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Capa É possível uma Páscoa sem amor?
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine”
(Cf. 1Cor 13,1).
Por Padre Luciano Martins de Almeida - Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
É Páscoa mais uma vez! É festa na terra e no céu!
Festa porque o amor, a mais excelsa de todas as
virtudes, venceu a morte, o pecado e a dor. É Pás-
coa! Páscoa é a festa da passagem, da mudança, da
conversão; é a celebração da caridade, que supera
o ódio e transforma a História.
	 Quando penso na Ressurreição, lembro-me,
imediatamente, da alegria dos discípulos por ver-
em que suas esperanças não foram em vão. Lem-
bro-me das primeiras reuniões descritas nos Atos
dos Apóstolos, como sendo encontros da mais
pura fraternidade, cheios do mais autêntico espírito de partilha, em que a indiferença
não encontrava lugar. E ela, essa maldosa e destrutiva senhora chamada indiferença, não
encontrava abrigo na primeira comunidade cristã, porque, entre eles, que viram, ouviram
e tocaram, com suas mãos, o Verbo de Deus, Jesus Cristo, estava presente o “amor”.
	 A primeira Carta de São Paulo aos Coríntios nos fala que, sem o amor, nada tem
sentido. Sem essa virtude superior a todas as outras, a vida, o trabalho, a fé se tornam
ações vazias, desprovidas de sentido. Mesmo que falássemos todas as línguas existentes
na face da Terra, se nossas palavras não viessem permeadas desse amor caridoso e com-
passivo, de nada nos serviriam e nunca atingiriam a alma dos nossos ouvintes. Sem amor,
somos estéreis!
	 Tomando como pano de fundo para nossa reflexão pascal, desejei ter em mãos
esse texto da Primeira Carta aos Coríntios, por entender que ele toca, profundamente, no
problema de muitos movimentos e pastorais de nossa igreja diocesana. Que problema é
esse? Que mal atinge nossos movimentos tão fecundos em ações? O que poderia estar
atrapalhando nossa caminhada? Eis a resposta: a indiferença. Sim! Essa senhora perversa
está mais presente entre nós do que podemos imaginar, e a Páscoa da Ressurreição é o
tempo propício para expulsarmos, de nosso meio, tão nefasta inquilina que, por muitas
e vezes e em diversas situações, tem se adonado de nossas ações pastorais e maculado
nosso convívio fraterno.
	 Sempre que a ciência humana ocupa o lugar de Deus nas ações e convívios, a in-
diferença cresce e impede o Espírito de Deus de fazer a Sua obra. Na sua exortação aos
Coríntios, São Paulo adverte: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos
02
os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transpor-
tasse os montes, e não tivesse amor, nada seria” (Cf. 1Cor 13,2). De fato, sempre que
nossos títulos acadêmicos, nossas habilidades humanas e nosso conhecimento prático as-
sumem a direção de nosso apostolado, este se torna infrutífero, porque não está animado
pela ciência e sabedoria divinas, mas pela pura e simples ação do homem. A sequência
cantada na liturgia da Festa de Pentecostes nos recorda isso: “Sem a Luz que acode, nada
o homem pode, nenhum bem há nele”. Sem a graça de Deus, sem a oração, nossas re-
uniões, nossos retiros, nossas ações sociais em favor dos mais necessitados não são nada
além de trabalhos humanos; não produzem ressurreição. Sem amor, nada prospera.
	 Por mais que, às vezes, possamos parecer solidários, preocupados com os demais,
cheios do desejo de ajudar os de perto e os de longe, sem o amor que levou Cristo a se
entregar por nós e que o ressuscitou da morte, tudo é vão! Às vezes, vemos católicos que,
por fora, parecem dar tudo, mas, na realidade, não oferecem nada. São Paulo alerta os
cristãos da Comunidade de Corinto acerca dessa realidade nada pascal. Assim fala o após-
tolo:” E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveit-
aria” (Cf. 1Cor 13,3). Deus não se preocupa com nossas riquezas humanas que nos tornam
insensíveis ao outro. Deus quer que sejamos homens e mulheres espirituais, capazes de
nos compadecermos das fraquezas de nosso semelhante; de olharmos o outro como al-
guém a ser amado e compreendido. Se o amor estiver entre nós, nossos dons e bens serão
fecundos.
