1. Pronto para ouvir e tardio para falar. O documento discute a importância de ouvir mais do que falar e falar com sabedoria.
2. Controle a sua ira. A ira descontrolada não produz a justiça de Deus e deve ser controlada.
3. A língua é poderosa e deve ser usada com cuidado. Tanto palavras positivas quanto negativas podem ter grandes consequências.
2. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
TEXTO ÁUREO
"[...] Mas todo o homem seja
pronto para ouvir, tardio para
falar, tardio para se irar"
(Tg 1.19).
3. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
VERDADE PRÁTICA
As nossas palavras podem,
ou não, evidenciar a
sabedoria de Deus.
4. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Segunda Ex 19.5
“agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz
e guardardes o meu concerto, então, sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a terra é minha”.
Ouçamos a voz do Senhor
Terça Ec 3.7
“tempo de rasgar e tempo de
coser; tempo de estar calado e
tempo de falar”;
Tempo de falar e de calar
Quinta 1Pe 1.23-25
“sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de
Deus, viva e que permanece para sempre.
mas a palavra do Senhor permanece para sempre.
E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.”
Gerados em amor pelo poder da palavra
Sexta Sl 68.5
“Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus no seu
lugar santo.”
Deus é pai dos órfãos e juiz das viúvas
Quarta Ef 4.26,29
“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol
sobre a vossa ira. Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa
para promover a edificação, para que dê graça
aos que a ouvem.”
A ira é uma porta para o pecado
Sábado Ef 1.3-6
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos
lugares celestiais em Cristo,como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo,
para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez
agradáveis a si no Amado.
Santos e irrepreensíveis em amor
5. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Tg 1.19-27
19 Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio
para falar, tardio para se irar.
20 Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
21 Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a
palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma.
22 E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão
que contempla ao espelho o seu rosto natural;
24 porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era.
25 Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera,
não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no
seu feito.
26 Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o
seu coração, a religião desse é vã.
27 A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.
6. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
1 – PRONTO PARA OUVIR E TARDIO PARA FALAR (Tg 1.19,20)
1.1 Pronto para ouvir.
1.2 Tardio para falar.
1.3 Controle a sua ira.
2 – PRATICANTE E NÃO APENAS OUVINTE DA PALAVRA (Tg 1.21-25)
2.1 Enxertai-vos da Palavra (21).
2.2 Praticai a Palavra (22-24).
2.3 Persevere ouvindo e agindo (v.25).
3 – A RELIGIÃO PURA E VERDADEIRA (Tg 1.26,27)
3.1 A falsa religiosidade.
3.2 A verdadeira religião (v.27).
3.3 Guardando-se da corrupção (v.27).
7. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Na lição dessa semana vamos estudar a maneira adequada de o
crente usar um instrumento maravilhoso, mas ao mesmo tempo,
potencialmente perigoso: a fala. Este assunto está interligado à temática da
verdadeira religião que agrada a Deus. O fenômeno da fala é uma das fontes
de expressão do pensamento humano, como também é responsável pelo
processo de comunicação e de formação da identidade cultural de uma
sociedade. As pessoas querem falar às outras àquilo que pensam. O crente,
todavia, tem o compromisso de não apenas falar o que pensa, mas agir como
propõe o Evangelho.
8. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Dizendo “se alguém não tropeça em palavra“, Tiago focaliza um pecado
especial que o preocupa: a língua solta. A necessidade de controlar a língua era bem
conhecida no judaísmo e no cristianismo (Pv 10.19; 21.23; Ec 5.1). Tiago salienta aqui,
como o fez em 1.26, a importância de controlar a língua, pois afirma a respeito de
quem for capaz de domá-la: esse homem é perfeito, e capaz de refrear todo o corpo.
Isto significa que tal pessoa é madura, tem caráter cristão completo (1.4) e, assim,
capacitada a enfrentar todas as provações e tentações, e a controlar todos os impulsos
maus (1.12-15). Tiago caminha um passo à frente dos rabinos. O controle dos maus
impulsos é bom, concordando com o que diz Paulo em 1 Coríntios 9.24-27, mas os
impulsos mais difíceis de controlar são os da língua.
