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Disturbios Psíquicos: Gravidez e Puerpério

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Disturbios Psíquicos: Gravidez e Puerpério

  1. 1. Celeste Duque 2003-2004 Gravidez & Puerpério Distúrbios Psicológicos Escola Superior de Saúde de Faro Universidade do Algarve
  2. 2. Índice <ul><li>Aspectos psicológicos </li></ul><ul><ul><li>Costumes, mitos e superstições </li></ul></ul><ul><ul><li>Epidemiologia </li></ul></ul><ul><ul><li>Etiologia </li></ul></ul><ul><li>Definição de conceitos psicológicos </li></ul><ul><ul><li>Ansiedade </li></ul></ul><ul><ul><li>Depressão </li></ul></ul><ul><ul><li>Psicose </li></ul></ul><ul><li>Psicopatologia Gravidez & Puerpério </li></ul>
  3. 3. Aspectos Psicológicos
  4. 4. Aspectos Psicológicos <ul><li>Nem todos os aspectos são vividos por todas as mulheres ou casais da mesma forma, tal como a intensidade com que são sentidos é também ela variável. </li></ul>
  5. 5. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><li>Existe: </li></ul><ul><li> alguma uniformidade de vivências e temas expressos nos grupos e a </li></ul><ul><li> diferenças mais quantitativas (que qualitativas) entre as vivências presentes na gravidez normal e na patológica: </li></ul>
  6. 6. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>em que patologia tanto se refere a uma gravidez medicamente normal de uma mulher de personalidade neurótica, </li></ul></ul><ul><ul><li>quanto a uma gravidez medicamente anormal numa mulher razoavelmente bem ajustada. </li></ul></ul>
  7. 7. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Se são reconhecidos, pela grande maioria de autores, a existência de estados emocionais peculiares na gravidez, já o seu aparecimento e origem é muito discutida. </li></ul></ul>
  8. 8. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Face às grandes adaptações provocadas pela gravidez, é fácil supor que todas as mudanças emocionais se devem à existência de conflitos normalmente presentes neste período. </li></ul></ul>
  9. 9. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>É possível que outros factores físicos influam decisivamente na etiologia dos estados emocionais da gravidez. </li></ul></ul>
  10. 10. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Benedeck & Rubinstein, 1942 procederam a investigações feitas com animais e seres humanos e chegaram à conclusão que </li></ul></ul>Hormonas sexuais  comportamento Grandes alterações do nível de estrogénio e progesterona  estado psicológico da gravidez
  11. 11. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Bibring (1961) e Caplan (1964) sugerem que as oscilações entre as relações do Id e do Ego na crise da gravidez são responsáveis pelas mudanças emocionais pela maior acessibilidade de material do processo primário; </li></ul></ul>
  12. 12. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Colman (1969) afirma que, nesse período (gravidez) é impossível discriminar as complexas inter-relações entre os factores hormonais e psicológicos de forma separada. </li></ul></ul>
  13. 13. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>As perturbações afectivas que acompanha as mulheres grávidas relacionam-se com alterações corporais e psicológicas próprias da gravidez e puerpério. </li></ul></ul>
  14. 14. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>A maternidade, principalmente uma primeira maternidade, provoca uma crise de identidade que pode, contudo, ser reforçadora do papel feminino. </li></ul></ul>
  15. 15. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>A gravidez nem sempre tem um cunho de felicidade e bem-aventurança, e a patologia psiquiátrica existente nesta fase testemunha-o. </li></ul></ul>
  16. 16. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>Para se poder proceder à prevenção de um gravidez de risco, é necessário detectar, tão precocemente, quanto possível, os factores indicadores: </li></ul></ul>
  17. 17. Aspectos Psicológicos [cont.] <ul><ul><li>História pessoal </li></ul></ul><ul><ul><li>Terreno biológico </li></ul></ul><ul><ul><li>Organização de personalidade prévia </li></ul></ul><ul><ul><li>Factores situacionais presentes nas relações da mulher com </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>o seu ambiente </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Família </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Meio social e cultural </li></ul></ul></ul><ul><li>Têm sem dúvida um elevado peso no despoletar das situações patológicas. </li></ul>
