O documento discute as propriedades, usos e riscos do benzeno. O benzeno é um hidrocarboneto aromático volátil e inflamável utilizado na produção de outros compostos químicos e combustíveis. A exposição ao benzeno pode causar leucopenia, câncer e outros problemas de saúde graves. O documento também descreve regulamentações para proteger trabalhadores expostos ao benzeno.
2. O Benzeno é um hidrocarboneto classificado como
hidrocarboneto aromático.
E é a base para esta classe de hidrocarbonetos: todos os
aromáticos possuem um anel benzênico (benzeno),
que, por isso, é também chamado de anel aromático,
possui a fórmula C 6H6.
3. À temperatura ambiente, o benzeno é um líquido
volátil, estável e incolor;
É altamente inflamável;
Além de inflamável e incolor, tem um aroma doce e
agradável;
Tem efeito anestésico geral;
4.
5. O nome benzeno deriva do ácido benzoico, que foi
descoberto no século XVI, e que recebeu este nome
por ter sido obtido pela essência do benjoeiro.
O benzeno foi descoberto em 1825 por Michael
Faraday (1791 - 1867) no gás de iluminação usado
em Londres na época.
Em 1834, o químico Edilhardt Mitscherlich
determinou a fórmula molecular do benzeno como
sendo C6H6.
Só em 1865, Kekulé(1829 - 1896) propôs a idéia de
um anel hexagonal para a fórmula C6H6.
6. É utilizado como matéria prima para síntese de
outros compostos orgânicos e como aditivo nos
combustíveis para veículos, substituindo, em
parte, o chumbo.
7. O Benzeno é encontrado em detergentes,
refrigerantes, antissépticos bucais, plásticos,
sabão em pó, gasolina, anilina , tintas, copos
descartáveis, isopor, nylon, etc.
8. As indústrias que envolvem o uso de benzeno
incluem a indústria da borracha, refinarias de
petróleo, indústrias químicas, fabricantes de
calçados e indústrias conexas à gasolina.
O benzeno era utilizado como um solvente comum
na industria, bem como o tíner e aguarrás;
Devido ao seu alto perigo à saúde e à vida,
facilmente reconhecido por sua própria história, o
benzeno foi substituído por tolueno, que ainda
continha 25% de benzeno, e o tolueno substituído
na industria pelo xileno. Um processo de
substituição gradativo que durou décadas.
9. A espuma de poliuretano, muito utilizada em
isolamentos acústicos, é produzida por anilina,
que por sua vez deriva-se do benzeno.
10. Medicamentos, corantes, perfumes, adoçantes
de sacarina, detergentes e etc., também
possuem benzeno, que por sua vez encontra-se
na composição do tolueno.
11. Desinfetantes comuns também possuem uma
certa quantidade de benzeno, que por sua vez
estão localizados nas cadeias aromáticas do
fenol.
12. Perigos para o ser
humano
O benzeno produz um
considerável número de
efeitos biológicos.
Os efeitos agudos do
benzeno refletem a sua
atividade como anestésico
geral e podem conduzir a
uma depressão do sistema
nervoso central , perda da
consciência entre outros.
13. Os vapores do benzeno, se inalados, causam
tontura, dores de cabeça e até mesmo
inconsciência. Se inalados em pequenas
quantidades por longos períodos causam sérios
problemas sanguíneos, como leucopenia.
Na história recente, tem havido muitos
exemplos dos efeitos nocivos para a saúde do
benzeno e seus derivados. A síndrome do óleo
tóxico causou imunossupressão localizada em
Madrid em 1981 de pessoas ingerindo óleo de
colza contaminado com anilida.
14. Leucopenia
A leucopenia é a redução no número
de leucócitos, por volume
de sangue circulante. Os leucócitos,
também conhecidos como glóbulos
brancos, são células presentes no sangue e
produzidas na medula óssea e no tecido
linfático.
São chamados de glóbulos brancos, pois,
ao contrário das hemácias (glóbulos
vermelhos), não possuem pigmentos.
Realizar a defesa do organismo contra
agentes infecciosos, isso se dá pelo seu
potencial de produzir anticorpos.
A exposição ao benzeno é uma das
principais causas motrizes para o
desenvolvimento da leucopenia, pois, em
após um longo tempo exposto ao agente,
as cadeias aromáticas acabam por causar
danos e supressões na medula óssea, onde
originam-se os leucócitos. Logo, o sangue
fica vulnerável sem suas células básicas
de defesa.
15. A Síndrome de Fadiga
Crônica
também foi correlacionada
com as pessoas que comem
alimento "desnaturado“ – que
sofre desnaturação de
proteínas – que utilizou
solventes para remover a
gordura ou que contenham
ácido benzoico, mas a
causalidade não está
provada.