Provérbios 10.19
“Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente.”
10. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Para alguns crentes, a pessoa sábia é a que sempre tem algo a falar. Ouvir é
um empreendimento trabalhoso e, por isso, ignorado por muitos. Diferentemente, as
Escrituras admoestam-nos a ser prontos para ouvir. No versículo 19, Tiago introduz o
seu ensino sobre o "ouvir" e o "falar" destacando a expressão sabei isto. Com essa
expressão, ele demonstra a sua preocupação pastoral com os seus leitores. Outro
termo no versículo 19 chama-nos a atenção: pronto. No grego, a palavra significa
"rápido", "ligeiro" e "veloz". Ali, o escritor sacro incentiva-nos a estar disponíveis a
ouvir. É uma atitude que depende de uma disposição e também da decisão em ouvir o
outro. A exemplo do profeta Samuel, que desde a sua infância foi ensinado a ouvir a
voz divina (1 Sm 3.10; 16.6-13), o povo de Deus deve persistir em escutar os desígnios
do Pai, pois nesses últimos dias têm Ele falado através do seu Filho, o Verbo Vivo de
Deus (Hb 1.1; cf. Jo 1.1).
1 Samuel 3.10
“Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala,
porque o teu servo ouve.”
11. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
A expressão “seja pronto para ouvir” é uma bela maneira de traduzir a ideia
de uma audição sábia e ativa. Não devemos simplesmente deixar de falar; devemos
estar prontos e dispostos mais para ouvir. Deus não nos impede de falar, mas pede que
o façamos de forma coerente e com sabedoria. “o que guarda sua boca conserva a sua
alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação” (Pv 13.3). Já diz o adágio
popular: “Temos dois ouvidos mas somente uma boca, assim podemos ouvir mais e
falar menos”. Portanto, devemos ouvir duas vezes mais do que falar. Muitos de nós
bem faríamos em esperar e ouvir mais, e falar menos (Sl 141.3; Pv 10.19; Pv 13.3; Pv
17.28; Pv 29.20) (BARCLAY, sd, p. 66).
Salmos 141.3
“Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios.”
Provérbios 29.20
“Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há de um tolo do que dele.”
12. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Quem ouve com atenção adquire a rara capacidade de opinar acerca de
qualquer assunto. É justamente por isso que a Carta de Tiago exorta-nos a ser tardios
para falar (v.19). Uma palavra dita sem pensar, fora de tempo, e sem conhecimento
dos fatos, pode provocar verdadeiras tragédias. Quem nunca se arrependeu de ter
falado antes de pensar? Diante de Faraó, o imperador do Egito Antigo, o patriarca José
aproveitou sabiamente um momento ímpar em sua vida. Antes de responder às
perguntas sobre os sonhos do monarca, José as ouviu e refletiu sobre elas. Em
seguida, orientado pelo Senhor, respondeu sabiamente Faraó (Gn 41.16). Temos de
aprender a refletir sobre o que vamos dizer e falar no tempo certo. Pese bem as
palavras, e ore como o rei Davi: "Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca; guarda a
porta dos meus lábios" (Sl 141.3).
13. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
A língua é um órgão do corpo humano, cuja função principal está relacionada
a fala. É em face dessa atribuição que esse membro do corpo aparece na Bíblia como
uma poderosa força. Afirma-se que a morte e a vida estão no seu poder (Pv 18.21).
Tiago elabora isso quando se refere à língua como indomável e um mal incontido, cheio
de veneno mortal (Tg 3.8) e como fogo, um mundo de iniquidade (Tg 3.6). Paulo, por
sua vez, refere-se à língua como um instrumento de engano (Rm 3.13), caracterizando
o homem não regenerado. Jesus ensinou que os homens terão de prestar contas,
finalmente, de sua vida na terra, incluindo “toda palavra frívola que proferirem”(Mt.
12.36). (MERRILL, sd, Vol. 3. p. 933).
