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  1. 1. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Abrantes F. Roosevelt 2014
  2. 2. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Livro: Ensaios Ideológicos Tema: Discursos Dialéticos da Ideologia Gênero: Filosofia Ano: 2014 Autor: Roosevelt Ferreira Abrantes Titularidade: Este é um Livro de Titularidade de Roosevelt F. Abrantes Editora: Editora Lascivinista / Produção e Publicação Independente Coletânea: Pensamentos Filosóficos Ano de Finalização Escritural da Obra: 2013 Data da Primeira Publicação deste Livro: 26 de Agosto de 2013 Contatos: End.: Rua das Palmeiras, n° 09 Residencial Parque das Palmeiras Vila Embratel – São Luís - Maranhão Cep.: 65080140 – São Luís – Ma País.: Brasil / Região.: Nordeste Tel.: (98) 9 9907-9243 / (98) 9 8545-4918 WhatsApp.: (98) 9 8545-4918 E-mail.: rooseveltabrantes@gmail.com Redes Sociais: Facebook.: https://www.facebook.com/rooseveltfabrantes Twitter.: https://twitter.com/rooseveltabrant Linkendin.: https://www.linkedin.com/in/roosevelt-f-abrantes-0b1b2426/ Instagran.: https://www.instagram.com/abrantesroosevelt/ Hotmail.: rooseveltabrantes@outlook.com Blogger: http://movimentolascivinista.blogspot.com/ Site.: http://movimentolascivinista.com
  3. 3. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia “A liberdade... É a única arma que não matar a alma... É a única expressão que não escraviza o corpo.... Mas ajuda a anular a opressão do seu algoz...” Maria Lívia Ferreira
  4. 4. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Autobiografia Nome: Roosevelt F. Abrantes Data de Nascimento: 26/02/1981 Data de Falecimento: XXXX Cidade Natal: São Luís Estado Natal: Maranhão País: Brasil Nome do Pai: João Costa Abrantes Nome da Mãe: Justa Maria de Nazaré Ferreira Abrantes Cônjuge: Ainda há Procura de um Grande Amor Verdadeiro Ocupação: Cientista Financeiro, Escritor, Poeta, Contista, Cronista, Fotografo, Grafista, Iluminarista e Influenciador Digital. Profissão: Analista Financeiro e de Investimentos Bairro onde Morou na Infância: Vila Embratel Locais onde Trabalhou: Staff Investimentos do Brasil Formação Acadêmica: Pós-graduação Completa Lugares onde Morou: Maranhão, Piauí, Recife, Rio Grande do Norte e São Paulo Ideologia Politica: Extrema Esquerda Gosto Musical: MPB, MPM e Rock Gosto Gastronômico: Carne de Sol, Frango Frito, Peixe Assado (Tambaqui), Arroz Branco ou Baião de Dois, Feijão Preto, Salada, Farinha e Molho de Pimenta. Religião: Agnóstica Altura: 1,75 Mts Etnia / Raça: Negra Cor da Pele: Preta Cor dos Olhos: Pretos e Pequenos Cor dos Cabelos: Pretos, Enrolados e Curto Postura Física: Reta e Firme Tipo Físico: Magro, Dedos Pequenos, Pés Pequenos e Pernas Compridas Tipo Físico Facial: Nariz Afilado, Cabeça Mediana e Queixo Redondo Trajes Habituais: Terno Azul, Blaiser Azul, Camisa Social Branca, Gravata Azul e Sapatos Sociais Pretos, Camisas Apolo Brancas, Causas Jeans Escura e Tênis Branco e Cinza Escritores Favoritos: Johann Wolfgang von Goethe, Lord Byron, Alvares de Azevedo, Machado de Assis, Fernando Pessoa, Jose de Alencar e Gonçalves Dias Pintores Prediletos: Leonardo di Ser Piero da Vinci, Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, Rafael Sanzio, Vincent Willem van Gogh e Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi Botticelli Músicos Preferidos: Ludwig van Beethoven, Johann Sebastian Bach, Johannes Brahms e Wolfgang Amadeus Mozart Título Poético: Curiosidade:
  5. 5. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Idade Atual: 41 anos Orientação Sexual: Heterossexual Heterônimo: Não possuir Historiografia: 1981 - XXXX Autor/Criador: Roosevelt Ferreira Abrantes Abrantes F. Roosevelt
  6. 6. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia “Por que os homens se mutilam por dinheiro.... Por que os homens ardem em suas vaidades.... Por acaso não sabem que a vida é apenas um espelho... Nada é real... Tudo isto é um reflexo de deus.... Apenas isso e nada mais.... A liberdade.... É a única arma que não matar a alma... É a única expressão que não escraviza o corpo.... Mas ajuda a anular a opressão do seu algoz... Rusgat Niccus
  7. 7. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Introdução A Ideologia, em um sentido amplo, significa aquilo que seria ou que é ideal para uma civilização, sociedade ou povo. Este termo possui diferentes significados, sendo que no senso comum é tido como algo ideal, que contém um conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo ou de um indivíduo ou de um determinado grupo, orientado para suas ações sociais e políticas. Entretanto, diversos autores utilizam o termo sob uma concepção crítica, considerando que ideologia pode ser um instrumento de dominação que age por meio de convencimento; persuasão, e não da força física, alienando a consciência humana. O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy e o conceito foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante. E ainda de acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade, impondo a maioria da população o usufruto da pobreza extrema. No século XX, várias ideologias se destacaram: 1- A Ideologia Fascista, implantada na Itália e Alemanha, tinha um caráter militar, expansionista e autoritário; 2- A Ideologia Comunista, disseminada na Rússia e outros países, visava a implantação de um sistema de igualdade social, porem subversiva e criada para uma pequena parcela da população; 3- A Ideologia Democrática, surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e têm como ideal a participação dos cidadãos na vida política; 4- A Ideologia Capitalista, surgiu na Europa e era ligada ao desenvolvimento da burguesia, visava o lucro e o acúmulo de riqueza; 5- A Ideologia Conservadora, são ideias ligadas à manutenção dos valores morais e sociais da sociedade; 6- A Ideologia Anarquista, defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder; 7- A Ideologia Nacionalista, é aquela que exalta e valoriza a cultura do próprio país; E 8- A Ideologia de Gênero, a "Ideologia de gênero" é um conceito que ficou popularmente conhecido, mas é preciso tomar cuidado ao usar esta expressão quando se fala sobre questões de gênero. É importante saber que, nesse caso, a expressão não é a mais adequada, já que a palavra ideologia significa "conjunto de ideias ou princípios sobre um assunto". O Gênero é definido como a maneira que uma pessoa se auto identifica e se percebe como indivíduo (homem ou mulher) no mundo, o que pode acontecer independentemente da sua sexualidade biológica, ou seja, do sexo com que nasceu. Existem teorias que defendem a existência de apenas dois gêneros (masculino e feminino), mas também há estudos que sugerem a existência de uma
  8. 8. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia diversidade de gêneros, que podem ir além desses dois conceitos que se conhece hoje no mundo. Pesquisadores do assunto defendem que a identificação com um determinado gênero é resultado de uma construção histórica, social e cultural. E de acordo com estes estudos, a noção de gênero não seria uma escolha feita conscientemente. Assim, a identificação com um gênero não seria uma escolha pessoal, mas o resultado de uma soma de fatores: a convivência de uma pessoa com certos valores sociais e culturais, além da percepção sobre sua própria identidade. Neste livro trataremos apenas da Ideologia de Gênero que se refere a um determinado e especifico assunto ou ideia. Contextualizado na compreensão holístico de um fato especifico. A Ideologia na Filosofia tem Hegel como patrono maior, este filosofo abordou a ideologia como uma separação da consciência em relação a si própria. Marx porem, utilizou essa concepção hegeliana para diferenciar dois usos diferentes do conceito de ideologia: 1- O primeiro que expressa a ideologia como causadora da alienação do homem, através da separação da consciência; e 2- O segundo que contempla a ideologia como uma superestrutura composta por diversas representações que compõem a consciência. Mas para Karl Marx, a ideologia mascara a realidade. Os pensadores adeptos dessa escola consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. A Ideologia na Sociologia descreve uma ideologia como uma associação de representações e ideias que um determinado grupo social produz a respeito do seu meio envolvente e da sua função nesse ambiente. Existem ideologias políticas, religiosas, econômicas e jurídicas. Uma ideologia se distingue de uma ciência porque não tem como fundamento uma metodologia exata capaz de comprovar essas ideias. Mais sim composições e posições dialéticas. O grupo que defende uma ideologia frequentemente tenta convencer outras pessoas a seguirem essa mesma ideologia. Assim, existem confrontos ideológicos e consequentemente ideologias dominantes (hegemônicas) e dominadas (subordinadas). Abrantes F. Roosevelt
