Este documento apresenta informações sobre incêndios ocorridos no Brasil, destacando grandes tragédias como o incêndio no Circo Norte-Americano em 1961 que matou 503 pessoas, o incêndio no Edifício Joelma em 1974 que matou mais de 180 pessoas e o incêndio no Edifício Grande Avenida em 1981 em São Paulo que matou 17 pessoas. O objetivo é demonstrar a importância da proteção contra incêndios e da prevenção de tragédias.
3. Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 6
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
COMPORTAMENTO DO FOGO............................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÕES E INCÊNDIOS NO BRASIL .................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
ESTUDO DO FOGO................................................................................................................ 14
CAPÍTULO 3
PROPAGAÇÃO DO FOGO, FORMAS DE EXTINÇÃO E CLASSES DE INCÊNDIO........................... 21
CAPÍTULO 4
AGENTES EXTINTORES............................................................................................................. 25
UNIDADE II
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO.......................................................................................................... 29
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO – SPCI................................................................. 29
UNIDADE III
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1..................................................................................................................... 34
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO........................................................... 34
CAPÍTULO 2
SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES................................................................................. 44
CAPÍTULO 3
SISTEMA DE SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA............................................................................ 52
CAPÍTULO 4
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA............................................................................. 59
UNIDADE IV
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 2...................................................................................................... 65
4. CAPÍTULO 1
SISTEMA DE ALARME E DETECÇÃO AUTOMÁTICA..................................................................... 65
CAPÍTULO 2
SISTEMA DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS.................................................................................. 78
CAPÍTULO 3
SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA)...................................... 88
CAPÍTULO 4
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE GLP............................................................................................. 105
UNIDADE V
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 3.................................................................................................... 114
CAPÍTULO 1
AS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA................................................................................................. 114
CAPÍTULO 2
PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO – PPCI .............................................. 147
PARA (NÃO) FINALIZAR..................................................................................................................... 150
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 151
5. 5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6. 6
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Pararefletir
Questõesinseridasnodecorrerdoestudoafimdequeoalunofaçaumapausaereflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestãodeestudocomplementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a
síntese/conclusão do assunto abordado.
7. 7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Textointegrador,aofinaldomódulo,quemotivaoalunoacontinuaraaprendizagem
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8. 8
Introdução
Ainda hoje, quando se fala em incêndios prediais no Brasil, a tendência é que a segurança seja
negligenciada, os riscos sejam subestimados e que a cultura do fatalismo prevaleça, considerando
os incêndios ocorridos como obras do acaso, fatalidades inevitáveis, acontecimentos imprevisíveis.
O maior problema associado ao setor repousa no fato dos grandes incêndios serem raros e, portanto,
os custos associados à sua prevenção serem considerados desproporcionais ao uso efetivo dos
equipamentos instalados. Para que tantas instalações de combate ao fogo se a probabilidade de
ocorrência de fogo na minha edificação é baixa? Para que realizar este investimento em instalações
que, se tudo der certo, não serão nunca utilizadas?
O senso comum faz a maioria da população pensar que um incêndio é algo distante, visto apenas em
telejornais, subestimando, assim os riscos de seu surgimento e suas consequências.
Entretanto, essas premissas estão equivocadas! Guardadas as devidas proporções, é como discutir
se vale a pena fazer o seguro de um automóvel! Você faz o seguro, paga e espera nunca ter que
utilizá-lo! No caso específico dos incêndios, o risco de propagação do incêndio em uma edificação
sem instalações de prevenção e combate é muito maior, o que aumenta exponencialmente as perdas
associadas! Portanto, vale a pena prevenir sim!
É importante ter a consciência de que em todas as edificações de uma cidade, há uma grande
quantidade de materiais inflamáveis e combustíveis, próximos de diversas fontes de ignição. E, só na
hora que o fogo começa é que pode se perceber que há um desconhecimento geral dos procedimentos
a serem adotados, tanto em termos de evacuação do ambiente como de combate ao fogo.
A disciplina de Prevenção e Combate a Incêndios e Explosões, está dividida em cinco unidades.
A unidade I discorre sobre o fogo e as questões associadas à sua prevenção e ao seu combate,
apresentando os conceitos gerais de um sistema de proteção contra incêndios prediais (os incêndios
florestais e em instalações industriais não serão abordados aqui).
A unidade II apresenta o sistema de proteção contra incêndio e detalha as proteções passivas contra
este, as quais podem ser incorporadas em projetos prediais, gerando mais segurança aos ambientes
ao minimizar a probabilidade de propagação do fogo.
A unidade III aborda os sistemas de extintores portáteis, hidrantes, sinalização e iluminação de
emergência.
A unidade IV aborda os sistemas de detecção e alarme, sistemas de chuveiros automáticos, SPDA e
central de GLP.
A unidade V focaliza saídas de emergência e o plano de prevenção contra incêndio e pânico.
9. 9
Vale ressaltar que esta disciplina fará uma abordagem geral dos principais aspectos de cada tema
apresentado e que, ao final do curso, os profissionais que tiverem interesse em se tornar projetistas
na área devem procurar aprofundar os conhecimentos adquiridos de forma a melhor desenvolver as
habilidades e competências aqui despertadas.
Objetivos
»» Promover a disseminação da cultura prevencionista quanto à proteção contra
incêndios e explosões.
»» Estudar o comportamento do fogo.
»» Apresentar os sistemas de proteção contra incêndios e explosões.
11. 11
UNIDADE ICOMPORTAMENTO
DO FOGO
CAPÍTULO 1
Definições e incêndios no Brasil
Temos, dentre várias definições, que segurança:
»» É o estado ou condição que se estabelece em um determinado ambiente ou indivíduo,
por meio das medidas adequadas, com vistas à sua preservação e o exercício de suas
atividades.
»» É o Conjunto de ações para minimizar riscos.
Quando utilizamos estas condições dentro de um contexto de incêndios, entramos na segurança
contra incêndios e explosões.
Entretanto, por não termos uma cultura prevencionista e sim uma cultura reativa, em que somente
após acontecer os incidentes é que tomamos as medidas necessárias, podemos retratar a segurança
com as afirmações:
»» Quando tudo vai bem, ninguém lembra que existe ou deveria existir.
»» Quando tudo vai mal, dizem que não existe.
»» Quando demanda algum custo, acha-se que não é preciso que exista.
»» Porém, quando realmente não existe, todos concordam que deveria existir.
Aliados à cultura reativa, ainda temos os sofismas sobre a segurança contra incêndio e explosões:
»» Se incêndios são raros, por que me preocupar?
»» Se meu risco é baixo, por que devo executar tantas instalações?
»» Se nem sei se vou utilizar, será que compensa investir tanto?
Abaixo, relacionamos alguns dos grandes incêndios ocorridos no Brasil. Esperamos que com este
curso, possamos justificar a importância deste assunto a ser estudado, para que fatos semelhantes
não se repitam!
12. 12
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Tragédia do Gran Circus Norte-Americano (RJ)
Em 1961, um ex-funcionário do Circo quis se vingar do chefe após ter sido demitido. Este
ex-funcionário tinha antecedentes criminais e problemas psicológicos. Junto com dois comparsas,
usou gasolina para colocar fogo na lona que, feita de uma composição com parafina, se incendiou
com rapidez e caiu em cima das quase três mil pessoas que assistiam ao espetáculo.
No local, 503 pessoas morreram, 70% das vítimas eram crianças. Mais de mil pessoas ficaram
feridas.
Edifício Joelma (SP)
Em 1974, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado no 12º andar do prédio paulistano
deu início a um incêndio que se espalhou rapidamente pelos móveis de madeira, pisos acarpetados
e forros internos de fibra sintética. Em pouco tempo, as escadas foram tomadas pelo fogo e pela
fumaça, impedindo as pessoas de evacuarem o prédio.
Mais de 180 pessoas morreram no incêndio, o qual reacendeu as discussões sobre segurança e
preparo para prevenção e combate a incêndios.
Vazamento em Cubatão (SP)
Em 1984, centenas de litros de gasolina foram espalhados no mangue próximo a uma favela em
Cubatão por conta de um vazamento. Pouco tempo depois, uma ignição causou o incêndio do
material e matou vários moradores.
Segundo os números oficiais, foram 93 mortes.
Lojas Renner (RS)
Em 1976, um edifício onde funcionava as Lojas Renner em Porto Alegre sofreu um incêndio que
matou 41 pessoas e deixou outras 60 feridas. Muitas vítimas se jogaram do prédio de sete andares,
pois não tinha um terraço apropriado para resgate por helicópteros.
Edifício Andorinha (RJ)
No Rio de Janeiro, um prédio no centro da cidade sofreu um curto-circuito no sistema elétrico que,
em 1986, gerou um incêndio que matou 21 pessoas e feriu mais de 50.
13. 13
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Edifício Grande Avenida (SP)
Localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, o prédio pegou fogo em 14 de fevereiro de 1981, um
sábado de carnaval (o que evitou que houvesse mais vítimas). Todos os andares do edifício foram
destruídos.
Dezessetepessoasmorrerame53ficaramferidas,incitandonovasleisdesegurançacontraincêndios,
especialmente na região da Avenida Paulista.
Edifício Andraus (SP)
Dois anos antes da tragédia no edifício Joelma, um prédio, também paulistano, já tinha passado por
situação similar. Em 1972, um fogo de causa ainda desconhecida - imagina-se que tenha ocorrido
uma sobrecarga no sistema elétrico - se espalhou pelo prédio no centro de São Paulo e chegou a
causar explosões que fizeram o edifício tremer. O evento foi televisionado ao vivo e a população
se chocou com as cenas de pessoas se atirando do prédio. A maioria dos sobreviventes conseguiu
chegar ao último andar do edifício e aguardou resgate de lá. Foram 16 mortos e 330 feridos.
Creche Uruguaiana (RS)
Em 2000, um curto-circuito em um aquecedor incendiou uma creche em Uruguaiana, no Rio
Grande do Sul. Doze crianças entre 2 e 4 anos morreram e duas funcionárias da escola (inclusive a
diretora) foram presas.
Show no Canecão Mineiro (MG)
Em 2001, um acidente com a queima de fogos no palco gerou um incêndio que matou sete pessoas e
deixou mais de 300 feridos em Belo Horizonte. A casa de show não tinha alvará para funcionamento
e o proprietário, um produtor e dois músicos foram condenados.
Incêndio na Boate Kiss (RS)
Em 2013, o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, chocou o Brasil: são 231
mortes, a maioria por asfixiamento, e dezenas de feridos. A tragédia foi a segunda maior do Brasil
em número de vítimas fatais.
14. 14
CAPÍTULO 2
Estudo do fogo
Existem diversas definições para fogo ou combustão. Adotaremos que fogo ou combustão é um
fenômeno físico-químico oriundo de uma reação de oxidação com emissão de luz e calor.
