O documento discute os planos de investimento dos principais aeroportos brasileiros para ampliar sua capacidade até a Copa de 2014. Os consórcios de Brasília, Guarulhos e Viracopos anunciam obras em andamento para entregar novos terminais e aumentar o número de posições de embarque e estacionamento. Os investimentos somam bilhões de reais para atender à crescente demanda esperada durante os grandes eventos esportivos.
Infraestrutura executiva - Receita depende de outro modelo - Fabiana Mello
1. W W W.T R A E R . C O M . B R
Nº 02 | ANO 01
NOVEMBRO 2012
A REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO
AVIAÇÃO EXECUTIVA
PEDE PASSAGEM
INICIATIVA PRIVADA PODE E QUER CONTRIBUIR
PARA ALIVIAR O SISTEMA. MAS O QUE AINDA
FALTA PARA A LIVRE DECOLAGEM?
EM OBRAS BRASÍLIA Aeroportos
Os investimentos dos Senado debate a aviação Um guia para autorização e
consórcios para 2014 brasileira homologação
2. EMBARQUE
NA TRAER.
W W W . T R A E R . C O M . B R
O debate sobre aviação acaba de se ampliar da Rede PARA ANUNCIAR PARA SUGESTÃO DE PAUTAS
SBTA para todo Brasil, por meio de uma revista [11] 3258 4895 redacao@traer.com.br
trimestral e com foco exclusivo na informação e comercial@traer.com.br
análise dos principais assuntos relacionados ao
Transporte Aéreo.
Contando com a participação dos maiores gestores e
especialistas do setor, a Revista Traer avalia e discute
tendências, soluções e casos, além de conectar
personalidades e organizações da aviação em todas as
dimensões. Sempre de forma isenta e aberta aos mais
variados posicionamentos.
Apareça para quem entende do assunto e faz a
diferença nos negócios da aviação. Anuncie na Traer.
3. NOVEMBRO 2012
XI SITRAER
Pesquisadores e iniciativa
privada debatem o
transporte aéreo
18
EXECUTIVA
PEDE PASSAGEM
A iniciativa privada se antecipa e anuncia
empreendimentos exclusivos para a aviação
executiva. Ao mesmo tempo, a nova regulamentação
de exploração pública pode mudar o panorama da
infraestrutura, e a expectativa é de trazer “alívio” ao
sistema. TRAER traz as principais questões sobre esse
novo passo no cenário da infraestrutura aeroportuária.
EM OBRAS EM DEBATE
24
Os consórcios e os
Senado discute os
investimentos para
principais problemas da
2014
aviação brasileira
6 14
LEITE PASSO A PASSO
DERRAMADO As etapas para
Consórcio de Viracopos autorização e POP STAR CJ ALVES
anuncia compra de homologação de Pilotos fazem sucesso A ópera bufa das trocas
recovery kit aeroportos na rede virtual de portões
9 34 36 38
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 3
4. E D I T O R I A L
UM INSTIGANTE NOVO
MUNDO
A REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO
Revista Traer é uma publicação da editora
Miríade Brasil, em parceria com a Sociedade
Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBTA).
Conselho Editorial
Eno Siewerdt, Dorieldo Luiz dos Prazeres, Bemildo
por PAULO CELESTINO Ferreira, José Alexandre Fregnani, José Luiz Ares,
João Batista Camargo Jr.
Colaboradores
José Alexandre Fregnani, Fabiana Mello, Claúdio
G
Jorge Pinto Alves
igante por homologação de um aeropor-
FABIO CANDEIAS
Jornalista responsável
natureza, o to são destrinchadas pelo Paulo Celestino da Costa, filho (Mtb 998/RN)
Brasil vive em especialista em Regulação
Direção de arte
berço esplêndido. Mas ao Dorieldo Luiz dos Prazeres Fabio Candeias | www.folks.cc
acordar, percebe-se que que produziu um artigo Edição, entrevistas, redação e revisão
está ficando pequeno. exclusivo sobre a constru- Equipe Traer
Temos a segunda maior ção dos aeroportos. Além
Capa
frota executiva do mundo, de material de pesquisa, 123rf.com
o segundo maior número esperamos que possa servir
Publicidade & Comercialização
de aeródromos do mundo, como um primeiro passo Ibrügger Objects & Projects
mas ao mesmo tempo para quem se interesse na Louise Ibrügger, Luís Paulo Marcondes,
enfrentamos condições de serviços des- proposição de novas infraestruturas. Márcia Kumai
sincronizadas com seu potencial. Com isto acima relacionado e muito +55 11 3258 4895 / 3258 8338 /2925 4895
www.ibruggerobjects.com
Diante disto, e sem poder esperar, a mais, é com muita satisfação que chega-
aviação executiva pede passagem e se mos ao nosso segundo número. E, como Contatos
antecipa na construção de uma infraes- não poderia deixar de ser, queremos agra- www.traer.com.br | [11] 9 8331 4255
trutura adequada a um mercado exigente decer ao apoio e reconhecimento dessa Sugestões de pautas
é responsável por fomentar uma boa parte nossa iniciativa, seja por meio de parce- redacao@traer.com.br
do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), rias, como em dicas e sugestões para fazer
ao se movimentar de forma globalizada em uma revista TRAER cada vez melhor. Fi-
busca de novos negócios ou acompanhar camos muito contentes de também ser um
de perto aqueles que já existem. iniciante em um momento em que muito
Sem representar um “carro na frente do que está planejado para os próximos 20
dos bois”, as iniciativas de construção de ou 30 anos também começa agora. É, sem www.sbta.org.br | sbta@sbta.org.br
aeroportos executivos vêm acompanhadas dúvidas, um começo instigante! SBTA Gestão 2011-2012
da expectativa de uma nova regulamen-
Presidente
tação proporcionando a tão esperada Erivelton Guedes
segurança jurídica para os investidores.
Vice-Presidente
Sem querer ser redundante, para poderem
Li Weigang
investir mais.
Já a possibilidade de exploração Conselheiros
Alexandre Gomes de Barros, Giovani V. Meinerz,
pública é vista como uma alternativa para
Ítalo Romani, Jorge Eduardo Leal Medeiros,
inclusive fomentar um novo paradigma na Dorieldo Luiz dos Prazeres
construção e operação dos aeroportos, ser-
Editor JBATS
vindo como alívio ao atual gargalo. Muitas João Batista Camargo Jr.
são as questões desse “novo mundo”. A
TRAER buscou trazer algumas delas.
