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Demência
       A demência pode ser notada principalmente pelas alterações do
raciocínio, como a perda da capacidade de abstracção e a repetição contínua
de ideias. Primeiro a pessoa começa a repetir uma frase (por exemplo, quando
lhe fazem uma pergunta e ela repete várias vezes a resposta). Com o tempo, o
idoso pode começar a repetir apenas uma palavra, tornando-se incapaz de
formar uma frase inteira.

      Outra característica da demência é a perda gradual da memória,
especialmente para eventos mais recentes. A pessoa que se encontra no
processo demencial pode lembrar-se perfeitamente do que ocorreu há muitos
anos, mas esquecer-se do que se passou no dia anterior ou coisas que lhe
foram ditas há poucos minutos. Isso, em parte, é causado pela incapacidade de
concentração, que a impede de registar determinado facto na memória.

      A demência está associada a várias doenças, sendo a mais comum a
demência de Alzheimer. Mas existem outras como a demência por esclerose
múltipla ou por Parkinson.

      A demência de Alzheimer e a demência associada à doença de
Parkinson são resultado de um processo degenerativo cerebral, levando à
morte neuronal, independentemente dos problemas vasculares.




      Os quadros de demência manifestam-se em três fases: leve, moderada
e grave.

Na primeira fase (demência leve), realiza-se necessariamente um exame
comparativo para ver como a pessoa era antes e como está agora,
estabelecendo o grau do dano. Esta fase é o início gradual da demência, no
qual podem ocorrer um ou mais dos aspectos a seguir:

    Diminuição de interesse;
    Dificuldade de aprender coisas novas e de tomar decisões;
    Irritação, vulnerabilidade, desconfiança, repetitividade;
    Impaciência, resistência a mudanças;
    Esquecimento do que foi dito há pouco tempo.
Durante a segunda fase (demência moderada), os aspectos já
   mencionados tornam-se mais evidentes, deixando a pessoa mais limitada.
   Com o agravamento, podem ocorrer factos como:

     Aumentar o esquecimento de factos recentes;
     Piorar a orientação; a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha
       estranha a sua casa;
     Aumentar a confusão quanto ao dia, mês, hora;
     Comportar-se inadequadamente: abraça um desconhecido, abre a
       roupa, tira os sapatos etc.;
     Deixar o fogão aceso, chuveiros e torneiras correndo a água, rádio e
       televisão ligados;
     Descuidar-se do próprio aspecto (não se penteia, veste-se mal), da sua
       higiene (não toma banho, não escova os dentes) e da sua alimentação.




    Na terceira e última fase (demência grave), a pessoa deve ser totalmente
ajudada, pois não terá condições de se manter sozinha. Geralmente, na fase
avançada da demência, aparecem as seguintes características:

    Descuido total quanto ao aspecto pessoal, à higiene e à alimentação;
    A orientação é nula, é possível que a pessoa não saiba, dependendo o
      grau, onde e com quem está;
    Aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se
      agressiva(o);
    Repetição de palavras, em geral incompreensíveis;
    Incontinência da urina e fezes;

   Quando o idoso demenciado sente-se confortável, alimentado e tratado com
carinho, e se encontra num ambiente calmo e aconchegado, com familiares e
cuidadores bem-relacionados, nota-se nele uma confiança positiva e uma
maior tranquilidade.

   À medida que a demência avança, há uma redução proporcional no
contacto com o mundo externo. Na prática, idoso demenciado começa a
apresentar problemas de relacionamento social por ter o raciocínio muito
diminuído e dificuldade de comunicação. Passa a ter uma dificuldade para
iniciar uma conversa, não conseguindo comunicar começando assim a isolar-
se. Na fase inicial da demência, a pessoa percebe que está a falhar e fica
muito envergonhada (o). Isola-se porque não quer que os outros notem isso.




Doença de Alzheimer

        A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células
cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com
causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e,
progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a
completa ausência de autonomia dos doentes. Os doentes de Alzheimer
tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer
os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados.
É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais
de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15
anos.




Qual a causa da doença de Alzheimer?

        A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No
entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença
geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária.
Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais
para filhos.




Diagnóstico e Sintomas

        Não    há   nenhum   exame   que   permita   diagnosticar,   de   modo
inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido
cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia. Assim, o diagnóstico da doença
de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise
do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância,
entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir
de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o
paciente vir a ter a doença de Alzheimer.




Sintomas da doença de Alzheimer

       Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória,
normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de
envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se
confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da
personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os
próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À
medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de
terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-
se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para
as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene,
vestuário, etc.

Tratamento
       A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que
atender a duas variáveis: Ao tratamento dos aspectos comportamentais.
Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de
diferentes profissionais de saúde; Ao tratamento dos desequilíbrios químicos
que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses
desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente,
tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a
doença de continuar a progredir.

