geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
Discussões a cerca do conceito região
1.
2. Histórico
Deriva do latim “regere”, composta pelo radical “reg”, que
deu origem a outras palavras como regente, regência, regra
etc.
“regione” no Imp. Romano era a denominação para áreas
que dispunham de uma administração local, mas estavam
subordinados às regras gerais de Roma.
Filósofos interpretam este conceito como um momento
histórico em que surge a relação entre a centralização do
poder em um local e a extensão dele sobre uma área de
diversidade social, cultural e espacial.
Estado moderno Europeu – Discurso de união regional face
a um inimigo comercial, cultural ou militar exterior.
3. Mudança do conceito
Antiguidade Clássica – relacionado a questão da relação
entre a centralização administrativa e a diversidade espacial
(diversidade física, cultural, econômica e política).
Contemporaneidade – redefinição do papel do Estado,
quebra de pactos territoriais, ressurgimento de questões
regionais (nacionalismo/regionalismo fragmentado)
Por uma nova centralidade dos focos hegemônicos de uma
político-econômica imposta pelo capitalismo mundial vemos
o desejo de autonomia
4. Diversas noções de regiões
Senso Comum - Relacionada a dois princípios:
localização e extensão.
Unidade administrativa – Divisão regional relacionada
a hierarquia e controle na administração do Estado.
Ciências – Associada à localização de um certo
domínio (espécie, afloramento, clima, bioma etc).
5. Geografia – Região natural nasce da ideia de o
ambiente tem certo domínio sobre a orientação do
desenvolvimento da sociedade (determinismo).
A natureza pode influenciar e moldar certos gêneros
de vida, mas é sempre a sociedade que tem a
responsabilidade da escolha (Possibilismo).
“O meio ambiente propõe, o homem dispõe” (L. Fébvre,
1922).
6. As regiões existem como unidades básicas do saber
geográfico, não como unidades morfológicas e
fisicamente pré-constituídas mas sim como o resultado
do trabalho humano em um determinado ambiente.
Assim, estudos regionais passam a analisar e a
descrever as características físicas e depois humanas.
7. Hartshore (1939) propõe a Geografia Idiográfica e a
Nomotética.
Idiográfica
Descritiva, únicos e compreendidos por suas
particularidades; não há leis ou normas gerais.
Nomotética
Fatos que são regulares e comuns; estabelece modelos
que podem antecipar resultados a partir de variáveis
fundamentais.
8. Geografia ciência Idiográfica, visto que estudava o
espaço terrestre que é diferenciado e único em cada
paisagem (Hettner, Séc XIX).
Ciências naturais estão mais próximas do modelo
nomotético, enquanto as ciências sociais, pelo caráter
único dos fenômenos que estudam se identificam
muito mais ao modelo idiográfico (Hastshore, 1939).
Duas décadas como referência fundamental nas
discussões metodológicas na geografia.
9. Renovações na década de 1950.
Crítica da e à Geografia Clássica:
A Geografia na perspectiva regional – descritiva, Sem
status de ciência, se limitava à descrição sem
estabelecer relações ou análises.
O estabelecimento de regiões passa a ser uma técnica
da Geografia, um meio para demonstração de uma
hipótese e não mais um produto final do trabalho de
pesquisa.
10. Regionalização passou a ser tarefa de dividir o espaço
segundo diferentes critérios e que variam segundo as
intenções explicativas de cada pesquisa.
Surgindo assim, dois tipos fundamentais de região:
Homogêneas
Variáveis de análise definindo espaços homogêneos
Funcionais ou polarizadas
Apresentam ligações de fluxos e redes
11. Atualmente há diversos recortes regionais:
Grupos de Estados (UE; Nafta);
Parcelas subnacionais;
Parcelas supranacionais, com forte identidade cultural
(Mundo árabe).
12.
13. O IBGE e a divisão regional oficial do Brasil -
antecedentes
Nasce em 1934, sob a designação de Instituto
Nacional de Estatística;
1936 – início das atividades
1938 - nome se altera para Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
Contexto histórico: governo ditatorial de Getúlio
Vargas (1930-1945); planejamento territorial e
integração nacional como fundamentos.