  18. 18. Costumes Mitos e Superstições
  19. 19. Costumes, Mitos e Superstições <ul><li>Dias Cordeiro (1986) refere que os estudos transculturais dos costumes, mitos e superstições ajudam à compreensão da psicodinâmica da gravidez. </li></ul>
  20. 20. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Povos primitivos </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>É praticada a frugalidade: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>A mulher grávida como pouco e são contrariados os desejos alimentares. </li></ul></ul></ul></ul>
  21. 21. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Povos ocidentais </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Existe a ideia generalizada de uma boa alimentação: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Essencial para o bom desenvolvimento do fetos e os apetites da grávida são satisfeitos ou mesmo incentivados. </li></ul></ul></ul></ul>
  22. 22. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Curiosamente, nos povos primitivos em que a regressão oral é contrariada, são raras as náuseas e vómitos. </li></ul></ul><ul><ul><li>Enquanto que nos povos em que a oralidade é estimulada as náuseas e vómitos são muito frequentes e a sua ausência é objecto de estranheza por parte dos outros. </li></ul></ul>
  23. 23. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><li>Na esfera genital sucede precisamente o oposto: </li></ul><ul><ul><li>Nos culturas primitivas existe a ideia de que as relações sexuais durante a gravidez são benéficas para fortalecer o feto através do sémen. </li></ul></ul>
  24. 24. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Nos culturas ocidentais pensa-se que podem prejudicá-lo. </li></ul></ul><ul><ul><li>Considera-se que o que é importante não é a genitalidade mas a alimentação da grávida </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Esta postura é, não raras vezes, geradora de conflitos conjugais algo perturbadores. </li></ul></ul></ul>
  25. 25. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Em relação aos tabus estes abundam nas culturas primitivas. </li></ul></ul><ul><ul><li>Uma das fantasias, em relação à gravidez, é a reivindicação pelo homem não apenas da fecundação mas também da gestação ao longo de todo o processo. </li></ul></ul><ul><ul><li>Existe a convicção que se o marido não mantiver a actividade sexual com a mulher grávida o seu papel de pai daquela criança fica comprometido, por não ter participado com o seu sémen na alimentação da criança. </li></ul></ul>
  26. 26. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Outra fantasia corresponde a que o parto difícil é sinónimo de adultério da mulher com um antepassado. </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>O trabalho de parto prolongado corresponderia à presença no canal vaginal de um antepassado que obstruiria o nascimento </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Seria uma tentativa de um antepassado impor o seu nome à criança. </li></ul></ul></ul>
  27. 27. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Existe também a crença muito divulgada em muitos povos que o feto é a reincarnação do avô. </li></ul></ul><ul><ul><li>Estas crenças estão ligadas a conteúdos de carácter erótico, nomeadamente fantasias de adultério e incesto. </li></ul></ul>
  28. 28. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>Nas sociedades ocidentais existe grande relutância em abordar estes temas, logo é mais difícil a sua análise. </li></ul></ul><ul><ul><li>Sendo algumas fantasias como fecundação por via oral ou na banheira após utilização desta por algum familiar, manifesta referência a fantasia de incesto e adultério. </li></ul></ul>
  29. 29. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>As explicações prendem-se com: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Nas culturas primitivas os tabus , ou seja, o que a grávida deve evitar, são muito mais intensos, o que corresponderia, segundo alguns autores, à necessidade de criar um “ Super-Eu cultural ”: </li></ul></ul></ul>
  30. 30. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><ul><ul><li>Esta instância supra-psicológica permitiria controlar o risco de adultério e incesto reactivado pelo aumento das fantasias na gravidez, associado ao encorajamento da vida sexual na grávida. </li></ul></ul></ul></ul>