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Demência: sintomas, fases e doença de Alzheimer

  • 1. Demência A demência pode ser notada principalmente pelas alterações do raciocínio, como a perda da capacidade de abstracção e a repetição contínua de ideias. Primeiro a pessoa começa a repetir uma frase (por exemplo, quando lhe fazem uma pergunta e ela repete várias vezes a resposta). Com o tempo, o idoso pode começar a repetir apenas uma palavra, tornando-se incapaz de formar uma frase inteira. Outra característica da demência é a perda gradual da memória, especialmente para eventos mais recentes. A pessoa que se encontra no processo demencial pode lembrar-se perfeitamente do que ocorreu há muitos anos, mas esquecer-se do que se passou no dia anterior ou coisas que lhe foram ditas há poucos minutos. Isso, em parte, é causado pela incapacidade de concentração, que a impede de registar determinado facto na memória. A demência está associada a várias doenças, sendo a mais comum a demência de Alzheimer. Mas existem outras como a demência por esclerose múltipla ou por Parkinson. A demência de Alzheimer e a demência associada à doença de Parkinson são resultado de um processo degenerativo cerebral, levando à morte neuronal, independentemente dos problemas vasculares. Os quadros de demência manifestam-se em três fases: leve, moderada e grave. Na primeira fase (demência leve), realiza-se necessariamente um exame comparativo para ver como a pessoa era antes e como está agora, estabelecendo o grau do dano. Esta fase é o início gradual da demência, no qual podem ocorrer um ou mais dos aspectos a seguir:  Diminuição de interesse;  Dificuldade de aprender coisas novas e de tomar decisões;  Irritação, vulnerabilidade, desconfiança, repetitividade;  Impaciência, resistência a mudanças;  Esquecimento do que foi dito há pouco tempo.
  • 2. Durante a segunda fase (demência moderada), os aspectos já mencionados tornam-se mais evidentes, deixando a pessoa mais limitada. Com o agravamento, podem ocorrer factos como:  Aumentar o esquecimento de factos recentes;  Piorar a orientação; a pessoa sai de casa e não consegue voltar, acha estranha a sua casa;  Aumentar a confusão quanto ao dia, mês, hora;  Comportar-se inadequadamente: abraça um desconhecido, abre a roupa, tira os sapatos etc.;  Deixar o fogão aceso, chuveiros e torneiras correndo a água, rádio e televisão ligados;  Descuidar-se do próprio aspecto (não se penteia, veste-se mal), da sua higiene (não toma banho, não escova os dentes) e da sua alimentação. Na terceira e última fase (demência grave), a pessoa deve ser totalmente ajudada, pois não terá condições de se manter sozinha. Geralmente, na fase avançada da demência, aparecem as seguintes características:  Descuido total quanto ao aspecto pessoal, à higiene e à alimentação;  A orientação é nula, é possível que a pessoa não saiba, dependendo o grau, onde e com quem está;  Aumento da confusão, repetição e irritação, podendo tornar-se agressiva(o);  Repetição de palavras, em geral incompreensíveis;  Incontinência da urina e fezes; Quando o idoso demenciado sente-se confortável, alimentado e tratado com carinho, e se encontra num ambiente calmo e aconchegado, com familiares e cuidadores bem-relacionados, nota-se nele uma confiança positiva e uma maior tranquilidade. À medida que a demência avança, há uma redução proporcional no contacto com o mundo externo. Na prática, idoso demenciado começa a apresentar problemas de relacionamento social por ter o raciocínio muito
  • 3. diminuído e dificuldade de comunicação. Passa a ter uma dificuldade para iniciar uma conversa, não conseguindo comunicar começando assim a isolar- se. Na fase inicial da demência, a pessoa percebe que está a falhar e fica muito envergonhada (o). Isola-se porque não quer que os outros notem isso. Doença de Alzheimer A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro (morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro), progressiva, irreversível e com causas e tratamento ainda desconhecidos. Começa por atingir a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, acabando por determinar a completa ausência de autonomia dos doentes. Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, deixam de reconhecer os rostos familiares, ficam incontinentes e acabam, quase sempre, acamados. É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos. Qual a causa da doença de Alzheimer? A causa da doença de Alzheimer ainda não está determinada. No entanto, é aceite pela comunidade científica que se trata de uma doença geneticamente determinada, embora não seja necessariamente hereditária. Isto é, não implica que se transmita entre familiares, nomeadamente de pais para filhos. Diagnóstico e Sintomas Não há nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, a doença. A única forma de o fazer é examinando o tecido cerebral obtido por uma biopsia ou necrópsia. Assim, o diagnóstico da doença
  • 4. de Alzheimer faz-se pela exclusão de outras causas de demência, pela análise do historial do paciente, por análises ao sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames. Existem também alguns marcadores, identificados a partir de exame ao sangue, cujos resultados podem indicar probabilidades de o paciente vir a ter a doença de Alzheimer. Sintomas da doença de Alzheimer Ao princípio observam-se pequenos esquecimentos, perdas de memória, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e, por vezes, agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza- se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as actividades elementares do quotidiano, como alimentação, higiene, vestuário, etc. Tratamento A doença de Alzheimer não tem cura e, no seu tratamento, há que atender a duas variáveis: Ao tratamento dos aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com orientação de diferentes profissionais de saúde; Ao tratamento dos desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Há medicação que ajuda a corrigir esses desequilíbrios e que é mais eficaz na fase inicial da doença, mas, infelizmente, tem efeito temporário. Por enquanto, não há ainda medicação que impeça a doença de continuar a progredir.