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MINERALOGIA FÍSICA
As propriedades físicas são resultado da composição química e do
arranjo cristalográfico do mineral.
As principais propriedades físicas dos minerais são:
1. HÁBITO: Por hábito de um mineral se entende as formas com a qual
ele aparece freqüentemente na natureza, por exemplo: como prismas
alongados; como cristais tabulares (achatados); como agregados
cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como
grãos sem uma forma definida.
Exemplos: Cristais de magnetita (Fe3O4) são freqüentemente octaédricos,
pirita (FeS2) comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas
ocorrem como lamelas.
Termos mais comumente usados na descrição do hábito dos minerais:
• Prismático: os cristais do mineral são freqüentemente constituídos por
prismas (ou combinações de mais de um prisma). Usualmente são
empregados adjetivos para qualificar os cristais prismáticos, como:
Colunares – prismas alongados com uma direção mais desenvolvida
que as demais
Aciculares – muito alongados e finos, com forma que lembra uma
agulha
Fibrosos, capilares ou filiformes – ainda mais finos, lembrando fios
de cabelo)
Tabulares – achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas
do que a terceira.
Laminares – alongados e achatados, como a lâmina de uma faca.
• Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc: mineral
caracterizado pela ocorrência freqüente de cristais com as formas
citadas.
• Micáceo: cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas.
Os seguintes termos são específicos da descrição de agregados
cristalinos:
• Dendrítico: arborescente, em ramos divergentes, como os de uma
planta.
• Divergente ou radiado: agregado de cristais (geralmente prismas
colunares, aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto
central. Tipos específicos de agregados radiais podem ser:
Globular – agregados de cristais, formando pequenas superfícies
esféricas ou semi-esféricas.
Botrioidal – formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos
glóbulos) a um cacho de uvas.
Mamelonar – grandes superfícies arredondadas, semelhantes a
mamas, formadas por indivíduos radiais ou divergentes.
Reniforme – agregados radiados terminando em formas arredondadas
com forma de rins.
• Granular: agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma
conotação específica de forma ou tamanho)
• Concêntrico: camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às
outras.
• Bandado: mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas.
• Maciço: material compacto, sem formas ou feições especiais.
Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do
agregado:
• Drusa: superfície coberta de pequenos cristais.
• Geodo: cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos
cristais.
• Concreção: massas formadas por deposição de material em torno de um
núcleo.
• Estalactite: agregados em cilindros ou cones pendentes (como por
exemplo em cavernas)
2. CLIVAGEM, PARTIÇÃO E FRATURA: Um mineral pode apresentar
(ou não) tendência a se romper segundo planos preferenciais, quando
submetido a um esforço externo. Este comportamento está diretamente
relacionado ao tipo de ligação química envolvida e à eventual presença
de defeitos ou descontinuidades na estrutura cristalina.
2.1. Clivagem → é a habilidade dos cristais de se partir ao longo de
direções cristalográficas preferenciais com a formação de uma
superfície lustrosa. Na caracterização dos minerais as clivagens são
descritas como:
• clivagem perfeita: o cristal se separa em placas de superfície perfeita (ex:
micas)
• clivagem boa: a separação se dá em certas direções, muitas vezes
formando superfícies em degraus (ex: calcita, cianita)
• clivagem distinta: quando ocorre a formação de superfícies iguais e
desiguais por quebramento (ex: feldspatos, hornblenda)
• clivagem imperfeita: as superfícies de clivagem são irregulares (ex: berilo)
• clivagem ausente: não apresenta plano de clivagem (ex: quartzo)
Os minerais podem apresentar superfícies de clivagem em:
a) 3 direções - Ex.: calcita, galena
b) 2 direções - Ex.: feldspato
c) 1 direção - Ex.: micas, talco
d) ausente - Ex.: quartzo, turmalina
2.2. Partição → é a partição do mineral ao longo de planos de menor
resistência desenvolvidos por deformação ou geminação. A partição
é uma superfície de fratura relativamente plana, que em muitas
vezes se confunde com a clivagem. Entretanto, os planos de
partição são irregularmente espaçados (ex: hematita - não tem
clivagem, mas pode apresentar participação basal causada por um
plano de simetria causada por geminação).
2.3. Fratura → é uma superfície de quebra de cristal que não segue
qualquer direção cristalográfica preferencial, os principais tipos são:
• fratura conchoidal: (ex: quartzo)
• fratura fibrosa ou estilhaçada: (ex: enxofre)
• fratura serrilhada: (ex: ouro, prata, cobre)
• fratura desigual ou irregular
3. DUREZA: A dureza (D) de um mineral é a resistência que sua
superfície oferece ao ser riscada. Será adotada a escala de dureza de
MOHS, estabelecida em 1824, na qual dez minerais comuns são
ordenados em relação a resistência que oferecem ao risco. A escala de
Mohs não é linear e é adimensional. Diz-se que o mineral tem dureza 5
ou 3, por exemplo, na escala de Mohs.