  31. 31. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] <ul><ul><li>O menor recurso a tabus nas culturas ocidentais dever-se-ia ao reforço cultural da regressão oral e desinvestimento da genitalidade , na gravidez. </li></ul></ul>
  32. 32. Epidemiologia
  33. 33. Epidemiologia <ul><li>As modificações psicológicas e comportamentais , tais como </li></ul><ul><ul><li>Labilidade emocional, </li></ul></ul><ul><ul><li>Disforia, </li></ul></ul><ul><ul><li>Irritabilidade e </li></ul></ul><ul><ul><li>Somatizações </li></ul></ul><ul><li>são habitualmente transitórias e breves. </li></ul>
  34. 34. Epidemiologia [cont.] <ul><li>Devem ser distinguidos das “ perturbações psicopatológicas ” persistentes com eventuais repercussões na evolução da gravidez e parto. </li></ul>
  35. 35. Epidemiologia [cont.] <ul><li>A incidência de hospitalizações é pouco elevada durante a gravidez. </li></ul><ul><li>Alguns autores consideram que a gravidez tem uma influência protectora relativamente a distúrbios mentais graves. </li></ul>
  36. 36. Epidemiologia [cont.] <ul><ul><li>A frequência de distúrbios psíquicos ligados ao puerpério foi durante muito tempo sub-estimada. </li></ul></ul>
  37. 37. Epidemiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>As formas graves, geralmente psicóticas, que necessitam de internamento, são relativamente raras </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Com uma incidência de 1 ou 2 por mil partos (segundo alguns estudos americanos e ingleses). </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Enquanto que estados neuróticos ou ansiogénico-depressivos , de ansiedade moderada, são relativamente frequentes. </li></ul></ul></ul>
  38. 38. Epidemiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>De referir ainda que os estados ansiogénico-depressivos escapam na maior parte à observação médica, ao serem encarados como </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>componentes das “ contrariedades ” da gravidez. </li></ul></ul></ul></ul>
  39. 39. Epidemiologia [cont.] <ul><li>1 não sendo reconhecida a natureza depressiva pode alterar o funcionamento da mulher em várias áreas e quando se prolonga no tempo, pode comprometer o desenvolvimento harmonioso das primeiras relações mãe-bebé </li></ul>50% Natureza depressiva 1 , formas moderadas 10% Natureza depressiva, formas graves 1 ou 2 por mil partos Estados psicóticos
  40. 40. Epidemiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Os dados disponíveis apontam para um maior número de hospitalizações nos primeiros meses do pós-parto, particularmente dos primeiros dois meses, sendo a distribuição mais irregular nos meses seguintes. </li></ul></ul></ul>
  41. 41. Epidemiologia [cont.] <ul><ul><li>H. Kaplan refere que </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Das puérperes hospitalizadas: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>50% - são-no na 1ª semana pós-parto; </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>25% - entre a 2ª e a 4ª semana </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>25 % - durante os restantes 11 meses . </li></ul></ul></ul></ul>
  42. 42. Etiologia
  43. 43. Etiologia <ul><ul><li>Segundo Henry Ey, são múltiplos os factores etiológicos dos distúrbios psíquicos na gravidez e pós-parto e dividi-os em: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Factores hereditários e constitucionais </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Factores psicossociais </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Factores endócrinos </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Infecção </li></ul></ul></ul>
  44. 44. Etiologia [cont.] <ul><ul><li>A situação da mulher relativamente à gravidez e ao parto tem de ser analisada como a confluência de: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>todo o seu passado (biológico, psicológico e social), </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>presente (com todas as vivências actuais pessoais, familiares e profissionais), </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>situações ocorridas especificamente no decurso da gravidez e puerpério e, finalmente, </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>com as perspectivas abertas diante dela pela maternidade . </li></ul></ul></ul>