14. Divisões regionais do Brasil segundo o IBGE
Ao longo de sua existência, o IBGE adotou divisões
regionais do Brasil, a última delas (1990) resultante da
criação de Tocantins e de sua inserção na Região
Norte;
15. 1913
A primeira proposta de
divisão regional do
Brasil surgiu em 1913,
para ser utilizada no
ensino de geografia.
Os critérios utilizados
para esse processo foram
apenas aspectos físicos –
clima, vegetação e relevo.
Dividia o país em cinco
regiões: Setentrional,
Norte Oriental, Oriental,
Meridional.
16. 1940
O IBGE elaborou uma nova
proposta de divisão para o país
que, além dos aspectos físicos,
levou em consideração aspectos
socioeconômicos.
Norte: Amazonas, Pará,
Maranhão, Piauí e o território do
Acre.
Nordeste: Ceará, Rio Grande do
Norte, Pernambuco, Paraíba e
Alagoas.
Centro: Goiás, Mato Grosso e
Minas Gerais.
Leste: Bahia, Sergipe e Espírito
Santo.
Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Rio de
Janeiro.
17. 1945
O Brasil possuía sete
regiões: Norte, Nordeste
Ocidental, Nordeste
Oriental, Centro-Oeste,
Leste Setentrional, Leste
Meridional e Sul.
Norte: Criado o território
de Rio Branco (RR); o
Amapá.
MT perdeu uma porção a
noroeste (batizado como
território de Guaporé) e
outra ao sul (chamado
território de Ponta Porã).
No Sul, PR e SC foram
cortados a oeste e o
território de Iguaçu foi
criado.
18. 1950
Os territórios de Ponta Porã e
Iguaçu foram extintos e os
estados do Maranhão e do Piauí
passaram a integrar a região
Nordeste.
Leste: Bahia, Minas Gerais,
Espírito Santo, Rio de Janeiro.
1960 - Brasília foi criada e o
Distrito Federal, e a capital virou
Estado da Guanabara.
1962 - Acre tornou-se estado
autônomo e o território de Rio
Branco ganhou o nome de
Roraima.
19. 1970
O Brasil ganhou o desenho
regional atual.
Sudeste: São Paulo e Rio de
Janeiro sendo agrupados a
Minas Gerais e Espírito
Santo.
Nordeste: recebeu Bahia e
Sergipe.
Centro-Oeste: Goiás, Mato
Grosso, dividido alguns anos
depois, dando origem ao
estado de Mato Grosso do
Sul.
20. 1990
Constituição de 1988.
Divisão de Goiás em GO e
TO, este se incorpora a
região Norte.
Roraima, Amapá e Rondônia
tornaram-se estados
autônomos.
Fernando de Noronha
deixou de ser federal e foi
incorporado a Pernambuco.
21. Aplicabilidade da divisão regional oficial
elaboração de políticas públicas;
subsídio ao sistema de decisões quanto à localização de
atividades econômicas, sociais e tributárias;
subsídio ao planejamento, estudos e identificação das
estruturas espaciais de regiões metropolitanas e outras
formas de aglomerações urbanas e rurais.
22. Outras propostas
O conhecimento é um produto histórico =
desenvolvimento teórico sobre um objeto +
conhecimento do objeto
Autor, obra e época são mutuamente explicativos.
Daí a necessidade de não dissociar “produtor,
produzido e contexto da produção”. (Moraes, 2005)
23. Roberto Lobato Corrêa e os 3 Brasis
Geógrafo pela UFRJ e especializações em Geografia
Humana e Econômica na França e EUA.
24. Pressupostos da proposta do Lobato Corrêa
Processos sociais e econômicos pós década de 1950
geraram uma nova regionalização caracterizada
por 3 grandes regiões:
Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS, MS, GO e
DF)
Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL e BA)
Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, MT, TO e
MA)
25. Regionalização do Brasil segundo Roberto Lobato
Corrêa – 1989.
Fonte: SILVA, Simone Affonso, 2010.
