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Sexta-feira, 20 de janeiro de 2012                                                                                                                                                         OPINIÃO             ●
                                                                                                                                                                                                                   7
                                                                                        O GLOBO

Fazer                                                                                                 LUIZ GARCIA
mais e
melhor                                                                                                 Pronasci

                                            A
                                                      inteligência financeira de um go-          sigla Pronasci. Ele existe há cinco anos             ta coisa, pouca coisa ou coisa nenhuma.
EDUARDO PERILLO e
MARIA CRISTINA AMORIM
                                                      verno — admitindo-se que tal               e, na última campanha eleitoral, foi de-             Uma das medidas definidas como apri-
                                                      coisa existe — pode ser medida             fendido pela candidata Dilma Rousseff,               moradoras seria a criação de um siste-


A
          s Unidades de Polícia                       pela análise de duas cifras: a que         que prometeu mantê-lo como uma gene-                 ma de informações sobre segurança pú-
          Pacificadora — UPPs —
          entraram em ação em               mostra quanto se gasta e aquela que re-              rosa fonte de recursos para iniciativas              blica, drogas e prisões.
          2008 para desarticular            vela o que se deixou de gastar.                      estaduais e municipais na área da segu-                Realmente, se até agora o governo
o crime organizado nas comuni-                Em geral, o pessoal da arquibancada                rança pública. Por exemplo, formação                 não tem informações confiáveis a res-
dades de baixa renda do Rio de
Janeiro. Os opositores ao gover-            bate mais palmas para o segundo item.                de policiais, construção de postos de                peito desses três itens, a gestão não po-
no estadual (responsável pela               Quanto mais não seja, porque governan-               polícia comunitária, cadeias e peniten-              de mesmo estar muito aprimorada. Não
iniciativa) denunciam que é uma             tes, principalmente aqueles que depen-               ciárias.                                             deve ser por acaso ou distração que, no
operação de fachada, “para in-
glês ver”, enquanto durarem a               dem do aplauso da opinião pública para                 Ultimamente, especialistas que não                 primeiro ano do mandato de Dilma, as
preparação e realização dos Jo-             continuarem na dura e ingrata missão                 servem ao governo têm protestado: acu-               verbas do Pronasci foram cortadas qua-
gos Olímpicos e da Copa do
                                            de tomar conta do país, gostam mais de               sam o governo de ter fechado a bolsa                 se pela metade.
Mundo; ou, ainda, para atender
aos interesses do capital imobi-            gastar do que de poupar. Claro: a gas-               para as metas prometidas na campanha                   Entende-se que o governo — qualquer
liário, cujos terrenos seriam va-           tança é sempre mais visível do que a                 eleitoral que levou Dilma para o Palácio             governo — tem mais planos do que re-
lorizados com a redução da vio-
lência nas suas cercanias.                  poupança.                                            do Planalto. O Ministério da Justiça res-            cursos. E a escolha das prioridades que
   Quaisquer que sejam as moti-               Mas podem existir exceções. Uma de-                ponde com vagas expressões do mais                   não serão atendidas integralmente, ou
vações do governo estadual, a re-           las talvez exista no caso do Programa                puro burocratês; por exemplo, que o                  mesmo ficarão para serem cuidadas em
dução drástica da criminalidade
e da violência nessas áreas é de            Nacional de Segurança Pública com Ci-                Pronasci “está em fase de aprimoramen-               algum momento futuro, define a eficiên-
responsabilidade do Estado bra-             dadania — que também atende pela feia                to de gestão”. O que pode significar mui-            cia da administração. Ou a ineficiência.
sileiro, inclusive dos responsá-
veis pelas políticas públicas de
saúde. Não é um "problema do                                                                                                                                                                               Cavalcante
Rio”, mas do Brasil.
