O documento discute o tema da solidão, definindo-a como a percepção subjetiva de isolamento social. Apresenta suas causas, tipos, consequências e desfechos negativos para a saúde. Também aborda o fenômeno do hikikomori, o isolamento social voluntário observado no Japão.
4. Eleanor Rigby
Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people
Eleanor Rigby picks up the rice in
the church where a wedding has
been
Lives in a dream
Waits at the window,wearing the
face that she keeps in a jar by the
door
Who is it for?
All the lonely people, where do
they all come from?
All the lonely people, where do
they all belong?
Father McKenzie writing the
words of a sermon that no
one will hear
No one comes near
Look at him working, darning
his socks in the night when
there's nobody there
What does he care?
All the lonely people, where
do they all come from?
All the lonely people, where
do they all belong?
Ah, look at all the lonely
people
Ah, look at all the lonely
people
Eleanor Rigby died in the
church and was buried along
with her name
Nobody came
Father McKenzie wiping the
dirt from his hands as he
walks from the grave
No one was saved
All the lonely people (ah,
look at all the lonely people)
Where do they all come
from?
All the lonely people (ah,
look at all the lonely people)
Where do they all belong?
The Beatles
http://www.youtube.com/watch?v=-LOgMWbDGPA
9. Base para todos os
relacionamentos
posteriores
Começa com o
vínculo entre o
bebê e seu
principal
cuidador
Desenvolvimento
Social
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
10. John
Bowlby
Apego
depende do
conforto
Criança se apega a um
determinado cuidador
porque esse adulto
proporciona uma
base segura
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
11. Temperamento da criança
Proporciona a base para o
desenvolvimento da sua
personalidade
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
12. Comportamento
do cuidador
Circunstâncias
da família
Temperamento
do bebê
Experiências sociais diferentes
Variações na maneira como se relacionam
com as pessoas que delas cuidam
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
13. Creche de
baixa
qualidade
Crianças
desatentas e
antissociais
Qualidade
da vida
doméstica é
o principal
fator
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
14. Menor
autoestima
Menor
competência
social
Efeitos
negativos
sobre a
criança
Conflitos
domésticos
Divórcio
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
15. Socialização
Processo pelo qual uma pessoa
aprende a ser um membro de um
grupo social.
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
16. Ação
Socialização
Ideologias
Interpretação
do mundo
social
Gleitman, Henry. Psicologia. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed; 2009.
18. Certo!
Mas então, qual
a diferença entre
solidão e
isolamento
social?
19. Definição
• Isolamento social: comportamento no qual o indivíduo
deixa de participar - voluntariamente ou não - de atividades
sociais em grupo
– Wilson - falta de contato ou interação sustentada com
indivíduos ou instituições que representam a sociedade
predominante
• Solidão: percepção de isolamento social (subjetivo)
– Perplau e Perlman - sentimento negativo gerado pelo contraste
entre o contato desejado e o contato experimentado.
• Solidão social (rede social)
• Solidão emocional (relações íntimas)
• Solitude: estar só, isolamento voluntário.
20. Quem é solitário?
• Todos podem ser!
• Influenciado pela cultura e pela classe social;
• Mais prevalente em idosos;
• Importante na idade escolar;
• Alta incidência;
• Prevalência vem crescendo a cada ano em
todos os grupos.
Nicolaisen M, Thorsenwho K. Who are lonely? Loneliness in different age groups (18-81 years old),
using two measures of lonelines. Int’L. J. Aging and Human Development, 2014; 78(3) 229-257.
22. Causas
• Fatores genéticos (estudos com gêmeos);
• Fatores evolutivos (espécie social);
• Fatores ambientais, socioculturais e pessoais:
– Contexto e influência social, rede de apoio,
isolamento físico, mudanças, divórcio, morte de
alguém próximo, bullyng, baixa auto-estima, baixa
resiliência, etc.
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
23. Tipos
• Solidão aguda:
– Inevitável ;
– Desprovida de repercussões orgânicas relevantes.
• Solidão crônica:
– Estigmatizada;
– Evitável;
– Nociva.
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
24. A percepção subjetiva do
isolamento social é mais
importante para o bem-estar
individual do que qualquer
medida objetiva do número
de interações sociais.
25. Consequências
• Afeta cortex pré-frontal (estudos com RMI
funcional)
– Alterações comportamentais.
• Ativação crônica simpática, do eixo hipotalâmico-hipofisário-
adrenal e estresse oxidativo
– diminuição do controle inflamatório (resposta,
inibição e resistência), aumento de citocinas,
glicocorticoides e catecolaminas e diminuição da
imunidade celular.