Entre elas, requisita-se um novo modelo Os conteúdos publicados podem não refletir a
posição da SBTA, sendo de responsabilidade de
de obtenção da receita financeira dos
seus autores.
aeroportos voltados para a aviação geral
e executiva. Essa discussão é muito bem
apresentada pela advogada especializada
PARA ANUNCIAR
em Direito Aeronáutico Fabiana Mello. Entre em contato pelo e-mail
Seguindo ainda o tema de perto, as comercial@traer.com.br
etapas e caminhos para a autorização e ou ligue: [11] 3258 4895
4 ANO 01 | Nº 02
5. A R T I G O
O mundo passa pelo
Brasil. E as soluções
também devem passar
a pesquisa em transporte aéreo terá de contribuir
COM soluções cada vez mais globais
por ERIVELTON GUEDES
E
ESTÚDIO GROVORE
m recente previsão Seguindo essa lógica, as trazendo inovação ao mercado a partir de
produzida e buscas são por tornar muito seus produtos.
divulgada pelo mais eficientes os processos Certamente muitas das soluções en-
ACI – Airport Council desde a fabricação até a contradas aqui também serão aptas a se-
International – sobre operação final. A pesquisa na rem incorporadas nos cenários similares,
a demanda futura do indústria do transporte aero- como Índia, Rússia e China. E vice-versa.
tráfego de passageiros náutico terá um lugar certo Temos a tranquilidade em afirmar que o
nos próximos 20 anos, nesta missão, em meio a ce- mundo passa hoje pelo Brasil. E a ciência
a América Latina e o nários cada vez mais “inóspi- brasileira deve cada vez mais também
Brasil são destaques. tos” de redução da produção contribuir com esse novo e admirável
O crescimento da Erivelton Guedes é presidente de carbono, da redução das mundo que estamos por se deparar.
região, definiu a própria da Sociedade Brasileira de reservas fósseis e aumento A SBTA vem nestes últimos 11 anos
consultoria, será robusto Pesquisa em Transporte dos custos, falta de água, em contribuindo e investindo na potenciali-
Aéreo – SBTA.
em uma média de 5,2% suma, toda a chamada pega- dade da pesquisa em transporte aéreo no
ao ano correspondendo a cerca de da ecológica. Será a partir da ciência que Brasil, ajudando dessa forma a discutir
29% do mercado mundial em 2031. E o poderemos prever esses cenários e tornar e buscar soluções para muitas dessas
Brasil será o carro-chefe desse aumento reais e consolidar as soluções. questões. É preciso trabalhar agora para
sendo responsável por praticamente Se a América Latina e Brasil serão este novo momento no qual tanto a avia-
metade dessa demanda, e mais do que tão demandados, também cabe por ção brasileira quanto nossa pesquisa se
triplicando a sua demanda interna. honra e necessidade contribuir para globalizam rapidamente, trazendo novos e
As apostas são de que, nos próximos também criarmos as soluções e melhorias instigantes desafios.
20 anos, as condições econômicas nas de muitos novos
“bandas de cá” continuem a melhorar, fa- produtos e serviços
DIÓGENES RODRIGUES
zendo com que cada vez mais os brasilei- que possam trazer
ros e latino-americanos possam voar pela mais eficiência e
primeira vez. Situação similar se dará em inovação. O Brasil,
parte da Ásia e do Leste Europeu. sabemos, já deu sua
Diante desse cenário, os desafios, contribuição com
apontam ainda os responsáveis pela as pesquisas de
pesquisa, serão muitos e se espalham por combustíveis não-
toda a cadeia da indústria aeronáutica. fósseis resultando no
Serão necessárias mais aeronaves, mais álcool combustível.
infraestrutura, melhor qualidade dos Em solo brasileiro
serviços, maior capacidade do controle de também está a
tráfego das aeronaves etc. E, certamente, terceira maior
muito mais conhecimento para alavancar produtora mundial
tudo isto na medida exigida. de aviões, que vem
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 5
6. Check-in Doméstico
Consórcios
em obras GRU
Canteiros de obras
do Terminal 3 (T3)
As concessionárias dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos
e Brasília apresentaram os seus planos diretores de
desenvolvimento da infraestrutura e, mais imediatamente, os
projetos de ampliação até a Copa de 2014.
Essas obras são exigências contratuais para ampliar a capacidade
para dar conta da demanda esperada durante os grandes eventos.
As concessionárias disseram já ter começado as obras e prometem BSB
a finalização até o início do evento esportivo. Promessa de sala
vip no terceiro
piso
Divulgação | Inframérica
BSB
Investimento até 2014
R$ 750 milhões
Capacidade novo terminal
6 milhões pax/ano
(terminal + pier)
Tamanho do novo terminal
20 mil m 2
(10 mil m2 para cada Pier)
Novas posições fixas
15
Novas posições remotas
21
Novas vagas/estacionamento
+ 1.500
(total: 3 mil)
6 ANO 01 | Nº 02
7. Guarulhos
Divulgação | Invepar-Acsa
Terminal T3 aumentará capacidade GRU
do aeroporto em 12 milhões de Investimento até 2014 Novas posições fixas
passageiros e contará com hotel R$ 3 bilhões 22
interno. Pista 09L-27R ganhará RESA Capacidade novo terminal Novas posições remotas
12 milhões pax/ano 36
e readequação para receber o A380 (terminal + pier) Novas vagas/estacionamento
Tamanho do novo terminal
10 mil (total)
192 mil m 2
C
om um investimento estimado
de R$ 3 bilhões até 2014 e obras
já iniciadas, o Terminal 3 (T3) de
Guarulhos visa ampliar a capacidade em
12 milhões de passageiros/ano. Entre as
novidades, está a criação de um hotel
com 50 quartos para os passageiros em
conexão. O hotel ficará localizado antes
da imigração permitindo o livre acesso
pela área e sua administração deve ser
transferida a uma rede de hotéis ainda a
ser definida.
Os terminais 1 e 2 e o T3 serão
Brasília interligados por esteiras de locomoção. O
novo terminal deve contar com sistema
de automatização do check-in e despacho
Construção de dois novos píeres de bagagens. O estacionamento deve
oferecem mais 15 novas posições ganhar um edifício-garagem com 2.386
vagas, além da revitalização das áreas de
fixas para aviões a partir de estacionamentos existentes e criação de
investimento de R$ 750 milhões novas áreas para táxis e ônibus, elevando
as vagas disponíveis para cerca 10 mil
carros.
C
om investimento de R$ 750 milhões -cerca de 110 milhões a mais do que O consórcio Invepar-ACSA anunciou
o previsto inicialmente-, o consórcio Inframérica anunciou reformas e ainda o início da reforma dos terminais T1
ampliações nos terminais já existentes. As obras já foram iniciadas e e T2 após março de 2013, com o aumen-
também estão prometidas para serem entregues até a Copa de 2014. to das áreas de liberação de bagagem,
As reformas visam aumentar a capacidade do aeroporto inicialmente em controle de passageiros, raio X e amplia-
cerca de 6 milhões pax/ano. Com a ampliação, o aeroporto ganhará mais 15 ção das áreas comerciais e de serviços.
posições fixas, divididas em dois píeres, passando de 13 para um total de As reformas também devem ficar prontas
28 pontes de embarque, além de outras 21 posições de embarque remoto. O para a Copa.
terminal-satélite será ampliado com cinco novas posições. Já o novo terminal No lado Ar, a pista 09L/27R ganhará
será construído na direção do acesso da nova pista, à direita do Terminal 1, com adequação para a categoria F (do A380),
10 posições fixas. além das pistas de táxi que também serão
As reformas também se darão na entrada do aeroporto, que ganhará uma fai- adequadas e ganharão novos acessos.
xa adicional para passagem de veículos tanto no piso superior quanto no inferior, As áreas de RESA serão implantadas nas
e a cobertura será estendida. O estacionamento também será ampliado e passará cabeceiras. O pátio do novo terminal aco-
para 3 mil vagas, o dobro do atual. modará 34 aeronaves categoria C.