   O que as políticas de saúde
têm a ver com as UPPs? Muitís-
simo: desde 1980, a violência é
a principal causa de morte de
homens entre 15 e 25 anos no
país. O quadro piora quando os
homens jovens são também de
baixa escolaridade, negros e
pobres. De acordo com o IBGE,
em 2007, de cada cem mil ho-
mens, 46 são vítimas de homicí-
dio. O brasileiro jovem e de bai-
xa renda não morre “morrido”,
morre “matado”. Seu problema
não é de acesso aos medica-
mentos — no máximo, é de
acesso ao pronto-socorro mais
próximo.
   Estudos do Ipea apontam co-
mo causas dos homicídios no
campo da saúde a prevalência
das drogas ilícitas e lícitas, co-
mo o álcool, e indicam que o cus-
to de bem-estar da violência le-
tal equivale a uma parcela anual
de 2,3% do PIB. A prevenção e o
tratamento dos dependentes
são uma tarefa complexa stricto
sensu: exige a reunião de sabe-


                                      Sombras do passado
res tradicionalmente apartados
no setor saúde e, se não bastas-
se, a articulação de diferentes
instâncias do poder público (se-
gurança, saúde, educação, sa-
neamento, habitação, entre ou-        NELSON MOTTA                                um pulp fiction: o Sombra.               tros empresários do esquema, e alguns      blico vai fundo nas conexões políticas.
tros). Ainda assim, o SUS vem                                                        O roteiro: prefeito de uma próspe-    políticos que intermediavam as contri-     O garçom que havia testemunhado a



                                      P
tratando dessa população.                      or mais que os ficcionistas        ra cidade industrial faz um acordo       buições, também começam a meter a          última conversa entre o prefeito e o
   Se a “comunidade é pacifica-                quebrem a cabeça para in-          com empresários correligionários         mão. Até que o prefeito, que não sabia     Sombra é executado. Em seguida, uma
da”, para usar a expressão re-                 ventar crimes, mistérios e         para desviar dinheiro público para as    de nada, descobre tudo e ameaça de-        testemunha da morte do garçom. O
corrente, espera-se que a vida                 conspirações complexos,            campanhas do seu partido. Ninguém        tonar o esquema. Seria o fim para o        bandido que fazia a ligação entre os se-
econômica lícita possa final-         surpreendentes e emocionantes, os li-       ganharia nada, não eram corruptos,       Sombra e a quadrilha.                      questradores e o Sombra é assassinado
mente florescer, gerando opor-        vros, filmes e seriados acabam sem-         eram patriotas a serviço da causa e         O prefeito é atraído pelo Sombra pa-    na cadeia. O médico legista, que ates-
tunidade de renda, empregos e         pre superados pela vida real. O assas-      do partido, afinal, estava em jogo       ra uma cilada, o carro dos dois é inter-   tou as marcas de tortura, morre enve-
tudo o mais. As políticas públi-      sinato do prefeito Celso Daniel com-        transformar o Brasil, os nobres fins     ceptado por bandidos e o prefeito se-      nenado. Ameaçado, o irmão do prefeito
cas de saúde para o tratamento        pleta dez anos sem culpados nem             justificavam os meios sujos. Foi as-     questrado, o Sombra escapa ileso. Ne-      se exila na França. O Sombra continua
de dependentes de drogas de-          condenados, e pior, desde o início das      sim no início, mas o ser humano…         nhum resgate é pedido, dias depois o       nas sombras, o processo não anda, lo-
vem ser intensificadas na re-         investigações sete testemunhas e in-           Com a dinheirama crescendo e ro-      prefeito é encontrado morto a tiros e      go o crime estará prescrito. E o pior de
gião desde já, para colaborar         vestigados já foram assassinados ou         lando sem controle, o Sombra, chefe da   com marcas de tortura. Contra as evi-      tudo: não é ficção.
na redução da violência. O SUS        morreram em circunstâncias miste-           operação e amigo do prefeito, começa     dências, a polícia trata o caso como um
sabe fazer, só precisa fazer          riosas. O principal acusado é digno de      a desviar para sua própria causa. Ou-    sequestro comum, mas o Ministério Pu-      NELSON MOTTA é jornalista.
mais e melhor, precisa de mais
dinheiro e mais profissionais.