	 Quando existe amor, a Páscoa acontece. Porque, sem amor, a morte jamais teria
sido vencida. O cristão que ama sabe sofrer com os demais. Ele se torna um ser de bon-
dade, capaz de superar rancores e mágoas e perceber que essas coisas impedem Cristo
de triunfar sobre tais sentimentos de morte. O católico autêntico não inveja os dons e as
capacidades do outro. Sabe reconhecer que seu trabalho foi bom, mas que outros podem
realizá-lo de modo mais eficaz. Quando isso é compreendido, não há espaço para a po-
derosa e horrível soberba, que traz consigo a indiferença, aquela senhora da qual estamos
falando. O membro de um movimento ou pastoral eclesial que se embebeu do mais puro
amor de Deus não inveja as iniciativas dos demais membros, mas, ao contrário, se alegra
com elas e as divulga. O cristão cheio do amor, que brota da ressurreição, não se irrita com
os defeitos do outro e não solta sua língua em calúnias e fofocas.
	 Quando o amor é a coluna que sustenta nossa vida e ação pastoral, não se permitem
injustiças no grupo. A verdade será sempre o baluarte do movimento. Quando amamos,
tudo sabemos sofrer; tudo cremos; tudo saberemos esperar e suportar, porque Cristo so-
freu, acreditou na promessa de Deus, esperou, com paciência, que seus discípulos deixas-
sem a ciência e as seguranças humanas e vivessem um amor de entrega incondicional aos
planos de seu Evangelho. Por amor, Ele suportou a Sua e a nossa pesada Cruz, que, hoje,
celebramos vitoriosa. Cruz que, muitas vezes, é o irmão de grupo. Cruz que, muitas vezes,
é a minha personalidade ainda não iluminada pela ressurreição. Cruz que sou eu mesmo
para muitos irmãos.
	 Ainda, bebendo da riqueza de Deus, expressa nas palavras de Paulo aos Coríntios,
lemos: ”O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e, em parte,
profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado”
(Cf. 1Cor 13,8-10). De fato, amor não falha. Ele é tão perfeito e potente que fez de Cristo o
homem mais forte que pisou nosso chão. Forte o suficiente para suportar o peso de todos
os pecados, de todos os homens e mulheres, de todos os tempos e gerações. Quando esse
perfeito amor de Cristo for o nosso amor, as profecias, línguas, ciências humanas, nossas
muitas misérias e pecados desaparecerão e nossa ação pastoral produzirá vida eterna em
nós e naqueles aos quais fomos enviados.
	 Bem cantou Padre Zezinho, em uma de suas muitas canções: “Hoje, se a vida é tão
sofrida, deve-se a culpa à indiferença dos cristãos.” Se nós vivêssemos aquele mesmo amor
alegre e disponível que os primeiros cristãos viveram, nosso movimento seria como uma
estrela brilhante, mais potente que o sol, e os de fora e os que estão dentro veriam, em
nós, o rosto de Cristo, vivo e ressuscitado. Nossa face brilharia como a face de Moisés
quando desceu da montanha, após ter visto e experimentado a bondade e a misericórdia
de Deus. De fato, tem razão o nosso senil compositor. A vida em sociedade e na Igreja se-
ria bem diversa se, em vez da nossa indiferença, que, tantas vezes, destrói da imagem de
Cristo em nós, cultivássemos o dom supremo do amor, que tudo transforma.
	 Paulo encerra sua exortação, no capítulo 13 da Primeira de suas duas cartas aos cris-
tãos de Corinto, com as seguintes palavras: “Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei
com as coisas de menino.” Quando iniciamos nossa caminhada cristã, de fato, as muitas
coisas da nossa imaturidade espiritual acabam entrando, junto conosco, em nosso labor
pastoral. Nossos vícios, nossas ideias – nem sempre equivocadas -, nosso modo de fazer...
Tais coisas impedem a graça e o amor de Deus de agirem em nós e através de nós. Toda-
via, não somos mais crianças imaturas em nossa fé e conhecimento. Não podemos nos
permitir algumas situações que, em vez de demostrarem os gigantes na fé que somos, nos
apequenam como anões insensatos, imprudentes e desprovidos do amor de Cristo. Somos
adultos na fé, e nossa fé deve ser um facho da Luz, radiante da Páscoa de Cristo. Como
adultos na fé, devemos fazer essa passagem, essa Páscoa verdadeira, e ressuscitarmos,
diariamente, para uma vida nova.