  45. 45. Etiologia [cont.] <ul><ul><li>H. Kaplan refere que independentemente dos investigadores se basearem em conceitos psicanalíticos, eixo hipotálamo-pituitário-gonadal, neurotransmissores, genética, stress e teorias de suporte social, todos concordam que, por exemplo, </li></ul></ul>
  46. 46. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>A psicose puerperal é duas vezes mais comum em primíparas que em multíparas; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>O risco de desenvolverem um distúrbio pós-parto está aumentado se a mãe teve um distúrbio pós-parto ou se há história familiar de distúrbio de humor. </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Mulheres com história conhecida de distúrbio bipolar e que tiveram uma doença psiquiátrica no pós-parto são as que possuem um risco mais elevado de recorrência noutra gravidez. </li></ul></ul></ul>
  47. 47. Etiologia [cont.] <ul><ul><li>Estudos feitos com mulheres primíparas e multíparas, para correlacionar níveis hormonais e humor, em que se controlaram os factores sociais de stress verificou-se que: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Um nível elevado de estrogéneos ante e pós-parto está associado a grande irritabilidade; </li></ul></ul></ul>
  48. 48. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Quanto maior a queda do nível de progesterona, mais deprimidas estavam as doentes ao 10ª dia; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Quanto mais baixo estiver o nível de estrogéneos pós-parto mais frequentes os distúrbios de sono; </li></ul></ul></ul>
  49. 49. Etiologia [cont.] <ul><ul><li>Quanto aos factores psicossociais formulações psicanalíticas postularam que: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>O ante e pós-parto são stressantes para a mulher; </li></ul></ul></ul>
  50. 50. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Esse stress leva a regressões que evocam conflitos antigos, especialmente quando há uma história de modelos maternos inadequados ou de rejeição; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Igualmente importante é a separação ou o conflito com o pai ; </li></ul></ul></ul>
  51. 51. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>A depressão pode resultar de conflitos não resolvidos relativamente à maternidade ou papel feminino. </li></ul></ul></ul>
  52. 52. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Alguns autores referem que </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>mulheres que se classificaram em autoavaliação como mais masculinas tiveram menos sintomas psiquiátricos durante a gravidez, </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>mas mais no pós-parto. </li></ul></ul></ul></ul>
  53. 53. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Os autores concordam em que a ambivalência em relação: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>à manutenção da gravidez e </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>os conflitos conjugais </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>estão associados com um aumento de incidência das perturbações pós-parto; </li></ul></ul></ul>
  54. 54. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Não há acordo relativamente ao papel da depressão e ansiedade pré-parto nas perturbações do pós-parto; </li></ul></ul></ul>
  55. 55. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Gotlib, em 1989, verificou que quanto mais baixa for a idade, o estatuto socio-económico e o número de crianças pequenas em casa, maior é o risco de desenvolver depressão durante a gravidez, mas não influencia a depressão no pós-parto. </li></ul></ul></ul>
  56. 56. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><li>A perda de suporte afectivo é o factor major do aumento das perturbações pós-parto. </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Suporte afectivo é a variável que a maioria dos autores identifica com maior frequência, e que surge como moderadora dos efeitos de stress no período peri-natal. </li></ul></ul></ul>
  57. 57. Etiologia [cont.] <ul><ul><ul><ul><li>A percepção da existência do suporte afectivo é mais importante que a real existência do mesmo. </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Outros factores de stress podem relacionar-se com um nível socioeconómico baixo e a legitimidade da gravidez . </li></ul></ul></ul>
  58. 58. Conceitos psicológicos
