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                                A influencia da Internet na Igreja e família

                             O crescimento da Internet no mundo é espantoso, são mais de 600
                         milhões de pessoas ligadas; os brasileiros são 5% deste universo,
                         aproximadamente 30 milhões. A Internet é um mundo virtual muito
                         semelhante ao real, nele encontra-se sites abordando todos os temas
                         possíveis, especialmente: pornografia, sexo e assuntos espiritualistas.
                             Em meio a estas densas trevas a luz do Senhor tem brilhado, pois
eis que surgem diariamente novos pontos de luz, que são sites que procuram honrar e
glorificar o nome Santo do Senhor Deus, disponibilizando verdadeiros oásis, com águas puras que
restauram vidas. Ao servo, é dada a opção de honrar a Deus, acessando páginas dignas dos santos, ou
a satisfação da carne e suas consequências. Irmãos não esqueçam, as más ações, mesmo que virtuais
são pecado e como tal, passíveis de condenação eterna. (1Co 6.12)
    “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os
corações.” Pv 21.2 (Veja também: Sl 7.9; 17.3; 139.1)
    “...Eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as vossas
obras.” Ap 2.23
    Constato que os cristãos em especial os jovens têm feito uso desta ferramenta para secretamente
extravasar toda a maldade da carne. Anônimos, fora do alcance dos olhos de familiares, presbíteros,
pastores e demais autoridades da igreja; encontram uma situação de liberdade que os encoraja a agir
segundo as inclinações de seus corações e fazem coisas terríveis. Esquece-se que o Senhor a tudo vê e
certamente tais pecados não passam desapercebidos diante do trono e serão cobrados no tempo
oportuno (Ap 2.23).
   Não é aconselhável ao servo de Deus:

    1 – Acessar sites Eróticos e Pornográficos.
    É preciso que os servos de Deus tenham o devido cuidado com a vida espiritual, não permitindo
que a impureza se aloje, afastando-lhes da comunhão verdadeira com o Eterno. Amados, é um engano
pensar que o acesso a tais páginas não produz um efeito devassador na vida, é praticamente
impossível, não se contaminar com os desejos baixos produzidos pela carne. O Senhor nos deixa uma
palavra clara de alerta contra a impureza, sua prática apaga o Espírito de Deus.
    “Eles perderam toda a vergonha e se entregaram totalmente aos vícios; eles não têm
nenhum controle e fazem todo tipo de coisas indecentes... Vocês fazem parte do povo de
Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem
mesmo assunto de conversa entre vocês.” Ef 4.19 e 5.3
    “Ele castigará especialmente os que seguem os seus próprios desejos imorais e
desprezam a autoridade dele.” 2Pe 2.10

   2 - Sexo Virtual (Conversas sensuais, adultério virtual, etc...).
   Sexo virtual é pecado! No uso da internet muitas pessoas tem envolvido-se com esta prática.
   ”Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual,
indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês.” Ef 5.3
   “Deus não nos chamou para vivermos na imoralidade, mas para sermos completamente
dedicados a ele.” 1Ts 4.7 ; Hb 13.4)
   “Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis
um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério.” Hb 13.4

    3 - Bate Papo / Chat.
    Estas salas de conversação são usadas por muitos para construir amizades e em outros casos, até
falarem do amor do Senhor. Infelizmente, nota-se que as designadas aos Cristãos/Evangélicos dos
grandes portais, são verdadeiras praças nas quais muitos freqüentadores influenciados por espíritos
malignos se portam como filhos das trevas. Lamento a ingenuidade de muitos que insistem em “jogar
pérolas aos porcos” (Mt 7.6) expondo ao ridículo a palavra santa do Senhor e, pela vida de muitos
crentes que escondido atrás de um “Nickname” (ou de nome virtual) mostram suas inclinações
pecaminosas, usando expressões baixas e mentiras. A consciência de uma vida santa deve envolver
todo o nosso ser, a ponto de produzirmos os frutos do Espírito Santo em todas as situações, inclusive,
nas ações numa sala de Chat, nossas palavras devem ser continuamente uma expressão de louvor a
Deus.
AMOR NA FAMÍLIA
                                       GÊNESIS 45.1-15
        A década de 60 foi revolucionada pela proposta de "paz e amor" do movimento chamado
"hippie". A sociedade foi contestada e influenciada por este movimento. A proposta correta deve ser
mesmo: "paz e amor" ou "amor e paz"?
        O presente estudo pretende abordar esta questão do verdadeiro amor, o qual se constitui na
base fundamental para a estabilidade das famílias. Esta palavra - AMOR - que tem sido cantada em
verso e prosa, precisa ser entendida e analisada à luz da Palavra de Deus.
        Na sociedade atual a palavra amor está muito desgastada. Para muitos, amor é apenas sexo,
prazer ou satisfação. Confundir amor com sexo é limitar o significado verdadeiro do amor. Outros
tentam comprar o amor através de dinheiro e presentes. Nas famílias, geralmente, o amor tem
diminuído assustadoramente. Os lares nem sempre são lugares de manifestações amorosas, mas um
verdadeiro campo de batalha.
        Mas, um outro problema é o daqueles que entendem que só devem amar os que os amam.
Amar só quando se é amado é prova de um amor egoísta e condicional.
        Neste estudo estão algumas idéias úteis para uma compreensão verdadeira sobre o amor na
família.

LIÇÕES PRÁTICAS
1. O AMOR NA                  FAMÍLIA         É     FUNDAMENTAL               PARA       A    SUA
SOBREVIVÊNCIA
        É impossível uma família sobreviver diante das crises, problemas e atritos, sem a presença do
amor. O amor é a base para a sustentação dos lares e, nele, os lares precisam estar apoiados. A
família é uma instituição ameaçada, mas não derrotada, pois o amor a tudo vence. A família de José
conseguiu sua restauração através da manifestação do amor por parte deste que foi odiado e vendido.
        "Pai e mãe hão de relacionar-se mutuamente sobre a base do amor (Ef 5.21). Este amor
estabelecerá o marco de referência que não somente modela o padrão de relação entre os diferentes
membros do sistema, mas que, por sua vez, permitem o crescimento dos mesmos".
        Deus é a fonte deste amor (I Jo 4.8). Cada família deve buscar no Senhor o amor para a sua
sobrevivência. E preciso deixar que o Deus de amor seja o construtor de nossos lares (SI 127.1).
        O que ocorre quando há o esfriamento do amor? Logo surgem a infidelidade, maus tratos,
falta de diálogo, ciúmes exagerados, brigas, etc. Muitos lares já ruíram e outros estão à beira da
separação, em virtude da diminuição do amor. A família só consegue sobreviver unida e feliz, por
meio da existência do amor. Se há um elemento que, mais do que qualquer outra coisa, pode salvar
os casamentos é o amor.
2. O AMOR NA FAMÍLIA CARACTERIZA-SE PELO ALTRUÍSMO
       E característica fundamental do amor o altruísmo, ou seja, aquele que ama procura
fazer algo em favor de quem o ama. O amor é doação, indo assim além do romantismo.
       José revelou um amor autêntico aos seus familiares, concedeu o perdão, promovendo assim a
união familiar, oferecendo recursos para a sobrevivência dos seus queridos. (Gn 45.1-15; 46.28-34).
       A maior prova do amor altruísta é a de Deus. Ele "deu" seu próprio Filho Unigênito em favor
da salvação de todo aquele que nEle crê (Jo 3.16).
       "O amor jamais reclama; dá sempre. O amor sempre tolera, jamais se melindra nunca se
vinga". (M. Gandhi).
       Este espírito de um amor altruísta é possível verificar com clareza nas declarações de Martin
Luther King: "Não digam que sou um Prêmio Nobel. Isso não tem importância. Digam que fui porta-
voz da justiça. Digam que procurei dar amor, que procurei amar e servir à humanidade".
Na família ninguém existe para ser apenas amado e servido. Ela se constitui em uma
oficina de trabalho, local de constantes demonstrações de amor. O apóstolo Pedro fala dos deveres
daqueles que se amam (I Pe 4.7-11). É necessário suportar uns aos outros (Ef. 4.2). Há gestos,
costumes, jeitos e trejeitos os mais diferentes entre os membros das famílias. Não e fácil amar e
conviver com aqueles que são diferentes. Mas é preciso "suportar", agüentar o peso destas
diferenças, "em amor", fazendo sempre algo pela pessoa amada. O que você tem feito em benefício
da felicidade do seu próximo?

3. O AMOR NA FAMÍLIA                         PRECISA         SER      DEMONSTRADO               EM
QUAISQUER SITUAÇÕES
        Neste episódio que envolve família, é possível perceber com clareza que José demonstrou o
verdadeiro amor em um contexto de rejeição e abandono. Quando seus irmãos foram ao Egito em
busca de alimento e se depararam com ele no poder, eles não foram marginalizados e nem
penalizados, mas alcançaram favor da parte de José. A expressão do amor é um fato que não pode ser
visto em apenas alguns momentos, direcionado para algumas pessoas ou demonstrado só quando se é
amado.
        "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (I Jo 4.19). Quando Cristo nos amou, nós
éramos Seus inimigos, pecadores e estávamos longe de fazer a Sua vontade. Mas, através de um
amor incondicional, Ele nos amou e nos redimiu.
        No relacionamento familiar, a prática do amor deve existir em todos os momentos. Aqui está
um grande desafio para todos, mas é possível amar, mesmo não sendo amado; pois o amor não se
resume num sentimento, mas em uma convicção e dever cristãos. É preciso estar disposto a
compreender que o amor é mais que um sentimento. Através de atividades de compromisso,
aceitação e respeito, o amor é expresso em quaisquer circunstâncias.
        Concluindo, é possível declarar que o amor é algo vital para trazer a união e a felicidade nas
famílias. Uma boa comunicação, um bom relacionamento sexual, a inexistência de ciúme exagerado
e muito mais, só poderão ser conseguidos quando o amor estiver existindo abundantemente dentro
dos lares. Uma família só poderá sobreviver, mesmo enfrentando crises, com a presença do amor
verdadeiro, o qual deve ser demonstrado em quaisquer situações da vida.
        "Lar não é somente quatro paredes, cheio de quartos e iluminação; lar é um santuário
edifiçado para nele habitar a afeição". (Marta B. Leavell)


DISCUSSÃO
1. Muitos casais chegam à triste conclusão de que não se amam mais. O que deve ser feito para
reavivar este amor?
2. O que a pessoa que deseja ser amada deve fazer para que o seja?
3. "Amar sem ser amado". Isto é verdade e possível de ser aplicado na convivência familiar? Por
quê?
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   “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis
responder a cada um.” Cl 4.6
   ”De boas palavras transborda o meu coração... nos teus lábios se extravasou a graça;
por isso Deus te abençoou para sempre.” Sl 45.1,2
   ”Ordena e ensina... Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, tornar-te padrão
dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” 1Tm 4.11,12
   ”Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” Sl 141.3
   ”E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus...” Sl 40.3

   ”Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com
gratidão, em vossos corações. E tudo que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o
em nome do Senhor Jesus.” Cl 3.16,17

    4 – Hackers e vírus
    A rede está repleta de vírus e programas intrusos que se alojam no hd, trazendo sérios danos ao
funcionamento do PC e ou captando informações pessoais (senhas, número de documentos, etc.).
Aventurar-se na Internet sem algumas precauções mínimas é buscar para si, prejuízos; procure
proteger o computador com programas contra vírus ou invasores (firewalls).
    Hoje, além dos famosos vírus, cuja finalidade é violar nossos computadores e em alguns casos
roubar algumas de nossas informações pessoais, encontramos na internet os delinqüentes cibernéticos
aplicando golpes nos usuários. Cuidado. Use com cautela seu computador, procurando não entrar em
sites desconhecidos.

    5 - Sites do Senhor.
    Mas, em meio a este mar de coisas terríveis, visualizamos ilhas que são verdadeiros paraísos
espirituais, nas quais podemos aportar e desfrutar das delicias que nos são apresentadas. Verdadeiro
alimento que fortalece a nossa fé e concede-nos disposição para continuarmos firmes e inabaláveis na
caminhada em direção à cidade santa. Estes sites devem ser visitados e ajudados, são pontos de luz
em meio às trevas.

    Amados Pais, jovens e Irmãos:
    O Senhor colocou em nossas mãos a responsabilidade pela instrução dos filhos nos caminhos
santos (“Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las
aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se
levantarem.” Dt 6.6,7), procure conhecer qual a vida que eles tem levado na Net, sente-se e os
aconselhe, faça-os refletir sobre os perigos da rede, bem como, sobre a necessidade de serem santos
em todo o proceder, seja no acesso a site impróprios, em chats e até mesmo na incompatibilidade da
prática hacker. Estejam atentos, acompanhe os passos de vossos filhos na Web, analise o histórico de
páginas visitadas, e as conversações desenvolvidas. Converse e oriente a serem santos nas ações.
    Mas lembremos que, por outro lado, pode-se fazer uso da Internet de uma forma santa e
edificante! A rede possui um lado muito positivo, pois o Senhor tem levantado servos
verdadeiramente compromissados e cheios do Espírito Santo para serem luz neste mundo de
escuridão; levando a Sua Salvação, bem como, abraçando àqueles que necessitam de uma palavra de
consolo e ânimo. Para invadir este “mundo virtual”, surgem diariamente uma série de sites, cujos fins
é anunciar a “Boa Nova do Senhor Jesus”. É o Eterno lançando mãos dos meios disponíveis para
manifestar a Sua glória.
    Já é possível transmitir cultos via internet para o mundo inteiro a custo zero. Pregadores e
escritores podem alimentar milhares e até milhões de pessoas com a mensagem que recebem da parte
de Deus. As barreiras da comunicação caíram, postamos textos e informações nos blogs e
sites e em segundos são acessados em qualquer parte do mundo.A internet tem
possibilitado aos missionários virtuais chegarem facilmente até os confins da terra,
literalmente. Temos recebido a informação e o testemunho de muitos irmãos de que, em países onde
há grande perseguição aos cristãos e é proibida a divulgação aberta do Evangelho, como a China e
alguns lugares do Oriente Médio, a Internet tem se revelado o grande e eficaz veículo de propagação
da fé em Cristo.
    Ao usar a Internet não esqueçamos do que nos ensina a palavra: “Sede santos, porque eu sou
santo.” 1Pe 1.16
Pag. 1                                      Curso: Princípios para a vida familiar saudável



                                   CIÚMES NA FAMÍLIA
                                                 I corintios 13:1-7
   Já dizia uma velha canção: "Se há ciúmes é porque existe amor... tanto ciúme também pode causar dor".
Até onde isso é verdade? Muitas vezes torna-se difícil distinguir o ciúme do zelo cuidadoso.
   Ciúme, como define o dicionário, é zelo doentio e excessivo por alguém ou alguma coisa. Mas, e a falta de
ciúme pode revelar descuido, falta de interesse, falta de amor e de preocupação com alguém?
   A família não está livre do ciúme. Ele existe entre os cônjuges, os pais têm ciúmes dos filhos e vice-versa e
os irmãos sentem ciúmes entre si. Todos temos uma ponta de ciúme brotando em nossos relacionamentos
familiares.
    Entre muitos fatores de destruição da família, está o ciúme. Por não saber lidar com este sentimento e
desconhecer que ele, em grau acentuado, é um pecado, obra da carne, e muitos lares estão sendo desfeitos e
tragédias têm acontecido nas famílias.
   O ciúme quando não é exagerado e doentio ajuda a temperar o amor. Por um lado, é bom saber que
alguém tem ciúmes de nós; no entanto, quando não é bem direcionado, pode se tornar num problema
gravíssimo para o lar, gerando até mesmo crimes passionais.
   LIÇÕES PRÁTICAS
   1. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE DESESTRUTURA O RELACIONAMENTO FAMILIAR
   Muitas famílias estão desmoronando porque o ciúme tem minado o relacionamento familiar, abrindo
brechas irreparáveis na vida de muitos casais e entre irmãos.
   O ciúme gera a inveja, que por sua vez gera a morte. A história bíblica registra o primeiro homicídio, que foi
causado pela inveja. Caim, enciumado porque Deus aceitou a oferta de seu irmão e rejeitou a sua, ficou
amargurado e matou Abel (Gn 4.1 -8). Raquel, que não podia dar filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã Lia, e
o relacionamento familiar sofreu sérios abalos (Gn 30.1-26). Os irmãos de José, que lhe tinham ciúmes, o
venderam como escravo (Gn 37.11). Estes são alguns exemplos bíblicos que revelam como o ciúme pode
provocar tragédias na família. Vez por outra, tomamos conhecimento de acontecimentos trágicos em família,
que tiveram como causa o ciúme exagerado.
    Medo, insegurança, desconfiança, perseguição, falta de domínio próprio, brigas, intolerância, etc, são
provocados pelo excesso de ciúmes. Quando a família vai sendo alimentada com estas atitudes, o
relacionamento vai se tornando cada vez mais difícil e o lar vai se desestruturando.
   Quando o apóstolo Paulo declara que "o amor não arde em ciúmes " (I Co 13.4) é possível ver nesta
declaração que há ciúme natural, dosado, zeloso, espontâneo e que é realmente resultado de um amor sincero
que se preocupa com o bem-estar do outro. Porém, "arder" em ciúmes é algo perigoso, incontrolável e
seriamente gerador de confusões e atritos na família.
   2. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE ELIMINA O AMOR NO RELACIONAMENTO FAMILIAR.
    Pela maneira como o amor é descrito em I Coríntios 13, percebe-se que aquele que ama está preocupado
com o outro, e não apenas consigo mesmo. O amor é um sentimento maduro que traz segurança e equilíbrio
para a família; já o ciúme é uma paixão doentia que sufoca o amor e pode ser, muitas vezes, um ódio
disfarçado. O ciúme é falta de confiança no outro e em si mesmo.
Pag. 2                                     Curso: Princípios para a vida familiar saudável


    Em I João 4.18 lemos: "No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo". Esta
afirmação do apóstolo João poderia muito bem ser parafraseada e lida da seguinte maneira: "No ciúme não
existe amor; antes, o doentio ciúme lança fora o amor".
   Não são poucos os casamentos que desmoronam por causa dos ciúmes. Muitos casais que "ardem" em
ciúmes pensam que esse sentimento é resultado de amor ao cônjuge, mas, na verdade, é amor a si mesmo,
egoísta e possessivo, que não deixa o outro respirar livremente.
   Descrevendo a força do amor, o escritor de Cantares declara: "...porque o amor é forte como a morte, e
duro como a sepultura o ciúme..." (Ct 8.6).
    Por outro lado , no entanto, a falta de amor leva ao descuido e ao abandono do outro. -"Você pode fazer o
que quiser que eu não estou nem aí!" Esta frase tem sido comum em muitos casamentos. São casais que não
se importam e nem se preocupam com aquilo que o outro faz ou deixa de fazer. Isso é falta de amor.
    Esse sentimento (ciúme) equilibrado, sério, pode evitar muitas dificuldades e ajudar o casal e o lar a
cultivarem o verdadeiro amor.
   3. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE PRECISA SER CORRIGIDO NO RELACIONAMENTO FAMILIAR.
   Se o ciúme exagerado é um sentimento que desestrutura a família e elimina o amor, é preciso corrigi-lo e
vencê-lo. Este tipo de ciúme é uma doença que se vai alastrando e pode tornar-se incontrolável. O que fazer,
então, para corrigir este sentimento? O que segue abaixo são apenas princípios, e não regras, que podem
ajudar na solução do problema.
   • Verifique se o ciúme têm fundamento. Muitas cenas de ciúme não têm qualquer fundamento. Resultam
de uma mente negativa e que apenas enxerga o que é mau. Se houver fundamento, estude um modo cristão,
através do diálogo, para resolver o problema. Não é com cenas de violência física e verbal que se chega a um
entendimento.
   • Vença o complexo de inferioridade. Muitas vezes o ciúme é gerado por causa desse complexo. A
pessoa se sente tão inferior que perde a confiança em si mesma. Seja você mesmo e acredite no seu
potencial.
   • Desenvolva um sentimento de confiança no outro. Muitas vezes nos acostumamos a desconfiar dos
outros e todo gesto ou atitude é motivo para enciumar-se.
   • Compreenda o temperamento do outro. Os temperamentos são diferentes e nunca conseguiremos que
os outros sejam iguais a nós. É preciso compreender que dentro de casa os membros da família têm
temperamentos diferentes.
   • Seja altruísta. Isto é, pense mais em dar do que receber. Não se deixe dominar pelo egoísmo.
   • Saiba distinguir o ciúme natural do ciúme doentio. É preciso perceber até onde o ciúme está sendo
construtivo ou destrutivo. Muitas vezes ele extrapola os limites da tolerância.
    • Peça ajuda a Deus. Coloque diante de Deus o seu problema. Muitas vezes o ciúme é gerado por causas
desconhecidas e traumáticas. Deus irá ajudá-lo a superar esse ciúme destrutivo. "Deus é amor... o amor lança
fora o medo" (I Jo 4.7-21).
   DISCUSSÃO
   1. Alguém já disse que, "exigir do amor que não tenha ciúme, é pedir à luz que não deite sombra". Você
concorda com esta afirmação? Por quê? 2. Quais as características de um ciúme doentio? 3. Como conviver
com uma situação onde o outro é extremamente ciumento?
                                                                                Pr Josias Moura de Menezes
Pag. 1                                    Estudos para a famíia