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
27. Manifestações Clínicas
• Diminuição cognitiva;
• Diminuição do poder de decisão e juízo crítico;
• Comportamento agressivo, depreciativo e de
isolamento;
• Alterações do sono e fadiga;
• Anedonia, tristeza e desesperança;
• Ansiedade social;
• Sintomas obsessivos e compulsivos;
• Estresse!
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
28. Desfechos
• Depressão e outros transtornos psiquiátricos;
• Suicídio;
• Hipertensão arterial sistêmica;
• AVC, IAM e outras doenças cardiovasculares;
• Alcoolismo e abuso de substâncias;
• Obesidade, sedentarismo e Diabetes Mellitus tipo 2;
• Doença de Alzheimer e outras demências;
• Infecções;
• Doenças inflamatórias;
• Câncer.
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
29. A solidão
aumenta o risco
de morte tanto
quanto o
cigarro
Mais de 100 estudos epidemiológicos publicados a partir dos anos de 1980!
32. O que fazer?
• Reconhecer os sinais da solidão e não
menosprezá-la;
• Compreender a pessoa solitária e oferecer ajuda;
• Entender os efeitos físicos e mentais da solidão;
• Incentivar trabalhos comunitários, participação
em grupos e considerar terapia em grupo;
• Valorizar as interações sociais, familiares e redes
de apoio;
• Evitar pensamentos negativos e de rejeição;
• Combater opressões e desigualdades sociais.
Cacioppo JT, Hawkley LC, Norman GJ, Berntson GG. Social isolation. Ann. N.Y.
Acad. Sci., 2011; 17–22
36. Hikikomori
• Japão – “aversão anormal ao contato social“;
• Pessoas que não saem de casa por mais de 6
meses;
• Descrito por Tamaki Saito em 1998
• Isolamento social voluntário?
• "They are tormented in the mind, they want to go
out in the world, they want to make friends or
lovers, but they can't." Tamaki Saito
37. Hikikomori
• Alterações de sono, ansiedade, medo, anedonia,
agressividade, dependência, etc.;
• Uso intenso de tecnologias;
• Correlação com transtornos psiquiátricos (humor,
ansiedade, dependência, esquizofrenia, etc.);
• 2010: pesquisa de prevalência do Japanese
Cabinet Office – mais de 700,000 casos no Japão;
• Jovens do sexo masculino – 53 a 80%
39. Hikikomori
• Fatores biológicos, ambientais e socioculturais
(trabalho, oportunidades, escola, pressão social,
internet, sentimento de não pertencer a um
grupo, bullyng)
• Compreensão, suporte
psicológico e familiar,
terapia em grupo,
medicações.
Watts J. Tokyo Public health experts concerned about “hikikomori”. Lancet, 2002; 359(9312):1131.
40. Perguntaram a
um paciente o
que ele sentia
que o impedia de
sair de casa:
Resposta: MEDO E
SOLIDÃO
41. • Não é restrito a fatores culturais;
• Provavelmente presente em vários países do mundo (mais
desenvolvidos e áreas urbanas);
• Países com rápidas mudanças socioculturais devido a
globalização;
• Necessidade de mais estudos, critérios específicos e
instrumentos de medida transculturais validados.
42. “Eu não quero falar com
ninguém.
Eu não quero fazer nada.
Eu nem mesmo quero
atender o telefone.
O que eu devo fazer?”
• Welcome to NHK!
– Manga (e anime) sobre a
vida de um hikikomori.
(Copyright Tatsuhiko TAKIMOTO 2004, Kendi
OIWA 2004. Published by
KADOKAWASHOTEN.)
46. Resumindo
• John Cacioppo
– The University of Chicago
Department of Psychology, and
Department of Psychiatry and
Behavioral Neuroscience
• https://www.youtube.co
m/watch?v=_0hxl03JoA0
• https://www.youtube.co
m/watch?v=iEmR_Ez1dV
E
47. Conclusão
"Logo pela manhã, fora
atormentado por um pro-fundo
e singular aborreci-mento.
Subitamente afi-gurou-
se-me que estava
só, abandonado por to-dos,
que toda a gente se
afastava de mim.”
48. Conclusão
“Fui tomado pelo receio
de me encontrar só e
durante três dias inteiros
errei pela cidade mergu-lhado
numa profunda me-lancolia,
sem nada com-preender
do que se pas-sava
comigo.”
Dostoiévski, Fiódor. Noites Brancas. 1ª Edição. São Paulo:
Editora 34; 2013.