1. A Contribuição da Gestão de Produção
e Operações no desenvolvimento dos
Sistemas Produtivos
Prof. Dr. Antonio Batocchio
DEMM/FEM/UNICAMP
5/11/2014
2. Pensamento
• “Aquele que tentou e não conseguiu é
superior aquele que nada tentou...
Heureka“
Arquimedes
(Matemático, Fisico
e Inventor Grego,
287-212 a.C.)
3. Agenda
• Introdução
• Séculos XVIII - XIX
• Produção em Massa
• Anos 40/50...80
• Era do conhecimento
• Tendências Futuras: a nova economia
• Comentários Finais
• Contato
5. Foco
• O principal foco desta aula é mostrar
como se procedeu a evolução dos
Sistemas Produtivos e sua importância
histórica com a contribuição da área
de Gestão de Produção e Operações
7. Área
• Nesta aula, adotar-se-á a denominação de
área de gestão de produção e operações,
embora a literatura tenha tratado quase
que indistintamente os termos:
– administração de produção
– gestão de produção
– gestão de produção e
operações
– engenharia de produção
– outros análogos
8. Conceituação
• Gestão de Produção e Operações (GPO) é
a atividade de gerenciamento
estratégico de recursos (escassos) e
processos que produzem e entregam
bens e serviços (valor), visando a
atender necessidades e/ou desejos de
qualidade, tempo e custo dos clientes.
9. Sistemas Produtivos
• Há várias denominações para Sistemas
Produtivos (SPs), tais como:
– Sistemas de Manufatura
– Sistemas de Produção
– Sistemas de Fabricação
– Sistemas Produtivos
– Produção
– Outros
10. Sistemas Produtivos
• Nesta aula será utilizado o termo Sistemas
Produtivos (SPs), que é conceituado como:
– Um sistema que possui entradas, recursos,
métodos (transformação, manuseio,
movimentação, controle e montagem),
fornecendo saídas (valor)
(Adaptado, AGOSTINHO, 1985)
16. Produção em Massa
• O nascimento da produção em massa:
– Frederick W. Taylor – Princípios da
Administração Científica
– FORD: o Modelo T e a linha de
montagem móvel
17. A curto prazo, somente fabricação, sem trade-offs: Qualquer
carro, qualquer cor, desde que seja um modelo T preto
Linha de Montagem
Móvel(1913)
Ford & seu Model T
(1907 – 1925)Frederick Taylor’s
Scientific Management,
“one best way”
18.
19. Conceitos para GPO
• A modelagem matemática proposta por
Harris (1913): fórmula do lote econômico
• A.K. Erlang (1917) estudo sobre o
tráfego de ligações telefônicas: teoria
das filas
20. FORD
• Em 1926, a Ford sozinha já produzia
em torno de 2 milhões de carros por
ano (o Brasil com suas 14 montadoras,
produziu um total aproximado de 3,5
milhões de carros no ano de 2013).
21. FORD
• Criou-se, então, uma nova estrutura
administrativa na fábrica, que seria um
novo paradigma:
– paradigma produtivo Fordista-Taylorista foi
um modelo seguido por muitas indústrias no
mundo a partir da década de 30 (FLEURY e
VARGAS, 1987)
22. FORD x GM
• GM: 1920 tinha em torno de 17% do
mercado e em 1921 apenas 12%
• Ford: 1920 tinha 45% do mercado e em
1921 subindo para 60%
Ford Modelo T 1920 Chevy 1925
23. Os anos 20
• Trade-offs se tornaram evidentes. Porque?
24. GM - Segmentação
• GM (1924) estrutura uma política de
segmentação da oferta de seus
veículos, baseado no princípio de que
diferentes segmentos de mercado
estariam dispostos a pagar diferentes
preços por diferentes produtos
(CORREA, 2003)
25. GM - Segmentação
• A GM estava demonstrando que podia
produzir em massa um produto mutável
em vez de um produto estático:
– ao fazê-lo, mudou a base da vantagem
competitiva na indústria automobilística
americana, tomando a liderança
Chevy 1930
A linha da GM não era flexivel, mas a
GM tinha varias divisões cada uma
produzindo um modelo diferente o que
dava opções aos clientes
26. Estatística e GPO
• A interação entre a estatística e a gestão
de produção e operações:
– o tratamento de tolerâncias dimensionais
(avanço qualitativo da intercambiabilidade
de peças)
– contribuição do controle estatístico de
qualidade (garantia do processo - operações)
28. Tecnicismo
• O aspecto técnico e a busca pelo ganho
de produtividade foi o grande motivador
dessas décadas
29. Tecnicismo
• Embora a administração científica em si
não tivesse muita consideração para os
aspectos psicológicos do trabalho, foi
valiosa em chamar a atenção para
aspectos como: autoridade no trabalho,
motivação, liderança e treinamento.