Três coisas deveriam permanecer, em nós, nessa Páscoa que se avizinha e pelo resto de
nossos dias: a fé, a esperança e a caridade. Fé na ação de Deus, que quer e deve falar e
agir através de nós. Esperança de que tanto o outro como eu estamos a caminho; e, se nos
deixarmos guiar pelo Cristo ressuscitado, que, com Sua Luz, ilumina nossos passos, tam-
bém nós, um dia, ressuscitaremos com Ele. E, por fim, a caridade – amor – deve ser a nossa
meta, nossa razão de agir e ser. Sem ela, sem esse amor que tudo crê, suporta e espera,
nada seremos; nada faremos e jamais ressuscitaremos.
Que Deus nos encontre dignos e preparados para a vida nova em Cristo. Que Ele possa per-
ceber, em nós, abertura suficiente para Sua graça e Seu amor. Que Seu poder nos ressuscite
como ressuscitou Jesus. Que, de agora em diante, nossas ações, como pessoa e grupo, nos
impulsionem para o céu.
Feliz e abençoada Páscoa a todos!
Youcat
1. Jesus sabia que ia morrer quando entrou
em Jerusalém?
Sim. Por três vezes, antes de Ele, consciente
e livremente (Lc 9,51), Se ter dirigido para ci-
dade onde haveria de sofrer a Paixão, Morte
e Ressurreição. [557-560, 569-570]
2. Por que escolheu Jesus a ocasião da festa
da Páscoa judaica para a Sua morte e a sua
Ressurreição?
Jesus escolheu a festa da Páscoa do Seu povo
de Israel para indicar simbolicamente o que
aconteceria na Sua morte e na Sua ressur-
reição: tal como o povo de Israel foi liber-
tado da escravidão do Egito, também Cristo
nos libertaria da escravidão do pecado e do
poder da morte. [571-573]
A festa da Páscoa era a festa da libertação
de Israel do cativeiro no Egito. Jesus foi a
Jerusalém para nos libertar de uma forma
ainda mais profunda. Ele celebrou a ceia pas-
cal com os Seus discípulos; em vez, contudo,
de imolar o tradicional cordeiro pascal, con-
verteu-Se Ele próprio em cordeiro sacrificial.
Como <nosso cordeiro pascal, Jesus foi imo-
lado> (1Cor 5,7), para estabelecer de uma
vez por todas, a definitiva reconciliação entre
Deus e a Humanidade.
3. Por que motivo foi condenado à morte
de cruz um homem de paz como Jesus?
Jesus colocou os Seus contemporâneos
perante uma questão decisiva: ou Ele agia
com total poder divino, ou não passava de
um vigarista, blasfemo e fora-da-lei, que, se-
gundo a lei, devia ser levado à justiça. [574-
576]
Em múltiplos sentidos, Jesus era uma singu-
lar provocação ao judaísmo tradicional do
Seu tempo: perdoou pecados, o que apenas
Deus podia fazer; relativizou o preceito do
sábado; expôs-Se à suspeita de blasfêmia e
atraiu a Si a censura de ser um falso profeta.
A lei previa a pena capital para todos estes
delitos.
4. Deus quis a morte de Seu próprio filho?
A causa última da violenta morte de Jesus
encontra-se por trás das trágicas condições
externas. Jesus foi <entregue segundo o de-
sígnio imutável e a previsão de Deus> (At
2,23). Para que nós, filhos do pecado e da
morte, tivéssemos a Vida, <a Cristo, que não
conhecera o pecado>, O Pai do Céu <identi-
ficou-O com o pecado> (2Cor 5,21). A gran-
deza do sacrifício que Deus pediu ao Seu
filho correspondia à grandeza da entrega de
Cristo: <E que hei de dizer? “Pai, salva-Me
desta hora?” Mas por causa disto é que Eu
cheguei a esta hora.> (Jô 12,27) De ambos os
lados encontra-se o amor, que se confirma
exteriormente na cruz. [599-609, 620]
Família Quaresma e Semana Santa em Família
Por Padre Felipe Klafke Konzen
	 Sabemos todos que a quaresma é um tempo fa-
vorável para a conversão e para a Vida Nova que nos é
oferecida por Cristo na Páscoa. A busca da conversão
se dá num coração que passa a amar com a força do
coração de Deus, vivenciando esse amor sobretudo
em nossas relações. Conosco, com nosso próximo e,
com Deus. Por isso a Igreja nos propõe a vivência de
três práticas para aprimorarmos nossa capacidade de
amar: Jejum - relação conosco; esmola-relação com o
próximo; oração - relação com Deus.