                                      Quando querer é poder
   A hora é agora. A opinião pú-
blica está mobilizada, os “ingle-
ses” estão chegando para os jo-
gos mundiais, a presidente Dil-
ma declara-se disposta a incen-
tivar políticas sociais que pro-      ROBERTO LENT                                    A razão: as importações para a pes- a obtenção de insumos para o seu            presas que importam para comerciali-
movam a independência dos ci-                                                     quisa são livres de impostos, mas tra- trabalho.                                    zação. Além disso, todos os documen-



                                      A
dadãos dos programas assis-                      imprensa noticia regularmen-     tadas burocraticamente do mesmo           Como resolver o impasse? Talvez           tos seriam apresentados em um prazo
tenciais e o melhor de tudo: os                  te as grandes dificuldades bu-   modo que as importações comerciais, seja mais simples do que pensamos.              predeterminado depois da entrada dos
governos federal e estaduais                     rocráticas que retardam for-     que as empresas brasileiras fazem pa- O país atribuiria “passe livre” para os       produtos importados, conforme as exi-
têm dinheiro.                                    temente a importação de ma-      ra comercialização ou uso em suas fá- pesquisadores brasileiros credencia-          gências legais, e desse modo as irregu-
   Temos dinheiro? Claro que          teriais e equipamentos para os labora-      bricas. É preciso apresentar muitos dos pelas agências de fomento do Mi-            laridades poderiam ser facilmente iden-
sim! A cada redução de meio           tórios de pesquisa brasileiros. São atra-   documentos (muitos mesmo!) para li- nistério da Ciência, Tecnologia e Ino-          tificadas e corrigidas, sem prejuízo pa-
ponto percentual da taxa de ju-       sos enormes na liberação pela Receita       berar os itens importados. E não é por vação (pesquisadores 1A, segundo a           ra o andamento das pesquisas.
ros, sobram milhões de reais no       Federal ou pela Anvisa, exigências nu-      algum capricho ou espírito de perse- classificação do CNPq). A ideia do                 Talvez seja necessário alterar a le-
cofre da União; a arrecadação         merosas de documentos e documen-            guição dos órgãos controladores dos passe livre funcionaria assim: todos            gislação de algum modo, ou pelo me-
fiscal, há dez anos, mantém-se        tos, às vezes causando a deterioração       aeroportos. É porque                                os documentos neces-            nos as normas da Receita Federal, da
persistentemente acima da infla-      de substâncias caras e preciosas por        não existe diferenciação                            sários seriam apresen-          Anvisa e de outras entidades. Mas, se
ção e do crescimento da econo-        armazenamento inadequado, e outras          entre uma coisa e outra                             tados como mandam a             o país reconhecer que a ideia do “pas-
mia; os cofres públicos têm sido      (muitas!) dificuldades. Um caso recente     — as importações cien-       As importações         legislação e as normas,         se livre” fomentaria decisivamente a
generosos com empreiteiras, fri-      envolveu o meu instituto, e foi noticia-    tíficas e as comerciais.                            mas “a posteriori”, ou          ciência e a tecnologia, repercutindo
goríficos, bancos, certamente         do pelo GLOBO há poucos dias.                   A questão, entretan-     para a pesquisa seja, depois da libera-                no desenvolvimento social e econô-
porque sobra dinheiro para gas-          As importações — talvez o público        to, é simples de concei-                            ção dos materiais im-           mico, a tarefa de mudar a legislação
tos tão menos importantes do          não saiba — são essenciais para o an-       tuar, e também simples são tratadas como por tados. A Receita                       passa a ser quase uma obrigação dos
que a redução da violência. Há        damento dos trabalhos em laborató-          de resolver. Bastaria                               não os reteria nos aero-        parlamentares e autoridades envolvi-
dinheiro — sequer precisamos          rio, porque a nossa indústria não tem       vontade política para           importações         portos como faz hoje,           das. A decisão política, nesse caso, é
de impostos novos.                    ainda a diversificação e a especializa-     isso. Conceitualmente,                              mas os liberaria de ime-        fundamental. As mudanças burocráti-
                                      ção técnica para produzir os itens          o país precisa decidir           comerciais         diato, sob a responsabi-        cas correspondentes são apenas con-
EDUARDO PERILLO é médico e            que precisamos — reagentes, mate-           se deseja alavancar a                               lidade dos pesquisado-          sequências da primeira. E, convenha-
vice-coordenador do grupo de          riais, equipamentos etc. Por conta          ciência, a tecnologia e a                           res credenciados, que           mos, é possível implementá-las.
