SlideShare a Scribd company logo
1 of 7
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DISCIPLINA: Noções de Arquitetura
Professora: Grazielli Bruno Bellorio
Texto IV
HISTÓRICO DA CIDADE DE GOIÂNIA
A nova capital do Estado de Goiás foi construída em meio a grandes transformações políticas e
culturais no país. O desenvolvimento do Estado de Goiás durante as três primeiras décadas do
século XX não foi significativo. O extenso território do Estado era pouco povoado e baseado em
economia pecuária e agrícola de subsistência. A situação era de tal forma complexa, que a
população do Estado duplicava, e a de alguns Municípios ultrapassava a da capital.
O processo de acumulação capitalista em curso provocou uma luta pelo domínio do poder
político estadual, até então dominado pelos coronéis da família Caiado. O elemento que
faltava veio com a Revolução de 1930. O principal fator que levou a Revolução de 30 foi a crise
da política de valorização do café. Essa valorização aumentava o problema da superprodução
cafeeira, já que os preços eram mantidos artificialmente e levava consequentemente ao
aumento do plantio e tendia a beneficiar principalmente o Estado de São Paulo e dava
benefícios reduzidos aos demais Estados.
Assim, nomeado interventor por Getúlio Vargas, subiu ao poder liderando o movimento de
renovação das forças políticas, assumiu a mudança da Capital como fator fundamental para
se atingir os objetivos, dentro do programa Marcha para o Oeste. A "Marcha para o Oeste" foi
uma política de cunho nacionalista e desenvolvimentista que visava desenvolver e penetrar
para o interior do País, em direção à Amazônia. Goiânia seria um ponto geográfico, político e
ideológico desse projeto. Seria o símbolo do "grande, novo, progresso", que tiraria Goiás da
insignificância política econômica e seria o ícone da nova estrutura nacional.
A transferência da capital não se processou de forma tranquila, pois a oligarquia dominante de
Vila-Boa lutou fortemente para não perder o seu poder. Dona da cidade procurou manter o
controle da camada média da população, com dependência econômica, política e cultural.
As exigências levadas em consideração para a escolha do local foram a proximidade com a
Estrada de Ferro Goiás, clima bom, boa situação topográfica e mananciais de água fáceis de
serem aproveitados e que pudessem abastecer uma cidade de população acima dos 500 mil
habitantes. (TEIXEIRA, 1973)
Decidida a sua construção, por decreto de dezembro de 1932, teve o local definido para a sua
instalação já em março de 1933, baseado em relatórios da comissão encarregada de escolher
o local da nova cidade capital.
O território destinado a construção da nova capital foi formado a partir de doações, mas
principalmente de permutas e vendas de terras, tornando o Estado o proprietário do território de
3 643 hectares e 14 ares. Os fazendeiros doadores de terras tiveram o privilégio no processo de
construção e povoamento da cidade, na reserva de áreas do núcleo urbano para sua
habitação e a super valorização previsiveis. Tiveram ainda outros privilégios na exploração de
materiais necessários à construção da cidade, como madeiras, saibros e areia.
As obras foram iniciadas através de empréstimos realizados pelo governo Federal, além de
doações de verbas feitas também pelo Governo Federal. O interventor fez publicar em 13 de
janeiro de 1933 o Decreto 2 851, em que autoriza os empréstimos estaduais.
O URBANISTA DA NOVA CAPITAL
Attílio Corrêa Lima, nasceu em Roma em 1901, filho de escultor brasileiro que na época havia
recebido prêmio de estágio na Itália pela Escola Nacional de Belas Artes, tendo a família
retornado ao Brasil pouco tempo depois. Na adolescência cursou a Escola de Belas Artes como
aluno livre, diplomando-se engenheiro-arquiteto em 1925, pela mesma escola.Em 1926, ganhou
da Escola de Belas Artes o "Prêmio de Viagem ao Exterior", que consistia em estágio de
aperfeiçoamento profissional em Paris.
Attílio C. Lima realizou seus estudos entre 1927 e 1930. Foi o primeiro brasileiro a apresentar tese
ao Institut d'Urbanisme de L'Université de Paris. Como aluno, seguiu modelos relacionados com
trabalhos profissionais dos professores, realizados em cidades do interior da França, alguns até
vencedores de concursos internacionais, haja visto que o urbanismo francês se destacava entre
os mais avançados do mundo.
Conforme o relato do professor Edgar Graeff referindo-se ao partido urbanístico adotado por
Attílio C. Lima para a nova capital, onde "Attílio revela francamente suas fontes de inspiração e
seu desejo de grandeza". No início das investidas dos arquitetos brasileiros na arquitetura
moderna, portanto, Attílio C. Lima estava vivendo sua pós-graduação em Paris. Participando
das transformações da arquitetura em um outro ambiente, inclusive no Congresso Internacional
de Urbanismo em Paris no ano de 1928, e afastado das discussões que passam a envolver
principalmente os arquitetos cariocas.
Ao ser contratado para o projeto da nova capital de Goiás, Attílio C. Lima produz relatório
preliminar afirmando seu pensamento: "Da topografia tiramos partido também para obter
efeitos de perspectiva, com o motivo principal da cidade que é o centro administrativo. Domina
este a região e é visto de todos os pontos da cidade e principalmente por quem nela chega. As
três avenidas mais importantes convergem para o centro administrativo, acentuando assim a
importância deste em relação à cidade, que na realidade deve-lhe a sua existência".
(LIMA,1933).
O seu traçado radiocêntrico, além de permitir uma visibilidade maior e mais estratégica do