  9. 9. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Capitulo I A Ideologia Filosófica... O idealismo como conhecemos atualmente é algo muito importante para os milhares de movimentos sociais, civis e políticos de nosso tempo. Diversas correntes político-partidárias, regimes de governo, revoltas civis, movimentação social, e até agitações trabalhistas, usufruíram, beberam e regozijaram com afinco destes ensinamentos filosóficos, legados pelos idealistas e concretistas do pensamento socialista. O idealismo filosófico nasce provavelmente na Alemanha, onde as ideias de sociedade, ou de ciência social, ficam mais claras e evidentes. Assim como a Grécia surgem como berço da democracia, a Alemanha erguesse como lugar de origem do entendimento da sociologia moderna, influenciando trabalhadores, empresas, instituições e toda a sociedade contemporânea de nosso tempo, Muitos aspectos sobre as verdadeiras aparências sociais que modelam a vida do homem sobre a terra, ficam evidentes, ou seja, a vida pessoal é regimentada sobre aspetos puramente econômicos e não por causalidades de escolhas ou determinismos. Isto fica mais evidente, principalmente com o surgimento de uma nova classe social predominante, que se constrói e afirma-se sobre um sistema econômico, baseada regimentalmente sobre o predomínio dos modos e meios de produção. Esta nova ordem de domínio social, rapidamente se estabelece por meio do capital social, centrado na figura das fabricas e dos donos destas fabricas. Fatores que se consolidaram ainda mais durante a criação das cidades, e do alto êxodo rural do homem camponês. A formação destas cidades geralmente estabelecia-se nos arredores destas fábricas, os trabalhadores exerciam atividades laborais exaustivas, entre 10 e 20 horas por dia, muitos deles conviviam com péssimas condições de trabalho, fabricas sujas, insalubres e poluídas, além de terem uma alimentação degradante, e baixíssimos salários. Os muitos pensadores desta época identificaram a sociedade burguesa e o seu novo sistema econômico, e a declararam como perigosas e destrutivas para a sociedade humana. A subjugação dos homens pelas maquinas ficavam evidentes, quando se observava a forma de trabalho e a separação destes modos de produção. Havia uma divisão do trabalho que os alienavam até do que eles mesmo produziam. Homens que construíam caros que nunca poderiam adquirir, homens que fabricavam navios e nunca viajariam neles, homens que construiriam pontes que jamais atravessariam, homens que fabricavam maquinas e outros bens que nunca possuiriam.
  10. 10. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia A desigualdade social estava nivelada devido a contratualidade objetada nas fabricas, o reflexo destas organizações eram um espelho converso refletido para as ruas da imundas e insalubres da Inglaterra, da Alemanha e de diversos outros países europeus. Os meios de produção e os modos produção eram o segredo industrial que garantiriam a riqueza do homem burguês. A terra e o que se produzia nela, não eram o mais importante para o rico industrial, mais a transformação e o beneficiamento do produto oriundo da terra, era o que gerava valor e riqueza, e neste aspecto, o mais importante para o capitalista. O nivelamento da sociedade, agora subdividida por padrões e normas economicamente bem delineadas, delimitaria de forma organizada a divisão de classes, imitando copiosamente a divisão do trabalho que já existia nas fabricas. A manutenção desta divisão humana, agora submetida a uma divisão em classes sociais, vislumbra novos desafios empregados pelas circunstancias da subsistência. No entanto, as tramas que envolvem a subjugação e o cárcere desse novo homem que surge como trabalhador operário, sem posses ou se meios de produção, agora é enxergado como um objeto atenuado e de fácil exploração, sumariamente condenado a sua nova e eterna condição de assalariado. A realidade é que as fabricas deixavam os trabalhadores cada vez mais pobres e doentes, tendo o seu salário que recebiam a função ímpar de apenas garantir o mínimo possível para comer, vestir e as vezes pagar o aluguel de suas casas decrépitas, aquilo era o mínimo afiançado para não morrerem de fome. Os familiares destes trabalhadores eram submetidos a situações ainda mais lúgubres e desumanas, seus filhos geralmente prestavam trabalhos diversos nas casas de ricas famílias industriais, alguns tornavam-se empregados domésticos, outros de maneira informal cuidavam de propriedades e posses particulares, vários transformavam-se em comerciantes ambulantes, as meninas tinham uma vida mais dura, algumas desde de novinhas eram aliciadas e estupradas pelos donos destas ricas casas industriais, depois de moças e se não tivessem filhos, viravam prostitutas para não morrerem de fome e ou de frio. Muitos operários sem perspectivas de futuro, ficavam sujeitos a toda forma de exploração e de destituição, submetendo-se claramente aos piores tipos de trabalhos e salários. Os aspectos sociais neste momento histórico, tornaram-se mais evidentes e muito mais desiguais durante o processo de afirmação e de consolidação do sistema capitalista. O que revolveria o salário pago pelas fabricas, um motivo a mais de aceitação social, condicionado a afirmação de subsistência, minimizando as qualidades humanas ao sustento familiar. O dinheiro pago pelo industrial era agora um instrumento de apaziguamento igualitário, agindo como um regulador de conflitos sociais, e que ao mesmo tempo gerava grave pobreza e muita desigualdade, o salário era um deus visível
  11. 11. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia ostentado pela força da subsistência humana, um impresso sociológico substituído pela fé divina exclusivamente oferecida pela igreja. As fabricas delimitavam uma nova ordem social, administrada agora através dos agentes da subsistência existencial, um equilíbrio social antes ratificado pela missão religiosa católica, que catequisada de forma sistemática e impositiva a publicação de devoção irrestrita a pobreza, uma oratória alienadora que apaziguava os conflitos sociais existentes entre os ricos e os pobres. Estas regras estabeleciam-se cada vez mais por meio desta nova autoridade econômica que se manifestada também pelos vieses políticos, sociais e culturais. O capitalismo apesar de não ter um deus que as condenassem a serem eternamente pobres, formulava-se por traz de um tipo de divino muito menos sobrenatural, apático e insensível, dando lugar a um bem real, afável e concreto, um ser que poderia ser visto, usado e determinado pelas circunstâncias, designado pelas suas duas faces de uma mesma moeda, as vezes banhado em prata, níquel e bronze, estilizando-se em um bom papel moeda e nascido exclusivamente das formas, dos meios e dos modos de produção. A manutenção da produção industrial foi primariamente garantida através da propaganda capitalista, impulsionada pelos novos burgueses, usando a visão de mundo idealizado segundo as suas crenças, vivencias sociais e das imposições de poder manifestadas pelas autoridades concretistas do novo modelo de capital social. Uma visão social que beneficiaria o burguês, contra posicionando negativamente, a ideal de unidade dos proletariados. A campanha capitalista dos novos burgueses buscava recrutamento de mãos de obra barata e numerosa, os futuros operários das fabricas deviam esta submissos e totalmente entregues as novas formas de opressão social. A propagando fabril foi divulgada e impulsionadas de forma experimental no seio do campesinato feudal, muitas promessas, divulgavam de forma mentirosa, a garantia de mudança de vida por meio do trabalho que seria executado nas fabricas. O fato de ganhar muito dinheiro e de morar confortavelmente nas cidades, atraiam os olhares de muitos camponeses falidos e pobres da zona rural. Muitos acreditavam que o trabalho nas fabricas, garantiriam melhores condições de vida e menos fome, este idealismo capitalista fez com que muitos homens deixassem as suas casas, os seus campos, e até as suas poucas terras inférteis, para viverem nas grandes cidades. A vida estava regulamentada pela burocracia, e a terra não podia garantir o sustento digno do homem do campo. A concentração de grandes latifúndios, e a mecanização do sistema de produção agrícola, diminuía o número de trabalhadores, encurtava o tempo na colheita e baixava o salário do camponês.