Já o incêndio é o fogo fora de controle, causando danos à vida e ao patrimônio.
Vale ressaltar que, para que exista fogo, são necessários quatro elementos fundamentais: o
combustível, o comburente, o agente ígneo e a reação química em cadeia. Sem a presença dos três
primeiros elementos, simultaneamente, não há fogo, e sem a presença do último elemento o fogo
não se mantém. Este primeiro conjunto de elementos (combustível, comburente e agente ígneo) é
comumente conhecido como “Triângulo do Fogo”. O Triângulo do Fogo é uma forma didática, criada
para melhor ilustrar a reação química da combustão, em que cada ponta do triângulo representa um
elemento participante desta reação.
Elementos essenciais ao fogo
Combustível
Definimos combustível como qualquer matéria capaz de queimar, servindo de campo de propagação
do fogo.
Os materiais combustíveis que são maus condutores de calor, como a madeira, por exemplo,
queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores, como os metais. Esse fato se deve à
acumulação de calor em uma pequena zona, no caso dos materiais maus condutores, a temperatura
local se eleva mais facilmente, já nos bons condutores, o calor é distribuído por todo o material,
fazendo com que a temperatura se eleve mais lentamente.
Os combustíveis podem estar no estado sólido, líquido e gasoso, sendo que a grande maioria precisa
passar para o estado gasoso, para então se combinar ao comburente e gerar uma combustão.
Este fenômeno é denominado pirólise, também conhecida como decomposição térmica, a qual
é o processo de quebra das moléculas que compõem uma substância em outras moléculas ou
átomos em consequência da ação do calor. A maioria dos combustíveis sólidos e líquidos passa
primeiramente para o estado gasoso antes de sua ignição, o que vale dizer que todos estarão na fase
gasosa para sofrer combustão. Os gases combustíveis desprendidos durante a pirólise influenciam
sobremaneira o comportamento da queima, por causa das moléculas e átomos que os compõem
e que reagem com o oxigênio durante toda a queima, permanecendo próximo à substância
decomposta.
15. 15
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Combustíveis sólidos
A maioria dos combustíveis não queima no estado sólido, sendo necessário transformar-se em
vapores, por meio da pirólise, para então reagir com o comburente, ou ainda transformar-se em
líquido para posteriormente em gases, para então queimar. Como exceção podemos citar o enxofre,
os metais alcalinos – potássio, cálcio – a cânfora e a naftalina, que queimam diretamente em sua
forma sólida.
Exemplo de combustíveis sólidos: madeira, papel, tecido, borracha etc.
Combustíveis líquidos
Os combustíveis líquidos chamados de líquidos inflamáveis têm características particulares, como:
(I) não têm forma própria, assumindo a forma do recipiente que os contenha; (II) se derramados,
escorrem e se acumulam nas partes mais baixas; (III) a maioria dos líquidos inflamáveis é mais
leve que a água, ou seja, flutua sobre ela; (IV) os líquidos derivados de petróleo têm pouca
solubilidade em água; (V) na sua grande maioria são voláteis (liberam vapores a temperatura
menores que 20ºC).
Os combustíveis líquidos necessitam sofrer vaporização ou dissolução em pequenas gotas
(atomização) para que se inflamem. É possível observar que, na queima de líquido, a chama ocorre
a certa distância da superfície. Essa regra é válida para os líquidos combustíveis ou inflamáveis,
quando aproximados de uma fonte de calor externa.
Exemplo de combustíveis líquidos: diesel, gasolina, álcool, querosene etc.
Combustíveis gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que está
contido. Para que haja a combustão, a mistura com o comburente deve ser ideal, isto é, não pode
conter combustível demasiado (mistura rica) e nem quantidade insuficiente desta (mistura pobre).
São definidos para cada combustível os limites da sua mistura ideal, chamados de limites de
inflamabilidade (que variam para cada substância):
»» Limite inferior de inflamabilidade (LII) – é a concentração mínima de uma mistura
na qual pode ocorrer a combustão.
»» Limite superior de inflamabilidade (LSI) – é a concentração máxima de uma mistura
em que pode haver a combustão.
Exemplo de combustíveis gasosos: GLP. (gás liquefeito de petróleo), acetileno, gás
natural etc.
16. 16
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Comburente
É o elemento que reage com o combustível, participando da reação química da combustão,
possibilitando assim, vida às chamas e intensidade à combustão. O comburente mais comum é
o oxigênio, mas existem outros comburentes não muito comuns como o cloro e o gás flúor, que
servem em determinadas reações químicas.
O oxigênio é encontrado na concentração de, aproximadamente, 21% na atmosfera. É importante
lembrar que o ser humano respira normalmente com esta concentração de O2
, mas que, abaixo de
18% a capacidade de troca gasosa nos alvéolos pulmonares já não é tão eficiente e algumas pessoas já
começam a ter dificuldades de raciocínio e de coordenação motora, e que em concentrações abaixo
de 16%, a maioria das pessoas não consegue sobreviver.
A concentração de oxigênio presente no ambiente é o que vai ditar o ritmo da combustão:
»» 21% a 15% - Porcentagem ideal para queima.
»» 15% a 8% - torna-se uma queima lenta.
»» Abaixo de 8% não há combustão.
Fonte de calor ou Agente ígneo
O calor é uma forma de energia que eleva a temperatura gerada da transformação de outra energia,
por meio de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da matéria em
movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.
Fonte de calor, ou agente ígneo é, portanto, o elemento que dá início à reação de combustão,
fornecendo calor para a reação. No quadro 1, podemos observar a temperatura de algumas fontes
de calor. A energia da ativação serve como condição favorável para que haja a reação da combustão,
elevando a temperatura ambiente ou de forma pontual, proporcionando a reação do combustível
com o comburente em uma reação exotérmica. São exemplos de agentes ígneos: chama, centelha,
brasa dentre outros.
Pode-se denominar também o calor como uma forma de energia térmica ou calórica. Essa energia é
transferida sempre de um corpo de maior temperatura para um de menor temperatura, até existir
equilíbrio térmico. Unidades de medida: Caloria (Cal), BTU, Joule (J).
“Temperatura é uma grandeza primitiva, não podendo, por isso, ser definida. Podemos
considerar a Temperatura de um corpo como sendo a medida do grau de agitação de suas
moléculas”. Escalas: Celsius (o
C), Kelvin (K) e Fahrenheit (o
F).
Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que começa a
desprender. Esses gases se misturam com o oxigênio do ar e em contato com uma chama,
ou até mesmo uma centelha, dá início à queima.
17. 17
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Diante deste fenômeno, é de extrema importância o controle da temperatura em ambientes
com combustíveis, pois cada combustível emana gases numa temperatura específica,
podendo desta forma, em contato com uma simples centelha dar início a um princípio de
incêndio.
O calor gerado em um incêndio irá produzir efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos
fisiológicos nos seres vivos, entre eles:
»» Aumento/diminuição da temperatura - O aumento ou diminuição da temperatura
acontece em função do calor que é uma forma de energia, a qual é transferida de
um corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Este fenômeno se
desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor e
mais lentamente nos corpos considerados maus condutores.
»» Dilatação/Contração térmica - É o fenômeno pelo qual os corpos aumentam ou
diminuem suas dimensões conforme o aumento ou diminuição de temperatura. A
dilatação/contraçãopodeserlinear,quandoapenasumadimensãotemaumentos
consideráveis, superficial, quando duas dimensões têm aumentos consideráveis,
e volumétrica, quando as três dimensões têm aumentos consideráveis.
»» Mudança de Estado - Para que uma substância passe de um estado físico para
outro, é necessário que ela ganhe ou perca calor. Ao aquecermos um corpo sólido,
ele passará a líquido e continuando, passará ao estado gasoso. O inverso acontecerá
se resfriarmos o gás ou vapor.
»» Efeitos fisiológicos do calor - O calor pode causar vários danos aos seres humanos,
como a desidratação, a insolação, a fadiga, as queimaduras e inúmeros problemas no
aparelho respiratório. A exposição de uma pessoa, ao calor, por tempo prolongado,
poderá acarretar na morte desta.
Quadro 1. Estimativa da temperatura de algumas fontes de calor.
Fonte de calor Temperatura 0
C
Vela 700 — 1400
A 15 cm da chama da vela 200
Arco elétrico 4000
Chama de álcool 1200 — 1700
Chama de gás 1000 — 1500
Cigarro 300 — 400
Fósforo 800
Lâmpada 170 — 200
Madeira queimando 1000 — 1400
Oxi-acetileno 2000 — 3000
Fonte: Tactical Firefighting, Paul Grimwood
18. 18
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Por fim, podemos afirmar que, em outras palavras, o calor é responsável por:
»» produzir os vapores combustíveis em materiais sólidos e líquidos (pirólise);
»» causar a ignição do material combustível (sólido, líquido ou gasoso); e
»» promover o crescimento e a propagação das chamas, pela manutenção de um ciclo
contínuodeproduçãodevapor,decombustíveledeenergiaparaaigniçãodessematerial.
Dentro do processo de combustão, os materiais combustíveis atingem pontos diferentes de
temperatura à medida que se vão aquecendo, ou seja, à medida que sofrem pirólise. Esses são
conhecidos como pontos de temperatura.
Ponto de fulgor
É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, os quais se
incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), entretanto a chama não se
mantém sem uma fonte externa de calor devido à insuficiência da quantidade de vapores.
Ponto de combustão ou inflamação
É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, os quais se
incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), e mantém-se queimando
mesmo com a retirada do agente ígneo.
Ponto de ignição
É a temperatura, na qual os gases desprendidos do combustível entram em combustão apenas pelo
contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra chama ou centelha (agente ígneo).
Quadro 2. Temperatura de ignição de alguns materiais comuns.
Material Temp. de ignição (°C)
Madeirite (0,635cm) 390
Madeirite resistente ao fogo (1,27cm) 620
Compensado (6,35mm) 298
Placa de fibra isolante térmico 355
Espuma rígida (2,54cm) 435
Espuma flexível (2,54cm) 390
Poliestireno (5,08cm) 630
Policarbonato (1,52mm) 528
Carpete de algodão padrão 465
Placa de gesso comum (1,27mm) 565
Cobertura asfáltica 378
Cobertura de fibra de vidro 445
Fonte: J.G. Quintiere, Principles of Fire Behavior
19. 19
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Para exemplificar os pontos notáveis da combustão, imagine um experimento no qual um pedaço de
madeira é colocado sobre uma chapa metálica que está sendo continuamente aquecida. A madeira
irá se aquecer, a água nela contida (umidade) irá evaporar e, então, ela começará a desprender
vapores inflamáveis, se ficarmos passando um Bico de Bunsen sobre a madeira, no momento em
que ela atingir o seu ponto de fulgor haverá chama. Entretanto, ao se afastar o Bico de Bunsen, a
chama na madeira se extinguirá.