Entre as novidades, o terceiro piso do Terminal 1 será fechado e climatizado O consórcio prevê chegar até 2022
para a implantação de uma sala vip. O conceito, disseram os responsáveis, ainda com 60 milhões de pax, contando ainda
é inédito do Brasil e será considerada a maior da América Latina. O consórcio com 20 mil vagas de estacionamento. Para
Inframérica informou ainda que as reformas se darão em três frentes simultâ- 2031, a projeção de demanda é de 57 mi-
neas, com as reformas internas, as obras de ampliação e do pátio de aeronaves. lhões pax/ano e processamento de 735.500
Até a fase final do contrato de 25 anos, a capacidade total será ampliada para 41 toneladas de carga. O investimento pro-
milhões de passageiros com um investimento previsto de R$ 2,8 bilhões. gramado total é de 6,3 bilhões de reais.
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 7
8. Check-in Doméstico
VCP
Campinas
Divulgação | Aeroportos Brasil
Investimento até 2014
R$ 2,06 bilhões
Novo terminal visa aumentar a capacidade em Capacidade novo terminal
14 milhões pax/ano
14 milhões de passageiros e consórcio conta (terminal + pier)
com consultoria estrangeira. Terminal atual Tamanho do novo terminal
também será revitalizado 30 mil m 2
Novas posições fixas
28
Novas posições remotas
7
Novas vagas/estacionamento
+ 4 mil (total: 6.010)
C
om investimento de cerca especializada em projetos de ae-
de R$ 2,06 bilhão -cerca de roportos, entre eles o do aeroporto
R$ 600 milhões a mais do de Schipol (Amsterdã). A conces-
que a previsão inicial-, o consórcio sionária informa ainda que contou
Aeroportos Brasil também com consultoria da Flughafen
anunciou o início das obras do München GmBH (FMG), operadora
novo terminal de Viracopos cuja do aeroporto de Munique.
previsão é aumentar a capacidade Com a localização modificada
em 14 milhões de passageiros/ano. em relação ao projeto inicial, o
O consórcio também promete a novo terminal ficará próximo à
entrega até maio de 2014. cabeceira 15 da pista. O consórcio
A estrutura do novo terminal Aeroportos Brasil também anun-
será composta em aço e vidro, ciou obras de revitalização do atual
privilegiando a visão dos pátios das terminal de passageiros a partir de de taxiamento de aeronaves. A VCP
aeronaves. O terminal contará com investimentos de R$ 69 milhões, construção da segunda pista está
Arquitetura irá
28 pontes de embarque, com mais já foram iniciadas e devem ser prevista para o segundo ciclo da privilegiar visão
sete posições remotas de estacio- concluídas no primeiro trimestre concessão, com o início em 2018, das áreas externas
namento, e será integrado a um de 2013. Uma das prioridades são mas o consórcio vem discutindo
edifício-garagem com mais 4 mil as áreas para os banheiros, com a antecipar a operação já para
vagas de estacionamento. Nele, se- construção de novas unidades e 2017. Ao final de todos os ciclos
rão instalados lojas e restaurantes, e modernização das já existentes. do Plano Diretor (cinco ao todo),
serviços de aluguel de carros, além As áreas de embarque também o consórcio espera contar com
de escritórios federais. A estrutura estão para ser ampliadas em 142%. quatro pistas, duas delas com
prevê ampliação futura vertical para Outros R$ 31 milhões também operação simultânea, processan-
a instalação de um hotel. foram anunciados para readequa- do até 80 milhões de pax/ano. O
O projeto do novo terminal é ções do terminal de cargas. investimento total estimado é de
desenvolvido em parceria com No lado Ar, o consórcio prevê 8,4 bilhões de reais ao longo dos
a holandesa NACO, empresa a ampliação das novas pistas 30 anos de concessão.
8 ANO 01 | Nº 02
9. MAIS VCP
Viracopos vai adquirir
recovery kit
O
consórcio do aeroporto
ADRIANO BARRETO
Viracopos em Campinas
anunciou a compra do
“recovery kit”, o equipamento
utilizado na retirada de aeronaves
quebradas da pista. Ainda não
foi especificado qual o modelo,
mas o consórcio Aeroportos
Brasil informou que a ordem
de compra já havia sido dada
e os fornecedores estavam em
avaliação. O equipamento já deve
ser apropriado para as aeronaves
categoria F, no qual se insere os
A380. A chegada do equipamento
deve ficar para o início de 2013.
Um MD-11 da cargueira
Centurion Cargo vindo de Miami
quebrou o trem de pouso durante a
aterrissagem na noite do dia 13 de
outubro, resultando na paralisação
de Viracopos por cerca de 46 ho-
ras. Uma das maiores prejudicadas somente poderia ser reaberta com na pista de táxi desde 1982. O
MD-11
com a ocorrência foi a Azul Linhas segurança após a saída completa decreto compõe inclusive o Rotaer,
Aéreas, que tem Campinas como do cargueiro. documento de planejamento de Reabertura da
pista precisou da
base. Na ocasião, o ‘recovery kit’ A SAC disse que priorizou voos da Aeronáutica.
remoção completa
foi alugado da TAM e trazido da a segurança das pessoas e que Porém, as informações são de do aviãoda
cidade de São Carlos (SP). Segundo continuaria na monitoração dos que a avaliação da Azul, ao iniciar Centurion Cargo
a própria companhia, o prejuízo da eventos subsequentes à retirada a operação em 2008 em Campinas,
paralisação das operações foi es- da aeronave, também reavaliando detectou que a pista de táxi se
timado em mais de R$ 20 milhões os planos de contingência. “O go- encontrava deteriorada. A Infraero
em 470 voos cancelados e mais de verno revisará os procedimentos tinha planos de construir uma
25 mil passageiros afetados. e as normas operacionais do se- nova pista de táxi, e reformaria a
Em matéria da Folha de S. tor, e julgará quais as medidas ou antiga de forma a operar como pis-
Paulo, o diretor de comunicação e revisões legais serão necessárias ta auxiliar da pista principal. Esta
marketing da Azul, Gianfranco Be- para aperfeiçoar as estratégias então entraria em reforma. Mais
ting, disse que a pista não deveria listadas nos planos de contin- tarde, com a iminência da con-
ter sido fechada completamente e gência desse segmento”, disse a cessão, as propostas de reformas
que a companhia havia solicitado SAC na nota. Tanto a Secretaria teriam ficado pelo caminho.
a liberação parcial da pista sem como a Anac estavam avaliando Ainda segundo a SAC, os
obter resposta da Infraero. Segun- as aplicações de multas, em uma prejuízos materiais decorrentes
do cálculos da empresa a partir estimativa inicial de cerca de R$ da interdição do aeroporto eram
da especificações da Embraer 6 milhões. estimados inicialmente na ordem
para o E-190, seria possível utilizar de R$ 3 milhões. E a Secretaria
os 1.700 metros de pista e ainda Reformas anunciou que preparava ação
sobrariam 500 metros de pista Como apontou o blog da TRAER, indenizatória contra a Centurion.
para escape. Segundo a SAC, em a pista de Viracopos é uma das A Anac também preparava multa
nota para a imprensa, os órgãos poucas das 66 dos aeroportos da em um levantamento inicial de
envolvidos na operação de retirada rede Infraero a dispor de autori- R$ 2,8 milhões pelos transtornos
da aeronave julgaram que a pista zação para pousos e decolagens causados.