                                  COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA
                                            EFÉSIOS 4.25 - 5.2
Vivemos na era da comunicação: rádio, TV, telefone, computador, internet... E a cada dia que passa
o mundo se faz menor, pois a facilidade na comunicação divulga rapidamente comportamentos e
acontecimentos dos vários povos, reduzindo as distâncias e aproximando as pessoas. Um episódio
ocorrido em qualquer parte do mundo corta o espaço e o tempo em segundos ou instantaneamente,
via satélite.
Porém, é lamentável perceber que o desenvolvimento que tanto facilita a vida moderna não foi capaz
de reduzir as constantes reclamações quanto à comunicação inter-pessoal. Na vida de cada dia, a
correria, o cansaço, a TV, os atritos, etc, roubam a possibilidade da comunicação tão necessária ao
relacionamento familiar, e, infelizmente, as pessoas vão se tornando estranhas mesmo residindo sob
um mesmo teto.
Como este problema afeta a vivência familiar? Quais as possíveis implicações e interferências na
comunicação na família? Dizem que "roupa suja se lava em casa". Como fazer isto?
LIÇÕES PRÁTICAS
Todo mundo tem uma experiência que merece ser compartilhada com outrem" - eis um princípio simples das
relações humanas. De fato, não somos ilhas. E precisamos nos relacionar uns com os outros. Em Gênesis 2.18,
aprende-se que Deus criou o homem e a mulher para um compartilhar constante. Em casa, junto aos que
convivem conosco, o desafio da comunicação se reveste de um sentido bastante profundo. Cada família tem as
suas distinções e peculiaridades. Portanto, não há fórmulas mágicas, nem receitas prontas quanto à
comunicação familiar. Ousamos, no entanto, levantar algumas idéias para a discussão e amadurecimento deste
empolgante tema que diz respeito à comunicação familiar.
1. COMUNICAÇÃO ABERTA
No lar todos precisam se sentir à vontade. Cada um deve ter espaço para compartilhar seus problemas,
resolver as suas dúvidas, falar das suas necessidades, comemorar as suas vitórias, etc, em uma conversa
aberta, sem barreiras e preconceitos. A inexistência desta liberdade de comunicação tem obrigado muitos a
extravasar as suas necessidades com outras pessoas. E nem sempre isso acontece com alguém devidamente
preparado. Por exemplo, na adolescência, quantos pais dedicam tempo para conversar sobre questões
vocacionais, sentimentais, sexuais, espirituais, etc. que se encontram "à flor da pele"? Não são poucos os
problemas decorrentes da ausência desta comunicação.
Há muitas e diversas necessidades que precisam ser abertas livremente para um tratamento de todos os
membros da família que concentrarão esforços na busca de soluções.
2. COMUNICAÇÃO HONESTA
No texto lido, o Apóstolo menciona: "fale cada um a verdade com o seu próximo " oferecendo oportuna
orientação quanto à comunicação sincera, honesta, autêntica. É lamentável constatar que muitos filhos
aprendem a mentir com os pais. E em casa, onde todos se conhecem e até identificam o "ponto fraco" do
outro, a honestidade precisa ser levada muito a sério. Há muitas crises conjugais (e familiares) que são geradas
pela ausência de sinceridade entre os membros da família, onde se percebe literalmente que "a mentira tem
pernas curtas".
A família precisa ter um relacionamento transparente, onde todos se amam e praticam a verdade. E lógico que
não se pode confundir franqueza com aspereza ou intolerância. Recomenda o Apóstolo: "a vossa palavra seja
sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um" (Cl 4.6). Mas,
ensina Jesus, seja o vosso falar SIM, SIM e NÃO, NÃO.
3. COMUNICAÇÃO RESPEITOSA
Em seu poder criativo, Deus imprimiu caracteres e impressões distintas em cada pessoa. Não existem duas
pessoas iguais. Podem ser gêmeos, parecidos, semelhantes: não iguais. Isso significa que cada um tem uma
Pag. 2                                       Estudos para a famíia


digital de personalidade que o distingue de todos os demais. E cada um precisa ser respeitado.
Responsabilidades e compromissos domésticos exigem a participação de todos. Mas, os direitos pessoais de
cada um também precisam ser preservados. Consideração e respeito são necessários à boa convivência. E
recomendável, por exemplo, que os membros da família se respeitem quanto à privacidade de cada um, pois
os pertences individuais compõem um pequeno mundo bastante particular de cada pessoa; também que todos
considerem a idéia própria de cada um: "cada cabeça uma sentença"; todos tem o direito de emitir a sua
opinião e defender a sua idéia.
Portanto, é preciso saber (e aprender) a respeitar as diferenças, evitando agressões verbais e imposições
autoritárias que ferem a individualidade de cada um. Na escola do lar, uns aprendem com os outros e crescem
juntos, em comunicação franca, aberta, mas respeitosa (Ef 4.29).
4. COMUNICAÇÃO MÚTUA
Em casa, cada um deve se interessar pelo problema do outro, dispondo-se a ouvir, a compartilhar, sabendo
concordar e discordar, visando sempre o bem-estar de toda a família.
A realidade da comunicação doméstica se faz em ambiente de mútua confiança. Sem confiança o lar correrá
sérios riscos. Por exemplo: filhos criados por pais que não confiam neles, crescerão inseguros; esposas que
vivem desconfiadas, tornar-se-ão neuróticas; maridos ciumentos denunciam a sua insegurança, etc. Tudo isto
tende a abalar a comunicação familiar, que precisa acontecer com bastante confiança mútua.
Também no lar, todos devem se dispor a ouvir. Comunicar não é apenas falar, mas também, e, principalmente,
ouvir. Muitas vezes o que ocorre é o monólogo - apenas um fala e todos se contentam em ouvir. Há muitos
que "tem ouvidos, mas não ouvem". E a Palavra de Deus apresenta vários textos que salientam a importância
do silêncio para ouvir (Pv 10.19; 17.27,28; Tg 1.19).
Isto implica em ganhar o tempo uns dos outros, cultivando um diálogo construtivo com todas as pessoas da
família. Mesmo as críticas (que sempre devem ser construtivas) implicam em uma análise com todos os
envolvidos, de forma que cada um possa falar e ouvir.
Então, é preciso perguntar: "Quanto tempo estamos dedicando à convivência familiar?
5. COMUNICAÇÃO AMOROSA
O amor é um dos principais ingredientes da comunicação. E preciso permear cada gesto, cada palavra, cada
atitude, comunicando o verdadeiro amor.
Muitas expressões bíblicas advertem quanto ao amor em todos os nossos relacionamentos (I Co 13.4-7; IJo
3.18; 4.21). Também ensinou Salomão: "a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira"
(Pv 15.1). "Não se ponha o sol sobre a vossa ira" - recomenda Paulo (Ef 4.26). Ao invés de se comunicar com
dureza, rancor e ira, em todos os relacionamentos deve haver uma comunicação de amor, que é a característica
dos discípulos de Jesus.
No entanto, o amor não pode ser teórico; atos concretos expressam o amor entre os familiares: carinho, afeto,
abraços e beijos; tempo, atenção, interesse, convivência, diálogo, doação, etc, são exemplos vivos que
testificam a comunicação amorosa.
Certamente, tudo o que foi dito reveste-se de diretrizes cristãs e compõe a vida de amor e adoração. Em
nossos relacionamentos podemos ou não estar cultuando o Senhor. E recomendável salientar a importância de
se viver a vida de Cristo em nosso lar. Isto reforça a nossa comunicação familiar. A comunicação familiar
pode, e deve ser, uma comunicação cristã. Tem sido assim em sua casa?

DISCUSSÃO
1. Os pontos abordados no estudo de hoje são parte da experiência de sua família? De que forma?
2. Em casa, a verdade deve ser dita em qualquer situação? Por quê?
3. Dizem que os meios de comunicação, principalmente a TV, interferem em nossa comunicação familiar. Se você
concorda com a afirmação, responda: "O que você tem feito em seu lar para corrigir esta situação?"
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                                         CULTO NA FAMÍLIA.
                                            Texto: Deuteronômio 6
INTRODUÇÃO
Com a vida moderna cada vez mais agitada por compromissos de trabalho e estudo, aumenta a dificuldade de reunir a
família em torno de uma mesa para as refeições e, mais ainda, para o benéfico culto doméstico. Mas será que falta
tempo ou disposição para isso? O culto doméstico tem sido motivo de bênçãos para todas as famílias que o praticam,
auxiliando na edificação espiritual, pois, o lar, como a primeira escola, tem sido um lugar de inspiração e adoração.
Pergunta-se: É possível a família moderna realizar com eficácia o culto no lar? O que pode ser feito para que o culto
doméstico seja uma realidade diária em nosso lar?
O culto doméstico é um tesouro perdido na vida da maioria do povo de Deus. Essa perda tem profundas e tristes
conseqüências. Ela aponta uma perda de profundidade no relacionamento com Deus e também um enfraquecimento
da comunhão familiar. O culto doméstico corrige a prioridade do nosso relacionamento com Deus, pois abre esse
caminho para priorizarmos nossa relação com Deus acima de quaisquer outros interesses.
LIÇÕES PRÁTICAS: Vejamos o que a Bíblia tem para nos instruir a respeito do culto na família, que é um assunto
necessário e relevante ao bem-estar de todos.
1. O CULTO NA FAMÍLIA É PRÁTICA INSPIRADORA NAS ESCRITURAS
O texto-base mostra, nos vv. 6 e 7, que o Senhor Deus está orientando a transmissão dos Seus mandamentos
aos membros da família, e que isso seja feito de modo freqüente, ou seja, "assentado em tua casa, andando
pelo caminho, ao deitar-te, ao levantar-te". Os pais têm a responsabilidade de transmitir aos filhos os ensinos da
Palavra de Deus, sendo que o culto na família é um mandamento propício para o cumprimento desta recomendação.
E conveniente recordar que os primeiros cristãos se reuniam nas residências (At 2.46; 5.42; 12.12). E admirável
nos registros referentes à igreja primitiva a expressão: "A igreja que está em tua casa" (Rm 16.5; ICo 16.19). Eles
entenderam este mandamento, transformando seus lares em um local de adoração a Deus. Vale a pena registrar que o
crescimento da Igreja em alguns países tem como uma de suas causas a reunião do povo de Deus nos lares.
Será que as famílias cristãs estão atualmente cumprindo esta recomendação do Senhor? Aqueles que amam a
Deus e são Seus filhos, precisam obedecer os Seus ensinamentos. A negligência quanto à prática do culto na família
tem trazido prejuízos. Por conseguinte, todo esforço precisa ser feito para que cada família se transforme numa Igreja,
a fim de que se possa dizer: "A Igreja que está em tua casa".
2. O CULTO EM FAMÍLIA É PRÁTICA OUE RESULTA EM BENEFÍCIOS:
a) Conhecimento da Palavra de Deus. Hoje se percebe que muitos possuem pouco conhecimento bíblico. Lembre-se
que, conflitos na família podem ser solucionados por meio do estudo da palavra.
b) Crescimento espiritual. O apóstolo Pedro recomenda o crescimento na graça e no conhecimento da Palavra do
Senhor (II Pe 3.18). Os momentos de culto são ocasiões sempre oportunas para que o desenvolvimento espiritual seja
manifesto (I Tm 4.15).
c) União familiar. O culto da família precisa ter sempre um aspecto agradável para unir os membros seus e, não, para
dispersá-los. Não deve ser demorado, mas não apressado. Quando há crianças, elas precisam ser contempladas com
oportunidades para oração, leituras bíblicas, cânticos, etc.
d) Evangelização. E ocasião em que os pais estarão evangelizando os filhos e vice-versa. Os visitantes e serviçais
que porventura estiverem na residência na hora do culto, terão a oportunidade de ser alcançados para Cristo. O lar,
como extensão da Igreja, é sempre um local propício para a evangelização. Muitas Igrejas que existem hoje tiveram a
sua origem em reuniões promovidas nos lares.
e) Resoluções de problemas. É oportunidade para se compartilhar experiências com lições úteis para resolução de
dificuldades.
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Na família os problemas são quase uma rotina. Alguns membros erroneamente procuram as soluções que não são as
mais corretas. Por meio do culto doméstico a família possui a feliz oportunidade de colocar aos pés do Senhor os seus
problemas, na certeza de que Deus apresentará a melhor solução no tempo oportuno (SI 25.12; I Pe 5.6,7).
3. BREVE ROTEIRO PARA O CULTO NO LAR
1º) Comece com cânticos de adoração e comunhão que todos gostem;
2º) Leitura de pequeno trecho da Bíblia: Cada dia, um membro da família deve ler, ou todos lêem alternadamente os
versículos;
3º) Um comentário rápido e significativo pode ser feito, enfatizando os pontos, aplicando-os à vida da família,
sempre trazendo o tema sob a ótica atual;
4º) Momento breve de oração, com Pedidos: Cada um pede por si e por outros.


Uma orientação para culto em famílias com adolescentes e jovens:
Porque alguns adolescentes ou jovens não gostam do culto familiar? Os motivos são fáceis de identificar: o pai faz uma
leitura bíblica longa estrategicamente escolhida para "alfinetar" os filhos, antes não conversam sobre um assunto em
comum da semana, excesso de cerimônia, falta de música para alegrar...
Lembre-se que jovens e adolescentes de hoje estão crescendo num mundo totalmente diferente daquele de
seus pais e avós. Toda a sua base cultural é diferente e as práticas de culto julgadas próprias para gerações
anteriores provavelmente deixam de impressioná-los. É hora de rever modelos e tornar o culto doméstico em
um momento prazeroso para pais e filhos.


Aqui vão algumas dicas para cultos com jovens e adolescentes:
   Envolva-os e lhes de tarefas - Antes da oração final, descubra o que aconteceu durante o dia com seu filhos.
    Demonstre interesse genuíno nas coisas que interessam aos adolescentes. Procure dar alguma tarefa para eles
    desempenharem durante o culto, como ler a Bíblia, cantar, orar, dar sua opinião, etc...
   A Bíblia precisa continuar sendo a base do nosso culto. Os adolescentes acharão a Bíblia interessante se ela
    for apresentada de maneira sábia.; Se possível utilize na versão da linguagem de hoje.
   Evite orações cansativas. Seja específico em suas orações, como se estivesse conversando com o melhor
    amigo. Mencione cada um de seus filhos por nome e peça ajuda divina para as tarefas seculares que ocupam a
    cada um.
   Faça um culto breve. Os jovens de hoje estão acostumados a obter informações em pequenas doses. O culto
    pode ter no máximo 20 ou 30 minutos. Faça o culto no horário combinado - os adolescentes detestam fazer o culto
    numa hora em que gostariam de estar fazendo outra coisa. Adiar o culto para tarde da noite é um desastre, pois
    estará sempre associado ao cansaço. Prepare o ambiente para o culto, assegurando-se de que a possibilidade de
    tensão seja minimizada.
   Trate de temas relevantes para eles. O tema deve relacionar-se com as questões de interesse imediato com que
    se defrontam no dia a dia: emprego, justiça social, educação, sexualidade, drogas, sobrevivência etc. Para
    comunicar-se com os adolescentes a respeito desses temas, o adulto precisa ser habilidoso. Cristo é o modelo
    óbvio para os pais nesse aspecto. A maneira como Ele falava com as pessoas era informal e prática.
Se um formato de culto não funciona, tente outra forma de comunicação - não pense que você é um fracasso
porque uma determinada abordagem não está funcionando. Os adolescentes e jovems apreciam os pais que
estão preparados para conhecer a necessidade de alguma mudança. Discutam tudo com os jovens, sempre.
Que você possa ter sucesso em reunir sua família regularmente para exercitar comunhão com Deus, e assim vencer os
conflitos espirituais que surgem no dia a dia.
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                                    EDUCAÇÃO DE FILHOS
                                                LUCAS 2.39-52
    É grande a crise no setor educacional aqui no Brasil. Algumas tentativas têm sido feitas para melhorar o nível de
escolaridade, mas sem o desejável êxito. Há milhares de crianças e adolescentes sem escola, produzindo
especialmente a triste delinqüência juvenil. Alguns profissionais da educação só pensam na remuneração e esquecem
de que a missão maior de um educador é transmitir os conhecimentos para auxiliar na boa formação dos educandos.
    Mas, a tarefa de educar não é só da Escola, e sim da família e da Igreja. A família, como um núcleo social, está,
cada dia mais, sendo desafiada a cumprir a tarefa da educação de filhos. Será que ela está cumprindo bem esta
função?
    Deus é o autor da família e esta encontra-se no Seu plano. A família não pode viver isolada e precisa ser
caracterizada como sendo um grupo que vive em amor.
    São vários e graves os problemas na família. A educação de filhos é um deles. Sabe-se que muitas são as famílias
que simplesmente transferem para a escola e a Igreja a responsabilidade de educação dos seus filhos.
    Um dos problemas que os pais costumam ter na educação de seus filhos é decidir quanto ao certo e o errado, isto
é, deve-se ou não exigir isto, ou aquilo. Alguns procuram os líderes religiosos, professores, psicólogos, etc. Outros,
lêem revistas e livros sobre o assunto; mas, na maioria das vezes a confusão aumenta e muitos sentem-se como que
perdidos. O relacionamento entre pais e filhos, à semelhança de relacionamentos inter-pessoais que envolvem
ligações afetivas, tem uma grande carga de confronto entre pessoas, gerando discordâncias de opiniões. E impossível
que não ocorram discordâncias e problemas na educação de filhos.
    Aqui neste estudo não estão fórmulas mágicas, normas, leis ou regras universais para educação de filhos.


   LIÇÕES PRÁTICAS

   Neste episódio em que a família de Jesus revela sua religiosidade indo a Jerusalém para participar da Festa da
Páscoa, é possível aprender lições a respeito da educação que Jesus recebeu naquele lar tão humilde.

       1.        UMA EDUCAÇÃO QUE OFERECE LIBERDADE, MAS IMPÕE LIMITES
   Os pais de Jesus ficaram preocupados com o seu desaparecimento ali em Jerusalém e passaram a procurá-lo. Seus
pais lhe deram a liberdade de estar naquela festa, abrindo-lhe um espaço para suas atividades. Ele tinha que voltar
para casa e não o fez. Portanto, uma educação correta é aquela que oferece liberdade, mas impõe limites.
   É bom lembrar que, desde o início da raça humana, Deus já apresentava este princípio de liberdade com limites.
No Jardim do Édem, Adão e Eva possuíam uma liberdade quase total, mas Deus havia imposto um limite que era não
comer do fruto da árvore. (Gn 2.15-17).
   O ser humano é livre, mas nem tudo o que ele fizer lhe trará benefícios e alegria. Por isso, o apóstolo Paulo disse:
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém..." (I Co 10.23).
   Infelizmente, alguns pais oferecem total liberdade aos seus filhos. Daí surge a libertinagem e alguns filhos acabam
dominando seus pais. A Bíblia declara que não se deve retirar a disciplina da criança (Pv 23.13). Quando há
necessidade de disciplina é porque os limites da liberdade foram desrespeitados. Portanto, a verdadeira educação
precisa oferecer liberdade, mas deve estabelecer limites.

