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Apresentação_MPGC Mulheres Executivas_Soraia Leite.pdf

  1. MULHER EXECUTIVA: UM ESTUDO DE FATORES LIMITANTES À ASCENSÃO AO TOPO DAS HIERARQUIAS Soraia Leite (MPGC) Anderson Sant’Anna (Orientador) São Paulo, dez/2022
  2. CONTEXTO E PERGUNTA DE PESQUISA 01 02 03 05 04 CONTEÚDO REFERENCIAL TEÓRICO METODOLOGIA DE PESQUISA CONCLUSÃO RESULTADOS E DISCUSSÕES
  3. CONTEXTO E PERGUNTA DE PESQUISA
  4. Contexto Brasileiro 51,8% da população IBGE (2021) brasileira são mulheres Mulheres estudam mais do que os homens (15,1%) -23,3% salário pago… Mulheres ganham, em média, menos do que homens nas mesmas funções (mercado geral) 19,4% diploma universitário
  5. Entre GERENTES e DIRETORES a discrepância é maior 61,9 Mulheres ganham -38,1% do que os homens 100 -38,1% IBGE (2021)
  6. ...e em termos de representatividade nas Empresas?
  7. Das 88 empresas listadas no Ibovespa (B3), apenas 2 possuem CEOs mulheres (Fleury e Iguatemi). E nos demais níveis de lideranças, apenas 14,7% estão ocupadas por mulheres. Em Diretorias, Conselhos Fiscais e Comitês de Auditoria, mais de 58% das empresas listadas não contam com nenhuma mulher.
  8. ...e na política brasileira?
  9. As mulheres ocupam apenas 17,8% das cadeiras na Câmara dos Deputados. E entre 27 senadores, apenas 4 são mulheres. (Pleito 2022). 33,9% 66,1% Dentre 190 países analisados e é o pior da América do Sul BRASIL ocupa a 142ª posição Proporção de Candidatos a Deputados (Uol Economia, 2021)
  10. ... o Brasil é um país em desenvolvimento... mas e num país de 1º mundo, como os EUA?
  11. E NOS ESTADOS UNIDOS? Mulheres CEOs em 2017 Projeto patrocinado pela campanha "100x25" da The Rockefeller Foundation, com o objetivo de ter 100 mulheres CEOs liderando empresas da lista Fortune 500 até 2025. Em 2017, as mulheres somavam apenas 6% (30) dos CEOs da lista Fortune 500. Mulheres CEOs em 2022 Hoje, mulheres representam aproximadamente 9% (44) dos CEOs das empresas da Fortune 500. © 2022 Korn Ferry
  12. ...e globalmente?
  13. E GLOBALMENTE? 'Ainda há trabalho a fazer...' Mesmo em indústrias nas quais elas representam 50% da força de trabalho (saúde, varejo, e no setor público), mulheres ainda são sub-representadas no nível executivo. Apesar do progresso, os dados da Korn Ferry mostram que, globalmente, mulheres representam apenas 21% dos cargos executivos. © 2022 Korn Ferry
  14. Portanto, trata-se de um fenômeno global.
  15. — QUESTÃO DE PESQUISA Quais são as barreiras “invisíveis” que impedem -, ou quando não, pelo menos dificultam -, a escalada de mulheres executivas a posições mais altas na hierarquia das organizações?
  16. Faixa etária entre 25 e 49 anos: (i) filhos até 03 anos de idade - apenas 54,6% estavam ocupadas contra 89,2% entre os homens (também com filhos pequenos de até 3 anos); (ii) afazeres domésticos e cuidado com pessoas - as mulheres gastaram quase o dobro de horas em relação aos homens, 21,4 horas semanais contra 11 horas; (iii) nível social - quanto menor era a renda mensal, maior a quantidade de horas gastas em cuidado com pessoas ou afazeres domésticos: 24 horas semanais contra 18 horas das mulheres com maiores rendimentos; (iv) etnia – a taxa de ocupação entre mulheres negras com filhos menores de 03 anos era inferior a 50% contra 62,6% das mulheres brancas Mais estatística… Mulheres no mercado de trabalho brasileiro… (IBGE, 2021).