  59. 59. Ansiedade
  60. 60. Ansiedade <ul><ul><li>Ansiedade é a mais universal de todas as emoções. </li></ul></ul><ul><ul><li>Não se pode observar directamente pelo que tem que ser inferida através do comportamento. </li></ul></ul>
  61. 61. Ansiedade [cont.] <ul><ul><li>É percebida como um sentimento negativo, extremamente comunicável, não pode ser diferenciado do medo pela pessoa que a vivencia e ocorre em graus variados. </li></ul></ul>
  62. 62. Ansiedade [cont.] <ul><ul><li>É uma expressão abreviada para um padrão de reacções bastante complexo, que se caracteriza por sentimentos subjectivos de apreensão e tensão associados a um estado de activação fisiológica que envolve o ramo simpático do sistema autónomo (SNA) </li></ul></ul>
  63. 63. Ansiedade [cont.] <ul><ul><li>Catell e Scheier (1958) diferenciam dois tipos de ansiedade: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Ansiedade traço – referindo-se a características estáveis e relativamente permanentes da personalidade </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Ansiedade situacional – referindo-se a estados temporários de ansiedade. </li></ul></ul></ul>
  64. 64. Ansiedade [cont.] <ul><ul><li>Dentro de certos limites, </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>a ansiedade preenche a importante função de alertar e mobilizar a pessoa para enfrentar o agente responsável pela tensão , seja ele uma perda de objecto, uma tarefa de aprendizagem ou uma gravidez. </li></ul></ul></ul>
  65. 65. Ansiedade [cont.] <ul><ul><ul><li>a ansiedade flutuante – por ser muito intensa ou crónica – ultrapassa as capacidades adaptativas da pessoa </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Resulta em problemas de ajustamento, com consequências graves, </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><ul><li>Especialmente no que se refere ao funcionamento do sistema endócrino. </li></ul></ul></ul></ul></ul>
  66. 66. Ansiedade [cont.] <ul><li>A ansiedade e os receios relacionados com o parto ou com o novo papel de mãe , têm sido considerados como factores contribuintes importantes no parto prolongado ou distócico, em que não se verificam causas mecânicas ou médicas. </li></ul>
  67. 67. Depressão
  68. 68. Depressão <ul><ul><li>A depressão é uma perturbação do humor. </li></ul></ul><ul><ul><li>É a elaboração patológica da tristeza. </li></ul></ul><ul><ul><li>Ao contrário da tristeza a Depressão não é auto-limitada e não melhora sem o auxílio profissional. </li></ul></ul>
  69. 69. Psicose
  70. 70. Psicose <ul><ul><li>Diagnóstico emocional grave, caracterizado por </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Uma perturbação da personalidade; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Perda da capacidade para interferir na realidade; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Mas sem evidência de relacionamento entre o transtorno e os processos físicos do cérebro. </li></ul></ul></ul>
  71. 71. Psicose [cont.] <ul><ul><li>Apresenta ainda os seguintes sintomas: </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Delírio – o mais frequente, associado às distorções do conteúdo do pensamento. </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>O delírio são falsas crenças não condizentes com o nível de conhecimento do indivíduo ou com o seu grupo de pertença cultural </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>A crença é mantida contra a argumentação lógica e apesar das evidências objectivas em contrário. </li></ul></ul></ul></ul>
  72. 72. Psicopatologia Gravidez & Puerpério
  73. 73. Psicopatologia <ul><li>Vómitos e náuseas : </li></ul><ul><ul><li>Surgem em 70% das mulheres grávidas (funcionais) </li></ul></ul><ul><ul><li>Após eliminar a causa orgânica a origem psicológica (psicogénica) é a mais frequente </li></ul></ul>
  74. 74. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>A sua persistência pode levar à desidratação, problemas metabólicos e digestivos, com consequências para a gravidez e feto; </li></ul></ul><ul><li>Tratamento: </li></ul><ul><ul><li>Reposição hidroelectrolítica e intervenção psicoterapeutica. </li></ul></ul>