pesquisa em Regulação Econômica e     disso, precisamos importar. Mas,            inovação para o seu de-                             posteriormente apre-                Nesse caso, querer é poder.
Estratégias Empresariais da PUC-São   com as exigências da Receita Federal        senvolvimento. Há indicadores de sentariam os documentos e se res-
Paulo. MARIA CRISTINA AMORIM é        e outros órgãos, um experimento             que a opinião pública recebe bem es- ponsabilizariam legalmente pela sua            ROBERTO LENT é professor e diretor do
economista, professora do             pensado por um cientista pode ficar         sa ideia, e o governo federal nos úl- utilização nos projetos de pesquisa.          Instituto de Ciências Biomédicas da
Departamento de Economia e            paralisado muitos meses pela demo-          timos anos tem correspondido com          Haveria malfeitos? Pouco provável.        Universidade Federal do Rio de Janeiro.
coordenadora do núcleo de pesquisa    ra em conseguir trazer para o labo-         recursos crescentes e medidas muito Os recursos de que os pesquisadores
em Regulação Econômica e              ratório os insumos adequados, mes-          positivas. Então, se é isso que todos dispõem para a compra de insumos                   O GLOBO NA INTERNET
Estratégias Empresariais da           mo quando temos recursos financei-          desejamos, cumpre dar aos pesqui- não permitem a compra de grandes                       OPINIÃO     Leia mais artigos
PUC-São Paulo.                        ros para fazer a compra no exterior.        sadores instrumentos especiais para quantidades, diferentemente das em-                 oglobo.com.br/opiniao

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A inteligência financeira de um governo pode ser medida pela análise de quanto gasta e deixa de gastar

  • 1. Sexta-feira, 20 de janeiro de 2012 OPINIÃO ● 7 O GLOBO Fazer LUIZ GARCIA mais e melhor Pronasci A inteligência financeira de um go- sigla Pronasci. Ele existe há cinco anos ta coisa, pouca coisa ou coisa nenhuma. EDUARDO PERILLO e MARIA CRISTINA AMORIM verno — admitindo-se que tal e, na última campanha eleitoral, foi de- Uma das medidas definidas como apri- coisa existe — pode ser medida fendido pela candidata Dilma Rousseff, moradoras seria a criação de um siste- A s Unidades de Polícia pela análise de duas cifras: a que que prometeu mantê-lo como uma gene- ma de informações sobre segurança pú- Pacificadora — UPPs — entraram em ação em mostra quanto se gasta e aquela que re- rosa fonte de recursos para iniciativas blica, drogas e prisões. 2008 para desarticular vela o que se deixou de gastar. estaduais e municipais na área da segu- Realmente, se até agora o governo o crime organizado nas comuni- Em geral, o pessoal da arquibancada rança pública. Por exemplo, formação não tem informações confiáveis a res- dades de baixa renda do Rio de Janeiro. Os opositores ao gover- bate mais palmas para o segundo item. de policiais, construção de postos de peito desses três itens, a gestão não po- no estadual (responsável pela Quanto mais não seja, porque governan- polícia comunitária, cadeias e peniten- de mesmo estar muito aprimorada. Não iniciativa) denunciam que é uma tes, principalmente aqueles que depen- ciárias. deve ser por acaso ou distração que, no operação de fachada, “para in- glês ver”, enquanto durarem a dem do aplauso da opinião pública para Ultimamente, especialistas que não primeiro ano do mandato de Dilma, as preparação e realização dos Jo- continuarem na dura e ingrata