Palácio - pois as grandes comemorações cívicas deveriam dar-se ali - facultaria, por intermédio
das avenidas ali iniciadas, todas com traçado retilíneo, o acesso aos setores habitacionais e
comerciais.
No plano urbanístico original, previu-se a divisão de Goiânia em zonas e subzonas de atividades,
parques com a finalidade de preservar as matas ciliares, zonas de esportes e divertimentos, zona
universitária, espaços de lazer e divertimento; além disso, os prédios foram projetados de acordo
com a arquitetura Art Déco devendo possuir fachadas limpas, retilíneas, funcionais e claras.
Av. Goiás, 1942
Tendo falecido prematuramente em
decorrência de acidente aéreo na Baía de
Guanabara em 27 de agosto de 1943,
Attílio C. Lima foi substituído pelo
engenheiro Augusto de Godoy.
Sua relação com a nova capital de Goiás
era antiga, já tendo produzido relatório
encaminhado ao interventor sobre a
localização da nova cidade, após visita ao
local escolhido pela comissão de
localização. Nesse documento, oferece
inúmeras sugestões de medidas a serem adotadas no programa de construção da
capital.
Mais tarde, ao aceitar o novo convite, afirma: "A revisão do plano de Corrêa Lima me foi
confiada por insistência do Dr. Pedro Ludovico Teixeira. Godoy expressava seu pensamento no
primeiro relatório, e definindo a cidade moderna e sua ação civilizadora e econômica;
Godoy realizou um novo plano da cidade e estabeleceu etapas de implantação; primeiro os
setores central e norte, seis anos mais tarde o setor sul e só posteriormente o setor oeste;
regulamentou o desenvolvimento, produziu legislação urbana e fez previsão de cidades
satélites.
Ao refazer o projeto da cidade, Godoy estabeleceu uma nova praça, a Praça do Cruzeiro, em
contraponto com a Praça Cívica, com avenidas convergentes em "asterisco", e quadras
orgânicas acomodadas à topografia, com amplos espaços livres para áreas de lazer, liberando-
se as tradicionais ruas para o sistema viário, que ele antevia como intenso. Segundo Graeff, esta
reformulação do plano desestruturou o "monocentrismo de ranço barroco" proposto por Attílio
C. Lima, ao criar esta segunda praça em "asterisco".
As modificações efetuadas por Godoy foram
extremamente profundas:
• criação de 'park-way' em torno da represa do Jaó;
• criação de novas zonas, Diversões no Setor Central, Zona Universitária entre a Zona de
Diversões e Pq. Buritis; Zona Militar entre a Ferroviária e campo de aviação; Zona
Residencial de luxo junto à represa do Jaó;
• redefinição dos limites intra-urbanos (setores) e suburbanos;
• redefinição das áreas livres;
• criação do anel verde contornando o núcleo urbano;
• criação do cemitério 'Jardim dos Mortos', com reestruturação do cemitério de
Campinas;
Mas foi no Setor Sul que as alterações se consolidaram de forma mais forte, buscando um
tratamento mais efetivo de cidade-jardim. O tratamento do interior das quadras do setor sul foi
o passo na direção das unidades de vizinhança das quadras tais como em Radburn, cidade da
Inglaterra, onde belos e acolhedores parques propiciam lazer e conduzem pessoas aos
equipamentos de bairro, tais como a escola, o centro comunitário e lojas. (Fig.6) Esse sistema
interno das quadras está articulado com o planejamento das vias entre as quadras,
"possibilitando ao pedestre circular pela cidade com grande independência do automóvel".
(OTTONI, 1996, p.77)
Boa parte das primeiras edificações de grande porte do centro de Goiânia foi construída no
estilo art déco, entre as décadas de 1940 e 1950, e constituem um acervo significativo do ponto
de vista da história da arquitetura brasileira. Por esta razão, em 2003, partes do núcleo central de
Goiânia - bem como do bairro de Campinas - foram incorporadas oficialmente ao patrimônio
histórico e artístico nacional brasileiro.
Figura 6: Plano de Goiânia modificado por
Armando de Godoy.
4
Desde sua fundação, Goiânia tem sido alvo de um grande crescimento demográfico e de uma
significativa expansão urbana. Em 1950, a cidade já superava as expectativas demográficas da
época da sua construção, ultrapassando a cifra dos 50.000 habitantes, o que já começou a
causar certo desconforto pelo excesso de veículos e pessoas em suas ruas.
Com a transferência do Distrito Federal para terras então pertencentes ao Estado de Goiás, a
inauguração de Brasília como capital federal e distante apenas 180 km de Goiânia, a explosão
demográfica e a expansão urbana que até então vinham ocorrendo foram tão impulsionadas
que se tornaram vertiginosas. Em 1980, a população da cidade já era estimada em cerca de
700 mil pessoas. Desde então, no geral, tanto o crescimento demográfico quanto a expansão
da área urbana do município de Goiânia se têm feito num ritmo mais lento que outrora.
Ainda assim, certas regiões do município, nomeadamente as zonas Noroeste e Sudoeste,
apresentaram, entre os anos 1991-2000, taxas de crescimento populacional anual bastante
expressivas (9% e 14,5%, respectivamente). O resultado de tais processos vem sendo a
periferização do espaço urbano de Goiânia - fenômeno para o qual têm contribuído também
os altíssimos índices de crescimento populacional de alguns municípios da região metropolitana.
É de se notar que a qualidade de vida e a urbanização, planejada para a nova capital
estadual, foram prejudicadas pelo crescimento demográfico e expansão urbana em razão do
que foi citado no parágrafo anterior. Os novos bairros surgidos na periferia de Goiânia jamais
desfrutaram dos ideais urbanísticos e da qualidade de vida projetada para seus moradores, da
mesma forma que as cidades satélites de Brasília jamais gozaram dos ideais urbanísticos de