16. Síndrome do
Óleo Tóxico
Foi um surto de uma doença
ocorrido na Espanha, no ano de
1981, levando muitas pessoas à
morte. Caracterizava-se por
intensas mialgias e infiltrados
pulmonares;
Teve como causa a ingestão de
um óleo fraudulentamente
comercializado como azeite de
oliva, o óleo de colza.
Ele foi vendido por vendedores
ambulantes como sendo azeite
de oliva e, portanto, utilizado
por quem o comprava, na
alimentação;
20.000 pessoas ingeriram o óleo;
Cerca de 300 morreram após sua
ingestão
Muitas outras
desenvolveram doença crônica
17. Intoxicação por
Benzeno
Dados: Não encontrados na
internet
Fonte: Livro Higiene Ocupacional,
de Ezio Brevigliero.
Numa fábrica de colagem de peças
plásticas por imersão em benzeno,
110 trabalhadores foram expostos
ao elemento. A empresa tinha 150
colaboradores, e 106 deles
apresentaram alterações
compatíveis com a intoxicação pela
substância após exames médicos -
números estatísticos bem elevados.
Quatro mortes foram
desencadeadas por tal exposição.
O tempo médio de exposição
desses quatro trabalhadores foi de
apenas 4 meses, e o mais alarmante
é que as vítimas não atuavam
diretamente com a substância.
As vítimas fatais eram 3 auxiliares
de serviços gerais e 1 ajudante de
laboratório.
18. Explosão da central
petroquímica de Jilin
Data: 13 de novembro de
2005;
Local: Jilin – China.
Este acidente constituiu uma
série de explosões que
provocaram 5 mortos e mais de
10.000 refugiados. As explosões
causaram uma nuvem tóxica e
não só, também foi poluído o
rio Songhua por uma extensão
de mais 80km.
Esta contaminação impediu o
abastecimento de água das
aldeias próximas do local do
acidente.
O produto mais poluente neste
acidente foi o benzeno.
O benzeno tem como dose letal
500 mg/kg via oral.Mancha negra no rio Songhua
20. A intoxicação humana pelo benzeno pode
ocorrer por três vias de absorção:
Respiratória (aspiração por vapores);
Cutânea;
Digestiva.
- A via respiratória é a principal, do ponto de vista
toxicológico, sendo retido 46% do benzeno inalado.
Uma vez absorvido, quase imediatamente é
eliminado em 50% pelos pulmões.
21. O benzeno que permanece no corpo, distribui-se
por vários tecidos. Na intoxicação aguda, a maior
parte é retida no sistema nervoso central, enquanto
que na intoxicação crônica permanece na medula
óssea (40%), no fígado (43%) e nos tecidos
gordurosos (10%).
Após sua absorção, parte do benzeno distribuído
pelo organismo é metabolizado pelo fígado e cerca
de 30% é transformado em fenol e em derivados
como pirocatecol, hidroquinona e hidroxiquinona,
os quais são eliminados pela urina nas primeiras
horas até 24 horas após cessada a exposição.
22. As atividades que manipulam ou tem exposição do benzeno são
sujeitas a aposentadoria especial, segundo o Perfil Profissiográfico
da Previdência(PPP)
Código Agente nocivo Tempo de Exposição
1.0.3
Benzeno e seus compostos tóxicos:
a) produção e processamento de
benzeno;
b) utilização de benzeno como
matéria-prima em sínteses orgânicas e
na produção de derivados;
c) utilização de benzeno como insumo
na extração de óleos vegetais e
álcoois;
d) utilização de produtos que
contenham benzeno, como colas,
tintas, vernizes, produtos gráficos e
solventes;
e) produção e utilização de
clorobenzenos e derivados;
f) fabricação e vulcanização de
artefatos de borracha;
g) fabricação e recauchutagem de
pneumáticos.
25 ANOS
23. No Brasil, as principais fontes de produção do benzeno
são atualmente os centros de produção petroquímica e
refino de petróleo, os quais são responsáveis por
aproximadamente 95% da produção nacional. Os
outros 5% provém da destilação fracionada de óleos
leves de alcatrão e BTX (benzeno, tolueno,
xileno), obtido a partir da destilação seca do carvão
mineral nas siderúrgicas.
24. O carvão mineral (hidrocarboneto) é um
combustível fóssil(não renovável) que está
presente em diversas regiões do planeta.
A partir do século XVIII, este passou a ser cada
vez mais utilizado, substituindo a lenha, que
era a mais utilizada até então.