Continuando o experimento (aquecendo a madeira sobre a chapa metálica) esta situação de ignição
e extinção da chama pela aproximação e afastamento do Bico de Bunsen se repetirá até a madeira
atingir o ponto de combustão. Neste momento, a chama se manterá ao se afastar o Bico de Bunsen.
Deve-se apagar a chama e continuar o experimento (aquecendo a madeira) só que agora sem a
aproximação do Bico de Bunsen. Quando a madeira atingir o seu ponto de ignição, ela será tomada
por chamas sem a necessidade de uma fonte de calor externa.
Reação em cadeia
Alguns autores acrescentaram mais um elemento ao triângulo do fogo, a reação química em cadeia,
formando assim o tetraedro do fogo. Após iniciar a combustão, a queima dos combustíveis gera mais
calor liberando mais gases ou vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os responsáveis
pela liberação de toda a energia necessária para a reação em cadeia.
A combustão é uma reação que se processa “em cadeia”, a qual após a partida inicial vai sendo
mantida pelo calor produzido durante o processamento da própria reação. Quando as moléculas de
carbono do combustível reagem com as moléculas de oxigênio, além de calor e outras substâncias,
são produzidos produtos intermediários instáveis, principalmente radicais livres, prontos para se
combinarem com outros elementos. Essa combinação origina novos radicais ou compostos estáveis
que realimentam a combustão e garantem a sua continuidade.
A estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia necessária à transformação da
energia química em calorífica, decompondo as moléculas ainda intactas e, desta vez, provocando a
propagação do fogo numa verdadeira cadeia de reação.
Produtos da combustão
Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transformam em outras substâncias.
Estes produtos finais resultantes da combustão dependerão do tipo do combustível queimado, mas
normalmente são: gases, fuligem, cinzas, vapor d’água, calor e energia luminosa. Dependendo do
combustível, poderemos ter vários outros produtos, inclusive tóxicos ou irritantes.
A fumaça é um dos produtos da combustão, sendo o resultado de uma combustão incompleta,
na qual pequenas partículas sólidas se tornam visíveis. A fumaça varia de cor conforme o tipo de
combustão. A fumaça de cor branca indica que a combustão é mais completa com rápido consumo
do combustível e boa quantidade de comburente. A fumaça de cor negra indica uma combustão
que se desenvolve em altas temperaturas, porém com deficiência de comburente. A fumaça de cor
amarela, roxo ou violeta indica a presença de gases altamente tóxicos.
20. 20
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Na ocorrência de um incêndio, o maior risco à vida humana é a fumaça; esta produzida num
incêndio pode ser irritante, asfixiante, extremamente tóxica, podendo ainda, dificultar a visibilidade,
comprometendo o funcionamento normal do organismo e, em alguns casos, levando à morte em um
espaço curto de tempo. Em um incêndio a grande maioria das vítimas fatais tem como
causa de óbito os problemas provocados pela fumaça.
Os gases são o resultado da modificação química do combustível, associado com o comburente. Os
principais gases gerados na combustão são: (I) o monóxido de carbono (CO) que é um asfixiante
químico, quando interage com a hemoglobina do sangue humano, por ser inodoro, é a principal
causa de mortes em incêndios; (II) o dióxido de carbono (CO2) que é um asfixiante simples, causa a
asfixia pelo deslocamento do oxigênio do ambiente; e (III) o acido cianídrico (HCN), que é venenoso,
pode provocar a morte em baixas concentrações em poucos minutos.
Vale ressaltar que a compartimentação horizontal e vertical dos ambientes de uma edificação, além
de dificultar a propagação do fogo, dificulta também o fluxo de fumaça. A utilização de escadas de
emergências protegidas, à prova de fumaça, de escadas pressurizadas, e o estudo do fluxo de fumaça
nos edifícios ajudam a minimizar os riscos associados.
21. 21
CAPÍTULO 3
Propagação do fogo, formas de
extinção e classes de incêndio
O incêndio se propaga em virtude da transmissão do calor que ele libera para outra parte do
combustível ainda não incendiado, ou até mesmo para outro corpo combustível distante, também
não incendiado. Este processo pode ocorrer sob três formas: (I) condução, (II) convecção e (III)
irradiação.
Na maioria das edificações há abundância de comburente (oxigênio) e de materiais combustíveis
incorporados ao prédio, portanto, o início do fogo depende apenas da elevação de temperatura no
local de forma a gerar uma fonte de calor. Desta forma, o estudo do controle da transmissão de calor
nas edificações é fundamental para projetos de prevenção e combate a incêndios.
Meios de propagação
Condução
A condução é a transferência de calor de um ponto para outro de forma contínua, feita de molécula
a molécula sem que haja transporte da matéria de uma região para outra.
É mais efetiva em materiais bons condutores de calor como os metais, e sua ação é lenta facilitando
o combate.
Figura 1. Propagação por condução
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
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UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Convecção
A convecção é a transferência do calor de uma região para outra pelo transporte de matéria (ar ou
fumaça). Esta transferência se processa em decorrência da diferença de densidade do ar (ar mais
quente sempre sobe), que ocorre com a absorção ou perda de calor.
É o processo mais efetivo em incêndios prediais, pelo qual o calor se propaga pelas galerias internas
ou janelas e, portanto, o fluxo da fumaça deve ser analisado nas edificações para se propor formas
eficazes de minimizar sua influência na propagação de incêndios no prédio.
Figura 2. Propagação por convecção
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
Irradiação
A irradiação é a transferência do calor por meio de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas
caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem transporte
de matéria.
A irradiação passa por corpos transparentes como o vidro e fica bloqueada em corpos opacos
como a parede. É pouco efetiva em pequenos incêndios, mas é crítica em grandes incêndios com a
propagação do calor (e do incêndio) ocorrendo de um prédio para outro sem ligação física.
Figura 3. Propagação por irradiação
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
23. 23
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Formas de extinção
Tomando-se o Triângulo do Fogo como base de análise, o fogo só existirá quando estiverem presentes
os três elementos constituintes nas proporções definidas. Portanto, para se extinguir o fogo basta
desfazer o Triângulo do Fogo, ou seja, deve se retirar uma de suas pontas: (I) combustível, (II)
comburente ou (III) fonte de calor.
A retirada do combustível ou isolamento
A retirada do combustível é também conhecida como isolamento e geralmente é feita pela remoção
dos materiais combustíveis (mobílias, papéis etc.) dos ambientes contíguos ao ambiente em
chamas, para onde o incêndio terá uma tendência de se propagar. Dificilmente se retira materiais
combustíveis do próprio ambiente em chamas pelo risco associado a esta ação.
Retirada do calor ou resfriamento
A retirada do calor (agente ígneo) é também conhecida como resfriamento e, na maioria dos casos, é
realizada pela aspersão de jatos de água no foco do incêndio, reduzindo a temperatura dos materiais
combustíveis para, se possível, que fiquem abaixo do seu ponto de fulgor.
É o método mais utilizado, e a água é o agente mais utilizado em razão ter uma grande capacidade
de absorção de calor.
A retirada do comburente ou abafamento
A retirada do comburente é também conhecida como abafamento e consiste, geralmente, na redução
da concentração de oxigênio no local (como na extinção utilizando gás carbônico) ou na interposição
de uma barreira que impeça o contato entre o combustível e o comburente.
Classes de incêndio
Existem basicamente quatro classes de incêndio:
Classe A:
Fogo em materiais combustíveis sólidos comuns, geralmente de natureza orgânica (como madeira,
papel, tecidos e similares), de fácil combustão que queimam em superfície e profundidade e deixam
resíduos fibrosos (cinzas), em que a extinção é feita principalmente por resfriamento.
Classe B:
Fogo em materiais que queimam apenas em superfície (líquidos inflamáveis, graxas, gases
combustíveis e similares) e não deixam resíduos, o efeito do abafamento é essencial na sua extinção.
24. 24
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
Classe C
Fogo que ocorre em equipamentos energizados. Entretanto desconectados da rede elétrica, podem
se tornar classe A ou B.
Sua extinção deve ser realizada por substâncias que não conduzam eletricidade.
Classe D
Fogo que ocorre em metais pirofóricos ou ligas metálicas (magnésio, titânio, alumínio e potássio)
caracterizados pela queima em altas temperaturas e por necessitarem de agentes extintores especiais
para a sua extinção. A água nesse caso não deve ser utilizada, pois reage com as ligas metálicas
provocando explosões.
25. 25
CAPÍTULO 4
Agentes extintores
Agentes Extintores
Existem vários agentes extintores, que atuam de maneira especifica sobre a combustão, extinguindo
o incêndio por meio de um ou mais métodos de extinção já citados.
Os agentes extintores mais utilizados nos sistemas de combate a incêndios prediais são aqueles que
possuem menor custo aliado a um bom rendimento operacional.
Água
A água é considerada o agente extintor “universal”. Foi durante muito tempo o agente mais utilizado
em função de sua eficiência em absorver uma grande capacidade de calor: Para cada mol de molécula
de água, consegue-se absorver 40 kJ de calor da combustão.
O seu baixo custo e as suas características de emprego, sob diversas formas, possibilitam a sua
aplicação em diversas classes de incêndio. Como agente extintor, a água age principalmente por
resfriamento, mas também é utilizada para atuar por abafamento. Vale ressaltar, que a água
apresenta um resultado melhor na extinção quando aplicada sob a forma de jato chuveiro ou
neblinado do que sob a forma de jato pleno, pois absorve calor numa velocidade muito maior,
diminuindo consideravelmente a temperatura do incêndio, consequentemente, extinguindo-o.
Quando se adiciona à água substâncias umectantes na proporção de 1% de Gardinol, Maprofix,
Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficiência no combate a incêndios da Classe A. À
água assim tratada, damos o nome de “água molhada”. A sua maior eficiência advém do fato de o
agente umectante reduzir a sua tensão superficial, fazendo com que ela se espalhe mais e adquira
maior poder de penetrabilidade, alcançando o interior dos corpos em combustão.
O efeito de abafamento é obtido em decorrência da água, quando transformada de líquida para
vapor, tem o seu volume aumentado cerca de 1700 vezes. Este grande volume de vapor, desloca, ao
se formar, igual volume de ar que envolve o fogo em suas proximidades, portanto reduz o volume de
comburente (oxigênio) necessário à manutenção da combustão.
O efeito de emulsificação é obtido por meio de jato chuveiro ou neblinado de alta velocidade. Pode-se
obter, por este método, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de
resfriamento que a água proporcionará na superfície de tais líquidos, impedirá a liberação de seus
vapores inflamáveis.
26. 26
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
A aplicação de vapor, normalmente, é utilizada quando o combate ocorre sobre um
equipamento que já trabalha superaquecido, evitando desta forma choque térmico sobre o
equipamento.