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.
Como conseqüência do crescimento demográfico e urbano que se tornou descontrolado,
tanto devido ao rápido crescimento econômico quanto a outros fatores, dentre eles a
transferência da capital federal e a migração da zona rural para a urbana ocorrida em todo o
país, o trânsito de Goiânia ficou seriamente prejudicado.
A idéia de monumentalidade de Attílio C. Lima, no entanto, acabou por se perder dentro de
seus próprios princípios, já que a abundante arborização obstruiu as perspectivas.
Acredito que perdeu-se a identidade de centro monumental da Praça Cívica , envolvida pela
reprodução do sistema de "asterisco", e ainda, o crescimento das atividades burocráticas do
Estado implicaram na construção de um anexo, por detrás do Palácio das Esmeraldas, com 12
pavimentos, o que, observadas as perspectivas do Attílio C. Lima, funciona como um pano de
fundo da praça, completamente fora de escala. (Fig.7)
Figura 7: Centro Administrativo como pano de fundo da Praça Cívica e Palácio das
Esmeraldas.
Assim, o centro de Goiânia exibe um desenho de certo modo aristocrático e barroco de
Versailles e Letchworth, o Setor Sul, nas modificações de Godoy, busca referências em Welwin
de Luís de Soissons, e o restante da cidade se submete às clássicas quadras convencionais de
60x250m, com amplas avenidas que separam conjuntos de quadras, e um sistema viário de
vários entroncamentos do tipo rótulas.
5
Observa-se hoje que o desenho do Setor Sul permanece em grande parte inalterado. A
utilização de seus espaços, entretanto, não corresponde ao que foi intencionado. Os amplos
espaços públicos nos interiores das quadras não são de forma alguma utilizados, ou o são para
trânsito de acesso às casas que foram cnstruídas nos desmembramentos dos lotes originais.
Gradativamente, e facilitado pelo traçado generoso das avenidas, a cidade foi se
esparramando pelo território, ocupando os espaços com novos loteamentos em direção sul.
Novos bairros e loteamentos reproduziram o conceito de centro em "asterisco", com o
parcelamento em lotes e quadras convencionais dentro de um traçado de tabuleiro de xadrez.
O crescimento do número de automóveis ocorrido na década de 80, trouxe novos problemas
urbanos, para uma cidade interiorana, embora capital, passando então por vários Planos de
Reordenamento.
Como a cidade não é dotada de um transporte coletivo eficiente, exclusivamente atendida
por ônibus convencional, a população se utiliza potencialmente do automóvel particular. O
tráfego inicialmente se fazia de certa forma organizado por rótulas nos cruzamentos, estas
rótulas estão sendo substituídas por sinais luminosos colocados após o cruzamento que,
consideradas as dimensões das avenidas, tornam-se extremamente perigosos, e não garante a
travessia de pedestres.
Na década de 70 foram introduzidas modificações no sistema de transporte coletivo, com
assessoria ao arquiteto Jaime Lerner, estabelecendo dois eixos principais de transporte, norte-sul
e leste-oeste, proposta não desenvolvida integralmente e sem a necessária atualização.
Goiânia foi planejada para ser uma cidade jardim, cuja proposta inicial permite uma perfeita
convivência entre o cidadão e o meio ambiente. Quando o homem é considerado como parte
integrante da natureza ¾ e isto está subsumido na concepção original da capital do Estado de
Goiás ¾ e por alguma forma esta relação é alterada, a cidade devolve aos seus habitantes, às
vezes em forma de solidão, às vezes em forma de violência, as agressões que contra ela são
praticadas. A cidade que é edificada para o carro, dificilmente terá como prioridade o homem.
A cidade construída para o homem, jamais terá o carro como prioridade. Uma capital, como
Goiânia, concebida para uma convivência planejada e harmoniosa entre ambos, nunca
aceitará impune, a predominância de um sobre o outro. Felizmente, a atual administração
municipal, dentro de um processo de revitalização do Centro de Goiânia, toma algumas
medidas para resgatar parte da história arquitetônica da capital.
Com a aprovação do Novo Plano Diretor de Goiânia, através da lei complementar nº 171, foi
criada a Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia, na forma de microrregiões
compostas por sete municípios: Bela Vista, Bonfinópolis, Braz Abrantes, Caturaí, Inhumas, Nova
Veneza e Terezópolis de Goiás. Muitos dos parâmetros de funcionamento e atribuições dessas
região estão ainda em discussão pelo Governo e definidos em lei ordinária.
É necessário que outras medidas continuem sendo tomadas para que Goiânia – uma cidade
erigida sob a égide de um batismo cultural, e construída para que os seus habitantes tivessem
uma vida salubre, próspera e feliz, possa permitir que todos tenham o direito de usufruir das
condições ambientais e de progresso planejados, fundamentos alegados para a mudança da
antiga capital.
Apesar de ainda não ter decolado, parece existir a possibilidade de se pensar o país a médio e
longo prazo, ou seja, de se resgatar o planejamento estruturante, tanto para as cidades como
para as áreas metropolitanas e para a economia em geral.
Nesta perspectiva, espera-se que no plano estadual e municipal o planejamento de visão larga
passe a ser um instrumento necessário e indispensável para se alcançar objetivos concretos de
justiça social, de desenvolvimento sustentável.
6
Quem sabe o ar das cidades poderá ser mais respirável, e as cidades poderão ser portadoras
de esperança, porque os gestores públicos substituirão as medidas improvisadas e intempestivas
por ações de curto, médio e longo prazo, planejadas, pensadas, participadas.
7