missão servem ao governo têm protestado: acu- verbas do Pronasci foram cortadas qua- gos Olímpicos e da Copa do de tomar conta do país, gostam mais de sam o governo de ter fechado a bolsa se pela metade. Mundo; ou, ainda, para atender aos interesses do capital imobi- gastar do que de poupar. Claro: a gas- para as metas prometidas na campanha Entende-se que o governo — qualquer liário, cujos terrenos seriam va- tança é sempre mais visível do que a eleitoral que levou Dilma para o Palácio governo — tem mais planos do que re- lorizados com a redução da vio- lência nas suas cercanias. poupança. do Planalto. O Ministério da Justiça res- cursos. E a escolha das prioridades que Quaisquer que sejam as moti- Mas podem existir exceções. Uma de- ponde com vagas expressões do mais não serão atendidas integralmente, ou vações do governo estadual, a re- las talvez exista no caso do Programa puro burocratês; por exemplo, que o mesmo ficarão para serem cuidadas em dução drástica da criminalidade e da violência nessas áreas é de Nacional de Segurança Pública com Ci- Pronasci “está em fase de aprimoramen- algum momento futuro, define a eficiên- responsabilidade do Estado bra- dadania — que também atende pela feia to de gestão”. O que pode significar mui- cia da administração. Ou a ineficiência. sileiro, inclusive dos responsá- veis pelas políticas públicas de saúde. Não é um "problema do Cavalcante Rio”, mas do Brasil. O que as políticas de saúde têm a ver com as UPPs? Muitís- simo: desde 1980, a violência é a principal causa de morte de homens entre 15 e 25 anos no país. O quadro piora quando os homens jovens são também de baixa escolaridade, negros e pobres. De acordo com o IBGE, em 2007, de cada cem mil ho- mens, 46 são vítimas de homicí- dio. O brasileiro jovem e de bai- xa renda não morre “morrido”, morre “matado”. Seu problema não é de acesso aos medica- mentos — no máximo, é de acesso ao pronto-socorro mais próximo. Estudos do Ipea apontam co- mo causas dos homicídios no campo da saúde a prevalência das drogas ilícitas e lícitas, co- mo o álcool, e indicam que o cus- to de bem-estar da violência le- tal equivale a uma parcela anual de 2,3% do PIB. A prevenção e o tratamento dos dependentes são uma tarefa complexa stricto sensu: exige a reunião de sabe- Sombras do passado res tradicionalmente apartados no setor saúde e, se não bastas- se, a articulação de diferentes instâncias do poder público (se- gurança, saúde, educação, sa- neamento, habitação, entre ou- NELSON MOTTA um pulp fiction: o Sombra. tros empresários do esquema, e alguns blico vai fundo nas conexões políticas. tros). Ainda assim, o SUS vem O roteiro: prefeito de uma próspe- políticos que intermediavam as contri- O garçom que havia testemunhado a P tratando dessa população. or mais que os ficcionistas ra cidade industrial faz um acordo buições, também começam a meter a última conversa entre o prefeito e o Se a “comunidade é pacifica- quebrem a cabeça para in- com empresários correligionários mão. Até que o prefeito, que não sabia Sombra é executado. Em seguida, uma da”, para usar a expressão re- ventar crimes, mistérios e para desviar dinheiro público para as de nada, descobre tudo e ameaça de- testemunha da morte do garçom. O corrente, espera-se que a vida conspirações complexos, campanhas do seu partido. Ninguém tonar o esquema. Seria o fim para o bandido que fazia a ligação entre os se- econômica lícita possa final- surpreendentes e emocionantes, os li- ganharia nada, não eram corruptos, Sombra e a quadrilha. questradores e o Sombra é assassinado