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CANTIGAS_LIRICAS_E_SATIRICAS_(e__MPB).pdf

JoyCosta6
Jan. 23, 2023
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CANTIGAS_LIRICAS_E_SATIRICAS_(e__MPB).pdf

  1. TROVADORISMO CANTIGAS LÍRICAS E SATÍRICAS Profa. Ana Maria Vieira Silva Literatura Portuguesa I Turma: Letras 2019
  2. CANTIGAS LÍRICAS: Cantigas de Amor
  3. CANTIGA DE MESTRIA OU MAESTRIA  As cantigas de mestria não possuem um refrão o que quer dizer que não tem repetição em suas coblas (estrofes) e em suas palavras (versos). Por tratar-se de um esquema estrófico mais complexo, intelectualizado, são mais comuns nas cantigas de amor.  Cantiga “Ai eu de min, e que será?” de Nuno Fernández  Ai eu de min, e que será? Que fui tal dona querer ben a que non ouso dizer ren de quanto mal me faz haver. E feze-a Deus parecer melhor de quantas no mund'ha.  Mais en grave día nací, se Deus conselho non m'i der; ca destas coitas qual-xe-quer m'é min mui grave d'endurar, como non lh'ousar a falar, e ela parecer assí,  Ela, que Deus fez por meu mal! Ca ja lh'eu sempre ben querrei, e nunca end'atenderei con que folgu'o meu coraçón, que foi trist', ha i gran sazón, polo seu ben, ca non por al.
  4. PARALELISMO
  5. CANTIGA DE AMIGO: RIMAS
  6. CANTIGA DE AMIGO: PARALELISMO
  7. CANTIGA DE MALDIZER – Autor: Afonso Eanes de Coton  Marinha, o teu folgar tenho eu por desacertado, e ando maravilhado de te não ver rebentar; pois tapo com esta minha boca, a tua boca, Marinha; e com este nariz meu, tapo eu, Marinha, o teu;  com as mãos tapo as orelhas, os olhos e as sobrancelhas, tapo-te ao primeiro sono; com a minha piça o teu cono; e como o não faz nenhum, com os colhões te tapo o cu. E não rebentas, Marinha?
  8. ACOMPANHAMENTO MUSICAL  Aliança entre a poesia, a música, o canto e a dança;  As cantigas eram acompanhadas de instrumento de SOPRO (anafil, antiga trompeta; doçaina, espécie de charamela; exabeba ou axabeba, espécie de flauta usada pelos árabes; flauta; gaita; trompa), CORDA (alaúde; arrabil ou rabil, rabeca mourisca, espécie de violino; bandurra, guitarra de braço curto; cítola, instrumento da família do alaúde; giga, semelhante ao bandolim, tocado com arco; harpa; saltério, instrumento de corda de origem oriental, triangular ou trapezoidal; viola) e PERCUSSÃO (adufe, espécie de pandeiro; pandeiro; tambor). In: MOISÉS, Massaud. A literatura Portuguesa).
  9. TERMINOLOGIA POÉTICA  Os recursos formais mais frequentes eram:  PALAVRA: assim era chamado o verso. Quando fosse branco, sem rima, denominava-as palavra- perduda.  COBRA: nome dado à estrofe. Cobras singulares eram estrofes com rimas próprias; cobras uníssonas, quando as rimas eram comuns.  TALHO: a forma da estrofe.  FIINDA: estrofe de estrutura própria, mas ligada pela rima ao resto da cantiga.  ATAFINDA: Quando o final de um verso ou de uma estrofe liga-se diretamente ao início do seguinte, sem interrupção de sentido ou de ritmo. Denomina-se cantiga de atafinda a composição que emprega essa recurso de forma sistemática. É o que hoje denominamos de encadeamento ou enjambement.  DOBRE e MORDOBRE: Consistiam na repetição de uma palavra ou mais no interior da mesma estrofe, exatamente como tal (dobre) ou em uma uma de suas formas variadas (mordobre).  LEIXA-PREN (deixa-prende): É o recurso formal de apanhar o último verso de uma estrofe (que não seja o refrão) e com ele iniciar a estrofe seguinte, inteiro ou com ligeira variação.  PARALELÍSTICA: Quando o sentimento poético se mantinha inalterado ao longo das estrofes e, para exprimi-lo, o trovador recorria às mesmas expressões, apenas utilizando sinônimos nas rimas. Isso se chama paralelismo e as cantigas que se utilizam desse recurso são denominadas cantigas paralelísticas.  CANTIGA DE TENÇÃO: Cantiga dialogada, em que o eu-lírico dialoga com a mãe, uma amiga ou com a natureza. Demonstrando o seu aborrecimento, a sua angústia ou solidão pela ausência do amado.  In: MOISÉS, massaud. A Literatura Portuguesa.
  10. TROVADORES: HIERARQUIA  TROVADOR: Era o poeta com todas as qualidades que a moda palaciana requeria: compunha, cantava e podia instrumentar as cantigas. Era, não poucas vezes, fidalgo decaído.  JOGRAL: Era uma designação menos precisa: podia se referir ao saltimbanco, ao truão, ao ator mímico, ao músico e, por vezes, ao que compunha suas melodias. Não era nobre. Vivia do pagamento recebido por seus méritos; podia subir socialmente e se tornar trovador.  SEGREL: Não tinha uma situação definida; colocava-se entre o jogral e o trovador, consistindo numa espécie de “jogral-trovador”, que ia de corte a corte para desempenhar, a troco de soldo, o seu ofício de interpretar cantigas próprias ou alheias.  MENESTREL: Músico e cantor oficial da corte.  JOGRALESA OU SOLDADEIRA: moça que dançava, cantava e tocava castanholas ou pandeiro acompanhando os trovadores, jograis, segréis ou menestréis. Eram chamadas de soldadeiras porque recebiam, pagamento, sendo que muitas vezes tinham fama de prostitutas.  In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa.