É importante frisar que a água apresenta excelente resultado no combate a incêndios da
Classe A, podendo ser usada também na Classe B com restrições, mas não podendo ser
utilizada na Classe C, pois conduz corrente elétrica, nem na Classe D, pois pode gerar
explosões.
Gás carbônico (CO2)
É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar. Apesar de não ser tóxico é um
asfixiante simples, deslocando o oxigênio do ambiente. O CO2 extingue o fogo por abafamento, não
conduzindo corrente elétrica, nem sujando o ambiente em que é utilizado. Entretanto, ele se dissipa
rapidamente quando aplicado em locais abertos.
O CO2 apresenta melhores resultados no combate a incêndios das Classes B e C. Na extinção de
fogo da Classe A é pouco efetivo, pois extingue a chama na superfície, mas não extingue o fogo em
profundidade, resfriando o combustível e, quando o CO2
se dissipar, ocorre uma reignição.
Pó químico seco (PQS)
OPQSéumgrupodeagentesextintoresdefiníssimaspartículassólidas,quetemcomocaracterísticas
não serem tóxicos e não conduzirem corrente elétrica.
OPQSatuaporabafamento,pelaquebradareaçãoemcadeiaeresfriamento.OsPQSsãoclassificados
conforme a sua correspondência com as classes de incêndios, de acordo as seguintes categorias:
»» Pó ABC – composto à base de momofosfato de amônio, sendo chamado de
polivalente, pois atua nas classes A, B e C.
»» Pó BC – à base de bicarbonato de sódio ou de potássio, indicados para incêndios
classes B e C;
Espuma
A espuma é uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua, constituída por um
aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. Existem dois tipos clássicos de espuma: (I) espuma
química e (II) espuma mecânica.
A espuma química é resultante de uma reação química entre uma solução composta por água,
bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio.
A espuma mecânica é formada por uma mistura de água com uma pequena porcentagem de
concentrado gerador de espuma e entrada forçada de ar. Essa mistura, ao ser submetida a uma
turbulência, produz um grande aumento de volume da solução (de 10 a 100 vezes) formando
a espuma.
27. 27
COMPORTAMENTO DO FOGO │ UNIDADE I
Como agente extintor, a espuma age principalmente por abafamento, tendo uma ação secundária
de resfriamento, em face da existência da água na sua composição. Existem vários tipos de espuma
que atendem a tipos diferentes de combustíveis em chamas. Alguns tipos especiais podem atender
uma grande variedade de combustíveis.
A Espuma apresenta excelente resultado no combate a incêndios das Classes A e B, não
podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica, e na Classe D, pelo risco
associado de explosão.
Outros agentes extintores
Há, ainda, outros agentes extintores utilizados em sistemas especiais, como o gás halon. Este gás
é um composto químico utilizado em sistemas de supressão de incêndio. Diversos tipos de halon
foram desenvolvidos desde que este produto foi inventado. Muitos eram perigosos ou mortais
para os humanos. Desde o final do século 20, dois tipos de seguros de halon substituíram versões
anteriores. Estes incluem o tipo liquefeito 1211 e tipo de gás halon 1301.
Outro exemplo é o gás FM-200. É tido como “o mais eficiente substituto do Halon 1301”. O FM-200
suprime o fogo em até 10 segundos, impedindo a reação química que nele ocorre.
O Agente Extintor FM-200 é considerado o melhor agente limpo do mundo, porque ao contrário de
outros, ele não deixa nenhum resíduo oleoso, partículas, água ou materiais corrosivos e não causa
danos colaterais a bens de grande valor, produtos eletrônicos frágeis ou qualquer coisa que tenha
que ser protegida, além de não degradar o meio ambiente e, em especial a Camada de ozônio.
Causas de incêndios
Os incêndios em sua maior parte são causados pelo denominado comportamento de risco,
que pode ser definido como um conjunto de atos cometidos pelo ser humano (imprudência,
imperícia ou negligência), os quais desencadeiam a ocorrência de um incêndio. Pode se separar
as causas de incêndios em: (I) naturais e (II) artificiais, sendo estas subdivididas em acidentais
ou propositais.
Considera-se que um incêndio teve causas naturais quando ele é originado em razão dos fenômenos
da natureza, que agem independentemente da vontade humana.
Considera-se que um incêndio teve causas artificiais quando o incêndio irrompe pela ação direta do
homem, ou poderia ser por ele evitado tomando-se as devidas medidas de precaução.
A causa pode ser considerada acidental quando o incêndio é proveniente do descuido do homem,
muito embora ele não tenha intenção de provocar o acidente. Esta é a causa da maioria dos incêndios.
São considerados propositais quando o incêndio tem origem criminosa, ou seja, houve a intenção de
alguém em provocá-lo.
28. 28
UNIDADE I │ COMPORTAMENTO DO FOGO
As estatísticas periciais comprovam essa afirmação, cerca de 60% dos incêndios são causados
por ação pessoal, seja intencional ou acidental, em segundo lugar vêm os fenômenos elétricos,
responsáveis por 15% das causas. Se considerarmos que os fenômenos elétricos em sua maioria são
causados por instalações improvisadas ou pela sua falta de manutenção, e que estes dois fatores
podem ser enquadrados como responsabilidade humana direta, pode-se chegar a conclusão que
cerca de 70% dos incêndios urbanos são causados por ação pessoal, intencional ou não.
29. 29
UNIDADE IIPROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIO
CAPÍTULO 1
Sistema de proteção contra incêndio – SPCI
A definição de segurança contra incêndio ultrapassa o conceito de instalação predial. Não trata
apenas de um projeto de instalação contra incêndio, essa segurança inicia-se no planejamento
urbanístico de uma cidade. O poder público deve atentar a aspectos importantes ao planejar novos
bairros ou mesmo cidades, como:
Localização de Unidades de Bombeiros
Esta previsão faz com que o tempo de resposta do socorro realizado pelo Corpo de Bombeiros seja
pequeno, consequentemente, aumento da probabilidade de que bens sejam preservados e vidas não
sejam ceifadas.
Afastamento de edificações
Como vimos anteriormente, as formas de propagação do calor permitem que incêndios em
edificações sejam propagados.
Acessos às viaturas do CBMDF
As alturas de viadutos e túneis devem ser observadas, bem como locais de grande aglomeração de
veículos, pois prejudicam o acesso das viaturas dos Corpos de Bombeiros, principalmente as de
grande porte.
Hidrantes urbanos1
O planejamento e a instalação destes hidrantes concomitantemente ao crescimento das cidades são
fundamentais para as operações de combate a incêndios pelos Corpos de Bombeiros.
1 O hidrante urbano de incêndio é definido como um aparelho de ferro fundido, instalado na rede pública de água pela
concessionária de água da cidade, com o objetivo de abastecer as viaturas do Corpo de Bombeiros Militares para o combate a
incêndios e outras operações.
30. 30
UNIDADE II │ PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Gabarito da região
A preocupação de elaborar normas de gabarito é importante. Por exemplo, permitir que depósitos
de GLP estejam sendo comercializados próximos a grandes centros proporciona um potencial risco.
Após dado a devida atenção ao planejamento urbanístico, deparamos com a necessidade dos
arquitetos atentarem para o fato de que seus projetos devem ser elaborados com a ótica da segurança
contra incêndio. Apesar de que os parâmetros de dimensionamento de saídas de emergência, reserva
técnica de incêndio e locação de centrais de gás liquefeito de petróleo estão presentes nos projetos
de instalações contra incêndio, é fundamental que seja projetado na arquitetura de acordo com a
legislação estadual contra incêndio.
É sabido que edificações são erguidas em tempo recorde. Para tanto, o documento para início das
obras denomina-se alvará de construção e possui como condição para sua emissão a aprovação da
arquitetura.
O problema é que os profissionais que compõem as áreas técnicas dentro do poder público municipal
ou estadual, por falta de conhecimento, acabam não observando a legislação contra incêndio e
aprovam a arquitetura sem observar os parâmetros de largura de escadas, altura de degrau, dentre
outros, capacidade do reservatório para comportar a reserva técnica de incêndio e a locação da
central de GLP quanto aos parâmetros mínimos de afastamento de edificações e limites do lote.
Uma vez a edificação pronta, com alvará de construção emitido e não observados os parâmetros
citados, teremos um impasse legal, pois se a edificação não estiver em conformidade com a legislação,
a edificação não irá obter o laudo de vistoria para obter a documentação necessária para a carta de
habite-se.
Para sanar este impasse o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, realiza a análise prévia
do projeto de arquitetura nos parâmetros acima mencionados, propiciando a diminuição de óbices
à sua regularização.
Um sistema predial de proteção contra incêndio é um conjunto de instalações que, funcionando
adequadamente, garante a proteção contra incêndio das pessoas e da edificação para a qual foi
projetada.
Os componentes do Sistema predial de Proteção Contra Incêndios têm como principais objetivos:
»» dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;
»» dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do
incêndio (uma vez que ocorreu o princípio de incêndio);
»» facilitar a extinção do incêndio antes da ocorrência da inflamação generalizada no
ambiente de origem do incêndio;
»» dificultar a propagação do incêndio para outros ambientes do edifício (uma vez que
ocorreu a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio);
31. 31
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO │ UNIDADE II
»» facilitar a fuga dos usuários;
»» dificultar a propagação do incêndio para outros edifícios;
»» não sofrer a ruína parcial ou total;
»» facilitar as operações de combate ao incêndio e de resgate de vítimas.
Os tipos de sistemas necessários para que se possa garantir uma proteção mínima para as pessoas
e a edificação dependem basicamente de algumas características da própria edificação, tais como:
(I) tipo de público que a frequenta (população fixa e flutuante, pessoas portadoras de necessidades
especiais); (II) características do material de construção utilizado (madeira, concreto armado,
aço); (III) dimensões (altura, área em planta, número de pavimentos); (IV) tipo de atividade
desenvolvida no local (teatro, cinema, escola, residência); (V) características arquitetônicas
peculiares (dimensões do pé direito, recuo de fachadas, prédios com fachadas de vidro); (VI)
facilidade de acesso ao Corpo de Bombeiros em caso de sinistro; (VII) importância da edificação
e riscos decorrentes da interrupção de suas atividades (centrais de fornecimento de energia,
centrais telefônicas etc.); (VIII) área construída; (IX) além de outras características que devem ser
consideradas para que possamos projetar um sistema de proteção eficiente. Importante ressaltar
que cada estado brasileiro possui autonomia, por meio dos poderes Executivos e Legislativos
estaduais e, óbvio, pelos seus Corpo de Bombeiros Militares, para elaborar, propor e aprovar sua
legislação contra incêndio, devendo os responsáveis técnicos pelos projetos as consultarem para
identificarem quais sistemas são exigidos.
A concepção e o dimensionamento de cada componente deste sistema devem ser feitos de forma
integrada para que eles atinjam a maior eficácia no momento da utilização. O dimensionamento
de sistemas realizado de forma estanque, separado dos demais, pode inclusive gerar problemas
operacionais no seu funcionamento ou durante a ação de evacuação do prédio.