  12. 12. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia A terra também estava ficando mais escassa e as grandes fazendeiros, promoviam a concentração da terra nas mãos de poucos, excluído os pequenos produtores do sistema agrícola e pecuário. A produção de subsistência também estava ameaçada pela incorporação empresarial da terra, os grandes latifundiários, ameaçavam as pequenas propriedades, dificultando as vendas e o escoamento de sua produção, aumentando os níveis de competitividade, inutilizando as terras de arredamento, aumentando o preço de insumos, e evitando o acesso a investimentos, o aluguel da terra e de equipamentos também ficava mais caro e inviável, fatores que empobreciam ainda mais o homem do campo.
  13. 13. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Capitulo II Realidade Materialista do Homem... A tentativa de entender e de modificar o mundo sempre foi algo intimamente pensando e buscado por muitos filósofos durante todo o trajeto do homem filosófico sobre terra. Os gregos e os Romanos idealizam um mundo filosófico voltado para as forças divinas, em explicações terrenas para os acontecimentos naturais. A realidade habitual da vida cotidiana sempre foi tratada como algo muito ruim, penoso e sofrido. A vida em todas as suas nuances, traziam muitas dores, medos, incertezas, conflitos, ansiedades e muitas perspectivas de abandono e solidão. Muitos pensadores percebiam que apenas ter o entendimento sobre o mundo, e conceber as relações que ele promovia sobre a sociedade não era o bastante para viver, para se ter um resultado melhor, era preciso fazer modificações e reconstruí-lo. Essas construções eram compreendidas através da abstração do pensamento para externa-las, ou absorvidas da ideia de um padrão divino, ou até mesmo a partir do movimento materialista que as pessoas produziam sobre o mundo para causar ideia de valor social. No entanto, foi preciso que os homens formulassem todas estas objeções para entender melhor o mundo e as suas condicionantes invariáveis. O homem é um ser transformador do seu espaço geográfico e de sua história, porém, as muitas condicionantes que envolvem as suas diretrizes podem ser determinadas por forças que ele não pode modificar ou mudar, tornando um ser condicionável as ações e aos movimentos sociais, econômicos e políticos que regem e regram o momento histórico em que vive. O mundo social deve ser entendido como uma quebra-cabeças notabilizados por regras éticas ou não tão éticas administradas por movimentos dominantes e atípicos de um certo e pequeno grupo social, que luta pelos seus próprios e famigerados interesses. Quando visualizamos a história das ideologias, sejam elas políticas, sociais, econômicas e religiosas. Verificamos que nenhuma delas possui as suas lutas direcionadas a um bem comum, a uma coletividade, mas a um pequeno e seleto grupo. Observa-se que a democracia, a monarquia, o presidencialismo e parlamentarismo, apesar de distintos, formulam normas e regras para aparentemente beneficiar o povo, a coletividade que governam, mas em pratica apenas buscam eleger um líder para beneficiar um grupo, uma família, um reduto, ou um aglomerado institucional. Esta mesma problemática é verificada no capitalismo, socialismo, anarquismos, comunismo, nazismo e no fascismo, movimento ou grupos sociais que usam
  14. 14. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia absurdamente do populismo para se aproximar do povo de maneira arbitrária e opositiva, agindo através de catequização, recrutamento, imposições, alienação, normas e regras, motivados pelo intuito de prescrições idealistas, as vezes orquestrados por afirmações absolutistas de poder unificado, baseado no nacionalismo e na massificação do pensamento, com claras evidencias uniformizadas, repressivas, totalitaristas e até ditatoriais. Ressalta-se que neste entendimento holístico sobre as atividades humanas, na classificação de sociedade, existe uma modelação e restrição do homem como ser independentes de suas ações, liberdade refrataria condicionada pelos sistemas que vigoram no momento de sua existência. Um fator que impediria o homem supostamente livre, gozasse de suas liberdades individuais para mudar o seu contexto histórico, evidenciando que este individuo até poderia mudar a sua própria história, mais seria pouco provável, que este homem ao reagir e a produzir ação sobre o contexto histórico em que está inserido, provocasse mudanças sociais tão precisas e importantes, quanto desejasse inferi-las no comportamento das causalidades. Neste sentido, não há uma formula mágica para idealizar um mundo melhor, e mesmo que esse artificio existisse, oportunizando a este homem, uma espécie de poder sobrenatural, um adendo dentro da existência histórica, permitindo a promoção ou provisionamento da destruição deste mundo, ofertando a sociedade concretista, a construção de um novo mundo sobre o viés de um mundo ainda melhor, ainda que isso fosse possível, haveria discórdia, existiria contrapontos, dissidentes e contrassensos dos descontentes. Uma probabilidade que nos leva a garantia de viver exclusivamente o mundo real e não o de imagina um sonho indisponível, baseado em um mundo idealizado. A primeira ideia de aceitação da realidade materialista de mundo, aberta inicialmente por Nietzsche, acolhe perfeitamente as suas condições políticas, sociais e econômicas de vivermos de forma satisfatória neste nosso velho mundo, aceitando-o infelizmente como ele se apresenta a sociedade. A aceitação materialista do homem é a única condição sensata, digna e coerente para entender e receber o mundo em que vivemos diante de tantas aflições, contradições, incerteza, dualidades e conflitos que maquiam e manipulam a realidade. Nietzsche estava certo em suas proposições de aceitação do mundo, viver a realidade que lhe fosse apresentada, sem tentar muda-la ou transforma-la, mesmo que enquanto realidade única de existencialismo do homem sobre a terra, isto fosse um pouco inconcludente com as muitas mudanças que o homem promove diariamente em sua própria vivencia. A ficção ditada por sonhadores não seria algo viável, o sonho estava fora da realidade do existencialismo histórico do homem moderno. Um fato que descartava as predileções de mudanças no seio da sociedade impregnada por factualíssimo.
