Compromisso público com a sociedade e deputados estaduais
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1969: o ano que não terminou
DOMINGO
DOMINGO
Recife, 05 de janeiro de 2014
ra um daqueles jogos encardidos e
tensos. Uma estreia de campeonato. O maior adversário daquele time
de meninos que foram promovidos
do juvenil nem era o Ferroviário. Eles
estavam carregando nos ombros
toneladas de responsabilidade multiplicadas por
dez, dez anos sem títulos que se completavam naquela temporada.
Até que aos 29 minutos do primeiro tempo, Zito
lança Uriel, que foi derrubado dentro da área. O juizão apitou, mas marcou falta, fora. Apesar dos seus
18 anos, Luciano não se abalou. Ajeitou a bola no
gramado, deu alguns passos para trás, antes de partir e disparar o chute. Indefensável.
Era o primeiro gol dos cinco títulos que viriam
pela frente. O primeiro de uma geração que não
apenas seria pentacampeã estadual, mas faria um
artilheiro nacional, classificaria o clube entre os quatro melhores do país e estabeleceria a maior sequência de vitórias da história do Brasileirão.
Tudo começou naquele gol de Luciano Velozo
na vitória por 2x1 sobre o modesto Ferroviário, na estreia do
Pernambucano de 1969. “Não.
Tudo começou naquele Campeonato Brasileiro de seleções juvenil de 1966 (na verdade, de
1967), em Belo Horizonte”, corrigiu o próprio Luciano.
“O Santa Cruz foi a base daquela seleção pernambucana e
a gente ganhou uma bagagem
muito grande naquele campeonato”, arrematou, de primeira, o meia que se tornou o
segundo maior artilheiro do
clube, com 174 gols, atrás ape-
nas de Tará, com 207.
Não sem motivos, ele era chamado de “A Maravilha do Arruda”. Luciano foi o jogador mais importante do pentacampeonato, atuando em 126 dos
131 jogos realizados. Foi também quem mais fez
gols: 69.
Um deles saiu aos 30 minutos do segundo
tempo de um jogo mais encardido e tenso que a
estreia: era o quarto e último jogo da finalíssima
com o Sport e estava empatado em 1x1, na Ilha do
Retiro.
Falta na entrada da área rubro-negra. Luciano ajeitou a bola, deu alguns passos para trás, antes de
partir e disparar o chute. Assim como o primeiro,
coube a ele marcar o último gol do Pernambucano de 1969, o do título, o do fim do jejum, o do início de uma nova era para o Santa Cruz, que passaria a ser chamado de o “Terror do Nordeste”.
Recife, 05 de janeiro de 2014
A longa lista de heróis
O ‘VELHO’
Gradim foi
responsável
pela
montagem
da máquina
de vitórias
do Santa
LUCIANO fez parte dos cinco pôsteres
do time campeão entre 1969 e 1973
LUCIANO Velozo saiu do juvenil coral para se
transformar na “Maravilha do Arruda”
1967
1969
1970
1971
O Santa Cruz se sagrou campeão do
forte e tradicional torneio Hexagonal
Norte-Nordeste. A equipe tricolor
somou 14 pontos em 10 jogos (a
vitória valia dois pontos), ficando
com a primeira posição. A grande
vitória foi sobre o Remo: 9x0.
No embalo dos craques Luciano
Velozo e Fernando Santana, o Santa
deu o pontapé inicial da sua maior
sequência de títulos estaduais, o
pentacampeonato. O primeiro
título veio em cima do Sport, no dia
31 de agosto, com a vitória por 2x1.
O ano do bicampeonato
pernambucano. O Tricolor decidiu o
título do torneio contra o Náutico,
em uma melhor de três partidas. Os
corais conseguiram vencer as duas
finais disputadas no campo do
Arruda, em 2 e 6 de setembro.
Era o tricampeonato pernambucano. Desta vez, o adversário foi o
Sport. Depois de vencer dois
turnos, os tricolores perderam o
terceiro, o que obrigou a realização
de um jogo extra, na Ilha do Retiro.
Vitória por 1x0 do Santa Cruz.
1972
PARA
conhecer a
fundo a
trajetória do
penta,
recomendamos
o livro ‘Cem
anos em cinco’
Seriam necessários bem mais do que cinco
fascículos para falar sobre os personagens da
geração que não só conquistou o pentacampeonato estadual, mas que serviu de base para
campanhas inesquecíveis nos campeonatos
brasileiros ao longo dos dourados anos 1970.
Dentro e fora de campo.
A longa lista conta com os ex-presidentes
campeões José Albuquerque, o que iniciou a
formação daquele time de 1969, Aristófanes de
Andrade, fundamental na vida do Santa desde
a década de 1940, passando pela lenda James
Thorp, um inglês que transformou a sua paixão pelo clube em investimentos pessoais na
revolução que o Tricolor presenciou naquela
década.
Ela inclui também os técnicos campeões,
como Duque, Evaristo de Macedo e Paulo Emí-
O time coral chegou ao tetracampeonato. O Santa venceu os dois turnos do
torneio estadual e nem sequer precisou
disputar a final. A massacrante campanha teve 20 vitórias, três empates e uma
derrota. 68 gols marcados e apenas
sete sofridos.
1972
lio. Lógico, sem esquecer o que talvez tenha
sido o mais importante daquele período, Gradim. “O ‘Velho’ foi fundamental para comandar aquele time de garotos de 1969”, relembra
carinhosamente Luciano Velozo, companheiro do supergoleador Fernando Santana,
três vezes artilheiro do Estadual, Zito, Pedrinho,
Ramon, Detinho, Givanildo, Zito, Mirobaldo…
Três destes monstros sagrados da história do
Santa elegeram uma partida como a mais marcante de toda trajetória, exatamente a da conquista do penta: vitória por 2x0 sobre o Sport,
na Ilha do Retiro. No livro ‘Cem anos em cinco’, Pedrinho, Zito e Ramon elegeram a decisão de 1973 como o jogo inequecível.
O Tricolor caminhava a passos largos para
o quinto título estadual. Bastava um empate
diante do Leão para conquistar o terceiro turno,
Em 4 de junho, o Santa Cruz dava um
dos grandes passos da sua história. O
Estádio do Arruda era inaugurado
num jogo festivo contra o Flamengo,
que terminou 0x0. Mais de 60 mil
torcedores lotaram o agora Mundão
do Arruda.
1973
repetindo o que havia feito no primeiro e segundo, de forma invicta. Mas o rival venceu por
1x0 e garantiu vaga na final, botando fogo no
campeonato.
O técnico Paulo Emílio chegou a ser demitido dias depois, mas reassumiu o cargo por
pressão dos próprios atletas, mordidos por
aquela derrota inesperada. Eles foram para a
partida extra dispostos a jogar naquela tarde
de 15 de agosto a maior partida de todo o pentacampeonato. E jogaram.
Foi um passeio em cima do Sport, com vitória por 2x0 e mais um título conquistado dentro da Ilha do Retiro. Sim, os dois gols foram
marcados por Ramon. No entanto, para saber
mais sobre o atacante que ainda naquela temporada seria o maior artilheiro do Brasil, vire
a página.
O Tricolor chegava ao pentacampeonato pernambucano. E mais
uma vez, diante do Sport. O 2x0, na
Ilha do Retiro, coroava mais uma
campanha arrasadora: 29 vitórias,
três empates e uma derrota, com
96 gols marcados e 21 sofridos.
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