25. Benzeno e Carvão
Mineral
Carvão: fonte de substâncias
aromáticas
Principais fontes de hidro
carbonetos aromáticos:
•Hulha e Petróleo
•Na destilação seca(a 1000ºC) a
hulha fornece gases, vapores e um
resíduo sólido cinzento, com brilho
metálico e rico em carbono,
denominado “coque”.
•A condensação dos gases e vapores
produz o ALCATRÃO e as águas
amoniacais. Resta, sem se
condensar, uma mistura de gases:
Hidrogênio, Metano, Monóxido de
Carbono e Dióxido de Carbono,
entre outros.
A mistura gasosa obtida na
destilação é utilizada como
combustível doméstico e
industrial. É conhecida também
como “gás de rua”, pois era
utilizada em lampiões a gás do
início do século XX.
O ALCATRÃO é constituído
por uma mistura de compostos
aromáticos. Por destilação
fracionada, obtêm-se diversas
frações: benzeno, tolueno,
xileno, fenóis, anilinas, cresóis,
antraceno, fenantreno, etec.,
restando, ainda, um resíduo
chamado “piche”.
26. 1. O Anexo tem como objetivo regulamentar ações,
atribuições e procedimentos de prevenção da
exposição ocupacional ao benzeno, visando à
proteção da saúde do trabalhador, visto tratar-se
de um produto comprovadamente cancerígeno.
2. O presente Anexo se aplica a todas as empresas
que produzem, transportam, armazenam, utilizam
ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas
contendo 1% (um por cento) ou mais de volume e
aquelas por elas contratadas(terceirizadas), no que
couber.
27. 2.1 O presente anexo NÃO se aplica às
atividades de armazenamento, transporte,
distribuição, venda e uso de combustíveis
derivados de petróleo.
Ou seja, o anexo se aplica às organizações que
manipulam benzeno, mas não às certas
atividades fins da organização.
28. 3.1 É proibido utilizar o benzeno para
quaisquer emprego, exceto nas INDÚSTRIAS e
LABORATÓRIOS que:
O produzem;
Utilizem como base;
O empreguem em combustíveis derivados do
petróleo;
O empreguem nos trabalhos de investigação feitos
em laboratórios, quando não for possível sua
substituição.
29. 4. As empresas que manipulam o benzeno têm
que cadastrar seus estabelecimentos no DSST
apresentando:
Identificação da empresa, CNPJ, ramo e CNAE;
Nº de trabalhadores por estabelecimento;
Nome das empresas que fornecem o benzeno(se for
o caso);
Utilização a que se destina o benzeno;
Quantidade média de processamento mensal;
Documento base do PPEOB.
30. 4.1.1 SOMENTE SERÃO CADASTRADAS AS
INSTALAÇÕES APTAS A OPERAR.
O PPEOB – Programa de Proteção a Exposição
ao Benzeno – do laboratório ou instituições
deve ser mantido a disposição da
fiscalização(Sindicato da categoria, MTE, MP).
As alterações de instalações que influenciem no
uso do benzeno devem ser informadas ao
DSST, para que se atualize os dados.
31. O PPEOB foi legalmente ratificado com a
Portaria nº 25/94
Deve representar o mais elevado grau de
compromisso de sua diretoria com os
princípios e diretrizes da prevenção da
exposição dos trabalhadores ao benzeno
devendo:
Ser formalizado pela administração;
Ter indicação de um responsável que responderá
pelo mesmo junto aos Órgãos Públicos e demais
mecanismos de regulação junto com os
trabalhadores;
32. Dentro do PPEOB deve ter:
O caráter das instalações ou misturas que contenham
concentração > 1%;
Avaliação das concentrações;
Ações de vigilância à saúde dos trabalhadores
próprios e terceirizados;
Descrição dos acordos coletivos(tripartite) referentes
ao benzeno;
Procedimento para seu arquivamento por 40 anos;
Adequação da Proteção Respiratória;
Definição das operações de manutenção;
33. Levantamento de todas as situações onde possam ocorrer
concentrações elevadas de benzeno, com dados
qualitativos e quantitativos;
Procedimentos para proteção coletiva e individual dos
trabalhadores, do risco exposto nas situações críticas
através de medidas como:
Organização do trabalho, sinalização, isolamento de área,
treinamento, ventilação apropriada, proteção respiratória e
contra contato com a pele
Descrição dos processos usuais nas operações de:
drenagem, lavagem, purga de equip., operação manual
de válvulas, transferências, limpezas, controle de
vazamentos, partidas e paradas de unidades que
requeiram procedimentos pesados no controle de vapores
e prevenção de contato diretos ao trabalhador;
Descrição dos recursos básicos para controle da situação
emergencial, até que tudo se normalize;
Cronograma detalhado das mudanças das mudanças que
podem ser realizadas na empresa para prevenção ao
agente e a adequação ao VRT;
Exigências contratuais;
34. Procedimentos específicos para proteção ao trabalho
do menor de 18 anos e à mulheres grávidas ou em
período de amamentação.