De que adianta um sistema bem projetado e instalado de extintores portáteis de incêndio em
um prédio no qual ninguém sabe utilizá-los? Os extintores terão sido somente um custo para a
implantação do empreendimento, pois terão perdido sua função, que é a extinção de princípios de
incêndio. De que adianta projetar e instalar um sistema de chuveiros automáticos, onde o custo é
muito alto, mas não é manutenido, tornando-o inoperante quando necessário!
Para o correto dimensionamento dos sistemas de proteção contra incêndio no Brasil existe, nessa
área, uma grande diversidade de normas e regulamentações, muitas inclusive conflitantes. Portanto,
o projetista deve seguir as regulamentações locais de cada município/estado da federação e, na
ausência destas, as normas da ABNT.
Nas instalações especiais, em que não existir uma norma nacional relacionada ao tema (somente
neste caso!) pode-se adotar uma norma estrangeira, como (I) a NFC (National Fire Code) da NFPA
(National Fire Protection Association, dos Estados Unidos da América) (II) a BS (Inglaterra) e (III)
a JIS (Japão) ou quaisquer outras, desde que aceita pelo Corpo de Bombeiros.
32. 32
UNIDADE II │ PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Medidas de proteção
Uma forma de se estudar as medidas de proteção contra incêndio é dividindo-as em duas categorias:
as medidas de proteção passivas e as medidas de proteção ativas.
As medidas de proteção passiva são aquelas que estão incorporadas ao prédio e que reagem
passivamente ao desenvolvimento do incêndio, dificultando seu crescimento e a sua propagação.
Outro objetivo destas medidas de proteção passivas nas edificações é garantir a estabilidade da
edificação e facilitar a fuga dos usuários e as ações de combate. Alguns exemplos de medidas de
proteção passivas são: (I) o controle da quantidade de material combustível presente no ambiente,
(II) a compartimentação horizontal, na tentativa de isolamento dos ambientes contíguos em um
mesmo pavimento, (III) a compartimentação vertical na tentativa de isolamento dos ambientes
contíguos em diferentes pavimentos, (IV) as características frente ao fogo (pontos de combustão) dos
materiais de construção incorporados no prédio e, também, das mobílias, (V) o dimensionamento
adequado de rotas de fuga, saídas de emergência e acesso para combate, (VI) o distanciamento seguro
entre edifícios (VII) o controle de fumaça, (VIII) sistemas de detecção e alarme, (IX) sistemas de
iluminação e (X) sistemas de sinalização de emergência. Também podem ser consideradas medidas
de proteção passivas o dimensionamento e instalação de Sistemas de Proteção Contra Descargas
Atmosféricas – SPDA e das Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo – GLP.
As medidas de proteção ativas são aquelas acionadas somente na ocorrência do incêndio em
resposta a estímulos provocados pelo fogo. Alguns exemplos de medidas de proteção ativas são
o dimensionamento de: (I) sistemas de extintores de incêndio, (II) sistemas de hidrantes, (III)
sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), (IV) sistemas especiais de extinção por meio de
sistema fixo de espuma, gás carbônico, pós-especiais para extinção de incêndios, água nebulizada e
gases especiais (FM 200, Inergen, halon e outros). As medidas de proteção ativas devem compor o
projeto de instalações prediais, e devem ser consideradas na execução do projeto arquitetônico, já
que interferem na distribuição de espaços, na fachada e na circulação horizontal e vertical.
Elaboração dos projetos
Os critérios para a elaboração dos projetos serão detalhados nas próximas unidades. Entretanto,
pode se definir algumas regras básicas para a elaboração de um projeto de proteção contra incêndio
que, se obedecidas, podem reduzir consideravelmente o risco de erros no projeto e minimizam os
custos:
»» Conhecimento na prática do funcionamento dos sistemas.
»» Pesquisas bibliográficas sobre os sistemas a serem projetados.
»» Levantamento das normas técnicas vigentes e análise destas.
»» Levantamento das legislações existentes no local onde vai ser executado o projeto.
33. 33
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO │ UNIDADE II
»» Contato com os fabricantes para atualização em relação aos equipamentos existentes
no mercado e novos lançamentos.
»» Consulta ao Corpo de Bombeiros local para uma análise do anteprojeto e devidas
adequações. E
»» Análise final dos sistemas projetados para averiguar a eficiência do conjunto.
Nos próximas Unidades estaremos abordando alguns dos principais sistemas que compõem as
proteções passiva e ativa, devendo os que não forem abordados, serem alvo de estudo posterior
pelos usuários deste manual.
34. 34
UNIDADE IIISISTEMAS DE
PROTEÇÃO – PARTE 1
CAPÍTULO 1
Sistema de proteção por extintores de
incêndio
Figura 4. Extintores
Figura disponível em: <http://arkextintores.blogspot.com.br/>. Acessado em: 01 fev. 2013.
Conceituação
O dimensionamento de extintores de incêndio em edificações justifica-se pela necessidade de
combater o incêndio em seu início e pelo fato de que a grande maioria dos incêndios tem origem a
partir de pequenos focos.
Desta forma, se faz necessário dispor destes equipamentos de combate a incêndios para que os
usuários do edifício possam utilizá-los ainda na fase inicial. Seu correto manuseio pode ser
plenamente eficiente após um treinamento básico.
É importante ressaltar que os procedimentos para seu uso não devem consumir um tempo
significativo, para que sua utilização não se inviabilize em função do crescimento do incêndio.
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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Definições
Área protegida
Área medida em metros quadrados de piso, protegida por uma unidade extintora, em função do
risco.
Agente extintor
Substância utilizada para a extinção de fogo.
Carga
Quantidade de agente extintor contida em um extintor de incêndio, medida em massa (kg) ou
volume (l).
Capacidade extintora
Medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio prático normalizado.
Distância máxima a ser percorrida: Distância em metros, a ser percorrida por um operador,
do ponto de fixação do extintor ao ponto mais distante da área protegida por este.
Extintor de incêndio
Aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o agente extintor
destinado a combater princípios de incêndio.
Extintor portátil
Extintor que possui massa total (carga, recipiente e acessórios) de no máximo de 25 (vinte e
cinco) Kg.
Extintor sobre rodas
Extintor montado sobre rodas que possua massa total (carga, recipiente e acessórios) acima de 25
(vinte e cinco)Kg.
Sinalização
Marcação de piso, parede, coluna e/ou teto destinada a indicar a presença de um
extintor.
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UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
Unidade extintora
Extintor que atenda a capacidade extintora mínima prevista na NBR 12693, em função do risco e da
natureza do fogo.
Classificação dos extintores
Como vimos na Unidade I, o fogo ou a combustão dos materiais corresponde a uma reação
de oxirredução exotérmica, acompanhada de chamas ou incandescência, que se desenvolve
independentemente da causa que a provocou, em que o agente oxidante é o oxigênio do ar ou o
O2
liberado, progressivamente, por decomposição química da própria substância que sofre a
combustão.
Osquatrocomponentesdacombustãosão:oxigênio,combustível,calorereaçãoemcadeia.Aausência
de quaisquer destes quatro elementos, a combustão não poderá se desenvolver, consequentemente,
sua extinção. Em razão disto, definimos os quatro princípios de extinção do fogo:
»» Abafamento – substituindo o oxigênio por gás inerte ou impedindo o acesso do
oxigênio.
»» Resfriamento – resfriando o combustível de modo a inibir a liberação de vapor e
gases inflamáveis.
»» Isolamento – removendo ou diluindo o combustível.
»» Quebra de reação – inibindo a reação em cadeia.
De acordo com o método de expulsão do agente extintor (ver no quadro 3.), os aparelhos podem ser
classificados como:
»» De autogeração: quando a pressão necessária à expulsão do agente é provida pela
reação química do próprio agente extintor.
»» De autoexpulsão: quando o agente extintor é mantido no recipiente do extintor na
forma de gás liquefeito.
»» De pressurização direta: quando o agente extintor é mantido sob pressão, no
recipiente, com uso de nitrogênio, gás carbônico ou ar comprimido, que se constitui
em agente propelente.
»» De pressurização indireta: quando o agente propelente é mantido em uma ampola
separada e só ingressa no recipiente no qual está o agente extintor para o combate
ao fogo.
37. 37
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Quadro 3. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, princípio de extinção e sistema
de expulsão
Princípio de extinção Sistema de expulsão
Auto
geração
Auto
expulsão
Pressurização
indireta
Pressurização
direta
Água Resfriamento X X
Espuma química Abafamento
Resfriamento
X
Espuma mecânica Abafamento
Resfriamento
X X
Pó químico B/C Reação química X X
Pó químico A/B/C Reação química,
abafamento para fogo
classe A
X X
Pó químico D Reação química
Abafamento
Resfriamento
X
CO2 Abafamento
Resfriamento
X X
Fonte: NBR 12693
Classificação dos fogos
A natureza do fogo, em função do material combustível, está compreendida numa das quatro classes:
Fogo classe A – fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeira, tecidos,
papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas que queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos.
Fogo classe B – fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e
graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície.
Fogo classe C – fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas.
Fogo classe D – fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio,
potássio e lítio.
Seleção do agente extintor
Após visto os tipos de agentes extintores e as classes de fogo, podemos relacioná-los conforme o
quadro seguinte:
38. 38
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
Quadro 4. Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo
Classe de fogo Agente extintor
Água Espuma química* Espuma mecânica CO2 Pó B/C Pó A/B/C
A (A) (A) (A) (NR) (NR) (A)
B (P) (A) (A) (A) (A) (A)
C (P) (P) (P) (A) (A) (A)
D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o agente extintor.
Nota:
(A) Adequado à classe de fogo.
(NR) Não recomendado à classe de fogo.
(P) Proibido à classe de fogo.
Fonte: NBR 12693
O quadro abaixo classifica os extintores segundo o agente extintor, carga nominal e capacidade
extintora equivalente:
Quadro 5. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, carga nominal e capacidade extintora
equivalente:
Agente extintor
Extintor portátil Extintor sobre rodas
Carga Capacidade extintora
equiv.
Carga Capacidade
extintora equiv.
Água 10 L 2A 75 L
150 L
10A
20A
Espuma química 10 L
20 L
2A:2B
2A:5B
75 L
150 L
6 A / 10 B
10 A / 20 B
Espuma mecânica 9 L 2A:20B
CO2
4 Kg
6Kg
2B
2B
10 Kg
25 Kg
30 Kg
50 Kg
5B
10B
10B
10B
PQS
(bicarbonato de sódio)
1 Kg
2 Kg
4 Kg
6 Kg
8 Kg
12 Kg
2B
2B
10B
10B
10B
20B
20 Kg
50 Kg
100 Kg
20B
30B
40B
Hidrocarbonetos
halogenados
1 Kg
2 Kg
2,5 Kg
4 Kg
2B
5B
10B
10B
Fonte: NBR 12693
39. 39
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Condições de projeto
Segundo a NBR 12693/1993 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio - da ABNT, os
extintores de incêndio são divididos em duas categorias:
»» Tipo 1 - Sistema de extintores portáteis.