Quanto ao uso da fala e o uso apropriado da linguagem, podemos ver nos
seguintes Salmos (Sl 5.9; 12.2; 15.3; 17.3; 34.12; 35.28; 36.3; 39.9; 55.21; 64.4; 66.17;
73.9; 94.1; 101.5; 109.2; 119.172; 120.3,4; 139.4 e 141.3). O filósofo grego Xenócrates
que viveu em 396 - 314 a.C e que acompanhou Platão dizia:“Tenho-me arrependido
muitas vezes por ter falado, mas nunca por ter guardado silêncio” (CHAMPLIN, 2004,
p. 2501).
14. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Uma terceira admoestação encontrada no versículo 19 da carta de Tiago
expressa o seguinte: tardios para se irar. A ira é um profundo sentimento de ódio e
rancor contra a outra pessoa. Uma vez descontrolada, ela não produz a justiça de
Deus, mas uma justiça segundo o critério da pessoa que sofreu o dano: a vingança. A
Palavra de Deus não proíbe o crente de ficar indignado contra a injustiça (Is 58.1,7; Lc
19.45). Contudo, ao mesmo tempo, a Bíblia estabelece limites para o nosso
temperamento não se achar irrefletido, descontrolado, deixando-nos impulsivamente
irados (Ef 4.26; Pv 17.27). O cristão, templo do Espírito Santo, tem de levar a sua
mente cativa a Cristo (2 Co 10.5) e manifestar o fruto do Santo Espírito: o domínio
próprio (Gl 5.22 - ARA). Fuja da aparência do mal. Tenha autocontrole.
Efésios 4.26,27
“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
Não deis lugar ao diabo.”
Provérbios 17.27
“Retém as suas palavras o que possui o conhecimento, e o homem de entendimento é de precioso espírito.”
15. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Aquele que ouve mais atentamente entende melhor o seu próximo; entender
leva a um falar ponderado e a uma resposta branda que “desvia o furor” O falar
impensado, por outro lado, com frequência produz a palavra pesada que “suscita a
ira” (Pv 15.1). A ira é um profundo sentimento de ódio e rancor contra a outra pessoa.
Uma vez descontrolada, ela não produz a justiça de Deus, mas uma justiça segundo o
critério da pessoa que sofreu o dano: a vingança. Vejamos algumas verdades sobre este
tema:
Podemos dizer que há dois tipos de ira: a justa (Ef 4.26) e a injusta (Ef 4.31).
“A única ira que o homem pode ter é uma ira que Cristo sentiu” (Mc 3.5). Esse tipo de ira
não é a expressão de uma petulância particular, mas de um ressentimento público
contra o comportamento e as ações que levam outros a sofrer sem culpa da pessoa
irada” (HARPER, 2008, Vol. 10. pp. 161-162). Em Efésios 4.26 o apóstolo Paulo também
instrui sobre a ira que é dada no contexto de uma citação literal do Sl 4.4-a:“Perturbai-
vos e não pequeis…” Com essas palavras Paulo lembra, em tom de exortação, a rápida
transição da ira para o pecado.
À luz da Palavra de Deus aprendemos que o crente deve ser tardio para falar e pronto para ouvir. Por
isso, a ira é um sentimento que deve ser controlado pelo crente.
16. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
1. Enxertai-vos da Palavra (21).
2. Praticai a Palavra (22-24).
3. Persevere ouvindo e agindo (v.25).
17. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
A Palavra de Deus é o guia maior do crente. E para que a Palavra atinja
efetivamente o coração do servo de Deus, este precisa acolhê-la com pureza e
sinceridade. Isto é, firmar uma posição radical rejeitando toda a imundícia e a malícia
mundana (v.19); recebendo o Evangelho com mansidão e sobriedade. Leia os
Evangelhos! Persiga em conhecer a mensagem divina de Cristo Jesus, mas,
igualmente, abra o coração para ouvir a voz do Senhor.
18. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
O Senhor Jesus disse que o erro provém de não conhecermos as Escrituras
nem o poder de Deus (Mt.22:29; Mc.12:24). Assim, para que bem saibamos discernir as
circunstâncias que nos cercam em nossa peregrinação terrena, precisamos ter uma vida
de meditação na Bíblia Sagrada como também incessantemente buscarmos o poder de
Deus, tendo uma vida de oração e de busca das bênçãos espirituais que já nos foram
concedidas por Cristo Jesus (Ef.1:3).
