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História da Música Popular
Brasileira
1935 - 1937
1935
• Adeus Batucada – Sinval Silva
(Carmem Miranda)
• Conversa de Botequim – Noel Rosa
• Feitiço da Vila – Noel Rosa
• Grau Dez – Lamartine Babo e Ari Barroso
• Implorar - Kid Pepe, G. Augusto, J. S. Gaspar
(Moreira da Silva)
• Milha Palhoça – J. Cascata (Silvio Caldas)
1936
• Boa Noite Amor – J. Maria de Abreu e
Francisco Matoso (Francisco Alves)
• O Ébrio – Vicente Celestino
• Favela – Roberto Martins (Carlos Galhardo)
• No Tabuleiro da Baiana (Ari Barroso)
• Palpite Infeliz – Noel Rosa
• Pierrô Apaixonado – Noel Rosa
1937
• Carinhoso – Pixinguinha e João de Barro
• Chão de Estrelas – Orestes Barbosa
• Lábios que Beijei – J. Cascata e Leonel
Azevedo
• Mamãe eu Quero – Jararaca e Vicente Paiva
• Meu Limão, Meu Limoeiro – Tema Popular
• Não Tenho Lágrimas – Max Bulhões
• Patativa – Vicente Celestino
• Rosa – Pixinguinha
• Serra da Boa Esperança – Lamartine Babo
Ismael Silva
Nasceu em Niterói no ano de 1905 e, após o falecimento do
pai, mudou-se para a vila Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
Começou a freqüentar as rodas de malandragem,
convivendo com sambistas como Mano Edgar, Brancura,
Mano Rubens, Nílton Bastos e outros. Gostava de ir aos
encontros de sambistas no Café Apolo, solidificando
amizades que seriam de grande valia no aprendizado. A
mesma coisa acontecia em suas idas habituais ao samba
dos morros da Mangueira e do Salgueiro.
Em 1925, teve seu primeiro samba gravado, o Me faz
carinhos, quando foi registrada apenas a melodia, por um
pianista conhecido como Cebola. O prestigio de Ismael
como compositor começa a ser comentado e, em 1927,
quando se restabelecia de uma enfermidade no hospital da
Gamboa, recebe a visita do compositor Bide.
Amor de Malandro – Francisco Alves
Nem é bom Falar – Francisco Alves
Bide trazia uma proposta do cantor Francisco
Alves, que pretendia comprar um samba de
Ismael. Da transação resultou a gravação de
Me faz carinhos em disco Odeon, aparecendo
apenas o nome de Chico como autor. Em
seguida, Francisco Alves repetiu a compra,
com Amor de malandro, e o sucesso dos dois
discos provocou um contrato (que incluía a
parceria de Nilton Bastos), pelo qual Ismael se
comprometeu a dar exclusividade de sua
produção ao cantor. Esse contrato foi rompido
depois, mas do acerto surgiram sambas de
sucesso. Nem é bom falar e Não há podem
ser apontados como exemplos, além do
grande êxito Se você jurar, de 1931, cantado
em dupla por Francisco Alves e Mário Reis.
Como intérprete, Ismael gravou em 1932
Escola de malandro, cantando com Noel
Rosa, quando se afastou do meio artístico por
largo período. Voltou em 1950 com o samba
Antonico, e se firmou, aparecendo no show O
Samba Nasce no Coração, da boate
Casablanca, no Rio. Em 1960, foi eleito
Cidadão Samba.
Uma Jura Que Fiz – Mario Reis
Adeus – Vinicius e Toquinho
Após novo período afastado, ressurgiu
no restaurante Zicartola, em 1964. Fez,
em 1965, com Araci de Almeida, no
Teatro Opinião, o musical O Samba
Pede Passagem, gravado ao vivo. Sua
última aparição no palco foi em 1973,
no espetáculo Se você Jurar, estreado
no Teatro Paiol de Curitiba. Faleceu em
14 de março de 1978, aos 72 anos de
idade. Seu corpo foi velado no Museu
daImagem e do Som, do Rio de Janeiro,
e sepultado no Cemitério do Catumbi.
