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Fármacos eficazes no tratamento 
da epilepsia 
Goodman e Gilman
introdução 
• Tratamento é sintomático ->inibem as convulsões; 
• Não existe profilaxia eficaz e nem cura. 
• Adesão ao tratamento é um problema por ser 
prolongado e ter inúmeros efeitos colaterais; 
• Mecanismo de ação é dividido em 3 categorias: 
inativação de canal de Na+ voltagem dependente; 
inibição sináptica mediada pelo GABA e canal de Ca+ 
ativado por voltagem de corrente T.
introdução 
• Fármacos contra as formas mais comuns de 
convulsões, crise tônico-clônicas parciais e 
secundariamente generalizadas funcionam 
pelo mecanismo de inativação dos canais de 
Na+ voltagem dependentes e inibição 
sináptica pelo GABA. 
• Fármacos usados na crise de ausência 
funcionam pelo mecanismo de ativação de 
canal de Ca+ voltagem corrente T dependente.
Terminologia e classificação epilépticas 
• Convulsão -> alteração de comportamento 
causada pela ativação desordenada, 
sincrônica e rítmica de grupos de neurônios 
cerebrais. 
• Epilepsia -> distúrbio da função cerebral 
caracterizado pela ocorrência periódica e 
imprevisível de convulsões.
Terminologia e classificação epilépticas 
• Crises convulsivas -> podem ser não-epilépticas 
no cérebro normal por tratamento 
como eletrochoque ou convulsivante químico 
e podem ser epilépticas quando ocorrem sem 
estímulo evidente. 
• Os anticonvulsivantes inibem as convulsões , 
mas não é claro o seu valor profilático na sua 
prevenção (epileptogênese).
Terminologia e classificação epilépticas 
• Acredita-se que as convulsões surjam no 
córtex cerebral. 
• São classificadas as convulsões em: 
Parciais: de origem do córtex 
Generalizadas que envolvem ambos 
hemisférios cerebrais desde o início; 
• As manifestações da crise dependem do local 
no córtex na qual elas se originam.
Terminologia e classificação epilépticas 
• Convulsão parcial simples tem preservação da 
consciência 
• Convulsão parcial complexa tem acometimento 
da consciência 
• O tipo da convulsão determina o fármaco de 
escolha para o tratamento. 
• Síndrome epiléptica se refere ao conjunto de 
sintomas associados ao tipo de convulsão, 
etiologia, idade do início dos sintomas e outros 
fatores.
Terminologia e classificação epilépticas 
• As epilepsias parciais podem consistir em 
qualquer tipo de convulsão parcial e respondem 
a quase 60% do total das epilepsias. 
• Lesões no córtex podem ser causadas por tumor, 
malformação, trauma, acidente vascular, entre 
outros, que costumam ser evidentes em exames 
de imagem (RM). 
• Epilepsias genéticas são mais comuns nas 
convulsões generalizadas e são 40% de todas as 
epilepsias.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
Neurônios sofrem despolarização e 
desencadeiam potenciais de ação de alta 
frequência, típico de convulsão. 
Inibição seletiva do padrão de disparo reduz 
as convulsões e os efeitos indesejados, os 
fármacos carbamazepina, lamotrigina, 
fenitoína e ácido valproico inibem o disparo 
de alta frequência em concentrações eficazes.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
A inibição dos disparos de alta frequência é 
mediada pela redução da capacidade dos 
canais de Na+ de se recuperar da inativação. 
A abertura de canais de Na+ desencadeada 
por despolarização é necessária para um 
potencial de ação, após a abertura os canais 
se fecham espontaneamente devido ao 
processo de inativação.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
A inativação causa o período refratário durante o 
qual não é possível evocar outro potencial de 
ação. 
A recuperação da inativação permite aos canais 
de Na+ serem balanceados para participar de 
outro potencial de ação. 
O disparo em baixas velocidades permitem que 
os canais de Na+ tenham tempo para se 
recuperar da inativação, esta passa a ter pouco 
ou nenhum efeito sobre os disparos de baixa 
frequência.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
A redução da taxa de recuperação dos canais 
de Na+ da inativação limitaria a capacidade de 
um neurônio disparar em altas frequências o 
que é o efeito da carbamazepina, lamotrigina, 
fenitoína, topiramato, ácido valpróico e 
zonisamida contra as convulsões parciais.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia):
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
O mecanismo das convulsões sugerem que a 
intensificação da inibição sináptica pelo GABA 
reduz a excitabilidade neural e aumenta a o 
limiar de convulsão. 
Fármacos podem inibir as convulsões ao 
regular a inibição sináptica GABAérgica por 
ação em diferentes locais da sinapse.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
O principal receptor pós sináptico é o GABAA. 
A ativação desse receptor altera a inibição da 
célula pós sináptica por aumentar o fluxo 
intracelular de Cl-, o que hiperpolariza o 
neurônio. 
Concentrações de benzodiazepínicos e 
barbitúricos aumentam a inibição mediada 
pelo receptor por diferentes ações
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
É este o mecanismo que fundamenta a eficácia 
desses compostos nas convulsões parciais e 
tônico-clônicas em humanos. 
Concentrações mais elevadas (como as usadas 
em estado epiléptico) podem inibir o disparo de 
alta frequência de potenciais de ação. 
O ϒ-vinil GABA (vigabatrina) inibe a enzima GABA 
transaminase, o que aumenta a quantidade de 
GABA disponível na sinapse.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias parciais (fisiologia): 
O aumento da inibição mediada pelo GABA é 
o mecanismo anticonvulsivante da tiagabina, 
esta inibe o transportador do GABA (GAT-1) e 
reduz a captação neuronal e glial de GABA.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias de início generalizado: crise de ausência 
Surgem do disparo recíproco entre o tálamo e o 
córtex cerebral. 
São as mais estudadas. 
A estimulação de baixa frequência, no tálamo, 
desencadeava ritmos corticais ao EEG semelhantes 
às descargas espiculadas típicas das crises de 
ausência. 
Registros intracerebrais mostraram o envolvimento 
talâmico e neocortical na descarga espiculada das 
crises de ausência.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias de início generalizado: crise de ausência 
As descargas espiculadas são marcadas no EEG 
com frequência de 3/s, são bilaterais sincrônicas 
registradas em eletrodos no tálamo e neocórtex. 
