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Depressão e Demência no Idoso e Outras
Questões de Saúde Mental.
Por:
Ana Raquel de Sousa Lopes
Psicologia Clínica e da Saúde
 Sumário:
 Depressão no Idoso
 Demência (s) no Idoso
 Diferenças entre Depressão e Demência
 Discussão de Casos Clínicos: A., Depressão; B.;
Demência
 I- Depressão no Idoso?... Depressão ou
Depressões?...
 As depressões são afectações do humor que ocorrem
em qualquer idade, mas o idoso pode estar
especialmente susceptível, quer devido ao processo
de envelhecimento fisiológico ou senescência, quer
devido a factores psicossociais, como viuvez, perda de
significativos (familiares e amigos), isolamento,
solidão e limitações ou incapacidades derivadas de
doenças físicas ou crónicas…
 É preciso perceber a dificuldade de identificar
a depressão e distingui-la de outras patologias
com sinais similares, nomadamente a
demência…
 É preciso encontrar especificidades da
depressão na pessoa idosa…
 A depressão no idoso, segundo alguns estudos,
tende a aumentar com a presença de outras
doenças: oncológicas, cérebro-vasculares,
coronárias e neurológicas ( Medeiros, 2010)
 A Depressão pode ser, no idoso:
 Depressão minor (mais atenuada)
 Distimia (sintomas menos acentuados do que na
Depressão Major, mas prevalência destes por longos
períodos de tempo, 2 anos ou mais.)
 Depressão Sazonal (sinais depressivos que aparecem no
Inverno, quando os dias são mais curtos. De facto, o
nível de serotonina no hipotálamo está mais baixo nos
meses de Dezembro e Janeiro).
 Depressão Vascular (associada a problemas cérebro-
vasculares que envolvem doenças dos pequenos vasos
cerebrais que, ao afectar a função neurobiológica,
resultariam em depressão)
 Depressão Psicótica (cursa com sintomas psicóticos, ou
seja de ruptura com a realidade conhecida como delírios e
alucinações; é o que sucede na associação da melancolia a
estes sintomas na Síndrome de Cotard…)
 E Perturbação Depressiva Major, caracterizada,
segundo o DSM-IV por um ou mais Episódios
Depressivos Major, pelo menos duas semanas de humor
depressivo ou perda de interesse/ prazer nas
actividades, anedonia, acompanhado pelo menos de
quatro sintomas adicionais.
 Critérios para Episódio Depressivo Major
(DSM-IV):
 Estão presentes cinco ou mais dos seguintes sintomas
durante o período de duas semanas e representam
alteração no funcionamento prévio, sendo que pelo menos
um deles é humor depressivo ou anedonia (perda de
prazer nas actividades correntes ou habituais e perda de
interesse);
 1) Humor depressivo a maior parte do dia, quase todos os
dias indicado por relato subjectivo ( por exemplo sente-se
“triste” ou “vazio”, ou pela observação dos outros, parece
choroso…)
 2) anedonia e falta de interesse
 3) perda ou aumento de peso significativos
 4) insónia ou hipersónia quase todos os dias
 5) agitação ou lentificação psicomotora, quase todos os
dias…
 6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
 7) sentimento de desvalorização ou culpa excessiva ou
inapropriada ( que pode ser delirante)
 8) diminuição cognitiva: da capacidade de pensamento ou
concentração ou indecisão, redução da capacidade de
memória, quase todos os dias ( ou pelo relato, ou pela
observação dos outros)
 9) Pensamentos recorrentes acerca da morte ( não somente
acerca do medo de morrer), ideacção suicida recorrente sem
planos específicos ou uma tentativa de suicídio ou plano
específico para cometer suicídio.
 Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo
ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou
noutra área importante.
 Não são melhor explicados por Luto, isto, é, depois da
perda do ente querido, os sentimentos persistem por mais
de dois meses, ou são caracterizados por uma marcada
deficiência funcional, preocupação mórbida ou sentimento
de desvalorização pessoal: a auto-estima é mais afectada na
depressão do que no luto.