  75. 75. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Perturbações Depressivas : </li></ul><ul><ul><li>Maioria das Depressões nas grávidas, são de intensidade ligeira ou mediana – isto é, Depressões neuróticas </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Caracterizadas por: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Sentimentos de incapacidade; </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Auto-desvalorização; </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Astenia </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Alterações do sono. </li></ul></ul></ul></ul>
  76. 76. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Síndromas Depressivos Graves observam-se em menor grau – cerca de 10% dos casos. </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Oates é de opinião que: </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Uma Depressão de características major pode ser determinada, exclusivamente, pela: </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><ul><li>Existência de privações afectivas e materiais, durante a gravidez. </li></ul></ul></ul></ul></ul>
  77. 77. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Síndromas depressivos do </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>1º Trimestre apresentam um prognóstico favorável, </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>regredindo no 2º Trimestre </li></ul></ul></ul></ul>
  78. 78. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><ul><li>3º Trimestre podem perdurar para depois do parto </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Em 389 mulheres deprimidas no 3º Trim. Verificou-se uma correlação positiva entre a </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><ul><li>Intensidade dos sintomas depressivos e </li></ul></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><ul><li>Um risco mais elevado de restrição do crescimento fetal e da prematuridade. </li></ul></ul></ul></ul></ul>
  79. 79. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Perturbações da ansiedade </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>A gravidez é um período de ansiedade para a maioria das mulheres, a ser distinguida das “ perturbações de ansiedade ” propriamente ditas. </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Os estados ansiosos gravídicos isolados, surgem com maior frequência no 1º e 3º trimestre, em < 15% dos casos . </li></ul></ul></ul>
  80. 80. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><ul><li>Factores predisponentes </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Mau ambiente social, </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Problemas profissionais ou familiares. </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Sintomatologia </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>Estados de ansiedade permanentes, associados a insónias iniciais e a somatizações várias que interferem nas actividades quotidianas. </li></ul></ul></ul></ul>
  81. 81. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Aumentam as taxas de </li></ul><ul><ul><li>partos prematuros </li></ul></ul><ul><ul><li>Complicações do TP por falta de colaboração materna. </li></ul></ul><ul><ul><li>HTA/pré-eclampsia </li></ul></ul><ul><ul><li>Recém nascido de baixo peso. </li></ul></ul>
  82. 82. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Alguns epidemiologistas referem que a mulher durante o primeiro mês após o parto encontra-se em maior risco de hospitalização psiquiátrica do que durante toda a sua vida. </li></ul></ul>
  83. 83. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Para os estudos epidemiológicos o período pós-parto foi definido como o período decorrente entre as duas semanas após parto e um ano, embora para os ingleses este se inicie logo após o parto. </li></ul></ul>
  84. 84. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Pós-Parto Blues ou Síndroma do 3º dia </li></ul><ul><ul><li>Alguns dias após o parto surgem, em 30 a 80% das mulheres, manifestações neuropsíquicas , geralmente leves, mas, algumas vezes, intensas. </li></ul></ul><ul><ul><ul><ul><li>São episódios benignos, na maioria das vezes, breves – podem durar apenas 1 dia. Incluiem: </li></ul></ul></ul></ul><ul><ul><ul><ul><ul><li>Diversos graus de astenia, queixas somáticas, perturbações do sono, crises de choro , e ruminações pessimistas , ligadas ao “como cuidar” do recém-nascido </li></ul></ul></ul></ul></ul>
  85. 85. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Sensibilidade exacerbada – torna-se susceptível e irritável. </li></ul></ul><ul><li>Regra geral o Blues não necessita tratamento específico. </li></ul>