More Related Content

What's hot

URB | Panorama São Paulo
URB | Panorama São PauloURB | Panorama São Paulo
URB | Panorama São PauloEdison Ribeiro
 
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise Antonucci
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise AntonucciHigienópolis - Formação e Transformação - Denise Antonucci
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise AntonucciCarlos Elson Cunha
 
9. evolução urbana de rio branco
9. evolução urbana  de rio branco9. evolução urbana  de rio branco
9. evolução urbana de rio brancoAna Cunha
 
Planejamento Urbano - Nível Federal
Planejamento Urbano - Nível FederalPlanejamento Urbano - Nível Federal
Planejamento Urbano - Nível FederalChawana Bastos
 
Aula 3 introducao urbanismo no brasil
Aula 3 introducao urbanismo no brasilAula 3 introducao urbanismo no brasil
Aula 3 introducao urbanismo no brasilIsa Guerreiro
 
Cadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioCadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioMiguel Ferreira
 
Principais Áreas de Fixaçao Humana
Principais Áreas de Fixaçao HumanaPrincipais Áreas de Fixaçao Humana
Principais Áreas de Fixaçao HumanaDiogo Mateus
 
Aula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalAula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalMargarida MTG
 
6. cidade barroca e industrial
6. cidade barroca e industrial6. cidade barroca e industrial
6. cidade barroca e industrialAna Cunha
 
Geografia urbanizacao e planejamento urbano
Geografia   urbanizacao e planejamento urbanoGeografia   urbanizacao e planejamento urbano
Geografia urbanizacao e planejamento urbanoGustavo Soares
 
Problemas urbanos, soluções (2)
Problemas urbanos, soluções (2)Problemas urbanos, soluções (2)
Problemas urbanos, soluções (2)Idalina Leite
 

What's hot (19)

URB | Panorama São Paulo
URB | Panorama São PauloURB | Panorama São Paulo
URB | Panorama São Paulo
 
URB | Panorama Brasil
URB | Panorama BrasilURB | Panorama Brasil
URB | Panorama Brasil
 
Plano de Belo Horizonte
Plano de Belo HorizontePlano de Belo Horizonte
Plano de Belo Horizonte
 
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise Antonucci
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise AntonucciHigienópolis - Formação e Transformação - Denise Antonucci
Higienópolis - Formação e Transformação - Denise Antonucci
 
9. evolução urbana de rio branco
9. evolução urbana  de rio branco9. evolução urbana  de rio branco
9. evolução urbana de rio branco
 
Planejamento Urbano - Nível Federal
Planejamento Urbano - Nível FederalPlanejamento Urbano - Nível Federal
Planejamento Urbano - Nível Federal
 
Urbanizacao[1][1]
Urbanizacao[1][1]Urbanizacao[1][1]
Urbanizacao[1][1]
 
Aula 3 introducao urbanismo no brasil
Aula 3 introducao urbanismo no brasilAula 3 introducao urbanismo no brasil
Aula 3 introducao urbanismo no brasil
 
Cadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do territórioCadastro e ordenamento do território
Cadastro e ordenamento do território
 
Principais Áreas de Fixaçao Humana
Principais Áreas de Fixaçao HumanaPrincipais Áreas de Fixaçao Humana
Principais Áreas de Fixaçao Humana
 
Aula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambientalAula 3 - A questão ambiental
Aula 3 - A questão ambiental
 
Cidades (blog)
Cidades (blog)Cidades (blog)
Cidades (blog)
 
6. cidade barroca e industrial
6. cidade barroca e industrial6. cidade barroca e industrial
6. cidade barroca e industrial
 
Lisboa republicana
Lisboa republicanaLisboa republicana
Lisboa republicana
 
Geografia urbanizacao e planejamento urbano
Geografia   urbanizacao e planejamento urbanoGeografia   urbanizacao e planejamento urbano
Geografia urbanizacao e planejamento urbano
 
Urbanismo comercial
Urbanismo comercialUrbanismo comercial
Urbanismo comercial
 
Aula 21 22 - 1º cga
Aula 21 22 - 1º cgaAula 21 22 - 1º cga
Aula 21 22 - 1º cga
 
Rafael gulelmo
Rafael gulelmoRafael gulelmo
Rafael gulelmo
 
Problemas urbanos, soluções (2)
Problemas urbanos, soluções (2)Problemas urbanos, soluções (2)
Problemas urbanos, soluções (2)
 

Viewers also liked

Corretores antenados de goiania
Corretores antenados de goianiaCorretores antenados de goiania
Corretores antenados de goianiaclickeria
 
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia Prado
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia PradoPlano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia Prado
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia PradoChico Macena
 
Folder - Plano Urbanístico da Serra do Itapety
Folder - Plano Urbanístico da Serra do ItapetyFolder - Plano Urbanístico da Serra do Itapety
Folder - Plano Urbanístico da Serra do ItapetyGlauco Ricciele
 
Teoria urbanismo-25-26 fev2011
Teoria urbanismo-25-26 fev2011Teoria urbanismo-25-26 fev2011
Teoria urbanismo-25-26 fev2011Anna Moraes
 
Nbr 9050 exemplificada acessibilidade-1
Nbr 9050 exemplificada   acessibilidade-1Nbr 9050 exemplificada   acessibilidade-1
Nbr 9050 exemplificada acessibilidade-1Liz Mendes
 
Região Centro Oeste
Região Centro OesteRegião Centro Oeste
Região Centro OesteAndré Moraes
 
Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Rafaela Stella
 
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS PROJETO URBANISTICO I - UFRGS
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS Mariana Mincarone
 
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]Giovani Comin
 
Apresentaçao diagnostico
Apresentaçao diagnosticoApresentaçao diagnostico
Apresentaçao diagnosticoSteves Rocha
 
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIAL
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIALESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIAL
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIALAna Helena Rodrigues Alves
 
Planejamento Urbano - Aspectos Teóricos
Planejamento Urbano - Aspectos TeóricosPlanejamento Urbano - Aspectos Teóricos
Planejamento Urbano - Aspectos TeóricosMarcos
 

Viewers also liked (19)

Corretores antenados de goiania
Corretores antenados de goianiaCorretores antenados de goiania
Corretores antenados de goiania
 
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia Prado
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia PradoPlano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia Prado
Plano de Ciclovias da CET - Grajau - PArque Cocaia - Rota Marcia Prado
 