 Na população idosa a depressão major pode, segundo
algumas fontes atingir os 4%, a minor os 8%, sendo que,
nos doentes hospitalizados a prevalência é maior, oscila de
5 a 44% ( Medeiros, 2010)
 É entre os 70 e 85 anos que a prevalência de depressão
major aumenta.
 Tríade do Modo de Ser Depressivo:
 Rectidão ou Inflexibilidade ( Moral)
 Exactidão
 Clausura (pouca sociabilidade)
 Temporalidade:
 Refúgio no passado;
 Recusa do devir;
 Futuração sombria;
 Tempo pontua, perde fluidez, nunca mais passa
 Gera-se Remorso.
 Espacialidade:
 Refúgio no seu locus;
 Recusa de mudança;
 O espaço vital estreita-se;
 Há clausura, dissociabilidade
 Gera-se Autoressentimento
 Há especificidades na depressão no idoso?
 Na depressão no idoso, as queixas somáticas podem
mascarar o humor depressivo.
 No idoso a depressão atinge níveis mais elevados de
morbilidade e mortalidade.
 As queixas depressivas têm que ser valorizadas e não
vistas como um aspecto normal do processo de
envelhecimento.
 Segundo Cohen e Eisdorfer (1997, in Martins, s.d.)
vários estudos têm demonstrado que a depressão no
idoso pode apresentar características atípicas como,
por exemplo:
 Menos episódios de tristeza muito distintos
 Predomínio da apatia
 Somatização
 Sintomas confusionais
 Dores no corpo (reumatológicas, cefaleias, queixas
gastrointestinais)
 Negação do humor disfórico ( não reconhecimento de que
está deprimido)
Etiologia e Factores de Risco da Depressão no Idoso
 No idoso há quem aponte o risco cérebro-vascular (doença
dos pequenos vasos cerebrais) como causa predisponente à
depressão, pois afectaria a função neurobiológica.
 A etiologia da Depressão não está
perfeitamente esclarecida, acreditando-se que
é mais provável que seja resultante de
múltiplos factores.
 1- Factores Genéticos
 Existe maior risco de desenvolver a patologia se houver
antecedentes familiares da mesma.
 Haverá mais do que um factor genético envolvido na
depressão e não um só gene responsável…
 2- Factores Biológicos
 Doenças físicas e certos medicamentos;
 Hipótese de carência ou défice de monoaminas, sobretudo
serotonina, noradrenalina e dopamina.
 Está em estudo a hipótese de que a substância P (que inibe
a dor física e é segregada pela hipófise ou “glândula
mestra”), possa contribuir para a saída do estado
depressivo…
 Os medicamentos com estas e outras acções têm sido
denominados de anti-depressivos. Não causam dependência
ao contrário de certos hipnóticos como os benzodiazepínicos.
Mas se há ansiedade também (quadro ango-depressivo)
podem ser receitados concomitantemente.
 3- Factores e Riscos Psicossociais
 Perdas que causam arrastamento de sentimentos de
melancolia;
 Esquemas cognitivos precoces (Young, 1991), por exemplo:
instabilidade, separação, abuso e desconfiança, autonomia/
dependência, sobrevalorização do dever, negatividade
associada à crença de que os aspectos maus não podem ser
evitados (Cláudio, 2004).
 Errros Cognitivos (Beck): catastrofização, inferências
arbitrárias, maximização, minimização, elevado
autocriticismo
 Desânimo aprendido
 Infância traumática com sujeição a maus-tratos
 Violência psicológica e/ou física em qualquer idade
 II- Demência… ou Demências no Idoso?
 Segundo o DSM-IV, a Demência inclui:
perturbações caracterizadas pelo
desenvolvimento de défices cognitivos
múltiplos (incluindo a diminuição da
memória) devidos a múltiplas etiologias…
 Para estar presente uma síndrome demencial deve ocorrer defeito de
memória, defeito da crítica, da capacidade executiva e do
processamento de informação.
 Pode haver distúrbios da percepção ( alucinações, ilusões)
 Períodos de desorientação no espaço e no tempo, confusão mental.
 Problemas de linguagem como afasias ( impossibilidade de falar)
 Pode haver perturbações ou incapacidades motoras: apraxias.