	 As vivências quaresmais acima citadas são
praticadas individualmente, porém, como se viu, são
vividas nas relações. Como a maior parte do tempo
passamos em família e igualmente aqueles que mais
amamos são nossos familiares, entendemos que o lu-
gar privilegiado dos exercícios quaresmais é no nosso
lar. Nele que temos que buscar o autocontrole, a paciência, a compreensão. Nele que temos
que nos ocupar, dedicar tempo, amar. Nele que, como Santuário da Vida, encontramos mais a
Deus. Assim a quaresma, que se vive onde estamos, deve ser vivida sobretudo em e na família.
	 A quaresma, conforme dito, nos conduz à Páscoa. Na Páscoa encontramos uma Vida
Nova, que deve ser para nós e para aqueles que mais amamos. Por nos mergulhar num mis-
tério profundo de amor, o Tríduo Pascal é uma escola exemplar para as famílias. Nele apren-
demos o amor desinteressado do Cristo no lava-pés, que nos deve fazer servir em família.
Nele encontramos o amor oculto de Cristo na Eucaristia, que nos deve ensinar a fazer as coisas
sem esperar sermos notados em família. Nele encontramos o amor silencioso de Cristo no ju-
lgamento e no flagelo, que nos deve ensinar a compreender os erros em família. Nele encon-
tramos o amor persistente de Cristo ao carregar a cruz, que nos deve ensinar a nunca desistir
de nossa família. Nele encontramos o amor misericordioso de Cristo, que nos deve ensinar o
perdão em família. Nele encontramos o amor total de Cristo, que nos ensina a amar sem lim-
ites nossa família. Nele encontramos o amor alegre da Ressurreição, que deve nos ensinar a
vivermos da alegria de termos o Senhor vivo em nossa família!
	 Assim, a quaresma como tempo de conversão e o tríduo Pascal como passagem para
uma verdadeira Vida Nova, passam a ser lugares e momentos privilegiados para que as famíli-
as busquem, não partir de si mesmas mas de Cristo, a viverem a plenitude do amor do Senhor,
derramado com abundância em nossos corações nesses dias!
Desejo que Deus conceda a todas famílias uma verdadeira Passagem nesses Santos Dias.
Com minha benção, Pe. Felipe, sacerdote por graça e misericórdia de Deus!
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Páscoa sem amor é impossível

  • 1.
  • 2. Capa É possível uma Páscoa sem amor? “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (Cf. 1Cor 13,1). Por Padre Luciano Martins de Almeida - Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus É Páscoa mais uma vez! É festa na terra e no céu! Festa porque o amor, a mais excelsa de todas as virtudes, venceu a morte, o pecado e a dor. É Pás- coa! Páscoa é a festa da passagem, da mudança, da conversão; é a celebração da caridade, que supera o ódio e transforma a História. Quando penso na Ressurreição, lembro-me, imediatamente, da alegria dos discípulos por ver- em que suas esperanças não foram em vão. Lem- bro-me das primeiras reuniões descritas nos Atos dos Apóstolos, como sendo encontros da mais pura fraternidade, cheios do mais autêntico espírito de partilha, em que a indiferença não encontrava lugar. E ela, essa maldosa e destrutiva senhora chamada indiferença, não encontrava abrigo na primeira comunidade cristã, porque, entre eles, que viram, ouviram e tocaram, com suas mãos, o Verbo de Deus, Jesus Cristo, estava presente o “amor”. A primeira Carta de São Paulo aos Coríntios nos fala que, sem o amor, nada tem sentido. Sem essa virtude superior a todas as outras, a vida, o trabalho, a fé se tornam ações vazias, desprovidas de sentido. Mesmo que falássemos todas as línguas existentes na face da Terra, se nossas palavras não viessem permeadas desse amor caridoso e com- passivo, de nada nos serviriam e nunca atingiriam a alma dos nossos ouvintes. Sem amor, somos estéreis! Tomando como pano de fundo para nossa reflexão