  17. REFERENCIAL TEÓRICO
  18. A restrição às mulheres ao exercício da liderança parece ter raízes profundas e enraizadas no imaginário popular, no inconsciente coletivo, nas crenças e valores das sociedades, na cultura de muitos povos e nas bases das maiores religiões. (Gäckle, 2008; Aquino, 2022; Bíblia, 1 Timóteo 2, 12) “Eu não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre o homem”.
  19. A separação categórica e hierárquica entre masculino e feminino, no qual o HOMEM É APONTADO COMO SUPERIOR À MULHER, encontra-se expressa em doutrinas religiosas, educativas, científicas, políticas ou jurídicas. (Scott, 1986)
  20. MULHERES NA HISTÓRIA ● Não raro, as mulheres são apresentadas na história como incapazes e frágeis, sendo categorizadas, por exemplo, no mesmo agrupamento das crianças. ● Quando se trata de guerra, de diplomacia e de alta política, ao longo de toda a história, só se faz referência aos homens. (Scott, 1989)
  21. MESMO ASSIM, ELAS “CONSEGUIRAM” ENTRAR NO MERCADO DE TRABALHO? ● Sim, MAIS POR “NECESSIDADE” do que por “CONQUISTA”. A Revolução Industrial trouxe máquinas que reduziram a demanda por força física. A mulher se tornou então opção de mão de obra barata e menos articulada para reivindicar melhorias. ● As guerras mundiais também foram eventos importantes para a inserção das mulheres (ausência dos maridos e no retorno, quando não mortos, mutilados).
  22. … AS MULHERES FORAM OCUPANDO MAIS ESPAÇO MASCULINE Porém, os postos de liderança, que igualmente pagavam as melhores remunerações, continuavam nas “mãos” dos homens. As questões de gênero começam a se apresentar como obstáculo ao avanço das mulheres. (Porfirio, 2022)
  23. COMO PENSAM AS ORGANIZAÇÕES? Cabe sempre relembrar que, mesmo que as práticas das corporações tenham a aparência de neutralidade, a grande maioria delas foi construída por homens e para homens. (Joshi et al, 2015; Oliveira et al, 2009)
  24. E em termos de barreiras limitantes à ascensão feminina, o que a literatura diz?
  25. TIPOS DE BARREIRAS AO AVANÇO FEMININO Nesse estudo, as barreiras foram divididas em duas categorias: as visíveis (tangíveis) e as invisíveis (intangíveis).
  26. BARREIRAS VISÍVEIS Visíveis são todo e qualquer empecilho de fácil percepção: • (i) o gênero (condição de ser mulher) • (ii) a dupla jornada (tarefas domésticas) • (iii) a maternidade • (iv) o dever de cuidadora • (v) a etnia • (vi) a classe social • (vii) a idade • (viii) a aparência.
  27. Além das “visíveis”, há as chamadas barreiras invisíveis… Invisíveis são os termos usados na literatura para ilustrar a existência de barreiras na ascensão feminina, evidenciadas, por exemplo, pela (a) desigualdade nos níveis de empregabilidade, (b) diferenças entre salários pagos e (c) preterição em promoções a cargos de alto comando.
  28. BARREIRAS INVISÍVEIS • (i) Teto de Vidro (Glass Ceiling) • (ii) Vieses Inconscientes e o Sexismo (Estereótipos de Gênero) • (iii) Abelha Rainha (Queen Bee) • (iv) Duplo Vínculo • (v) Meio Congelado (Frozen Middle) • (vi) Labirinto • (vii) Escala Rolante de Vidro (Glass Escalator) • (viii) Penhasco de Vidro (Glass Cliff) • (ix) Paredes de Cristal, Vidro Quebrado e Rangido (Shattered Glass and Creaky Steps) e Piso Pegajoso (Sticky Floor)
  29. ANTES DE QUALQUER ANÁLISE… É importante questionar-se de qual “mulher” exatamente se está falando, pois, a depender do “enquadramento”, as barreiras poderão ser reduzidas (mas não eliminadas por completo).