São associadas a disparos de potenciais de ação e 
onda lenta subsequente com inibição prolongada, 
devido a conexões sinápticas excitadoras entre 
tálamo e neocórtex. 
Corrente de Ca+2 regulada por voltagem de 
corrente T produz o padrão da onda.
Natureza e mecanismos das 
convulsões e fármacos 
• Epilepsias de início generalizado: crise de ausência 
Os fármacos usados na crise de ausência, 
etussuximida, trimetadiona e ácido valproico, 
atuam na corrente T.
Anticonvulsivantes 
• Fenobarbital foi o primeiro agente orgânico 
sintetizado com atividade anticonvulsivante, foi 
usado por sua propriedade sedativa que se 
mostrou também eficaz na supressão das 
convulsões. 
• Fenitoína foi capaz de suprimir convulsões sem 
ter o efeito sedativo. 
• Testes em modelos animais com eletrochoque 
são eficazes para rastrear os fármacos eficazes 
contra convulsões parciais e tônico-clônicas em 
humanos.
Anticonvulsivantes 
• Indução de convulsões por pentilenotetrazol é 
útil para identificar a eficácia de fármacos 
contra crises de ausência.
Hidantoínas 
• FENITOÍNA 
• Eficaz contra todos os tipos de convulsões 
parciais e tônico-clônicas, mas não nas crises 
de ausência. 
• Composto relacionado estruturalmente ao 
fenobarbital, porém sem ação sedativa. 
• Doses tóxicas: produz sinais excitadores. 
• Doses letais: rigidez de descerebração.
Hidantoínas 
• FENITOÍNA 
• A fase tônica pode ser abolida, mas a 
convulsão clônica residual pode ser 
exacerbada e prolongada. 
• Lentifica a taxa de recuperação da inativação 
dos canais de Na+ ativados por voltagem. 
• Em concentrações terapêuticas tem efeitos 
seletivos sobre os canais de Na+. 
• Metabolização pela P450.
Hidantoínas 
• FENITOÍNA 
• A meia vida varia de 6 e 24h (abaixo de 10 
ug/ml). 
• Gera metabólito inativo. 
• Degradação de outros fármacos, como a varfarina 
é comprometida, já a de contraceptivos orais são 
aumentadas. 
• Tem baixa hidrossolubilidade, o que causa 
problemas na via IV, por isso foi criada a 
fosfenitoína.
Hidantoínas 
• FENITOÍNA 
• Efeitos tóxicos principais são os cerebelares-vestibulares. 
• Podem causar hirsurtismo.
Barbitúricos Anticonvulsivantes 
• FENOBARBITAL 
• Primeiro anticonvulsivante orgânico 
• Toxicidade relativamente baixa 
• Potencializa a inibição sináptica por agir no 
receptor GABAA, ele aumenta as respostas ao 
GABA qdo aplicado por via iontoférica. 
• Níveis acima das concentrações terapêuticas: 
limita a deflagração repetida mantida, que é um 
efeito anticonvulsivante, principalmente no 
estado epiléptico.
Barbitúricos Anticonvulsivantes 
• FENOBARBITAL E PENTOBARBITAL: 
• Pento: inibe convulsões nas doses de sedação 
acentuada; 
• Feno: inibe em doses que tem efeitos sedativos 
desprezíveis. 
• Ambos estimulam as correntes mediadas pelo 
receptor GABAA. Mas possuem efeitos diferentes. 
• Feno: seu efeito máximo no aumento das 
respostas do GABA corresponde aos 40% do 
isômero ativo do pentobarbital.
Barbitúricos Anticonvulsivantes 
• FENOBARBITAL E PENTOBARBITAL: 
• Pento: inibe os canais de Ca+2 ativados por 
voltagem com potência maior que a do 
Fenobarbital. 
• Ao inibir os canais de Ca+2 ocorre o bloqueio da 
entrada de Ca+2 nas terminações nervosas pré-sinápticas, 
inibindo liberação de 
neurotransmissores como o glutamato reduzindo 
a transmissão sináptica excitadora. 
• Inibição da corrente de Ca+2 e aumento máximo 
das respostas do GABA explicam as ações 
sedativas do pentobarbital.
Barbitúricos Anticonvulsivantes 
• FENOBARBITAL 
• Metabolizado pela P450 
• Sedação é o efeito indesejável. 
• Produz tolerância 
• Doses excessivas causam nistagmo e ataxia 
• Alergia: erupção cutânea escarlatiniforme ou 
morbiliforme, dermatite esfoliativa (rara). 
• Gestante: hipoprotrombinemia em recém-natos. 
Vitamina k é eficaz no tto e profilxia. 
• Tto prolongado com fenobarbital produz anemia 
megaloblástica (que responde ao folato) e 
osteomalácia (que responde a altas doses de Vit D).
Barbitúricos Anticonvulsivantes 
• FENOBARBITAL 
• Eficaz nas convulsões tônico-clônicas generalizadas 
parciais 
• Baixa toxicidade e baixo custo 
• Não é agente de escolha pois tem efeitos sedativos e 
alteram o comportamento das crianças. 
• Mefobarbital é um N-metilfenobarbital sua atividade 
durante tto prolongado é atribuída ao acúmulo de 
fenobarbital, logo suas propriedades farmacológicas e 
efeitos tóxicos são os mesmos do fenobarbital.
Desoxibarbitúricos 
• PRIMIDONA 
• Eficaz contra convulsões parciais e tônico-clônicas 
• Assemelha-se ao fenobarbital, mas é menos 
potente no antagonismo às convulsões induzidas 
por pentilenotetrazol. 
• Seus efeitos são atribuídos ao fármaco e seus 
metabólitos ativos (fenobarbital e 
feniletilmalonamida – PEMA-). 
• Meia vida varia de 5-15h 
• Meia vida da PEMA é de 16h 
• PEMA e fenobarbital se acumulam no tto 
prolongado
Desoxibarbitúricos 
• PRIMIDONA 
• Causa sedação, vertigem, tonteira, nâuseas, vômitos, 
ataxia, diplopia e nistagmo. 
• Efeitos adversos: são raros, erupções cutâneas 
maculopapulares, leucopenia, LES e linfadenopatia. 