       2.        UMA EDUCAÇÃO QUE OBJETIVA UM COMPROMISSO RELIGIOSO
    A procura pelo menino Jesus levou cerca de 3 dias. Ao final deste período, Jesus é localizado no templo,
dialogando com os doutores da lei. Ele não foi encontrado em algum outro lugar impróprio, e declarou: "...me
cumpria estar na casa de meu Pai". Isso revela que a educação que recebera era no sentido de infundir em sua mente
os verdadeiros princípios bíblicos. Com este ato, Jesus está se ingressando no judaísmo, podendo ter acesso à lei e aos
demais ritos judaicos.
    Ana e Elcana procuraram educar seu filho Samuel sempre no templo, perto do Sacerdote Eli (ISm 2.11,21 e 28).
    Uma educação bíblica, coerente e equilibrada precisa proporcionar uma formação, cujo compromisso maior, é
com o reino de Deus. E preciso despertar nos filhos o interesse pela Casa de Deus. Para isso os pais devem amar a
Igreja, os irmãos e os líderes da comunidade. Há indivíduos que falam tão mal da Igreja e mesmo assim querem que
seus filhos a freqüentem. O Pr. Caio Fábio em seu livro "O que Deus uniu", diz: "Os pais precisam ensinar os filhos a
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amar a Igreja, os irmãos e o Pastor. Mas, às vezes você critica tanto a Igreja, os irmãos e o Pastor, que seus filhos
acabam não tendo quaisquer referências positivas sobre a Fraternidade".

        3.       UMA EDUCAÇÃO QUE POSSUI A MARCA DO DIÁLOGO
    Está claro no v.46 que Jesus estabeleceu um diálogo com os mestres ali presentes. "Ouvin- do-os e
interrogando-os". Onde será que Jesus aprendeu isso? É lógico que foi em sua família, pois em seu lar as pessoas
possuíam o direito de falar e o diálogo era sempre uma realidade palpável. Mesmo após ter encontrado a Jesus, os
seus pais estabeleceram uma conversa com ele (vv.48 e 49). Aqui percebe-se a presença do pai e da mãe dialogando
com o filho. O casal unido enfrentou o problema do desaparecimento do filho. Disto aprende-se que a
responsabilidade quanto ao cuidado com os filhos recai sobre o casal.
    Os filhos têm o direito de falar e os pais não podem monopolizar a conversa numa demonstração de
 autoritarismo.
    Muitos pais querem falar pelos seus filhos. Alguns utilizam palavras impróprias, com agressões e ameaças,
 mentiras, xingamentos, apelidos, anedotas, etc. O sábio Salomão declara: "A resposta branda desvia o furor, mas a
 palavra dura suscita a ira" (Pv 15.1).
    Para que exista uma boa comunicação na família é necessário uma boa administração do tempo. Os pais devem
 gastar mais tempo com os filhos. Este diálogo precisa desencadear um relacionamento amoroso, alegre, jovial,
 esportivo e afetivo; pois, o relacionamento entre pais e filhos não é composto só de regras ou palavras, mas de um
 envolvimento entre eles.

   4. UMA EDUCAÇÃO QUE ATINGE A PESSOA INTEGRALMENTE
    O texto conclui afirmando que: "Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens"
(v.52). Isso comprova que a educação que recebera atingiu todas as áreas de sua vida. Mexeu com todo o seu ser.
Este verso serve, ainda, para condenar o Docetismo, a heresia que tentava fazer da humanidade de Jesus um mero
fantasma ou simplesmente aparência, e não a de um homem autêntico, que precisava aprender, desenvolver-se e
amadurecer.
    A educação que Jesus recebeu de seus pais lhe proporcionou um crescimento integral. Vejamos os seguintes
aspectos:
   b)Intelectual - Aqui está a referência quanto ao seu desenvolvimento intelectual ou seja, a sua identidade. Ellicott
disse que "a alma de Jesus era humana, isto é, sujeita às condições e limitações do conhecimento humano, e teve de
aprender como devem fazê-lo todas as almas humanas".
   c)Físico - Jesus se desenvolveu fisicamente, pois era pessoa que caminhava muito, trabalhava num serviço muito
pesado na carpintaria de seu pai José. Justino Mártir (150 d.C) diz-nos que em seu tempo, diversos objetos de
madeira, que eram reputados feitos pelas mãos de Jesus, eram intensamente procurados.
   d) Espiritual - Este é o principal resultado da educação que recebeu, pois a sua vida espiritual era intensa e repleta
de comunhão com Deus. Durante toda a sua caminhada terrena demonstrou desejo de estar junto ao Pai, gastando
tempo para falar com Ele por meio da oração.
   e) Social - O versículo expressa que Jesus se desenvolveu diante de Deus e dos homens. Isso mostra que Jesus se
desenvolveu junto com o povo, nos lares, praças, ruas, nas praias, no mar, nas festas de casamento; sempre
envolveu-se com as pessoas e estava acompanhado de multidões. Possuía bons amigos. E os seus filhos, têm boas
amizades? Quantos estão oferecendo só uma educação intelectual para os seus filhos! Mas, a legítima educação é
aquela que atinge a integralidade da vida humana, proporcionando às pessoas um desenvolvimento intelectual, físi-
co, espiritual e social. Será que os nossos filhos estão sendo educados desta forma?


DISCUSSÃO

1. A correria do dia-a-dia distancia os pais dos filhos. Em que isto afeta a educação dos filhos?
2. A educação que você oferece aos seus filhos respeita o direito que o filho possui de ser um indivíduo único e
   livre? Comente.
3. O que você entende por educação integral e quais são os seus benefícios?
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                                        ESTABILIDADE	FAMILIAR
                                               Colossenses 3:18-21
    A vida em família geralmente é cercada de muita expectativa. Quando os noivos entram no casamento, carregam
consigo muitos sonhos em torno da construção de uma família estável, feliz, bem sucedida, com filhos saudáveis,
obedientes, etc. Entretanto, há muitos casais que nos primeiros meses ou anos do casamento deixam ir por água abaixo
todos os sonhos e expectativas, chegando à conclusão de que a família que idealizavam e que começaram a construir
não passava de um castelo de areia. Há muitos casais que concentram todas as esperanças de uma família alegre e
realizada, nos fdhos que estão crescendo, mas, com o passar do tempo, estes acabam lhes trazendo grandes desgostos e
preocupações.
    Assim, assiste-se hoje à desestruturação e ao desmoronamento de muitas famílias. É nesse contexto e diante desse
desafio, que estaremos buscando na Palavra de Deus os princípios que possibilitam a estabilidade familiar, pois, "se o
Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam".
    Desde a instituição da primeira família na terra - Adão e Eva - até hoje, a família enfrenta problemas. Se por um
lado a família é lugar onde se tem segurança, provisões e cuidados mútuos, por outro lado é também o lugar onde
surgem conflitos, aborrecimentos e incompreensões.
    Marido e mulher, com suas individualidades e diferenças de formação, filhos com idades e temperamentos
diversificados, personalidades diferentes abrigadas sob um mesmo teto, acarretam, muitas vezes, as dificuldades em se
manter um relacionamento familiar tranqüilo, saudável e estável. Junto a esses fatores somam-se as tensões de um
mundo em crise, as influências dos meios de comunicação - especialmente a televisão - a deterioração de valores de
uma sociedade secularizada e a falta de comunicação, agravando a já bastante desestabilizada família moderna.
    Diante da preocupante situação da família moderna, o que deve ser feito? Será que a família é mesmo uma
instituição ultrapassada e fracassada? Será que outros modelos de vida familiar devem ser buscados ou tolerados?
    Sem considerar a complexidade dos fatores que hoje se somam, ameaçando a estabilidade da família, e sem
adiantar respostas às indagações anteriores, convidamos cônjuges e filhos a considerarem os princípios bíblicos
relacionados à estabilidade familiar.
    LIÇÕES PRÁTICAS
    A Bíblia não é um manual de vida familiar que traz regras e leis para a vida em família. A Bíblia apresenta, sim,
conselhos e princípios flexíveis que visam orientar e fazer da vida em família uma agradável, compensadora e
edificante experiência, assegurando a sua estabilidade.

   1. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA AUTORIDADE
   Em qualquer instituição, tanto divina quanto humana, precisa haver o princípio da autoridade. Porém, é preciso
entender que autoridade não é o mesmo que autoritarismo. Mas, que tipo de autoridade deve existir na família?
   1.1. Autoridade divina. "Como convém no Senhor... pois fazê-lo é grato diante do Senhor" (vv. 18,20). Quem
pensa que a maior autoridade dentro da família é a mulher ou o marido, está equivocado. Marido, mulher e filhos estão
sob a autoridade do instituidor e preservador da família: Deus. A autoridade divina está acima de qualquer outra
autoridade na família. A vida familiar deve ser vivida conforme a orientação bíblica, antes de tudo porque "fazê-lo é
grato diante do Senhor". Quando alguém desonra a sua família, está ofendendo diretamente a Deus e negando a fé (1
Tm 5.8).
   1.2. Autoridade patriarcal. "Esposas, sede submissas aos próprios maridos..." (v. 18). Esse texto bíblico foi
produzido em uma época, um lugar e um contexto cultural em que a estrutura social aceita era a patriarcal, onde o pai
era visto como o chefe e autoridade máxima. Em nossa cultura, o regime patriarcal também é mais aceito. Entretanto,
quando a mãe, por fatores diversos e/ou adversos assume a direção da família, a sua autoridade não é inferior pelo fato
de ser mulher. A autoridade patriarcal não dá ao marido o direito de ser arrogante, violento e dominador. Alerta J.
Comblin que: "Sendo o chefe da casa, o marido sofre a tentação de impor o seu humor a todos os membros da família.
Tem que reprimir esse mau humor, e tratar a mulher com delicadeza". Espera-se da esposa não a subordinação (estar
sob ordens), e sim, submissão (missão dentro do lar abaixo do marido, como sua auxiliadora idônea) (Gn 2.18). A
esposa não está na mesma condição dos filhos e dos servos que, em tudo devem obediência ao chefe da casa. É
importante entender também que, ao falar de submissão feminina, Paulo não questiona, nem justifica em nome do
Evangelho esta regra da tradição social familiar. Apenas diz que é conveniente que assim seja; não por causa do
marido em si, mas por causa do Senhor (Tt 2.3-5).
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   1.3. Autoridade Paternal/Maternal. "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais " (v.20). Ainda dentro do princípio
da autoridade, o texto mostra com muita clareza a importância da autoridade dos pais, através de uma exortação direta
aos filhos. Esta exortação, também repetida na carta aos Efésios (Ef 6.1-3), inspira-se no quinto mandamento (Ex
20.12). Em muitas famílias os filhos obedecem mais ao pai do que à mãe, mas não é correto que seja assim. Tanto o
pai quanto a mãe precisam exercer autoridade sobre os filhos (Pv 13.24; 19.18; 29.15, 17). Uma família onde a
autoridade dos pais não é reconhecida e respeitada, torna-se lugar de confusão e tristeza.

    2. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA SUBMISSÃO
    Onde não há submissão é difícil haver harmonia, é impossível haver felicidade. Por isso, a Bíblia apresenta para a
vida em família também o princípio da submissão.
    2.1. Submissão expressa em amor. "Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com amargura" (v. 19).
Em primeiro lugar, para haver estabilidade na família, o casal deve ser submisso a Deus. Um coração submisso a Deus
será sempre um coração cheio de amor. Diz a Bíblia
    que o amor procede de Deus e aquele que O conhece, ama. O marido que conhece a Deus dispensará à sua mulher
e receberá dela um tratamento cheio de amor (I Jo 4.7).
    2.2. Submissão expressa em obediência. "Esposas, sede submissas aos seus próprios maridos... Filhos, em tudo
obedecei a vossos pais" (vv. 18,20). A submissão expressa em obediência é a resposta mais natural a um tratamento
de amor. Um chefe de família obediente ao Senhor, responsável e amoroso, receberá de sua esposa e dos filhos uma
voluntária obediência como expressão de submissão. Uma família onde cada um faz o que bem entende e ninguém
obedece a ninguém, está muito distante dos princípios bíblicos que incluem a obediência como expressão de
submissão.
    2.3. Submissão expressa em humildade. O contrário de submissão é arrogância, altivez, etc. Quando existe este
tipo de comportamento na família, por parte de quem quer que seja, fica muito difícil a convivência familiar. A
palavra de Deus recomenda a humildade (Pv 22.4; 1 Pe 5.5).

   3. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA AFEIÇÃO
   A autoridade e a submissão na família se harmonizam e se tornam viáveis, praticáveis e agradáveis, em virtude do
princípio da afeição: consideração do marido para com a esposa e vice-versa, dos pais para com os filhos e destes para
com os pais. O princípio da afeição, sobre o qual também repousa a estabilidade familiar deve, necessariamente, ser
exercitado da seguinte maneira, como sugere o texto:
   3.1. Afeição conjugal. "Esposas, sede submissas... Maridos, amai... " Aqui fica mais clara a idéia de que a
submissão que a mulher deve ao marido e o amor que este deve à sua mulher não são atitudes forçadas por leis e
regras exteriores, mas é um sentimento de afeição que brota do coração. Grande é esse mistério, que se confunde com
a união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.28-33).
   3.2. Afeição filial. "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais" (v.20). A afeição dos filhos em relação aos pais é de
fundamental importância para a existência de uma família estável e feliz. Os filhos devem àqueles que os geraram, a
mais profunda afeição (Pv 6.20-23).
   3.3. Afeição paternal. O texto básico indica também que o princípio da afeição deve ser acatado e praticado pelos
pais em relação aos filhos: "Pais, não irriteis os vossos filhos para que não fiquem desanimados" (v.21). A mesma
recomendação é encontrada em Ef 6.4. Os pais devem ser muito cuidadosos na demonstração da afeição aos filhos. Os
sentimentos de rejeição, incompreensão e indiferença sentidos por muitos filhos, têm criado revoltas, complexos e
outros dramas existenciais, desestabilizando vários lares.

   DISCUSSÃO
   1. Quais os principais fatores que hoje provocam a desestabilização da família?
   2. No relacionamento familiar, quais são os limites: a) da autoridade do marido; b) da submissão da esposa; c) da
obediência dos filhos?
   3. Você concorda que dentro de casa a última palavra deve ser sempre do marido?
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                               FAMÍLIA	E	IGREJA

                                           SALMO 133
    Dentre as instituições sociais, a família e a igreja podem ser consideradas indispensáveis
dentro da conjuntura social. Ser membro de uma família e ser membro da Igreja de Cristo é algo
que deve ser profundamente valorizado e levado a sério. Família e Igreja estão intimamente
relacionadas. É impossível separar a família da Igreja ou esta daquela, sem trazer prejuízos a
ambas.
    Família e Igreja é o nosso assunto de hoje. Como tem sido em sua experiência a relação
Família-Igreja? À luz da Bíblia, como deve ser entendida e desenvolvida a integração Família-
Igreja? É o que veremos neste estudo.
    Verifica-se que há uma tendência muito acentuada em se fazer separação entre a família e a
igreja. Apesar de serem instituições distintas, é preciso entender que não deve existir
dissociação, isto é, separação. Uma instituição está implícita na outra, se interdependem, se
completam. O problema é que hoje a Igreja tem sido concebida por muitas pessoas e famílias
apenas como um local a ser visitado semanalmente (às vezes), tornando-se algo muito distante
da família. Alheias ao dia-a-dia da Igreja, suas dificuldades, propostas e desafios, muitas
famílias valorizam apenas as comemorações e os sacramentos (Santa Ceia e Batismo das
crianças), como se a simples preocupação com esses ritos pudesse garantir a aprovação de Deus
e as bênçãos para a família.
    O descaso para com a Igreja revela descaso para com a família, pois, dispensar o que a Igreja
tem a oferecer à família é uma atitude, no mínimo, irresponsável dos que a dirigem. O contrário
também é verdadeiro: o descaso para com a família é a prova mais concreta do descaso para
com a Igreja, podendo ser considerado até mesmo como sintoma da negação da fé (I Tm 5.8).
LIÇÕES PRÁTICAS
   Conforme o ensino geral da Palavra de Deus, podemos analisar a relação família e igreja da
seguinte forma:

1. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO NECESSÁRIA
    É preciso haver uma perfeita integração entre ambas. Sobre a necessidade desta integração
podemos destacar:
    1.1. Necessária para adoração (Ef 5.19-21). Adoração pode ser uma experiência
individual, mas deve ser também comunitária (Hb 10.25). Congregada com o povo de Deus, a
família tem maiores condições de prestar ao Senhor uma adoração mais profunda, envolvente,
criativa e participativa (Cl 3.16). Estando unida à igreja, a família se envolve nas variadas
formas de adoração, o que é impossível estando desligada da igreja.
    1.2. Necessária para comunhão (Fp 1.27). A vida cristã deve ser marcada não apenas pela
experiência vertical da comunhão com Deus, mas também pela horizontal: comunhão com os
irmãos. Integrada à igreja, a família, usufrui das bênçãos da comunhão cristã e ajuda a promove-
la. Os primeiros cristãos perseveraram na comunhão (At 2.42-47).
    1.3. Necessária para missão (Hb 10.24,25). A Igreja, como agência do reino de Deus, tem
uma importante missão a desempenhar, no sentido de proclamar a boa-nova pela implantação
dos valores do reino. Mas o desempenho desta missão requer a participação da família. Quando
a família se omite, a Igreja não tem como cumprir a sua missão, pois, é formada de famílias.
    Compreendendo a necessidade desta integração, Josué tomou uma decisão que, ainda hoje,
desafia profundamente cada família: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15).

2. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO AGRADÁVEL
   Há muitas famílias que parecem não ter experimentado ainda esse aspecto do compromisso
com a igreja. Esta integração é agradável pelas seguintes razões:
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    2.1. Promove a sociabilidade (SI 133.1). Além de ser uma necessidade, o harmonioso
relacionamento entre família e Igreja torna-se uma experiência por demais agradável. O convite
para ir à casa do Senhor alegrava o salmista Davi (SI 122.1). Igreja e família formam um
ambiente de sociabilidade que não deve ser trocado por nada (SI 84.1,10).
    2.2. Desempenha função terapêutica. A Igreja é uma comunidade terapêutica. Muitas
famílias podem testemunhar a agradável experiência que as envolveu quando se integraram à
igreja. Profundo conhecedor desta função terapêutica da Igreja, o apóstolo Paulo escreve aos
cristãos de Roma: "se Deus quiser, chegarei aí cheio de alegria e lhes farei uma visita que será
muito agradável para mim" Rm 15.32. BLH
   2.3. Atrai a bênção de Deus (SI 133.3). A integração família/igreja é agradável também
porque atrai sobre si a bênção de Deus. O relato a respeito da igreja do período apostólico
comprova isto (At 4.32-35).

3. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO PREJUDICADA
    Não obstante o aspecto agradável que permeia a integração família/igreja, é preciso
compreender que esta integração sofre muitas vezes a interferência de problemas que trazem
sérios prejuízos.
    3.1. Prejudicada pela alienação. O engajamento e a participação de cada família é
indispensável para a igreja. O indiferentismo de muitas famílias acomodadas e desinteressadas
em crescer na graça e no conhecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como igrejas que
não valorizam a família, resulta em enormes prejuízos para ambas. A falta de maturidade cristã
e o relaxamento na participação prejudicam tremendamente a integração entre família e igreja
(Hb 5.12-14).
    3.2. Prejudicada pela incompreensão (I Co 11.17,18). Outro problema que prejudica
profundamente é a dificuldade nos relacionamentos, sempre motivada por incompreensões. Esse
era um dos graves problemas que perturbavam a Igreja de Corinto, como se vê já no início da
primeira carta (I Co 3.3,4).
    Pessoas e famílias que nutrem contendas e rixas na igreja, desonram o nome de Cristo e
prejudicam a integração que deve envolver a todos.
    3.3 Prejudicada pela secularização (Rm 12.2). A conformidade a este século tem sido um
dos grandes problemas da igreja. Há famílias que estão se conduzindo e dando aos seus filhos
uma formação embasada muito mais nos princípios de uma sociedade corrompida e sem Deus,
do que nos santos princípios cristãos.
    Cada família deve considerar os conselhos da Palavra de Deus, apresentados por intermédio
do apóstolo Paulo (Fp 4.7-9).
    Apesar das ameaças e prejuízos que a igreja e a família às vezes sofrem, alenta-nos saber que
esta integração é sempre viável e prossegue vitoriosamente graças à direção divina sobre ambas
(SI 127.1; Mt 16.18; Rm 8.31), graças à consagração de muitos, que chegam a se arriscar pela
causa cristã, não medindo esforços (Rm 16.3, 4) e graças aos resultados positivos.
    Família e igreja são duas instituições coexistentes, inseparáveis e comprovadamente viáveis.
DISCUSSÃO
   1. O que pode ser feito para melhorar a integração família/igreja?
   2. E possível cultivar uma vida cristã autêntica independentemente da igreja?
   3. A sua família está integrada à igreja? Por que razão?
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                                     FINANÇAS NA FAMILIA
                                               I TIMÓTEO 6.3-10
       Uma das questões de maior peso e influência na vida humana é a financeira. Há milênios que
pessoas matam por causa do dinheiro; injustiças são cometidas, personalidades são corrompidas, tudo
por causa do dinheiro. Ou melhor, pelo "amor do dinheiro", de acordo com a afirmação apostólica (I Tm
6.10). Isto tem sido verdade especialmente no Brasil onde, há anos, o povo tem sofrido com uma crise
financeira, aparentemente insolúvel, devida, entre outros fatores, à ganância e corrupção de
governantes e governados, bem como a péssima distribuição da renda nacional. E neste contexto que
famílias cristãs sofrem, sonham, choram e lutam - e, a Palavra de Deus é e deve ser o guia que orienta
as famílias cristãs no trato com os problemas relacionados ao uso do dinheiro.
       Todos sabem que o sustento digno de uma família é questão muito séria, que deve ser
administrada com bons critérios. Muitas famílias sofrem devido a desempregos constantes de um dos
pais; outras sofrem com membros que, preguiçosamente preferem não trabalhar mas tentam ganhar a
vida de maneira fácil sem o "suor do rosto", através de loterias e outras formas de jogos de azar. São
muitos os problemas que envolvem as questões financeiras de uma família. Cada família deve saber
como administrar suas finanças. Muito embora a Bíblia não tenha texto específico sobre finanças na
família, há entretanto, orientações gerais que, se observadas e obedecidas, trarão bênçãos divinas às
famílias.

LIÇÕES PRÁTICAS
      I Tm 6.3-10 é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito do dinheiro. O apóstolo
Paulo escreve ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao dinheiro e
seu uso. Paulo ensina a Timóteo acerca dos perigos envolvidos na tentativa de enriquecimento ilícito.
Este texto pode ser aplicado à família cristã; ele sugere que uma boa e correta administração das
finanças de uma família depende da compreensão e aplicação de alguns pontos. Vejamos:

1. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A VIDA VALE
MAIS QUE O DINHEIRO
       "Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele ", diz o v.7.
Séculos antes, o livro de Jó expressava a mesma realidade: "Então Jó se levantou... e disse: nu saído
ventre da minha mãe, e nu voltarei... " (Jó 1.20, 21). A sabedoria bíblica reconhece que a vida vale mais
que o dinheiro. Na sociedade não cristã se pensa o contrário, ou seja, o dinheiro vale mais que a vida.
Por isso, pessoas destroem suas próprias vidas e as de seus semelhantes, sacrificam seus valores morais
e princípios éticos, tentando obter riquezas, e o que se pensa que o dinheiro pode dar. No entanto, os
que assim fazem, não conseguem encontrar na vida felicidade e a realização que desejam. Isto, porque
o não cristão não consegue ver a vida da perspectiva do Reino de Deus.
       Mas para quem está em Cristo, há sempre a lembrança de que a vida vale mais do que coisas,
bens, posses, etc. O próprio Senhor Jesus Cristo disse que o corpo é mais do que o alimento, e a vida é
mais do que as vestes (Mt 6.25).
       A família cristã, conscientizada desta verdade bíblica, irá encarar o dinheiro (e por extensão,
todas as questões financeiras) como um servo e não como um senhor. Assim, a família cristã não
viverá em função de obter dinheiro a qualquer preço, custe o que custar. Pelo desconhecimento e/ ou
desobediência a este princípio bíblico, famílias sofrem muito, pois ao inverter a ordem natural das
coisas, quebram o que o próprio Deus estabeleceu. Que nenhuma família cristã se esqueça que,
conforme a Escritura, a vida vale mais que o dinheiro.

2. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE O QUE
IMPORTA É O ESSENCIAL, E NÃO O SUPÉRFLUO
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       A mensagem do verso 8 é: "...tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes". Este
ponto está obrigatória e logicamente ligado ao anterior. A vida vale mais que o dinheiro, mas sem
dinheiro a vida torna-se difícil. Por isso, o apóstolo Paulo diz que, tendo o básico (sustento e vestuário)
devemos estar contentes. O Senhor Jesus Cristo disse que, se buscarmos em primeiro lugar o Reino de
Deus e Sua justiça, o básico à manutenção da vida humana será acrescentado (Mt 6.31-33). A epístola
aos Hebreus diz: "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele
tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (13.5).
       O orçamento financeiro da família cristã deve incluir despesas com alimentação, vestuário,
aluguel (se necessário), despesas com água, luz e telefone (se houver), saúde (médico, dentista,
farmácia, etc), educação (livros, material escolar em geral, mensalidades, etc), transportes, lazer - tudo
isto é necessário. Deve também prever algum tipo de economia para o futuro, como por exemplo, um
acidente com um membro da família; mas antes de tudo isto, há a consagração dos dízimos e ofertas ao
Senhor (Ml 3.10) e a ajuda aos materialmente necessitados (conforme Mt 25.31-46; Ef 4.28; Gl 6.10).

      Vivemos em uma sociedade materialista, que é dominada pela doença do consumismo (que leva
as pessoas a comprarem o que não precisam). É preciso fazer ao Senhor a mesma oração feita pelo
antigo sábio: "Duas cousas te peço... não me dês nem pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for
necessário... " (Pv 30.7,8). Estejamos contentes com o básico.

3. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A OBTENÇÃO
DE RIQUEZAS NÃO É O ALVO DO CRISTÃO.
       "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada... Porque o amor do dinheiro é a raiz
de todos os males..." (vv. 9,10). Precisamos de dinheiro para nossa manutenção, mas não colocamos
(pelo menos não deveríamos colocar) a obtenção de riquezas como alvo supremo de nossas vidas. A
sociedade pecaminosa em que vivemos incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas
vidas a luta por conseguir ganhar cada vez mais dinheiro.
       Muitos então vivem na filosofia do "quanto mais tem, mais quer". Este vírus, infelizmente tem
contaminado muitas famílias. Isto se vê em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com
seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; em pais que pressionam seus filhos para
fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este
curso confere mais "status" e salários mais altos a quem o fez; em rapazes e moças que se casam
apenas por interesses financeiros, enfim, diversas maneiras que demonstram uma preocupação
excessiva em adquirir riquezas.
       É estranho que esta preocupação extrema com a vida material, atraente mas inegavelmente anti-
bíblica, tem penetrado no meio cristão de tal maneira que, já há até alguns líderes religiosos ensinando
"princípios bíblicos" e "orações" para se obter riquezas. Se entendermos corretamente a Bíblia,
veremos que isto, na verdade, não tem a menor base escriturística.
       A família cristã deve usar os recursos financeiros que tem, não importa se poucos ou muitos,
para o seu sustento digno, e também para o sustento da obra do Senhor e a ajuda aos necessitados.
Assim, não se submeterá ao Senhor tirano e cruel que o dinheiro se torna para muitos, que "ator-
menta com muitas dores " (v. 10) aos que o colocam em primeiro lugar em sua lista de prioridades na
vida.

DISCUSSÃO
1. Que critérios vão determinar o que é supérfluo e o que é necessário para a manutenção de uma
família?
2. Deus tem prometido prosperidade financeira a quem é dizimista fiel? Justifique sua resposta.
3. Como entender o comportamento de algumas famílias cristãs que não cumprem corretamente seus
compromissos financeiros?
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                              PERDÃO NA FAMÍLIA
                                      LUCAS 15.11-32
Como cristãos, cremos que Deus criou a família e a fez para que seja um refúgio de paz, alegria e
equilíbrio em meio à angustia, desesperança e confusão da sociedade em que vivemos.
Entretanto, há várias ameaças que colocam em risco a harmonia da família. É importante meditar
no ensino bíblico a respeito do perdão na família; mais importante ainda é viver este ensino.
Muitas vezes acontece, lamentavelmente, de famílias experimentarem brigas e
desentendimentos. São conflitos que surgem entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos entre si,
que, se não forem tratados a tempo, resultarão em rompimento de relacionamentos, mágoas,
frustrações, enfim, fatores que podem destruir uma família. São muitos os casais que se
divorciam, irmãos que não se falam, porque surgiram problemas que não foram solucionados. A
solução é o perdão. Este assunto é de fácil compreensão, mas de difícil execução. Entretanto,
pela graça de Deus, vamos não apenas aprender o que a Bíblia diz sobre isso, mas vamos viver
este perdão. Para isso, vamos estudar a conhecida parábola do "Filho Pródigo".
LIÇÕES PRÁTICAS
1. O PERDÃO É UMA NECESSIDADE NO RELACIONAMENTO FAMILIAR
Não é novidade para ninguém que toda família tem problemas. A família da parábola contada
pelo Senhor não é exceção à regra, e enfrentou problemas seríssimos. Estes problemas foram
provocados pelo filho mais novo, que exigiu de seu pai a sua parte nos bens. É interessante
observar que o rapaz pediu o que era realmente seu, porém, ele só teria plenos direitos àqueles
bens depois da morte de seu pai. O que aquele rapaz cometeu foi uma ofensa terrível, quase
imperdoável, tanto naqueles dias como hoje. Na prática aquele jovem insensato estava dizendo
que a vida de seu pai valia menos que riquezas e bens materiais. Esta atitude irrefletida do moço
provocou decerto profunda mágoa no coração de seu pai; provocou também grande amargura no
coração do irmão mais velho. E, com certeza, ele mesmo ficou frustrado e decepcionado, após
ver que o dinheiro não lhe deu a felicidade sonhada e desejada. Devido a um ato impensado,
muito sofrimento sobreveio àquelas três vidas. Só uma coisa poderia resolver tão graves pro-
blemas: o perdão. Com o perdão a paz voltaria aos corações tristes e angustiados; com o perdão,
o que todos os membros daquela família mais desejavam seria obtido. Pois, o que toda família
quer é viver em harmonia. Se qualquer fator põe em risco este equilíbrio, o perdão precisa ser
exercitado para que a harmonia volte a reinar no lar.
Por mais graves que possam ser os pecados que os membros da família cometem uns contra os
outros, o perdão continua a ser uma necessidade e, enquanto esta necessidade não for satisfeita, a
situação dos envolvidos só irá piorar. A passagem do tempo não é capaz de resolver muitos
problemas que surgem entre parentes - só o perdão é capaz de fazê-lo. Pedir, dar e aceitar o
perdão é uma necessidade vital para a saúde emocional, espiritual (e até física) de qualquer
família, seja da Palestina dos dias de Jesus ou do Brasil do nosso tempo.
2. O PERDÃO PRODUZ RESTAURAÇÃO NO RELACIONAMENTO FAMILIAR.
Além de ser uma necessidade que precisa ser satisfeita, o perdão produz restauração. Foi o que
aconteceu na família retratada no texto básico: a recepção festiva dada pelo pai ao filho mais
moço que voltou para casa, indicava claramente que houve perdão; e com o perdão, o ex-
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guardador de porcos foi restaurado à sua posição de filho. Ele queria ser recebido como um
simples empregado, mas a restauração foi completa: seu pai o honrou, dando-lhe um anel,
símbolo de sua posição.
Sempre que há a prática do perdão, maravilhas acontecem; relacionamentos inter-pessoais
rompidos são restaurados; consciências que se tomaram enfermas pelo peso de pecados
cometidos, são curadas; crises sérias são solucionadas quando há perdão. Isto tudo porque o
perdão dá a possibilidade de um novo começo, uma nova chance a quem errou. Este perdão é
dado porque foi recebido de Deus (Cl 3.13). Meditando sobre este assunto, alguém disse que,
"perdoar é considerar o outro como se ele não nos tivesse ofendido em nada".
A restauração produzida pelo perdão se dá em vários níveis: em nível horizontal, no
relacionamento da pessoa ofendida com quem a ofendeu (e vice-versa); em nível vertical, no
relacionamento com Deus; e até em um nível interior, no relacionamento da pessoa consigo
mesma. A convivência familiar é altamente sujeita a problemas graves de relacionamento;
entretanto, se o perdão for pedido e for dado, haverá restauração, paz, equilíbrio e cura de
memórias feridas.
3. O PERDÃO É UM DESAFIO AO RELACIONAMENTO FAMILIAR.
O perdão cura, abençoa e restaura. Sendo assim, era de se esperar que este assunto (perdão nos
relacionamentos em geral, mas especificamente em um contexto de família) fosse mais vivido e
executado no dia-a-dia dos crentes. Entretanto, não é isso que se vê: geralmente, há uma
resistência quanto a dar e pedir perdão. Isto porque o perdão é um desafio. A cada vez que nos
encontramos em uma situação que exige perdão, somos desafiados: perdoaremos ou não?
Pediremos perdão ou não? A tendência natural das pessoas é, devido ao orgulho, não conceder
nem pedir perdão; mesmo os crentes, enfrentam dificuldade em relação a tão importante questão.
Neste caso, aplica-se o que disse o Apóstolo Paulo aos crentes gaiatas: "porque a carne milha
contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si..." (Gl 5.17).
No texto básico, pode-se observar que a parábola não foi concluída por Jesus - não se sabe o que
aconteceu com o filho mais velho, que tão indignado ficou com o perdão dado pelo pai ao irmão
mais novo e que nem entrou em casa (v.28): ele perdoou seu irmão? Reconciliou-se com ele? Ou
permaneceu irredutível em sua recusa de perdoar? Lucas não nos conta o fim da parábola de
propósito, pois cada ouvinte e cada leitor do Evangelho a terminará com sua própria vida,
perdoando ou recusando-se a perdoar.
O perdão é sempre um desafio seríssimo, que deve ser enfrentado com oração e humildade
cristãs. E é na vida em família que este desafio se faz mais necessário. Vamos recordar que este
desafio é constante para o cristão, isto é, não há limite para o perdão que deve ser dado. Jesus
disse que devemos perdoar não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete (Mt 18.21, 22).
DISCUSSÃO
1. O que dificulta a prática do perdão na família?
2. Você acha que em casos de traição conjugal, rejeição de filhos, incestos, etc, é possível a
aplicação do perdão? Comente com o grupo.
3. "Eu perdôo mas não esqueço" - esta afirmação é biblicamente correta? Justifique sua resposta.
Quando os Pais Oram
TEXTO: 1 Samuel 1.27-28
INTRODUÇÃO
Sempre chamou-me a atenção a importância que a Bíblia dá à influência da oração dos pais sobre a vida dos filhos.
Principalmente, porque o próprio Deus, ao estabelecer a Aliança da Graça, revela o seu interesse de abençoar os filhos
através da instrumentalidade dos pais: "Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca;
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes" (Is 44.3). E um dos
meios de que Deus se utiliza para abençoar os filhos dos crentes é a oração dos pais.
O apóstolo Paulo reconhece a influência espiritual dos pais sobre os filhos, quando diz a Timóteo: "Pela recordação
que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e
estou certo de que também, em ti" (2 Tm 1.5).
Na lição de hoje, pretendemos destacar o ensino bíblico acerca da influência da oração dos pais sobre a vida dos
filhos.

EXPOSIÇÃO
1. UMA BASE BÍBLICA
Deus ao criar o indivíduo, criou também a família (Gn 1.26-27). E assim como o pecado atingiu o indivíduo, afetou
também a família (Gn 3). Contudo, Deus não revogou a Aliança após o pecado do homem, mas providenciou a
Redenção através de Jesus Cristo. Todo Antigo Testamento descreve o processo histórico de preparação dessa
redenção até à sua consumação em Jesus Cristo (Gl 4.4). E o alvo de Deus sempre foi abençoar o indivíduo
juntamente com a sua família. Deus se compromete, na Aliança da Graça, a abençoar a nossa família (Gn 12.1-3; Gl
3.7-9).
Vejamos alguns exemplos de homens que intercederam pela sua família:
1.1. Noé
"Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, apare-
lhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da
fé"{Hb 11.7, grifo da citação).
1.2. Abrãao
"Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do
Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito" (Gn
18.19, grifo da citação).
1.3. Páscoa
"Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a
casa dos pais, um cordeiro para cada família. Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o
sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao Destruidor
que entre em vossas casas, para vos ferir" (Êx 12.3,23, grifo da citação).
1.4. Pedro
"Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o
Senhor, nosso Deus, chamar"(At 2.39, grifo da citação).
1.5. Paulo e Silas
"Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no
Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" (At 16.30-31, grifo da citação).
Em síntese, há um compromisso de Deus com os pais crentes em abençoar os seus filhos, desde que os pais sejam
fiéis a aliança com Deus: "Na mesma noite, lhe apareceu o Senhor e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não te-
mas, porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo" (Gn
26.24, grifo da citação).

2. ORANDO PELOS FILHOS
Ana, mãe de Samuel, diz: "Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que
também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o
Senhor" (1 Sm 1.27-28).
Nesta declaração, Ana reafirma o que já sabemos: o nascimento de Samuel foi resposta de oração: "por este menino
orava eu". Também, que Samuel não lhe pertencia, tal como nenhum filho é propriedade de pai humano, pois os
nossos filhos pertencem a Deus. Então, ela o devolveu a Deus, em cumprimento do seu voto e em atitude de
consagração do seu filho a Deus: pelo que também o trago como devolvido ao Senhor.
A atitude de Ana coloca-nos diante de um grande desafio: orar pelos nossos filhos e consagrá-los a Deus. E, quando
devemos orar por eles?
     Devemos orar por eles antes mesmo do nascimento, afim de que nasçam com saúde (SI 139.13-16).
     Devemos orar pela conversão e o crescimento espiritual dos nossos filhos (Lc 1.66-80).
     Devemos orar pelo futuro dos nossos filhos, principalmente quando tiverem que tomar decisões sérias, tais como
       sobre o estudo, profissão, casamento etc. (Gn 24).
     Devemos orar pelos filhos que se acham afastados da comunhão com o Senhor (Tg 5.16-20).
     Devemos orar pela família dos nossos filhos e pelos nossos netos (SI 128).