  86. 86. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Depressão pós-parto </li></ul><ul><ul><li>A sua probabilidade de ocorrência apresenta </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Um pico nos primeiros meses </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Um (segundo) pico entre o 9º e o 15º mês </li></ul></ul></ul>
  87. 87. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>A sua incidência situa-se entre os 5% e os 10% </li></ul></ul><ul><ul><ul><li>Correspondendo a uma depressão já existente; </li></ul></ul></ul><ul><ul><ul><li>Ao prolongamento de um Blues . </li></ul></ul></ul>
  88. 88. Psicopatologia [cont.] <ul><li>A puerpera apresenta: </li></ul><ul><ul><li>frequentes crises de choro, </li></ul></ul><ul><ul><li>sensação de abatimento, </li></ul></ul><ul><ul><li>Incapacidade e impotência </li></ul></ul><ul><ul><li>Irritabilidade a pequenos eventos (e.g., choro do bebé) </li></ul></ul>
  89. 89. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Sente que está mudada, </li></ul></ul><ul><ul><li>tem dificuldade em compreender as suas reacções e </li></ul></ul><ul><ul><li>Sente-se incapaz de cuidar do filho. </li></ul></ul><ul><ul><li>O desinteresse sexual é evidente e tem pesadelos. </li></ul></ul>
  90. 90. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Podem ainda surgir fobias de impulsão – i.e., infligir maus tratos ao bebé </li></ul></ul><ul><ul><li>Para reduzir a angústia evita (todo) o contacto com ele. </li></ul></ul>
  91. 91. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Maioria dos casos evolui espontaneamente para a recuperação em semanas ou meses; </li></ul><ul><li>Tratamento: </li></ul><ul><ul><li>É essencial a dimensão psicoterapêutica apoiada na relação mãe-bebé, terapia familiar. </li></ul></ul><ul><ul><li>Terapêutica antidepressiva é, por vezes, útil e necessária </li></ul></ul>
  92. 92. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Psicose Pós-Parto (Puerperal) </li></ul><ul><ul><li>Quadro grave, por risco de suicídio e /ou infanticídio, raro; </li></ul></ul><ul><ul><li>Início brutal, geralmente, entre os 8 e os 15 primeiros dias após o parto. </li></ul></ul>
  93. 93. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Sintomatologia : polimorfa e lábil caracterizada por passar </li></ul><ul><ul><li>da agitação ao estupor, </li></ul></ul><ul><ul><li>da agressividade às condutas lúdicas, </li></ul></ul><ul><ul><li>Humor instável, depressivo e irritável. </li></ul></ul>
  94. 94. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Delírios – usualmente centrados no nascimento e relação com a criança (e.g., negação da gravidez e do nascimento); </li></ul></ul><ul><ul><li>Atitudes de agressividade com o recém-nascido – manifestas ou mascaradas por indiferença. </li></ul></ul><ul><li>Apresenta, no entanto, evolução favorável, após hospitalização prolongada. </li></ul>
  95. 95. Psicopatologia vivência Paterna
  96. 96. Psicopatologia [cont.] <ul><li>Vivência Paterna : </li></ul><ul><ul><li>Raramente o homem admite, abertamente, que está a atravessar um período de profunda experiência emocional, durante a gravidez da mulher. </li></ul></ul><ul><ul><li>A resposta de um homem prestes a ser pai não é, nunca, neutra. </li></ul></ul>
  97. 97. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Vários investigadores encontraram uma incidência, estatisticamente significativa (mais elevada) de sintomas físicos entre os homens com esposas/companheiras grávidas do que no grupo de controlo; </li></ul></ul><ul><ul><li>Aumento do peso, vómitos, desconforto gástrico, aumento abdominal, são as perturbações mais comuns. </li></ul></ul>
  98. 98. Psicopatologia [cont.] <ul><ul><li>Estes sintomas alternam com períodos de estabilidade emocional e sensação de bem-estar, desaparecendo com o nascimento da criança. </li></ul></ul><ul><ul><li>Síndroma de Couvade </li></ul></ul>
  99. 99. Bibliografia
  100. 100. <ul><li>Santos, M. B. (1998). Perturbações psíquicas na gravidez e puerpério. Psiquiatria Clínica, 19 (1), 61-69. </li></ul><ul><li>Dias Cordeiro, J. C. (1986). Manual de Psiquiatria Clínica . Lisboa: Calouste Gulbenkian. </li></ul><ul><li>Kaplan, H. (1989). Comprehensive Textbook of Psychiatry. Baltimore: Williams & Wilkins. </li></ul><ul><li>Ey, H. (1985). Manual de Psiquiatria. Paris: Masson. </li></ul>

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