Psicose aguda. Doença hemorrágica do recém-nato, 
anemia megaloblástica e osteomalácia. 
• Eficaz nas convulsões tônico-clônicas generalizadas e 
convulsões parciais simples e complexas. Não é 
eficaz nas crises de ausência, mas é útil em 
convulsões mioclônicas em crianças pequenas
iminostilbenos 
• CARBAMAZEPINA 
• Fármaco de escolha no tto de convulsão parcial e 
tônico-clônicas. 
• Produz resposta terapêutica em maníaco-depressivos 
• Efeito antidiurético 
• Lentifica a taxa de recuperação de inativação dos 
canais de Na+ ativados por voltagem. 
• Não agem no GABA ou glutamato. 
• Possui metabólitos ativos 
• É metabolizada pela P450
iminostilbenos 
• CARBAMAZEPINA 
• Intoxicação aguda pode levar ao estupor ou 
coma, hiperirritabilidade, convulsões e 
depressão respiratória. 
• Sonolência, vertigem, ataxia, diplopia e 
borramento visual são os efeitos indesejáveis. 
• Útil nos pacientes com convulsões tônico-clônicas 
generalizadas e convulsões parciais 
simples e complexas, deve ser acompanhada a 
função renal, hepática e hematológica
iminostilbenos 
• CARBAMAZEPINA 
• Principal agente para o tto de neuralgia do 
trigêmio e do glossofaríngeo. Alivia a dor da 
tabes dorsalis
iminostilbenos 
• OXCARBAMAZEPINA 
• Análogo cetônico da carbamazepina 
• Pró-fármaco, é imediatamente convertida no 
metabólito ativo 10-monoidroxi 
• Mecanismo de ação é semelhante ao da 
carbamazepina 
• Indutor enzimático menos potente que 
carbamazepina 
• Substitui a carbamazepina qdo é associado 
fenitoína ou ácido valpróico ao tto.
Succinimidas 
• ETOSSUXIMIDA 
• Agente de escolha nas crises de ausência 
• Reduz as correntes de Ca+2 de baixo limiar (T) nos 
neurônios do tálamo, este desempenha 
importante papel na geração dos ritmos de 
ponta-onda de 3 Hz das crises de ausência. 
• Reduz corrente T sem modificar a dependência 
de voltagem da inativação do estado de equilíbrio 
e nem o tempo de recuperação de inativação.
Succinimidas 
• ETOSSUXIMIDA 
• Não atua sobre GABA 
• Meia vida de 40-50h em adultos e 30h em 
crianças 
• Efeitos colaterais comuns: queixas digestivas e 
do SNC 
• Eficaz contra crises de ausência.
Ácido valpróico 
• Eficaz contra convulsões tônico-clônicas parciais e 
generalizadas, crises de ausência e mioclônicas. 
• Age nos canais de Na+ 
• Não age sobre o GABA 
• Reduz corrente de Ca+2 de baixo limiar (T) 
• Isso o torna eficaz contra convulsões parciais, 
tônico-clônicas e de ausência 
• Metabolizado por UGT e β-oxidação hepática
Ácido valpróico 
• Produz metabólitos ativos (ácido 2-propil-2- 
pentenóico e ácido 2-propil-4-pentenóico) que 
são tão potentes quanto o próprio ácido 
valpróico 
• Meia vida de 15h 
• Sintomas digestivos transitórios e no SNC são 
efeitos colaterais 
• Complicação rara: hepatite fulminante
Benzodiazepínicos 
• Sedativos ansiolíticos. 
• Clorazepato, clonazepam, diazepam e lorazepam 
são usados. 
• Ação anticonvulsivante ocorre em doses não 
sedativas 
• Aumentam a inibição sináptica mediada pelo 
GABA 
• Atuam como subconjunto do receptor GABAA e 
aumentam a frequência (não o tempo) de 
abertura dos canais de cloreto ativados pelo 
GABA
Benzodiazepínicos 
• Podem ser adm por via IV. 
• Diazepam: metabólito ativo N-desmetildiazepam. 
Meia vida de 1-2 dias 
(diazepam) e 60h (metabólitos) 
• Clonazepam causa sonolência e letargia 
• Depressão cardiovascular e respiratória 
podem ocorrer após adm IV de diazepam, 
clonazepam e lorazepam. 
• Clonazepam: tto das crises de ausência, 
convulsões mioclônicas em crianças. 
Tolerância ocorre após 1-6 meses de adm
Benzodiazepínicos 
• Diazepam: tto do estado epiléptico, porém por 
ser de curta ação ele é associado à fenitoína 
IV. Não pode ser adm mais que 100mg em um 
período de 24h. 
• Clorazepato: eficaz ao ser associado com 
outros fármacos no tto de convulsão parcial. 
Não é recomendado para crianças menores de 
9 anos.
Gabapentina 
• Antagonista do GABA 
• Alta lipossolubilidade 
• Meia vida em monoterapia é de 5-9h 
• Não altera as concentrações plasmáticas de 
fenitoína , carbamazepina, fenobarbital e do 
valproato. 
• Sonolência, vertigem, ataxia e fadiga são os 
efeitos adversos mais comuns
Lamotrigina 
• Age sobre os canais de Na+ 
• Eficaz nas convulsões parciais e secundariamente 
generalizadas 
• É um monoterápico e adjuvante para convulsões 
parciais, tônco-clônicas secundariamente 
generalizadas em adultos e na síndrome de 
Lennox-Gastaut em crianças e adultos. 
• Existem evidências de sua eficácia contra a 
epilepsia mioclônica juvenil e epilepsia de 
ausência
Lamotrigina 
• Vertigem, ataxia, borramento visual ou 
diplopia, nâuseas, vômitos e erupções 
cutâneas são os efeitos adversos mais 
comuns.
Felbamato 
• Eficaz no tto de convulsão parcial 
• Leva à ocorrência de anemia aplásica 
• Inibe NMDA e potencializa as respostas ao 
GABA 
• É eficaz nas convulsões parciais e 
secundariamente generalizadas mal 
controladas 
• Tbm é eficaz na síndrome de Lennox-Gastaut
Tiagabina 
• Eficaz no tto de convulsões parciais em adultos qdo 
utilizado junto com outros fármacos. 