mente florescer, gerando opor- vros, filmes e seriados acabam sem- eram patriotas a serviço da causa e O prefeito é atraído pelo Sombra pa- na cadeia. O médico legista, que ates- tunidade de renda, empregos e pre superados pela vida real. O assas- do partido, afinal, estava em jogo ra uma cilada, o carro dos dois é inter- tou as marcas de tortura, morre enve- tudo o mais. As políticas públi- sinato do prefeito Celso Daniel com- transformar o Brasil, os nobres fins ceptado por bandidos e o prefeito se- nenado. Ameaçado, o irmão do prefeito cas de saúde para o tratamento pleta dez anos sem culpados nem justificavam os meios sujos. Foi as- questrado, o Sombra escapa ileso. Ne- se exila na França. O Sombra continua de dependentes de drogas de- condenados, e pior, desde o início das sim no início, mas o ser humano… nhum resgate é pedido, dias depois o nas sombras, o processo não anda, lo- vem ser intensificadas na re- investigações sete testemunhas e in- Com a dinheirama crescendo e ro- prefeito é encontrado morto a tiros e go o crime estará prescrito. E o pior de gião desde já, para colaborar vestigados já foram assassinados ou lando sem controle, o Sombra, chefe da com marcas de tortura. Contra as evi- tudo: não é ficção. na redução da violência. O SUS morreram em circunstâncias miste- operação e amigo do prefeito, começa dências, a polícia trata o caso como um sabe fazer, só precisa fazer riosas. O principal acusado é digno de a desviar para sua própria causa. Ou- sequestro comum, mas o Ministério Pu- NELSON MOTTA é jornalista. mais e melhor, precisa de mais dinheiro e mais profissionais. Quando querer é poder A hora é agora. A opinião pú- blica está mobilizada, os “ingle- ses” estão chegando para os jo- gos mundiais, a presidente Dil- ma declara-se disposta a incen- tivar políticas sociais que pro- ROBERTO LENT A razão: as importações para a pes- a obtenção de insumos para o seu presas que importam para comerciali- movam a independência dos ci- quisa são livres de impostos, mas tra- trabalho. zação. Além disso, todos os documen- A dadãos dos programas assis- imprensa noticia regularmen- tadas burocraticamente do mesmo Como resolver o impasse? Talvez tos seriam apresentados em um prazo tenciais e o melhor de tudo: os te as grandes dificuldades bu- modo que as importações comerciais, seja mais simples do que pensamos. predeterminado depois da entrada dos governos federal e estaduais rocráticas que retardam for- que as empresas brasileiras fazem pa- O país atribuiria “passe livre” para os produtos importados, conforme as exi- têm dinheiro. temente a importação de ma- ra comercialização ou uso em suas fá- pesquisadores brasileiros credencia- gências legais, e desse modo as irregu- Temos dinheiro? Claro que teriais e equipamentos para os labora- bricas. É preciso apresentar muitos dos pelas agências de fomento do Mi- laridades poderiam ser facilmente iden- sim! A cada redução de meio tórios de pesquisa brasileiros. São atra- documentos (muitos mesmo!) para li- nistério da Ciência, Tecnologia e Ino- tificadas e corrigidas, sem prejuízo pa- ponto percentual da taxa de ju- sos enormes na liberação pela Receita berar os itens importados. E não é por vação (pesquisadores 1A, segundo a ra o andamento das pesquisas. ros, sobram milhões de reais no Federal ou pela Anvisa, exigências nu- algum capricho ou espírito de perse- classificação do CNPq). A ideia do Talvez seja necessário alterar a le- cofre da União; a arrecadação merosas de documentos e documen- guição dos órgãos controladores dos passe livre funcionaria