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 9
10. Check-in Internacional
Frankfurt começa a
operar novo pier
Divulgação | Lufthansa e Fraport
Com o custo de 700 milhões
de euros, a ampliação do
Terminal 1 do aeroporto de
Frankfurt permite receber até
quatro A380 simultâneos
PIER A-PLUS
(TERMINAL 1)
CAPACIDADE
Até 6 milhões pax/ano
Área
Cerca de 185.400 m²
Extensão
790 m
O
Largura
Aeroporto de Frankfurt (FRA) começou a operar o novo Pier A-Plus, uma
extensão do Terminal 1 com quase 800 metros de comprimento, que será 28 m
utilizada exclusivamente pela Lufthansa e seus parceiros da Star Alliance. O Pontes fixas
novo pier deve ser responsável por processar um tráfego de 6 milhões de passageiros 18
(pax) por ano, elevando a capacidade do aeroporto para 65 milhões pax/ano. Portões
Segundo a administradora do aeroporto, as obras do novo pier custaram 700 mi- 27 (incluindo cinco posições
lhões de euros, e já está preparado para o recebimento das grandes aeronaves como remotas)
o Airbus A380 e o Boeing 747. São aproximadamente 185 mil metros quadrados úteis Lounges
(algo como 25 campos de futebol). A obra foi concluída dentro do prazo determinado,
dentro de uma programação de cerca de quatro anos de construção. O Pier A-Plus é
5
a maior construção térrea no aeroporto de Frankfurt desde a abertura do Terminal 2 Fonte: Fraport e Lufthansa
em 1994.
10 ANO 01 | Nº 02
11. América Latina
se destaca por resultados
e previsão de crescimento
região deve apresentar um crescimento
‘robusto’ nos próximos 20 anos, aponta
123rf.com
previsão. E o Brasil será o impulsor ao
mais do que triplicar a sua demanda
N
Nos próximos 20 anos, a demanda de passageiros no O estudo aposta na melhoria das condições econômicas da
transporte aéreo deve mais do que dobrar o volume região, possibilitando aumento de renda e permitindo assim a
ultrapassando a marca de 12 bilhões. A aposta é da ACI um maior número de pessoas viajar de avião. Um cenário similar
– Airports Council International – divulgada no relatório Outlook é apontado também em países da Ásia e Leste Europeu. “Isto
2031 de previsão do crescimento do tráfego aéreo publicado em significa que um maior número de cidadãos, pela primeira vez,
parceria com a consultoria DKMA, especializada na indústria terão condições financeiras de voar”, explica.
aeronáutica. Já a IATA também destacou os bons resultados da Com isto, os produtores do relatório preveem que o aqueci-
região da América Latina em 2012, e reforça a necessidade de mento da demanda deve dar continuidade à expansão das [com-
colocar a segurança de voo e infraestrutura como prioridades panhias] de baixo custo, resultando em tarifas mais competiti-
para a região. vas, ao passo de uma competição limitada por outros modais de
Segundo a IATA, as companhias aéreas da América Latina e transporte e vastos territórios pouco servidos favorecendo assim
Caribe vão acumular em 2012 um lucro coletivo de 400 milhões ao transporte aéreo.
de dólares, cerca de 100 milhões de dólares a mais do que em
2011. O tráfego de passageiros também foi de 10,1% nos primeiros Retomada
nove meses deste ano, apenas atrás do tráfego registrado nas O relatório aponta uma certa melhora do crescimento da deman-
companhias do Oriente Médio, com a taxa de 16,1%. “A região da da mundial de passageiros no início de 2012, com uma média
América Latina está se mostrando como uma grande promessa, de 4,6% entre os meses janeiro e junho, porém com uma queda re-
mas isto também significa desafios”, disse o diretor geral e CEO gistrada para 2,2% em julho. E a expectativa é de que, no cenário
da IATA, Tony Tyler. ainda de crise, a demanda desacelere mais um pouco em 2013.
Ainda segundo o relatório da ACI, a região da América Latina Mas a retomada deve se dar a partir de 2014.
desponta como uma das mais potenciais no crescimento de tráfe- A América do Norte e Europa representarão o menor cresci-
go de passageiros, tendo o Brasil como um catalisador da região. mento em relação à média mundial nas estimativas dos próxi-
A consultoria define a tendência de crescimento da região como mos 20 anos. A pesquisa reforça que a demanda por transporte
“robusta” e acima de média mundial do crescimento econômico aéreo continuará ainda altamente dependente das economias
(esperado em 3,5% por ano), atingindo um média projetada de em crescimento, da continuidade da liberalização, e aumento da
crescimento de 5,2% por ano, e correspondendo a 29% do merca- competição, porém encontrará desafios em todos os segmentos
do mundial em 2031. da indústria, seja nos seus aeroportos, companhias ou controle de
A partir disto, o Brasil dever se tornar um dos mercados em tráfego, que terão todos de adicionar capacidade para dar conta
crescimento mais rápidos no mundo, mais do que triplicando de demanda. “O crescimento da importância das economias
em tamanho e apontando para ter quase metade dos passagei- emergentes/em desenvolvimento mudará fundamentalmente o
ros da região em 2031. A consultoria cita os grandes eventos horizonte da indústria”, registram.
esportivos como fatores de incremento da economia do país e
das viagens aéreas.
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 11
12. Check-in Jogo Aéreo
Brasil mais
perto do A380
A fabricante europeia Airbus divulgou a expectativa de demanda de aeronaves na Améri-
ca Latina (AL) e Brasil. As companhias aéreas da região devem necessitar cerca de 2.100
aviões nos próximos 10 anos, sendo 1.660 de corredor único, 420 de corredor duplo e 40
de grande porte. Ao todo, o valor estimado de mercado é de US$ 242,7 bilhões. O Brasil
DIVULGAÇÃO AIRBUS
corresponde à metade da demanda, com 1.100 aviões, com valor de negócios estimado de
160,7 bilhões.
Segundo a análise do vice-presidente executivo da Airbus para AL e Caribe, Rafael
Alonso, o Brasil torna-se, a cada dia que passa, um forte candidato para as operações com
o A380 em função do crescimento da demanda. Segundo a Airbus, um terço do tráfego de
longo curso para a AL chega ou transita pelo Brasil, que já se configura como
o quarto maior tráfego do mundo. “A aeronave deverá ser a clara escolha
para as linhas aéreas que operam no país, especialmente em vista da
proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos”, disse Alonso.
Os dados do Airbus Global Market Forecast (GMF) estão disponíveis
em aplicativo de iPhone na AppStore e a partir do site da Airbus: www.
airbus.com.
DE OLHO EM GIG
LOGÍSTICA TV AO VIVO
Tá com tudo Aerotechnicolor Sinceridade bra-
Os interessados nas concessões
A criação da Empresa de Projetos Logís- A Azul em parceria com a Sky já iniciou sileiras só têm olhos para o Aeroporto
ticos (EPL), que tem como presidente o a transmissão de programação de TV ao Internacional Tom Jobim (GIG). Todos os
Bernardo Figueiredo, causou uma boa im- vivo a partir de satélite a bordo de suas representantes das potenciais empresas
pressão no mercado. O banco de investi- aeronaves. e consórcios sempre colocam o carioca
mentos GoldMan Sachs realizou encontro como prioridade e alvo atrativo em um
com Figueiredo no início do segundo DELTA novo processo de concessões dos aeropor-
semestre e destacou em seu boletim que tos brasileiros. Já declaram interesse aber-
“os medos foram superados” em relação às
concessões logísticas.
De mala e cuia to a CCR, Invepar, Triunfo, Fraport e Egis.