  15. 15. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia No entanto, é preciso que levemos Marx com um certo apreço no tocante de suas proeminentes ambições de mudanças no sistema societário do nosso organismo social. Observa-se que o a forma de idealismo social que Karl projetou para mudar o mundo, era muito romântica e até pouco provável. Mais as ideais e motivações de transformações são significativamente solidas e viáveis. O homem é sim um ser modificador e transformador de sua realidade, o que ele precisa é se livrar do idealismo filosófico e praticar a disponibilidade de alteração dos sistemas de dominação pelos de coerência coletiva da maioria, eliminando a maioria consensual e burocrática. O homem deve se livra das influências de se dominador, criando as suas próprias concretizações de sociedade, baseados na qualidade de vida ambicionadas para um coletivo e não para um grupo. Todos os idealismos filosóficos são gerados para realiza dominação de poder monocrático, formalizado para um grupo, uma quadrilha, um seleto time de marginais individualista que se auto promovem e se auto declaram como donos da verdade e das qualificações sociais. Observa-se que o capitalismo, o socialismo, o imperialismo, o comunismo e tantos outros ismos, não são criados para representar, lutar, expressar e identificar uma luta coletiva, estes idealismos filosóficos, são formalizados para representar um grupo pequeno e restrito de pessoas. Estes ismos não são idealizados para o beneficiar o povo, pelo contrário, eles são erigidos para manipular, pacificar, ludibriar é apaziguar emoções, conflitos e revoltas. Estes idealismos são verdadeiras religiões sociais, criadas para calar e massificar sensações de representatividades, com o único intuito de controlar e bestificar o povo. As ideologias existem para controlar e bestializar o povo. Não existe cordialidades e identificação de causa, não representatividade, existe somente o uso desta massa humana em função de uma proposito individualista de um único grupo. O que existe é uma individualidade no exercício do coletivismo. Um grupo que usa um sentimento se massa para alto promoção de desejo de um grupo ou sistema. O povo em toda a história da humanidade sempre foi usado para um fim monetário de um pequeno e seleto grupo social, fatores que desvirtuam a ideia de uma sociedade igualitária. É claro que a morte do idealismo filosófico sobre a concepção de sociedade deve ser arduamente imposta e aniquilada, e isto deve ser um consenso contratual feito entre os homens e não entre ideias, não se habilitando apenas na idealização filosófica do realismo ideológico. É preciso, neste aspecto, pensar em uma forma mais justa, coesa e equilibrada de uma sociedade igualitária e uniforme. Unicamente pensado e precisa, sem os moldes improváveis e soturnos dos sonhos de Marx, porém, sem a aceitação ateísta de Nietzsche sobre os aspectos formalistas de uma sociedade imutável,
  16. 16. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia apresentada como formula universal da visão trágica de um mundo sem outras possibilidades. Neste aspecto fica claro que o pensamento de mudanças sociais idealizadas por karl Marx, devem e podem ser sempre infinitamente melhoradas, estabelecendo- se para isso, alguns parâmetros, enquadramentos e adicionamentos importantes aos seus questionamentos e infusões, observando sempre para os novos pensadores e teorizadores sociais que as ideias de Marx nunca podem ser completamente descartadas, inutilizadas ou desqualificadas. Afinal o mundo e a sociedade não podem apenas serem observadas, estudas e entendidas segundo a formulação de um ideal concretista e imutável, eles devem ser ordenados e apresentados conforme as necessidades das pessoas, necessitando estes interesses de enquadramentos constantes da vida em comunidade, algo que garanta a sustentabilidade, a qualidade e o conforto destes cidadãos, ressaltando que a idealização social pode ter um desdobramento intrínseco dentro da realidade vigente, e que deve ser estabelecido no pensamento filosófico a matriz para muda e transforma a existencial social.
  17. 17. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Capitulo III O Modo de Vida Capitalista... O sistema capitalista atual é algo presente e até onipresente na vida de todas as pessoas do planeta, a identificação da nossa forma de entender o mundo, hoje se mistura com a forma de viver no mundo. É importante entender que todos os sistemas sociais interferem, manipulam, condicionam e reformulam a forma e o modos de como vivemos neste sistema integrado. Tudo o que fazemos em nossa vida é sistematicamente programado por um grupo, sistema, organizações, instituições ou leis. A forma de como enxergamos o mundo é reflexo de uma doutrinação imposta por um grupo dominante que regulamenta e formaliza todo um sistema de classes. A religião, a família, o grupo social, as escolas, as empresas, os dias da semana, o registro dos horários, o tempo, o seu trabalho, os intervalos alimentares (café da manhã, almoço e o jantar), o horário para dormir, o horário para acorda, o seu lazer, os seus amores, os seus ódios, o seu ciclo social, a sua renda, a sua educação, o seu preconceito, a sua aceitação e até a sua roupa, foi modelado por um grupo dominante. É irracional pensar que o mundo e a vida que vivemos se restringe a apenas ao nascer, consumir e morrer. A vida deveria ser mais do que uma agenda cíclica e pobre. Mas é exatamente como o sistema capitalista vem nos programando, apesar de acharmos que a nossa vivencia seja algo natural, é preciso entender que tudo que existi no mundo, foi algo programado e sistematizado por alguém ou por um grupo. Somos uma espécie de fazenda de formigas de um produtor, realizando processos mecânicos, trabalhando para alimentar um sistema que nunca tem fim em si mesmo, mas recomeços em nosso próprio fim. Grande parte deste sistema é alimentado pelas ideologias de classes, impostas de cima para baixo, sistematizando toda uma significação existencial para um grupo que não possuir base social solida e de identidade. O que gera fácil dominação social onde não há identificação alguma de comportamento no sujeito da ação. O sistema capitalista age como este sujeito da ação, oportunizando uma falsa identificação de idealismo social. O sistema capitalista vem durante todos estes anos de dominação absoluta, produzindo diariamente, milhares de robôs orgânicos, verdadeiros organismos vivos, mecanicamente programados para produzir manufaturados em sua linha de confecção fabril. Para o sistema capitalista, a existência humana é apenas baseada no modo e nas formas de como o sistema fabril reproduz o seu sistema de dominação, sendo parte de uma engrenagem que pode ser facilmente descartada e substituída. Produzimos valor e riquezas, mais não somos valorosos neste sistema de descarte, pois o exército de mão de obra trabalhadora que existe no mundo, este enorme excedente de pessoas disponível, facilita a substituição e o descarte deste proletariado.
  18. 18. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Neste sentido holístico é impossível imaginar que o propósito da vida, seja apenas nascer, reproduzir, trabalhar, consumir, comer, dormir e morrer. A vida tem muitas diversidades e possibilidades de convivência e vivencias, mais a massificação do pensamento, produzida pelos vários braços do capitalismo, busca todos os dias nos alienar, enclausurar e reter-nos em seu ciclo eterno de produção e consumo. O capitalismo desde o seu surgimento após o fim do feudalismo, já passou por várias fazes, períodos e transições. Resinificando e atualizando-se conforme as mudanças da sociedade. Reforçando-se, inventando-se e criando novas formas de subsistência, existência e importância. O capitalismo industrial foi o berço de várias outras formas de capitalismo que conhecemos hoje no mundo, este sistema somente conseguiu resistir e sobreviver devido as diversas e múltiplas alterações ocorridas dentro da sociedade, modificações impositivas registradas nas próprias ambições e nos desejos dos homens modernos e individualizados, homens renascentes e criados depois do sistema fabril dos modos e meios de produção em grande escala, uma sociedade que vem reproduzindo-se e ampliando-se com as aspirações deste novo mundo que se ergue, homens que viram na propriedade privada, uma força para realizar aspirações pessoais que tanto almejaram e desejavam. Após o capitalismo industrial observamos que esse sistema precisou se reinventa para se consolidar dentro de uma sociedade que ainda passava por muitas mudanças e vários questionamentos internos. A ascensão definitiva do capitalismo ainda precisou de novos moldes e invólucros para recriar sistema econômicos e adapta-se ao próprio tempo e vivencia que reformulou para a humanidade. Neste aspecto surgiram o Capitalismo Comercial, Capitalismo Industrial, Capitalismo Financeiro e o Capitalismo informacional. Todos eles sendo substituídos e atualizados conforme a sua forma, meios e modos de sua produção, estabelecendo e afirmando-se na manutenção e na dominação do sistema econômico.
