Manejo da resistência: uma visão prática

IRAC-BR
São Paulo, 18 de novembro de 2015.
Manejo da Resistência:
Eng. Agr. Fabiano V. Siqueri
fabianosiqueri@fundacaomt.com.br
Aspectos gerais da resistência
• Existe na população;
• Aparecimento é acelerado por ações que aumentam a
seleção natural;
• Agricultura é uma ação direta e forte sobre as
populações;
• Necessidade de se controlar pragas, doenças e ervas
daninhas para obtenção de lucro;
• Existe ciência e conhecimento para que no mínimo se
atrase ao máximo o aparecimento da resistência;
• Porém, ao longo da história, não é o que vemos...
• Por que?
Controle Químico
Pop. Plantas e
Esp. Adequado
Escolha
da cultivar
Qualidade
da Aplicação
Plantio na
Época Correta
Sementes Sadias
e Tratadas
monitoramento
Planejamento
Assistência Técnica
OGM (Bt, RR, LL,
Wide Strike, Enlist, ...
Respeito ao
Vazio Sanitário
Plantio de Refúgio
Rotação de
grupos químicos
Rotação de
culturas
Utilização de dose
recomendada
Controle biológico
Manejo integrado
Controle genético
• Ferrugem Asiática da soja: 1º relato em maio de 2001 no
PR
• Shift dos triazóis: 2005/2006 - flutriafol; 2007/2008 –
tebuconazole
• Resistência às estrobilurinas (F129L): 2014, mas a
campo, observada desde 2012.
• Ramulária do algodoeiro: 2003 - estrobilurinas
(desruptiva);
• Desde 2010: aparente shift dos triazóis;
• Tecnologias Bt no milho: 3 a 4 anos de duração
• Outros...
Exemplos:
Por que temos tido muito mais
casos de resistência do que
desejaríamos?
Porque muitas vezes os produtores e
técnicos ou usam erradamente as
tecnologias disponíveis ou simplesmente
não as adotam como deveriam, em nome
de outra força maior (operacional -> $)
Vamos entender.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
Rotação de culturas
– Falta de cultura/costume/expertise/estímulo;
– Ausência de mercado consumidor/políticas de comercialização;
– Opção por soluções mais “fáceis” (Cont. químico, OGM ou resist.
Genética -> VISÃO DE CURTO PRAZO!!!);
• Semeadura na época adequada/Cultivar correta/Pop. de
plantas e espaçamento adequado
– Clima cada vez mais impreciso;
– Ausência de opções de escolha por razões comerciais;
– Exagero na população de plantas, favorecendo aparecimento de
doenças;
– Plantio em alta velocidade, por necessidade operacional.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
Plantio de refúgio
– Falta de conhecimento e dificuldade de convencimento por parte
do produtor;
– Recomendação baseada em modelos e de difícil entendimento
pela classe;
– Percepção de perda de lucratividade (prejuízo) nas áreas
convencionais;
– Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
Controle Genético e de OGMs
– “Abuso” da tecnologia/mal uso;
– O ser humano adora um “botão”;
– Não segue as recomendações por
percepção de valor (“estou pagando caro, tem que resolver...”);
– Falta de visão a longo prazo, futuro;
– Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”.
06/fev/2010Suscetível Inox
11/fev/2010
15/fev/2010
23/fev/2010
28/fev/2010
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Respeito ao vazio sanitário/safrinha da mesma cultura
– Inútil se não controlar as plantas voluntárias;
– Falta de visão a longo prazo, futuro;
– Perpetuação de pragas e doenças, sem quebra de ciclo;
– Exposição dos produtos a altas populações;