Ainda nas declarações, Confins fica a se
A empresa Delta Air Lines muda a sede pensar. No geral, avaliam o processo como
RNP comercial voltada para os negócios da bem-sucedido, apesar dos altos ágios e a
América Latina e Caribe da cidade crítica principal é o mínimo de 5 milhões
No apagar das de Atlanta para São Paulo. Segundo a de passageiros como critério. O Governo
luzes empresa, a receita na América Latina
(AL) e Caribe cresceu 20%, e a mudança
deve ouvir a grita geral e aumentar o re-
quisito mínimo de operação no portfólio.
visa focar as ações na região. Para isto,
A Trip Linhas Aéreas, protagonista de o vice-presidente Nicolas Ferri chega de
uma das notícias surpresas do ano ao se mudança no dia 1o de janeiro de 2013. A TARIFAS
fundir com a Azul no primeiro semes-
tre, teve anunciada auditoria da Anac a
companhia, que tem 3% do capital da Gol
Linhas Aéreas, vem estendendo sua atua-
Bye, bye, até a
partir de denúncia anônima sobre o uso ção na AL com parcerias na Aeroméxico e próxima!
de procedimentos de aproximação não code-share na Aerolineas Argentina. Co-
autorizados. As empresas já compartilham bre 43 destinos na região em mais de mil Com o fim da Webjet decretado pela
os voos desde outubro, mas a marca voos semanais entre os Estados Unidos e Gol, as últimas baixas tarifas do
Trip deixará de existir após América Latina. mercado sumiram do mapa.
a autorização definitiva
da fusão. A empresa
já devolveu os E-190
utilizados e leva somente DIVULGAÇÃO DELTA
os ATR-42 para a Azul.
12 ANO 01 | Nº 02
13. PARA PARTICIPAR, ENVIE UM E-MAIL PARA
sbta-lista-owner@yahoogroups.com.br
Pesquisa busca estabelecer
níveis de serviço para áreas de
RESTITUIÇÃO DE bagagem
P
esquisa de pós-graduação
do Instituto Tecnológico de
Bagagens
Aeronáutica (ITA) teve como
objetivo avaliar e propor padrões Pesquisa também
de níveis de serviço nas áreas de serviu para
produção de
recebimento de bagagens em três manual para
grandes aeroportos brasileiros da Infraero
rede Infraero (Congonhas, Campi-
nas e Fortaleza). Foram monitorados
e pesquisados 425 passageiros em
ATRS 2013
2011 e os dados obtidos foram com- contribuir para atingir outras metas como
parados com um aeroporto da América do a própria qualidade do serviço, satisfação
Norte, o de Calgary, no Canadá. Análise
com regressão linear foi usada para con-
dos passageiros, market share e vantagens
competitivas. já recebe
firmar a existência de uma relação causal
entre o tempo de espera pela bagagem
A pesquisa de mestrado teve apoio
da Fapesp e da Infraero foi apresentada
trabalhos
e a opinião dos passageiros definidos durante a conferência 2012 da Air Trans- As submissões de resumos e papers para a
em termos de notas (de 1 a 5). Contraria- port Research Society (ATRS) realizada conferência 2013 da Air Transport Resear-
mente ao “senso comum”, os resultados em Taiwan. Participaram as mestrandas ch Society (ATRS) estão abertas até o dia
indicam que os passageiros domésticos Viviane Adriano Falcão, Nara Bianca 31 de janeiro de 2013. As inscrições online
nos aeroportos brasileiros são levemente Zimmerman, e a doutoranda Giovanna Bo- para participação serão abertas a partir de
mais “exigentes” do que os passageiros rille, sob a orientação do professor doutor fevereiro e organização indica que os des-
canadenses. Anderson Ribeiro Correia. contos de inscrição antecipada se darão até
Os dados serviram ainda para balizar O resumo do trabalho pode ser 15 de maio de 2013. A conferência anual da
a produção de um manual de níveis de ser- acessado em http://www.bv.fapesp.br/pt/ ATRS será realizada em Bergamo, na Itália,
viço para a Infraero visando a melhoria dos projetos-regulares/27418/desenvolvimento- entre os dias 26 e 29 de junho de 2013. Os
mesmo índices, podendo assim também -padroes-nivel-servico-recomendacoes/ resumos podem ser enviados para confe-
rence@atrs2013.org e mais informações
Segundas Pistas Tempo dos freios
podem ser obtidas em www.atrs2013.org.
O incidente com o MD-11 da Centurion Car- As condições e tempo de uso dos freios, Outros temas:
go no aeroporto Viracopos, em Campinas, além de toda a engenharia por trás do uso
levantou a sondagem da situação das pistas deles nas decolagens abortadas, foi tema ƒƒICAO muda os mínimos de
combustível e de emergência
auxiliares nos demais aeroportos brasileiros. de ampla discussão técnica.
Os pilotos participantes da lista comenta- ƒƒRelatório do pouso na taxiway em
ram o uso da segunda pista em aeroportos
como Natal, Florianópolis, Belém, Salvador e
Quatro pistas Guarulhos
ƒƒAnac investiga incursão de pista do
Curitiba. Segundo os relatos, ou a operação O masterplan do aeroporto de Campinas governador Cid Gomes
está desativada, restrita à situações espe- também foi assunto dentro da rede. A ne- ƒƒTorre remota controla diversos
ciais ou relegada à aviação geral e operação cessidade da 2a. Pista e o próprio projeto, aeroportos de um único lugar
militar como é o caso de Natal. E que não com a proposta de quatro pistas ao fim do ƒƒCumbica: trem ficará longe de
venha outro MD-11 nesses aeroportos. ciclo final, entraram em debate. terminais
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 13
14. R A D A R B R A S Í L I A
futuro da aviação
BRASILEIRA EM DEBATE
POR PAULO CELESTINO E GABRIELA SERTO
Representantes dos principais segmentos
da aviação brasileira vêm expondo os
problemas e necessidades em subcomissão
do Senado Federal
D
iscutir as diretrizes para ção Aeroportuária (INFRAERO);
sidência permaneceu o Senador
políticas públicas para Centro de Investigação de Preven-
Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e para a
a aviação brasileira, e ção de Acidentes Aeronáuticos
relatoria o Senador Vital do Rêgo
elaborar um relatório final que (PMDB-PB). (CENIPA); entidades da aviação
contribuirá para a composição geral como a Associação Brasileira
Ao assumir, Costa disse que
de projetos de lei e medidas de Aviação Geral (Abag) e APPA -
vai dar continuidade aos trabalhos
provisórias são os principais Associação Brasileiro de Pilotos e
da Cistac. A Subcomissão já apro-
objetivos da Subcomissão Proprietários de Aeronaves; Táxis
vou a realização de uma audiência
Temporária de Aviação (Cistac), aéreos; Indústria das linhas aéreas
pública para discutir a minuta do
instalada no Senado Federal e (visão internacional) – IATA;
relatório final, o que deve reunir
que ao longo do ano ouviu os Sindicato Nacional dos Aeronautas
novamente os principais represen-
representantes dos diversos e Associações; Manutenção de
tantes. A Cistac tem vigência até
segmentos da aviação brasileira. aeronaves; Formação de recursos
fevereiro de 2012, mas se houver
Os resultados dos encontros humanos; Concessões de aeropor-
necessidade, pode ser renovada
da Cistac com seus convidados tos; entre outros.