O Valor de Referência Tecnológico do
Benzeno deve ser considerado no
programa de melhoria contínua dos
ambientes de trabalho.
Para execução deste anexo, é definida
uma categoria de VRT que corresponde
à concentração média no ar ponderada
para uma jornada de 8 horas, obtida na
zona de respiração do trabalhador ou de
GHE.
Os valores são:
•1,0 ppm para as abrangidas
neste anexo;
•2,5 ppm para as empresas
siderúrgicas;
O prazo de adequação das empresas ao
VRT-MPT tem que ser acordado na
comissão tripartite.
35. 9.1. A organização, constituição, atribuições e treinamentos
devem ser acordadas entre a representação do empregador
e do trabalhador;
10. Os trabalhadores e terceirizados devem participar dos
treinamentos a respeito do benzeno;
11. Áreas, recipientes, equipamentos e pontos com risco de
exposição ao agente devem ser sinalizados com os dizeres:
“PERIGO: PRESENÇA DE BENZENO” e seu acesso é só
para autorizados;
12. Informações sobre riscos do benzeno à saúde devem ser
permanentes, colocando uma Ficha de Informações de Seg.
sobre Benzeno à disposição do empregado;
13. É responsabilidade do fabricante e fornecedor do
benzeno rotular o produto com informações básicas,
destacando carcinogenicidade e bula;
36. O benzeno foi incluido no anexo 13-A da NR 15, item
"SUBSTÂNCIAS CANCERÍGENAS".
O benzeno foi retirado do anexo 11 da NR 15 onde constava com
Limite de Tolerância de 8 ppm ou 24 mg/m3, com absorção
também pela pele e insalubridade Grau Máximo.
O Anexo 13, da NR 15, relaciona as atividades e operações,
envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em
decorrência de avaliação ocupacional. Tendo em vista que existem
atividades para as quais se admite o uso de benzeno, incluída a
sua fabricação, e que não foi exigida hermetização do processo.
Deve-se considerar, para essas atividades, citadas no item 3, alínea
"c" , do anexo 13-A da NR 15, que há insalubridade de Grau
Máximo.
Sendo assim, o trabalhador que atue exposto a combustíveis e
derivados têm o direito a adicional de 40%(insalubridade máxima)
37. Em caso de contato com a pele, lavar com água
e sabão:
Instalar chuveiro e lava-olho nos locais de risco de
contato.
Em caso de contato com os olhos, lavar por 15
minutos. Procurar socorro médico em seguida.
Em caso de ingestão recente pode ser indicada
lavagem gástrica, caso não se consiga induzir o
vômito. Prevenir aspiração pelos pulmões. Uso de
anticonvulsivantes benzodiazepinicos (diazepam)
em caso de convulsões.
38. A Anexo 13-A da NR-15 já sofreu diversas revogações e
implementações por parte do legislativo ao longo dos anos, basta
lê-lo.
A ampliação mais recente sobre o benzeno foi feita em 2016, para a
atividade dos trabalhadores dos postos de combustíveis
A atividade de abastecimento de veículos nos postos,
recentemente, passou por modificações legais para que o frentista
não sofra com as ações na exposição ao benzeno
As mudanças foram feitas com a Portaria 1109 de setembro de
2016, que inclui a NR-9 e seu Anexo II sobre exposição
ocupacional ao benzeno em postos revendedores de combustíveis.
O anexo tem 14 itens que discorrem sobre as medidas de
segurança que devem ser implementadas nos postos.
Seu prazo de implementação nos 39 mil postos do Brasil é de 6 à
15 anos.
Fonte: https://www.brasilpostos.com.br/noticias/saude-e-
seguranca-do-colaborador/ministerio-do-trabalho-aumenta-a-
prevencao-de-riscos-ocupacional-nos-postos/
39. Uniformes devem ser Lavados e Separados(ao
menos uma vez na semana)
Proteção Respiratória de Face Inteira
Luvas para os frentistas;
Abastecimento só até o automático;
Protetor de respingo na pistola;
Controle médico de saúde(realizando hemograma
a cada 6 meses)
Capacitação dos colaboradores, fornecedores e
terceirizados;
Pistola automática para todas as bombas
41. Grupo/Empenho:
Jhonas Santana de Queiroz;
Eduarda de Barros;
Lucas Ramos;
Disciplina: Higiene Ocupacional II
Docente: Ricardo Luis
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de
Pernambuco