Os veículos de fonte aberta colaboram com o aumento do número de emissores. Apesar de não ser recente, a colaboração do leitor na produção jornalística, a interação e a participação marcam uma mudança significativa do fazer jornalismo. O crowdsourcing pode ser uma ferramenta poderosa quando observamos que quase metade das notícias online são compartilhadas nas mídias sociais. Mas, para isso, precisamos também definir as fronteiras entre o jornalismo colaborativo e o participativo.
Trabalho apresentado no Intercom Nordeste 2011.
1. O Impacto do Crowdsourcing no Jornalismo:
plataformas colaborativas como
ferramentas de interação
XIII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Nordeste – Maceió – AL – 15 a 17 de junho 2011
2. Eloy Santos Vieira
Joanne Santos Mota
Mairon Hothon do Nascimento Torres
Monique Cristine Garcez Barros
Ruan Ramon Barreto de Melo
Universidade Federal de Sergipe - UFS
3. Introdução
• Baseado numa resenha feita a partir da
dissertação de mestrado: Estratégias de
abertura: O jornalismo de fonte aberta
dos casos Indymedia, CMI, Slashdot,
Agoravox, Wikinotícias e Wikinews.
(HOLANDA, UFBA, 2007)
4. Introdução
• O público adquire novas características
– Colabora, participa e produz conteúdo
• O conceito de open source, ou
jornalismo de fonte aberta pode ser
traduzido como “coincidência do leitor
com o jornalista” (NOGUEIRA apud
HOLANDA, 2002)
5. Interação e Recepção
• Antes mesmo da internet, a audiência
já podia interagir com o conteúdo
• O leitor ganhou a possibilidade de
interagir com mais facilidade
• Os veículos agregam valor a seus
conteúdos e engajam sua audiência
– Entrada da mídia comercial
6. Interação e Recepção
• Para tornar o jornalismo participativo é
preciso que o jornalista domine a
interatividade em diversas plataformas
• 3 tipos de interatividade (SALAVERRÍA):
– Transmissão;
– Consulta;
– Conversação.
7. Participação x Colaboração
• “O termo ‘Jornalismo colaborativo’
designa uma relação pontual entre o
público e o veículo
• Já ‘Jornalismo participativo’ expressa
uma relação contínua, que se estende
por várias etapas da notícia
8. Onde está o Crowdsourcing?
• Crowdsourcing: participação da
comunidade na execução de tarefas
• Não é novidade no jornalismo
• A facilidade de troca de informação e a
capacidade de auto-organização da rede o
tornou mais acessível (TRÄSSEL, 2010)
9. Onde está o Crowdsourcing?
• O crowdsourcing no jornalismo é uma
forma de Jornalismo Participativo
– As pessoas participam em função de um
interesse em comum, seja ele partilhado com
o público ou privado
10. Onde está o Crowdsourcing?
• O crowdsourcing no jornalismo
compreende a utilização de um grande
grupo de leitores para narrar um fato
jornalístico. (NILES apud ROCHA &
BRAMBILLA, 2010)
11. Onde está o Crowdsourcing?
• A coleta de informações não é feita
diretamente pelo repórter, mas sim
através de alguma plataforma
• A inserção da comunidade leva a
discussões éticas e possíveis tensões
num veículo comercial
12. Participação do público
• A participação pode se dar de várias formas:
– comentários;
– filtragem e edição;
– averiguação de notícias;
– reportagem independente (envio de notícias);
– annotative reporting (a interação ajuda na
construção das notícias);
– open source e peer review (interferência direta do
público);
– transmissões em áudio e vídeo;
– compras, vendas e publicidade de produtos;
– compartilhamento de conhecimentos.
13. Usando o Crowdsourcing no Jornalismo
• Princípio fundamental do
crowdsourcing aplicado ao jornalismo:
o jornalista deixa de ser o ‘relator
oficial dos fatos sociais’ (Pavlik)
14. Usando o Crowdsourcing no Jornalismo
• 3 tipos básicos de aplicação do
crowdsourcing:
– Observação: Coleta de dados em fóruns ou
outras plataformas. É o mais comum por ser
mais fácil
– Manchetes: o público envia informações
inacessíveis ao repórter
– Investigação: procurar e cruzar informações
juntamente com a audiência
15. Usando o Crowdsourcing no Jornalismo
• 3 exemplos trazidos por Trässel (2010):
– Talking points memo: leitores e
blogueiros investigaram juntos
documentos com mais de 3 páginas nos
EUA. Sem os leitores seria impossível.
16. Usando o Crowdsourcing no Jornalismo
• 3 exemplos trazidos por Trässel (2010):
– National Public Network: Os leitores
ajudaram repórteres a identificarem
lobistas numa foto panorâmica .
17. Usando o Crowdsourcing no Jornalismo
• 3 exemplos trazidos por Trässel (2010):
– The Guardian: O jornal disponibilizou
milhares de documentos sobre os gastos
parlamentares para o público e analisou
tudo juntamente com os leitores e ainda
armazenou as informações num banco de
dados.
18. A mídia é mesmo social?
• As mídias sociais tem um grande
potencial para engajar a comunidade,
mas somente se o jornalista estiver
disposto (HERMIDA, 2010)
• O veículo define o grau de participação
do público de acordo com sua política
editorial
19. A mídia é mesmo social?
• O fim dos gatekeepers é uma falácia
(HOLANDA, 2007)
– Os gatekeepers assumem o papel de
filtro, seja através de redes P2P (peer-to-
peer) ou através de blogs e outras mídias
sociais devido a quantidade de
informações disponíveis
20. Exemplos de plataformas
• Slashdot
– Foco central de notícias e comentários
dos usuários.
– Qualquer usuário pode enviar artigos
(inclusive sem identificação)
– Os editores podem ou não aprovar e até
modificar os títulos dos artigos
21. Exemplos de plataformas
• Indymidia
– Interface simples e comum
– O foco principal é a participação do
público na mídia
– O site apresenta um baixo volume o
que restringe a atuação do
gatewatching.
22. Exemplos de plataformas
• Agoravox
– Convite a novos redatores
– Comitê editorial formado por
funcionários e editores voluntários
– A orientação opinativa dos usuários é a
que mais movimenta o site
23. Exemplos de plataformas
• Wikinews e Wikinotícias
– Segue o mesmo padrão da Wikipédia
– Não existe um chefe ou mediador,
qualquer um pode intervir
– Possui uma série de regras que podem
ser modificadas
24. Exemplos de plataformas
• Bairros.com
– Todo o trabalho é feito em conjunto
com moradores de certos bairros do Rio
de Janeiro
– Interagir através de comentários, envio
de artigos, fóruns e enquetes.
– As postagens são abertas e podem ser
submetidos através do “Eu-repórter”
– O conteúdo pode ser compartilhadas
através do Facebook e do Twitter
25. Exemplos de plataformas
• Agência de notícias das favelas
– Primeira agência de notícias do mundo
a ser originada nas favelas
– Composto por um editor-chefe e mais
três pessoas do conselho diretor
– A sede é no Rio de Janeiro mas abrange
favelas da América Latina
– Utiliza muito o Orkut como fonte e
como difusor de notícias
26. Conclusão
• O Jornalismo Paricipativo, traz à
discussão a importância do
jornalista como gatekeeper
• A internet é vista como um
ambiente de interação entre as
duas partes
27. Conclusão
• O conteúdo do jornal é
enriquecido
•O internauta tende a
compartilhar aquilo que ajudou a
produzir