pascal, desejei ter em mãos esse texto da Primeira Carta aos Coríntios, por entender que ele toca, profundamente, no problema de muitos movimentos e pastorais de nossa igreja diocesana. Que problema é esse? Que mal atinge nossos movimentos tão fecundos em ações? O que poderia estar atrapalhando nossa caminhada? Eis a resposta: a indiferença. Sim! Essa senhora perversa está mais presente entre nós do que podemos imaginar, e a Páscoa da Ressurreição é o tempo propício para expulsarmos, de nosso meio, tão nefasta inquilina que, por muitas e vezes e em diversas situações, tem se adonado de nossas ações pastorais e maculado nosso convívio fraterno. Sempre que a ciência humana ocupa o lugar de Deus nas ações e convívios, a in- diferença cresce e impede o Espírito de Deus de fazer a Sua obra. Na sua exortação aos Coríntios, São Paulo adverte: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos 02
  • 3. os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transpor- tasse os montes, e não tivesse amor, nada seria” (Cf. 1Cor 13,2). De fato, sempre que nossos títulos acadêmicos, nossas habilidades humanas e nosso conhecimento prático as- sumem a direção de nosso apostolado, este se torna infrutífero, porque não está animado pela ciência e sabedoria divinas, mas pela pura e simples ação do homem. A sequência cantada na liturgia da Festa de Pentecostes nos recorda isso: “Sem a Luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele”. Sem a graça de Deus, sem a oração, nossas re- uniões, nossos retiros, nossas ações sociais em favor dos mais necessitados não são nada além de trabalhos humanos; não produzem ressurreição. Sem amor, nada prospera. Por mais que, às vezes, possamos parecer solidários, preocupados com os demais, cheios do desejo de ajudar os de perto e os de longe, sem o amor que levou Cristo a se entregar por nós e que o ressuscitou da morte, tudo é vão! Às vezes, vemos católicos que, por fora, parecem dar tudo, mas, na realidade, não oferecem nada. São Paulo alerta os cristãos da Comunidade de Corinto acerca dessa realidade nada pascal. Assim fala o após- tolo:” E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveit- aria” (Cf. 1Cor 13,3). Deus não se preocupa com nossas riquezas humanas que nos tornam insensíveis ao outro. Deus quer que sejamos homens e mulheres espirituais, capazes de nos compadecermos das fraquezas de nosso semelhante; de olharmos o outro como al- guém a ser amado e compreendido. Se o amor estiver entre nós, nossos dons e bens serão fecundos. Quando existe amor, a Páscoa acontece. Porque, sem amor, a morte jamais teria sido vencida. O cristão que ama sabe sofrer com os demais. Ele se torna um ser de bon- dade, capaz de superar rancores e mágoas e perceber que essas coisas impedem Cristo de triunfar sobre tais sentimentos de morte. O católico autêntico não inveja os dons e as capacidades do outro. Sabe reconhecer que seu trabalho foi bom, mas que outros podem realizá-lo de modo mais eficaz. Quando isso é compreendido, não há espaço para a po- derosa e horrível soberba, que traz consigo a indiferença, aquela senhora da qual estamos falando. O membro de um movimento ou pastoral eclesial que se embebeu do mais puro amor de Deus não inveja as iniciativas dos demais membros, mas, ao contrário, se alegra com elas e as divulga. O cristão cheio do amor, que brota da ressurreição, não se irrita com os defeitos do outro e não solta sua língua em calúnias e fofocas. Quando o amor é a coluna que sustenta nossa vida e ação pastoral, não se permitem injustiças no grupo. A verdade será sempre o baluarte do movimento. Quando amamos, tudo sabemos sofrer; tudo cremos; tudo saberemos esperar e suportar, porque Cristo so- freu, acreditou na promessa de Deus, esperou, com paciência, que seus discípulos deixas- sem a ciência e as seguranças humanas e vivessem um amor de entrega incondicional aos planos de seu Evangelho. Por amor, Ele suportou a Sua e a nossa pesada Cruz, que, hoje, celebramos vitoriosa. Cruz que, muitas vezes, é o irmão de grupo. Cruz que, muitas vezes, é a minha personalidade ainda não iluminada pela ressurreição. Cruz que sou eu mesmo para muitos irmãos. Ainda, bebendo da riqueza de Deus, expressa nas palavras de Paulo aos Coríntios, lemos: ”O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e, em parte,