»» Tipo 2 - Sistema de extintores sobre rodas.
No mínimo 50% do número total de unidades extintoras exigidas para cada risco deve ser constituído
por extintores portáteis.
Quando utilizados extintores sobre rodas deve-se observar:
»» Não se admite a possibilidade de um extintor sobre rodas proteger locais situados
em pavimentos diferentes.
»» Sósãoadmitidosextintoressobrerodasnoscálculosdasunidadesextintoras,quando
estes tiverem livre acesso a qualquer parte da área protegida, sem impedimentos de
portas, soleiras, degraus no piso, materiais e equipamentos.
Recomenda-se o uso de sistemas de proteção do tipo 2 de instalação para as seguintes atividades:
»» Instalações de produção e manipulação, armazenamento e distribuição de derivados
de petróleo e/ou solventes polares.
»» Riscos de classe C, como motores elétricos, transformadores refrigerados a óleo e
acessórios elétricos.
Os extintores podem, a critério do projetista, ser locados interna ou externamente à área de risco a
proteger.
Para a instalação dos extintores portáteis devem ser observadas as seguintes exigências:
»» Quando forem fixados em paredes ou colunas, os suportes devem resistir a três
vezes a massa total do extintor.
»» A posição da alça de manuseio não deve exceder 1,60m do piso acabado.
»» A parte inferior deve guardar distância de no mínimo 0,20m do piso acabado.
»» Os extintores não devem ficar em contato direto com o piso.
»» Haja a menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso.
»» Seja visível, para que todas as pessoas fiquem familiarizadas com a sua localização.
»» Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial.
40. 40
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
»» Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou qualquer outro
material.
»» Esteja junto ao acesso dos riscos.
»» Sua remoção não seja dificultada por suporte, base ou abrigo.
»» Não fique instalado em escadas.
»» Nos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que não haja processos de
trabalho, a não serem operações de carga e descarga, é permitida a colocação dos
extintores em grupos e próximos às portas de entrada e/ou saída.
Critérios para dimensionamento
O sistema de proteção por extintores deve ser dimensionado considerando-se:
»» Classe ocupacional de risco.
»» Área de proteção.
»» Distância máxima a ser percorrida.
»» Natureza do fogo a ser extinto.
»» Agente extintor a ser utilizado.
»» Capacidade extintora.
Para fogo classe A
A capacidade extintora mínima dos extintores de incêndio e as distâncias máximas a percorrer, para
as classes de riscos isolados, são previstas no quadro 6.
A capacidade extintora mínima é a de um só extintor ou a soma das capacidades extintoras de vários
extintores, respeitando-se o mínimo estabelecido no quadro 4, por tipo de risco.
Os requisitos de proteção podem ser satisfeitos com extintores de capacidade maior, contanto que a
distância a percorrer não seja superior a 20m.
Quadro 6. Determinação da unidade extintora, área e distância a percorrer para fogo classe A
Risco pequeno Risco médio Risco grande
Unidade extintora 2A 2A 2A
Área máxima protegida pela capacidade extintora de 1A 270 m2 135 m2 90 m2
Área máxima protegida por extintor 800 m2 800 m2 800 m2
Distância máxima a percorrer até o extintor 20m 20m 20m
Fonte: NBR 12693
41. 41
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
A área que pode ser protegida por um extintor, para determinada classe A, é apresentada no
quadro 7.
Quadro 7. Área máxima a ser protegida por extintor em m2
Extintores de classe A Risco pequeno Risco médio Risco grande
2A 540 270 -
3A 800 405 -
4A 800 540 360
6A 800 800 540
10A 800 800 800
20A 800 800 800
30A 800 800 800
40A 800 800 800
Fonte: NBR 12693
Para fogo classe B
Os riscos de incêndio classe B dividem-se em duas categorias:
líquidos com profundidade até 6mm
O fogo envolve líquidos inflamáveis em profundidade não apreciável, tais como derramamento
de combustíveis em superfícies abertas, vapores liberados de recipientes ou tubulação e fogo se
alastrando, originado de recipiente quebrado.
»» A unidade extintora mínima dos extintores e as distâncias máximas a percorrer são
as previstas no quadro 8.
»» Extintores com capacidade extintora inferior às designadas para risco pequeno
podem ser utilizados, mas não devem ser considerados para atender aos requisitos
do quadro 8.
Quadro 8. Determinação da unidade extintora e distância a percorrer para fogo classe B
Tipo de risco Unidade extintora Distância máxima a percorrer (m)
Pequeno 10B 10
20B 15
Médio 20B 10
40B 15
Grande 40B 10
80B 15
Fonte: NBR 12693
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UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
Líquidos inflamáveis com profundidade
superior a 6mm
Esta categoria envolve fogo em líquidos inflamáveis em profundidades apreciáveis, considerados
como riscos pontuais, tais como tanques com superfícies abertas geralmente encontrados em
indústrias e oficinas.
»» Para esta categoria, deve ser considerada a proporção de 20B para cada metro
quadrado de superfície de líquido inflamável.
»» A distância máxima a percorrer não deve exceder a 15m.
»» Extintores de espuma mecânica podem ser considerados na proporção de 10B de
capacidade extintora para cada metro quadrado de área de risco pontual.
»» As unidades extintoras devem ser correspondentes a um só extintor, não podendo
fazer combinações de dois ou mais extintores, a exceção dos extintores de espuma
mecânica.
»» Mesmo que determinado risco de incêndio classe B esteja protegido por sistemas
fixos de extinção, é desejável que existam extintores portáteis disponíveis, pois um
tanque queimado pode resultar em derramamento de líquido em chamas fora do
alcance dos equipamentos fixos, um incêndio pode começar primeiramente, nas
adjacências do tanque.
Para fogo classe C
Os extintores necessários à classe C devem utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade,
para proteger os operadores em situações nas quais são encontrados equipamentos energizados.
Os extintores para fogo classe C devem ser selecionados segundo:
»» As dimensões do equipamento elétrico.
»» A configuração do equipamento, particularmente a carcaça.
»» O efetivo alcance do fluxo do agente extintor.
»» A soma dos materiais que resultem em fogos de classe A e/ou B.
Quando a energia de um equipamento elétrico estiver desligada, o fogo a ser extinto adquire as
características de classe A e/ou B.
43. 43
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Para fogo classe D
A determinação do tipo e quantidade de agente extintor deve ser baseada no material combustível
específico, sua configuração, área a ser protegida e nas recomendações do fabricante do agente
extintor.
A distância máxima a ser percorrida para a classe D é de 20m.
Condições gerais
Aspectos a serem observados para instalação do sistema:
»» Quando houver diversificação de risco numa mesma edificação, os extintores serão
distribuídos de modo a se adequarem à natureza do risco existente dentro da área
protegida.
»» Quando a edificação possuir riscos especiais tais como: casas de caldeiras, casas
de força elétrica, casas de bomba, queimadores, casas de máquinas, central de
GLP, galerias de transmissão; e similares, estes devem ser protegidos por unidades
extintoras extras, independentemente da proteção geral da edificação.
»» Para utilização de extintores sobre rodas, os ambientes a serem protegidos por estes
deverão estar no mesmo nível e livres de barreiras como portas estreitas, degraus e
soleiras ou qualquer outra que dificulte ou impeça seu acesso.
Para o dimensionamento do sistema de extintores é necessário identificar a classificação de risco
da edificação. Para tanto, deverá ser consultado a legislação contra incêndio de cada estado da
federação.
44. 44
CAPÍTULO 2
Sistema de proteção por hidrantes
Conceituação
Os sistemas de hidrantes são medidas de proteção contra incêndio, acionados manualmente
e instalados nos edifícios para serem utilizados pelas equipes dos Corpos de Bombeiros e pelos
próprios ocupantes em situações de emergência.
São destinados a princípios de incêndio e dimensionados para descarregar uma quantidade de água
sobre pressão adequada ao risco que visam proteger os bens materiais contidos na área em que
estão instalados e as vidas humanas, uma vez que, controlam o incêndio em seu estágio inicial,
evitando que se desenvolva e comprometa a segurança dos ocupantes de todo edifício.
São indispensáveis mesmo nos locais equipados com sistemas automáticos de extinção de incêndio,
como por exemplo: sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), pois servirão como meios
auxiliares ou complementares na extinção de incêndios. Sua exigência nas edificações estará contida
nas legislações contra incêndio dos estados.
Figura 5. Propagação por condução
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
45. 45
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Definições
Abrigo
Local destinado ao acondicionamento da mangueira de incêndio e do requinte para que eles fiquem
protegidos contra intempéries e danos mecânicos e em condições de serem utilizados.
Bomba de pressurização
Equipamento destinado a fornecer ao sistema de hidrantes de parede a pressão necessária para o
combate ao incêndio.
Hidrante de parede
Dispositivo pertencente à própria edificação, com características específicas descritas em norma,
que permite o fácil engate de uma mangueira de incêndio, fornecendo água para realização de um
combate a incêndio.
Hidrante de recalque
Dispositivo localizado externamente à edificação e que tem por finalidade permitir a pressurização
do sistema de hidrantes.
Linha de mangueira
Conjunto de lances de mangueiras devidamente unido por engate do tipo storz.
Lance de mangueira
Comprimento de uma mangueira de incêndio sem interrupção.
Mangueira de incêndio
Mangueiras destinadas a combater incêndios que obedecem às especificações prescritas na NBR
11861.
Manômetro
Aparelho destinado a medir a pressão estática.
Pressostato
Aparelho destinado ao acionamento automático das bombas de pressurização por intermédio da
calibragem da pressão.
46. 46
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
Registro de gaveta
Conexão destinada ao fechamento do fluxo de água aos hidrantes de parede.
Registro globo
Conexão que compõe o hidrante de parede e o hidrante de recalque e, cuja finalidade é prover
as mangueiras de incêndio de água e admitir o recalque das viaturas dos Corpos de Bombeiros
respectivamente.
Reserva técnica de incêndio (RTI)
Volume de água destinado exclusivamente à utilização em caso de incêndio.
Esguicho
Dispositivo colocado na extremidade da mangueira de incêndio que tem por função esguichar água
para o combate a incêndio.
Tanque de pressão
Aparelho destinado a manter a rede de hidrantes sempre pressurizada.
Válvula de fluxo
Aparelho destinado ao acionamento automático das bombas de pressurização por intermédio da
detecção do fluxo de água.
Válvula de retenção
Conexão destinada a reter o fluxo de água.
Reservatórios
O manancial de abastecimento do sistema de proteção por hidrante deverá ser de preferência
o reservatório superior da edificação, construído em concreto armado, a fim de que em caso da
inoperância das bombas de pressurização, a edificação terá pelo menos água por gravidade.