  30. ANTES DE QUALQUER ANÁLISE…  Ela é branca ou negra?  De origem rica ou pobre?  Jovem ou velha?  Possui aparência atraente ou não?  Tem formação acadêmica ou baixa escolaridade?  Tem filhos pequenos ou outras pessoas “incapazes” que dela dependam?  Ela é casada? Se sim, seu cônjuge compartilha as obrigações do lar e de uma possível “maternidade”?  Ela já superou todas as “barreiras visíveis”?
  31. METODOLOGIA DE PESQUISA
  32. PESQUISA DE CAMPO Abordagem qualitativa, utilizando-se o método de análise de conteúdo a partir da realização de entrevistas semiestruturadas e em profundidade junto a 7 mulheres que vivenciaram carreiras executivas em grandes organizações brasileiras, maciçamente multinacionais de capital privado.
  33. CRITÉRIO DE “RECRUTAMENTO” DAS EXECUTIVAS  ser executiva com formação universitária e ocupante de nível hierárquico a partir de gerência; e,  ter “congelado” no processo de ascensão ao alto escalão no mundo corporativo ou ter conseguido “chegar lá”, ocupando o nível de C-level (diretoria, minimamente).
  34. RESULTADOS E DISCUSSÕES
  35. PERFIL DAS RESPONDENTES CONGELARAM EM MÉDIA GESTÃO ASCENDERAM AO ALTO ESCALÃO MULHERES ENTREVISTADAS 3 4 GRADUAÇÕES Letras / Contabilidade / Psicologia Economia / Psicologia / Letras e Adm / Engª Elétrica MÉDIA DE PÓS GRADUAÇÕES 2,33 2,25 MAIOR HIERARQUIA OCUPADA Gerência / Superintendência VP / Diretoria Estatutária / Presidência MÉDIA ETÁRIA PROMOÇÃO À MAIOR POSIÇÃO 42,66 42,25 COR DA PELE Brancas 2 Pardas e 2 Brancas CLASSE SOCIAL ORIGEM C e B D e B Nº FILHOS 3 / - / 1 - / 1 / 2 / 2
  36.  Educação formal apontada como forte objetivo por todas as executivas e ter contado com suporte de mentores(as) ao longo da carreira. DESTAQUES NA TRAJETÓRIA
  37. BARREIRAS ENFRENTADAS?
  38. BARREIRAS VISÍVEIS CONGELARAM EM MÉDIA GESTÃO ASCENDERAM AO ALTO ESCALÃO Gênero (condição de ser mulher) Unanimidade em indicar como principal barreira: ser mulher 3 indicaram o fato como maior barreira, e 1 negou ter encontrado barreiras Maternidade Não representou barreira 2 disseram que interferiu em 2 momentos: adolescência dos filhos e na decisão de não ter mais de 2 filhos Papel de Cuidadora Não representou barreira Foi citado somente por 1 executiva, exaltando a participação do cônjuge e rede de apoio Idade Todas indicaram que hoje sentem a idade como barreira Não foi citado Aparência Citada somente com efeito em outras mulheres Citada somente com efeito em outras mulheres Origem* Não citado Citado por 3 executivas (1 dentro do Brasil e 2 como latina) Língua Inglesa* Não citado Citado por 1 executiva *Novas
  39. BARREIRAS INVISÍVEIS CONGELARAM EM MÉDIA GESTÃO ASCENDERAM AO ALTO ESCALÃO Teto de Vidro (Glass Ceiling) Relato das 3 executivas remetem à existência do Teto de Vidro Não foi citado Vieses Inconscientes Percebido / sofrido por todas as entrevistadas Percebido / sofrido por todas as entrevistadas Abelha Rainha (Queen Bee) Se intitulam como apoiadora das outras mulheres e 1 afirmou que quem “chega lá” não ajuda às demais Não se sentem acometidas pela Síndrome e apontam iniciativas como evidências de seu apoio às demais executivas. Duplo Vínculo 2 executivas citam que mulheres dóceis são julgadas fracas e sem pulso 2 afirmam que mulheres que “chegam lá” são vistas como homem Meio Congelado (Fronzen Middle) Reconhecida estagnação na carreira pelas 3 entrevistadas Citado por uma das executivas Labirinto Dificuldade de fazer parte do “clube” e encontrar o caminho da promoção 2 narram as dificuldades para se “firmarem” na posição ao “chegar lá”
  40. BARREIRAS INVISÍVEIS CONGELARAM EM MÉDIA GESTÃO ASCENDERAM AO ALTO ESCALÃO Demais mulheres* Todas afirmaram que de certa forma sim Todas afirmaram que de certa forma sim Liderados* Embora precisando “conquistar” ou “se provar” antes, não viram como barreira Embora precisando “conquistar” ou “se provar” antes, não viram como barreira