  19. 19. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Capitulo IV O Materialismo Histórico Dialético na Ideologia... O Materialismo Dialético é uma compreensão filosófica, baseada em um método científico que defende que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos, podem modelar tantos os animais racionais (Aqueles libertos de sua prisão psicológica), quanto os irracionais (Aqueles presos em seu cárcere Emocional). Influenciando neste aspecto diretamente a sociedade e a cultura que estão inseridos, modelando a si mesmo enquanto objetos da ação social, ou seja, a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social. Este pensamento dialético idealizado por Marx contrapõe-se ao pensamento dialético idealista imprimido por Hegel, modelo que também foi fundamentado por outros adeptos do pensamento divino. Um modelo amplamente defendido e idealizado por Frédéric Hegel. Estes pensadores acreditam que o ambiente e a sociedade, possuem as suas bases existenciais no mundo das ideias, são criações divinas seguindo as vontades das divindades ou por outra força sobrenatural. A Dialética Materialista expressa um necessário e mais elevado patamar de reflexão, com características muito mais libertas e mais concretas do que o a dialética idealista, portanto, mostrando-se mais livres das amarras dogmáticas e anticientíficas da concepção teológica do mundo, e mais conforme com os desenvolvimentos intelectuais e científicos proporcionados pela astronomia, biologia, física, química e, especial, com a teoria darwinista de origem do homem. No século XIX muitos pensadores alemães identificaram que houve uma forte efetivação da burguesia e agressivas implantações do capitalismo industrial. Este momento social e laboral na história, foi observado de perto por Marx e Engels que identificaram mudanças enérgicas e extremas na engrenagem do sistema social vigente de sua época. O materialismo histórico apresentado como uma reflexão e explicação de um sistema social é uma teoria política, sociológica e econômica desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX que tem como objeto de estudos a sociedade burguesa. Os pensadores haviam entendido que o século XIX, vivente da alta modificação social propiciada pela Revolução Industrial, possuía uma nova configuração, baseada na força de produção da burguesia e na exploração da mão de obra da classe trabalhadora por parte da classe burguesa, que era dona das fábricas e dos meios de produção. Os sociólogos também entenderam que sempre houve um movimento histórico de luta de classes na sociedade e que esse movimento era a essência da humanidade. A teoria de Marx e Engels divergia do idealismo alemão, principalmente de Hegel, que entendia haver um movimento intelectual de cada
  20. 20. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia época que influencia as pessoas. Para Marx e Engels, eram as pessoas que faziam a sua época. O materialismo histórico e dialético é o nome estabelecido para a teoria desenvolvida por Marx e Engels para explica o fenômeno social que surgia em sua época. Marx realizou estudos econômicos publicados na série de livros O capital, em parceria com Friedrich Engels, bem como escreveu e teve a publicação póstuma de seus Manuscritos econômico políticos, em que estudou a organização política da Europa após a Revolução Industrial. Marx foi profundamente influenciado pelo filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel, que havia formulado uma teoria dialética baseada na ideia da formação de um espírito de época, que, segundo seu autor, era uma espécie de ideia metafísica e coletiva que fazia com que as pessoas vivessem de certo modo e sobre a regras desta natureza divina. No início, Marx foi adepto dessa teoria, porém, com o passar do tempo, ele percebeu contradições internas nestas formulações. Uma delas foi a ideia de imobilidade das classes sociais. Enquanto a teoria hegeliana admite uma imobilidade metafísica das classes, Marx admitia ser possível o oposto, havia uma subversão das classes. Tal subversão somente seria possível por meio de uma revolução. Para Marx e Engels, há uma contradição interna no sistema capitalista que faz com que os trabalhadores (os proletariados), vejam-se como produtores de tudo por meio de sua força de trabalho, mas excluídos do sistema educativo, de saúde e de segurança. Os trabalhadores produzem, mas não conseguem acessar aquilo que é deles por direito. A burguesia, por sua vez, não trabalha (na ótica marxista, os burgueses apenas administram aquilo que o proletariado produz), mas desfruta daquilo que rende do trabalho proletário e ainda tem acesso aos serviços de saúde, educação e segurança. Essa contradição fez com que Marx e Engels pensassem em uma aplicação prática das ideias resultantes do materialismo histórico dialético. Para os teóricos alemães, os trabalhadores deveriam tomar consciência de classe e perceber que estão sendo enganados nesse sistema. A partir desta reformulação idealistas, eles deveriam unir-se e tomar o poder das fábricas das mãos da burguesia e o poder do Estado, que, segundo Marx e Engels, serve à burguesia. A revolução do proletariado, como Marx denominou, seria a primeira fase de um governo que tenderia a chegar ao seu estado perfeito, o comunismo, uma utopia em que não haveria classes sociais (como burguesia e proletariado). No entanto, para isso, seria necessário um governo ditador baseado na força proletária, a ditadura do proletariado. Durante esse tempo, as classes sociais seriam suprimidas pela estatização total da propriedade privada.
  21. 21. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia O materialismo histórico pretende, inicialmente, romper com qualquer tradição idealista. Para Marx, o idealismo está apenas no plano ideal e não consegue concretizar nada que de fato modifique a sociedade. A pretensão de Karl Marx era promover uma revolução social que subvertesse a ordem vigente de poder da classe dominante sobre a classe dominada. Nesse sentido, a característica fundamental do entendimento do materialismo histórico é a mudança social, de modo que o proletariado possa acessar o poder e estabelecer um governo de uniformidade social. A teoria marxista entende que a humanidade se define por sua produção material, por isso a palavra “materialismo” no nome de sua teoria. O marxismo também entende que a história da humanidade é a história da luta de classes, colocando, assim, as classes sociais como opostas. Nesse sentido, há uma relação dialética entre as classes, o que confere o termo “dialética” ao nome da teoria marxista, afastando-se de qualquer sentido dele antes proposto por Hegel ou por Platão. O materialismo dialético é, então, o entendimento de que há uma disputa de classes sociais histórica desde os primórdios da humanidade e que ela está condicionada à produção material (trabalho e resultado do trabalho) da sociedade. O problema é que, na ótica marxista, o proletariado trabalha e a burguesia desfruta do lucro proporcionado pela classe operária por meio da apropriação do trabalho e do que Marx chamou de mais-valia (excedente do valor trabalho da classe proletarizada). A mais-valia é, para o autor, a diferença de preço entre um produto final e sua matéria-prima. Essa diferença é acrescentada pelo trabalho impresso sobre o produto, e, segundo Marx, todo o trabalho é feito pelos trabalhadores, enquanto a burguesia apenas desfruta do lucro. O lucro recebido pela burguesia é uma espécie de apropriação do trabalho do operário, que possui a sua força de trabalho usurpada e falsamente recompensada por um salário. Muitos outros filósofos como Émile Durkheim, Devid Ricardo, Adam Smith e Marx Weber também notaram estas mudanças sociais, bem como o estabelecimento dos modos de produção desta nova sociedade, identificando inclusive fortes alterações nas novas formulações das classes sociais que surgiam destas interações, fatores que transformavam as relações de consumo a partir dos meios de produção, resinificando as propriedades e bens dos capitalistas que agora possuíam valores imobiliários, características financeiras, bem distintas dos bens feudais que antes esta classe possuía no conjunto de suas posses. Estes modos de produção estavam modificando, enquadrando e dividindo as classes sociais, fazendo-as tomar caminhos diferentes no curso da história social, separando-as por níveis e grau de recursos.
  22. 22. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Estas analises também possibilitaram entender movimento histórico e social dentro das camadas da sociedade, observando que a diferenças de classes já existia, mais uma divisão por recursos e bens imobiliários era novidade para a sociedade de sua época. Estes estudos geraram duras críticas à sociedade capitalista que nascia das fabricas, modelo sistemático que especializava-se na formação de um novo meio social estrutural, estabelecido por um novo padrão de poder, ressaltado da ideal de classe dominante, proveniente agora do monopólio dos meios e modos de produção, fatores que suscitavam contradições decorrentes, estabelecendo divisões, e fomentando distanciamento entre os indivíduos, uma fratura social que mostrava dois lados de uma única sociedade, enquanto que de um lado prevalecia o privilégio existencial de poucos, em outro, havia o sofrimento e a carência das massas proletárias (nascia aqui na visão de Marx, uma luta de classes estabelecida com a divisão do trabalho). As observações sobre este novo sistema social que nascia nos céus cinzentos da Europa, revolviam-se nos pensamentos de luta social sobre o que se dividia nas fabricas e nas industriais, neste entendimento de divisão social, destacam- se os pensadores, Karl Marx e Friedrich Engels. Ambos elaboram uma nova concepção filosófica do mundo, o “materialismo histórico e o materialismo dialético”, e, ao fazerem a crítica da sociedade em que vivem, apresentam propostas para sua transformação da sociedade, exercitando e externalizando o socialismo científico, implantável por meio da revolução do proletariado. O materialismo histórico dialético é então idealizado como uma corrente filosófica que utiliza o conceito de dialética para entender os processos sociais ao longo da história. Essa teoria cientifica externa a origem do marxismo socialista, criada por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), que juntos consolidam as bases desse pensamento filosófico, para entender o novo mundo social que se ergue na formação da burguesia industrial. Ainda nesta época foi identificado como as relações sociais estavam inteiramente interligadas às forças produtivas, correlacionando e coexistindo entre si mesmas as dualidades de suas manifestações históricas. E adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, a forma de se enxerga e viver no novo mundo, fatores que modificavam todas as relações sociais existente até aquele momento histórico. Karl Marx afirmava que o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é realizada constitui o fator determinante da organização política e das representações intelectuais de uma época. A base material ou econômica constitui a "infraestrutura" da sociedade, que exerce influência direta na "superestrutura", ou seja, nas instituições jurídicas e políticas, que são as leis e o Estado, e também ideológicas como as artes, a religião e a moral da época.