Quando meditamos nas Escrituras Sagradas e buscamos o poder de Deus
entendemos que toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai
das luzes, em que não há mudança nem sombra de variação (Tg.1:17).
Tiago fala que devemos receber com mansidão a Palavra que em nós foi
colocada. Mas antes disso ele diz que é preciso rejeitar toda a imundícia e acúmulo de
malícia. O que isso significa? Que além de receber a Palavra de Deus, é preciso rejeitar
tudo o que a Palavra de Deus condena. É uma questão de comutatividade (recebo a
Palavra de Deus e rejeito o pecado). Nossa tendência é acumular imundícia e malícia
por causa de nossa natureza pecaminosa, mas esses dois elementos devem ser
substituídos pela Palavra de Deus e seus efeitos em nossas vidas.
19. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
O escritor sacro não tem interesse em que o leitor da epístola
apenas acolha a Palavra no coração, antes deseja que o crente a pratique
(v.22). Não pode haver incoerência entre o que se "diz" e o que se "faz" para
quem é discípulo de Jesus. Se amar a Deus e ao próximo são os maiores dos
mandamentos, então, devemos porfiar em vivê-los. Quem acolhe a Palavra
rejeita tudo o que é imundo, maligno, perverso, injusto, dissimulado,
insincero. Não apenas isso, mas igualmente abre a porta do coração para
"tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama" (Fp 4.8). Do
contrário, seremos identificados com o homem que contempla a própria
imagem no espelho e depois se retira esquecendo-se completamente dela.
Há pessoas que olham para o Evangelho e ouvem, mas sem memória e
perseverança, não dão nenhuma resposta ou sequência ao chamado de Jesus
Cristo (vv.23,24). Deus nos livre desse engodo!
20. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
A expressão praticantes da palavra significa pôr em prática o que lhes é
ordenado, mostrando que tais pessoas são sensíveis para com a Palavra de Deus,
devendo ser transformadas por ela, tanto em seu ser como em suas ações. A piedosa
anuência aos ensinamentos de Jesus, seguida por ações contraditórias, é um simulacro
(Imagem de divindade ou personalidade pagã; ídolo, efígie) da vida cristã, algo que os
profetas condenaram sem reservas. (Ver Os 6:6 e Mt 9:13).
Conforme o ponto de vista judaico, o praticante da palavra era praticante da lei.
Conforme o ponto de vista cristão, a Palavra se tornou o evangelho. O evangelho exige
fé, ou seja, temos de entregar nossas almas aos cuidados de Cristo, a fim de sermos
transformados segundo a sua imagem. Essa transformação dá início ao ser moral, pois
deveremos assumir a natureza moral de Cristo, e, desse modo, chegaremos a participar
da mesma santidade que Deus tem. Esse conceito é anotado em Mt 5:48; Rm 3:21 e Hb
12:14. Tudo isso está envolvido na prática da palavra, o que faz a mensagem cristã
tornar-se eficaz em nossas vidas. Segundo se lê em Lc 11:28, «Antes bem-aventurados
são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!»
21. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Tiago conclui este ponto da epístola da seguinte maneira: Quem é
cuidadoso para com a lei, nela persevera; não apenas ouvindo-a
negligentemente, mas praticando-a zelosamente. Felicidade plena em tudo é
a promessa para quem ousa viver o Evangelho cônscio das implicações
espirituais e das consequências materiais. Alguém, um dia, disse que os
evangélicos são poderosos no discurso, mas fracos na prática do mesmo
discurso. Falamos, mas não vivemos! Precisamos analisar nossa vida em
amor e sinceridade. Entremos na presença de Deus com o rosto descoberto,
coração rasgado e alma despida. No tempo em que vivemos não dá para
passar despercebidos na dissimulação, ou seja, fingindo ser algo que na
verdade não somos.
22. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
«…ouvintes…» Temos aqui uma alusão à prática da leitura das Escrituras, na
sinagoga, mais tarde praticada também na igreja cristã. Poucas pessoas possuíam
cópias manuscritas, e menor número ainda sabia ler. Quase todo o «aprendizado da
Bíblia» era efetuado pelo ouvir a leitura das Escrituras. Os judeus tomavam sua Torah
(as Escrituras do A.T. e seus comentários) a sério. Criam que Deus lhes fizera tal
revelação, tornando-os privilegiados acima de outros povos. Portanto, a leitura da
Torah, na sinagoga, era uma prática solene, que se esperava servir de fator
transformador das vidas dos ouvintes. O próprio Senhor Jesus se ocupou dessa prática,
na sinagoga. (Ver Mt 5:17,18; 7:12; 12:5; 19:17; 23:3; Lc 4:21; 10:26 e 16:17,29). Cristo
sempre mostrou ter as Escrituras Sagradas no mais alto conceito.
Mateus 5.17
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abirogar, mas cumprir.”
O crente deve encher-se da Palavra, praticar a Palavra e perseverar na Palavra.
23. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
1. A falsa religiosidade.
2. A verdadeira religião (v.27).
3. Guardando-se da corrupção (v.27).
24. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Apesar de algumas pessoas se considerarem religiosas por frequentarem
um templo, as Escrituras revelam o significado da verdadeira religião. Ela reprova todo
o ativismo religioso feito em "nome de Deus", mas em detrimento do próximo. Aqui,
a língua do crente tem um papel importante. Tiago diz que é possível enganar o
próprio coração quando deixamos de refrear a nossa língua. Ora, o coração é a sede
dos desejos, dos sentimentos e das vontades. E a boca só fala daquilo que o coração
está cheio (Mt 12.34). É incompatível com o Evangelho, viver a graça de Deus sem
mergulhar no Reino dEle. Quem não se entrega inteiramente ao Senhor pratica uma
religião vã e falsa. Não podemos ser como a pessoa capaz de fazer uma belíssima
oração por um faminto, e depois despedi-lo sem lhe dar um único grão de arroz.
Significado de Religiosidade
Reunião das virtudes religiosas; preceitos éticos de caráter religioso.
25. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Tg 1.26: Se alguém cuida ser religioso... Noutras palavras, será que
determinado crente se julga um bom cristão, muito piedoso? A ênfase está no
desempenho religioso, e provavelmente inclui atos de culto como a oração, o jejum e o
dízimo. Tiago não condena tais atividades, mas acrescenta o seguinte:e não refreia a
sua língua, antes engana o seu coração, a sua religião é vã. Noutras palavras, as
práticas religiosas são ótimas, mas, se não vierem acompanhadas de um modo de viver
ético, nada valem, são menos do que inúteis, porque se (Tiago 1.1-27) transformam em
autoenganos. O interesse específico de Tiago é o controle da língua, que é sua maneira
de referir-se ao controle do palavrório irado, das explosões de raiva, da crítica ferina e
das queixas (cf. 1.19; 3.1,13; 4.11-12; e 5.9). O criticismo, o julgamento e o queixume
impiedosos revelam corações ainda não submetidos ao mandamento de Cristo. Trata-se
de pessoas cujas práticas religiosas exteriores, conquanto cristãs, são tão salvíficas
quanto a idolatria (isto é, nulas), recebendo ainda a alcunha de práticas vãs nas
Escrituras (Atos 14.15; 1 Coríntios 3.20; 1 Pedro 1.18). Tiago, à semelhança de Jesus
(Marcos 12.28-34; João 13.34) e os profetas (Oséias 6.6; Isaías 1.1-10; Jeremias 7.21-
28), desmascaram sem piedade esse autoengano.
26. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
A religião pura, santa e imaculada, de acordo com o autor sacro, é suprir a
necessidade do próximo: "Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações". O
problema hoje é que a nossa atenção, quase sempre, está voltada para o prazer
pessoal. Temos os olhos fechados para os necessitados que na maioria das vezes
cultuam a Deus, assentados, ao nosso lado. Lembremo-nos da vida de Jesus Cristo! Ele
não apenas olhou para os marginalizados, mas foi até eles e os acolheu em amor (Mt
25.35-45). A religião que agrada a Deus é aquela cujos discípulos professam e
bendizem o seu nome, visitando e acolhendo os necessitados nas aflições.