CONCLUSÃO
Quero concluir esta lição insistindo que devemos orar pelos nossos filhos. Leia com atenção a oração que uma vovó
fez por sua netinha:
"Meu precioso bebê, em celebração à sua chegada eu fiz este presente especial, chamado de manta de oração.
Quando se cobrir com ela, saiba que está coberto de oração. Cada ponto representa uma oração feita por você. Aqui
estão dez orações minhas por você:
1. Como um novelo que se transforma em uma bela manta, Deus tem um belo plano em sua vida. Peço a Deus que
você o descubra (Jr 1.5).
2. Esta manta foi feita por mãos humanas. Mas você foi maravilhosamente formado por mãos divinas. Peço a Deus que
você saiba o quanto é especial para Ele (SI 139.14).
3. Se eu errar um ponto, a manta se desfaz. Porém, Deus tem planos maravilhosos para cada passo de sua vida. Eu
peço a Deus que você possa seguir os planos dEle e saber que mesmo quando nós, como família, erramos um ponto
ou dois, Ele pode nos redimir quando confiamos nEle (Pv 28.13).
4. Se eu voltar e consertar um ponto, a manta não ficará defeituosa. Se você voltar e confessar os seus pecados, sua
vida será santa. Peço a Deus para que você tenha a coragem de confessar os erros para que viva uma vida santa (1
Jo 1.9).
5. Esta manta tem muitos pontos, mas nada se compara aos pensamentos de Deus para com você. Peço a Deus que
você se lembre dEle e saiba que Ele se lembra de você (SI 139.17).
6. Precisei tecer três fios juntos para fazer, uma manta forte. Serão necessárias três partes (você, sua família e Deus)
para que sua vida seja forte. E serão necessárias três pessoas da Trindade para manter sua vida de pé. Peço a Deus
que você se apoie nEle e na sua família (Ec 4.12).
7. A borda desta manta impede que ela perca o formato. Deus quer colocar algo em volta de você para protegê-lo e
esquentá-lo. Peço a Deus que você sempre fique entre os limites que Ele estabeleceu para você (Jó 1.10).
8. Minha esperança é que esta manta o conserve quente e seguro. O plano de Deus é muito maior. Ele quer lhe dar um
futuro e uma esperança. Peço a Deus que você sempre ponha sua esperança nEle (Jr 29.11).
9. Quando você se cobrir com esta manta, saiba que está coberto de amor e de oração. Deus quer cobri-lo com amor
do seu Filho. Peço a Deus que você possa amar a Jesus desde novo (Jo 14.21).
10. Embora eu saiba que um dia esta manta não servirá mais para você, eu peço a Deus que você sempre saiba que
necessita dEle (1 Jo 4.15-17).
Com amor, Sua vovó. "