O reservatório inferior da edificação poderá ser utilizado como manancial do sistema, desde que as
bombas estejam abaixo do nível do reservatório ou possuam bombas autoescorvantes.
Areservatécnicadeincêndiodeveráobedeceraovolumemínimodeáguaestabelecidonaslegislações
contra incêndio.
47. 47
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Quando utilizado para abastecimento do sistema de proteção por hidrantes de parede o mesmo
reservatório destinado ao consumo normal da edificação, a reserva técnica de incêndio deverá ser
assegurada mediante diferença de nível entre a saída da canalização de incêndio, que sairá pelo
fundo do reservatório, e a canalização de distribuição geral (água fria), que sairá obrigatoriamente
pela lateral do reservatório.
Pressurização
Cada legislação estadual exige uma pressão mínima no requinte e vazões conforme o risco ou
classificação. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por exemplo, exige uma pressão
mínima no requinte de 10 mca (1Kgf/cm2
) e a máxima de 40 mca (4Kgf/cm2
). Estas informações
são necessárias para o cálculo hidráulico, e consequentemente, o dimensionamento das bombas de
pressurização.
Importante ressaltar que o uso de bombas de pressurização não é obrigatório, entretanto, o não
uso delas faz necessário que os reservatórios estejam a uma altura suficiente a fim de compensar
as perdas nas tubulações, mangueiras, esguichos e ainda fornecer a pressão vazões mínimas no
requinte.
No caso de reservatórios elevados e uso de bombas de incêndio, deve ser feita derivação (by-pass)
na rede hidráulica de incêndio de modo a garantir o funcionamento do sistema de hidrantes por
gravidade também.
As bombas de pressurização da rede deverão possuir acionamento automático com o intuito de
manter a pressão constante e permanente na rede. Deverão também possuir sistema de acionamento
manual. A automação deve, no caso de falha ou sobrecarga da bomba principal, acionar a bomba
reserva. Em alguns estados é utilizado botoeiras próximas aos hidrantes como acionamento das
bombas.
Figura 6. Propagação por condução
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
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UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
As bombas elétricas terão instalação independente da rede elétrica geral, de forma a assegurar que
elas não serão desenergizadas no caso de desligamento da energia da edificação.
Figura 7. Esquema de ligação das bombas independente do consumo predial
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5
Bomba Jockey
A pressão da rede, necessária à automação, pode ser mantida por uma bomba auxiliar de
pressurização, denominada bomba Jockey, esta bomba liga e desliga automaticamente para
recuperar a pressão da rede quando houver pequenas quedas de pressão nela devido a vazamentos
ou variações atmosféricas, evitando o funcionamento da bomba principal. As bombas Jockeys têm
pequena vazão e pressão acima do normal de trabalho da rede. Logo na abertura de um hidrante
ela não conseguirá repor a pressão devido a sua pequena vazão, e a pressão continuará caindo até
o ponto previsto para o funcionamento da bomba de incêndio. Para comandar a automação da
partida das bombas e paragem da Jockey, utilizam-se pressostatos regulados a pressões diferentes,
inclusive para a bomba diesel que deve ser regulada para a faixa mais baixa quando configurar falta
de energia que não acionou a bomba elétrica. A obrigatoriedade de sua instalação irá depender da
legislação pertinente.
Canalização
As canalizações, conexões e registros utilizados no sistema de hidrantes devem ser de ferro fundido,
ferro galvanizado, aço galvanizado ou cobre, resistentes às pressões internas e esforços.
Quando se tratar de mais de um reservatório superior, abastecendo o sistema de hidrantes, estes
serão interligados por um barrilete de diâmetro mínimo superior ao da canalização.
As conexões, os registros, as válvulas ou qualquer outro componente do sistema deverão possuir
resistência igual ou superior à exigida para a canalização.
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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Instalação dos hidrantes de parede
Os registros dos hidrantes serão do tipo globo, com adaptador para junta storz de 38mm ou 63mm,
em que serão estabelecidas as linhas de mangueira . Deverá haver uma redução para 38 mm quando
forem utilizadas mangueiras deste diâmetro.
Em regra geral, os hidrantes serão instalados obedecendo aos seguintes critérios:
»» Deverão proteger todos os pontos de risco.
»» Em locais estratégicos de modo a evitar que, em caso de incêndio, fiquem bloqueados
pelo fogo, preferencialmente próximos a entradas e escadas, guardando-se uma
distância tal que não dificultem a utilização destas quando do instante da evacuação
da edificação.
»» Quando situados em garagens não podem ser locados de forma que seu acesso fique
dificultado por algum veículo estacionado.
»» Deve haver, no mínimo, um hidrante por pavimento.
Abrigos
As dimensões deverão ser suficientes para acomodar o registro, o esguicho e a(s) mangueira(s).
Cada abrigo disporá no mínimo dos seguintes equipamentos: mangueira de incêndio e um esguicho
de jato sólido ou regulável.
Figura 8. Abrigos de hidrantes
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
50. 50
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
Mangueiras
As linhas de mangueira terão comprimento máximo de 30m, divididas em lances de 15 ou 20m.
As mangueiras serão flexíveis, de fibra de nylon, dotadas de junta storz nas duas extremidades,
revestidas internamente de borracha, capazes de suportar a pressão mínima de teste de acordo com
NBR 11861 - Mangueiras de Incêndio.
As mangueiras deverão estar acondicionadas no interior dos abrigos, de tal forma que possibilite a
sua fácil utilização em caso de incêndio.
Esguichos
Os esguichos são acoplados nas mangueiras de incêndio por meio de conexões Storz, sendo
responsáveis por regular e direcionar o fluxo de água em ações envolvendo o combate a incêndio.
Por serem indispensáveis para a aplicação do agente extintor, precisam possuir características de
resistência a danos como choques mecânicos, e resistirem ao menos às mesmas pressões estáticas e
dinâmicas que suportam as mangueiras.
Os principais esguichos dimensionados para as edificações são:
Esguicho agulheta (jato sólido)
Este esguicho proporciona um jato compacto, não permitindo um controle direto da quantidade
de água lançada.
O risco presente ao se utilizar esse esguicho para apagar o fogo é o de inundar o ambiente, uma vez
que não há controle sobre o volume de água.
Figura.9 Esguicho agulheta
Figura disponível em: <http://www.arcecil.com.br/extra.php?cod=173>. Acessado em: 8 fev. 2013.
Esguicho regulável
O esguicho regulável tem sido adotado com maior frequência. Esse modelo é extremamente
eficaz, uma vez que proporciona desde o jato sólido (compacto) até o neblina em diferentes graus.
Alguns modelos contam com manopla para fechamento e abertura rápida da passagem de água,
proporcionando uma aplicação mais duradoura, de forma contínua.
51. 51
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
Figura.10 regulável
Figura disponível em:<http://www.ultrasegs.com.br/equipamentos-hidraulicos-esguicho-%20regulavel-1-12-ou-2-12.html>.
Acessado em: 8 fev. 2013.
Hidrante de recalque
O hidrante de recalque tem o objetivo de permitir a pressurização da rede de hidrantes por viaturas
de combate à incêndios, externamente à edificação. Será localizado junto à via de acesso de viaturas
do Corpo de Bombeiros Militar.
Sua localização deve estar na fachada principal ou fachadas da edificação, a fim de facilitar a
operação.
O hidrante de recalque, terá um registro do tipo globo, com no mínimo 50mm de diâmetro, dotado
de rosca macho e adaptador storz de 63mm.
Possuirá também uma válvula de retenção que só possibilite o fluxo de água para o interior da
edificação.
Outros parâmetros, como dimensões da caixa de alvenaria, cores etc., deverão ser consultados à
legislação específica.
Figura 11. Hidrante de Recalque
Fonte: Manual básico de combate à incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
52. 52
CAPÍTULO 3
Sistema de sinalização de emergência
Conceituação
Um problema muito comum nas edificações é a ausência de informações visuais, as quais informem
aos usuários os riscos presentes, alertando e/ou proibindo, ao mesmo tempo em que identifiquem
os equipamentos de combate a incêndio e detecção e, ainda, quais caminhos devem ser percorridos
até uma área segura.
Estas informações devem estar contidas em uma sinalização obtida por meio de cores e formas,
acrescida de uma mensagem específica de segurança.
Classificação da sinalização
A sinalização de segurança contra incêndio e pânico é classificada pela NBR 13435 em sinalização
básica e complementar.
Sinalização básica
A sinalização básica é constituída por cinco categorias, de acordo com a sua função, descritas a
seguir:
a. Sinalização de proibição: proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio.
b. Sinalização de alerta: alertar para áreas e materiais com potencial de risco.
c. Sinalização de comando: requerer ações que garantam condições adequadas para a
utilização das rotas de saída.
d. Sinalização de orientação e salvamento: indicar as rotas de saída e ações necessárias
para o seu acesso.
e. Sinalização de equipamentos de combate e alarme: indicar a localização e os tipos
de equipamentos de combate a incêndios disponíveis.
Sinalização complementar
A sinalização complementar é a composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregada
nas seguintes situações:
53. 53
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
a. Indicação continuada das rotas de saída.
b. Indicação de obstáculos, como pilares, arestas de paredes etc.
c. Indicação de pisos, telhados, rodapés e corrimãos de escadas.
d. Indicação da silhueta de equipamentos de combate a incêndio.
e. Mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização básica, onde for
necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo.
Implantação da sinalização
As sinalizações de segurança contra incêndio e pânico devem ser implantadas em razão de
características específicas de uso e dos riscos, bem como em função de necessidades básicas para a
garantia da segurança contra incêndio na edificação.
Sinalização de proibição (P)
a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, distribuída
em mais de um ponto dentro da área de risco, de modo que pelo menos uma delas
possa ser claramente visível de qualquer posição dentro da área, distanciadas entre
si em no máximo 15 m.
Sinalização de alerta (A)
a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, próxima
ao risco isolado ou distribuída ao longo da área de risco generalizado, distanciada
entre si no máximo 15 m.
Sinalização de comando (C)
a. Deve ser instalada em local visível e no mínimo a 1,80 m do piso acabado, distribuída
ao longo da área que exige manutenção do nível de segurança preestabelecido,
distanciada entre si em no máximo 15 m.
Sinalização de orientação e salvamento (S)
a. A sinalização de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças
de direção, obstáculos, saídas, escadas etc., e ser instalada segundo sua função, a
saber:
54. 54
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
I. Sinalização de portas de emergência deve ser localizada imediatamente acima das
portas, no máximo a 10 cm da verga.