4. TENACIDADE: A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral,
ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esmagado, dobrado ou
rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente relação com a
dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui
dureza muito elevada mas tenacidade relativamente baixa, quando
submetido a um impacto.
Os seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade
de um mineral:
• Quebradiço → o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade. ex:
calcita, quartzo, diamante.
• Maleável → o mineral pode ser transformado em lâminas, por
aplicação de impacto. ex: ouro, prata e cobre.
• Séctil → o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço. ex: ouro e
gipsita
• Dúctil → o mineral pode ser estirado para formar fios. ex: ouro, prata e
cobre
• Flexível → o mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma
original, depois de cessado o esforço. ex: talco, clorita e molibdenita
• Elástico → o mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original,
depois de cessado o esforço. ex: micas
5. DENSIDADE ESPECÍFICA OU RELATIVA: Densidade é o número de
vezes que o mineral é mais pesado que o peso de um volume igual de
à 4º C. Alguns minerais, muito semelhantes em outras propriedades
macroscópicas, podem possuir densidades bem diferentes. Exemplos:
DOLOMITA CaMg(CO3)2, com uma densidade 2,85, pode ser
distinguida de BARITA, BaSO4, de densidade 4,5.
6. COR: conseqüência da absorção de certos comprimentos de onda do
espectro da luz branca que incide sobre ele. Depende da composição
química (verde, azul ~ Cu, vermelho ~ Fe), estrutura cristalina
(diamante, grafita), presença de impurezas (variedades de quartzo).
Alguns autores consideram como fundamentais as seguintes cores dos
minerais: branco, cinza, preto, azul, verde, amarelo, vermelho e
castanho.
Quanto à cor os minerais podem ser:
• idiocromáticos: minerais que possuem cor constante. Possuem um
elemento cromóforo como constituinte principal.
• alocromáticos: são minerais cuja cor é devido à impureza (elemento
traço) ou à defeitos eletrônicos e estruturais (chamados de centros de
cor). O traço destes minerais, normalmente, é incolor ou fracamente
colorido. ex: esmeralda (verde), rubi (vermelho) e topázio, berilo e
turmalina, que apresentam cores variadas.
• pseudocromáticos: são minerais cuja cor se deve a efeitos óticos, tais
como, difração e interferência luminosa. ex: opala, feldspatos.
7. TRAÇO: é uma propriedade diagnostica do mineral, visto que mesmo
com variações de cor na mesma espécie mineral a cor do traço é
constante. Minerais cujo traço é distintivo são:
• hematita - castanho-avermelhado à vermelho
• goethita - castanho-amarelado
• pirita - negro
• calcopirita - negro-esverdeado
8. DIAFANEIDADE: é a capacidade do mineral de transmitir luz. Os
minerais podem ser:
• Hialinos: através dos quais os objetos são visíveis sem modificação de
cor. (ex. halita, quartzo hialino)
• Transparentes: um mineral é transparente se o contorno de um objeto
visto através dele é perfeitamente visível, com possível modificação de
cor. (ex: quartzo, topázio)
• Translúcidos: um mineral é translúcido se a luz chega a atravessá-lo,
não podendo, porém, os objetos serem vistos através dele.
(ex: feldspatos)
• Opacos: um mineral é opaco se a luz não o atravessar, mesmo em
suas bordas mais delgadas. (ex: pirita, ouro).
Hialino Transparente Translúcido Opaco
9. BRILHO: refere-se à aparência do mineral à luz refletida. O brilho
de um mineral pode ser dividido em:
• Metálico – brilho semelhante a um metal. Ex.: pirita, hematita;
• Não-metálico – outros tipos de brilhos observados nos minerais.
Exemplos:
vítreo – brilho semelhante ao vidro. Ex.: quartzo (hialino, ametista,
fumê, etc);
sedoso – brilho semelhante a seda. Ex.: gipso (minerais fibrosos)
graxo - brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. Ex.
nefelina
resinoso – brilho semelhante a resina. Ex.: enxofre
nacarado – brilho semelhante a pérola. Ex.: talco lamelar e
granular
micáceo – brilho intenso das superfícies das "placas" ou
"escamas" dos minerais micáceos. Ex.: muscovita, biotita e lepdolita.
10. Dupla refração ou birrefringência: deve-se a capacidade de
divergência dos raios luminosos que se divide em dois componentes
que vibram perpendicularmente. Depende da espessura e da direção
cristalográfica em que o raio luminoso incide no mineral. (ex: calcita)
11. Propriedades elétricas: quanto a essa propriedade física os
minerais podem ser:
• condutores: minerais nos quais predominam as ligações metálicas (ex:
ouro, cobre, prata);
• isolantes: (ex: muscovita)
12. Propriedades magnéticas: minerais que apresentam a propriedade
de ser atraídos por um imã são chamados de ferromagnéticos.