– Excessivo número de aplicações;
– Cálculo financeiro de curto prazo, sem contabilizar impactos de
médio/longo prazo.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Monitoramento
– Falta de equipe própria/Consultoria
– Acha mais fácil “calendarizar”
– Amostragem pequena;
– Influência dos vizinhos;
– Perda do Timing ideal (controle curativo e tardio, aplicação sobre
estágios de difícil controle).
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Controle biológico
– Percepção de benefício/custo de que não compensaria;
– Se não vir benefício imediato e visível (aspecto e $), difícil adotar;
– Poucas opções no mercado/mercado em expansão;
– Eficiência menor que os produtos químicos;
– Ausência de resultados e ciência + Má fé = incredulidade
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Controle Químico
– Qualidade da aplicação:
• Volumes de calda insuficientes, em nome do operacional;
• Aplicações em horários inadequados;
• Praticamos agricultura “embaixo de chuva”;
• Quanto maiores as propriedades, maiores as dificuldades de se gerenciar
estas operações e mais “apertado” o operacional;
• Legislação trabalhista inibe e desanima o produtor a ter mais máquinas e
consequentemente, mais gente pra administrar.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Controle Químico
– Utilização da dose recomendada/adjuvantes/programas:
• Em algum momento as Empresas, em nome da preservação das próprias
tecnologias, terão que abrir mão de suas recomendações “fechadas”/pacotes;
• Teimosia de produtores e técnicos em sub-dosar;
• “Economia” ilusória;
• Favorece o aparecimento de indivíduos resistentes;
• Muitas vezes o barato sai caro;
• Falta de conhecimento técnico e assistência;
• Assistência Técnica “comercial”;
• Mudança de recomendação por problemas de fitotoxidez.
Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são
usados como deveriam ou não são adotados
• Controle Químico
– Rotação de Grupos químicos:
• Falta de conhecimento técnico e assistência;
• Não consegue acessar os produtos necessários por questão financeira;
• Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”;
• Ausência de diferentes grupos químicos no mercado (velocidade de registro,
capacidade das Empresas de gerar novas tecnologias no tempo em que se
tornam necessárias).
Porque o controle químico falha?
Fonte: 4Front, Austrália, Set-Out 2015
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
%Eficiência
AZ CCZ TBCZ AZX & CCZ
PYR & EPX PICX & CCZ TRFX & PROT PICX & TBCZ
AZX & SOLAT PYR & FLUAX PYR & FLUAX & EPX TRFX & PROT & BIX
Eficiência dos fungicidas contra Ferrugem asiática
da soja (Fonte: CAF)
Considerações Finais
• Necessidade de aprimoramento da comunicação junto
aos usuários das tecnologias;
• Necessidade de monitoramento macro Regional (Bolívia
e Paraguai) quanto a doenças (Ferrugem Asiática) e
pragas (H. armigera e outras);
• Ajuste no discurso das Companhias quanto a
recomendação (Pesquisa X Comercial);
• Ações que visem o adiamento máximo do surgimento
de resistência;
• Questão relevante para toda a cadeia: Queremos lucrar
mais por menos tempo ou um pouco menos por muito
mais tempo?
Fonte: Australian Grain, Set-Out 2015, pg. 30.
Melhorando a vida
Obrigado!
Eng. Agr. Fabiano Victor Siqueri
fabianosiqueri@fundacaomt.com.br
(66)9984-4278 /3439-4100
1 of 24