• Inibe transportador de GABA (GAT-1), o que reduz 
sua captação pelos neurônios da glia. 
• Apresenta eficácia contra as convulsões clínicas 
parciais e tônico-clônicas. 
• Meia vida de 8h 
• Eficaz como adjuvante de convulsões parciais 
refratárias com ou sem generalização secundária 
• Vertigem sonolência e tremor são os principais 
efeitos adversos 
• Contra-indicada em epilepsia generalizada de 
ausência
Topiramato 
• Eficaz na convulsão parcial de adultos 
• Atua nas correntes de Na+ reduzindo-as 
• Aumenta as correntes pós-sinápticas do receptor de 
GABAA e limita ativação do AMPA cainato do receptor 
glutamato 
• Inibe fracamente a anidrase carbônica 
• Meia vida de 24h 
• Eficaz nas convulsões parciais refratárias com ou sem 
tônico-clônicas secundariamente generalizadas 
• Convulsões tônico-clônicas na snd de Lennox-Gastaut 
• Tônico-clônicas e mioclônicas de adultos e crianças com 
epilepsia primária generalizada. 
• Sonolência, fadiga, perda ponderal e nervosismo são 
efeitos colaterais
Escolha do fármaco para o tto 
• O tipo de convulsão determina a escolha do 
fármaco 
• Eficácia associada aos efeitos indesejáveis de 
cada fármaco determina qual será ideal para 
cada paciente 
• Quando iniciar o tto? De acordo com o tipo de 
convulsão, idade, histórico familiar, exame de 
imagem e EEG. 
• É usado apenas um único fármaco (salvo 
exceções – estado epiléptico)
Escolha do fármaco para o tto 
• A dose inicial é a que estabelece a concentração 
do fármaco em um platô associado à eficácia 
clínica. 
• Para minimizar efeitos adversos é iniciado com 
doses reduzidas que progressivamente 
aumentam. 
• Se ocorrer convulsão mesmo com níveis ideais do 
medicamento é analisado os potenciais fatores 
precipitantes (falta de sono, doença febril, 
substâncias químicas- cafeína- e medicamentos) 
que diminuem o limiar da convulsão.
Escolha do fármaco para o tto 
• Se a adesão for confirmada e a convulsão 
continua é trocado o medicamento, a dose é 
diminuída gradualmente para minimizar o risco 
de recorrência de convulsões, enquanto que a 
dose do novo medicamento é aumentada. 
• Medicação em associação só devem ser usadas 
em casos especiais, sendo atuantes em 
mecanismos diversos para a convulsão (Na+, 
GABA e Ca+2). 
• É melhor considerar cirurgia como alternativa, ao 
invés de politerapia.
Escolha do fármaco para o tto 
• O paciente deve ser acompanhado 
rotineiramente. 
• A adesão e a tomada regular dos 
medicamentos são de suma importância para 
a eficácia do tto. 
• É feito acompanhamento por EEG e por 
dosagem plasmática dos fármacos, o que 
ajuda a saber se há a adesão do paciente, 
reajustar a dose e identificar toxicidade 
devido a um fármaco específico
Escolha do fármaco para o tto 
• O risco de recidiva é maior em pacientes com 
convulsões parciais complexas e para aqueles 
com EEG persistentemente anormal. 
• Suspensão do tto medicamentoso é estudado 
caso a caso
Escolha do fármaco para o tto 
Convulsão simples e parciais complexas e 
tônico-clônicas secundariamente generalizadas: 
• Carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e 
primidona são eficazes. 
• Fenitoína e carbamazepina são as mais 
eficazes. 
• Primidona tem maior incidência de toxicidade 
inicial no tto. 
• Lamotrigina é eficaz em convulsões parciais e 
tônico-clônicas generalizadas
Escolha do fármaco para o tto 
Convulsão simples e parciais complexas e 
tônico-clônicas secundariamente generalizadas: 
• Valproato foi semelhante à carbamazepina 
• Há correlação entre convulsões tônico-clônicas 
secundariamente generalizadas com 
convulsões parciais e a carbamazepina, 
fenitoína e lamotrigina são os fármacos de 
escolha.
Escolha do fármaco para o tto 
Crise de ausência 
• Etossuximida e valproato são eficazes, quando 
a crise de ausência é acompanhada com 
convulsões tônico-clônicas o valproato é o 
agente de escolha.
Escolha do fármaco para o tto 
Convulsões mioclônicas 
• Ácido Valproico é o fármaco de escolha na snd 
da epilepsia mioclônica juvenil, cujas 
convulsões mioclônicas coexistem com as 
tônico-clônicas e convulsões de ausência. Se o 
ácido valpróico for ineficaz a lamotrigina pode 
o substituir.
Escolha do fármaco para o tto 
Convulsões febris 
• Geralmente ocorre em crianças, com risco de 
10% de desenvolver epilepsia se a criança tiver 
todos os fatores de risco predisponentes 
(distúrbio neurológico pré existente ou retardo 
do desenvolvimento, história familiar de epilepsia 
ou convulsão febril complicada). 
• Administração retal de diazepam durante a febre 
pode prevenir a recorrência de convulsões e 
evitar os efeitos colaterais do tto crônico.
Escolha do fármaco para o tto 
Convulsões em lactentes e crianças pequenas 
• Espasmos infantis com hipsarritmia são 
refratários aos anticonvulsivantes habituais. 
• Lennox-Gastaut é uma forma grave de epilepsia 
com início na infância que acarreta 
comprometimento cognitivo e diversos tipos de 
convulsão (T-C, tônica, atônica, mioclônica e 
crises de ausência atípicas) que é tta com 
lamotrigina. Felbamato tbm é eficaz, mas foi 
afastado pela ocorência ocasional de anemia 
aplásica.
Escolha do fármaco para o tto 
Estado epiléptico e outras emergências 
convulsivas: 
• Estado epiléptico é emergência neurológica 
(mortalidade de 20% em adultos). 
• Tto tem objetivo de terminar rápido a 
atividade comportamental e elétrica da 
convulsão, qto maior o tempo de 
permanência do estado epiléptico mais difícil 
é o seu controle e maior o risco de lesão 
cerebral permanente.