 Sintomatologia psiquiátrica diversa: disforias, acessos de agressividade
ou de depressão, delírios, quadros de alucinações…
 Quais as causas de Demência?
 Secundárias a um Estado Físico Geral
 Idiopáticas: de causa desconhecida.
 Demências de Causa Conhecida, Secundárias:
 Doenças vasculares cerebrais
 Traumatismos cranianos
 Tumores cerebrais
 Hidrocefalia de pressão normal
 Infecções do sistema nervoso
 Doenças desmielinizantes
 Erros inatos do metabolismo
 Doenças endócrinas
 Doenças carenciais
 Intoxicações
 Doenças Psiquiátricas ( Depressão)
 Doenças de Causa Desconhecida, Primárias ou
Degenerativas
 Doença de Alzheimer
 Demência dos Corpos de Lewy
 Degenerescência Lobar Frontotemporal
 Doença de Parkinson
 Doença de Huntington
 Paralisia Supranuclear Progressiva
 Degenerescência Corticobasal
 Cada tipo de Demência, apresenta um quadro
sintomatológico relativamente específico…
 Vamos observá-los sumariamente…
 1- Doença de Alzheimer
 Foi distinguida em 1907 pelo neuropsiquiatra alemão Alois
Alzheimer.
 Existem alterações de causa desconhecida no cérebro: placas
amilóides e senis, emaranhados de neurónios que perdem a
sua actividade…
 Alguns estudos observam um tendência genética, que envolve
vários genes e cromossomas…
 Há maior risco de ocorrência a partir dos 50 anos…
 1ª Fase da Doença de Alzheimer
 Quase só os pacientes notam as primeiras falhas:
a memória não responde como antes, esquecem-
se de informações simples do dia a dia, perdem a
capacidade de dominar os assuntos, tornam-se
ansiosos e deprimidos.
 Fases Seguintes da Doença de Alzheimer
 Com o agravamento da doença as falhas de memória
são também evidentes para os outros. Os familiares
ficam então apreensivos.
 Podem surgir sintomas psiquiátricos (delírios,
efabulações, alucinações), perda de crítica ocasional
(por exemplo manifestar um impulso sexual
inadequado que não ocorreria se a pessoa não estivesse
doente).
 Desorientação no tempo e no espaço: podendo
perder-se e os locais deixarem de ser familiares;
 Com o tempo podem não reconhecer familiares ou
amigos;
 Podem não reconhecer o próprio rosto:
prosopagnosia;
(De prosopon, em grego “máscara”, de onde
derivaram, pelo latim, “pessoa” ou “personalidade”)
 O fácies, o rosto, perde expressividade e pode ter uma
“ expressão vazia”…
 O discurso torna-se mais pobre
 Há ecolalias ( repetição dos últimos sons ou palavras
ouvidos)
 E parafrasias (redundâncias…)
 Pode haver um discurso perseverante ( por exemplo
responder sempre e repetidamente a mesma coisa,
“ Estou bem, estou bem, estou bem…)
 A agressividade pode ocorrer por falta de crítica ou
devido a sintomas psiquiátricos como a alucinação
(acústica, visual, ou outra modalidade) e a ideacção
paranóide ( convicção sem fundamento de que estão a
ser perseguidos, enganados ou prejudicados leva à
resposta hostil)
 Com o tempo não conseguem vestir-se sozinhos;
 Têm dificuldades em comer, podendo ter que usar, por
exemplo, só a colher;
 Podem desenvolver incontinência dos esfíncteres;
 Podem , numa consulta médica ou quando interrogados sobre
o seu estado de saúde serem incapazes de reconhecer que
estão doentes (anosognosia)
 O sono é alterado, interrompido por fenómenos confusionais
 Na última fase da Doença (sem cura, degenerativa e
progressiva) ficam confinados ao leito, com mutismo,
necessitam de intubação nasogástrica e soros para serem
alimentados e estão permanentemente incontinentes.
 Uma infecção respiratória dita, geralmente, a morte.
 2- Demência dos Corpos de Lewy
 Os corpos de Lewy estão situados a nível
intracitoplasmático e foram identificados em
1902 pelo neurologista alemão Frederic Lewy.
