1. COMO DEUS CONSEGUE CAPTAR NOSSA ATENÇÃO
Meu primeiro emprego de carteira assinada foi numa indústria química: A Schering
Plough do Brasil. Lembro-me particularmente das agudas sirenes de alarme que eram
tocadas nos momentos de treinamento para segurança. A recomendação era clara: Ao
ouvir este som saia imediatamente das dependências da fábrica, pois há um grande
risco de explosão ou de contaminação. Não importava o que você estivesse fazendo,
ao toque da sirene deveria parar tudo e seguir a ordem de retirada.
Da mesma forma, quando Deus fala conosco, devemos reconhecer que sua mensagem
nos é de máxima importância, merecendo nossa atenção plena e completa. Para evitar
que fiquemos insensíveis à sua voz, Deus tem seus meios de conseguir nossa atenção.
Quando andamos no Espírito, nossas antenas espirituais estão alerta para Deus e
podemos ouvir o que Ele está dizendo. O problema é que nem sempre estamos
andando no Espírito.
Há ocasiões em que escolhemos fazer as coisas a nosso modo. Estamos caminhando
tão depressa em determinada direção que, se Deus quiser falar conosco, não o
ouviremos, pois não estamos em sintonia com Ele.
Deus está a par desse problema. Para corrigi-lo, Ele usa muitas maneiras de conseguir
captar nossa atenção total e absoluta para o que deseja comunicar. Vejamos algumas
delas:
1. Um espírito inquieto – O sexto capítulo de Ester é um belo exemplo de como
Deus trabalha por meio de um espírito inquieto. Como sabemos, o rei Assuero da
Pérsia foi enganado pelo seu primeiro ministro Hamã. Pelo fato de odiar os
judeus, especialmente o parente de Ester, Mardoqueu, Hamã conseguiu
convencer o rei a assinar um edito ordenando a destruição dos judeus – homens,
mulheres e crianças – num único dia.
Depois de ter assinado o decreto, o rei Assuero não conseguiu dormir, pois seu espírito
estava inquieto: Ester 6.1. Foi então que o rei descobriu que Mardoqueu, a quem Hamã
pretendia matar, havia salvo a sua vida algum tempo atrás, ao delatar um plano de
assassinato tramado por conspiradores no palácio. Ao descobrir isso, em vez de
ordenar a execução dos judeus, o rei manda matar Hamã e honra Mardoqueu. Toda
esta reviravolta deu-se graças a um espírito inquieto que o Senhor enviou a Assuero.
Creio que uma das maneiras mais simples pelas quais Deus consegue captar nossa
atenção é fazer-nos inquietos. Podemos estar vivendo de forma normal o nosso
ministério, o nosso trabalho secular, a nossa vida domestica, quando uma inquietação
começa a surgir dentro de nós. Você já passou por isso?
Não conseguimos entender a coisa direito; não sabemos por que razão tal inquietação
apareceu; não podemos identificá-la, nem mesmo sabemos exatamente o que está
acontecendo – mas sentimos um desconforto em nosso coração. Quando tais ocasiões
chegam, a sensatez nos manda parar e perguntar ao Senhor o que Ele está tentando
nos dizer.
Em minha vida, Deus freqüentemente usa uma inquietação persistente, para me
orientar. Sabe aquelas noites em que você está arrasado de cansaço e tudo o que quer
é cair na cama e apagar? Só que o sono não vem. Você vira de um lado pro outro e
nada. Não há nenhum problema na sua mente, nenhuma dificuldade pendente.
Simplesmente você não consegue dormir.
2. Ou então, você acorda do nada no meio da madrugada e não consegue mais se
conciliar com o sono. Você quer dormir, sente que não se satisfez ainda quanto ao seu
descanso, mas o sono não vem. * As noites de insônia e as idéias que surgem*
Quando você sentir essa inquietação em seu espírito, não corra. Simplesmente pare e
ouça a voz de Deus. Ele tem algo importante para falar a você. Não fique surdo à sua
voz!
2. Uma outra maneira pela qual Deus consegue captar nossa atenção é uma
palavra de outras pessoas – Talvez o exemplo mais conhecido de uma palavra
impactante seja a confrontação de Davi por Natã em II Samuel 12. Depois de
pecar contra Deus no incidente que envolveu Batseba e Urias, Davi
aparentemente continuou seu reinado sem qualquer evidência visível de uma
consciência culpada. Observe o texto: II Samuel 12.1-7.
Deus deu a Natã a palavra da qual Davi precisava desesperadamente. Quantas e
quantas vezes Deus usa as pessoas mais simples e comuns para nos chamarem a
atenção quanto a alguma coisa para a qual estamos cegos! * O trabalho dos técnicos
fora de campo*
É por isso que precisamos aprender a ouvir a voz de Deus com um coração aberto, à
medida que Ele fala conosco por meio de outras pessoas. Se somos orgulhosos e
egoístas e não aceitamos orientação de ninguém, precisamos ler o livro de Provérbios.
Neste livro é dito que é bem sucedido aquele que aprendeu a ouvir conselhos:
Provérbios 15.22, 31, 32.
Ouça mais os que estão ao seu redor, pois eles podem ser enviados de Deus para o
seu bem.
3. O terceiro método de que Deus se vale para captar nossa atenção é através
da oração não respondida – Enquanto nossas petições estiverem sendo
atendidas em nível razoável, podemos seguir em frente, desfrutando das bênçãos
e da provisão de Deus, mas sem termos com Ele uma grande intimidade.
Quando, porém, uma necessidade particularmente urgente surge e os céus
parecem de bronze sobre nós, aí Deus tem nossa atenção completa.
Muitas vezes, esse aparente silêncio de Deus é o tempo exato de efetuarmos um auto-
exame espiritual. Em várias ocasiões Deus se recusa a responder nossas orações
porque sabe que, se o fizer, nós nos afastaremos ainda mais dele: Tiago 4.3.
Não se iluda, meu irmão! Satanás estará sempre mais que pronto e feliz em nos ajudar
a obtermos as respostas que queremos e que estão fora da vontade de Deus, porque
ele sabe que nosso prazer de hoje será nossa ruína amanhã. Portas fechadas à oração
podem ser, às vezes, um sinal da mão de Deus operando a fim de redirecionar nossa
atenção para alguma área que tem sido negligenciada em nossa vida.
É claro que queremos o sim de Deus, mas caso ele diga não, vamos atentar para o
porquê. Às vezes, os maiores desapontamentos da vida são os melhores instrumentos
pelos quais Deus nos fala: * A negativa em Queluz e como fiquei arrasado – as três
portas que me foram abertas em seguida e como está o trabalho até hoje*
Reajamos aos nossos desapontamentos com uma nova percepção dos planos e propósitos de
Deus.