A Razão dá-se a quem Tem
Francisco Alves e Mario Reis
Joubert de Carvalho
Joubert de Carvalho nasceu em Uberaba, Minas Gerais, no dia 06 de março
de 1900. Tinha nove anos quando o pai comprou um piano, onde Joubert
passou a tocar, de ouvido, os dobrados que ouvia na banda local. Aos doze
anos mudou-se com a família para São Paulo, motivados pela preocupação
do pai com a educação e formação dos filhos, que foram estudar no Ginásio
São Bento. A primeira composição de Joubert, a valsa Cruz Vermelha, foi
inspirada no hospital infantil do mesmo nome, que havia em São Paulo, e
cujas primeiras notas haviam sido tiradas no piano da infância.
Tutu Marambá – Gastão Formenti
Pierrot – Francisco Petrônio e Dilermando Reis
Influenciado por ritmos estrangeiros, Joubert compôs diversos tangos, como Cinco de
Janeiro, dedicado ao sanitarista Osvaldo Cruz. Sua primeira composição gravada foi a
canção Noivos, lançada em 1921. Mas seu primeiro grande sucesso viria em 1922 com O
príncipe, composta por inspiração da chuva e que seria sua primeira composição gravada no
exterior, em 1931. No ano seguinte, 1923, compôs o tango 'argentino' Lindos olhos.
Em 1925 Joubert se formou em Medicina, com a tese intitulada "Sopros musicais do
coração", tendo sido aprovado com distinção, embora o título da tese beirasse à pilhéria.
Sabendo equacionar perfeitamente as atividades de médico e de músico, Joubert continuava
a compor.
Em 1933 Joubert foi nomeado médico do Instituto dos Marítimos, onde fez carreira, chegando
a ser diretor do hospital.
Zíngara – Gastão Formenti
Em 1970, participou do V Festival Internacional da
Canção da TV Globo, com a valsa A flor e a vida,
composta em parceria com Ieda Fonseca, não
conseguindo classificação. Pouco depois, venceu, com
a mesma composição, interpretada por Antonio João, o
Festival Brasileiro de Seresta. Em 1971 Joubert compôs
O Rio é Carnaval; em 1972, A cidade que nasceu de
uma canção e Hora de despedida; e, em 1973, A voz e
o violão.
Joubert de Carvalho nunca bebeu, nunca foi boêmio;
bares e botequins jamais o atraíram. Homem culto e
refinado, chegou também a escrever um romance:
Espírito e sexo, que se aproxima do ensaio social. Como
médico, também foi muito talentoso e um dos pioneiros
no Brasil em Medicina Psicossomática. Autor de mais de
setecentas composições editadas, no final da vida
Joubert se afastou do mundo musical, pois os novos
estilos surgidos deixaram pouco espaço ao romantismo
do seresteiro que, de certa forma, ele foi. Joubert de
Carvalho morreu no dia 20 de setembro de 1977, vítima
de pneumonia, deixando importante legado para a
Música Popular Brasileira.
Dor
Zequinha de Abreu
José Gomes de Abreu, conhecido como Zequinha de Abreu, nasceu em Santa Rita
do Passa Quatro SP, em 19 de setembro de 1880. Estudou num seminário de São
Paulo, de onde fugiu de volta para a cidade natal. Compôs então uma de suas
primeiras valsas, Flor da estrada. Quando se tornou funcionário público, já
compunha choros, tangos, marchinhas e foxtrotes.
Seu título mais famoso, o choro Tico-tico no fubá, é de 1917. Divulgado mais tarde
por Carmem Miranda nos Estados Unidos, tornou-se uma das músicas populares
brasileiras mais gravadas em todo o mundo. Em 1918, Zequinha de Abreu compôs
sua valsa mais conhecida, Branca.
No ano seguinte, com a morte do pai, mudou-se para São Paulo e passou a tocar
piano em bailes, cabarés e casas de famílias ricas, onde também muitas vezes
vendia suas partituras. Em 1933, fundou a banda Zequinha de Abreu, com 25
integrantes. O compositor morreu em São Paulo, em 22 de janeiro de 1935. Sua
vida inspirou o filme Tico Tico no Fubá (1952), dirigido por Adolfo Celi e Fernando
de Barros.