  23. 23. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Neste entendimento devem ser interpretados como uma dialética histórica, pois não se pode analisar um separado do outro (o material separado do ideal), no caso, a infraestrutura separada da superestrutura. A superestrutura só existe tal como existe por relacionar-se com a infraestrutura e vice-versa. Então, por serem uma relação, um somente existe tal como é por existir o outro, um, no plano material é o outro no plano do ideal. A dialética marxista propõe que tudo o que é criado pelo ser vivo, tanto um produto moral, quanto material, não somente modela o local ou meio de vivência do indivíduo, como também seu próprio ser, em que o trabalhador ou ser social age e pensa coerentemente com suas condições de vida estabelecidas na sociedade devido aos diferentes tipos de atividades produtivas e sobretudo pela exploração exercida sobre o trabalhador pelo detentor dos meios de produção, para um maior desenvolvimento monetário e obtenção de maior lucro. Segundo Marx, a base material é formada por forças produtivas que são as ferramentas, as máquinas, as técnicas e tudo aquilo que permite a produção. E por relações de produção, as relações entre os que são proprietários dos meios de produção, as terras, as matérias primas, as máquinas e aqueles que possuem apenas a força de trabalho. A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é somente um pensamento, ele é pensamento e realidade a um só tempo indissolúvel. Mas a matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo. A realidade é contraditória com o pensamento dialético. A contradição dialética não é apenas contradição externa, mas unidade das contradições, uma identidade. Para Marx "a dialética é a ciência que mostra como as contradições podem ser concretamente idênticas, como passam uma na outra, mostrando também por que a razão não deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta..." Os momentos contraditórios são situados na história com sua parcela de verdade, mas também de erro, não se misturam, mas o conteúdo, considerado como unilateral, é receptado e elevado a um nível superior. A dinâmica dialética histórica tem como base a Hipótese + Desenvolvimento + Tese + Antítese + Dialética = Síntese, expressa na contundência deste ensinamento, afirmando que tudo é fruto da luta de ideias e forças, que na sua oposição geram a realidade concreta, que, uma vez sendo síntese da disputa, torna-se novamente tese, que já carrega consigo o seu oposto, a sua antítese, que numa nova luta de um ciclo infinito gerará o novo, a nova síntese. A hipótese fundamental da dialética é de que não existe nada eterno, fixo, pois tudo está em perpétua transformação, tudo está sujeito ao contexto histórico do dinâmico e da transformação.
  24. 24. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia A dialética de Hegel é diferente da dialética de Marx. A primeira é idealista (das ideias) e a segunda, é materialista (do material). Para Marx o mundo material é que determina o mundo das ideias. Foi, contudo, de Hegel que Marx retomou e aprimorou o conceito de dialética, caracterizada, segundo este, principalmente pela transformação das coisas sociais. Marx nega a "síntese" de Hegel, que viria da "tese" e da "antítese". No pensamento marxista, não há uma transformação para a síntese de contrários, mas uma transformação essencial do objeto, uma mudança de qualidade. As “coisas velhas” ou “opiniões anciãs”, em um dado momento histórico tornam- se insustentáveis e transformam-se em outras coisas, novas, qualitativamente diferentes do que lhe deu origem, ainda que contenham traços daquilo que foi a origem antiga. O novo sempre nasce do velho, nada nasce do nada, do abstrato. Mas a transformação do velho, origina-se numa coisa que a ultrapassou, mostrando-se num estágio avançado, de qualidade diferente. As forças produtivas da sociedade transformam-se ao longo da história, passando, por exemplo, da forma escravagista antiga para a forma servil do feudalismo. Mas o impulso das mudanças está sempre na base, na organização produtiva, material, interpretada pelo modo de produção juntamente com a política. O pensamento marxista, é o modo de produção material e a política, ou melhor dizendo, a economia política, que é a Infra-estrutura social, determina a Super- estrutura social. A ideologia dominante, as formas institucionais, o direito, a ética e as leis, assim como a cultura, as artes e outras manifestações sociais, estão de certa forma no pensamento social, com base no objeto, que são produzidas pela raiz material da produção social. A matéria é objetiva, a ideia, subjetiva, mas a observação do fenômeno material objetivo é que fornece a massa para a idealização, não o contrário, como achava Hegel. Outro aspecto relevante, é que as transformações político-econômicas que historicamente se sucedem, ocorrem pelas contradições sociais, pelos interesses contrários das classes sociais, daí a chamada luta de classes, considerada por Marx, o motor da História. Na revolução francesa, lutaram os burgueses contra os nobres. Os interesses contrários chegaram ao ápice e a burguesia venceu e mudou a sociedade e o modelo de produção, que era servil para comercial e industrial. Mudou também a forma de exploração do homem pelo homem. O nobre explorava o servo. Depois o burguês passou a explorar o proletário. As contradições que levam à essas mudanças, são de natureza igual ao que acontece com as contradições sociais. Um outro elemento da dialética materialista é a ideia de totalidade, a percepção da realidade social como um todo que está relacionado entre si mesmo no contexto histórico. Há também as contradições internas da realidade, em relação ao valor e não valor, lucro ou não lucro, por exemplo, dentro da produção, seja essa positiva ou negativa. Essas ideias são imprecisas. Não existem essas afirmações positivas contra negativas.
  25. 25. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Na dialética marxista há o que se chama de Unidade de Contrários. Uma moeda, pelo fato de ter duas faces diferentes, continua sendo a mesma. Uma folha de papel, tem a página 1 e a página 2, mas continua sendo a mesma folha. Os contrários existem nas coisas e na sociedade de igual maneira. Neste entendimento são como as contradições. Estão sempre juntas, num mesmo evento. Isto é o que o marxismo chama de Unidade de Contrários. A tradição filosófica idealista (que nasce das ideias) considera normalmente o sujeito e o objeto, dois seres epistemológicos. No marxismo, esses seres são uma unidade inseparável. O objeto não existe sem o sujeito e vice-versa. Marx utilizou o método dialético para explicar as mudanças importantes ocorridas na história da humanidade através dos tempos. Ao estudar determinado fato histórico, ele procurava seus elementos contraditórios, buscando encontrar aquele elemento responsável pela sua transformação num novo fato, dando continuidade ao processo histórico. Neste entendimento histórico dialético, observa-se que no prefácio do livro "Contribuição à crítica da economia política", Marx identificou na História, de maneira geral, os seguintes estágios de desenvolvimento das forças produtivas, ou modos de produção. O comunismo primitivo, o asiático, o escravista (da Grécia e de Roma), o feudal e o burguês. Ou seja, dividiu a história em períodos conforme a organização do trabalho humano e quem se beneficiasse dele. Marx desenvolveu uma concepção materialista da História, afirmando que o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é realizada constitui o fator determinante da organização política e das representações intelectuais de uma época. Observa-se que a realidade não é estática, mas dialética, está em transformação pelas suas contradições internas. No processo histórico, essas contradições são geradas pelas lutas entre as diferentes classes sociais. Ao chamar a atenção para a sociedade como um todo, para sua organização em classes, e para o condicionamento dos indivíduos à uma classe a que pertencem e se desenvolve, esses autores também exercem uma influência decisiva nas formas posteriores de se escrever a história. A evolução de um modo de produção para o outro ocorreu a partir do desenvolvimento das forças produtivas e da luta entre as classes sociais predominantes em cada período, identifica como o movimento da História possui uma base material, econômica e obedece a um movimento dialético. E, conforme muda esta relação, mudam-se as leis, a cultura, a literatura, a educação, as artes e as outras manifestações sociais... O materialismo dialético propõe uma disputa que não mais seja baseada em coletividade, mas sim nos indivíduos e nos interesses que têm os meios de produção. Identifica-se que como a relação destas faz gerar de forma dialética a destruição dos atuais modelos de sociedade, de produção, de pensamento, e de poder econômico e político.