  41. E agora, o que fazer?
  42. VEM DAS PRÓPRIAS EXECUTIVAS AS SUGESTÕES PARA ROMPER ESSAS BARREIRAS
  43. AÇÕES PARA ROMPER AS BARREIRAS Apoiar e mostrar que todas “podem” Indicar caminhos, apontar erros e acertos Entre as próprias mulheres Dificuldades enfrentadas e preconceitos sofridos Não precisa ser supermulher para “chegar lá” Diferentes do padrão masculino ENCORAJAR AS DEMAIS COMPARTILHAR HISTÓRIAS MINIMIZAR COMPETIÇÃO FALAR SOBRE DESMISTIFICAR RESSIGNIFICAR CONCEITOS PELAS MULHERES
  44. AÇÕES PARA ROMPER AS BARREIRAS Modelo masculino não é sustentável Criar espaço plural que valorize a diversidade Capacitar mais Mulheres para CEOs Dar espaço para mulher ser mulher (c/ filhos, etc) Nos processos de contratações e promoções (cotas e metas) Será que precisa mesmo transferir de Cidade? QUEBRAR PARADIGMAS RESSIGNIFICAR CULTURA TREINAR MAIS MUDAR A LÓGICA AGIR CONSCIENTE REDUZIR BARREIRAS PELAS EMPRESAS
  45. CONCLUSÃO
  46. FORMAÇÃO, MENTORIA E MASCULINIZAÇÃO NÃO SÃO SUFICIENTES MASCULINIZAÇÃO FORMAÇÃO Em média, as executivas que “congelaram” apresentaram mais investimento em educação (em nº de anos) do que àquelas que ascenderam Todas as executivas que “congelaram” também puderam contar com mentoria No grupo das que “congeralam”, houve relatos do tipo “tive que engrossar a voz para ser respeitada”, mesmo assim, não se mostrou efetivo à ascensão MENTORIA
  47. — Executiva Entrevistada “F” (uma que “chegou lá”) Se de fato valorizassem o mérito, teriam mais mulheres em alto escalão”.
  48. Conclui-se que as barreiras invisíveis ligadas aos estereótipos de gênero e ação dos vieses inconscientes, atrelada ao simples fato de ser mulher, são as grandes responsáveis pela sub representatividade de mulheres no alto escalão, tornando sua jornada um verdadeiro “campo minado”.
  49. ... a grande mudança acontecerá a partir das atitudes das próprias mulheres em relação às demais
  50. Empresas, Governos e Instituições em geral devem ressignificar a lógica, passando a adotar modelos de gestão que considerem a subjetividade feminina como diferencial competitivo. Segundo as entrevistadas, o modelo vigente possui prazo de validade (dados alarmantes de burnout, turnover e outros sofrimentos advindos do trabalho comprovam isso).
  51. BOA NOTÍCIA! O estudo mostrou 4 mulheres que ascenderam ao alto escalão atuando no sentido de serem pontes às demais mulheres na organização, e não mais barreiras, o que pode representar uma quebra importante de paradigma do efeito “Abelha Rainha”.
  52. CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon and infographics & images by Freepik PERGUNTAS? soraialeite.rh@gmail.com 11 988955577 www.linkedin.com/in/soraia-leite/
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