Recommended

Impacto econômico da resistência no mundo by
Impacto econômico da resistência no mundoImpacto econômico da resistência no mundo
Impacto econômico da resistência no mundoIRAC-BR
1.1K views23 slides
Estratégias de Manejo da Resistência de Insetos – IRAC-BR by
Estratégias de Manejo da Resistência de Insetos – IRAC-BREstratégias de Manejo da Resistência de Insetos – IRAC-BR
Estratégias de Manejo da Resistência de Insetos – IRAC-BRIRAC-BR
3K views31 slides
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas by
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a InseticidasBases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a Inseticidas
Bases Ecotoxicológicas para o Manejo da Resistência a InseticidasIRAC-BR
1.4K views45 slides
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolas by
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolasO potencial evolutivo das "pragas" agrícolas
O potencial evolutivo das "pragas" agrícolasIRAC-BR
1.2K views58 slides
Manejo da resistência à inseticidas by
Manejo da resistência à inseticidasManejo da resistência à inseticidas
Manejo da resistência à inseticidasIRAC-BR
556 views37 slides
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance Situation by
Corn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance SituationCorn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance Situation
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance SituationIRAC-BR
1.8K views55 slides

More Related Content

What's hot

Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforado by
Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforadoInseticidas: reguladores de crescimento e organofosforado
Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforadoGETA - UFG
207 views25 slides
Inseticidas 1 by
Inseticidas 1 Inseticidas 1
Inseticidas 1 Geagra UFG
6.8K views50 slides
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas) by
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)Geagra UFG
35.7K views37 slides
Inseticidas by
InseticidasInseticidas
InseticidasGeagra UFG
21.1K views50 slides
Simulado manejo de plantas daninhas by
Simulado manejo de plantas daninhasSimulado manejo de plantas daninhas
Simulado manejo de plantas daninhasAndré Fontana Weber
22.8K views22 slides
Mecanismo de ação de inseticidas by
Mecanismo de ação de inseticidasMecanismo de ação de inseticidas
Mecanismo de ação de inseticidasGeagra UFG
1K views42 slides

What's hot(20)

Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforado by GETA - UFG
Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforadoInseticidas: reguladores de crescimento e organofosforado
Inseticidas: reguladores de crescimento e organofosforado
GETA - UFG207 views
Inseticidas 1 by Geagra UFG
Inseticidas 1 Inseticidas 1
Inseticidas 1
Geagra UFG6.8K views
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas) by Geagra UFG
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)
FUNGICIDAS (Trazóis, Estrobirulina e Carboxamidas)
Geagra UFG35.7K views
Inseticidas by Geagra UFG
InseticidasInseticidas
Inseticidas
Geagra UFG21.1K views
Mecanismo de ação de inseticidas by Geagra UFG
Mecanismo de ação de inseticidasMecanismo de ação de inseticidas
Mecanismo de ação de inseticidas
Geagra UFG1K views
Manejo de Doenças: posicionamento de fungicidas by Geagra UFG
Manejo de Doenças: posicionamento de fungicidasManejo de Doenças: posicionamento de fungicidas
Manejo de Doenças: posicionamento de fungicidas
Geagra UFG2.1K views
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO by Geagra UFG
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NO FEIJÃO
Geagra UFG9K views
HERBICIDAS (INIBIDORES DE ACCase, FOTOSSISTEMA I e FOTOSSISTEMA II) by Geagra UFG
HERBICIDAS (INIBIDORES DE ACCase, FOTOSSISTEMA I e FOTOSSISTEMA II)HERBICIDAS (INIBIDORES DE ACCase, FOTOSSISTEMA I e FOTOSSISTEMA II)
HERBICIDAS (INIBIDORES DE ACCase, FOTOSSISTEMA I e FOTOSSISTEMA II)
Geagra UFG14.6K views
Uso de Herbicidas na cultura do Algodão by Geagra UFG
Uso de Herbicidas na cultura do AlgodãoUso de Herbicidas na cultura do Algodão
Uso de Herbicidas na cultura do Algodão
Geagra UFG10.2K views
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M... by IRAC-BR
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
IRAC-BR 2.6K views
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) em tomateiro. by Alexandre Kerpel
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) em tomateiro.Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) em tomateiro.
Murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum) em tomateiro.
Alexandre Kerpel2.1K views
MECANISMOS DE AÇÃO DE INSETICIDAS.pptx by Geagra UFG
MECANISMOS DE AÇÃO DE INSETICIDAS.pptxMECANISMOS DE AÇÃO DE INSETICIDAS.pptx
MECANISMOS DE AÇÃO DE INSETICIDAS.pptx
Geagra UFG2.1K views
Controle biológico de moscas-das-frutas by Izabella Menezes
Controle biológico de moscas-das-frutasControle biológico de moscas-das-frutas
Controle biológico de moscas-das-frutas
Izabella Menezes4.5K views
Herbicidas by Geagra UFG
HerbicidasHerbicidas
Herbicidas
Geagra UFG4.8K views
Plantas daninhas e seu controle by Geagra UFG
Plantas daninhas e seu controlePlantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controle
Geagra UFG5K views
Fungicidas by Geagra UFG
FungicidasFungicidas
Fungicidas
Geagra UFG12.6K views
Posicionamento de inseticidas na cultura da soja by Geagra UFG
Posicionamento de inseticidas na cultura da sojaPosicionamento de inseticidas na cultura da soja
Posicionamento de inseticidas na cultura da soja
Geagra UFG2.1K views
Apostila+de+fitopatologia by Willian Passos
Apostila+de+fitopatologiaApostila+de+fitopatologia
Apostila+de+fitopatologia
Willian Passos5.7K views