assim: todos gislação de algum modo, ou pelo me- fiscal, há dez anos, mantém-se tos, às vezes causando a deterioração aeroportos. É porque os documentos neces- nos as normas da Receita Federal, da persistentemente acima da infla- de substâncias caras e preciosas por não existe diferenciação sários seriam apresen- Anvisa e de outras entidades. Mas, se ção e do crescimento da econo- armazenamento inadequado, e outras entre uma coisa e outra tados como mandam a o país reconhecer que a ideia do “pas- mia; os cofres públicos têm sido (muitas!) dificuldades. Um caso recente — as importações cien- As importações legislação e as normas, se livre” fomentaria decisivamente a generosos com empreiteiras, fri- envolveu o meu instituto, e foi noticia- tíficas e as comerciais. mas “a posteriori”, ou ciência e a tecnologia, repercutindo goríficos, bancos, certamente do pelo GLOBO há poucos dias. A questão, entretan- para a pesquisa seja, depois da libera- no desenvolvimento social e econô- porque sobra dinheiro para gas- As importações — talvez o público to, é simples de concei- ção dos materiais im- mico, a tarefa de mudar a legislação tos tão menos importantes do não saiba — são essenciais para o an- tuar, e também simples são tratadas como por tados. A Receita passa a ser quase uma obrigação dos que a redução da violência. Há damento dos trabalhos em laborató- de resolver. Bastaria não os reteria nos aero- parlamentares e autoridades envolvi- dinheiro — sequer precisamos rio, porque a nossa indústria não tem vontade política para importações portos como faz hoje, das. A decisão política, nesse caso, é de impostos novos. ainda a diversificação e a especializa- isso. Conceitualmente, mas os liberaria de ime- fundamental. As mudanças burocráti- ção técnica para produzir os itens o país precisa decidir comerciais diato, sob a responsabi- cas correspondentes são apenas con- EDUARDO PERILLO é médico e que precisamos — reagentes, mate- se deseja alavancar a lidade dos pesquisado- sequências da primeira. E, convenha- vice-coordenador do grupo de riais, equipamentos etc. Por conta ciência, a tecnologia e a res credenciados, que mos, é possível implementá-las. pesquisa em Regulação Econômica e disso, precisamos importar. Mas, inovação para o seu de- posteriormente apre- Nesse caso, querer é poder. Estratégias Empresariais da PUC-São com as exigências da Receita Federal senvolvimento. Há indicadores de sentariam os documentos e se res- Paulo. MARIA CRISTINA AMORIM é e outros órgãos, um experimento que a opinião pública recebe bem es- ponsabilizariam legalmente pela sua ROBERTO LENT é professor e diretor do economista, professora do pensado por um cientista pode ficar sa ideia, e o governo federal nos úl- utilização nos projetos de pesquisa. Instituto de Ciências Biomédicas da Departamento de Economia e paralisado muitos meses pela demo- timos anos tem correspondido com Haveria malfeitos? Pouco provável. Universidade Federal do Rio de Janeiro. coordenadora do núcleo de pesquisa ra em conseguir trazer para o labo- recursos crescentes e medidas muito Os recursos de que os pesquisadores em Regulação Econômica e ratório os insumos adequados, mes- positivas. Então, se é isso que todos dispõem para a compra de insumos O GLOBO NA INTERNET Estratégias Empresariais da mo quando temos recursos financei- desejamos, cumpre dar aos pesqui- não permitem a compra de grandes OPINIÃO Leia mais artigos PUC-São Paulo. ros para fazer a compra no exterior. sadores instrumentos especiais para quantidades, diferentemente das em- oglobo.com.br/opiniao