como filosofia, política,
ética e teologia.
Tem se colocado como
crítico da pós-
modernidade,
chamando por um novo
momento denominado
transmodernidade. Tem
mantido diálogos com
filósofos como Apel,
Gianni Vattimo, Jürgen
Habermas, Richard
Rorty, Lévinas. Crítico
do pensamento
eurocêntrico
contemporâneo.
Europa, modernidade,
eurocentrismo
Deslizamento
semântico do
que é Europa
• O que entendemos como “Europa Moderna” era,
originalmente, território bárbaro, “não civilizado”.
• África e Ásia eram as culturas mais desenvolvidas.
• O modelo Grécia-Roma-Europa é ideológico, ou
seja, foi fabricado para ocultar a “verdadeira”
Europa, com propósitos racistas.
Ocidental = Império Romano que falava Latim
(Croácia e Sérvia)
Oriental = Império helenista, que falava grego –
Grécia e Ásia.
• O “grego clássico” não é apenas cristão-bizantino, mas também árabe-muçulmano.
• Aristóteles é mais estudado pelos árabes do que pelos cristãos.
• Cruzadas: tentativa da Europa latina se impor no Mediterrâneo.
• Com o fracasso, a Europa era cultura periférica e secundária.
A EUROPA NUNCA FOI CENTRO DA HISTÓRIA MUNDIAL.
O IMPÉRIO ROMANO NUNCA FOI CENTRO DA HISTÓRIA EUROPEIA.
A manipulação ideológica se
deu depois da junção entre o
ocidental-latino e o oriental-
grego contra o mundo turco.
FALSA EQUAÇÃO:
HELENÍSTICO ROMANO CRISTÃO OCIDENTE
• Falsa porque o mundo muçulmano tem origem
helenística.
• A manipulação: colocar a cultura greco-romana no
centro da história mundial.
1º - Não existia história mundial até a expansão
marítima.
2º - A geopolítica da época não permitia que a Europa
fosse o centro de nada.
Dois conceitos de
Modernidade
• 1º conceito: eurocêntrico.
• Modernidade como emancipação,
como abandono de um mundo
“irracional” e “imaturo” para um
mundo governado pela razão humana
– Século XVIII.
• Reforma Protestante, Iluminismo,
Revolução Francesa OU
• Renascimento, Reforma
Protestante, Iluminismo, Revolução
Francesa
• Sempre França, Itália e Inglaterra
como expoentes da Modernidade.
2º conceito: A história
mundial se inicia com a
expansão marítima.
A 1ª etapa da
Modernidade seria,
então, o mercantilismo
mundial.
A partir de 1492, a
“centralidade” europeia
constitui as outras
culturas como
periféricas.
Espanha e Portugal são
comumente deixados de
fora da Modernidade,
tendo sido, no entanto,
seus pioneiros.
EUROCENTRISMO:
confusão entre
universalidade abstrata e
mundialidade concreta.
• A Europa Moderna usa o “ego
conquiro” antes do “ego cogito”, para
superar outras culturas – impõe-se pela
força e superioridade em armamento
bélico.
• A “conquista” da América Latina coloca
a Europa em superioridade mundial
por acumular riquezas, conhecimentos,
etc.
• A AMÉRICA LATINA SOFRE A
MODERNIDDE MUITO ANTES DA
AMÉRICA DO NORTE.
• DOMINADA, EXPLORADA,
ENCOBERTA.
Racionalidade,
irracionalidade
e o mito da
Modernidade.
A racionalidade da Modernidade “esconde” uma
irracionalidade da violência e da eliminação de
tudo que fosse diferente.
A superação da Modernidade representa negar a
negação do mito.
Reconhecer a violência da Modernidade e o
projeto de assimilação é fundamental para que ela
seja superada.
O desencobrimento das vítimas da Modernidade
colonizadora e conquistadora requer a alteridade e
a negação da inocência da Modernidade.
• Não se deve negar a razão, apenas a razão eurocêntrica.
TRANS-MODERNIDADE =
TRANSCENDÊNCIA DA MODERNIDADE.
TRANS-MODERNIDADE =
MODERNIDADE COM ALTERIDADE, COM SOLIDARIEDADE.
• Reconhecer o caráter racional da Modernidade e não recusá-lo.
• Negar o MITO.
• Modernidade como projeto de libertação mundial.
A MODERNIDADE DEFINIU-
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Dussel critica eurocentrismo da Modernidade e defende Transmodernidade

  • 1. Enrique Dussel - Modernidade Tatiana Mareto Silva – Victor Rizzo Schiavo
  • 2. Enrique Dussel Enrique Dussel (Mendoza, Argentina, 24 de dezembro de 1934), filósofo argentino radicado (exilado) desde 1975 no México. Um dos maiores expoentes da Filosofia da libertação e do pensamento latino-americano em geral. Autor de uma grande quantidade de obras, seu pensamento discorre sobre temas como filosofia, política, ética e teologia.