  • 4. profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado” (Cf. 1Cor 13,8-10). De fato, amor não falha. Ele é tão perfeito e potente que fez de Cristo o homem mais forte que pisou nosso chão. Forte o suficiente para suportar o peso de todos os pecados, de todos os homens e mulheres, de todos os tempos e gerações. Quando esse perfeito amor de Cristo for o nosso amor, as profecias, línguas, ciências humanas, nossas muitas misérias e pecados desaparecerão e nossa ação pastoral produzirá vida eterna em nós e naqueles aos quais fomos enviados. Bem cantou Padre Zezinho, em uma de suas muitas canções: “Hoje, se a vida é tão sofrida, deve-se a culpa à indiferença dos cristãos.” Se nós vivêssemos aquele mesmo amor alegre e disponível que os primeiros cristãos viveram, nosso movimento seria como uma estrela brilhante, mais potente que o sol, e os de fora e os que estão dentro veriam, em nós, o rosto de Cristo, vivo e ressuscitado. Nossa face brilharia como a face de Moisés quando desceu da montanha, após ter visto e experimentado a bondade e a misericórdia de Deus. De fato, tem razão o nosso senil compositor. A vida em sociedade e na Igreja se- ria bem diversa se, em vez da nossa indiferença, que, tantas vezes, destrói da imagem de Cristo em nós, cultivássemos o dom supremo do amor, que tudo transforma. Paulo encerra sua exortação, no capítulo 13 da Primeira de suas duas cartas aos cris- tãos de Corinto, com as seguintes palavras: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” Quando iniciamos nossa caminhada cristã, de fato, as muitas coisas da nossa imaturidade espiritual acabam entrando, junto conosco, em nosso labor pastoral. Nossos vícios, nossas ideias – nem sempre equivocadas -, nosso modo de fazer... Tais coisas impedem a graça e o amor de Deus de agirem em nós e através de nós. Toda- via, não somos mais crianças imaturas em nossa fé e conhecimento. Não podemos nos permitir algumas situações que, em vez de demostrarem os gigantes na fé que somos, nos apequenam como anões insensatos, imprudentes e desprovidos do amor de Cristo. Somos adultos na fé, e nossa fé deve ser um facho da Luz, radiante da Páscoa de Cristo. Como adultos na fé, devemos fazer essa passagem, essa Páscoa verdadeira, e ressuscitarmos, diariamente, para uma vida nova. Três coisas deveriam permanecer, em nós, nessa Páscoa que se avizinha e pelo resto de nossos dias: a fé, a esperança e a caridade. Fé na ação de Deus, que quer e deve falar e agir através de nós. Esperança de que tanto o outro como eu estamos a caminho; e, se nos deixarmos guiar pelo Cristo ressuscitado, que, com Sua Luz, ilumina nossos passos, tam- bém nós, um dia, ressuscitaremos com Ele. E, por fim, a caridade – amor – deve ser a nossa meta, nossa razão de agir e ser. Sem ela, sem esse amor que tudo crê, suporta e espera, nada seremos; nada faremos e jamais ressuscitaremos. Que Deus nos encontre dignos e preparados para a vida nova em Cristo. Que Ele possa per- ceber, em nós, abertura suficiente para Sua graça e Seu amor. Que Seu poder nos ressuscite como ressuscitou Jesus. Que, de agora em diante, nossas ações, como pessoa e grupo, nos impulsionem para o céu. Feliz e abençoada Páscoa a todos!
