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BIBLIOTECA PERO VAZ DE CAMINHA




A BIBLIOTECA SAIU DA ESCOLA

  E LEVOU A POESIA À RUA
Há Palavras Que Nos Beijam


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)


Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
                                      RESTAURANTE O ALCAIDE
                   Alexandre O’Neil
PIZZA HUT
NA PRAIA DA BOA NOVA …


            Na praia lá da Boa Nova, um dia,
            Edifiquei (foi esse o grande mal)
            Alto Castelo, o que é a fantasia,
            Todo de lápis-lazúli e coral!


            Naquelas redondezas não havia
            Quem se gabasse dum domínio igual:
            Oh Castelo tão alto! parecia
            O território dum Senhor feudal!


            Um dia (não sei quando, nem sei donde)
            Um vento seco de deserto e spleen
            Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,
            O meu condado, o meu condado, sim!


            Porque eu já fui um poderoso Conde,
            Naquela idade em que se é conde assim...


            António Nobre




PIZZA HUT
PIZZA HUT
CANTICO NEGRO

                                                     Como, pois sereis vós
Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces   Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Estendendo-me os braços, e seguros                   Para eu derrubar os meus obstáculos?...
De que seria bom que eu os ouvisse                   Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
Quando me dizem: "vem por aqui!"                     E vós amais o que é fácil!
Eu olho-os com olhos lassos,                         Eu amo o Longe e a Miragem,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)             Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...                               Ide! Tendes estradas,
                                                     Tendes jardins, tendes canteiros,
A minha glória é esta:                               Tendes pátria, tendes tectos,
Criar desumanidade!                                  E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Não acompanhar ninguém.                              Eu tenho a minha Loucura !
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade                Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
Com que rasguei o ventre a minha mãe                 E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Não, não vou por aí! Só vou por onde                 Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Me levam meus próprios passos...                     Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
                                                     Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Se ao que busco saber nenhum de vós responde         Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
                                                     Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,             Ninguém me peça definições!
Redemoinhar aos ventos,                              Ninguém me diga: "vem por aqui"!
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,           A minha vida é um vendaval que se soltou.
A ir por aí...                                       É uma onda que se alevantou.
                                                     É um átomo a mais que se animou...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,                 Não sei para onde vou
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!   Não sei por onde vou
O mais que faço não vale nada.                       -Sei que não vou por aí!

                                                                                       José Régio
PINGO DOCE
PINGO DOCE
As Palavras Interditas


    Os navios existem e existe o teu rosto
    encostado ao rosto dos navios.
    Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
    partem no vento, regressam nos rios.
    Na areia branca, onde o tempo começa,
    uma criança passa de costas para o mar.
    Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
    É preciso partir, é preciso ficar.
    Os hospitais cobrem-se de cinza.
    Ondas de sombra quebram nas esquinas.
    Amo-te... E abrem-se janelas
    mostrando a brancura das cortinas.
    As palavras que te envio são interditas
    até, meu amor, pelo halo das searas;
    se alguma regressasse, nem já reconhecia
    o teu nome nas minhas curvas claras.
    Dói-me esta água, este ar que se respira,
    dói-me esta solidão de pedra escura,
    e estas mãos noturnas onde aperto
    os meus dias quebrados na cintura.
    E a noite cresce apaixonadamente.
    Nas suas margens vivas, desenhadas,
    cada homem tem apenas para dar
    um horizonte de cidades bombardeadas.


                              Eugénio de Andrade


FARMÁCIA MARQUES MENDONÇA
COLÉGIO LUSO-FRANCÊS
PÃO QUENTE A PADEIRINHA
PASTELARIA
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Fanatismo


Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer
astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!...“

                   Florbela Espanca

                PASTELARIA
A PADEIRINHA
E POR VEZES


E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes


encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes


ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos


E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.


                   David Mourão Ferreira
FARMÁCIA DO AMIAL
PASTELARIA A DIVINAL
AVÉ-MARIAS

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,              E o fim de tarde inspira-me; e incomoda!
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia        De um couraçado inglês vogam os escaleres;
                                                    E em terra num tinir de louças e talheres
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
                                                    Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;               Num trem de praça arengam dois dentistas;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba          Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Toldam-se duma cor monótona e londrina              Os querubins do lar flutuam nas varandas;
                                                    Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!        Vazam-se os arsenais e as oficinas
Ocorrem-me em revista exposições, países;           Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
                                                    E num cardume negro, hercúleas galhofeiras,
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
                                                    Correndo com firmeza, assomam as varinas.
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:                 Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Como morcegos, ao cair das badaladas,               Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
                                                    E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Saltam de viga os mestres carpinteiros.
                                                    Os filhos que depois naufragam nas tormentas.
Voltam os calafates, aos magotes,
                                                    Descalças! Nas descargas de carvão,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
                                                    Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.          E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
                                                    E o peixe podre gera os focos de infecção!
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
                                                                                        Cesário Verde, 1880
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
PASTELARIA A DIVINAL
PASTELARIA A DIVINAL
O PORTUGAL FUTURO


O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro.