Escolha do fármaco para o tto 
Estado epiléptico e outras emergências 
convulsivas: 
• Tto é imediato com fármaco eficaz em dose 
adequada e com atenção à respiração do 
paciente. 
• Fármacos são IV: 1) diazepam seguido de 
fenitoína; 2) lorazepam; 3) fenobarbital e 4) 
fenitoína. Todos possuem eficácia semelhante.
Tto anticonvulsivante e gestação 
• Eficácia de contracepção oral é reduzida 
(metabolização por mesma via) 
• Efeito teratogênico – cardiológico congênito, no 
tubo neural, outros. Uma maneira de minimizar 
os efeitos no tubo neural é o aumento na dose de 
folato que as mulheres grávidas devem tomar. 
• No último mês de gestação é feito tto com vit K1 
para profilaxia de deficiência de vit K (que causa 
coagulopatia e hemorragia intracerebral no 
neonato).
Fármacos eficazes no tratamento da epilepsia

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Fármacos eficazes no tratamento da epilepsia

  • 1. Fármacos eficazes no tratamento da epilepsia Goodman e Gilman
  • 2. introdução • Tratamento é sintomático ->inibem as convulsões; • Não existe profilaxia eficaz e nem cura. • Adesão ao tratamento é um problema por ser prolongado e ter inúmeros efeitos colaterais; • Mecanismo de ação é dividido em 3 categorias: inativação de canal de Na+ voltagem dependente; inibição sináptica mediada pelo GABA e canal de Ca+ ativado por voltagem de corrente T.
  • 3. introdução • Fármacos contra as formas mais comuns de convulsões, crise tônico-clônicas parciais e secundariamente generalizadas funcionam pelo mecanismo de inativação dos canais de Na+ voltagem dependentes e inibição sináptica pelo GABA. • Fármacos usados na crise de ausência funcionam pelo mecanismo de ativação de canal de Ca+ voltagem corrente T dependente.
  • 4. Terminologia e classificação epilépticas • Convulsão -> alteração de comportamento causada pela ativação desordenada, sincrônica e rítmica de grupos de neurônios cerebrais. • Epilepsia -> distúrbio da função cerebral caracterizado pela ocorrência periódica e imprevisível de convulsões.
  • 5. Terminologia e classificação epilépticas • Crises convulsivas -> podem ser não-epilépticas no cérebro normal por tratamento como eletrochoque ou convulsivante químico e podem ser epilépticas quando ocorrem sem estímulo evidente. • Os anticonvulsivantes inibem as convulsões , mas não é claro o seu valor profilático na sua prevenção (epileptogênese).
  • 6. Terminologia e classificação epilépticas • Acredita-se que as convulsões surjam no córtex cerebral. • São classificadas as convulsões em: Parciais: de origem do córtex Generalizadas que envolvem ambos hemisférios cerebrais desde o início; • As manifestações da crise dependem do local no córtex na qual elas se originam.
  • 7. Terminologia e classificação epilépticas • Convulsão parcial simples tem preservação da consciência • Convulsão parcial complexa tem acometimento da consciência • O tipo da convulsão determina o fármaco de escolha para o tratamento. • Síndrome epiléptica se refere ao conjunto de sintomas associados ao tipo de convulsão, etiologia, idade do início dos sintomas e outros fatores.
  • 8. Terminologia e classificação epilépticas • As epilepsias parciais podem consistir em qualquer tipo de convulsão parcial e respondem a quase 60% do total das epilepsias. • Lesões no córtex podem ser causadas por tumor, malformação, trauma, acidente vascular, entre outros, que costumam ser evidentes em exames de imagem (RM). • Epilepsias genéticas são mais comuns nas convulsões generalizadas e são 40% de todas as epilepsias.
  • 9. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): Neurônios sofrem despolarização e desencadeiam potenciais de ação de alta frequência, típico de convulsão. Inibição seletiva do padrão de disparo reduz as convulsões e os efeitos indesejados, os fármacos carbamazepina, lamotrigina, fenitoína e ácido valproico inibem o disparo de alta frequência em concentrações eficazes.
  • 10. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): A inibição dos disparos de alta frequência é mediada pela redução da capacidade dos canais de Na+ de se recuperar da inativação. A abertura de canais de Na+ desencadeada por despolarização é necessária para um potencial de ação, após a abertura os canais se fecham espontaneamente devido ao processo de inativação.
  • 11. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): A inativação causa o período refratário durante o qual não é possível evocar outro potencial de ação. A recuperação da inativação permite aos canais de Na+ serem balanceados para participar de outro potencial de ação. O disparo em baixas velocidades permitem que os canais de Na+ tenham tempo para se recuperar da inativação, esta passa a ter pouco ou nenhum efeito sobre os disparos de baixa frequência.
  • 12. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): A redução da taxa de recuperação dos canais de Na+ da inativação limitaria a capacidade de um neurônio disparar em altas frequências o que é o efeito da carbamazepina, lamotrigina, fenitoína, topiramato, ácido valpróico e zonisamida contra as convulsões parciais.
  • 13. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia):
  • 14. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): O mecanismo das convulsões sugerem que a intensificação da inibição sináptica pelo GABA reduz a excitabilidade neural e aumenta a o limiar de convulsão. Fármacos podem inibir as convulsões ao regular a inibição sináptica GABAérgica por ação em diferentes locais da sinapse.
  • 15. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): O principal receptor pós sináptico é o GABAA. A ativação desse receptor altera a inibição da célula pós sináptica por aumentar o fluxo intracelular de Cl-, o que hiperpolariza o neurônio. Concentrações de benzodiazepínicos e barbitúricos aumentam a inibição mediada pelo receptor por diferentes ações
  • 16. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): É este o mecanismo que fundamenta a eficácia desses compostos nas convulsões parciais e tônico-clônicas em humanos. Concentrações mais elevadas (como as usadas em estado epiléptico) podem inibir o disparo de alta frequência de potenciais de ação. O ϒ-vinil GABA (vigabatrina) inibe a enzima GABA transaminase, o que aumenta a quantidade de GABA disponível na sinapse.
  • 17. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias parciais (fisiologia): O aumento da inibição mediada pelo GABA é o mecanismo anticonvulsivante da tiagabina, esta inibe o transportador do GABA (GAT-1) e reduz a captação neuronal e glial de GABA.