  26. 26. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia O pensamento de Karl Marx fazer-nos pensar em como estas relações perpetram com que pequenos homens possam ser considerados grandes objetos da história e da luta entre pessoas, ao invés do contrário. Karl Popper um dos maiores críticos dogmáticos da dialética, identifica o marxismo e sua dialética como pseudociência, primeiro devido a seu caráter especulativo, depois devido a seu suposto caráter metafísico. Karl Popper e outros criticam a dialética mediante o apontamento de que não é ciência, nem corresponde ao método científico. O modelo científico visa atestar ideias através da experimentação. A dialética visa contrapor ideias com ideias, sem a necessidade de nenhuma evidencia. A dialética, como arma retórica reduz os objetos observados ao antagonismo de tese e antítese, supostamente descartando dados significativos, obliterados pela advocacia de sua perspectiva. O método científico não se válida de antítese. A ciência visa examinar o objeto, sem que exista interferência crítica ou especulação. Um físico interessado em examinar as propriedades dos átomos não necessita duvidar de sua constituição, nem precisa construir uma tese ou antítese antes da experimentação, mesmo porque a contradição de uma ideia não sugere seu irredutível aperfeiçoamento teórico. Observa-se que do contrário, a antítese rompe o ciclo evolutivo da tese, ao propor uma contraposição, como irredutível elemento dissertativo, mesmo que não exista parâmetro para este antagonismo. Mao Tsé-Tung revela que a dialética materialista não pode, de fato, ser definida como um método de experimentação científica ou método cientifico, mas, sim, passível de ser conceituada como uma lógica científica, fundamentada na generalização das leis de funcionamento do universo, tanto material quanto social. O materialismo dialético, portanto, enquanto lógica cientifica, se propõe a estar fundamentado nos princípios gerais da unidade dinâmica que é composta por vetores contrários e sempre presentes em todos os fenômenos. Este método cientifico está fundamentado principalmente na identificação dos componentes contrários ou contraditórios presentes em qualquer unidade dinâmica fenomênica, seja social ou natural, ecológica ou ambiental, sendo analítico, baseado na generalização da lógica de funcionamento, evolução, senescência e reestruturação e reformatação dos fenômenos. A lógica subjacente ao esforço cognitivo realizado para a compreensão do mundo por via do materialismo dialético, pouco se diferencia daquilo que se denomina sabedoria taoista ou taoísmo, este basicamente assentado nos conceitos de yin e yang, os quais "expõem a dualidade de tudo que existe no universo".
  27. 27. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia O conceito de yin e yang descreve as duas forças fundamentais opostas e complementares (ou tese e antítese, segundo a dialética) que se encontram em todas as coisas. Igualmente, a lógica subjacente à dialética materialista compreende a diversidade qualitativa dos fenômenos, bem como a transformação duma qualidade em uma outra. O uso da expressão método, portanto, aplicável à lógica dialética materialista, deve ser objeto de ressalva ante o conceito de método cientifico, especialmente quando este conceito (método científico) é utilizado em correspondência direta à ideia de experimentação laboratorial. As conclusões científicas podem dispensar experimentação ou reprodução laboratorial, as conclusões científicas, que são passíveis de resultados positivos ou negativos, indiscutivelmente, de serem obtidas por dedução lógica, por processamento estatístico de observações e outros métodos. A crítica à lógica dialética tem que, necessariamente, ou descambar para uma visão materialista mecanicista ou apelar para dogmatismos ou subjetivismos, apontando fragilidades em face, por exemplo, do emprego da especulação, sem a qual não se produz ciência. Contraditoriamente, Karl Popper pontua que "A história da ciência é em toda parte especulativa" e isso é lógico e evidente pois a ciência se produz em fase inicial pelo questionamento, pelo raciocínio, pela lógica, sendo a experimentação uma fase instrumental e complementar à produção de verdades científicas ou à consagração de conclusões ou seu descarte, pois também as conclusões científicas podem ser precárias. Apesar do justificado fascínio de Karl Popper pela Física, campo de máxima expressão científica segundo o filósofo, não se pode considerar razoável reputar àquele campo exclusividade científica, além do que se pode identificar, mesmo ao nível atômico, a ocorrência de forças eletromagnéticas ativas, positivas e negativas, bem como a ocorrência de uma unidade contraditória e interdependente, expressa nas forças de atração (tese ou antítese) e repulsão (antítese ou tese) presentes na dinâmica molecular que se apresentam numa unidade de contradições em equilíbrio (síntese) precário ou permanentes em permanecendo constantes as condições relevantes. A dialética materialista, portanto, extrai do conhecimento físico, por exemplo, a identificação de leis mais gerais de regência da matéria ou dos fenômenos, constituindo um patamar mais elevado de conhecimento, o patamar da sabedoria científica. O materialismo dialético ou materialismo filosófico é a lógica analítica fundamentada na generalização das leis que regem a dinâmica dos fenômenos, especialmente na concepção de existência de uma unidade de contrários integrados e auto dependentes, geradores de permanente dinâmica transformadora, seja em quantidades ou qualidades, seja no universo social ou natural. Em síntese, pode ser conceituado como uma teoria de funcionamento dos fenômenos.
  28. 28. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia O materialismo histórico em síntese é a lógica analítica fundamentada no materialismo dialético, que concebe a sociedade como resultante de fatores materiais, como economia, biologia, geografia e desenvolvimento científico. Opondo-se, portanto, à ideia de que a sociedade seja definida por forças sobrenaturais, divindades, pelo pensamento ou por ideais e cuja configuração geral é produto dos conflitos entre classes que emanam das formas e das relações de produção. Neste aspecto, Marx se opõe ao controle do Estado por religiosos, tendo em vista que as religiões constituem cultura anti-intelectual e por marcantes traços de preferência pela fé, pela crença ou pelo pietismo, em lugar do conhecimento racional, como fatores de desenvolvimento social. O materialismo histórico não apenas defende ser a religião um produto das relações de produção, em sua maior parte fator de manutenção da estrutura conflitante de classes, mas, sobretudo, que somente a revolução do proletariado, como decorrência do crescente antagonismo de classes presente no modo de produção capitalista, pode reposicionar o poder nas mãos das classes trabalhadoras e implementar a nova estruturação de uma sociedade menos injusta. Para o marxismo, no lugar das ideias estão os fatos materiais (as formas de produção e as relações de produção), no lugar dos grandes heróis estão as lutas de classes, como fatores determinantes da estrutura e da dinâmica social. Esquematicamente, para o pensamento marxista a sociedade estrutura-se em dois níveis ou componentes fundamentais: O primeiro nível está na infraestrutura, constituída basicamente pelas formas de produção material e pelas relações sociais de produção, ou seja, a economia, sendo esta determinante na configuração da sociedade. Sobre esta concepção histórico-materialista as relações de produção se estabelece entre proprietários dos meios de produção e não proprietários dos meios de produção (trabalhadores; ou seja, detentores, apenas, de sua força de trabalho). Entre os não proprietários e os meios ou objetos do trabalho que via de regra não lhes pertencem. O segundo nível está a superestrutura político-ideológica, constituída basicamente pelos seguintes elementos: 1 - Aparato jurídico-político, representado pelo Estado (detentor dos mecanismos de controle social) e pelo direito, enquanto regramento de controle social; 2- Estrutura ideológica, referente às formas de consciência social, tais como a religião, a educação, a filosofia, a ciência, a arte, as doutrinas jurídicas, e etc... Observa-se que o conhecimento filosófico de Marx sobre a sociedade burguesa que era o centro do seu estudo, buscou entender esta classe social e como ela ditava normas e regramentos sobre o novo sistema de sociedade que estava em construção naquele momento da história. Analisando o seu desenvolvimento por meios econômicos, políticos, biológicos, filosóficos e sociais.