                                    Ruy Belo


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Biblioteca leva poesia à rua

  • 1. BIBLIOTECA PERO VAZ DE CAMINHA A BIBLIOTECA SAIU DA ESCOLA E LEVOU A POESIA À RUA
  • 2. Há Palavras Que Nos Beijam Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca, Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca. Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto, Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto. De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas, inesperadas Como a poesia ou o amor. (O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído, No papel abandonado) Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes RESTAURANTE O ALCAIDE Alexandre O’Neil
  • 4. NA PRAIA DA BOA NOVA … Na praia lá da Boa Nova, um dia, Edifiquei (foi esse o grande mal) Alto Castelo, o que é a fantasia, Todo de lápis-lazúli e coral! Naquelas redondezas não havia Quem se gabasse dum domínio igual: Oh Castelo tão alto! parecia O território dum Senhor feudal! Um dia (não sei quando, nem sei donde) Um vento seco de deserto e spleen Deitou por terra, ao pó que tudo esconde, O meu condado, o meu condado, sim! Porque eu já fui um poderoso Conde, Naquela idade em que se é conde assim... António Nobre PIZZA HUT
  • 6.
  • 7.
  • 8. CANTICO NEGRO Como, pois sereis vós Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Estendendo-me os braços, e seguros Para eu derrubar os meus obstáculos?... De que seria bom que eu os ouvisse Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, Quando me dizem: "vem por aqui!" E vós amais o que é fácil! Eu olho-os com olhos lassos, Eu amo o Longe e a Miragem, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) Amo os abismos, as torrentes, os desertos... E cruzo os braços, E nunca vou por ali... Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, A minha glória é esta: Tendes pátria, tendes tectos, Criar desumanidade! E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Não acompanhar ninguém. Eu tenho a minha Loucura ! - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, Com que rasguei o ventre a minha mãe E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Não, não vou por aí! Só vou por onde Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém. Me levam meus próprios passos... Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Se ao que busco saber nenhum de vós responde Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Por que me repetis: "vem por aqui!"? Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Ninguém me peça definições! Redemoinhar aos ventos, Ninguém me diga: "vem por aqui"! Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A minha vida é um vendaval que se soltou. A ir por aí... É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, Não sei para onde vou E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! Não sei por onde vou O mais que faço não vale nada. -Sei que não vou por aí! José Régio
  • 11. As Palavras Interditas Os navios existem e existe o teu rosto encostado ao rosto dos navios. Sem nenhum destino flutuam nas cidades, partem no vento, regressam nos rios. Na areia branca, onde o tempo começa, uma criança passa de costas para o mar. Anoitece. Não há dúvida, anoitece. É preciso partir, é preciso ficar. Os hospitais cobrem-se de cinza. Ondas de sombra quebram nas esquinas. Amo-te... E abrem-se janelas mostrando a brancura das cortinas. As palavras que te envio são interditas até, meu amor, pelo halo das searas; se alguma regressasse, nem já reconhecia o teu nome nas minhas curvas claras. Dói-me esta água, este ar que se respira, dói-me esta solidão de pedra escura, e estas mãos noturnas onde aperto os meus dias quebrados na cintura. E a noite cresce apaixonadamente. Nas suas margens vivas, desenhadas, cada homem tem apenas para dar um horizonte de cidades bombardeadas. Eugénio de Andrade FARMÁCIA MARQUES MENDONÇA
  • 13. PÃO QUENTE A PADEIRINHA
  • 16. Fanatismo Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! Tudo no mundo é frágil, tudo passa..." Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!...“ Florbela Espanca PASTELARIA
  • 17.
  • 19. E POR VEZES E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites não dos meses lá no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se envolam tantos anos. David Mourão Ferreira
  • 22. AVÉ-MARIAS Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, E o fim de tarde inspira-me; e incomoda! Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia De um couraçado inglês vogam os escaleres; E em terra num tinir de louças e talheres Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; Num trem de praça arengam dois dentistas; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Um trôpego arlequim braceja numas andas; Toldam-se duma cor monótona e londrina Os querubins do lar flutuam nas varandas; Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas! Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Vazam-se os arsenais e as oficinas Ocorrem-me em revista exposições, países; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas galhofeiras, Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo! Correndo com firmeza, assomam as varinas. Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Vêm sacudindo as ancas opulentas! Como morcegos, ao cair das badaladas, Seus troncos varonis recordam-me pilastras; E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Saltam de viga os mestres carpinteiros. Os filhos que depois naufragam nas tormentas. Voltam os calafates, aos magotes, Descalças! Nas descargas de carvão, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Desde manhã à noite, a bordo das fragatas; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E apinham-se num bairro aonde miam gatas, E o peixe podre gera os focos de infecção! E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! Cesário Verde, 1880 Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
  • 25. O PORTUGAL FUTURO O Portugal futuro é um país aonde o puro pássaro é possível e sobre o leito negro do asfalto da estrada as profundas crianças desenharão a giz esse peixe da infância que vem na enxurrada e me parece que se chama sável Mas desenhem elas o que desenharem é essa a forma do meu país e chamem elas o que lhe chamarem Portugal será e lá serei feliz Poderá ser pequeno como este ter a oeste o mar e a Espanha a leste tudo nele será novo desde os ramos à raiz À sombra dos plátanos as crianças dançarão e na avenida que houver à beira-mar pode o tempo mudar será verão Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz mas isso era o passado e podia ser duro edificar sobre ele o Portugal futuro. Ruy Belo RESTAURANTE O ALCAIDE