  • 18.
  • 19. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias de início generalizado: crise de ausência Surgem do disparo recíproco entre o tálamo e o córtex cerebral. São as mais estudadas. A estimulação de baixa frequência, no tálamo, desencadeava ritmos corticais ao EEG semelhantes às descargas espiculadas típicas das crises de ausência. Registros intracerebrais mostraram o envolvimento talâmico e neocortical na descarga espiculada das crises de ausência.
  • 20. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias de início generalizado: crise de ausência As descargas espiculadas são marcadas no EEG com frequência de 3/s, são bilaterais sincrônicas registradas em eletrodos no tálamo e neocórtex. São associadas a disparos de potenciais de ação e onda lenta subsequente com inibição prolongada, devido a conexões sinápticas excitadoras entre tálamo e neocórtex. Corrente de Ca+2 regulada por voltagem de corrente T produz o padrão da onda.
  • 21. Natureza e mecanismos das convulsões e fármacos • Epilepsias de início generalizado: crise de ausência Os fármacos usados na crise de ausência, etussuximida, trimetadiona e ácido valproico, atuam na corrente T.
  • 22. Anticonvulsivantes • Fenobarbital foi o primeiro agente orgânico sintetizado com atividade anticonvulsivante, foi usado por sua propriedade sedativa que se mostrou também eficaz na supressão das convulsões. • Fenitoína foi capaz de suprimir convulsões sem ter o efeito sedativo. • Testes em modelos animais com eletrochoque são eficazes para rastrear os fármacos eficazes contra convulsões parciais e tônico-clônicas em humanos.
  • 23. Anticonvulsivantes • Indução de convulsões por pentilenotetrazol é útil para identificar a eficácia de fármacos contra crises de ausência.
  • 24. Hidantoínas • FENITOÍNA • Eficaz contra todos os tipos de convulsões parciais e tônico-clônicas, mas não nas crises de ausência. • Composto relacionado estruturalmente ao fenobarbital, porém sem ação sedativa. • Doses tóxicas: produz sinais excitadores. • Doses letais: rigidez de descerebração.
  • 25. Hidantoínas • FENITOÍNA • A fase tônica pode ser abolida, mas a convulsão clônica residual pode ser exacerbada e prolongada. • Lentifica a taxa de recuperação da inativação dos canais de Na+ ativados por voltagem. • Em concentrações terapêuticas tem efeitos seletivos sobre os canais de Na+. • Metabolização pela P450.
  • 26. Hidantoínas • FENITOÍNA • A meia vida varia de 6 e 24h (abaixo de 10 ug/ml). • Gera metabólito inativo. • Degradação de outros fármacos, como a varfarina é comprometida, já a de contraceptivos orais são aumentadas. • Tem baixa hidrossolubilidade, o que causa problemas na via IV, por isso foi criada a fosfenitoína.
  • 27. Hidantoínas • FENITOÍNA • Efeitos tóxicos principais são os cerebelares-vestibulares. • Podem causar hirsurtismo.
  • 28. Barbitúricos Anticonvulsivantes • FENOBARBITAL • Primeiro anticonvulsivante orgânico • Toxicidade relativamente baixa • Potencializa a inibição sináptica por agir no receptor GABAA, ele aumenta as respostas ao GABA qdo aplicado por via iontoférica. • Níveis acima das concentrações terapêuticas: limita a deflagração repetida mantida, que é um efeito anticonvulsivante, principalmente no estado epiléptico.
  • 29. Barbitúricos Anticonvulsivantes • FENOBARBITAL E PENTOBARBITAL: • Pento: inibe convulsões nas doses de sedação acentuada; • Feno: inibe em doses que tem efeitos sedativos desprezíveis. • Ambos estimulam as correntes mediadas pelo receptor GABAA. Mas possuem efeitos diferentes. • Feno: seu efeito máximo no aumento das respostas do GABA corresponde aos 40% do isômero ativo do pentobarbital.
  • 30. Barbitúricos Anticonvulsivantes • FENOBARBITAL E PENTOBARBITAL: • Pento: inibe os canais de Ca+2 ativados por voltagem com potência maior que a do Fenobarbital. • Ao inibir os canais de Ca+2 ocorre o bloqueio da entrada de Ca+2 nas terminações nervosas pré-sinápticas, inibindo liberação de neurotransmissores como o glutamato reduzindo a transmissão sináptica excitadora. • Inibição da corrente de Ca+2 e aumento máximo das respostas do GABA explicam as ações sedativas do pentobarbital.
  • 31. Barbitúricos Anticonvulsivantes • FENOBARBITAL • Metabolizado pela P450 • Sedação é o efeito indesejável. • Produz tolerância • Doses excessivas causam nistagmo e ataxia • Alergia: erupção cutânea escarlatiniforme ou morbiliforme, dermatite esfoliativa (rara). • Gestante: hipoprotrombinemia em recém-natos. Vitamina k é eficaz no tto e profilxia. • Tto prolongado com fenobarbital produz anemia megaloblástica (que responde ao folato) e osteomalácia (que responde a altas doses de Vit D).
  • 32. Barbitúricos Anticonvulsivantes • FENOBARBITAL • Eficaz nas convulsões tônico-clônicas generalizadas parciais • Baixa toxicidade e baixo custo • Não é agente de escolha pois tem efeitos sedativos e alteram o comportamento das crianças. • Mefobarbital é um N-metilfenobarbital sua atividade durante tto prolongado é atribuída ao acúmulo de fenobarbital, logo suas propriedades farmacológicas e efeitos tóxicos são os mesmos do fenobarbital.