30. Sócio-Tecnicismo
• L.E. Gilbreth: no livro “The
psychology of management”
(1914):
– sua premissa era que pela sua
ênfase na seleção do funcionário
mais apto para o trabalho,
treinamento extensivo e gestão
funcional, a administração científica
tinha amplas possibilidades de
oferecer desenvolvimento às pessoas
31. Sócio-Tecnicismo
• Década 30, um aumento desproporcional
do absenteísmo e problemas até mais
sérios (ex.: alcoolismo):
– A abordagem (exclusivamente) técnica
dada por Taylor
– Alguma atenção deveria ser dada para os
aspectos sociais do trabalho.
32. Sócio-Tecnicismo
• A área de gestão de produção e
operações recebeu contribuições
significativas de uma importante área do
conhecimento: a psicologia aplicada ao
trabalho.
33. Sócio-Tecnicismo
• E. Mayo (1930): os estudos
Hawthorn foram motivados
por um fenômeno comum à
época, mas de forma severa
nas fábricas:
– conflitos entre os
trabalhadores e a gestão,
apatia com o trabalho, tédio,
absenteísmo, alcoolismo, etc.
34. Sócio-Tecnicismo
• E. Mayo:
– necessidade de ouvir e aconselhar para
aumentar o nível de comprometimento da
força de trabalho
– o movimento de psicologia industrial mudou
a ênfase da gestão de mera “eficiência
técnica”(foco do Taylorismo), para uma
orientação mais rica e complexa para
relações humanas
36. Pesquisa Operacional
• Os campos de uso da pesquisa
operacional:
– o estudo das armas (maior efetividade)
– estudos sobre tática militar (análise de
vários métodos táticos)
– estudos sobre estratégia militar (estudo dos
resultados atingidos)
37. Logística, qualidade e produção
• Décadas 40/50: esforços são direcionados
pelas empresas manufatureiras para
apoiar seus respectivos países no
esforço de guerra, desenvolve-se:
– Logística
– Controle de qualidade
– Os métodos de produção
mais eficientes
38. O Computador
• Em 1950, o advento do computador e o
desenvolvimento de hardware e software
40. Anos Dourados (American Dream)
• Os benefícios dos Estados Unidos de não
ter tido o seu parque industrial
bombardeado:
– Demanda reprimida pela guerra
– Mercado do Vendedor
– A produção em massa recebe
um novo impulso
– A onda de crescimento promove
um certo comodismo nos EUA
42. 2ª Onda Produção em Massa
• Surgem as condições para uma nova
onda de valorização dos modelos de
produção em massa
• No mundo automobilístico, carros como
o VW beetle (1948) na Europa, passam
a liderar os mercados
43. 2ª Onda Produção em Massa
• Em paralelo, havia sido
desenvolvido um grande
conjunto de técnicas,
no esforço de guerra e
na posterior reconstrução,
que a rigor, são sub-
utilizadas (pelo menos
nos Estados Unidos),
ex.: TQM
44. TQM
• Em 1950, Deming começou a ensinar
controle estatístico de qualidade para as
empresas japonesas:
– Convenceu-os plenamente dos benefícios
do controle estatístico de processos.