Dentre os minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4)
e a pirrotita apresentam esta propriedade. Diamagnéticos não são
atraídos. Paramagnéticos são levemente atraídos pelo imã.

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  • 1. MINERALOGIA FÍSICA As propriedades físicas são resultado da composição química e do arranjo cristalográfico do mineral. As principais propriedades físicas dos minerais são: 1. HÁBITO: Por hábito de um mineral se entende as formas com a qual ele aparece freqüentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida. Exemplos: Cristais de magnetita (Fe3O4) são freqüentemente octaédricos, pirita (FeS2) comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem como lamelas. Termos mais comumente usados na descrição do hábito dos minerais: • Prismático: os cristais do mineral são freqüentemente constituídos por prismas (ou combinações de mais de um prisma). Usualmente são empregados adjetivos para qualificar os cristais prismáticos, como: Colunares – prismas alongados com uma direção mais desenvolvida que as demais Aciculares – muito alongados e finos, com forma que lembra uma agulha Fibrosos, capilares ou filiformes – ainda mais finos, lembrando fios de cabelo) Tabulares – achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas do que a terceira. Laminares – alongados e achatados, como a lâmina de uma faca.
  • 2. • Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc: mineral caracterizado pela ocorrência freqüente de cristais com as formas citadas. • Micáceo: cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas. Os seguintes termos são específicos da descrição de agregados cristalinos: • Dendrítico: arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta. • Divergente ou radiado: agregado de cristais (geralmente prismas colunares, aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto central. Tipos específicos de agregados radiais podem ser: Globular – agregados de cristais, formando pequenas superfícies esféricas ou semi-esféricas. Botrioidal – formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos glóbulos) a um cacho de uvas. Mamelonar – grandes superfícies arredondadas, semelhantes a mamas, formadas por indivíduos radiais ou divergentes. Reniforme – agregados radiados terminando em formas arredondadas com forma de rins. • Granular: agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação específica de forma ou tamanho) • Concêntrico: camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às outras. • Bandado: mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas. • Maciço: material compacto, sem formas ou feições especiais.
  • 3. Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado: • Drusa: superfície coberta de pequenos cristais. • Geodo: cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais. • Concreção: massas formadas por deposição de material em torno de um núcleo. • Estalactite: agregados em cilindros ou cones pendentes (como por exemplo em cavernas)
  • 4. 2. CLIVAGEM, PARTIÇÃO E FRATURA: Um mineral pode apresentar (ou não) tendência a se romper segundo planos preferenciais, quando submetido a um esforço externo. Este comportamento está diretamente relacionado ao tipo de ligação química envolvida e à eventual presença de defeitos ou descontinuidades na estrutura cristalina. 2.1. Clivagem → é a habilidade dos cristais de se partir ao longo de direções cristalográficas preferenciais com a formação de uma superfície lustrosa. Na caracterização dos minerais as clivagens são descritas como: • clivagem perfeita: o cristal se separa em placas de superfície perfeita (ex: micas) • clivagem boa: a separação se dá em certas direções, muitas vezes formando superfícies em degraus (ex: calcita, cianita) • clivagem distinta: quando ocorre a formação de superfícies iguais e desiguais por quebramento (ex: feldspatos, hornblenda) • clivagem imperfeita: as superfícies de clivagem são irregulares (ex: berilo) • clivagem ausente: não apresenta plano de clivagem (ex: quartzo) Os minerais podem apresentar superfícies de clivagem em: a) 3 direções - Ex.: calcita, galena b) 2 direções - Ex.: feldspato c) 1 direção - Ex.: micas, talco d) ausente - Ex.: quartzo, turmalina
  • 5. 2.2. Partição → é a partição do mineral ao longo de planos de menor resistência desenvolvidos por deformação ou geminação. A partição é uma superfície de fratura relativamente plana, que em muitas vezes se confunde com a clivagem. Entretanto, os planos de partição são irregularmente espaçados (ex: hematita - não tem clivagem, mas pode apresentar participação basal causada por um plano de simetria causada por geminação). 2.3. Fratura → é uma superfície de quebra de cristal que não segue qualquer direção cristalográfica preferencial, os principais tipos são: • fratura conchoidal: (ex: quartzo) • fratura fibrosa ou estilhaçada: (ex: enxofre) • fratura serrilhada: (ex: ouro, prata, cobre) • fratura desigual ou irregular 3. DUREZA: A dureza (D) de um mineral é a resistência que sua superfície oferece ao ser riscada. Será adotada a escala de dureza de MOHS, estabelecida em 1824, na qual dez minerais comuns são ordenados em relação a resistência que oferecem ao risco. A escala de Mohs não é linear e é adimensional. Diz-se que o mineral tem dureza 5 ou 3, por exemplo, na escala de Mohs.