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  • 1.
  • 2. Pag. 1 A influencia da Internet na Igreja e família O crescimento da Internet no mundo é espantoso, são mais de 600 milhões de pessoas ligadas; os brasileiros são 5% deste universo, aproximadamente 30 milhões. A Internet é um mundo virtual muito semelhante ao real, nele encontra-se sites abordando todos os temas possíveis, especialmente: pornografia, sexo e assuntos espiritualistas. Em meio a estas densas trevas a luz do Senhor tem brilhado, pois eis que surgem diariamente novos pontos de luz, que são sites que procuram honrar e glorificar o nome Santo do Senhor Deus, disponibilizando verdadeiros oásis, com águas puras que restauram vidas. Ao servo, é dada a opção de honrar a Deus, acessando páginas dignas dos santos, ou a satisfação da carne e suas consequências. Irmãos não esqueçam, as más ações, mesmo que virtuais são pecado e como tal, passíveis de condenação eterna. (1Co 6.12) “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações.” Pv 21.2 (Veja também: Sl 7.9; 17.3; 139.1) “...Eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as vossas obras.” Ap 2.23 Constato que os cristãos em especial os jovens têm feito uso desta ferramenta para secretamente extravasar toda a maldade da carne. Anônimos, fora do alcance dos olhos de familiares, presbíteros, pastores e demais autoridades da igreja; encontram uma situação de liberdade que os encoraja a agir segundo as inclinações de seus corações e fazem coisas terríveis. Esquece-se que o Senhor a tudo vê e certamente tais pecados não passam desapercebidos diante do trono e serão cobrados no tempo oportuno (Ap 2.23). Não é aconselhável ao servo de Deus: 1 – Acessar sites Eróticos e Pornográficos. É preciso que os servos de Deus tenham o devido cuidado com a vida espiritual, não permitindo que a impureza se aloje, afastando-lhes da comunhão verdadeira com o Eterno. Amados, é um engano pensar que o acesso a tais páginas não produz um efeito devassador na vida, é praticamente impossível, não se contaminar com os desejos baixos produzidos pela carne. O Senhor nos deixa uma palavra clara de alerta contra a impureza, sua prática apaga o Espírito de Deus. “Eles perderam toda a vergonha e se entregaram totalmente aos vícios; eles não têm nenhum controle e fazem todo tipo de coisas indecentes... Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês.” Ef 4.19 e 5.3 “Ele castigará especialmente os que seguem os seus próprios desejos imorais e desprezam a autoridade dele.” 2Pe 2.10 2 - Sexo Virtual (Conversas sensuais, adultério virtual, etc...). Sexo virtual é pecado! No uso da internet muitas pessoas tem envolvido-se com esta prática. ”Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês.” Ef 5.3 “Deus não nos chamou para vivermos na imoralidade, mas para sermos completamente dedicados a ele.” 1Ts 4.7 ; Hb 13.4) “Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério.” Hb 13.4 3 - Bate Papo / Chat. Estas salas de conversação são usadas por muitos para construir amizades e em outros casos, até falarem do amor do Senhor. Infelizmente, nota-se que as designadas aos Cristãos/Evangélicos dos grandes portais, são verdadeiras praças nas quais muitos freqüentadores influenciados por espíritos malignos se portam como filhos das trevas. Lamento a ingenuidade de muitos que insistem em “jogar pérolas aos porcos” (Mt 7.6) expondo ao ridículo a palavra santa do Senhor e, pela vida de muitos crentes que escondido atrás de um “Nickname” (ou de nome virtual) mostram suas inclinações pecaminosas, usando expressões baixas e mentiras. A consciência de uma vida santa deve envolver todo o nosso ser, a ponto de produzirmos os frutos do Espírito Santo em todas as situações, inclusive, nas ações numa sala de Chat, nossas palavras devem ser continuamente uma expressão de louvor a Deus.
  • 3. AMOR NA FAMÍLIA GÊNESIS 45.1-15 A década de 60 foi revolucionada pela proposta de "paz e amor" do movimento chamado "hippie". A sociedade foi contestada e influenciada por este movimento. A proposta correta deve ser mesmo: "paz e amor" ou "amor e paz"? O presente estudo pretende abordar esta questão do verdadeiro amor, o qual se constitui na base fundamental para a estabilidade das famílias. Esta palavra - AMOR - que tem sido cantada em verso e prosa, precisa ser entendida e analisada à luz da Palavra de Deus. Na sociedade atual a palavra amor está muito desgastada. Para muitos, amor é apenas sexo, prazer ou satisfação. Confundir amor com sexo é limitar o significado verdadeiro do amor. Outros tentam comprar o amor através de dinheiro e presentes. Nas famílias, geralmente, o amor tem diminuído assustadoramente. Os lares nem sempre são lugares de manifestações amorosas, mas um verdadeiro campo de batalha. Mas, um outro problema é o daqueles que entendem que só devem amar os que os amam. Amar só quando se é amado é prova de um amor egoísta e condicional. Neste estudo estão algumas idéias úteis para uma compreensão verdadeira sobre o amor na família. LIÇÕES PRÁTICAS 1. O AMOR NA FAMÍLIA É FUNDAMENTAL PARA A SUA SOBREVIVÊNCIA É impossível uma família sobreviver diante das crises, problemas e atritos, sem a presença do amor. O amor é a base para a sustentação dos lares e, nele, os lares precisam estar apoiados. A família é uma instituição ameaçada, mas não derrotada, pois o amor a tudo vence. A família de José conseguiu sua restauração através da manifestação do amor por parte deste que foi odiado e vendido. "Pai e mãe hão de relacionar-se mutuamente sobre a base do amor (Ef 5.21). Este amor estabelecerá o marco de referência que não somente modela o padrão de relação entre os diferentes membros do sistema, mas que, por sua vez, permitem o crescimento dos mesmos". Deus é a fonte deste amor (I Jo 4.8). Cada família deve buscar no Senhor o amor para a sua sobrevivência. E preciso deixar que o Deus de amor seja o construtor de nossos lares (SI 127.1). O que ocorre quando há o esfriamento do amor? Logo surgem a infidelidade, maus tratos, falta de diálogo, ciúmes exagerados, brigas, etc. Muitos lares já ruíram e outros estão à beira da separação, em virtude da diminuição do amor. A família só consegue sobreviver unida e feliz, por meio da existência do amor. Se há um elemento que, mais do que qualquer outra coisa, pode salvar os casamentos é o amor. 2. O AMOR NA FAMÍLIA CARACTERIZA-SE PELO ALTRUÍSMO E característica fundamental do amor o altruísmo, ou seja, aquele que ama procura fazer algo em favor de quem o ama. O amor é doação, indo assim além do romantismo. José revelou um amor autêntico aos seus familiares, concedeu o perdão, promovendo assim a união familiar, oferecendo recursos para a sobrevivência dos seus queridos. (Gn 45.1-15; 46.28-34). A maior prova do amor altruísta é a de Deus. Ele "deu" seu próprio Filho Unigênito em favor da salvação de todo aquele que nEle crê (Jo 3.16). "O amor jamais reclama; dá sempre. O amor sempre tolera, jamais se melindra nunca se vinga". (M. Gandhi). Este espírito de um amor altruísta é possível verificar com clareza nas declarações de Martin Luther King: "Não digam que sou um Prêmio Nobel. Isso não tem importância. Digam que fui porta- voz da justiça. Digam que procurei dar amor, que procurei amar e servir à humanidade".
  • 4. Na família ninguém existe para ser apenas amado e servido. Ela se constitui em uma oficina de trabalho, local de constantes demonstrações de amor. O apóstolo Pedro fala dos deveres daqueles que se amam (I Pe 4.7-11). É necessário suportar uns aos outros (Ef. 4.2). Há gestos, costumes, jeitos e trejeitos os mais diferentes entre os membros das famílias. Não e fácil amar e conviver com aqueles que são diferentes. Mas é preciso "suportar", agüentar o peso destas diferenças, "em amor", fazendo sempre algo pela pessoa amada. O que você tem feito em benefício da felicidade do seu próximo? 3. O AMOR NA FAMÍLIA PRECISA SER DEMONSTRADO EM QUAISQUER SITUAÇÕES Neste episódio que envolve família, é possível perceber com clareza que José demonstrou o verdadeiro amor em um contexto de rejeição e abandono. Quando seus irmãos foram ao Egito em busca de alimento e se depararam com ele no poder, eles não foram marginalizados e nem penalizados, mas alcançaram favor da parte de José. A expressão do amor é um fato que não pode ser visto em apenas alguns momentos, direcionado para algumas pessoas ou demonstrado só quando se é amado. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (I Jo 4.19). Quando Cristo nos amou, nós éramos Seus inimigos, pecadores e estávamos longe de fazer a Sua vontade. Mas, através de um amor incondicional, Ele nos amou e nos redimiu. No relacionamento familiar, a prática do amor deve existir em todos os momentos. Aqui está um grande desafio para todos, mas é possível amar, mesmo não sendo amado; pois o amor não se resume num sentimento, mas em uma convicção e dever cristãos. É preciso estar disposto a compreender que o amor é mais que um sentimento. Através de atividades de compromisso, aceitação e respeito, o amor é expresso em quaisquer circunstâncias. Concluindo, é possível declarar que o amor é algo vital para trazer a união e a felicidade nas famílias. Uma boa comunicação, um bom relacionamento sexual, a inexistência de ciúme exagerado e muito mais, só poderão ser conseguidos quando o amor estiver existindo abundantemente dentro dos lares. Uma família só poderá sobreviver, mesmo enfrentando crises, com a presença do amor verdadeiro, o qual deve ser demonstrado em quaisquer situações da vida. "Lar não é somente quatro paredes, cheio de quartos e iluminação; lar é um santuário edifiçado para nele habitar a afeição". (Marta B. Leavell) DISCUSSÃO 1. Muitos casais chegam à triste conclusão de que não se amam mais. O que deve ser feito para reavivar este amor? 2. O que a pessoa que deseja ser amada deve fazer para que o seja? 3. "Amar sem ser amado". Isto é verdade e possível de ser aplicado na convivência familiar? Por quê?
  • 5. Pag. 2 “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” Cl 4.6 ”De boas palavras transborda o meu coração... nos teus lábios se extravasou a graça; por isso Deus te abençoou para sempre.” Sl 45.1,2 ”Ordena e ensina... Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, tornar-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” 1Tm 4.11,12 ”Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” Sl 141.3 ”E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus...” Sl 40.3 ”Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações. E tudo que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus.” Cl 3.16,17 4 – Hackers e vírus A rede está repleta de vírus e programas intrusos que se alojam no hd, trazendo sérios danos ao funcionamento do PC e ou captando informações pessoais (senhas, número de documentos, etc.). Aventurar-se na Internet sem algumas precauções mínimas é buscar para si, prejuízos; procure proteger o computador com programas contra vírus ou invasores (firewalls). Hoje, além dos famosos vírus, cuja finalidade é violar nossos computadores e em alguns casos roubar algumas de nossas informações pessoais, encontramos na internet os delinqüentes cibernéticos aplicando golpes nos usuários. Cuidado. Use com cautela seu computador, procurando não entrar em sites desconhecidos. 5 - Sites do Senhor. Mas, em meio a este mar de coisas terríveis, visualizamos ilhas que são verdadeiros paraísos espirituais, nas quais podemos aportar e desfrutar das delicias que nos são apresentadas. Verdadeiro alimento que fortalece a nossa fé e concede-nos disposição para continuarmos firmes e inabaláveis na caminhada em direção à cidade santa. Estes sites devem ser visitados e ajudados, são pontos de luz em meio às trevas. Amados Pais, jovens e Irmãos: O Senhor colocou em nossas mãos a responsabilidade pela instrução dos filhos nos caminhos santos (“Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem.” Dt 6.6,7), procure conhecer qual a vida que eles tem levado na Net, sente-se e os aconselhe, faça-os refletir sobre os perigos da rede, bem como, sobre a necessidade de serem santos em todo o proceder, seja no acesso a site impróprios, em chats e até mesmo na incompatibilidade da prática hacker. Estejam atentos, acompanhe os passos de vossos filhos na Web, analise o histórico de páginas visitadas, e as conversações desenvolvidas. Converse e oriente a serem santos nas ações. Mas lembremos que, por outro lado, pode-se fazer uso da Internet de uma forma santa e edificante! A rede possui um lado muito positivo, pois o Senhor tem levantado servos verdadeiramente compromissados e cheios do Espírito Santo para serem luz neste mundo de escuridão; levando a Sua Salvação, bem como, abraçando àqueles que necessitam de uma palavra de consolo e ânimo. Para invadir este “mundo virtual”, surgem diariamente uma série de sites, cujos fins é anunciar a “Boa Nova do Senhor Jesus”. É o Eterno lançando mãos dos meios disponíveis para manifestar a Sua glória. Já é possível transmitir cultos via internet para o mundo inteiro a custo zero. Pregadores e escritores podem alimentar milhares e até milhões de pessoas com a mensagem que recebem da parte de Deus. As barreiras da comunicação caíram, postamos textos e informações nos blogs e sites e em segundos são acessados em qualquer parte do mundo.A internet tem possibilitado aos missionários virtuais chegarem facilmente até os confins da terra, literalmente. Temos recebido a informação e o testemunho de muitos irmãos de que, em países onde há grande perseguição aos cristãos e é proibida a divulgação aberta do Evangelho, como a China e alguns lugares do Oriente Médio, a Internet tem se revelado o grande e eficaz veículo de propagação da fé em Cristo. Ao usar a Internet não esqueçamos do que nos ensina a palavra: “Sede santos, porque eu sou santo.” 1Pe 1.16
  • 6. Pag. 1 Curso: Princípios para a vida familiar saudável CIÚMES NA FAMÍLIA I corintios 13:1-7 Já dizia uma velha canção: "Se há ciúmes é porque existe amor... tanto ciúme também pode causar dor". Até onde isso é verdade? Muitas vezes torna-se difícil distinguir o ciúme do zelo cuidadoso. Ciúme, como define o dicionário, é zelo doentio e excessivo por alguém ou alguma coisa. Mas, e a falta de ciúme pode revelar descuido, falta de interesse, falta de amor e de preocupação com alguém? A família não está livre do ciúme. Ele existe entre os cônjuges, os pais têm ciúmes dos filhos e vice-versa e os irmãos sentem ciúmes entre si. Todos temos uma ponta de ciúme brotando em nossos relacionamentos familiares. Entre muitos fatores de destruição da família, está o ciúme. Por não saber lidar com este sentimento e desconhecer que ele, em grau acentuado, é um pecado, obra da carne, e muitos lares estão sendo desfeitos e tragédias têm acontecido nas famílias. O ciúme quando não é exagerado e doentio ajuda a temperar o amor. Por um lado, é bom saber que alguém tem ciúmes de nós; no entanto, quando não é bem direcionado, pode se tornar num problema gravíssimo para o lar, gerando até mesmo crimes passionais. LIÇÕES PRÁTICAS 1. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE DESESTRUTURA O RELACIONAMENTO FAMILIAR Muitas famílias estão desmoronando porque o ciúme tem minado o relacionamento familiar, abrindo brechas irreparáveis na vida de muitos casais e entre irmãos. O ciúme gera a inveja, que por sua vez gera a morte. A história bíblica registra o primeiro homicídio, que foi causado pela inveja. Caim, enciumado porque Deus aceitou a oferta de seu irmão e rejeitou a sua, ficou amargurado e matou Abel (Gn 4.1 -8). Raquel, que não podia dar filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã Lia, e o relacionamento familiar sofreu sérios abalos (Gn 30.1-26). Os irmãos de José, que lhe tinham ciúmes, o venderam como escravo (Gn 37.11). Estes são alguns exemplos bíblicos que revelam como o ciúme pode provocar tragédias na família. Vez por outra, tomamos conhecimento de acontecimentos trágicos em família, que tiveram como causa o ciúme exagerado. Medo, insegurança, desconfiança, perseguição, falta de domínio próprio, brigas, intolerância, etc, são provocados pelo excesso de ciúmes. Quando a família vai sendo alimentada com estas atitudes, o relacionamento vai se tornando cada vez mais difícil e o lar vai se desestruturando. Quando o apóstolo Paulo declara que "o amor não arde em ciúmes " (I Co 13.4) é possível ver nesta declaração que há ciúme natural, dosado, zeloso, espontâneo e que é realmente resultado de um amor sincero que se preocupa com o bem-estar do outro. Porém, "arder" em ciúmes é algo perigoso, incontrolável e seriamente gerador de confusões e atritos na família. 2. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE ELIMINA O AMOR NO RELACIONAMENTO FAMILIAR. Pela maneira como o amor é descrito em I Coríntios 13, percebe-se que aquele que ama está preocupado com o outro, e não apenas consigo mesmo. O amor é um sentimento maduro que traz segurança e equilíbrio para a família; já o ciúme é uma paixão doentia que sufoca o amor e pode ser, muitas vezes, um ódio disfarçado. O ciúme é falta de confiança no outro e em si mesmo.
  • 7. Pag. 2 Curso: Princípios para a vida familiar saudável Em I João 4.18 lemos: "No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo". Esta afirmação do apóstolo João poderia muito bem ser parafraseada e lida da seguinte maneira: "No ciúme não existe amor; antes, o doentio ciúme lança fora o amor". Não são poucos os casamentos que desmoronam por causa dos ciúmes. Muitos casais que "ardem" em ciúmes pensam que esse sentimento é resultado de amor ao cônjuge, mas, na verdade, é amor a si mesmo, egoísta e possessivo, que não deixa o outro respirar livremente. Descrevendo a força do amor, o escritor de Cantares declara: "...porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme..." (Ct 8.6). Por outro lado , no entanto, a falta de amor leva ao descuido e ao abandono do outro. -"Você pode fazer o que quiser que eu não estou nem aí!" Esta frase tem sido comum em muitos casamentos. São casais que não se importam e nem se preocupam com aquilo que o outro faz ou deixa de fazer. Isso é falta de amor. Esse sentimento (ciúme) equilibrado, sério, pode evitar muitas dificuldades e ajudar o casal e o lar a cultivarem o verdadeiro amor. 3. O CIÚME É UM SENTIMENTO QUE PRECISA SER CORRIGIDO NO RELACIONAMENTO FAMILIAR. Se o ciúme exagerado é um sentimento que desestrutura a família e elimina o amor, é preciso corrigi-lo e vencê-lo. Este tipo de ciúme é uma doença que se vai alastrando e pode tornar-se incontrolável. O que fazer, então, para corrigir este sentimento? O que segue abaixo são apenas princípios, e não regras, que podem ajudar na solução do problema. • Verifique se o ciúme têm fundamento. Muitas cenas de ciúme não têm qualquer fundamento. Resultam de uma mente negativa e que apenas enxerga o que é mau. Se houver fundamento, estude um modo cristão, através do diálogo, para resolver o problema. Não é com cenas de violência física e verbal que se chega a um entendimento. • Vença o complexo de inferioridade. Muitas vezes o ciúme é gerado por causa desse complexo. A pessoa se sente tão inferior que perde a confiança em si mesma. Seja você mesmo e acredite no seu potencial. • Desenvolva um sentimento de confiança no outro. Muitas vezes nos acostumamos a desconfiar dos outros e todo gesto ou atitude é motivo para enciumar-se. • Compreenda o temperamento do outro. Os temperamentos são diferentes e nunca conseguiremos que os outros sejam iguais a nós. É preciso compreender que dentro de casa os membros da família têm temperamentos diferentes. • Seja altruísta. Isto é, pense mais em dar do que receber. Não se deixe dominar pelo egoísmo. • Saiba distinguir o ciúme natural do ciúme doentio. É preciso perceber até onde o ciúme está sendo construtivo ou destrutivo. Muitas vezes ele extrapola os limites da tolerância. • Peça ajuda a Deus. Coloque diante de Deus o seu problema. Muitas vezes o ciúme é gerado por causas desconhecidas e traumáticas. Deus irá ajudá-lo a superar esse ciúme destrutivo. "Deus é amor... o amor lança fora o medo" (I Jo 4.7-21). DISCUSSÃO 1. Alguém já disse que, "exigir do amor que não tenha ciúme, é pedir à luz que não deite sombra". Você concorda com esta afirmação? Por quê? 2. Quais as características de um ciúme doentio? 3. Como conviver com uma situação onde o outro é extremamente ciumento? Pr Josias Moura de Menezes
  • 8. Pag. 1 Estudos para a famíia COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA EFÉSIOS 4.25 - 5.2 Vivemos na era da comunicação: rádio, TV, telefone, computador, internet... E a cada dia que passa o mundo se faz menor, pois a facilidade na comunicação divulga rapidamente comportamentos e acontecimentos dos vários povos, reduzindo as distâncias e aproximando as pessoas. Um episódio ocorrido em qualquer parte do mundo corta o espaço e o tempo em segundos ou instantaneamente, via satélite. Porém, é lamentável perceber que o desenvolvimento que tanto facilita a vida moderna não foi capaz de reduzir as constantes reclamações quanto à comunicação inter-pessoal. Na vida de cada dia, a correria, o cansaço, a TV, os atritos, etc, roubam a possibilidade da comunicação tão necessária ao relacionamento familiar, e, infelizmente, as pessoas vão se tornando estranhas mesmo residindo sob um mesmo teto. Como este problema afeta a vivência familiar? Quais as possíveis implicações e interferências na comunicação na família? Dizem que "roupa suja se lava em casa". Como fazer isto? LIÇÕES PRÁTICAS Todo mundo tem uma experiência que merece ser compartilhada com outrem" - eis um princípio simples das relações humanas. De fato, não somos ilhas. E precisamos nos relacionar uns com os outros. Em Gênesis 2.18, aprende-se que Deus criou o homem e a mulher para um compartilhar constante. Em casa, junto aos que convivem conosco, o desafio da comunicação se reveste de um sentido bastante profundo. Cada família tem as suas distinções e peculiaridades. Portanto, não há fórmulas mágicas, nem receitas prontas quanto à comunicação familiar. Ousamos, no entanto, levantar algumas idéias para a discussão e amadurecimento deste empolgante tema que diz respeito à comunicação familiar. 1. COMUNICAÇÃO ABERTA No lar todos precisam se sentir à vontade. Cada um deve ter espaço para compartilhar seus problemas, resolver as suas dúvidas, falar das suas necessidades, comemorar as suas vitórias, etc, em uma conversa aberta, sem barreiras e preconceitos. A inexistência desta liberdade de comunicação tem obrigado muitos a extravasar as suas necessidades com outras pessoas. E nem sempre isso acontece com alguém devidamente preparado. Por exemplo, na adolescência, quantos pais dedicam tempo para conversar sobre questões vocacionais, sentimentais, sexuais, espirituais, etc. que se encontram "à flor da pele"? Não são poucos os problemas decorrentes da ausência desta comunicação. Há muitas e diversas necessidades que precisam ser abertas livremente para um tratamento de todos os membros da família que concentrarão esforços na busca de soluções. 2. COMUNICAÇÃO HONESTA No texto lido, o Apóstolo menciona: "fale cada um a verdade com o seu próximo " oferecendo oportuna orientação quanto à comunicação sincera, honesta, autêntica. É lamentável constatar que muitos filhos aprendem a mentir com os pais. E em casa, onde todos se conhecem e até identificam o "ponto fraco" do outro, a honestidade precisa ser levada muito a sério. Há muitas crises conjugais (e familiares) que são geradas pela ausência de sinceridade entre os membros da família, onde se percebe literalmente que "a mentira tem pernas curtas". A família precisa ter um relacionamento transparente, onde todos se amam e praticam a verdade. E lógico que não se pode confundir franqueza com aspereza ou intolerância. Recomenda o Apóstolo: "a vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um" (Cl 4.6). Mas, ensina Jesus, seja o vosso falar SIM, SIM e NÃO, NÃO. 3. COMUNICAÇÃO RESPEITOSA Em seu poder criativo, Deus imprimiu caracteres e impressões distintas em cada pessoa. Não existem duas pessoas iguais. Podem ser gêmeos, parecidos, semelhantes: não iguais. Isso significa que cada um tem uma
  • 9. Pag. 2 Estudos para a famíia digital de personalidade que o distingue de todos os demais. E cada um precisa ser respeitado. Responsabilidades e compromissos domésticos exigem a participação de todos. Mas, os direitos pessoais de cada um também precisam ser preservados. Consideração e respeito são necessários à boa convivência. E recomendável, por exemplo, que os membros da família se respeitem quanto à privacidade de cada um, pois os pertences individuais compõem um pequeno mundo bastante particular de cada pessoa; também que todos considerem a idéia própria de cada um: "cada cabeça uma sentença"; todos tem o direito de emitir a sua opinião e defender a sua idéia. Portanto, é preciso saber (e aprender) a respeitar as diferenças, evitando agressões verbais e imposições autoritárias que ferem a individualidade de cada um. Na escola do lar, uns aprendem com os outros e crescem juntos, em comunicação franca, aberta, mas respeitosa (Ef 4.29). 4. COMUNICAÇÃO MÚTUA Em casa, cada um deve se interessar pelo problema do outro, dispondo-se a ouvir, a compartilhar, sabendo concordar e discordar, visando sempre o bem-estar de toda a família. A realidade da comunicação doméstica se faz em ambiente de mútua confiança. Sem confiança o lar correrá sérios riscos. Por exemplo: filhos criados por pais que não confiam neles, crescerão inseguros; esposas que vivem desconfiadas, tornar-se-ão neuróticas; maridos ciumentos denunciam a sua insegurança, etc. Tudo isto tende a abalar a comunicação familiar, que precisa acontecer com bastante confiança mútua. Também no lar, todos devem se dispor a ouvir. Comunicar não é apenas falar, mas também, e, principalmente, ouvir. Muitas vezes o que ocorre é o monólogo - apenas um fala e todos se contentam em ouvir. Há muitos que "tem ouvidos, mas não ouvem". E a Palavra de Deus apresenta vários textos que salientam a importância do silêncio para ouvir (Pv 10.19; 17.27,28; Tg 1.19). Isto implica em ganhar o tempo uns dos outros, cultivando um diálogo construtivo com todas as pessoas da família. Mesmo as críticas (que sempre devem ser construtivas) implicam em uma análise com todos os envolvidos, de forma que cada um possa falar e ouvir. Então, é preciso perguntar: "Quanto tempo estamos dedicando à convivência familiar? 5. COMUNICAÇÃO AMOROSA O amor é um dos principais ingredientes da comunicação. E preciso permear cada gesto, cada palavra, cada atitude, comunicando o verdadeiro amor. Muitas expressões bíblicas advertem quanto ao amor em todos os nossos relacionamentos (I Co 13.4-7; IJo 3.18; 4.21). Também ensinou Salomão: "a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Pv 15.1). "Não se ponha o sol sobre a vossa ira" - recomenda Paulo (Ef 4.26). Ao invés de se comunicar com dureza, rancor e ira, em todos os relacionamentos deve haver uma comunicação de amor, que é a característica dos discípulos de Jesus. No entanto, o amor não pode ser teórico; atos concretos expressam o amor entre os familiares: carinho, afeto, abraços e beijos; tempo, atenção, interesse, convivência, diálogo, doação, etc, são exemplos vivos que testificam a comunicação amorosa. Certamente, tudo o que foi dito reveste-se de diretrizes cristãs e compõe a vida de amor e adoração. Em nossos relacionamentos podemos ou não estar cultuando o Senhor. E recomendável salientar a importância de se viver a vida de Cristo em nosso lar. Isto reforça a nossa comunicação familiar. A comunicação familiar pode, e deve ser, uma comunicação cristã. Tem sido assim em sua casa? DISCUSSÃO 1. Os pontos abordados no estudo de hoje são parte da experiência de sua família? De que forma? 2. Em casa, a verdade deve ser dita em qualquer situação? Por quê? 3. Dizem que os meios de comunicação, principalmente a TV, interferem em nossa comunicação familiar. Se você concorda com a afirmação, responda: "O que você tem feito em seu lar para corrigir esta situação?"