Branca – Carlos José

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13.1935 1937

  • 1. História da Música Popular Brasileira 1935 - 1937
  • 2. 1935 • Adeus Batucada – Sinval Silva (Carmem Miranda) • Conversa de Botequim – Noel Rosa • Feitiço da Vila – Noel Rosa • Grau Dez – Lamartine Babo e Ari Barroso • Implorar - Kid Pepe, G. Augusto, J. S. Gaspar (Moreira da Silva) • Milha Palhoça – J. Cascata (Silvio Caldas)
  • 3. 1936 • Boa Noite Amor – J. Maria de Abreu e Francisco Matoso (Francisco Alves) • O Ébrio – Vicente Celestino • Favela – Roberto Martins (Carlos Galhardo) • No Tabuleiro da Baiana (Ari Barroso) • Palpite Infeliz – Noel Rosa • Pierrô Apaixonado – Noel Rosa
  • 4. 1937 • Carinhoso – Pixinguinha e João de Barro • Chão de Estrelas – Orestes Barbosa • Lábios que Beijei – J. Cascata e Leonel Azevedo • Mamãe eu Quero – Jararaca e Vicente Paiva • Meu Limão, Meu Limoeiro – Tema Popular • Não Tenho Lágrimas – Max Bulhões • Patativa – Vicente Celestino • Rosa – Pixinguinha • Serra da Boa Esperança – Lamartine Babo
  • 6. Nasceu em Niterói no ano de 1905 e, após o falecimento do pai, mudou-se para a vila Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Começou a freqüentar as rodas de malandragem, convivendo com sambistas como Mano Edgar, Brancura, Mano Rubens, Nílton Bastos e outros. Gostava de ir aos encontros de sambistas no Café Apolo, solidificando amizades que seriam de grande valia no aprendizado. A mesma coisa acontecia em suas idas habituais ao samba dos morros da Mangueira e do Salgueiro. Em 1925, teve seu primeiro samba gravado, o Me faz carinhos, quando foi registrada apenas a melodia, por um pianista conhecido como Cebola. O prestigio de Ismael como compositor começa a ser comentado e, em 1927, quando se restabelecia de uma enfermidade no hospital da Gamboa, recebe a visita do compositor Bide. Amor de Malandro – Francisco Alves Nem é bom Falar – Francisco Alves
  • 7. Bide trazia uma proposta do cantor Francisco Alves, que pretendia comprar um samba de Ismael. Da transação resultou a gravação de Me faz carinhos em disco Odeon, aparecendo apenas o nome de Chico como autor. Em seguida, Francisco Alves repetiu a compra, com Amor de malandro, e o sucesso dos dois discos provocou um contrato (que incluía a parceria de Nilton Bastos), pelo qual Ismael se comprometeu a dar exclusividade de sua produção ao cantor. Esse contrato foi rompido depois, mas do acerto surgiram sambas de sucesso. Nem é bom falar e Não há podem ser apontados como exemplos, além do grande êxito Se você jurar, de 1931, cantado em dupla por Francisco Alves e Mário Reis. Como intérprete, Ismael gravou em 1932 Escola de malandro, cantando com Noel Rosa, quando se afastou do meio artístico por largo período. Voltou em 1950 com o samba Antonico, e se firmou, aparecendo no show O Samba Nasce no Coração, da boate Casablanca, no Rio. Em 1960, foi eleito Cidadão Samba. Uma Jura Que Fiz – Mario Reis Adeus – Vinicius e Toquinho
  • 8. Após novo período afastado, ressurgiu no restaurante Zicartola, em 1964. Fez, em 1965, com Araci de Almeida, no Teatro Opinião, o musical O Samba Pede Passagem, gravado ao vivo. Sua última aparição no palco foi em 1973, no espetáculo Se você Jurar, estreado no Teatro Paiol de Curitiba. Faleceu em 14 de março de 1978, aos 72 anos de idade. Seu corpo foi velado no Museu daImagem e do Som, do Rio de Janeiro, e sepultado no Cemitério do Catumbi. A Razão dá-se a quem Tem Francisco Alves e Mario Reis