BAIRRO JARDIM
BAIRRO JARDIMBAIRRO JARDIM
BAIRRO JARDIM
 
Plano diretor de goiânia 2007
Plano diretor de goiânia   2007Plano diretor de goiânia   2007
Plano diretor de goiânia 2007
 
Folder - Plano Urbanístico da Serra do Itapety
Folder - Plano Urbanístico da Serra do ItapetyFolder - Plano Urbanístico da Serra do Itapety
Folder - Plano Urbanístico da Serra do Itapety
 
Teoria urbanismo-25-26 fev2011
Teoria urbanismo-25-26 fev2011Teoria urbanismo-25-26 fev2011
Teoria urbanismo-25-26 fev2011
 
As vozes de Goiânia (GO) | 2012
As vozes de Goiânia (GO) | 2012As vozes de Goiânia (GO) | 2012
As vozes de Goiânia (GO) | 2012
 
Nbr 9050 exemplificada acessibilidade-1
Nbr 9050 exemplificada   acessibilidade-1Nbr 9050 exemplificada   acessibilidade-1
Nbr 9050 exemplificada acessibilidade-1
 
Região Centro Oeste
Região Centro OesteRegião Centro Oeste
Região Centro Oeste
 
Aula 7 cidade jardim
Aula 7   cidade jardimAula 7   cidade jardim
Aula 7 cidade jardim
 
Analise urbana
Analise urbanaAnalise urbana
Analise urbana
 
Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas Cidades Racionalistas
Cidades Racionalistas
 
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS PROJETO URBANISTICO I - UFRGS
PROJETO URBANISTICO I - UFRGS
 
Analise de Projeto
Analise de ProjetoAnalise de Projeto
Analise de Projeto
 
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]
Análise Urbana [Giovani Gustavo Rafael]
 
Apresentaçao diagnostico
Apresentaçao diagnosticoApresentaçao diagnostico
Apresentaçao diagnostico
 
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIAL
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIALESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIAL
ESTUDO PRELIMINAR DE PROJETO: HABITAÇÃO SOCIAL
 
Planejamento Urbano - Aspectos Teóricos
Planejamento Urbano - Aspectos TeóricosPlanejamento Urbano - Aspectos Teóricos
Planejamento Urbano - Aspectos Teóricos
 
Historia de goiania
Historia de goianiaHistoria de goiania
Historia de goiania
 

Similar to A HISTÓRIA DA CIDADE DE GOIÂNIA

3_Urbanização-no-Brasil1.pdf
3_Urbanização-no-Brasil1.pdf3_Urbanização-no-Brasil1.pdf
3_Urbanização-no-Brasil1.pdfAlexandre Azevedo
 
Planejamento Urbano de Curitiba
Planejamento Urbano de CuritibaPlanejamento Urbano de Curitiba
Planejamento Urbano de CuritibaLuiz Carlos
 
Resenha: Academia Imperial de Belas Artes
Resenha: Academia Imperial de Belas ArtesResenha: Academia Imperial de Belas Artes
Resenha: Academia Imperial de Belas ArtesIZIS PAIXÃO
 
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONAL
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONALBrasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONAL
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONALProfessora Camila Geografia
 
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...Pedagogiapibid
 
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docx
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docxMódulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docx
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docxVerenaTeixeira2
 
05:. Paris
05:. Paris05:. Paris
05:. ParisARQ210AN
 
Conjunto habitacional no brasil
Conjunto habitacional  no brasilConjunto habitacional  no brasil
Conjunto habitacional no brasilCelciane Silva
 
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011Aridson Andrade
 
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanos
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanosCapítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanos
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanosBrasil Não Motorizado
 

Similar to A HISTÓRIA DA CIDADE DE GOIÂNIA (20)

3_Urbanização-no-Brasil1.pdf
3_Urbanização-no-Brasil1.pdf3_Urbanização-no-Brasil1.pdf
3_Urbanização-no-Brasil1.pdf
 
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SP
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SPProjeto de Restauração da Casa Modernista-SP
Projeto de Restauração da Casa Modernista-SP
 
Brasilia mitos e realidades
Brasilia mitos e realidadesBrasilia mitos e realidades
Brasilia mitos e realidades
 
Planejamento Urbano de Curitiba
Planejamento Urbano de CuritibaPlanejamento Urbano de Curitiba
Planejamento Urbano de Curitiba
 
Resenha: Academia Imperial de Belas Artes
Resenha: Academia Imperial de Belas ArtesResenha: Academia Imperial de Belas Artes
Resenha: Academia Imperial de Belas Artes
 
1 VA - KARINE
1 VA - KARINE1 VA - KARINE
1 VA - KARINE
 
T1 ad alunamayramartinssilva
T1 ad alunamayramartinssilvaT1 ad alunamayramartinssilva
T1 ad alunamayramartinssilva
 
Aprese. ecleticocapixaba
Aprese. ecleticocapixabaAprese. ecleticocapixaba
Aprese. ecleticocapixaba
 
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONAL
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONALBrasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONAL
Brasil do arquipélago ao continente - INTEGRAÇÃO NACIONAL
 
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...
AS TRANSFORMAÇÕES NO CALÇADÃO DE LONDRINA: ELEMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE IDE...
 