Viewers also liked

Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil by
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilCultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilIRAC-BR
2.2K views21 slides
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso by
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoPanorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoIRAC-BR
1.4K views29 slides
South American Agriculture and Farmers by
South American Agriculture and FarmersSouth American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and FarmersIRAC-BR
1.2K views59 slides
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA by
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAPrograma.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAIRAC-BR
1.2K views48 slides
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ... by
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...Oxya Agro e Biociências
2.7K views56 slides
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview by
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC-BR
1.3K views16 slides

Viewers also liked(20)

Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil by IRAC-BR
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilCultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
IRAC-BR 2.2K views
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso by IRAC-BR
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoPanorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
IRAC-BR 1.4K views
South American Agriculture and Farmers by IRAC-BR
South American Agriculture and FarmersSouth American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and Farmers
IRAC-BR 1.2K views
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA by IRAC-BR
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAPrograma.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
IRAC-BR 1.2K views
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ... by Oxya Agro e Biociências
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview by IRAC-BR
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC-BR 1.3K views
IRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton by IRAC-BR
IRM in Brasilian Corn, Soybean & CottonIRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRAC-BR 670 views
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade] by Roosevelt Almado
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Roosevelt Almado1.4K views
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate by Mmauricio
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomateAvaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Mmauricio840 views
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj... by Oxya Agro e Biociências
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
Doenças soja by André Sá
Doenças soja Doenças soja
Doenças soja
André Sá5.3K views
Soja 2010 Hectare Forcelini by GETACS
Soja 2010 Hectare ForceliniSoja 2010 Hectare Forcelini
Soja 2010 Hectare Forcelini
GETACS7.5K views
Soja - Pragas (Insetos soja) by André Sá
Soja - Pragas   (Insetos soja)Soja - Pragas   (Insetos soja)
Soja - Pragas (Insetos soja)
André Sá2.8K views
Lavoras Para Alto Rendimento Dirceu Gassen by GETACS
Lavoras Para Alto Rendimento   Dirceu GassenLavoras Para Alto Rendimento   Dirceu Gassen
Lavoras Para Alto Rendimento Dirceu Gassen
GETACS11.6K views
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA by Geagra UFG
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA
Geagra UFG10.8K views
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA by Geagra UFG
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJAFIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
FIXAÇÃO BIOLÓGICA NA SOJA
Geagra UFG4K views
Apresentação Aspectos Fisiológicos da Cultura da Soja by Gustavo Avila
Apresentação   Aspectos Fisiológicos da Cultura da SojaApresentação   Aspectos Fisiológicos da Cultura da Soja
Apresentação Aspectos Fisiológicos da Cultura da Soja
Gustavo Avila22.8K views
Pragas do algodoeiro by netoneves
Pragas do algodoeiroPragas do algodoeiro
Pragas do algodoeiro
netoneves17K views
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02 by Leandro Bicalho
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Leandro Bicalho3.2K views

Similar to Manejo da resistência: uma visão prática

Impacto econômico da resistência no mundo by
Impacto econômico da resistência no mundoImpacto econômico da resistência no mundo
Impacto econômico da resistência no mundoOxya Agro e Biociências
607 views23 slides
Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptx by
Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptxTreinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptx
Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptxBruno José Guimarães
153 views37 slides
A gestao do risco hospitalar by
A gestao do risco hospitalar A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar Renatbar
3.2K views37 slides
Dimensões Clínicas, Técnicas e Gerenciais da Farmácia Hospitalar by
Dimensões Clínicas, Técnicas e Gerenciais da Farmácia HospitalarDimensões Clínicas, Técnicas e Gerenciais da Farmácia Hospitalar
Dimensões Clínicas, Técnicas e Gerenciais da Farmácia HospitalarConselho Regional de Administração de São Paulo
1.8K views27 slides

Similar to Manejo da resistência: uma visão prática(20)

Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptx by Bruno José Guimarães
Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptxTreinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptx
Treinamento - Manipulação de Alimentos - DEMONSTRADORAS.pptx
A gestao do risco hospitalar by Renatbar
A gestao do risco hospitalar A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar
Renatbar3.2K views
Webinar Papo de Varejo: Novas Fronteiras na Gestão Perdas e Desperdícios 15_... by Eduardo de Araujo Santos
Webinar Papo de Varejo:  Novas Fronteiras na Gestão Perdas e Desperdícios 15_...Webinar Papo de Varejo:  Novas Fronteiras na Gestão Perdas e Desperdícios 15_...
Webinar Papo de Varejo: Novas Fronteiras na Gestão Perdas e Desperdícios 15_...
ANTONIO INACIO FERRAZ-ESTUDANTE DE FARMÁCIA-AGROTÓXICO. by ANTONIO INACIO FERRAZ
ANTONIO INACIO FERRAZ-ESTUDANTE DE FARMÁCIA-AGROTÓXICO.ANTONIO INACIO FERRAZ-ESTUDANTE DE FARMÁCIA-AGROTÓXICO.
ANTONIO INACIO FERRAZ-ESTUDANTE DE FARMÁCIA-AGROTÓXICO.
Fontes de consulta sobre medicamentos by Proqualis
Fontes de consulta sobre medicamentosFontes de consulta sobre medicamentos
Fontes de consulta sobre medicamentos
Proqualis3.1K views
I WSF, Brasília - Abi S.A. Marques - Quarentena de germoplasma vegetal para p... by Oxya Agro e Biociências
I WSF, Brasília - Abi S.A. Marques - Quarentena de germoplasma vegetal para p...I WSF, Brasília - Abi S.A. Marques - Quarentena de germoplasma vegetal para p...
I WSF, Brasília - Abi S.A. Marques - Quarentena de germoplasma vegetal para p...
I.1 Boas Práticas fitossanitarias.pdf by Judite Silva
I.1  Boas Práticas fitossanitarias.pdfI.1  Boas Práticas fitossanitarias.pdf
I.1 Boas Práticas fitossanitarias.pdf
Judite Silva2.9K views
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3) by sparksupernova
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
Super nova desenvolvimento de produtos imunobiológicos e farmacêuticos (3)
sparksupernova582 views