  • 33. Desoxibarbitúricos • PRIMIDONA • Eficaz contra convulsões parciais e tônico-clônicas • Assemelha-se ao fenobarbital, mas é menos potente no antagonismo às convulsões induzidas por pentilenotetrazol. • Seus efeitos são atribuídos ao fármaco e seus metabólitos ativos (fenobarbital e feniletilmalonamida – PEMA-). • Meia vida varia de 5-15h • Meia vida da PEMA é de 16h • PEMA e fenobarbital se acumulam no tto prolongado
  • 34. Desoxibarbitúricos • PRIMIDONA • Causa sedação, vertigem, tonteira, nâuseas, vômitos, ataxia, diplopia e nistagmo. • Efeitos adversos: são raros, erupções cutâneas maculopapulares, leucopenia, LES e linfadenopatia. Psicose aguda. Doença hemorrágica do recém-nato, anemia megaloblástica e osteomalácia. • Eficaz nas convulsões tônico-clônicas generalizadas e convulsões parciais simples e complexas. Não é eficaz nas crises de ausência, mas é útil em convulsões mioclônicas em crianças pequenas
  • 35. iminostilbenos • CARBAMAZEPINA • Fármaco de escolha no tto de convulsão parcial e tônico-clônicas. • Produz resposta terapêutica em maníaco-depressivos • Efeito antidiurético • Lentifica a taxa de recuperação de inativação dos canais de Na+ ativados por voltagem. • Não agem no GABA ou glutamato. • Possui metabólitos ativos • É metabolizada pela P450
  • 36. iminostilbenos • CARBAMAZEPINA • Intoxicação aguda pode levar ao estupor ou coma, hiperirritabilidade, convulsões e depressão respiratória. • Sonolência, vertigem, ataxia, diplopia e borramento visual são os efeitos indesejáveis. • Útil nos pacientes com convulsões tônico-clônicas generalizadas e convulsões parciais simples e complexas, deve ser acompanhada a função renal, hepática e hematológica
  • 37. iminostilbenos • CARBAMAZEPINA • Principal agente para o tto de neuralgia do trigêmio e do glossofaríngeo. Alivia a dor da tabes dorsalis
  • 38. iminostilbenos • OXCARBAMAZEPINA • Análogo cetônico da carbamazepina • Pró-fármaco, é imediatamente convertida no metabólito ativo 10-monoidroxi • Mecanismo de ação é semelhante ao da carbamazepina • Indutor enzimático menos potente que carbamazepina • Substitui a carbamazepina qdo é associado fenitoína ou ácido valpróico ao tto.
  • 39. Succinimidas • ETOSSUXIMIDA • Agente de escolha nas crises de ausência • Reduz as correntes de Ca+2 de baixo limiar (T) nos neurônios do tálamo, este desempenha importante papel na geração dos ritmos de ponta-onda de 3 Hz das crises de ausência. • Reduz corrente T sem modificar a dependência de voltagem da inativação do estado de equilíbrio e nem o tempo de recuperação de inativação.
  • 40. Succinimidas • ETOSSUXIMIDA • Não atua sobre GABA • Meia vida de 40-50h em adultos e 30h em crianças • Efeitos colaterais comuns: queixas digestivas e do SNC • Eficaz contra crises de ausência.
  • 41. Ácido valpróico • Eficaz contra convulsões tônico-clônicas parciais e generalizadas, crises de ausência e mioclônicas. • Age nos canais de Na+ • Não age sobre o GABA • Reduz corrente de Ca+2 de baixo limiar (T) • Isso o torna eficaz contra convulsões parciais, tônico-clônicas e de ausência • Metabolizado por UGT e β-oxidação hepática
  • 42. Ácido valpróico • Produz metabólitos ativos (ácido 2-propil-2- pentenóico e ácido 2-propil-4-pentenóico) que são tão potentes quanto o próprio ácido valpróico • Meia vida de 15h • Sintomas digestivos transitórios e no SNC são efeitos colaterais • Complicação rara: hepatite fulminante
  • 43. Benzodiazepínicos • Sedativos ansiolíticos. • Clorazepato, clonazepam, diazepam e lorazepam são usados. • Ação anticonvulsivante ocorre em doses não sedativas • Aumentam a inibição sináptica mediada pelo GABA • Atuam como subconjunto do receptor GABAA e aumentam a frequência (não o tempo) de abertura dos canais de cloreto ativados pelo GABA
  • 44. Benzodiazepínicos • Podem ser adm por via IV. • Diazepam: metabólito ativo N-desmetildiazepam. Meia vida de 1-2 dias (diazepam) e 60h (metabólitos) • Clonazepam causa sonolência e letargia • Depressão cardiovascular e respiratória podem ocorrer após adm IV de diazepam, clonazepam e lorazepam. • Clonazepam: tto das crises de ausência, convulsões mioclônicas em crianças. Tolerância ocorre após 1-6 meses de adm
  • 45. Benzodiazepínicos • Diazepam: tto do estado epiléptico, porém por ser de curta ação ele é associado à fenitoína IV. Não pode ser adm mais que 100mg em um período de 24h. • Clorazepato: eficaz ao ser associado com outros fármacos no tto de convulsão parcial. Não é recomendado para crianças menores de 9 anos.
  • 46. Gabapentina • Antagonista do GABA • Alta lipossolubilidade • Meia vida em monoterapia é de 5-9h • Não altera as concentrações plasmáticas de fenitoína , carbamazepina, fenobarbital e do valproato. • Sonolência, vertigem, ataxia e fadiga são os efeitos adversos mais comuns
  • 47. Lamotrigina • Age sobre os canais de Na+ • Eficaz nas convulsões parciais e secundariamente generalizadas • É um monoterápico e adjuvante para convulsões parciais, tônco-clônicas secundariamente generalizadas em adultos e na síndrome de Lennox-Gastaut em crianças e adultos. • Existem evidências de sua eficácia contra a epilepsia mioclônica juvenil e epilepsia de ausência
  • 48. Lamotrigina • Vertigem, ataxia, borramento visual ou diplopia, nâuseas, vômitos e erupções cutâneas são os efeitos adversos mais comuns.