Geo urb a09
Geo urb a09Geo urb a09
Geo urb a09
 
Observatório da Cidade_Parque Linear Voluntários da Pátria
Observatório da Cidade_Parque Linear Voluntários da PátriaObservatório da Cidade_Parque Linear Voluntários da Pátria
Observatório da Cidade_Parque Linear Voluntários da Pátria
 
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docx
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docxMódulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docx
Módulo Porto Alegre e seus Territórios Negros.docx
 
05:. Paris
05:. Paris05:. Paris
05:. Paris
 
Conjunto habitacional no brasil
Conjunto habitacional  no brasilConjunto habitacional  no brasil
Conjunto habitacional no brasil
 
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011A circulação das idéias do urbanismo   Aridson Andrade - 2011
A circulação das idéias do urbanismo Aridson Andrade - 2011
 
Relatório de urbana
Relatório de urbana Relatório de urbana
Relatório de urbana
 
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanos
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanosCapítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanos
Capítulo 04 vias exclusivas para pedestres e os calçadões curitibanos
 
Republica velha
Republica velhaRepublica velha
Republica velha
 
Praças de são paulo
Praças de são pauloPraças de são paulo
Praças de são paulo
 

Recently uploaded

Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoCelianeOliveira8
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalSilvana Silva
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptAlineSilvaPotuk
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.HildegardeAngel
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 

Recently uploaded (20)

Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
 
(76- ESTUDO MATEUS) A ACLAMAÇÃO DO REI..
(76- ESTUDO MATEUS) A ACLAMAÇÃO DO REI..(76- ESTUDO MATEUS) A ACLAMAÇÃO DO REI..
(76- ESTUDO MATEUS) A ACLAMAÇÃO DO REI..
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
LIVRO A BELA BORBOLETA. Ziraldo e Zélio.
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 