Método Shewart
45. STP - JIT
• O Just in Time é uma “filosofia” de
produção desenvolvida na Toyota Motor
Co. por um gerente de produção
chamado Tahiichi Ohno, advindo o
Sistema Toyota de Produção (STP)
46. STP - JIT
• Just in Time: as partes corretas
necessárias à montagem alcançam a
linha de montagem no momento em
que são necessárias, somente na
quantidade necessária e na qualidade
total
47. STP - JIT
• O STP foi um sistema desenvolvido pela
premência das necessidades e
obedecendo um raciocínio simples:
– identificação de desperdícios e trabalhar
evolutivamente até achar formas de eliminá-
los
49. TG e Células de Manufatura
Tecnologia de Grupo (TG):
Formação de Famílias de Peças
(MITROFANOV, 1959)
(OPITZ, 1961)
(GALLAGHER e KNIGHT, 1973)
Células de Produção ou de Manufatura
(BURBIDGE, 1971) (BLACK, 1998)(SURESH e KAY, 1998)
51. TOC – Teoria das Restrições
Identificar
a
restrição
Explorar
a
restrição
Alinhar e administrar
o sistema ao redor da
restrição
Melhorar o
desempenho
da restrição
Repetir
o
processo Os cinco
passos
focais
Software OPT – Optimized Production Technology
55. O Termo
• A percepção e a difusão de um novo
padrão de acumulação, marcado por uma
ainda maior intensidade do uso de
informações e conhecimentos, levou a
diferentes designações do atual estágio
da evolução humana:
– Era, Sociedade ou Economia da Informação e
do Conhecimento
56. Globalização
• O entendimento do conceito e das
implicações do fenômeno da globalização
constitui um ponto de partida na análise
das especificidades da Era do Conhecimento
57. Lean Manufacturing
• Década de 90 no MIT - International
Motor Vehicle Program (IMVP): 14 países,
300 empresas, U$5 milhões em 5 anos
• Womack, Jones & Ross
e o best seller
68. CIM – Computer Integrated Manufacturing
Lab. CIM para Educação
69. Empresa Virtual
• Um agrupamento (temporário)
de agentes econômicos, internos
ou externos à própria
organização, com competências
e atividades complementares,
que interagem e cooperam
espacial e temporal-mente de
forma coordenada, de forma a
alcançarem um objetivo comum
bem definido
71. Indicativo para Seleção dos SPs
• RMS – Reconfigurable Manufacturing Systems
• FMS – Flexible Manufacturing Systems
• LMS – Lean Manufacturing Systems
• DMS – Dedicated Manufacturing Lines
RMS
FMS
Volume (m)
Diversificação(n)
Produção
em Massa
Customização
Customização
em Massa
LMS
DML
Produção
Celular
Adaptado de
(ELMARAGHY, 2006)
73. Desafios: Como serão....?
• Os desafios para as empresas:
– Como serão seus sistemas produtivos e o
sistemas de gestão de produção e
operações nessa nova era, a nova
economia ?
74. A Nova Economia
• É um termo, crescentemente, usado
para refletir a nova realidade, em
termos de:
– globalização acelerada
– novíssimas tecnologias: não só tecnologia de
informação e principais produtos e ativos
intelectuais (intensivos em informação e
conhecimento)
75. Rede de Empresas
• Na velha economia, a unidade de
análise é a unidade produtiva (unidade
prestadora de serviço, fábrica, parte de
uma fábrica).
76. Obsolescência
• A Gestão de produção e operações
tradicional ocupa-se principalmente de
gerenciar processos estáveis através dos
quais, passam clientes, materiais e
informações.
Nova:
4 anos
Velha:
4 anos
77. Custos
• Na gestão de produção e operações
tradicional, o gestor centra sua
preocupação na redução dos custos
variáveis, já que os custos “fixos” ou semi-
fixos são considerados fora do seu escopo
de atuação
Produção do filme
em 1 ano custou
US$ 300 milhões
83. Lean Environment - Green
• A produção em busca do lean-green: as
empresas estão descobrindo os benefícios
ambientais, bem como financeiros da
abordagem enxuta (ENSIA, 2014)
85. Comentários Finais
• Manufatura ou fabricação aditiva (3D printing) o
processo de junção de materiais para produzir
objetos à partir de dados 3D, usualmente
através do empilhamento de camadas, como
oposição às metodologias de extração de
materiais de bloco
– Qual o impacto da 3D e o futuro da
manufatura convencional?
86. Comentário
• Devido à dinâmica do mercado, as empresas
e, consequentemente, as estratégias de
produção (SPs) também devem evoluír
• E nesse sentido, a área de gestão de
produção e operações desempenha um
papel fundamental na evolução dos SPs
87. Contato
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP
Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM)
Departamento de Engenharia de Manufatura e
Materiais (DEMM)
Caixa Postal 6122
13.083-860 – Campinas – SP
Fones: + 55 (19)35213292 e 35213299
Fax: + 55 (19) 32893722
E-mail: batocchi@fem.unicamp.br
Obrigado