por, pelo menos, mais um ano.
específicos e a comunidade aero- As preocupações são muitas e
O documento abordará os prin- Comando
náutica servirão como base para em um encontro exclusivo
um ofício, que será enviado à com a revista TRAER, o Senador
Vicentinho
presidente Dilma Roussef, como SENADOR VICENTINHO ALVES: então presidente da Cistac Alves se licencia,
Vicentinho Alves enfatizava
forma de contribuição para a
composição de projetos de lei e “O Brasil vive que “detectava sobretudo
mas trabalhos
continuam
medidas provisórias. uma crise de
Senado Federal | Divulgação
A Cistac foi uma solicitação
do senador Vicentinho Alves crescimento”
(PR-TO) tendo sido aprovada
pela Comissão de Infraestrutura
do Senado, a qual está ligada à cipais pontos que afligem a
subcomissão. Mas a presidência todos os setores envolvidos
terminou passando por mudanças na aviação no país: Agência
em outubro, quando Alves pediu o Nacional de Aviação Civil
licenciamento do cargo. O senador (ANAC); Secretaria de Avia-
João Costa (PPL-TO) assumiu em ção Civil (SAC); Departa-
seu lugar e foi eleito, por unani- mento de Controle do Espaço
midade, como novo presidente Aéreo (DECEA); Empresa
da Subcomissão. Para a vice-pre- Brasileira de Administra-
14 ANO 01 | Nº 02
15. a necessidade em atualizar os rados e mesmo construídos novos crescimento e o empenho de
marcos regulatórios do Setor, pois aeroportos, e temos demonstrado verbas para a consecução dessas
tanto a Lei 7565/86, o Código constantemente para as autori- obras o grande desafio do País”.
Brasileiro de Aeronáutica (CBA), dades do setor. Integrar um país Ainda é cedo para afirmar
como o Brasil quais mudanças efetivas serão ne-
O PAÍS enfrenta as tem sido seu
maior desafio
cessárias, mas já se pode concluir
pelos debates com os representan-
consequências de uma ao longo de tes dos principais órgãos e entida-
demanda vertiginosa que sua história,
sendo que a
des ligadas à aviação nacional que
o Brasil enfrenta as consequências
compreende todos os aviação é o de uma demanda vertiginosa
instrumento que vai além da construção de
segmentos da aviação eficaz para aeroportos como resposta, mas
fazer isso com compreende todos os segmentos
como a Lei 7.183/84, que regula- rapidez e segurança. Podemos do transporte aéreo, de logística e
menta a atividade dos aeronautas, considerar o planejamento desse mobilidade urbana.
são anteriores à CF/88. E o mais
Debate
Senado Federal | Marcos Oliveira
importante, precisamos formular
uma nova política pública que tra- Representantes
te da aviação como um todo, com dos segmentos
e entidades
um desenho industrial e globaliza- participam de
do, que insira e contemple todos sessão no Senado
os seus setores”.
O Senador Alves destacou
ainda que o Brasil passa por um
momento que muitos chamam de
“crise de crescimento”, sendo que
a necessidade de se investir em
todos os setores da infraestrutura
nacional transformou-se em uma
questão considerada prioritária.
“É claro que nossos aeroportos
precisam ser ampliados e melho-
Primeiras impressões
Veja outros pontos observados nos debates a partir do relatório
parcial da Subcomissão de Aviação Civil (Cistac).
A aviação regional possui problemas em comum nais em seus quadros, e que sejam da área, prin-
com a aviação regular, tais como a necessidade cipalmente para atuar em setores de certificação
de implementar a malha aeroportuária e de de projetos e aeronaves, bem como para fiscalizar
complementá-la a outros modais de transporte, todas as atividades afetas. Por exemplo, os táxis
preço dos combustíveis, formação e qualificação aéreos reclamam da falta de fiscalização para
de mão de obra, e problemas específicos, como coibir o transporte aéreo clandestino.
a situação de vários aeroportos que comportam A infraestrutura aeroportuária vai além da
voos regulares de menor porte, mas que não construção de aeroportos, pois compreende a
podem recebê-los por condições pontuais como a formação de profissionais, ampliação do controle
falta de carros de bombeiro. do tráfego aéreo, e acima de tudo, sua correlação
A aviação executiva e os táxis aéreos precisam de com outros setores responsáveis pela logística e
uma regulamentação que contemplem especifica- mobilidade urbana.
mente suas atividades. É necessária uma política mais clara para nortear
A ANAC tem exposto uma necessidade de imple- as diretrizes e o rumo do setor em relação à
mentar seu quadro de pessoal, pois está sendo formação e qualificação de mão de obra.
incisivamente cobrada por parte dos usuários no A indústria fabricante de aeronaves no Brasil pas-
sentido de reabrir suas unidades regionais, bem sou de 40 empresas para apenas seis nos últimos
como para padronizar seus procedimentos. anos. A preocupação é com a própria manutenção
Uma queixa constante por parte dos usuários e sobreviviência da cadeia da indústria aeronáuti-
tem sido que a ANAC necessita de mais profissio- ca voltada para a aviação geral no Brasil.
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 15
16. R A D A R B R A S Í L I A
Paulo Celestino | TRAER
Decea se diz preparado
para aumento do tráfego
O tráfego aéreo não deve gerar gargalos na expansão do transporte aéreo no
Brasil, garantiu o diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(Decea), tenente-brigadeiro-do-ar Marco Aurélio Gonçalves Mendes. Na apresenta-
ção durante uma das sessões da Cistac, no Senado Federal, em Brasília, o diretor
apontou as obrigações e os desafios a serem enfrentados pelo órgão destacando
a expansão em pelo menos o dobro⅔do atual
“Sistema está no tráfego brasileiro nos próximos anos.
Porém, ainda segundo Mendes, mesmo com
dimensionado em o aumento da demanda, o novo conceito
de gerenciamento de tráfego CNS/ATM–com
quase o dobro do premissas globais de navegação, vigilância
tráfego existente” e comunicação, inclusive por satélite– deve
acompanhar as necessidades em áreas ter-
minais (TMA) mais movimentadas como São
Paulo e Rio de Janeiro. “O atual sistema está dimensionado em quase o dobro do
tráfego existente hoje. Podemos garantir que a expansão aérea não encontra ba-
tente no espaço aéreo, mas muito mais na atual infraestrutura disponível”, avaliou.
Mendes também justificou o atraso do novo sistema de navegação e aproxima-
ção por satélite no Brasil, o GBAS (do acrônimo em inglês Ground Based Augmen-
ted System) devido aos estudos de influência da Ionosfera na faixa geográfica
próxima ao Equador. “Precisamos ter certeza dos limites e quais os riscos que isso
pode impor ao sistema, e como corrigimos isso a tempo de tornar operacional,
garantindo a eficiência e segurança do serviço para as aeronaves”, explicou.
16 ANO 01 | Nº 02
17. Preocupação
Aviação geral
e a questão
da formação
estão entre as
maiores lacunas
detectadas
Paulo Celestino | TRAER
Os temas quentes da Cistac
A Cistac mantém em seus encontros o debate sobre as principais questões
do setor no país. Seu funcionamento operacional foi determinado em forma
de audiências públicas dentro de uma agenda específica para discutir as
políticas públicas para a aviação civil brasileira. A CISTAC ouviu até o momento
praticamente todos os nichos da aviação. Por isso, pode detectar que diversas
lacunas e gargalos que precisam de atenção no curto e no médio prazo.