A HISTÓRIA DA CIDADE DE GOIÂNIA

  • 1. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DISCIPLINA: Noções de Arquitetura Professora: Grazielli Bruno Bellorio Texto IV HISTÓRICO DA CIDADE DE GOIÂNIA A nova capital do Estado de Goiás foi construída em meio a grandes transformações políticas e culturais no país. O desenvolvimento do Estado de Goiás durante as três primeiras décadas do século XX não foi significativo. O extenso território do Estado era pouco povoado e baseado em economia pecuária e agrícola de subsistência. A situação era de tal forma complexa, que a população do Estado duplicava, e a de alguns Municípios ultrapassava a da capital. O processo de acumulação capitalista em curso provocou uma luta pelo domínio do poder político estadual, até então dominado pelos coronéis da família Caiado. O elemento que faltava veio com a Revolução de 1930. O principal fator que levou a Revolução de 30 foi a crise da política de valorização do café. Essa valorização aumentava o problema da superprodução cafeeira, já que os preços eram mantidos artificialmente e levava consequentemente ao aumento do plantio e tendia a beneficiar principalmente o Estado de São Paulo e dava benefícios reduzidos aos demais Estados. Assim, nomeado interventor por Getúlio Vargas, subiu ao poder liderando o movimento de renovação das forças políticas, assumiu a mudança da Capital como fator fundamental para se atingir os objetivos, dentro do programa Marcha para o Oeste. A "Marcha para o Oeste" foi uma política de cunho nacionalista e desenvolvimentista que visava desenvolver e penetrar para o interior do País, em direção à Amazônia. Goiânia seria um ponto geográfico, político e ideológico desse projeto. Seria o símbolo do "grande, novo, progresso", que tiraria Goiás da insignificância política econômica e seria o ícone da nova estrutura nacional. A transferência da capital não se processou de forma tranquila, pois a oligarquia dominante de Vila-Boa lutou fortemente para não perder o seu poder. Dona da cidade procurou manter o controle da camada média da população, com dependência econômica, política e cultural. As exigências levadas em consideração para a escolha do local foram a proximidade com a Estrada de Ferro Goiás, clima bom, boa situação topográfica e mananciais de água fáceis de serem aproveitados e que pudessem abastecer uma cidade de população acima dos 500 mil habitantes. (TEIXEIRA, 1973) Decidida a sua construção, por decreto de dezembro de 1932, teve o local definido para a sua instalação já em março de 1933, baseado em relatórios da comissão encarregada de escolher o local da nova cidade capital. O território destinado a construção da nova capital foi formado a partir de doações, mas principalmente de permutas e vendas de terras, tornando o Estado o proprietário do território de 3 643 hectares e 14 ares. Os fazendeiros doadores de terras tiveram o privilégio no processo de construção e povoamento da cidade, na reserva de áreas do núcleo urbano para sua habitação e a super valorização previsiveis. Tiveram ainda outros privilégios na exploração de materiais necessários à construção da cidade, como madeiras, saibros e areia. As obras foram iniciadas através de empréstimos realizados pelo governo Federal, além de doações de verbas feitas também pelo Governo Federal. O interventor fez publicar em 13 de janeiro de 1933 o Decreto 2 851, em que autoriza os empréstimos estaduais.
  • 2. O URBANISTA DA NOVA CAPITAL Attílio Corrêa Lima, nasceu em Roma em 1901, filho de escultor brasileiro que na época havia recebido prêmio de estágio na Itália pela Escola Nacional de Belas Artes, tendo a família retornado ao Brasil pouco tempo depois. Na adolescência cursou a Escola de Belas Artes como aluno livre, diplomando-se engenheiro-arquiteto em 1925, pela mesma escola.Em 1926, ganhou da Escola de Belas Artes o "Prêmio de Viagem ao Exterior", que consistia em estágio de aperfeiçoamento profissional em Paris. Attílio C. Lima realizou seus estudos entre 1927 e 1930. Foi o primeiro brasileiro a apresentar tese ao Institut d'Urbanisme de L'Université de Paris. Como aluno, seguiu modelos relacionados com trabalhos profissionais dos professores, realizados em cidades do interior da França, alguns até vencedores de concursos internacionais, haja visto que o urbanismo francês se destacava entre os mais avançados do mundo. Conforme o relato do professor Edgar Graeff referindo-se ao partido urbanístico adotado por Attílio C. Lima para a nova capital, onde "Attílio revela francamente suas fontes de inspiração e seu desejo de grandeza". No início das investidas dos arquitetos brasileiros na arquitetura moderna, portanto, Attílio C. Lima estava vivendo sua pós-graduação em Paris. Participando das transformações da arquitetura em um outro ambiente, inclusive no Congresso Internacional de Urbanismo em Paris no ano de 1928, e afastado das discussões que passam a envolver principalmente os arquitetos cariocas. Ao ser contratado para o projeto da nova capital de Goiás, Attílio C. Lima produz relatório preliminar afirmando seu pensamento: "Da topografia tiramos partido também para obter efeitos de perspectiva, com o motivo principal da cidade que é o centro administrativo. Domina este a região e é visto de todos os pontos da cidade e principalmente por quem nela chega. As três avenidas mais importantes convergem para o centro administrativo, acentuando assim a importância deste em relação à cidade, que na realidade deve-lhe a sua existência". (LIMA,1933). O seu traçado radiocêntrico, além de permitir uma visibilidade maior e mais estratégica do Palácio - pois as grandes comemorações cívicas deveriam dar-se ali - facultaria, por intermédio das avenidas ali iniciadas, todas com traçado retilíneo, o acesso aos setores habitacionais e comerciais. No plano urbanístico original, previu-se a divisão de Goiânia em zonas e subzonas de atividades, parques com a finalidade de preservar as matas ciliares, zonas de esportes e divertimentos, zona universitária, espaços de lazer e divertimento; além disso, os prédios foram projetados de acordo com a arquitetura Art Déco devendo possuir fachadas limpas, retilíneas, funcionais e claras. Av. Goiás, 1942 Tendo falecido prematuramente em decorrência de acidente aéreo na Baía de Guanabara em 27 de agosto de 1943, Attílio C. Lima foi substituído pelo engenheiro Augusto de Godoy. Sua relação com a nova capital de Goiás era antiga, já tendo produzido relatório encaminhado ao interventor sobre a localização da nova cidade, após visita ao local escolhido pela comissão de localização. Nesse documento, oferece
  • 3. inúmeras sugestões de medidas a serem adotadas no programa de construção da capital. Mais tarde, ao aceitar o novo convite, afirma: "A revisão do plano de Corrêa Lima me foi confiada por insistência do Dr. Pedro Ludovico Teixeira. Godoy expressava seu pensamento no primeiro relatório, e definindo a cidade moderna e sua ação civilizadora e econômica; Godoy realizou um novo plano da cidade e estabeleceu etapas de implantação; primeiro os setores central e norte, seis anos mais tarde o setor sul e só posteriormente o setor oeste; regulamentou o desenvolvimento, produziu legislação urbana e fez previsão de cidades satélites. Ao refazer o projeto da cidade, Godoy estabeleceu uma nova praça, a Praça do Cruzeiro, em contraponto com a Praça Cívica, com avenidas convergentes em "asterisco", e quadras orgânicas acomodadas à topografia, com amplos espaços livres para áreas de lazer, liberando- se as tradicionais ruas para o sistema viário, que ele antevia como intenso. Segundo Graeff, esta reformulação do plano desestruturou o "monocentrismo de ranço barroco" proposto por Attílio C. Lima, ao criar esta segunda praça em "asterisco".
