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O Despotismo Esclarecido ou Iluminado


 No século XVIII, desenvolveu-se na Europa (Áustria, Prússia e Rússia) uma nova
concepção do absolutismo, o chamado despotismo esclarecido ou iluminado:




       Nova concepção do absolutismo, segundo a qual o rei, cujo poder era
       “esclarecido” ou “iluminado” pela Razão, deveria reforçar e centralizar o
       seu poder de modo a governar em favor do bem-estar e do progresso do
       povo.




 Em Portugal, o despotismo esclarecido ou iluminado foi aplicado no reinado de D. José
I (1750-1777), por intermédio de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de
Pombal.
O reforço do poder do Estado



 O grande objectivo do Marquês de Pombal era fortalecer o poder do Estado e
modernizar a administração. Nesse sentido, Pombal:

    - criou o Erário Régio (organismo que superintendia as finanças do Reino);

    - criou a Real Mesa Censória (substituta da Inquisição na censura à imprensa);

    - criou a Intendência-Geral da Polícia;

    - reorganizou o exército;

    - reorganizou os impostos;

    - reformou o ensino e a Inquisição;

    - aboliu a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos.
A submissão dos grupos privilegiados e a promoção da burguesia


 Para fortalecer o poder do Estado e modernizar a administração, Pombal teve que
proceder, por um lado, à submissão da alta nobreza e da Companhia de Jesus e, por
outro, à promoção da burguesia e da pequena nobreza:

    - Vários membros da alta nobreza foram perseguidos, presos e condenados à morte
    (ex: a família dos Távoras, acusados de tentarem assassinar o rei D. José I em
    1758), outros viram os seus bens confiscados;

    - Os Jesuítas foram expulsos de Portugal e dos territórios ultramarinos, em 1759,
    devido a resistirem à autoridade do Estado e ao facto de constituírem um obstáculo
    às reformas do ensino, que estava nas suas mãos;

    - À burguesia (ligada às companhias comerciais, ao comércio com o Brasil e aos
    vinhos do Douro) e a uma parte da pequena nobreza concedeu muitos privilégios e
    foi com eles que constituiu uma elite social que o ajudou na sua política de
    centralização do poder e de modernização da administração e da economia.
A política económica: o desenvolvimento comercial e manufactureiro


 Para resolver a crise económica que afectava Portugal, apesar do grande afluxo de ouro
brasileiro no reinado de D. João V, o Marquês de Pombal retomou a política mercantilista
e tomou uma série de medidas para desenvolver o comércio e as manufacturas nacionais
e para libertar o país da dependência económica em relação à Inglaterra:



 Medidas para o desenvolvimento comercial (1753 a 1759):
• Fundou a Junta do Comércio (organismo que controlava o comércio e as indústrias);
• Criou grandes companhias de comércio, às quais concedeu o monopólio do comércio
em determinadas zonas ou de determinados produtos:
      Companhia da Ásia Portuguesa (1753);
      Companhia do Grão-Pará e Maranhão (1755);
      Companhia do Pernambuco e Paraíba (1759);
      Companhia Real da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756);
      Companhia de Pescas do Algarve (1773);
• Proibiu a cultura da vinha em terras próprias para os cereais.
 Medidas para o desenvolvimento das manufacturas (1764 a 1775):
• Concedeu às manufacturas o monopólio da produção de determinados artigos;
• Baixou as taxas alfandegárias sobre as importações de matérias-primas;
• Criou e renovou oficinas e manufacturas;
• Reorganizou as fábricas reais de lanifícios e a Real Fábrica da Seda;
• Financiou a criação de fábricas de vidros (Marinha Grande), louças, cutelarias, fundição,
papel e outras;
• Fundou a primeira fábrica de refinação de açúcar.
A cidade como imagem do poder: o urbanismo pombalino

O Terramoto de 1755


    Data: ________________________________________________________________
            1 de Novembro de 1755, cerca das 9h30m.