  • 10. Pag. 1 Curso: A família Saudável CULTO NA FAMÍLIA. Texto: Deuteronômio 6 INTRODUÇÃO Com a vida moderna cada vez mais agitada por compromissos de trabalho e estudo, aumenta a dificuldade de reunir a família em torno de uma mesa para as refeições e, mais ainda, para o benéfico culto doméstico. Mas será que falta tempo ou disposição para isso? O culto doméstico tem sido motivo de bênçãos para todas as famílias que o praticam, auxiliando na edificação espiritual, pois, o lar, como a primeira escola, tem sido um lugar de inspiração e adoração. Pergunta-se: É possível a família moderna realizar com eficácia o culto no lar? O que pode ser feito para que o culto doméstico seja uma realidade diária em nosso lar? O culto doméstico é um tesouro perdido na vida da maioria do povo de Deus. Essa perda tem profundas e tristes conseqüências. Ela aponta uma perda de profundidade no relacionamento com Deus e também um enfraquecimento da comunhão familiar. O culto doméstico corrige a prioridade do nosso relacionamento com Deus, pois abre esse caminho para priorizarmos nossa relação com Deus acima de quaisquer outros interesses. LIÇÕES PRÁTICAS: Vejamos o que a Bíblia tem para nos instruir a respeito do culto na família, que é um assunto necessário e relevante ao bem-estar de todos. 1. O CULTO NA FAMÍLIA É PRÁTICA INSPIRADORA NAS ESCRITURAS O texto-base mostra, nos vv. 6 e 7, que o Senhor Deus está orientando a transmissão dos Seus mandamentos aos membros da família, e que isso seja feito de modo freqüente, ou seja, "assentado em tua casa, andando pelo caminho, ao deitar-te, ao levantar-te". Os pais têm a responsabilidade de transmitir aos filhos os ensinos da Palavra de Deus, sendo que o culto na família é um mandamento propício para o cumprimento desta recomendação. E conveniente recordar que os primeiros cristãos se reuniam nas residências (At 2.46; 5.42; 12.12). E admirável nos registros referentes à igreja primitiva a expressão: "A igreja que está em tua casa" (Rm 16.5; ICo 16.19). Eles entenderam este mandamento, transformando seus lares em um local de adoração a Deus. Vale a pena registrar que o crescimento da Igreja em alguns países tem como uma de suas causas a reunião do povo de Deus nos lares. Será que as famílias cristãs estão atualmente cumprindo esta recomendação do Senhor? Aqueles que amam a Deus e são Seus filhos, precisam obedecer os Seus ensinamentos. A negligência quanto à prática do culto na família tem trazido prejuízos. Por conseguinte, todo esforço precisa ser feito para que cada família se transforme numa Igreja, a fim de que se possa dizer: "A Igreja que está em tua casa". 2. O CULTO EM FAMÍLIA É PRÁTICA OUE RESULTA EM BENEFÍCIOS: a) Conhecimento da Palavra de Deus. Hoje se percebe que muitos possuem pouco conhecimento bíblico. Lembre-se que, conflitos na família podem ser solucionados por meio do estudo da palavra. b) Crescimento espiritual. O apóstolo Pedro recomenda o crescimento na graça e no conhecimento da Palavra do Senhor (II Pe 3.18). Os momentos de culto são ocasiões sempre oportunas para que o desenvolvimento espiritual seja manifesto (I Tm 4.15). c) União familiar. O culto da família precisa ter sempre um aspecto agradável para unir os membros seus e, não, para dispersá-los. Não deve ser demorado, mas não apressado. Quando há crianças, elas precisam ser contempladas com oportunidades para oração, leituras bíblicas, cânticos, etc. d) Evangelização. E ocasião em que os pais estarão evangelizando os filhos e vice-versa. Os visitantes e serviçais que porventura estiverem na residência na hora do culto, terão a oportunidade de ser alcançados para Cristo. O lar, como extensão da Igreja, é sempre um local propício para a evangelização. Muitas Igrejas que existem hoje tiveram a sua origem em reuniões promovidas nos lares. e) Resoluções de problemas. É oportunidade para se compartilhar experiências com lições úteis para resolução de dificuldades.
  • 11. Pag. 2 Curso: A família Saudável Na família os problemas são quase uma rotina. Alguns membros erroneamente procuram as soluções que não são as mais corretas. Por meio do culto doméstico a família possui a feliz oportunidade de colocar aos pés do Senhor os seus problemas, na certeza de que Deus apresentará a melhor solução no tempo oportuno (SI 25.12; I Pe 5.6,7). 3. BREVE ROTEIRO PARA O CULTO NO LAR 1º) Comece com cânticos de adoração e comunhão que todos gostem; 2º) Leitura de pequeno trecho da Bíblia: Cada dia, um membro da família deve ler, ou todos lêem alternadamente os versículos; 3º) Um comentário rápido e significativo pode ser feito, enfatizando os pontos, aplicando-os à vida da família, sempre trazendo o tema sob a ótica atual; 4º) Momento breve de oração, com Pedidos: Cada um pede por si e por outros. Uma orientação para culto em famílias com adolescentes e jovens: Porque alguns adolescentes ou jovens não gostam do culto familiar? Os motivos são fáceis de identificar: o pai faz uma leitura bíblica longa estrategicamente escolhida para "alfinetar" os filhos, antes não conversam sobre um assunto em comum da semana, excesso de cerimônia, falta de música para alegrar... Lembre-se que jovens e adolescentes de hoje estão crescendo num mundo totalmente diferente daquele de seus pais e avós. Toda a sua base cultural é diferente e as práticas de culto julgadas próprias para gerações anteriores provavelmente deixam de impressioná-los. É hora de rever modelos e tornar o culto doméstico em um momento prazeroso para pais e filhos. Aqui vão algumas dicas para cultos com jovens e adolescentes:  Envolva-os e lhes de tarefas - Antes da oração final, descubra o que aconteceu durante o dia com seu filhos. Demonstre interesse genuíno nas coisas que interessam aos adolescentes. Procure dar alguma tarefa para eles desempenharem durante o culto, como ler a Bíblia, cantar, orar, dar sua opinião, etc...  A Bíblia precisa continuar sendo a base do nosso culto. Os adolescentes acharão a Bíblia interessante se ela for apresentada de maneira sábia.; Se possível utilize na versão da linguagem de hoje.  Evite orações cansativas. Seja específico em suas orações, como se estivesse conversando com o melhor amigo. Mencione cada um de seus filhos por nome e peça ajuda divina para as tarefas seculares que ocupam a cada um.  Faça um culto breve. Os jovens de hoje estão acostumados a obter informações em pequenas doses. O culto pode ter no máximo 20 ou 30 minutos. Faça o culto no horário combinado - os adolescentes detestam fazer o culto numa hora em que gostariam de estar fazendo outra coisa. Adiar o culto para tarde da noite é um desastre, pois estará sempre associado ao cansaço. Prepare o ambiente para o culto, assegurando-se de que a possibilidade de tensão seja minimizada.  Trate de temas relevantes para eles. O tema deve relacionar-se com as questões de interesse imediato com que se defrontam no dia a dia: emprego, justiça social, educação, sexualidade, drogas, sobrevivência etc. Para comunicar-se com os adolescentes a respeito desses temas, o adulto precisa ser habilidoso. Cristo é o modelo óbvio para os pais nesse aspecto. A maneira como Ele falava com as pessoas era informal e prática. Se um formato de culto não funciona, tente outra forma de comunicação - não pense que você é um fracasso porque uma determinada abordagem não está funcionando. Os adolescentes e jovems apreciam os pais que estão preparados para conhecer a necessidade de alguma mudança. Discutam tudo com os jovens, sempre. Que você possa ter sucesso em reunir sua família regularmente para exercitar comunhão com Deus, e assim vencer os conflitos espirituais que surgem no dia a dia.
  • 12. Pag. 1 Curso : Família Saudável EDUCAÇÃO DE FILHOS LUCAS 2.39-52 É grande a crise no setor educacional aqui no Brasil. Algumas tentativas têm sido feitas para melhorar o nível de escolaridade, mas sem o desejável êxito. Há milhares de crianças e adolescentes sem escola, produzindo especialmente a triste delinqüência juvenil. Alguns profissionais da educação só pensam na remuneração e esquecem de que a missão maior de um educador é transmitir os conhecimentos para auxiliar na boa formação dos educandos. Mas, a tarefa de educar não é só da Escola, e sim da família e da Igreja. A família, como um núcleo social, está, cada dia mais, sendo desafiada a cumprir a tarefa da educação de filhos. Será que ela está cumprindo bem esta função? Deus é o autor da família e esta encontra-se no Seu plano. A família não pode viver isolada e precisa ser caracterizada como sendo um grupo que vive em amor. São vários e graves os problemas na família. A educação de filhos é um deles. Sabe-se que muitas são as famílias que simplesmente transferem para a escola e a Igreja a responsabilidade de educação dos seus filhos. Um dos problemas que os pais costumam ter na educação de seus filhos é decidir quanto ao certo e o errado, isto é, deve-se ou não exigir isto, ou aquilo. Alguns procuram os líderes religiosos, professores, psicólogos, etc. Outros, lêem revistas e livros sobre o assunto; mas, na maioria das vezes a confusão aumenta e muitos sentem-se como que perdidos. O relacionamento entre pais e filhos, à semelhança de relacionamentos inter-pessoais que envolvem ligações afetivas, tem uma grande carga de confronto entre pessoas, gerando discordâncias de opiniões. E impossível que não ocorram discordâncias e problemas na educação de filhos. Aqui neste estudo não estão fórmulas mágicas, normas, leis ou regras universais para educação de filhos. LIÇÕES PRÁTICAS Neste episódio em que a família de Jesus revela sua religiosidade indo a Jerusalém para participar da Festa da Páscoa, é possível aprender lições a respeito da educação que Jesus recebeu naquele lar tão humilde. 1. UMA EDUCAÇÃO QUE OFERECE LIBERDADE, MAS IMPÕE LIMITES Os pais de Jesus ficaram preocupados com o seu desaparecimento ali em Jerusalém e passaram a procurá-lo. Seus pais lhe deram a liberdade de estar naquela festa, abrindo-lhe um espaço para suas atividades. Ele tinha que voltar para casa e não o fez. Portanto, uma educação correta é aquela que oferece liberdade, mas impõe limites. É bom lembrar que, desde o início da raça humana, Deus já apresentava este princípio de liberdade com limites. No Jardim do Édem, Adão e Eva possuíam uma liberdade quase total, mas Deus havia imposto um limite que era não comer do fruto da árvore. (Gn 2.15-17). O ser humano é livre, mas nem tudo o que ele fizer lhe trará benefícios e alegria. Por isso, o apóstolo Paulo disse: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém..." (I Co 10.23). Infelizmente, alguns pais oferecem total liberdade aos seus filhos. Daí surge a libertinagem e alguns filhos acabam dominando seus pais. A Bíblia declara que não se deve retirar a disciplina da criança (Pv 23.13). Quando há necessidade de disciplina é porque os limites da liberdade foram desrespeitados. Portanto, a verdadeira educação precisa oferecer liberdade, mas deve estabelecer limites. 2. UMA EDUCAÇÃO QUE OBJETIVA UM COMPROMISSO RELIGIOSO A procura pelo menino Jesus levou cerca de 3 dias. Ao final deste período, Jesus é localizado no templo, dialogando com os doutores da lei. Ele não foi encontrado em algum outro lugar impróprio, e declarou: "...me cumpria estar na casa de meu Pai". Isso revela que a educação que recebera era no sentido de infundir em sua mente os verdadeiros princípios bíblicos. Com este ato, Jesus está se ingressando no judaísmo, podendo ter acesso à lei e aos demais ritos judaicos. Ana e Elcana procuraram educar seu filho Samuel sempre no templo, perto do Sacerdote Eli (ISm 2.11,21 e 28). Uma educação bíblica, coerente e equilibrada precisa proporcionar uma formação, cujo compromisso maior, é com o reino de Deus. E preciso despertar nos filhos o interesse pela Casa de Deus. Para isso os pais devem amar a Igreja, os irmãos e os líderes da comunidade. Há indivíduos que falam tão mal da Igreja e mesmo assim querem que seus filhos a freqüentem. O Pr. Caio Fábio em seu livro "O que Deus uniu", diz: "Os pais precisam ensinar os filhos a
  • 13. Pag. 2 Curso : Família Saudável amar a Igreja, os irmãos e o Pastor. Mas, às vezes você critica tanto a Igreja, os irmãos e o Pastor, que seus filhos acabam não tendo quaisquer referências positivas sobre a Fraternidade". 3. UMA EDUCAÇÃO QUE POSSUI A MARCA DO DIÁLOGO Está claro no v.46 que Jesus estabeleceu um diálogo com os mestres ali presentes. "Ouvin- do-os e interrogando-os". Onde será que Jesus aprendeu isso? É lógico que foi em sua família, pois em seu lar as pessoas possuíam o direito de falar e o diálogo era sempre uma realidade palpável. Mesmo após ter encontrado a Jesus, os seus pais estabeleceram uma conversa com ele (vv.48 e 49). Aqui percebe-se a presença do pai e da mãe dialogando com o filho. O casal unido enfrentou o problema do desaparecimento do filho. Disto aprende-se que a responsabilidade quanto ao cuidado com os filhos recai sobre o casal. Os filhos têm o direito de falar e os pais não podem monopolizar a conversa numa demonstração de autoritarismo. Muitos pais querem falar pelos seus filhos. Alguns utilizam palavras impróprias, com agressões e ameaças, mentiras, xingamentos, apelidos, anedotas, etc. O sábio Salomão declara: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Pv 15.1). Para que exista uma boa comunicação na família é necessário uma boa administração do tempo. Os pais devem gastar mais tempo com os filhos. Este diálogo precisa desencadear um relacionamento amoroso, alegre, jovial, esportivo e afetivo; pois, o relacionamento entre pais e filhos não é composto só de regras ou palavras, mas de um envolvimento entre eles. 4. UMA EDUCAÇÃO QUE ATINGE A PESSOA INTEGRALMENTE O texto conclui afirmando que: "Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens" (v.52). Isso comprova que a educação que recebera atingiu todas as áreas de sua vida. Mexeu com todo o seu ser. Este verso serve, ainda, para condenar o Docetismo, a heresia que tentava fazer da humanidade de Jesus um mero fantasma ou simplesmente aparência, e não a de um homem autêntico, que precisava aprender, desenvolver-se e amadurecer. A educação que Jesus recebeu de seus pais lhe proporcionou um crescimento integral. Vejamos os seguintes aspectos: b)Intelectual - Aqui está a referência quanto ao seu desenvolvimento intelectual ou seja, a sua identidade. Ellicott disse que "a alma de Jesus era humana, isto é, sujeita às condições e limitações do conhecimento humano, e teve de aprender como devem fazê-lo todas as almas humanas". c)Físico - Jesus se desenvolveu fisicamente, pois era pessoa que caminhava muito, trabalhava num serviço muito pesado na carpintaria de seu pai José. Justino Mártir (150 d.C) diz-nos que em seu tempo, diversos objetos de madeira, que eram reputados feitos pelas mãos de Jesus, eram intensamente procurados. d) Espiritual - Este é o principal resultado da educação que recebeu, pois a sua vida espiritual era intensa e repleta de comunhão com Deus. Durante toda a sua caminhada terrena demonstrou desejo de estar junto ao Pai, gastando tempo para falar com Ele por meio da oração. e) Social - O versículo expressa que Jesus se desenvolveu diante de Deus e dos homens. Isso mostra que Jesus se desenvolveu junto com o povo, nos lares, praças, ruas, nas praias, no mar, nas festas de casamento; sempre envolveu-se com as pessoas e estava acompanhado de multidões. Possuía bons amigos. E os seus filhos, têm boas amizades? Quantos estão oferecendo só uma educação intelectual para os seus filhos! Mas, a legítima educação é aquela que atinge a integralidade da vida humana, proporcionando às pessoas um desenvolvimento intelectual, físi- co, espiritual e social. Será que os nossos filhos estão sendo educados desta forma? DISCUSSÃO 1. A correria do dia-a-dia distancia os pais dos filhos. Em que isto afeta a educação dos filhos? 2. A educação que você oferece aos seus filhos respeita o direito que o filho possui de ser um indivíduo único e livre? Comente. 3. O que você entende por educação integral e quais são os seus benefícios?
  • 14. Pag. 1 ESTABILIDADE FAMILIAR Colossenses 3:18-21 A vida em família geralmente é cercada de muita expectativa. Quando os noivos entram no casamento, carregam consigo muitos sonhos em torno da construção de uma família estável, feliz, bem sucedida, com filhos saudáveis, obedientes, etc. Entretanto, há muitos casais que nos primeiros meses ou anos do casamento deixam ir por água abaixo todos os sonhos e expectativas, chegando à conclusão de que a família que idealizavam e que começaram a construir não passava de um castelo de areia. Há muitos casais que concentram todas as esperanças de uma família alegre e realizada, nos fdhos que estão crescendo, mas, com o passar do tempo, estes acabam lhes trazendo grandes desgostos e preocupações. Assim, assiste-se hoje à desestruturação e ao desmoronamento de muitas famílias. É nesse contexto e diante desse desafio, que estaremos buscando na Palavra de Deus os princípios que possibilitam a estabilidade familiar, pois, "se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam". Desde a instituição da primeira família na terra - Adão e Eva - até hoje, a família enfrenta problemas. Se por um lado a família é lugar onde se tem segurança, provisões e cuidados mútuos, por outro lado é também o lugar onde surgem conflitos, aborrecimentos e incompreensões. Marido e mulher, com suas individualidades e diferenças de formação, filhos com idades e temperamentos diversificados, personalidades diferentes abrigadas sob um mesmo teto, acarretam, muitas vezes, as dificuldades em se manter um relacionamento familiar tranqüilo, saudável e estável. Junto a esses fatores somam-se as tensões de um mundo em crise, as influências dos meios de comunicação - especialmente a televisão - a deterioração de valores de uma sociedade secularizada e a falta de comunicação, agravando a já bastante desestabilizada família moderna. Diante da preocupante situação da família moderna, o que deve ser feito? Será que a família é mesmo uma instituição ultrapassada e fracassada? Será que outros modelos de vida familiar devem ser buscados ou tolerados? Sem considerar a complexidade dos fatores que hoje se somam, ameaçando a estabilidade da família, e sem adiantar respostas às indagações anteriores, convidamos cônjuges e filhos a considerarem os princípios bíblicos relacionados à estabilidade familiar. LIÇÕES PRÁTICAS A Bíblia não é um manual de vida familiar que traz regras e leis para a vida em família. A Bíblia apresenta, sim, conselhos e princípios flexíveis que visam orientar e fazer da vida em família uma agradável, compensadora e edificante experiência, assegurando a sua estabilidade. 1. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA AUTORIDADE Em qualquer instituição, tanto divina quanto humana, precisa haver o princípio da autoridade. Porém, é preciso entender que autoridade não é o mesmo que autoritarismo. Mas, que tipo de autoridade deve existir na família? 1.1. Autoridade divina. "Como convém no Senhor... pois fazê-lo é grato diante do Senhor" (vv. 18,20). Quem pensa que a maior autoridade dentro da família é a mulher ou o marido, está equivocado. Marido, mulher e filhos estão sob a autoridade do instituidor e preservador da família: Deus. A autoridade divina está acima de qualquer outra autoridade na família. A vida familiar deve ser vivida conforme a orientação bíblica, antes de tudo porque "fazê-lo é grato diante do Senhor". Quando alguém desonra a sua família, está ofendendo diretamente a Deus e negando a fé (1 Tm 5.8). 1.2. Autoridade patriarcal. "Esposas, sede submissas aos próprios maridos..." (v. 18). Esse texto bíblico foi produzido em uma época, um lugar e um contexto cultural em que a estrutura social aceita era a patriarcal, onde o pai era visto como o chefe e autoridade máxima. Em nossa cultura, o regime patriarcal também é mais aceito. Entretanto, quando a mãe, por fatores diversos e/ou adversos assume a direção da família, a sua autoridade não é inferior pelo fato de ser mulher. A autoridade patriarcal não dá ao marido o direito de ser arrogante, violento e dominador. Alerta J. Comblin que: "Sendo o chefe da casa, o marido sofre a tentação de impor o seu humor a todos os membros da família. Tem que reprimir esse mau humor, e tratar a mulher com delicadeza". Espera-se da esposa não a subordinação (estar sob ordens), e sim, submissão (missão dentro do lar abaixo do marido, como sua auxiliadora idônea) (Gn 2.18). A esposa não está na mesma condição dos filhos e dos servos que, em tudo devem obediência ao chefe da casa. É importante entender também que, ao falar de submissão feminina, Paulo não questiona, nem justifica em nome do Evangelho esta regra da tradição social familiar. Apenas diz que é conveniente que assim seja; não por causa do marido em si, mas por causa do Senhor (Tt 2.3-5).
  • 15. Pag. 2 1.3. Autoridade Paternal/Maternal. "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais " (v.20). Ainda dentro do princípio da autoridade, o texto mostra com muita clareza a importância da autoridade dos pais, através de uma exortação direta aos filhos. Esta exortação, também repetida na carta aos Efésios (Ef 6.1-3), inspira-se no quinto mandamento (Ex 20.12). Em muitas famílias os filhos obedecem mais ao pai do que à mãe, mas não é correto que seja assim. Tanto o pai quanto a mãe precisam exercer autoridade sobre os filhos (Pv 13.24; 19.18; 29.15, 17). Uma família onde a autoridade dos pais não é reconhecida e respeitada, torna-se lugar de confusão e tristeza. 2. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA SUBMISSÃO Onde não há submissão é difícil haver harmonia, é impossível haver felicidade. Por isso, a Bíblia apresenta para a vida em família também o princípio da submissão. 2.1. Submissão expressa em amor. "Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com amargura" (v. 19). Em primeiro lugar, para haver estabilidade na família, o casal deve ser submisso a Deus. Um coração submisso a Deus será sempre um coração cheio de amor. Diz a Bíblia que o amor procede de Deus e aquele que O conhece, ama. O marido que conhece a Deus dispensará à sua mulher e receberá dela um tratamento cheio de amor (I Jo 4.7). 2.2. Submissão expressa em obediência. "Esposas, sede submissas aos seus próprios maridos... Filhos, em tudo obedecei a vossos pais" (vv. 18,20). A submissão expressa em obediência é a resposta mais natural a um tratamento de amor. Um chefe de família obediente ao Senhor, responsável e amoroso, receberá de sua esposa e dos filhos uma voluntária obediência como expressão de submissão. Uma família onde cada um faz o que bem entende e ninguém obedece a ninguém, está muito distante dos princípios bíblicos que incluem a obediência como expressão de submissão. 2.3. Submissão expressa em humildade. O contrário de submissão é arrogância, altivez, etc. Quando existe este tipo de comportamento na família, por parte de quem quer que seja, fica muito difícil a convivência familiar. A palavra de Deus recomenda a humildade (Pv 22.4; 1 Pe 5.5). 3. A ESTABILIDADE FAMILIAR REPOUSA NO PRINCÍPIO DA AFEIÇÃO A autoridade e a submissão na família se harmonizam e se tornam viáveis, praticáveis e agradáveis, em virtude do princípio da afeição: consideração do marido para com a esposa e vice-versa, dos pais para com os filhos e destes para com os pais. O princípio da afeição, sobre o qual também repousa a estabilidade familiar deve, necessariamente, ser exercitado da seguinte maneira, como sugere o texto: 3.1. Afeição conjugal. "Esposas, sede submissas... Maridos, amai... " Aqui fica mais clara a idéia de que a submissão que a mulher deve ao marido e o amor que este deve à sua mulher não são atitudes forçadas por leis e regras exteriores, mas é um sentimento de afeição que brota do coração. Grande é esse mistério, que se confunde com a união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.28-33). 3.2. Afeição filial. "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais" (v.20). A afeição dos filhos em relação aos pais é de fundamental importância para a existência de uma família estável e feliz. Os filhos devem àqueles que os geraram, a mais profunda afeição (Pv 6.20-23). 3.3. Afeição paternal. O texto básico indica também que o princípio da afeição deve ser acatado e praticado pelos pais em relação aos filhos: "Pais, não irriteis os vossos filhos para que não fiquem desanimados" (v.21). A mesma recomendação é encontrada em Ef 6.4. Os pais devem ser muito cuidadosos na demonstração da afeição aos filhos. Os sentimentos de rejeição, incompreensão e indiferença sentidos por muitos filhos, têm criado revoltas, complexos e outros dramas existenciais, desestabilizando vários lares. DISCUSSÃO 1. Quais os principais fatores que hoje provocam a desestabilização da família? 2. No relacionamento familiar, quais são os limites: a) da autoridade do marido; b) da submissão da esposa; c) da obediência dos filhos? 3. Você concorda que dentro de casa a última palavra deve ser sempre do marido?