  • 10. Joubert de Carvalho nasceu em Uberaba, Minas Gerais, no dia 06 de março de 1900. Tinha nove anos quando o pai comprou um piano, onde Joubert passou a tocar, de ouvido, os dobrados que ouvia na banda local. Aos doze anos mudou-se com a família para São Paulo, motivados pela preocupação do pai com a educação e formação dos filhos, que foram estudar no Ginásio São Bento. A primeira composição de Joubert, a valsa Cruz Vermelha, foi inspirada no hospital infantil do mesmo nome, que havia em São Paulo, e cujas primeiras notas haviam sido tiradas no piano da infância. Tutu Marambá – Gastão Formenti Pierrot – Francisco Petrônio e Dilermando Reis
  • 11. Influenciado por ritmos estrangeiros, Joubert compôs diversos tangos, como Cinco de Janeiro, dedicado ao sanitarista Osvaldo Cruz. Sua primeira composição gravada foi a canção Noivos, lançada em 1921. Mas seu primeiro grande sucesso viria em 1922 com O príncipe, composta por inspiração da chuva e que seria sua primeira composição gravada no exterior, em 1931. No ano seguinte, 1923, compôs o tango 'argentino' Lindos olhos. Em 1925 Joubert se formou em Medicina, com a tese intitulada "Sopros musicais do coração", tendo sido aprovado com distinção, embora o título da tese beirasse à pilhéria. Sabendo equacionar perfeitamente as atividades de médico e de músico, Joubert continuava a compor. Em 1933 Joubert foi nomeado médico do Instituto dos Marítimos, onde fez carreira, chegando a ser diretor do hospital. Zíngara – Gastão Formenti
  • 12. Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção da TV Globo, com a valsa A flor e a vida, composta em parceria com Ieda Fonseca, não conseguindo classificação. Pouco depois, venceu, com a mesma composição, interpretada por Antonio João, o Festival Brasileiro de Seresta. Em 1971 Joubert compôs O Rio é Carnaval; em 1972, A cidade que nasceu de uma canção e Hora de despedida; e, em 1973, A voz e o violão. Joubert de Carvalho nunca bebeu, nunca foi boêmio; bares e botequins jamais o atraíram. Homem culto e refinado, chegou também a escrever um romance: Espírito e sexo, que se aproxima do ensaio social. Como médico, também foi muito talentoso e um dos pioneiros no Brasil em Medicina Psicossomática. Autor de mais de setecentas composições editadas, no final da vida Joubert se afastou do mundo musical, pois os novos estilos surgidos deixaram pouco espaço ao romantismo do seresteiro que, de certa forma, ele foi. Joubert de Carvalho morreu no dia 20 de setembro de 1977, vítima de pneumonia, deixando importante legado para a Música Popular Brasileira. Dor
  • 14. José Gomes de Abreu, conhecido como Zequinha de Abreu, nasceu em Santa Rita do Passa Quatro SP, em 19 de setembro de 1880. Estudou num seminário de São Paulo, de onde fugiu de volta para a cidade natal. Compôs então uma de suas primeiras valsas, Flor da estrada. Quando se tornou funcionário público, já compunha choros, tangos, marchinhas e foxtrotes. Seu título mais famoso, o choro Tico-tico no fubá, é de 1917. Divulgado mais tarde por Carmem Miranda nos Estados Unidos, tornou-se uma das músicas populares brasileiras mais gravadas em todo o mundo. Em 1918, Zequinha de Abreu compôs sua valsa mais conhecida, Branca. No ano seguinte, com a morte do pai, mudou-se para São Paulo e passou a tocar piano em bailes, cabarés e casas de famílias ricas, onde também muitas vezes vendia suas partituras. Em 1933, fundou a banda Zequinha de Abreu, com 25 integrantes. O compositor morreu em São Paulo, em 22 de janeiro de 1935. Sua vida inspirou o filme Tico Tico no Fubá (1952), dirigido por Adolfo Celi e Fernando de Barros. Branca – Carlos José