    Acontecimento: _________________________________________________________
                    Terramoto, seguido de um maremoto (Tsunami), que atingiu principalmente
                     Lisboa, Setúbal e várias localidades do Algarve.
                    _________________________________________________________


    Consequências: ________________________________________________________
                   Morte de mais de 10 mil pessoas (numa população de 260 mil) e destruição de
                    ________________________________________________________
                    muitos edifícios, monumentos, tesouros e obras de arte.



    A acção do Marquês de Pombal:
      ▪ _________________________________________________________________
        Mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos;
      ▪ _________________________________________________________________
        Mandou policiar as ruas e os edifícios mais importantes para evitar os roubos;
      ▪ _________________________________________________________________
        Mandou elaborar um plano de reconstrução de Lisboa:
          - ruas largas e geométricas com passeios calcetados;
            ______________________________________________________________
          - casas com fachadas iguais, da mesma altura e com estrutura anti-sismo (sistema de gaiola);
            ______________________________________________________________
          - rede geral de esgotos;
            ______________________________________________________________
          - reconstrução do Terreiro do Paço que passou a chamar-se Praça do Comércio.
            ______________________________________________________________
FIM




Rui Manuel da Costa Neto
A execução dos Távoras (alguns membros desta família foram executados publicamente, em
1759, sob a acusação de terem participado na tentativa de assassinato do rei D. José I).
A expulsão dos Jesuítas de Portugal.
Interior do Convento do Carmo após o terramoto de 1755.




O terramoto destruiu o Paço Real da Ribeira, os armazéns da Casa da Índia e cerca de 15 000
casas (das 20 mil existentes), 35 igrejas (antes eram 40), todos os 6 hospitais e 33 palácios.
Os principais responsáveis pelo plano de
reconstrução de Lisboa foram Carlos Mardel,
Eugénio dos Santos e Manuel da Maia.
Edifícios com fachadas iguais
                                 e da mesma altura na Rua
                                           Augusta.