  • 4. As modificações efetuadas por Godoy foram extremamente profundas: • criação de 'park-way' em torno da represa do Jaó; • criação de novas zonas, Diversões no Setor Central, Zona Universitária entre a Zona de Diversões e Pq. Buritis; Zona Militar entre a Ferroviária e campo de aviação; Zona Residencial de luxo junto à represa do Jaó; • redefinição dos limites intra-urbanos (setores) e suburbanos; • redefinição das áreas livres; • criação do anel verde contornando o núcleo urbano; • criação do cemitério 'Jardim dos Mortos', com reestruturação do cemitério de Campinas; Mas foi no Setor Sul que as alterações se consolidaram de forma mais forte, buscando um tratamento mais efetivo de cidade-jardim. O tratamento do interior das quadras do setor sul foi o passo na direção das unidades de vizinhança das quadras tais como em Radburn, cidade da Inglaterra, onde belos e acolhedores parques propiciam lazer e conduzem pessoas aos equipamentos de bairro, tais como a escola, o centro comunitário e lojas. (Fig.6) Esse sistema interno das quadras está articulado com o planejamento das vias entre as quadras, "possibilitando ao pedestre circular pela cidade com grande independência do automóvel". (OTTONI, 1996, p.77) Boa parte das primeiras edificações de grande porte do centro de Goiânia foi construída no estilo art déco, entre as décadas de 1940 e 1950, e constituem um acervo significativo do ponto de vista da história da arquitetura brasileira. Por esta razão, em 2003, partes do núcleo central de Goiânia - bem como do bairro de Campinas - foram incorporadas oficialmente ao patrimônio histórico e artístico nacional brasileiro. Figura 6: Plano de Goiânia modificado por Armando de Godoy. 4
  • 5. Desde sua fundação, Goiânia tem sido alvo de um grande crescimento demográfico e de uma significativa expansão urbana. Em 1950, a cidade já superava as expectativas demográficas da época da sua construção, ultrapassando a cifra dos 50.000 habitantes, o que já começou a causar certo desconforto pelo excesso de veículos e pessoas em suas ruas. Com a transferência do Distrito Federal para terras então pertencentes ao Estado de Goiás, a inauguração de Brasília como capital federal e distante apenas 180 km de Goiânia, a explosão demográfica e a expansão urbana que até então vinham ocorrendo foram tão impulsionadas que se tornaram vertiginosas. Em 1980, a população da cidade já era estimada em cerca de 700 mil pessoas. Desde então, no geral, tanto o crescimento demográfico quanto a expansão da área urbana do município de Goiânia se têm feito num ritmo mais lento que outrora. Ainda assim, certas regiões do município, nomeadamente as zonas Noroeste e Sudoeste, apresentaram, entre os anos 1991-2000, taxas de crescimento populacional anual bastante expressivas (9% e 14,5%, respectivamente). O resultado de tais processos vem sendo a periferização do espaço urbano de Goiânia - fenômeno para o qual têm contribuído também os altíssimos índices de crescimento populacional de alguns municípios da região metropolitana. É de se notar que a qualidade de vida e a urbanização, planejada para a nova capital estadual, foram prejudicadas pelo crescimento demográfico e expansão urbana em razão do que foi citado no parágrafo anterior. Os novos bairros surgidos na periferia de Goiânia jamais desfrutaram dos ideais urbanísticos e da qualidade de vida projetada para seus moradores, da mesma forma que as cidades satélites de Brasília jamais gozaram dos ideais urbanísticos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Como conseqüência do crescimento demográfico e urbano que se tornou descontrolado, tanto devido ao rápido crescimento econômico quanto a outros fatores, dentre eles a transferência da capital federal e a migração da zona rural para a urbana ocorrida em todo o país, o trânsito de Goiânia ficou seriamente prejudicado. A idéia de monumentalidade de Attílio C. Lima, no entanto, acabou por se perder dentro de seus próprios princípios, já que a abundante arborização obstruiu as perspectivas. Acredito que perdeu-se a identidade de centro monumental da Praça Cívica , envolvida pela reprodução do sistema de "asterisco", e ainda, o crescimento das atividades burocráticas do Estado implicaram na construção de um anexo, por detrás do Palácio das Esmeraldas, com 12 pavimentos, o que, observadas as perspectivas do Attílio C. Lima, funciona como um pano de fundo da praça, completamente fora de escala. (Fig.7) Figura 7: Centro Administrativo como pano de fundo da Praça Cívica e Palácio das Esmeraldas. Assim, o centro de Goiânia exibe um desenho de certo modo aristocrático e barroco de Versailles e Letchworth, o Setor Sul, nas modificações de Godoy, busca referências em Welwin de Luís de Soissons, e o restante da cidade se submete às clássicas quadras convencionais de 60x250m, com amplas avenidas que separam conjuntos de quadras, e um sistema viário de vários entroncamentos do tipo rótulas. 5
  • 6. Observa-se hoje que o desenho do Setor Sul permanece em grande parte inalterado. A utilização de seus espaços, entretanto, não corresponde ao que foi intencionado. Os amplos espaços públicos nos interiores das quadras não são de forma alguma utilizados, ou o são para trânsito de acesso às casas que foram cnstruídas nos desmembramentos dos lotes originais. Gradativamente, e facilitado pelo traçado generoso das avenidas, a cidade foi se esparramando pelo território, ocupando os espaços com novos loteamentos em direção sul. Novos bairros e loteamentos reproduziram o conceito de centro em "asterisco", com o parcelamento em lotes e quadras convencionais dentro de um traçado de tabuleiro de xadrez. O crescimento do número de automóveis ocorrido na década de 80, trouxe novos problemas urbanos, para uma cidade interiorana, embora capital, passando então por vários Planos de Reordenamento. Como a cidade não é dotada de um transporte coletivo eficiente, exclusivamente atendida por ônibus convencional, a população se utiliza potencialmente do automóvel particular. O tráfego inicialmente se fazia de certa forma organizado por rótulas nos cruzamentos, estas rótulas estão sendo substituídas por sinais luminosos colocados após o cruzamento que, consideradas as dimensões das avenidas, tornam-se extremamente perigosos, e não garante a travessia de pedestres. Na década de 70 foram introduzidas modificações no sistema de transporte coletivo, com assessoria ao arquiteto Jaime Lerner, estabelecendo dois eixos principais de transporte, norte-sul e leste-oeste, proposta não desenvolvida integralmente e sem a necessária atualização. Goiânia foi planejada para ser uma cidade jardim, cuja proposta inicial permite uma perfeita convivência entre o cidadão e o meio ambiente. Quando o homem é considerado como parte integrante da natureza ¾ e isto está subsumido na concepção original da capital do Estado de Goiás ¾ e por alguma forma esta relação é alterada, a cidade devolve aos seus habitantes, às vezes em forma de solidão, às vezes em forma de violência, as agressões que contra ela são praticadas. A cidade que é edificada para o carro, dificilmente terá como prioridade o homem. A cidade construída para o homem, jamais terá o carro como prioridade. Uma capital, como Goiânia, concebida para uma convivência planejada e harmoniosa entre ambos, nunca aceitará impune, a predominância de um sobre o outro. Felizmente, a atual administração municipal, dentro de um processo de revitalização do Centro de Goiânia, toma algumas medidas para resgatar parte da história arquitetônica da capital. Com a aprovação do Novo Plano Diretor de Goiânia, através da lei complementar nº 171, foi criada a Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia, na forma de microrregiões compostas por sete municípios: Bela Vista, Bonfinópolis, Braz Abrantes, Caturaí, Inhumas, Nova Veneza e Terezópolis de Goiás. Muitos dos parâmetros de funcionamento e atribuições dessas região estão ainda em discussão pelo Governo e definidos em lei ordinária. É necessário que outras medidas continuem sendo tomadas para que Goiânia – uma cidade erigida sob a égide de um batismo cultural, e construída para que os seus habitantes tivessem uma vida salubre, próspera e feliz, possa permitir que todos tenham o direito de usufruir das condições ambientais e de progresso planejados, fundamentos alegados para a mudança da antiga capital. Apesar de ainda não ter decolado, parece existir a possibilidade de se pensar o país a médio e longo prazo, ou seja, de se resgatar o planejamento estruturante, tanto para as cidades como para as áreas metropolitanas e para a economia em geral. Nesta perspectiva, espera-se que no plano estadual e municipal o planejamento de visão larga passe a ser um instrumento necessário e indispensável para se alcançar objetivos concretos de justiça social, de desenvolvimento sustentável. 6
  • 7. Quem sabe o ar das cidades poderá ser mais respirável, e as cidades poderão ser portadoras de esperança, porque os gestores públicos substituirão as medidas improvisadas e intempestivas por ações de curto, médio e longo prazo, planejadas, pensadas, participadas. 7