  • 49. Felbamato • Eficaz no tto de convulsão parcial • Leva à ocorrência de anemia aplásica • Inibe NMDA e potencializa as respostas ao GABA • É eficaz nas convulsões parciais e secundariamente generalizadas mal controladas • Tbm é eficaz na síndrome de Lennox-Gastaut
  • 50. Tiagabina • Eficaz no tto de convulsões parciais em adultos qdo utilizado junto com outros fármacos. • Inibe transportador de GABA (GAT-1), o que reduz sua captação pelos neurônios da glia. • Apresenta eficácia contra as convulsões clínicas parciais e tônico-clônicas. • Meia vida de 8h • Eficaz como adjuvante de convulsões parciais refratárias com ou sem generalização secundária • Vertigem sonolência e tremor são os principais efeitos adversos • Contra-indicada em epilepsia generalizada de ausência
  • 51. Topiramato • Eficaz na convulsão parcial de adultos • Atua nas correntes de Na+ reduzindo-as • Aumenta as correntes pós-sinápticas do receptor de GABAA e limita ativação do AMPA cainato do receptor glutamato • Inibe fracamente a anidrase carbônica • Meia vida de 24h • Eficaz nas convulsões parciais refratárias com ou sem tônico-clônicas secundariamente generalizadas • Convulsões tônico-clônicas na snd de Lennox-Gastaut • Tônico-clônicas e mioclônicas de adultos e crianças com epilepsia primária generalizada. • Sonolência, fadiga, perda ponderal e nervosismo são efeitos colaterais
  • 52. Escolha do fármaco para o tto • O tipo de convulsão determina a escolha do fármaco • Eficácia associada aos efeitos indesejáveis de cada fármaco determina qual será ideal para cada paciente • Quando iniciar o tto? De acordo com o tipo de convulsão, idade, histórico familiar, exame de imagem e EEG. • É usado apenas um único fármaco (salvo exceções – estado epiléptico)
  • 53. Escolha do fármaco para o tto • A dose inicial é a que estabelece a concentração do fármaco em um platô associado à eficácia clínica. • Para minimizar efeitos adversos é iniciado com doses reduzidas que progressivamente aumentam. • Se ocorrer convulsão mesmo com níveis ideais do medicamento é analisado os potenciais fatores precipitantes (falta de sono, doença febril, substâncias químicas- cafeína- e medicamentos) que diminuem o limiar da convulsão.
  • 54. Escolha do fármaco para o tto • Se a adesão for confirmada e a convulsão continua é trocado o medicamento, a dose é diminuída gradualmente para minimizar o risco de recorrência de convulsões, enquanto que a dose do novo medicamento é aumentada. • Medicação em associação só devem ser usadas em casos especiais, sendo atuantes em mecanismos diversos para a convulsão (Na+, GABA e Ca+2). • É melhor considerar cirurgia como alternativa, ao invés de politerapia.
  • 55. Escolha do fármaco para o tto • O paciente deve ser acompanhado rotineiramente. • A adesão e a tomada regular dos medicamentos são de suma importância para a eficácia do tto. • É feito acompanhamento por EEG e por dosagem plasmática dos fármacos, o que ajuda a saber se há a adesão do paciente, reajustar a dose e identificar toxicidade devido a um fármaco específico
  • 56. Escolha do fármaco para o tto • O risco de recidiva é maior em pacientes com convulsões parciais complexas e para aqueles com EEG persistentemente anormal. • Suspensão do tto medicamentoso é estudado caso a caso
  • 57. Escolha do fármaco para o tto Convulsão simples e parciais complexas e tônico-clônicas secundariamente generalizadas: • Carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e primidona são eficazes. • Fenitoína e carbamazepina são as mais eficazes. • Primidona tem maior incidência de toxicidade inicial no tto. • Lamotrigina é eficaz em convulsões parciais e tônico-clônicas generalizadas
  • 58. Escolha do fármaco para o tto Convulsão simples e parciais complexas e tônico-clônicas secundariamente generalizadas: • Valproato foi semelhante à carbamazepina • Há correlação entre convulsões tônico-clônicas secundariamente generalizadas com convulsões parciais e a carbamazepina, fenitoína e lamotrigina são os fármacos de escolha.
  • 59. Escolha do fármaco para o tto Crise de ausência • Etossuximida e valproato são eficazes, quando a crise de ausência é acompanhada com convulsões tônico-clônicas o valproato é o agente de escolha.
  • 60. Escolha do fármaco para o tto Convulsões mioclônicas • Ácido Valproico é o fármaco de escolha na snd da epilepsia mioclônica juvenil, cujas convulsões mioclônicas coexistem com as tônico-clônicas e convulsões de ausência. Se o ácido valpróico for ineficaz a lamotrigina pode o substituir.
  • 61. Escolha do fármaco para o tto Convulsões febris • Geralmente ocorre em crianças, com risco de 10% de desenvolver epilepsia se a criança tiver todos os fatores de risco predisponentes (distúrbio neurológico pré existente ou retardo do desenvolvimento, história familiar de epilepsia ou convulsão febril complicada). • Administração retal de diazepam durante a febre pode prevenir a recorrência de convulsões e evitar os efeitos colaterais do tto crônico.
  • 62. Escolha do fármaco para o tto Convulsões em lactentes e crianças pequenas • Espasmos infantis com hipsarritmia são refratários aos anticonvulsivantes habituais. • Lennox-Gastaut é uma forma grave de epilepsia com início na infância que acarreta comprometimento cognitivo e diversos tipos de convulsão (T-C, tônica, atônica, mioclônica e crises de ausência atípicas) que é tta com lamotrigina. Felbamato tbm é eficaz, mas foi afastado pela ocorência ocasional de anemia aplásica.
  • 63. Escolha do fármaco para o tto Estado epiléptico e outras emergências convulsivas: • Estado epiléptico é emergência neurológica (mortalidade de 20% em adultos). • Tto tem objetivo de terminar rápido a atividade comportamental e elétrica da convulsão, qto maior o tempo de permanência do estado epiléptico mais difícil é o seu controle e maior o risco de lesão cerebral permanente.
  • 64. Escolha do fármaco para o tto Estado epiléptico e outras emergências convulsivas: • Tto é imediato com fármaco eficaz em dose adequada e com atenção à respiração do paciente. • Fármacos são IV: 1) diazepam seguido de fenitoína; 2) lorazepam; 3) fenobarbital e 4) fenitoína. Todos possuem eficácia semelhante.
  • 65. Tto anticonvulsivante e gestação • Eficácia de contracepção oral é reduzida (metabolização por mesma via) • Efeito teratogênico – cardiológico congênito, no tubo neural, outros. Uma maneira de minimizar os efeitos no tubo neural é o aumento na dose de folato que as mulheres grávidas devem tomar. • No último mês de gestação é feito tto com vit K1 para profilaxia de deficiência de vit K (que causa coagulopatia e hemorragia intracerebral no neonato).