  29. 29. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Capitulo V Os Rótulos Sociais da Divisão de Classes... A divisão das classes sociais é um fenômeno puramente humano e individualista, caracterizado especialmente pelo egocentrismo econômico e social de um grupo especifico que deseja dominar um outro grupo. Uma dominação apresentada através da imposição ideológica de classe social. Esta divisão social é hoje também atribuída ao sistema de classificação social capitalista, evidente não apenas na separação social das pessoas identificadas sobre os aspectos econômicos pré-classificados e reestabelecidos no contexto existencial que há entre pobres e ricos, mas também na relativizada essência de poder e de dominação que existe sobre os meios de produção de riqueza. E neste contexto, observa-se que a imposição da divisão social está muito mais abrangente e mais enraizada nos setores que as classificam como grupo. A existência desses grupos tem uma forte relação com a busca de identificação e autoafirmação. A exclusão social é um destes fatores que nos ajudam a explicar por que ocorrerem todos estas divisões, rachaduras ou bifurcações sociais ligadas a proeminência do ato de se auto identificar como diferente e privilegiado.... Esta busca por autoafirmação e superioridade é sem dúvida a razão para a pobreza, divisão e egoísmo... Os rótulos sociais hoje os grandes responsáveis pela extrema segregação que vem separando e dividindo as pessoas por classes, castas, setores, grupos e guetos. E dividindo-nos cada vez mais por parcelas ainda mais pequenas e fracionadas, tornando-nos mais insolados, individuais e insociáveis. Estes rótulos sociais são uma camada do capitalismo que ajuda o sistema econômico a se manter cada vez mais firme e fluente. Tornando as pessoas incomunicáveis e reféns de suas próprias algemas de consumo. A divisão social apesar de ser mais forte na representação econômica, atuando na distinção separatista entre pobres e ricos, observamos que os rótulos de personificação de um grupo, agem de forma mais enérgica e severa, quando estas classificações funcionam como uma representação de identidade, juntando alguns pouco e separando outros muitos. Os rótulos sociais atuam neste sentido como um agente que permite de forma legal, que se adote uma separação de classe, notoriamente aceita, indulgente e confirmada pelo grupo que permitisse separar por casta. Essa identificação social não apenas caracteriza este grupo, como também o separa dos outros grupos sociais que os relaciona, um fator social que deve se espelhar em outros grupos em um mesmo sentimento de separação. Estes rótulos sociais agem não somente separado a sociedade, mais atua como um segregador socialmente aceito e permitido pela maioria dos seus integrantes,
  30. 30. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia um fato que gera uma falsa sensação de representatividade e de identidade social. Mas ao contrário do que ocorre nesta suposta representatividade, busca na realidade uma forte fragmentação do ser social, reduzindo a homogeneidade coletiva a pequenas células sociais demasiadamente fracas e perniciosamente passível de serem quebradas. A identificação rotulada aplicada ao brasileiro, australiano, roqueiro, pagodeiro, carnívoro, vegetariano, heterossexual, homossexual, branco, preto, homem mulher, magro, alto, cristão, muçulmano e a outros agentes sociais autônomos, gera grupos sociais ainda menores e subdivididos... Uma subdivisão que gera mais pessoas apartados, segregadas e excluídas da sociedade, sugerindo a isto uma classificação ainda pior de um outro grupo de pessoas que originaram os fascistas, nazistas, racistas, homofônicos, etaristas, misóginos, xenofóbicos, nacionalistas e dentre muitos outros grupos ainda mais extremos e eticamente despreparados para agir como representantes ou líderes de uma sociedade ou nação. Estes são apenas alguns dos rótulos que mais preda e caça a espécie humana, visões ideológicas que ao invés de unir as pessoas, está promovendo conflitos e atritos terríveis entre os grupos distintos e até iguais, gerando mais separação, apartheid e segregação. Neste aspecto é preciso entender que existem pessoas, e apenas as pessoas... E estas devem ser enxergadas pelo o que são e não pelos os seus rótulos. E na verdade os rótulos e as classificações deveriam ser extintos da terra. E são estas concepções que estão mortificando a alma humana... E também causando a morte da ideologia como filosofia da vida. Fim
  31. 31. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Agradecimentos A todos os meus amigos, companheiros e colegas Que leram este livro Antes mesmo de sua impressão Que elogiaram e criticaram as suas entrelinhas Que deram muitas sugestões importantes E que às vezes até compactuaram comigo Em leituras sucintas e construtivas ao ar livre E dito tudo isto Na embriaguez da companhia de um bom e velho vinho Desejo uma ótima absorção deste conteúdo Um salve a todos vocês...
  32. 32. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia “O conhecimento é a gatilho do justo... É o alimento dos oprimidos... É a arma dos mais pobres.... É a vingança dos mais fracos.... Diegho Courtenbitter
  33. 33. Ensaios Ideológicos Discursos Dialéticos da Ideologia Notas do autor A sua alma no universo imaginativo perambula, seu gosto pelo vinho revitalizar sua emoção e fluido no universo, desfolho todas as preces indulgentes apresentadas pelo tempo.... Nascido em São Luís do Maranhão no dia 26 de Fevereiro de 1981, sua vida Acadêmica e Literária sempre foi marcada pela paixão pelo conhecimento científico e o saber literário... Um afinco que também foi transferido ao teatro, a música, a cinematografia, as artes plásticas, a história, a filosofia e a outros campos da ciências gerais e humanas. Talvez isso explique até hoje a sua fascinação pelos livros e pelas letras.... Este poeta e escritor, desde muito novo teve amor pela escrita e pelas artes... E completamente apaixonado por este oficio, propor-se inicialmente a escrever poemas, prosas, artigos, peças teatrais, pensamentos filosóficos, crônicas e afins... E por último se permitiu ser de fato um escritor, algo que é hoje a sua maior paixão e vontade. Os textos de “Ensaios Ideológicos” resumissem como um livro que foi escrito para instigar os seus leitores de maneira acida e critica, participando diretamente a eles como a vida funciona no campo das ideias. Este ensaios e discursos.... Possuem diálogos fervorosos e funcionam como uma chuva de verão que compromete a realidade velada de verdades universais.... Os seus temas são como um temporal insano, uma metástase invariável e cheia de revelações, reformações e evoluções. Esta obra prima externa um ponto de vista único, refratário, romântico, inteligente, conflituoso, lascivo, tenebroso, encantador e tempestuoso em todos os campos das ideias... No entanto, os papeis em branco aqui tingidos a cinzas.... Fica ao cargo do leitor colori-los... E não se admirem caros leitores... Amigos de páginas.... Se por acaso vos encontrar alguns pedaços de vossas vidas nestas entrelinhas.... Talvez escondidos nas orelhas deste livro.... Não é mero engano.... Talvez seja fato... Consumam meus pensamentos com a quem bebe vinho... E embriaguem-se com a minhas opiniões como a quem dorme com ninfas... E ainda tenaz e envolvido em delírio... Entregue-se ao deus da sabedoria... Não relutem por aprender... E resguardem-se da ignorância... Abrantes F. Roosevelt

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