Mateus 25.35,36
“porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.”
27. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal traz o seguinte sobre o
texto de Tiago 1.27: “De uma religião que é capaz de argumentar facilmente a favor de
qualquer comportamento, Tiago agora se volta para um relacionamento no qual Deus
pode ditar os termos de comportamento - a religião pura e imaculada. Tiago explica a
religião em termos de um serviço prático e de pureza pessoal. Os rituais realizados com
reverência não são errados; mas, se uma pessoa se recusa a obedecer a Deus na sua
vida diária, a sua “religião” não é aceita por Deus. A religião pura e imaculada não é a
observância perfeita de regras; na verdade, é um espírito que se infiltra nos nossos
corações e nas nossas vidas (Lv 19.18; Is 1.16,17). Assim como Jesus, Tiago explica a
religião em termos de uma fé interior vital, que se expressa na nossa vida cotidiana. O
nosso comportamento deve estar de acordo com a nossa fé (1 Co 5.8). Órfãos e viúvas
são frequentemente mencionados nas preocupações da igreja primitiva, porque eles
eram os mais obviamente “pobres” na Israel do século I. As viúvas, por não terem
acesso às heranças na sociedade judaica, estavam praticamente à margem da
sociedade. Por esta razão, Paulo teve que organizar um procedimento completo a
respeito das viúvas em suas próprias igrejas, como se vê em 1 Timóteo 5.
28. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Além de recomendar a obrigatoriedade de visitarmos os órfãos e as viúvas,
a Epístola de Tiago menciona outro aspecto da verdadeira religião: guardar-se da
corrupção do mundo. A religião falsa está mergulhada no egoísmo, na corrupção e nos
interesses maléficos do sistema pecaminoso. A igreja deve manter-se longe da
corrupção. Estamos no mundo, mas não fazemos parte do seu sistema! O Evangelho
nada tem com os seus valores e preceitos.
29. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Não devemos nos adaptar ao sistema de valores do mundo, baseado no
dinheiro, no poder, e no prazer. A verdadeira fé não significa nada se estivermos
contaminados com estes valores. Tiago estava simplesmente ecoando as palavras do
Senhor Jesus em sua oração que é chamada “oração sumo sacerdotal” (Jo 17), em que
Jesus enfatizou que estava enviando os seus discípulos ao mundo, mas esperando que
eles não fossem do mundo. A medida que nos colocamos à disposição para servir a
Cristo no mundo, precisamos nos colocar continuamente sob a proteção desta oração. A
oração afirma duas coisas importantes: (1) nós permanecemos no mundo porque este é
o local onde Cristo quer que estejamos; e (2) nós teremos a proteção de Deus. O
guardar-se incontaminado do mundo significa evitar que pensemos e ajamos de acordo
com o sistema de valores da sociedade que nos cerca. Tal sociedade reflete amplamente
crenças e práticas contrárias à Palavra de Deus, ativamente anticristãs. O cristão que
vive “no mundo” corre o constante perigo de ter sobre si a mácula do sistema.
A verdadeira religião está em olharmos para o necessitado, irmos até ele e acolhê-lo.
30. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Subsídio Histórico-Cultural
"Se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao
espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de
como era (1.23,24). O verbo traduzido como 'contempla' é katanoounti, que indica 'um
escrutínio atento'. Esta pequena alegoria descreve uma pessoa que encontra um espelho e olha
intensamente para si mesma. A alegoria depende de uma questão simples. Por que as pessoas
olham-se no espelho? Embora alguns possam simplesmente desejar admirar-se, na maioria dos
casos nós olhamos no espelho para guiar nossos atos. Como devo pentear o meu cabelo? Meu
rosto está sujo? E nós agimos com base no que vemos. Mas o que acontece se olharmos com
atenção, e nos afastarmos, simplesmente esquecendo a sujeira em nosso rosto, ou aquela
mecha que fica em pé de maneira tão selvagem? Então o espelho terá provado ser totalmente
irrelevante e nosso exame completamente sem significado. Da mesma maneira, Tiago
argumenta que olhar para a Palavra de Deus e não agir de acordo com o que vemos ali significa
que o que encontramos nas Escrituras não tem significado para nós. Não é a pessoa que
conhece o que diz a Bíblia que é abençoada, mas sim a pessoa que faz o que a Bíblia diz
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007, p.514).
31. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Subsídio Teológico
"A Religião Pura e Imaculada (1.26,27). Fazendo eco com seu conselho anterior de
ser 'tardio no falar' (1.19), e antecipando discussões mais detalhadas do discurso humano que
aparecerão posteriormente (3.2-12; 4.11-16), Tiago revela, nesse ponto, que um dos sinais para
se saber se o comportamento religioso de alguém é ou não agradável a Deus, é a capacidade de
'manter a língua sob rédeas curtas'. Nesse conselho ele inclui a proibição contra discursos
vulgares ou mal intencionados, porém os dois exemplos de discurso impróprio, colocados
imediatamente após essa declaração, ilustram outras ofensas da linguagem humana que devem
ser refreadas pelos cristãos.Os crentes devem estar seguros de que suas palavras e suas ações
sejam consistentes umas com as outras. Tiago ilustra esse problema, ao lembrar a seus leitores
que já ofenderam a honra das pessoas que estão a seu lado, e que também acreditam que Deus
está especialmente preocupado com o uso de uma linguagem que mostre favoritismo dentro da
comunidade da fé, o que destrói a unidade da vontade de Deus (2.1-5). O discurso humano
tanto pode ser usado como sinal dos cuidados de uma piedade religiosa como serve até de
pretexto para a falta da prática daqueles atos que Deus poderia desejar (2.15,16).
32. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Subsídio Teológico
... Assim, os crentes deveriam falar apenas daquilo que estão desejosos de colocar
em prática: devem 'praticar o que pregam', e não cair em 'vazios religiosos'. Uma pessoa que
não controla sua língua, seu modo de falar, engana a si próprio, e sua religião não serve para
nada (v.26).
[...] Aos olhos de Deus, uma religião pura e imaculada tem tanto a ver com o que fazemos como
com o que deixamos de fazer. Em parte por ter suas raízes nos movimentos de renovação da
santidade, em parte por causa de sua rejeição ao 'movimento do evangelho social' do início do
século vinte, os pentecostais foram rápidos em realçar a santidade das pessoas e lentos ao se
pronunciar a respeito da responsabilidade social. Tiago nos lembra que isso não é uma questão
de 'fazer isto ou aquilo' mas de fazer 'tanto isto como aquilo'" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON,
French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2004, pp.1669,70).
33. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
Revista CPAD
Nessa semana aprendemos sobre o cuidado que devemos ter
com o ouvir e o falar. Estudamos também acerca da religião pura e
imaculada que alegra a Deus: visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações e
guardarmo-nos da corrupção do mundo. Que os nossos ouvidos estejam
prontos para ouvir, a nossa língua para falar sabiamente e a nossa vida
para praticar tudo quanto aprendemos do Evangelho. Embora estejamos
em um mundo turbulento, devemos exalar o bom perfume de Cristo por
onde formos (2 Co 2.15).
34. Assembléia de Deus
Ministério Shekinah
1. Tiago introduz o seu ensino sobre o "ouvir" e o "falar" destacando a expressão
"sabei isto". O que ele deseja demonstrar com essa expressão?
R. Com essa expressão, ele demonstra a sua preocupação pastoral com os seus leitores.
2. Segundo a lição, o que é ira?
R. A ira é um profundo sentimento de ódio e rancor contra a outra pessoa.
3. Qual é o guia maior do crente?
R. A Palavra de Deus.
4. O que ocorre quando não nos entregamos inteiramente ao Senhor?
R. Quem não se entrega inteiramente ao Senhor pratica uma religião vã e falsa.
5. Segundo a lição, qual é a religião que agrada a Deus?
R. A religião que agrada a Deus é aquela cujos discípulos professam e bendizem o seu nome,
visitando e acolhendo os necessitados nas suas aflições.