  11. IMPORTÂNCIA DAS CANTIGAS TROVADORESCAS PARA A MPB  O período medieval representou a riqueza da musicalidade poética. Cantar o amor através das grandes cantigas líricas, ou até manifestar-se de modo irônico e depreciativo nas cantigas satíricas, comprovam que as cantigas trovadorescas transcenderam os tempos e ainda enaltecem grandes músicos na atualidade. Busca-se na pureza d’alma dos artistas trovadorescos a essência do sentimentalismo para produções contemporâneas dos músicos brasileiros, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Betânia, Ana Carolina, Maísa, Sá e Guarabira, Gabriel o Pensador, Amado Batista, entre muitos outros.  O entrelaçamento da Literatura com a História propicia aos admiradores das manifestações artísticas o privilégio de adentrar às palavras escritas nas grandes melodias e não apenas ficar na superficialidade das músicas. Depreendem-se sentidos para o modo como estas cantigas foram produzidas e o modo como trazem o cunho histórico do passado, das outras culturas – perpetuadas nas palavras, com seus resíduos literários, e enaltecidas através das artes.  O Trovadorismo, portanto, está personificado e atemporalizado através da MPB. Na música brasileira, encontram-se muitos trovadores líricos e satíricos. Na melodia desses artistas da poesia musical, homens e mulheres vagueiam nos sentimentos: sofrem, inquietam-se, riem, lamentam a perda do ente querido, buscam o amado, ajoelham-se querendo um possível perdão, almejam descer a amada do seu pedestal, rastejam-se pelo chão do coração e adentram o paraíso da paixão. Mesmo que inconscientemente, esses compositores e cantores apresentam sua arte de trovar, que é sua arte de viver, de fazer cantigas que marcam a humanização do ser humano. A grandiosidade dos sentimentos, registrada desde os tempos longínquos e trovada na Idade Média pelos trovadores, retrata um dos resíduos mais significativos para a humanidade: o resíduo do amor (seja vassalo, correspondido ou ausente!). A Música Popular Brasileira resgata, com sua residualidade, mas também reproduz o tom irônico, sarcástico e até desmoralizante das cantigas de escárnio e de maldizer.
  12. IMPORTÂNCIA DAS CANTIGAS TROVADORESCAS PARA A MPB Atrás da Porta – Chico Buarque  Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei Eu te estranhei Me debrucei Sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos No teu peito (Nos teus pelos)* Teu pijama Nos teus pés Ao pé da cama Sem carinho, sem coberta No tapete atrás da porta Reclamei baixinho  Dei pra maldizer o nosso lar Pra sujar teu nome, te humilhar E me vingar a qualquer preço Te adorando pelo avesso Pra mostrar que inda sou tua Só pra provar que inda sou tua... Dona – Sá e Guarabira  Dona Desses traiçoeiros Sonhos Sempre verdadeiros Oh, Dona Desses animais Dona Dos teus ideais  Pelas ruas onde andas, onde mandas todos nós Somos sempre mensageiros esperando tua voz Teus desejos uma ordem, nada é nunca, nunca é não Por que tens essa certeza dentro do teu coração  Tam, tam, tam, batem na porta, não precisa ver quem é Pra sentir a impaciência do teu pulso de mulher Um olhar me atira à cama, um beijo me faz amar Não levanto, não me escondo porque sei que és minha dona  Dona Desses traiçoeiros Sonhos Sempre verdadeiros Oh, Dona Desses animais Oh, dona Dos teus ideais  Não há pedra em teu caminho, não há ondas no teu mar Não há vento ou tempestade que te impeçam de voar Entre a cobra e o passarinho, entre a pomba e o gavião Ou teu ódio ou teu carinho nos carregam pela mão  É a moça da cantiga, a mulher da criação Umas vezes nossa amiga, outras nossa perdição O poder que nos levanta, a força que nos faz cair Qual de nós ainda não sabe que isso tudo te faz dona
  13. IMPORTÂNCIA DAS CANTIGAS TROVADORESCAS PARA A MPB Cinquenta reais – Naiara Azevedo  Bonito! Ha-ha-ha Que bonito, ein? Que cena mais linda Será que eu estou Atrapalhando o casalzinho aí? Que lixo! Cê tá de brincadeira! Então é aqui o seu futebol? Toda quarta-feira E por acaso esse motel É o mesmo que me trouxe na lua de mel? É o mesmo que você me prometeu o céu E agora me tirou o chão? E não precisa se vestir Eu já vi tudo que eu tinha que ver aqui Que decepção, 1 a 0 pra minha intuição Não sei se dou na cara dela ou bato em você Mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer E pra ajudar pagar a dama que lhe satisfaz Toma aqui um 50 reais Não sei se dou na cara dela ou bato em você Mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer E pra ajudar pagar a dama que lhe satisfaz Toma aqui um 50 reais Vai começar a putaria – MR. Catra  Vai começar a putaria!  A partir desse exato momento, não existe mais brabo na casa A partir desse exato momento, quem manda nessa porra são as meninas, gostosas A festa é de vocês, hein! [...]  Senta, senta, senta Senta, senta, senta Ela senta, ela senta, ela senta Ai, que delicia, vai! Senta, senta senta [...]  Quê que foi? Gostoso? Ah, gostoso é você de quatro na minha cama Oi, oi, oi, oi Vamo começar assim  A pretinha tá que tá Oi, ela tá que tá Oi, ela tá que tá Tá doidinha pra hm Doidinha pra ui Doidinha pra ahn  [...]
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