O documento descreve o conceito de gás natural, como é formado e sua composição variável. Explica que é encontrado em reservatórios subterrâneos e precisa ser tratado antes do uso, removendo impurezas como água. Detalha a história do uso do gás natural desde a antiguidade e seu crescimento como fonte de energia nos últimos séculos, especialmente nos EUA. Aborda também o uso e produção de gás natural no Brasil, com ênfase no aumento das reservas e importância crescente para a matriz energética nacional
2. Conceito
O gás natural é um combustível fóssil formado quando camadas de animais e
vegetais soterrados ficam submetidos a intenso calor e pressão ao longo de
milhares de anos. A energia que as plantas naturalmente absorvem da luz
do Sol é armazenado em forma de carbono em gás natural. É uma mistura
de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma
participação superior a 70 % em volume. A composição do gás natural pode
variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gás é
produzido, processo de produção, condicionamento, processamento, e
transporte. O gás natural é um combustível fóssil e uma fonte de energia não-
renovável.
3. Conceito
o O gás natural é encontrado em formações rochosas subterrâneas ou em
reservatórios de hidrocarbonetos em camadas de carvão através de jazidas
de petróleo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por
rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. A maior
parte do gás natural foi formado pelo tempo por dois mecanismos: os gases
biogênicos e termogênicos. O gás biogênico é formado a partir de micro-
organismos metanogênicos em pântanos ou aterros sanitários. O gás
termogênico é formado a partir de material orgânico soterrado em grandes
profundidades, com grande pressão atmosférica.
• Antes do gás natural poder ser utilizado como combustível, ele deve passar por
um tratamento para retirar impurezas, inclusive a água, para satisfazer as
especificações de um gás natural comercializável. São retirados nesse
processo de tratamento etano, hidrocarbonetos de peso molecular
superior, dióxido de carbono, hélio e nitrogênio.
4. Definição
Pela lei número 9.478/97 (Lei do Petróleo), o gás natural "é a porção
do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas condições
originais de reservatório, e que permanece no estado gasoso em CNTP
(condições normais de temperatura e pressão).
o O gás natural é informalmente referido como gás, principalmente quando
comparado com outras fontes de energia, tais como petróleo ou carvão.
Porém, não deve ser confundida com gasolina, que em algumas partes do
planeta, como os Estados Unidos, o termo é abreviado para "gas".
5. Composição
A composição do gás natural pode variar muito, dependendo de fatores
relativos ao reservatório, processo de produção, condicionamento,
processamento e transporte. De uma maneira geral, o gás natural apresenta
teor de metano superiores a 70% de sua composição, densidade menor que 1
e poder calorífico superior entre 8.000 e 10.000 kcal/m3, dependendo dos
teores de pesados (etano e propano principalmente) e inertes (nitrogênio e gás
carbônico). No Brasil a especificação do gás natural para comercialização e
transporte está estabelecida pela Resolução Nº 16 de 17 de junho de
2008 da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
6. História
O gás natural é conhecido pela humanidade desde os tempos da Antiguidade. Em lugares onde o gás mineral era expelido
naturalmente para a superfície, povos da antiguidade como Persas, Babilônicos e Gregos construíam templos onde mantinham
aceso o "fogo eterno".
• Um dos primeiros registros históricos de uso econômico ou socialmente aproveitável do gás natural, aparece na China, nos
séculos XVIII e XIX. Os chineses utilizaram locais de escape de gás natural mineral para construir alto-fornos destinados à
cerâmica e metalurgia de forma ainda rudimentar.
• No século XIX, o gás natural foi normalmente obtido como sub-produto da produção do petróleo. Nessa época, o gás natural não
era muito utilizado, e toda sua produção indesejada se tornava um grande problema de descarte para as usinas de petróleo.
• O gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa no final do século XVIII, com a invenção do queimador Bunsen,
em 1885, que misturava ar com gás natural e com a construção de um gasoduto à prova de vazamentos, em 1890.
• Porém as técnicas de construção de gasodutos eram incipientes, não havendo transporte de grandes volumes a longas
distâncias, consequentemente, era pequena a participação do gás em relação ao óleo e ao carvão. Entre 1927 e 1931, já existiam
mais de 10 linhas de transmissão de porte nos Estados Unidos, mas sem alcance interestadual, no final de 1930 os avanços da
tecnologia já viabilizavam o transporte do gás para longos percursos. A primeira edição da norma americana para sistemas de
transporte e distribuição de gás (ANSI/ASMEFDP B31.8) data de 1935.