  • 16. Pag. 1 Curso: Família Saudável FAMÍLIA E IGREJA SALMO 133 Dentre as instituições sociais, a família e a igreja podem ser consideradas indispensáveis dentro da conjuntura social. Ser membro de uma família e ser membro da Igreja de Cristo é algo que deve ser profundamente valorizado e levado a sério. Família e Igreja estão intimamente relacionadas. É impossível separar a família da Igreja ou esta daquela, sem trazer prejuízos a ambas. Família e Igreja é o nosso assunto de hoje. Como tem sido em sua experiência a relação Família-Igreja? À luz da Bíblia, como deve ser entendida e desenvolvida a integração Família- Igreja? É o que veremos neste estudo. Verifica-se que há uma tendência muito acentuada em se fazer separação entre a família e a igreja. Apesar de serem instituições distintas, é preciso entender que não deve existir dissociação, isto é, separação. Uma instituição está implícita na outra, se interdependem, se completam. O problema é que hoje a Igreja tem sido concebida por muitas pessoas e famílias apenas como um local a ser visitado semanalmente (às vezes), tornando-se algo muito distante da família. Alheias ao dia-a-dia da Igreja, suas dificuldades, propostas e desafios, muitas famílias valorizam apenas as comemorações e os sacramentos (Santa Ceia e Batismo das crianças), como se a simples preocupação com esses ritos pudesse garantir a aprovação de Deus e as bênçãos para a família. O descaso para com a Igreja revela descaso para com a família, pois, dispensar o que a Igreja tem a oferecer à família é uma atitude, no mínimo, irresponsável dos que a dirigem. O contrário também é verdadeiro: o descaso para com a família é a prova mais concreta do descaso para com a Igreja, podendo ser considerado até mesmo como sintoma da negação da fé (I Tm 5.8). LIÇÕES PRÁTICAS Conforme o ensino geral da Palavra de Deus, podemos analisar a relação família e igreja da seguinte forma: 1. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO NECESSÁRIA É preciso haver uma perfeita integração entre ambas. Sobre a necessidade desta integração podemos destacar: 1.1. Necessária para adoração (Ef 5.19-21). Adoração pode ser uma experiência individual, mas deve ser também comunitária (Hb 10.25). Congregada com o povo de Deus, a família tem maiores condições de prestar ao Senhor uma adoração mais profunda, envolvente, criativa e participativa (Cl 3.16). Estando unida à igreja, a família se envolve nas variadas formas de adoração, o que é impossível estando desligada da igreja. 1.2. Necessária para comunhão (Fp 1.27). A vida cristã deve ser marcada não apenas pela experiência vertical da comunhão com Deus, mas também pela horizontal: comunhão com os irmãos. Integrada à igreja, a família, usufrui das bênçãos da comunhão cristã e ajuda a promove- la. Os primeiros cristãos perseveraram na comunhão (At 2.42-47). 1.3. Necessária para missão (Hb 10.24,25). A Igreja, como agência do reino de Deus, tem uma importante missão a desempenhar, no sentido de proclamar a boa-nova pela implantação dos valores do reino. Mas o desempenho desta missão requer a participação da família. Quando a família se omite, a Igreja não tem como cumprir a sua missão, pois, é formada de famílias. Compreendendo a necessidade desta integração, Josué tomou uma decisão que, ainda hoje, desafia profundamente cada família: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15). 2. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO AGRADÁVEL Há muitas famílias que parecem não ter experimentado ainda esse aspecto do compromisso com a igreja. Esta integração é agradável pelas seguintes razões:
  • 17. Pag. 2 Curso: Família Saudável 2.1. Promove a sociabilidade (SI 133.1). Além de ser uma necessidade, o harmonioso relacionamento entre família e Igreja torna-se uma experiência por demais agradável. O convite para ir à casa do Senhor alegrava o salmista Davi (SI 122.1). Igreja e família formam um ambiente de sociabilidade que não deve ser trocado por nada (SI 84.1,10). 2.2. Desempenha função terapêutica. A Igreja é uma comunidade terapêutica. Muitas famílias podem testemunhar a agradável experiência que as envolveu quando se integraram à igreja. Profundo conhecedor desta função terapêutica da Igreja, o apóstolo Paulo escreve aos cristãos de Roma: "se Deus quiser, chegarei aí cheio de alegria e lhes farei uma visita que será muito agradável para mim" Rm 15.32. BLH 2.3. Atrai a bênção de Deus (SI 133.3). A integração família/igreja é agradável também porque atrai sobre si a bênção de Deus. O relato a respeito da igreja do período apostólico comprova isto (At 4.32-35). 3. FAMÍLIA E IGREJA: UMA INTEGRAÇÃO PREJUDICADA Não obstante o aspecto agradável que permeia a integração família/igreja, é preciso compreender que esta integração sofre muitas vezes a interferência de problemas que trazem sérios prejuízos. 3.1. Prejudicada pela alienação. O engajamento e a participação de cada família é indispensável para a igreja. O indiferentismo de muitas famílias acomodadas e desinteressadas em crescer na graça e no conhecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como igrejas que não valorizam a família, resulta em enormes prejuízos para ambas. A falta de maturidade cristã e o relaxamento na participação prejudicam tremendamente a integração entre família e igreja (Hb 5.12-14). 3.2. Prejudicada pela incompreensão (I Co 11.17,18). Outro problema que prejudica profundamente é a dificuldade nos relacionamentos, sempre motivada por incompreensões. Esse era um dos graves problemas que perturbavam a Igreja de Corinto, como se vê já no início da primeira carta (I Co 3.3,4). Pessoas e famílias que nutrem contendas e rixas na igreja, desonram o nome de Cristo e prejudicam a integração que deve envolver a todos. 3.3 Prejudicada pela secularização (Rm 12.2). A conformidade a este século tem sido um dos grandes problemas da igreja. Há famílias que estão se conduzindo e dando aos seus filhos uma formação embasada muito mais nos princípios de uma sociedade corrompida e sem Deus, do que nos santos princípios cristãos. Cada família deve considerar os conselhos da Palavra de Deus, apresentados por intermédio do apóstolo Paulo (Fp 4.7-9). Apesar das ameaças e prejuízos que a igreja e a família às vezes sofrem, alenta-nos saber que esta integração é sempre viável e prossegue vitoriosamente graças à direção divina sobre ambas (SI 127.1; Mt 16.18; Rm 8.31), graças à consagração de muitos, que chegam a se arriscar pela causa cristã, não medindo esforços (Rm 16.3, 4) e graças aos resultados positivos. Família e igreja são duas instituições coexistentes, inseparáveis e comprovadamente viáveis. DISCUSSÃO 1. O que pode ser feito para melhorar a integração família/igreja? 2. E possível cultivar uma vida cristã autêntica independentemente da igreja? 3. A sua família está integrada à igreja? Por que razão?
  • 18. Pag. 1 Curso Família Saudavel FINANÇAS NA FAMILIA I TIMÓTEO 6.3-10 Uma das questões de maior peso e influência na vida humana é a financeira. Há milênios que pessoas matam por causa do dinheiro; injustiças são cometidas, personalidades são corrompidas, tudo por causa do dinheiro. Ou melhor, pelo "amor do dinheiro", de acordo com a afirmação apostólica (I Tm 6.10). Isto tem sido verdade especialmente no Brasil onde, há anos, o povo tem sofrido com uma crise financeira, aparentemente insolúvel, devida, entre outros fatores, à ganância e corrupção de governantes e governados, bem como a péssima distribuição da renda nacional. E neste contexto que famílias cristãs sofrem, sonham, choram e lutam - e, a Palavra de Deus é e deve ser o guia que orienta as famílias cristãs no trato com os problemas relacionados ao uso do dinheiro. Todos sabem que o sustento digno de uma família é questão muito séria, que deve ser administrada com bons critérios. Muitas famílias sofrem devido a desempregos constantes de um dos pais; outras sofrem com membros que, preguiçosamente preferem não trabalhar mas tentam ganhar a vida de maneira fácil sem o "suor do rosto", através de loterias e outras formas de jogos de azar. São muitos os problemas que envolvem as questões financeiras de uma família. Cada família deve saber como administrar suas finanças. Muito embora a Bíblia não tenha texto específico sobre finanças na família, há entretanto, orientações gerais que, se observadas e obedecidas, trarão bênçãos divinas às famílias. LIÇÕES PRÁTICAS I Tm 6.3-10 é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito do dinheiro. O apóstolo Paulo escreve ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao dinheiro e seu uso. Paulo ensina a Timóteo acerca dos perigos envolvidos na tentativa de enriquecimento ilícito. Este texto pode ser aplicado à família cristã; ele sugere que uma boa e correta administração das finanças de uma família depende da compreensão e aplicação de alguns pontos. Vejamos: 1. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A VIDA VALE MAIS QUE O DINHEIRO "Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele ", diz o v.7. Séculos antes, o livro de Jó expressava a mesma realidade: "Então Jó se levantou... e disse: nu saído ventre da minha mãe, e nu voltarei... " (Jó 1.20, 21). A sabedoria bíblica reconhece que a vida vale mais que o dinheiro. Na sociedade não cristã se pensa o contrário, ou seja, o dinheiro vale mais que a vida. Por isso, pessoas destroem suas próprias vidas e as de seus semelhantes, sacrificam seus valores morais e princípios éticos, tentando obter riquezas, e o que se pensa que o dinheiro pode dar. No entanto, os que assim fazem, não conseguem encontrar na vida felicidade e a realização que desejam. Isto, porque o não cristão não consegue ver a vida da perspectiva do Reino de Deus. Mas para quem está em Cristo, há sempre a lembrança de que a vida vale mais do que coisas, bens, posses, etc. O próprio Senhor Jesus Cristo disse que o corpo é mais do que o alimento, e a vida é mais do que as vestes (Mt 6.25). A família cristã, conscientizada desta verdade bíblica, irá encarar o dinheiro (e por extensão, todas as questões financeiras) como um servo e não como um senhor. Assim, a família cristã não viverá em função de obter dinheiro a qualquer preço, custe o que custar. Pelo desconhecimento e/ ou desobediência a este princípio bíblico, famílias sofrem muito, pois ao inverter a ordem natural das coisas, quebram o que o próprio Deus estabeleceu. Que nenhuma família cristã se esqueça que, conforme a Escritura, a vida vale mais que o dinheiro. 2. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE O QUE IMPORTA É O ESSENCIAL, E NÃO O SUPÉRFLUO
  • 19. Pag. 2 Curso Família Saudavel A mensagem do verso 8 é: "...tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes". Este ponto está obrigatória e logicamente ligado ao anterior. A vida vale mais que o dinheiro, mas sem dinheiro a vida torna-se difícil. Por isso, o apóstolo Paulo diz que, tendo o básico (sustento e vestuário) devemos estar contentes. O Senhor Jesus Cristo disse que, se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, o básico à manutenção da vida humana será acrescentado (Mt 6.31-33). A epístola aos Hebreus diz: "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (13.5). O orçamento financeiro da família cristã deve incluir despesas com alimentação, vestuário, aluguel (se necessário), despesas com água, luz e telefone (se houver), saúde (médico, dentista, farmácia, etc), educação (livros, material escolar em geral, mensalidades, etc), transportes, lazer - tudo isto é necessário. Deve também prever algum tipo de economia para o futuro, como por exemplo, um acidente com um membro da família; mas antes de tudo isto, há a consagração dos dízimos e ofertas ao Senhor (Ml 3.10) e a ajuda aos materialmente necessitados (conforme Mt 25.31-46; Ef 4.28; Gl 6.10). Vivemos em uma sociedade materialista, que é dominada pela doença do consumismo (que leva as pessoas a comprarem o que não precisam). É preciso fazer ao Senhor a mesma oração feita pelo antigo sábio: "Duas cousas te peço... não me dês nem pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for necessário... " (Pv 30.7,8). Estejamos contentes com o básico. 3. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A OBTENÇÃO DE RIQUEZAS NÃO É O ALVO DO CRISTÃO. "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada... Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males..." (vv. 9,10). Precisamos de dinheiro para nossa manutenção, mas não colocamos (pelo menos não deveríamos colocar) a obtenção de riquezas como alvo supremo de nossas vidas. A sociedade pecaminosa em que vivemos incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas vidas a luta por conseguir ganhar cada vez mais dinheiro. Muitos então vivem na filosofia do "quanto mais tem, mais quer". Este vírus, infelizmente tem contaminado muitas famílias. Isto se vê em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; em pais que pressionam seus filhos para fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este curso confere mais "status" e salários mais altos a quem o fez; em rapazes e moças que se casam apenas por interesses financeiros, enfim, diversas maneiras que demonstram uma preocupação excessiva em adquirir riquezas. É estranho que esta preocupação extrema com a vida material, atraente mas inegavelmente anti- bíblica, tem penetrado no meio cristão de tal maneira que, já há até alguns líderes religiosos ensinando "princípios bíblicos" e "orações" para se obter riquezas. Se entendermos corretamente a Bíblia, veremos que isto, na verdade, não tem a menor base escriturística. A família cristã deve usar os recursos financeiros que tem, não importa se poucos ou muitos, para o seu sustento digno, e também para o sustento da obra do Senhor e a ajuda aos necessitados. Assim, não se submeterá ao Senhor tirano e cruel que o dinheiro se torna para muitos, que "ator- menta com muitas dores " (v. 10) aos que o colocam em primeiro lugar em sua lista de prioridades na vida. DISCUSSÃO 1. Que critérios vão determinar o que é supérfluo e o que é necessário para a manutenção de uma família? 2. Deus tem prometido prosperidade financeira a quem é dizimista fiel? Justifique sua resposta. 3. Como entender o comportamento de algumas famílias cristãs que não cumprem corretamente seus compromissos financeiros?
  • 20. Pag. 1 Curso: A família saudável PERDÃO NA FAMÍLIA LUCAS 15.11-32 Como cristãos, cremos que Deus criou a família e a fez para que seja um refúgio de paz, alegria e equilíbrio em meio à angustia, desesperança e confusão da sociedade em que vivemos. Entretanto, há várias ameaças que colocam em risco a harmonia da família. É importante meditar no ensino bíblico a respeito do perdão na família; mais importante ainda é viver este ensino. Muitas vezes acontece, lamentavelmente, de famílias experimentarem brigas e desentendimentos. São conflitos que surgem entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos entre si, que, se não forem tratados a tempo, resultarão em rompimento de relacionamentos, mágoas, frustrações, enfim, fatores que podem destruir uma família. São muitos os casais que se divorciam, irmãos que não se falam, porque surgiram problemas que não foram solucionados. A solução é o perdão. Este assunto é de fácil compreensão, mas de difícil execução. Entretanto, pela graça de Deus, vamos não apenas aprender o que a Bíblia diz sobre isso, mas vamos viver este perdão. Para isso, vamos estudar a conhecida parábola do "Filho Pródigo". LIÇÕES PRÁTICAS 1. O PERDÃO É UMA NECESSIDADE NO RELACIONAMENTO FAMILIAR Não é novidade para ninguém que toda família tem problemas. A família da parábola contada pelo Senhor não é exceção à regra, e enfrentou problemas seríssimos. Estes problemas foram provocados pelo filho mais novo, que exigiu de seu pai a sua parte nos bens. É interessante observar que o rapaz pediu o que era realmente seu, porém, ele só teria plenos direitos àqueles bens depois da morte de seu pai. O que aquele rapaz cometeu foi uma ofensa terrível, quase imperdoável, tanto naqueles dias como hoje. Na prática aquele jovem insensato estava dizendo que a vida de seu pai valia menos que riquezas e bens materiais. Esta atitude irrefletida do moço provocou decerto profunda mágoa no coração de seu pai; provocou também grande amargura no coração do irmão mais velho. E, com certeza, ele mesmo ficou frustrado e decepcionado, após ver que o dinheiro não lhe deu a felicidade sonhada e desejada. Devido a um ato impensado, muito sofrimento sobreveio àquelas três vidas. Só uma coisa poderia resolver tão graves pro- blemas: o perdão. Com o perdão a paz voltaria aos corações tristes e angustiados; com o perdão, o que todos os membros daquela família mais desejavam seria obtido. Pois, o que toda família quer é viver em harmonia. Se qualquer fator põe em risco este equilíbrio, o perdão precisa ser exercitado para que a harmonia volte a reinar no lar. Por mais graves que possam ser os pecados que os membros da família cometem uns contra os outros, o perdão continua a ser uma necessidade e, enquanto esta necessidade não for satisfeita, a situação dos envolvidos só irá piorar. A passagem do tempo não é capaz de resolver muitos problemas que surgem entre parentes - só o perdão é capaz de fazê-lo. Pedir, dar e aceitar o perdão é uma necessidade vital para a saúde emocional, espiritual (e até física) de qualquer família, seja da Palestina dos dias de Jesus ou do Brasil do nosso tempo. 2. O PERDÃO PRODUZ RESTAURAÇÃO NO RELACIONAMENTO FAMILIAR. Além de ser uma necessidade que precisa ser satisfeita, o perdão produz restauração. Foi o que aconteceu na família retratada no texto básico: a recepção festiva dada pelo pai ao filho mais moço que voltou para casa, indicava claramente que houve perdão; e com o perdão, o ex-
  • 21. Pag. 2 Curso: A família saudável guardador de porcos foi restaurado à sua posição de filho. Ele queria ser recebido como um simples empregado, mas a restauração foi completa: seu pai o honrou, dando-lhe um anel, símbolo de sua posição. Sempre que há a prática do perdão, maravilhas acontecem; relacionamentos inter-pessoais rompidos são restaurados; consciências que se tomaram enfermas pelo peso de pecados cometidos, são curadas; crises sérias são solucionadas quando há perdão. Isto tudo porque o perdão dá a possibilidade de um novo começo, uma nova chance a quem errou. Este perdão é dado porque foi recebido de Deus (Cl 3.13). Meditando sobre este assunto, alguém disse que, "perdoar é considerar o outro como se ele não nos tivesse ofendido em nada". A restauração produzida pelo perdão se dá em vários níveis: em nível horizontal, no relacionamento da pessoa ofendida com quem a ofendeu (e vice-versa); em nível vertical, no relacionamento com Deus; e até em um nível interior, no relacionamento da pessoa consigo mesma. A convivência familiar é altamente sujeita a problemas graves de relacionamento; entretanto, se o perdão for pedido e for dado, haverá restauração, paz, equilíbrio e cura de memórias feridas. 3. O PERDÃO É UM DESAFIO AO RELACIONAMENTO FAMILIAR. O perdão cura, abençoa e restaura. Sendo assim, era de se esperar que este assunto (perdão nos relacionamentos em geral, mas especificamente em um contexto de família) fosse mais vivido e executado no dia-a-dia dos crentes. Entretanto, não é isso que se vê: geralmente, há uma resistência quanto a dar e pedir perdão. Isto porque o perdão é um desafio. A cada vez que nos encontramos em uma situação que exige perdão, somos desafiados: perdoaremos ou não? Pediremos perdão ou não? A tendência natural das pessoas é, devido ao orgulho, não conceder nem pedir perdão; mesmo os crentes, enfrentam dificuldade em relação a tão importante questão. Neste caso, aplica-se o que disse o Apóstolo Paulo aos crentes gaiatas: "porque a carne milha contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si..." (Gl 5.17). No texto básico, pode-se observar que a parábola não foi concluída por Jesus - não se sabe o que aconteceu com o filho mais velho, que tão indignado ficou com o perdão dado pelo pai ao irmão mais novo e que nem entrou em casa (v.28): ele perdoou seu irmão? Reconciliou-se com ele? Ou permaneceu irredutível em sua recusa de perdoar? Lucas não nos conta o fim da parábola de propósito, pois cada ouvinte e cada leitor do Evangelho a terminará com sua própria vida, perdoando ou recusando-se a perdoar. O perdão é sempre um desafio seríssimo, que deve ser enfrentado com oração e humildade cristãs. E é na vida em família que este desafio se faz mais necessário. Vamos recordar que este desafio é constante para o cristão, isto é, não há limite para o perdão que deve ser dado. Jesus disse que devemos perdoar não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete (Mt 18.21, 22). DISCUSSÃO 1. O que dificulta a prática do perdão na família? 2. Você acha que em casos de traição conjugal, rejeição de filhos, incestos, etc, é possível a aplicação do perdão? Comente com o grupo. 3. "Eu perdôo mas não esqueço" - esta afirmação é biblicamente correta? Justifique sua resposta.
  • 22. Quando os Pais Oram TEXTO: 1 Samuel 1.27-28 INTRODUÇÃO Sempre chamou-me a atenção a importância que a Bíblia dá à influência da oração dos pais sobre a vida dos filhos. Principalmente, porque o próprio Deus, ao estabelecer a Aliança da Graça, revela o seu interesse de abençoar os filhos através da instrumentalidade dos pais: "Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes" (Is 44.3). E um dos meios de que Deus se utiliza para abençoar os filhos dos crentes é a oração dos pais. O apóstolo Paulo reconhece a influência espiritual dos pais sobre os filhos, quando diz a Timóteo: "Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti" (2 Tm 1.5). Na lição de hoje, pretendemos destacar o ensino bíblico acerca da influência da oração dos pais sobre a vida dos filhos. EXPOSIÇÃO 1. UMA BASE BÍBLICA Deus ao criar o indivíduo, criou também a família (Gn 1.26-27). E assim como o pecado atingiu o indivíduo, afetou também a família (Gn 3). Contudo, Deus não revogou a Aliança após o pecado do homem, mas providenciou a Redenção através de Jesus Cristo. Todo Antigo Testamento descreve o processo histórico de preparação dessa redenção até à sua consumação em Jesus Cristo (Gl 4.4). E o alvo de Deus sempre foi abençoar o indivíduo juntamente com a sua família. Deus se compromete, na Aliança da Graça, a abençoar a nossa família (Gn 12.1-3; Gl 3.7-9). Vejamos alguns exemplos de homens que intercederam pela sua família: 1.1. Noé "Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, apare- lhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé"{Hb 11.7, grifo da citação). 1.2. Abrãao "Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito" (Gn 18.19, grifo da citação). 1.3. Páscoa "Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir" (Êx 12.3,23, grifo da citação). 1.4. Pedro "Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar"(At 2.39, grifo da citação). 1.5. Paulo e Silas "Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" (At 16.30-31, grifo da citação). Em síntese, há um compromisso de Deus com os pais crentes em abençoar os seus filhos, desde que os pais sejam fiéis a aliança com Deus: "Na mesma noite, lhe apareceu o Senhor e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não te- mas, porque eu sou contigo; abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão, meu servo" (Gn 26.24, grifo da citação). 2. ORANDO PELOS FILHOS
  • 23. Ana, mãe de Samuel, diz: "Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o Senhor" (1 Sm 1.27-28). Nesta declaração, Ana reafirma o que já sabemos: o nascimento de Samuel foi resposta de oração: "por este menino orava eu". Também, que Samuel não lhe pertencia, tal como nenhum filho é propriedade de pai humano, pois os nossos filhos pertencem a Deus. Então, ela o devolveu a Deus, em cumprimento do seu voto e em atitude de consagração do seu filho a Deus: pelo que também o trago como devolvido ao Senhor. A atitude de Ana coloca-nos diante de um grande desafio: orar pelos nossos filhos e consagrá-los a Deus. E, quando devemos orar por eles?  Devemos orar por eles antes mesmo do nascimento, afim de que nasçam com saúde (SI 139.13-16).  Devemos orar pela conversão e o crescimento espiritual dos nossos filhos (Lc 1.66-80).  Devemos orar pelo futuro dos nossos filhos, principalmente quando tiverem que tomar decisões sérias, tais como sobre o estudo, profissão, casamento etc. (Gn 24).  Devemos orar pelos filhos que se acham afastados da comunhão com o Senhor (Tg 5.16-20).  Devemos orar pela família dos nossos filhos e pelos nossos netos (SI 128). CONCLUSÃO Quero concluir esta lição insistindo que devemos orar pelos nossos filhos. Leia com atenção a oração que uma vovó fez por sua netinha: "Meu precioso bebê, em celebração à sua chegada eu fiz este presente especial, chamado de manta de oração. Quando se cobrir com ela, saiba que está coberto de oração. Cada ponto representa uma oração feita por você. Aqui estão dez orações minhas por você: 1. Como um novelo que se transforma em uma bela manta, Deus tem um belo plano em sua vida. Peço a Deus que você o descubra (Jr 1.5). 2. Esta manta foi feita por mãos humanas. Mas você foi maravilhosamente formado por mãos divinas. Peço a Deus que você saiba o quanto é especial para Ele (SI 139.14). 3. Se eu errar um ponto, a manta se desfaz. Porém, Deus tem planos maravilhosos para cada passo de sua vida. Eu peço a Deus que você possa seguir os planos dEle e saber que mesmo quando nós, como família, erramos um ponto ou dois, Ele pode nos redimir quando confiamos nEle (Pv 28.13). 4. Se eu voltar e consertar um ponto, a manta não ficará defeituosa. Se você voltar e confessar os seus pecados, sua vida será santa. Peço a Deus para que você tenha a coragem de confessar os erros para que viva uma vida santa (1 Jo 1.9). 5. Esta manta tem muitos pontos, mas nada se compara aos pensamentos de Deus para com você. Peço a Deus que você se lembre dEle e saiba que Ele se lembra de você (SI 139.17). 6. Precisei tecer três fios juntos para fazer, uma manta forte. Serão necessárias três partes (você, sua família e Deus) para que sua vida seja forte. E serão necessárias três pessoas da Trindade para manter sua vida de pé. Peço a Deus que você se apoie nEle e na sua família (Ec 4.12). 7. A borda desta manta impede que ela perca o formato. Deus quer colocar algo em volta de você para protegê-lo e esquentá-lo. Peço a Deus que você sempre fique entre os limites que Ele estabeleceu para você (Jó 1.10). 8. Minha esperança é que esta manta o conserve quente e seguro. O plano de Deus é muito maior. Ele quer lhe dar um futuro e uma esperança. Peço a Deus que você sempre ponha sua esperança nEle (Jr 29.11). 9. Quando você se cobrir com esta manta, saiba que está coberto de amor e de oração. Deus quer cobri-lo com amor do seu Filho. Peço a Deus que você possa amar a Jesus desde novo (Jo 14.21). 10. Embora eu saiba que um dia esta manta não servirá mais para você, eu peço a Deus que você sempre saiba que necessita dEle (1 Jo 4.15-17). Com amor, Sua vovó. "