A TRAER lista abaixo alguns pontos “quentes” dos debates que já passaram pelos
trabalhos da Subcomissão ao longo de 2012:
PREÇO DOS Preocupação com a
COMBUSTÍVEIS aviação geral
Durante a sessão na qual foi debatida a questão Um dos temas recorrentes dentro da Cistac é a situ-
dos combustíveis de aviação, o representante do ação da aviação geral no Brasil, desde a infraestru-
Ministério das Minas e Energias (MME), Claúdio tura disponível, passando pelos preços de combus-
Ishihara, explicou que o Brasil havia voltado tíveis, até a formação de quadros de funcionários
à dependência de importações dos produtos tantos de pilotos como de manutenção. As lacunas
derivados de petróleo. A grande expectativa para e, consequentemente, a necessidade de uma
retomar o patamar de 2006, quando havia sido atuação mais ampla da SAC e Anac indo além das
declarada a autossuficiência em pétroleo pelo questões da aviação comercial foram reclamadas
presidente Lula, são os resultados do pré-sal. pelo consultor e professor da Universidade Federal
O próprio senador Vicentinho Alves reclamou do Rio de Janeiro (UFRJ), Respício do Espírito Santo. O
dos preços dos combustíveis de aviação no Brasil, professor elencou o próprio estatuto da SAC, no qual
que segundo cálculos de especialistas chegam uma de suas proposições é: “Acompanhar o desen-
a custar 60% acima das cotações internacionais. volvimento do Sistema de Aviação Civil por meio da
E também apontou a dificuldade das aéreas e avaliação e divulgação permanente de indicadores”.
empresas de táxi aéreo operarem na região Norte, “[Mas] Não tem indicador da aviação agrícola,
onde abastecer pode sair três mais caro que em não tem indicador da aviação aerodesportiva, não
outras regiões. tem indicação da aviação experimental, não tem
A justificativa do representante do MME é de indicação para nada. Só tem indicador de perfor-
que a necessidade de importação de combustível mance e desemprego para a TAM, para a Gol, para o
se deve ao aumento da demanda. E abordou ainda novo concessionário, porque são eles que desfilam
que a formação de preços de combustíveis no no tapete vermelho do Oscar. Os outros devem ser
Brasil é livre, porém ressaltou que a precificação todos considerados ‘patinhos feios’, porque não tem
inclui variáveis como tributos estaduais, federais e indicador para nada”, rebateu Respício durante sua
custos com transporte. participação na Comissão.
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 17
18. X I S I T R A E R
Capacidade e índices
de serviços na pauta
do transporte aéreo
brasileiro
O XI Sitraer propiciou o debate sobre as principais
questões do transporte aéreo no Brasil, também
agregando as recentes pesquisas do campo
realizadas em centros brasileiros e internacionais
A
s perspectivas atuais e futuras discussão no Simpósio. Dentro disto, hou- tecnologia Atech, da G&E, e da Smiths
do transporte aéreo brasileiro ve o debate sobre a implantação dos novos Detection.
foram debatidas durante a XI sistemas de navegação a partir do conceito Nesta edição, as presenças interna-
primeira edição do Simpósio de Pesqui- PBN (do acrônimo em inglês de Perfor- cionais ficaram por conta do professor
sa em Transporte Aéreo (Sitraer). Após mance Based Navigation) e também foram John-Paul Clarke, da GeorgiaTech, que
as primeiras concessões, a preocupação apresentadas as tecnologias e os esforços participou também pela primeira vez do
agora é com a criação de instrumentos de de pesquisa de tecnologia da informação Sitraer. Ele apresentou sua última pesqui-
controle e acompanhamento dos serviços (TI) voltadas para o ATFM (da sigla em sa voltada para a otimização das opera-
nos aeroportos brasileiros. O assunto atra- inglês Air Traffic Flow Management). ções de seqüenciamento e agendamento
vessou alguns trabalhos e painéis durante O XI Sitraer reuniu participantes em um ambiente de incerteza.
o evento. da Secretaria de Aviação Civil (SAC),
O aumento da capacidade aeroportuá- da Agência Nacional de Aviação Civil Perspectivas
ria continua na pauta, e os representantes (Anac), profissionais do segmento, e dos O evento de abertura contou com a parti-
da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e da pesquisadores dos principais centros de cipacão do diretor presidente do Instituto
Agência Nacional de Aviação Civil(Anac) pesquisa em transporte aéreo brasileiro. O de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
apresentaram seus estudos e propostas evento foi realizado em Brasília, de 20 a 22 Marcelo Neri, do diretor da concessionária
para o investimento na infraestrutura de novembro, na sede da Abetar/CNT. CCR, Ricardo Castanheira, e do professor
regional além da autorização para constru- O Simpósio também contou com a
ção e operação dos aeroportos executivos. participação de representantes da inicia-
As novas tecnologias de auxílio à tiva privada, entre eles, da concessionária
navegação e os estudos de otimização das CCR, da empresa de recovery kit ResQtec,
operações foram outros temas de ampla da Lufthansa Consulting, da empresa de
18 ANO 01 | Nº 02
19. JOÃO VIANA | IPEA
no Brasil. Neri lembra da situação de pleno emprego
que o Brasil vive no momento, “também um problema
bom”, definiu ele. “A boa notícia é de que engenheiros
estão nos primeiros lugares do ranking, Vocês têm
os melhores salários, maiores taxas de ocupação, as
maiores taxas de formalidade, mas também são os
que tem uma maior jornada de trabalho, o que indica
escassez de mão de obra”, afirmou.
Além das pesquisas de formação recursos hu-
manos, o presidente anunciou ainda a realização da
pesquisa de Origens e Destinos
e transporte de cargas. “É uma
MARCELO NERI: área em que o Ipea pode prover
A combinação de conhecimentos relevantes. É
uma área de fronteira impor-
brasileiros voando tante, que começa a mudar e
pela primeira vez acontecer no Brasil a partir da
aviação regional”, anunciou.
Abertura da Universidade de Calgary é muito especial e Já o professor Alexandre
Da esq. para e ex-diretor da Anac, Ale- Gomes de Barros se mostrou
dir: Erivelton xandre Gomes de Barros. reflete o momento preocupado com as questões
Guedes (SBTA), Li
Weigang (UnB),
Eles avaliaram o atual mo-
mento do transporte aéreo
brasileiro de sustentabilidade do setor no
Brasil, e ao seu ver, giram em
Marcelo Neri
(Ipea) e Ricardo no Brasil e suas perspec- torno da concorrência e da ex-
Castanheira (CCR) tivas, ressaltando as principais ações e questões em pansão e manutenção da infraestrutura aeroportuária.
cada campo de ação. “As duas são correlatas”, expressou. Para o ex-diretor
O diretor do Ipea, Marcelo Neri, ressaltou o impac- da Anac, é necessário que o Brasil crie um ambiente
to do crescimento econômico brasileiro no segmento que incentive o surgimento de novos serviços e que,
de transporte aéreo, a partir das pesquisas correla- por meio da concorrência, se possa ter uma melhor
tas à aviação realizada pelas equipes do Instituto. qualidade dos serviços.