Manejo da resistência: uma visão prática

  • 1. São Paulo, 18 de novembro de 2015. Manejo da Resistência: Eng. Agr. Fabiano V. Siqueri fabianosiqueri@fundacaomt.com.br
  • 2. Aspectos gerais da resistência • Existe na população; • Aparecimento é acelerado por ações que aumentam a seleção natural; • Agricultura é uma ação direta e forte sobre as populações; • Necessidade de se controlar pragas, doenças e ervas daninhas para obtenção de lucro; • Existe ciência e conhecimento para que no mínimo se atrase ao máximo o aparecimento da resistência; • Porém, ao longo da história, não é o que vemos... • Por que?
  • 3. Controle Químico Pop. Plantas e Esp. Adequado Escolha da cultivar Qualidade da Aplicação Plantio na Época Correta Sementes Sadias e Tratadas monitoramento Planejamento Assistência Técnica OGM (Bt, RR, LL, Wide Strike, Enlist, ... Respeito ao Vazio Sanitário Plantio de Refúgio Rotação de grupos químicos Rotação de culturas Utilização de dose recomendada Controle biológico Manejo integrado Controle genético
  • 4. • Ferrugem Asiática da soja: 1º relato em maio de 2001 no PR • Shift dos triazóis: 2005/2006 - flutriafol; 2007/2008 – tebuconazole • Resistência às estrobilurinas (F129L): 2014, mas a campo, observada desde 2012. • Ramulária do algodoeiro: 2003 - estrobilurinas (desruptiva); • Desde 2010: aparente shift dos triazóis; • Tecnologias Bt no milho: 3 a 4 anos de duração • Outros... Exemplos:
  • 5. Por que temos tido muito mais casos de resistência do que desejaríamos? Porque muitas vezes os produtores e técnicos ou usam erradamente as tecnologias disponíveis ou simplesmente não as adotam como deveriam, em nome de outra força maior (operacional -> $) Vamos entender.
  • 6. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados Rotação de culturas – Falta de cultura/costume/expertise/estímulo; – Ausência de mercado consumidor/políticas de comercialização; – Opção por soluções mais “fáceis” (Cont. químico, OGM ou resist. Genética -> VISÃO DE CURTO PRAZO!!!); • Semeadura na época adequada/Cultivar correta/Pop. de plantas e espaçamento adequado – Clima cada vez mais impreciso; – Ausência de opções de escolha por razões comerciais; – Exagero na população de plantas, favorecendo aparecimento de doenças; – Plantio em alta velocidade, por necessidade operacional.
  • 7. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados Plantio de refúgio – Falta de conhecimento e dificuldade de convencimento por parte do produtor; – Recomendação baseada em modelos e de difícil entendimento pela classe; – Percepção de perda de lucratividade (prejuízo) nas áreas convencionais; – Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”.
  • 8. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados Controle Genético e de OGMs – “Abuso” da tecnologia/mal uso; – O ser humano adora um “botão”; – Não segue as recomendações por percepção de valor (“estou pagando caro, tem que resolver...”); – Falta de visão a longo prazo, futuro; – Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”.
  • 14. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Respeito ao vazio sanitário/safrinha da mesma cultura – Inútil se não controlar as plantas voluntárias; – Falta de visão a longo prazo, futuro; – Perpetuação de pragas e doenças, sem quebra de ciclo; – Exposição dos produtos a altas populações; – Excessivo número de aplicações; – Cálculo financeiro de curto prazo, sem contabilizar impactos de médio/longo prazo.
  • 15. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Monitoramento – Falta de equipe própria/Consultoria – Acha mais fácil “calendarizar” – Amostragem pequena; – Influência dos vizinhos; – Perda do Timing ideal (controle curativo e tardio, aplicação sobre estágios de difícil controle).
  • 16. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Controle biológico – Percepção de benefício/custo de que não compensaria; – Se não vir benefício imediato e visível (aspecto e $), difícil adotar; – Poucas opções no mercado/mercado em expansão; – Eficiência menor que os produtos químicos; – Ausência de resultados e ciência + Má fé = incredulidade
  • 17. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Controle Químico – Qualidade da aplicação: • Volumes de calda insuficientes, em nome do operacional; • Aplicações em horários inadequados; • Praticamos agricultura “embaixo de chuva”; • Quanto maiores as propriedades, maiores as dificuldades de se gerenciar estas operações e mais “apertado” o operacional; • Legislação trabalhista inibe e desanima o produtor a ter mais máquinas e consequentemente, mais gente pra administrar.
  • 18. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Controle Químico – Utilização da dose recomendada/adjuvantes/programas: • Em algum momento as Empresas, em nome da preservação das próprias tecnologias, terão que abrir mão de suas recomendações “fechadas”/pacotes; • Teimosia de produtores e técnicos em sub-dosar; • “Economia” ilusória; • Favorece o aparecimento de indivíduos resistentes; • Muitas vezes o barato sai caro; • Falta de conhecimento técnico e assistência; • Assistência Técnica “comercial”; • Mudança de recomendação por problemas de fitotoxidez.
  • 19. Fatores de manejo: Por que muitas vezes não são usados como deveriam ou não são adotados • Controle Químico – Rotação de Grupos químicos: • Falta de conhecimento técnico e assistência; • Não consegue acessar os produtos necessários por questão financeira; • Percepção que a fonte de novas tecnologias “nunca vai secar”; • Ausência de diferentes grupos químicos no mercado (velocidade de registro, capacidade das Empresas de gerar novas tecnologias no tempo em que se tornam necessárias).
  • 20. Porque o controle químico falha? Fonte: 4Front, Austrália, Set-Out 2015
  • 21. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 %Eficiência AZ CCZ TBCZ AZX & CCZ PYR & EPX PICX & CCZ TRFX & PROT PICX & TBCZ AZX & SOLAT PYR & FLUAX PYR & FLUAX & EPX TRFX & PROT & BIX Eficiência dos fungicidas contra Ferrugem asiática da soja (Fonte: CAF)
  • 22. Considerações Finais • Necessidade de aprimoramento da comunicação junto aos usuários das tecnologias; • Necessidade de monitoramento macro Regional (Bolívia e Paraguai) quanto a doenças (Ferrugem Asiática) e pragas (H. armigera e outras); • Ajuste no discurso das Companhias quanto a recomendação (Pesquisa X Comercial); • Ações que visem o adiamento máximo do surgimento de resistência; • Questão relevante para toda a cadeia: Queremos lucrar mais por menos tempo ou um pouco menos por muito mais tempo?
  • 23. Fonte: Australian Grain, Set-Out 2015, pg. 30.
  • 24. Melhorando a vida Obrigado! Eng. Agr. Fabiano Victor Siqueri fabianosiqueri@fundacaomt.com.br (66)9984-4278 /3439-4100