Estrutura anti-sismo: sistema
          de gaiola.
O  Despotismo  Pombalino

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O Despotismo Pombalino

  • 1.
  • 2. O Despotismo Esclarecido ou Iluminado  No século XVIII, desenvolveu-se na Europa (Áustria, Prússia e Rússia) uma nova concepção do absolutismo, o chamado despotismo esclarecido ou iluminado: Nova concepção do absolutismo, segundo a qual o rei, cujo poder era “esclarecido” ou “iluminado” pela Razão, deveria reforçar e centralizar o seu poder de modo a governar em favor do bem-estar e do progresso do povo.  Em Portugal, o despotismo esclarecido ou iluminado foi aplicado no reinado de D. José I (1750-1777), por intermédio de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.
  • 3. O reforço do poder do Estado  O grande objectivo do Marquês de Pombal era fortalecer o poder do Estado e modernizar a administração. Nesse sentido, Pombal: - criou o Erário Régio (organismo que superintendia as finanças do Reino); - criou a Real Mesa Censória (substituta da Inquisição na censura à imprensa); - criou a Intendência-Geral da Polícia; - reorganizou o exército; - reorganizou os impostos; - reformou o ensino e a Inquisição; - aboliu a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos.
  • 4. A submissão dos grupos privilegiados e a promoção da burguesia  Para fortalecer o poder do Estado e modernizar a administração, Pombal teve que proceder, por um lado, à submissão da alta nobreza e da Companhia de Jesus e, por outro, à promoção da burguesia e da pequena nobreza: - Vários membros da alta nobreza foram perseguidos, presos e condenados à morte (ex: a família dos Távoras, acusados de tentarem assassinar o rei D. José I em 1758), outros viram os seus bens confiscados; - Os Jesuítas foram expulsos de Portugal e dos territórios ultramarinos, em 1759, devido a resistirem à autoridade do Estado e ao facto de constituírem um obstáculo às reformas do ensino, que estava nas suas mãos; - À burguesia (ligada às companhias comerciais, ao comércio com o Brasil e aos vinhos do Douro) e a uma parte da pequena nobreza concedeu muitos privilégios e foi com eles que constituiu uma elite social que o ajudou na sua política de centralização do poder e de modernização da administração e da economia.
  • 5. A política económica: o desenvolvimento comercial e manufactureiro  Para resolver a crise económica que afectava Portugal, apesar do grande afluxo de ouro brasileiro no reinado de D. João V, o Marquês de Pombal retomou a política mercantilista e tomou uma série de medidas para desenvolver o comércio e as manufacturas nacionais e para libertar o país da dependência económica em relação à Inglaterra:  Medidas para o desenvolvimento comercial (1753 a 1759): • Fundou a Junta do Comércio (organismo que controlava o comércio e as indústrias); • Criou grandes companhias de comércio, às quais concedeu o monopólio do comércio em determinadas zonas ou de determinados produtos:  Companhia da Ásia Portuguesa (1753);  Companhia do Grão-Pará e Maranhão (1755);  Companhia do Pernambuco e Paraíba (1759);  Companhia Real da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756);  Companhia de Pescas do Algarve (1773); • Proibiu a cultura da vinha em terras próprias para os cereais.
  • 6.  Medidas para o desenvolvimento das manufacturas (1764 a 1775): • Concedeu às manufacturas o monopólio da produção de determinados artigos; • Baixou as taxas alfandegárias sobre as importações de matérias-primas; • Criou e renovou oficinas e manufacturas; • Reorganizou as fábricas reais de lanifícios e a Real Fábrica da Seda; • Financiou a criação de fábricas de vidros (Marinha Grande), louças, cutelarias, fundição, papel e outras; • Fundou a primeira fábrica de refinação de açúcar.
  • 7. A cidade como imagem do poder: o urbanismo pombalino O Terramoto de 1755 Data: ________________________________________________________________ 1 de Novembro de 1755, cerca das 9h30m. Acontecimento: _________________________________________________________ Terramoto, seguido de um maremoto (Tsunami), que atingiu principalmente Lisboa, Setúbal e várias localidades do Algarve. _________________________________________________________ Consequências: ________________________________________________________ Morte de mais de 10 mil pessoas (numa população de 260 mil) e destruição de ________________________________________________________ muitos edifícios, monumentos, tesouros e obras de arte. A acção do Marquês de Pombal: ▪ _________________________________________________________________ Mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos; ▪ _________________________________________________________________ Mandou policiar as ruas e os edifícios mais importantes para evitar os roubos; ▪ _________________________________________________________________ Mandou elaborar um plano de reconstrução de Lisboa: - ruas largas e geométricas com passeios calcetados; ______________________________________________________________ - casas com fachadas iguais, da mesma altura e com estrutura anti-sismo (sistema de gaiola); ______________________________________________________________ - rede geral de esgotos; ______________________________________________________________ - reconstrução do Terreiro do Paço que passou a chamar-se Praça do Comércio. ______________________________________________________________
  • 8. FIM Rui Manuel da Costa Neto
  • 9. A execução dos Távoras (alguns membros desta família foram executados publicamente, em 1759, sob a acusação de terem participado na tentativa de assassinato do rei D. José I).
  • 10. A expulsão dos Jesuítas de Portugal.
  • 11.
  • 12.
  • 13. Interior do Convento do Carmo após o terramoto de 1755. O terramoto destruiu o Paço Real da Ribeira, os armazéns da Casa da Índia e cerca de 15 000 casas (das 20 mil existentes), 35 igrejas (antes eram 40), todos os 6 hospitais e 33 palácios.
  • 14. Os principais responsáveis pelo plano de reconstrução de Lisboa foram Carlos Mardel, Eugénio dos Santos e Manuel da Maia.
  • 15. Edifícios com fachadas iguais e da mesma altura na Rua Augusta. Estrutura anti-sismo: sistema de gaiola.