  • 3. Tem se colocado como crítico da pós- modernidade, chamando por um novo momento denominado transmodernidade. Tem mantido diálogos com filósofos como Apel, Gianni Vattimo, Jürgen Habermas, Richard Rorty, Lévinas. Crítico do pensamento eurocêntrico contemporâneo.
  • 5. Deslizamento semântico do que é Europa • O que entendemos como “Europa Moderna” era, originalmente, território bárbaro, “não civilizado”. • África e Ásia eram as culturas mais desenvolvidas. • O modelo Grécia-Roma-Europa é ideológico, ou seja, foi fabricado para ocultar a “verdadeira” Europa, com propósitos racistas. Ocidental = Império Romano que falava Latim (Croácia e Sérvia) Oriental = Império helenista, que falava grego – Grécia e Ásia.
  • 6.
  • 7. • O “grego clássico” não é apenas cristão-bizantino, mas também árabe-muçulmano. • Aristóteles é mais estudado pelos árabes do que pelos cristãos. • Cruzadas: tentativa da Europa latina se impor no Mediterrâneo. • Com o fracasso, a Europa era cultura periférica e secundária. A EUROPA NUNCA FOI CENTRO DA HISTÓRIA MUNDIAL. O IMPÉRIO ROMANO NUNCA FOI CENTRO DA HISTÓRIA EUROPEIA.
  • 8. A manipulação ideológica se deu depois da junção entre o ocidental-latino e o oriental- grego contra o mundo turco. FALSA EQUAÇÃO: HELENÍSTICO ROMANO CRISTÃO OCIDENTE
  • 9.
  • 10. • Falsa porque o mundo muçulmano tem origem helenística. • A manipulação: colocar a cultura greco-romana no centro da história mundial. 1º - Não existia história mundial até a expansão marítima. 2º - A geopolítica da época não permitia que a Europa fosse o centro de nada.
  • 11.
  • 12. Dois conceitos de Modernidade • 1º conceito: eurocêntrico. • Modernidade como emancipação, como abandono de um mundo “irracional” e “imaturo” para um mundo governado pela razão humana – Século XVIII. • Reforma Protestante, Iluminismo, Revolução Francesa OU • Renascimento, Reforma Protestante, Iluminismo, Revolução Francesa • Sempre França, Itália e Inglaterra como expoentes da Modernidade.
  • 13. 2º conceito: A história mundial se inicia com a expansão marítima. A 1ª etapa da Modernidade seria, então, o mercantilismo mundial. A partir de 1492, a “centralidade” europeia constitui as outras culturas como periféricas. Espanha e Portugal são comumente deixados de fora da Modernidade, tendo sido, no entanto, seus pioneiros. EUROCENTRISMO: confusão entre universalidade abstrata e mundialidade concreta.
  • 14.
  • 15. • A Europa Moderna usa o “ego conquiro” antes do “ego cogito”, para superar outras culturas – impõe-se pela força e superioridade em armamento bélico. • A “conquista” da América Latina coloca a Europa em superioridade mundial por acumular riquezas, conhecimentos, etc. • A AMÉRICA LATINA SOFRE A MODERNIDDE MUITO ANTES DA AMÉRICA DO NORTE. • DOMINADA, EXPLORADA, ENCOBERTA.
  • 16. Racionalidade, irracionalidade e o mito da Modernidade. A racionalidade da Modernidade “esconde” uma irracionalidade da violência e da eliminação de tudo que fosse diferente. A superação da Modernidade representa negar a negação do mito. Reconhecer a violência da Modernidade e o projeto de assimilação é fundamental para que ela seja superada. O desencobrimento das vítimas da Modernidade colonizadora e conquistadora requer a alteridade e a negação da inocência da Modernidade.
  • 17. • Não se deve negar a razão, apenas a razão eurocêntrica. TRANS-MODERNIDADE = TRANSCENDÊNCIA DA MODERNIDADE. TRANS-MODERNIDADE = MODERNIDADE COM ALTERIDADE, COM SOLIDARIEDADE. • Reconhecer o caráter racional da Modernidade e não recusá-lo. • Negar o MITO. • Modernidade como projeto de libertação mundial.
  • 18. A MODERNIDADE DEFINIU- SE COMO EMANCIPAÇÃO NO QUE DIZ RESPEITO A NÓS, MAS NÃO PERCEBEU SEU CARÁTER MÍTICO- SACRIFICIAL COM RELAÇÃO AOS OUTROS. - Tzvetan Todorov