Ele destacou que muitos brasileiros estão voando Sobre a infraestrutura, Barros colocou que não
pela primeira vez nos últimos anos, o que resulta em é nenhuma novidade a limitação dos aeroportos
um grande desafio para as empresas e instituições brasileiros, mas apontou os riscos relacionados à
ligadas ao setor. “Essa combinação dos brasileiros vo- escassez da infra. A partir disto, defendeu uma maior
arem pela primeira vez é muito especial e reflete esse participação da iniciativa privada para contribuir com
momento brasileiro de aumento de emprego formal. O o sistema. “É evidente que sem a expansão da infra
transporte aéreo tem se tornado essencial”, disse. estaremos limitando severamente o crescimento da
Ao mesmo tempo, o presidente do Ipea mencionou aviação. E ao se limitar o crescimento da demanda,
que infraestrutura aeroportuária é um segmento crí- começamos a ter problema de crescimento de custos
tico por oferece a primeira impressão a quem visita o e de preços”, relacionou.
Brasil pela primeira vez. “Os aeroportos são a porta de “Temos evidências de que esses problemas já
PBN entrada, o cartão de visitas. Estamos no processo de se espalham rapidamente além de São Paulo, e já
superação deste problema logístico e, neste aspecto, afetam Belo Horizonte, Brasília e Rio, e outros devem
As novas
tecnologias é um problema sério mas é um ‘bom’ problema pois se entrar neste rol em curto espaço de tempo. É evidente
de navegação necessita de investimentos para superá-lo”, ressaltou. que precisamos de investimentos na infraestrutura
entraram em Neri ainda relacionou a pesquisa sobre a formação aeroportuária e não há motivo para não se utilizar da
debate em painel de recursos humanos e a capacidades de empregos iniciativa privada para isto”, ressalta Barros.
especial
Em sua participação, o diretor da CCR Ricar-
do Castanheira fez uma avaliação ampla e aberta
DIVULGAÇÃO SBTA
dos desafios a serem enfrentados pelo segmento de
transporte aéreo, principalmente no que diz respeito
à participação da iniciativa privada e a relação com o
governo. Castanheira aponta que os desafios são mui-
tos e que não podem ser vistos de forma individual e
apenas com soluções de curto prazo.
Por isso, o diretor da CCR cobrou uma melhor
definição das atuações dos órgãos hoje existentes
ligados ou envolvidos à aviação- Anac, SAC, passando
pela Casa Civil, Ministério da Defesa e até o Conac.
“Existe todo um entorno, são áreas do governo que
REVISTA DO TRANSPORTE AÉREO 19
20. X I S I T R A E R
DIVULGAÇÃO SBTA
fazem parte também dessas definições. E vemos que a as obras podem não ser
iniciativa privada também pode contribuir para ajudar suficientes. “Estamos
ao governo para que se tenha um melhor foco na sua querendo contar uma
gestão aeroportuária como um todo”, disse. rede adequada, aeropor-
Castanheira também foi instado a falar sobre os tos compatíveis com a
processos de concessão dos aeroportos, do qual a CCR demanda, com níveis de
participou. Ele reconheceu a transparência e lisura do serviços convenientes,
processo, mas apontou que é outro momento no qual uma operação coorde-
se evidencia a falta de definições do governo sobre o nada e monitorada, a
transporte aéreo. Ele relaciona à questão da partici- partir de uma regulação
pação da Infraero como sócia das concessionárias. moderna e consistente”,
“Uma hora ela é sócia minoritária, outra hora se quer apontou Alves como os
um sócio minoritário para ela, outra hora não se está principais eixos a serem
satisfeito e não se queria nada disso. Mas essa dis- buscados.
cussão faz parte e precisamos estar dentro dela para
participar também”, defendeu.
O diretor aponta que o primeiro desafio das con-
LIÉGE EMMERZ:
cessionárias é de integração da gestão, mas acha que
as empresas e a Infraero serão muito bem sucedidas “O sucesso dos Concessões
neste aspecto. A preocupação é com a inovação de
gestão, de busca por apresentar novos serviços, além aeroportos Liége Emmerz
e Ingo Lüschen,
do pagamento das outorgas. Ao seu ver, o pagamento concedidos no mundo consultores
ficará bem complicado. “Mas não tem ninguém que associados
não saiba fazer conta lá dentro. Eles estão vendo algo dependeram dos da Lufthansa
Consulting
que não vimos, e é tanto que perdemos. Mas vejo que
o governo também vai ter de participar em algum
controles rígidos dos
momento, ajudar no que for preciso sem alterar ou níveis de serviço”
quebrar o contrato”, prevê.
Os resultados das concessões também não virão
no curto prazo, acredita o executivo. Para ele, os Os representantes da Lufthansa Consulting, Liége
primeiros resultados só serão percebidos após os Emmerz e Ingo Lüschen, abordaram as experiências
primeiros três anos. “Não se consegue potencializar de outros aeroportos privatizados ou concessiona-
de tal ordem a gestão de um aeroporto ao ponto de se dos no mundo. Para Emmerz, o Brasil precisa definir
notar grandes mudanças em tão curto prazo. Portanto, seus objetivos de longo prazo, e também reforçou a
até lá, as concessionárias passarão por muito sufoco, necessidade da criação de índices para acompanhar
chegarão aos trancos e barrancos, mas passarão”, as concessões dos aeroportos. “Isso deve garantir que
avalia Castanheira. os serviços serão prestados adequadamente, e que
os aeroportos atingirão os níveis desejados e estarão
Índices também à altura de outros aeroportos no mundo no
A questão da capacidade aeroportuária foi debatida a momento em que forem devolvidos ao governo”, disse.
partir da participação do professor Claúdio Jorge Pinto “O sucesso dos aeroportos concedidos no mundo
Alves, do ITA. O ponto de partida foi o questiona- dependeram dos controles rígidos dos indicadores de
mento se o Brasil está no caminho certo após alguns níveis de serviço, além de incentivos. Eles realmente
investimentos e também com as primeiras conces- investiram em avaliar e medir a concessão dos seus
sões dos aeroportos para a iniciativa privada. Alves aeroportos”, completou Emmerz.
apresentou os problemas em pátios, pistas e saguões, Ainda segundo a consultora, apesar dos esforços
também falando sobre as obras já em curso. da Anac e SAC, há uma dificuldade no Brasil de se
Para o pesquisador, ainda é cedo para responder planejar quais são as metas para os próximos 20 anos.
se o caminho está correto, mas aponta que somen- “Sobretudo, é uma questão de planejamento. E temos
te as obras não suficientes para dar conta de uma de ter um controlador forte para se ter estratégias a
percepção- muitas vezes de ordem subjetiva por parte longo prazo”, disse.
dos usuários-, de serviços que vão além da própria Ao se encerrar mais uma edição do Sitraer, ficou o
disponibilidade de capacidade. Para ele, a definição sentimento de que os participantes trouxeram muita
dos níveis de serviço serão importantes para definir qualidade como sempre para o debate, ampliando
referências e possam ser comparados com os aeropor- os pontos de vista do transporte aéreo brasileiro e
tos do mundo inteiro. também aproveitando as vivências internacionais. Com
O professor explica que as percepções dos passa- mais uma celebração e congraçamento entre os pes-
geiros estão ligadas a diversos fatores que vão da exis- quisadores e especialistas do transporte aéreo, agora é
tência de lojas a um bom ar-condicionado ou serviços aguardar mais um ano para o próximo Sitraer, que deve
disponíveis como acesso a internet. Portanto, somente voltar à Minas Gerais, na capital Belo Horizonte.
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