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DEFINITIVO, COMO  TUDO QUE É SIMPLES! Carlos Drummond de Andrade
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se  cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?  O certo seria a gente não sofrer,  apenas agradecer por termos conhecido  uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,  um tempo feliz. 
Sofremos por quê?  Porque automaticamente esquecemos  o que foi desfrutado e passamos a sofrer  pelas nossas projeções irrealizadas,  por todas as cidades que gostaríamos  de ter conhecido ao lado do nosso amor  e não conhecemos.
Por todos os filhos que gostaríamos  de ter tido junto e não tivemos, por  todos os shows  e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado,  e não compartilhamos.  Por todos os beijos cancelados,  pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando à ela  nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos  compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.  Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro  está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?  A resposta é simples como um verso:  Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.  A dor é  inevitável.  O sofrimento é  opcional.
Créditos: Texto: Carlos Drummond de Andrade Imagens: Internet Música: Roger Williams The impossible dream   Formatação: Beth Norling www.mensagensvirtuais.com.br

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Como aliviar a dor do que não foi vivido

  • 1. DEFINITIVO, COMO TUDO QUE É SIMPLES! Carlos Drummond de Andrade
  • 2. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se  cumpriram.
  • 3. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. 
  • 4. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos.
  • 5. Por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows  e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
  • 6. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
  • 7. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando à ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos  compreender.
  • 8. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro  está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
  • 9. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!
  • 10. A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é  inevitável. O sofrimento é  opcional.
  • 11. Créditos: Texto: Carlos Drummond de Andrade Imagens: Internet Música: Roger Williams The impossible dream Formatação: Beth Norling www.mensagensvirtuais.com.br