• O grande crescimento das construções pós-guerra, durou até 1960, foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de
gasodutos, dados os avanços em metalurgia, técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a
ser utilizado em grande escala por vários países, dentre os quais podemos destacar os Estados Unidos, Canadá, Japão além da
grande maioria dos países Europeus, isso se deve principalmente as inúmeras vantagens econômicas e ambientais que o gás
natural apresenta.
7. O gás natural no Brasil
A utilização do gás natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as descobertas de
óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo Baiano. Após alguns anos, as
bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas destinavam quase em sua totalidade para a fabricação de
insumos industriais e combustíveis para a RLAM e o Pólo Petroquímico de Camaçari.
Com a descoberta da Bacia de Campos as reservas provadas praticamente quadruplicaram no período
1970-hoje (com a crise de 1970 no Oriente Médio e a descoberta da Bacia de Campos em seguida
da camada pré-sal). O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento no uso da matéria-prima,
elevando em 2,7% sua participação na matriz energética nacional.
Com a entrada em operação do Gasoduto Brasil-Bolívia em 1999, com capacidade de transportar 30
milhões de metros cúbicos de gás por dia (equivalente a metade do atual consumo brasileiro), houve um
aumento expressivo na oferta nacional de gás natural. Este aumento foi ainda mais acelerado depois
do apagão elétrico vivido pelo Brasil em 2001 e 2002, quando o governo optou por reduzir a participação
das hidrelétricas na matriz energética brasileira e aumentar a participação das termoelétricas movidas a
gás natural.
Nos primeiros anos de operação do gasoduto, a elevada oferta do produto e os baixos preços praticados,
favoreceram uma explosão no consumo tendo o gás superado a faixa de 10% de participação na matriz
energética nacional.
8. O gás natural no Brasil
Nos últimos anos, com as descobertas nas bacias de Santos e do Espírito Santo as reservas brasileiras de gás natural tiveram um
aumento significativo. Existe a perspectiva de que as novas reservas sejam ainda maiores e a região subsal ou "pré-sal" tenha reservas
ainda maiores.
Apesar disso, o baixo preço do produto e a dependência do gás importado são apontados como um dos inibidores de novos
investimentos. A insegurança provocada pelo rápido crescimento da demanda e interrupções intermitentes no fornecimento boliviano
após o processo de produção do gás na Bolívia levaram a Petrobrás a investir mais na produção nacional e na construção de
infraestrutura de portos para a importação de GNL (Gás Natural Liquefeito). Principalmente depois dos cortes ocorridos durante uma
das crises7 resultantes da longa disputa entre o Governo Evo Morales e os dirigentes da província de Santa Cruz, obrigaram a
Petrobrás a reduzir o fornecimento do produto para as distribuidoras de gás do Rio de Janeiro e São Paulo no mês de novembro de
2006.
Assim, apesar do preço relativamente menor do metro cúbico de gás importado da Bolívia, a necessidade de diminuir a insegurança
energética do Brasil levou a Petrobrás a decidir por uma alternativa mais cara porém mais segura: a construção de terminais de
importação de GNL no Rio de Janeiro e em Pecém, no Ceará ambos os terminais já começaram a funcionar e permitem ao Brasil,
importar de qualquer país praticamente o mesmo volume de gás que hoje o país importa da Bolívia.
Para ampliar ainda mais a segurança energética do Brasil, a Petrobrás pretende, simultaneamente, ampliar a capacidade de
importação de gás construindo novos terminais de GNL no sul e sudeste do país até 2012, e ampliar a produção nacional de gás
natural nas reservas da Bacia de Santos.
Recentemente, o Brasil e o mundo investiu em carros movidos á gás natural. Até o final de 2012, havia 17.250 milhões de veículos
destes em todo o mundo, liderados pelo Irã (3,3 milhões), Paquistão (3,1 milhões), Argentina (2,18 milhões), Brasil (1,73 milhões), Índia
(1,5 milhões) e China (1,5 milhões).
9. Extração de gás natural por parte dos
países em metros cúbicos por ano.