26. Fundamentos
As grandes regiões são uma expressão da DTT:
“A nova divisão territorial do trabalho desfaz e refaz a
organização espacial e a cada etapa a desigualdade
sócio-espacial é refeita; a regionalização é refeita,
desfazendo antigas regiões que tiveram existência sob
outros processos e condições.” (Corrêa, 2001)
27. Elementos da diferenciação espacial
Distintas especializações produtivas
Distintos modos e intensidade da circulação, do
consumo e da gestão de atividades
Distintos arranjos espaciais
Distintos níveis de articulação interna
28. Região Centro-Sul
Concentração dos principais centros de gestão
econômica e política do país (SP, RJ e Brasília)
Concentração da produção industrial
Alto grau de urbanização/metropolização
Densa rede de circulação
Principal área agropecuária do país
Grande mobilidade interna
Concentração de renda
Força política
29. Região Nordeste
Importância declinante da agropecuária no
contexto nacional
Perda demográfica
Atividades mais dinâmicas voltadas “para fora”
Pequeno grau de articulação interna/pequena
divisão inter-regional do trabalho
Baixo nível de renda da população
Menor variedade e densidade das formas espaciais
Importância política ‘desmesurada’
30. Amazônia
Fronteira do capital
Apropriação dos recursos naturais
Dizimação física e cultural da base social prévia
Receptora de correntes migratórias, sobretudo de
nordestinos
Investimentos pontuais de capital
Integração ao Centro-Sul
Diferentes tipos de conflitos sociais
32. Pressupostos da proposta de Milton Santos
As diferenciações no território:
“ A noção de desigualdade territorial persiste nas
condições atuais. Todavia, produzir uma tipologia de
tais diferenciações é, hoje, muito mais difícil do que
nos períodos históricos precedentes. As desigualdades
territoriais do presente têm como fundamento um
número de variáveis bem mais vasto, cuja
combinação produz uma enorme gama de situações
de difícil classificação (Santos, 2001)
35. Região Concentrada
O meio técnico-científico-informacional se implantou
sobre um meio mecanizado, portador de um denso sistema
de relações, decorrente, em parte de uma urbanização
importante, ao padrão de consumo das empresas e das
famílias e a uma vida comercial mais intensa;
Atividades ligadas à globalização, aumento da importância
dos capitais fixos, dos capitais constantes e da circulação.
36. Região Centro-Oeste
Área de “ocupação periférica” recente;
O meio técnico-científico-informacional se estabelece
sobre um território praticamente “natural” ou “pré-técnico”,
onde a vida de relações era rala e precária;
Região produtora de uma agricultura globalizada, com alto
consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas e utilização
de tecnologia de ponta.
37. Nordeste
Área de povoamento antigo, onde a constituição de um
meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa;
Agricultura de subsistência e com baixos níveis de
mecanização;
Numerosos núcleos urbanos, mas com uma urbanização
“raquítica”
38. Amazônia
Última a ampliar sua mecanização;
Forte participação do transporte aéreo de cargas em função
de sua geografia;
Sua ocupação decorre de um conhecimento fundado em
modernos satélites e radares;
Existências de áreas de agricultura moderna e “cidades-
cogumelo”;
Convivência entre sistemas de movimento modernos e
rápidos e sistemas de movimento lentos (estes a serviço de
atividades tradicionais).
40. Atual nas áreas de Geografia Urbana,
Regionalização, Análise Regional
Pedro Pinchas Geiger
41. Pressupostos da proposta do Pedro Pinchas Geiger
Processo histórico de formação do território brasileiro
Regiões: semelhanças históricas, econômicas e culturais →
complexos regionais
Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS e parte de GO e MT)
Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA, parte do MA e
norte de MG)
Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, parte do MT, de GO e
do MA)
43. Fundamentos
“...a regionalização decorre do fato de que, em qualquer forma
de organização, estabelece-se um núcleo e uma periferia
com interação. Verifica-se que no espaço pode resultar,
desta interação, a criação de novos núcleos na periferia, em
geral de hierarquia inferior ao primeiro; evolui-se, portanto,
para um sistema hierarquizado de núcleos e periferias.”
(Geiger, 1970 apud Bezzi, 1999)
44. Região Centro-Sul
Região economicamente mais dinâmica
Principal destino de migrantes do país
Região mais industrializada
Agricultura de exportação
45. Região Nordeste
Região mais pobre do país
Indicadores sociais ruins
Concentração populacional na faixa litorânea
Riqueza cultural
46. Amazônia
Baixa densidade demográfica/vazios demográficos
Concentração populacional em Manaus e Belém
Economia baseada no extrativismo
Destaque para a industrialização no PIM