II. A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo que a
distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de
no máximo 7,5 m. Adicionalmente, esta também deve ser instalada, de forma que
na direção de saída de qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte,
distanciados entre si em no máximo 15 m. A sinalização de orientação deve ser
instalada de modo que a sua base esteja no mínimo a 1,80 m do piso acabado.
b. A identificação de cada pavimento no interior da caixa de escada de emergência e
nas antecâmaras deve estar a uma altura de 1,80 m do piso acabado. No primeiro
caso, a identificação deve estar junto à parede, sobre o patamar de acesso a cada
pavimento, e no segundo caso, deve estar sobre uma das paredes da antecâmara,
adjacente às portas.
c. A identificação do pavimento de descarga no interior da caixa de escada de
emergência deve indicar inclusive a direção de saída para o exterior.
d. Todos os pavimentos que se localizam abaixo ou acima do pavimento de descarga
devem ter uma sinalização com seta, indicando a direção da saída até o pavimento
de descarga. A sinalização deve estar localizada no patamar intermediário da escada,
a uma altura de 1,80 m do piso acabado deste.
e. A abertura das portas de escada e antecâmara não deve obstruir a visualização de
qualquer sinalização.
Sinalização de equipamentos de combate a
incêndio (E)
A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve estar imediatamente acima dele, com
afastamento mínimo de 10 cm e máximo de 1,0 m e com dimensões de acordo com as distâncias de
visualização. Caso a visualização direta do equipamento não seja possível, a sua localização deve ser
indicada, adicionalmente, a partir do ponto de boa visibilidade mais próximo. Esta sinalização deve
incluir um quadro de boa visibilidade mais próximo. Devendo incluir também um quadro com o
símbolo do equipamento em questão e uma seta indicativa.
Sinalização complementar
A sinalização de indicação continuada das rotas de saída deve estar a uma altura constante entre
0,25 m e 0,50 m do piso acabado à base da sinalização, podendo ser aplicada, alternadamente, à
parede direita e esquerda da rota de saída.. A sinalização continuada das rotas de saída deve utilizar
faixas ou outros símbolos que identifiquem continuidade e devem ser na cor branFca ou amarela;
55. 55
SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
A sinalização de indicação de obstáculos deve ser implantada a partir do piso acabado até 1,00 m no
mínimo, por meio de faixas amarelas com listras pretas inclinadas a 45°. A cor de segurança deve
ocupar no mínimo 50% da área das faixas.
A sinalização de indicação de pisos, espelhos, rodapés e corrimãos de escadas deve ser colocada
sobre eles, por meio de faixas.
A sinalização de indicação da silhueta de equipamentos de combate deve ser colocada na parede de
fundo do equipamento, com largura livre ao seu redor de 15 cm.
Quando os equipamentos de combate a incêndio estiverem localizados em pilares, a sinalização
deve ser estabelecida em todas as faces do pilar.
As faixas utilizadas na sinalização complementar devem ser brancas ou amarelas, podendo sua
largura variar de 2,5 cm a 10,0 cm.
Formas, dimensões e cores
Dimensões básicas
a. Deve ser observada a relação:
A > L2
/ 2000
Em que: A = área da placa, em mm2
L = distância do observador à placa, em m.
Esta relação é válida para L < 50 m.
b. No caso de emprego de letras, elas devem ser grafadas obedecendo à relação:
h> L / 125
Em que: h = altura da letra, em m.
L = distância do observador à placa, em m.
c. Qualquer sentença deve apresentar a letra inicial em caixa alta e as demais em caixa
baixa, a menos de palavras únicas de sinalização, que podem se apresentar toda em
caixa alta do tipo Arial.
Formas
a. Circular: Utilizada para implantar símbolos de proibição e ação de comando.
b. Triangular: Utilizada para implantar símbolos de alerta.
56. 56
UNIDADE III │ SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1
c. Quadrada e Retangular: Utilizada para implantar símbolos de orientação, socorro,
emergência e identificação de equipamentos utilizados no combate a incêndio.
Cores
As cores de segurança e cores de contraste devem seguir os padrões estabelecidos no Anexo A da
NBR 13434.
A cor de segurança deve cobrir no mínimo 50% da área do símbolo, exceto no símbolo de proibição,
no qual este valor deve ser de no mínimo 35%.
I. Vermelha: Utilizada para símbolos de proibição, emergência e identificação de
equipamentos de combate a incêndio.
II. Verde: Utilizada para símbolos de orientação e socorro.
III. Amarela: Utilizada para símbolos de alerta e sinais de perigo.
IV. Azul: Utilizada para símbolos de ação de comando.
Condições específicas
As formas geométricas e as cores de segurança e contraste devem ser utilizadas somente nas
combinações descritas abaixo, a fim de obter cinco tipos básicos de sinalização de segurança.
Sinalização de proibição
A sinalização de proibição deve obedecer a:
a. forma: circular;
b. cor de fundo: branca ou amarela;
c. coroa barrada: vermelha;
d. cor do símbolo: preta;
e. margem: branca ou amarela;
f. proporcionalidades paramétricas.
Sinalização de comando
A sinalização de comando deve obedecer a:
a. forma: circular;
b. cor de fundo: azul;
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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
c. cor do símbolo: branca ou amarela;
d. margem: branca ou amarela;
e. proporcionalidades paramétricas.
Sinalização de alerta
A sinalização de alerta deve obedecer a:
a. forma: triangular;
b. cor de fundo: amarela;
c. moldura: preta;
d. cor do símbolo: preta;
e. margem: branca ou amarela;
f. proporcionalidades paramétricas.
Sinalização de orientação
A sinalização de orientação deve obedecer a:
a. forma: quadrada ou retangular;
b. cor de fundo: verde;
c. cor do símbolo: branca ou amarela;
d. margem: branca ou amarela;
e. proporcionalidades paramétricas.
Sinalização de emergência e de equipamento de
combate a incêndio
A sinalização de emergência e de equipamento de combate a incêndio deve obedecer a:
a. forma: quadrada ou retangular;
b. cor de fundo: vermelha;
c. cor do símbolo: branca ou amarela;
d. margem: branca ou amarela;
e. proporcionalidades paramétricas.
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Ressaltamos que estes critérios de dimensionamento são da NBR 13.434 e da NBR 13.434-2,
entretanto, os projetistas deverão consultar às legislações contra incêndio estaduais.
Figura 12. Hidrante de Recalque
Figura adaptada e disponível em: NBR 13.434-2004.
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CAPÍTULO 4
Sistema de iluminação de emergência
Conceituação
O sistema de iluminação de emergência é a iluminação que deve clarear áreas escuras de passagens,
horizontais e verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento
de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal.
Possui como objetivo:
»» Garantir a evacuação segura dos ocupantes de um local e, ainda garantir a entrada
segura das equipes de intervenção.
»» Manter serviços essenciais como centros médicos, controle de tráfego e outros.
»» Manter a segurança patrimonial.
Principais tipos de sistemas de iluminação de
emergência
Conjunto de blocos autônomos
Aparelhos de iluminação de emergência constituídos de um único invólucro, contendo lâmpadas
incandescentes, fluorescentes ou similares, fonte de energia com carregador e controles de
supervisão, sensor de falha na corrente alternada, necessário para colocá-los em funcionamento no
caso de falta de alimentação da rede elétrica da concessionária.
Figura 13. Blocos autônomos
Figura adaptada e disponível em:<http://www.newsafety.com.br/produtos/iluminacao-de-emergencia/bloco-autonomo> e
<http://www.idealtecbrasil.com/subproduto-74.html>. Acessado em: 7 dez. 2010.
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Sistema centralizado com baterias
Sistema centralizado com baterias elétricas de acumuladores é entendido como um sistema dotado
de um painel de controle (central), rede de alimentação, luminárias de emergência e fonte de energia
alternativa (baterias).
Figura 14. Blocos Sistema centralizado com baterias
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
Sistema centralizado com grupo motogerador
Sistema de iluminação de emergência em que a fonte de alimentação é constituída por um grupo
motogerador com acionamento automático no caso de falha ou falta de alimentação de energia da
rede pública.
Figura 15. Sistema centralizado com grupo motogerador
Fonte: Manual básico de combate a incêndios. Segurança contra incêndio, módulo 5.
Componentes básicos
a. Ponto de iluminação.
b. Fonte de alimentação.
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SISTEMAS DE PROTEÇÃO – PARTE 1 │ UNIDADE III
c. Condutores (circuito de alimentação).
d. Acessórios.
Tipos de luminárias
a. Bloco autônomo de iluminação, com fonte de energia própria.
b. Luminárias alimentadas por fonte centralizada.
c. Projetores ou faróis podem ser utilizados somente em casos específicos, porém
nunca em escadas ou áreas em desnível, em que a sombra ou ofuscamento podem
provocar acidentes.
Características das luminárias
a. Resistir a uma temperatura de 70ºC por no mínimo 1h.
b. Não provocar ofuscamento.
c. No caso de luminária fechada, não reter fumaça.
d. Constituída de material que impeça a propagação de chama e que não produza
gases tóxicos.
e. Podem possuir lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou mistas.
Localização da fonte de fornecimento de
energia:
a. Longe de locais em que haja risco de incêndio.
b. Protegida por paredes resistentes ao fogo por no mínimo 2 h.
c. Locais ventilados, que evitem a acumulação de gases de evaporação.
d. Fácil acesso para inspeção e manutenção.
Circuito de alimentação
a. Em caso de incêndio em qualquer área fora da proteção para saída de emergência
e com material combustível, a tensão de alimentação da iluminação de emergência
deve ser no máximo de 30Vcc.
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b. As áreas protegidas para escoamento (por exemplo, escadas de emergência), livres
de materiais combustíveis, podem manter a alimentação em 110/220Vca.
c. As bitolas dos fios rígidos não podem ser inferiores a 1,5 mm2
para garantir a
resistência mecânica.
d. Os condutores e suas derivações devem passar em eletrodutos com caixas de
passagem. No caso de instalação aparente, a tubulação e as caixas de passagem
devem ser metálicas.
e. Os eletrodutos utilizados para condutores da iluminação de emergência não podem
ser usados para outros fins, exceto instalação de detecção e alarme de incêndio ou
de comunicação, conforme a NBR 5410.
Características dos sistemas
Conjunto de blocos autônomos
a. Lâmpadas incandescentes ou fluorescentes.
b. Fácil instalação.
c. Possuem bateria independente.
d. Sensor que acuse a interrupção de energia da concessionária.
e. Comutação imediata.
f. Led´s para indicar período de flutuação e vigília.
g. Devem atender às exigências das NBR 10637 e NBR 10638.
Sistema centralizado com baterias
a. Possuir circuito carregador com recarga automática, de modo a garantir a autonomia
do sistema de iluminação de emergência.
b. Deve ser protegido contra curtos-circuitos.
c. Possuir sinalização luminosa do painel do equipamento para mostrar a situação de
recarga.
d. Deve ser garantida uma ventilação adequada para evitar possíveis acúmulos de gás
na área das baterias.
e. Tempo máximo de comutação = 5 segundos.