  • 6. 4. TENACIDADE: A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente relação com a dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui dureza muito elevada mas tenacidade relativamente baixa, quando submetido a um impacto. Os seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral:
  • 7. • Quebradiço → o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade. ex: calcita, quartzo, diamante. • Maleável → o mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de impacto. ex: ouro, prata e cobre. • Séctil → o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço. ex: ouro e gipsita • Dúctil → o mineral pode ser estirado para formar fios. ex: ouro, prata e cobre • Flexível → o mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original, depois de cessado o esforço. ex: talco, clorita e molibdenita • Elástico → o mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de cessado o esforço. ex: micas 5. DENSIDADE ESPECÍFICA OU RELATIVA: Densidade é o número de vezes que o mineral é mais pesado que o peso de um volume igual de à 4º C. Alguns minerais, muito semelhantes em outras propriedades macroscópicas, podem possuir densidades bem diferentes. Exemplos: DOLOMITA CaMg(CO3)2, com uma densidade 2,85, pode ser distinguida de BARITA, BaSO4, de densidade 4,5. 6. COR: conseqüência da absorção de certos comprimentos de onda do espectro da luz branca que incide sobre ele. Depende da composição química (verde, azul ~ Cu, vermelho ~ Fe), estrutura cristalina (diamante, grafita), presença de impurezas (variedades de quartzo). Alguns autores consideram como fundamentais as seguintes cores dos minerais: branco, cinza, preto, azul, verde, amarelo, vermelho e castanho. Quanto à cor os minerais podem ser: • idiocromáticos: minerais que possuem cor constante. Possuem um elemento cromóforo como constituinte principal. • alocromáticos: são minerais cuja cor é devido à impureza (elemento traço) ou à defeitos eletrônicos e estruturais (chamados de centros de cor). O traço destes minerais, normalmente, é incolor ou fracamente colorido. ex: esmeralda (verde), rubi (vermelho) e topázio, berilo e turmalina, que apresentam cores variadas. • pseudocromáticos: são minerais cuja cor se deve a efeitos óticos, tais como, difração e interferência luminosa. ex: opala, feldspatos.
  • 8. 7. TRAÇO: é uma propriedade diagnostica do mineral, visto que mesmo com variações de cor na mesma espécie mineral a cor do traço é constante. Minerais cujo traço é distintivo são: • hematita - castanho-avermelhado à vermelho • goethita - castanho-amarelado • pirita - negro • calcopirita - negro-esverdeado 8. DIAFANEIDADE: é a capacidade do mineral de transmitir luz. Os minerais podem ser: • Hialinos: através dos quais os objetos são visíveis sem modificação de cor. (ex. halita, quartzo hialino) • Transparentes: um mineral é transparente se o contorno de um objeto visto através dele é perfeitamente visível, com possível modificação de cor. (ex: quartzo, topázio) • Translúcidos: um mineral é translúcido se a luz chega a atravessá-lo, não podendo, porém, os objetos serem vistos através dele. (ex: feldspatos) • Opacos: um mineral é opaco se a luz não o atravessar, mesmo em suas bordas mais delgadas. (ex: pirita, ouro). Hialino Transparente Translúcido Opaco
  • 9. 9. BRILHO: refere-se à aparência do mineral à luz refletida. O brilho de um mineral pode ser dividido em: • Metálico – brilho semelhante a um metal. Ex.: pirita, hematita; • Não-metálico – outros tipos de brilhos observados nos minerais. Exemplos: vítreo – brilho semelhante ao vidro. Ex.: quartzo (hialino, ametista, fumê, etc); sedoso – brilho semelhante a seda. Ex.: gipso (minerais fibrosos) graxo - brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. Ex. nefelina resinoso – brilho semelhante a resina. Ex.: enxofre nacarado – brilho semelhante a pérola. Ex.: talco lamelar e granular micáceo – brilho intenso das superfícies das "placas" ou "escamas" dos minerais micáceos. Ex.: muscovita, biotita e lepdolita. 10. Dupla refração ou birrefringência: deve-se a capacidade de divergência dos raios luminosos que se divide em dois componentes que vibram perpendicularmente. Depende da espessura e da direção cristalográfica em que o raio luminoso incide no mineral. (ex: calcita) 11. Propriedades elétricas: quanto a essa propriedade física os minerais podem ser: • condutores: minerais nos quais predominam as ligações metálicas (ex: ouro, cobre, prata); • isolantes: (ex: muscovita) 12. Propriedades magnéticas: minerais que apresentam a propriedade de ser atraídos por um imã são chamados de ferromagnéticos. Dentre os minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a pirrotita apresentam esta propriedade. Diamagnéticos não são atraídos. Paramagnéticos são levemente atraídos pelo imã.