  • 5. Youcat 1. Jesus sabia que ia morrer quando entrou em Jerusalém? Sim. Por três vezes, antes de Ele, consciente e livremente (Lc 9,51), Se ter dirigido para ci- dade onde haveria de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. [557-560, 569-570] 2. Por que escolheu Jesus a ocasião da festa da Páscoa judaica para a Sua morte e a sua Ressurreição? Jesus escolheu a festa da Páscoa do Seu povo de Israel para indicar simbolicamente o que aconteceria na Sua morte e na Sua ressur- reição: tal como o povo de Israel foi liber- tado da escravidão do Egito, também Cristo nos libertaria da escravidão do pecado e do poder da morte. [571-573] A festa da Páscoa era a festa da libertação de Israel do cativeiro no Egito. Jesus foi a Jerusalém para nos libertar de uma forma ainda mais profunda. Ele celebrou a ceia pas- cal com os Seus discípulos; em vez, contudo, de imolar o tradicional cordeiro pascal, con- verteu-Se Ele próprio em cordeiro sacrificial. Como <nosso cordeiro pascal, Jesus foi imo- lado> (1Cor 5,7), para estabelecer de uma vez por todas, a definitiva reconciliação entre Deus e a Humanidade. 3. Por que motivo foi condenado à morte de cruz um homem de paz como Jesus? Jesus colocou os Seus contemporâneos perante uma questão decisiva: ou Ele agia com total poder divino, ou não passava de um vigarista, blasfemo e fora-da-lei, que, se- gundo a lei, devia ser levado à justiça. [574- 576] Em múltiplos sentidos, Jesus era uma singu- lar provocação ao judaísmo tradicional do Seu tempo: perdoou pecados, o que apenas Deus podia fazer; relativizou o preceito do sábado; expôs-Se à suspeita de blasfêmia e atraiu a Si a censura de ser um falso profeta. A lei previa a pena capital para todos estes delitos. 4. Deus quis a morte de Seu próprio filho? A causa última da violenta morte de Jesus encontra-se por trás das trágicas condições externas. Jesus foi <entregue segundo o de- sígnio imutável e a previsão de Deus> (At 2,23). Para que nós, filhos do pecado e da morte, tivéssemos a Vida, <a Cristo, que não conhecera o pecado>, O Pai do Céu <identi- ficou-O com o pecado> (2Cor 5,21). A gran- deza do sacrifício que Deus pediu ao Seu filho correspondia à grandeza da entrega de Cristo: <E que hei de dizer? “Pai, salva-Me desta hora?” Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.> (Jô 12,27) De ambos os lados encontra-se o amor, que se confirma exteriormente na cruz. [599-609, 620]
  • 6. Família Quaresma e Semana Santa em Família Por Padre Felipe Klafke Konzen Sabemos todos que a quaresma é um tempo fa- vorável para a conversão e para a Vida Nova que nos é oferecida por Cristo na Páscoa. A busca da conversão se dá num coração que passa a amar com a força do coração de Deus, vivenciando esse amor sobretudo em nossas relações. Conosco, com nosso próximo e, com Deus. Por isso a Igreja nos propõe a vivência de três práticas para aprimorarmos nossa capacidade de amar: Jejum - relação conosco; esmola-relação com o próximo; oração - relação com Deus. As vivências quaresmais acima citadas são praticadas individualmente, porém, como se viu, são vividas nas relações. Como a maior parte do tempo passamos em família e igualmente aqueles que mais amamos são nossos familiares, entendemos que o lu- gar privilegiado dos exercícios quaresmais é no nosso lar. Nele que temos que buscar o autocontrole, a paciência, a compreensão. Nele que temos que nos ocupar, dedicar tempo, amar. Nele que, como Santuário da Vida, encontramos mais a Deus. Assim a quaresma, que se vive onde estamos, deve ser vivida sobretudo em e na família. A quaresma, conforme dito, nos conduz à Páscoa. Na Páscoa encontramos uma Vida Nova, que deve ser para nós e para aqueles que mais amamos. Por nos mergulhar num mis- tério profundo de amor, o Tríduo Pascal é uma escola exemplar para as famílias. Nele apren- demos o amor desinteressado do Cristo no lava-pés, que nos deve fazer servir em família. Nele encontramos o amor oculto de Cristo na Eucaristia, que nos deve ensinar a fazer as coisas sem esperar sermos notados em família. Nele encontramos o amor silencioso de Cristo no ju- lgamento e no flagelo, que nos deve ensinar a compreender os erros em família. Nele encon- tramos o amor persistente de Cristo ao carregar a cruz, que nos deve ensinar a nunca desistir de nossa família. Nele encontramos o amor misericordioso de Cristo, que nos deve ensinar o perdão em família. Nele encontramos o amor total de Cristo, que nos ensina a amar sem lim- ites nossa família. Nele encontramos o amor alegre da Ressurreição, que deve nos ensinar a vivermos da alegria de termos o Senhor vivo em nossa família! Assim, a quaresma como tempo de conversão e o tríduo Pascal como passagem para uma verdadeira Vida Nova, passam a ser lugares e momentos privilegiados para que as famíli- as busquem, não partir de si mesmas mas de Cristo, a viverem a plenitude do amor do Senhor, derramado com abundância em nossos corações nesses dias! Desejo que Deus conceda a todas famílias uma verdadeira Passagem nesses Santos Dias. Com minha benção, Pe. Felipe, sacerdote por graça e misericórdia de Deus!
  • 8.
  • 9.
  • 10. ERC Vejam um pouco do que nossas Sementinhas fizeram no ERC
  • 11. Espaço Gourmet Dicas de receitas