 São formações características da Doença de
Parkinson.
 Características Diagnósticas da Demência dos
Corpos de Lewy:
 1 declínio cognitivo progressivo, suficiente para
interferir com funções sociais e ocupacionais; uma
perturbação da memória proeminente e persistente;
defeitos nos testes de atenção e capacidades fronto-
subcorticais e visuo-espaciais.
 Flutuações da cognição com variações marcadas
na atenção e vigilidade;
 Alucinações visuais nítidas e pormenorizadas;
 Parkinsionismo espontâneo;
 Quedas repetidas
 Síncope
 Perda de consciência transitória
 Sensibilidade aos neuroplépticos (medicamentos
anti-psicóticos)
 Delírios sistematizados
 3- Demência Fronto-Temporal (Doença de
Pick)
 Foi inicialmente descrita por Arnold Pick,
havendo como principal característica
anátomo-patológica a atrofia do córtex pré-
frontal e como característica clínica precoce a
alteração da personalidade, do comportamento
e da linguagem.
 Alguns doentes manifestam letargia, inibição,
desinteresse
 Outros, pelo contrário, desinibição, jocosidade por
vezes inapropriada e agitação
 É frequente a hiperfagia (consumir alimentos em
grandes quantidades)
 No início desta demência, o defeito de memória não é
notório.
 4- Demência Vascular
 É desencadeada por acidentes cérebro-
vasculares ou hemorrágicos (o coágulo, no
isquémico, impede que o oxigénio chegue às
células, e há apoptose (morte celular, dos
neurónios); no hemorrágico há danificação da
área em que o sangue se espalhou.
 Ao contrário do que sucede com as demências
degenerativas o defeito cognitivo não é
previsível, variando de pessoa para pessoa, de
acordo com a localização dos AVCs, da sua
dimensão e do modo como sucederam.
 Diferenças entre Depressão e Demência
Depressão Demência
Declínio cognitivo rápido, Declínio cognitivo surge lentamente;
mas de consequências menos profundas
Melhor orientação no espaço e no tempo Confusão mental e desorientação mesmo em relação a
lugares e temas familiares
Dificuldades de Concentração
Proeminência da Disforia (tristeza, irritabilidade) Proeminência dos défices cognitivos e da memória
Aptidões da linguagem e motoras lentificadas, mas não extintas Aptidões de linguagem ou motoras perturbadas ou
extintas
Preocupação com problemas de memória Ausência de queixas sobre o estado de saúde, falta de
insight
 Como ajudar o idoso deprimido?
 Como ajudar o idoso com demência?
 Incentivar a Autonomia e Autocuidado quando possível?...
 Gestos e palavras de tranquilização?...
 Estimulação da memória e atenção?...
 Empatia?...
 Escuta activa?...
 Feedback?...
 Ratificação sem censura dos comportamentos inadequados?..
 Ser um ombro amigo?...
 Resguardar a confidencialidade?...
CASO A.
 Caso de Demência de Alzheimer
 Joana, tinha 65 anos quando o seu pensamento ficou mais vago, e começou a
esquecer-se de pequenas informações do dia a dia. Pouco a pouco adquiriu um
expressão de abatimento e de fadiga. O marido notou que ela se esquecia de
informações quotidianas: onde estava guardado o pente, onde estavam
guardadas as chaves, o nome de um neto… O marido não concedeu importância
pois considerou que tais esquecimentos se deviam naturalmente à idade. Joana
não se mostrava preocupada e a todos dizia que se “ sentia bem”. Um ano
depois, foi encontrada num parque da cidade sem conseguir recordar o caminho
para voltar para casa, por uma irmã, que a levou, por ser da vizinhança de novo
ao lar… Como Joana tivesse uma expressão absorta e sinais de ansiedade, o
marido levou-a naquela tarde ao médico. Joana foi internada numa ala
psiquiátrica e medicada. De noite levantou-se dizendo que a manhã tinha
acabado de começar, e que ouvira os pais a chamar por ela, tinha que ir ter com
eles ao “ Jardim”. Ora era meia-noite e não de madrugada, os pais de Joana já
tinham falecido, e não havia perto do hospital nenhum jardim. As enfermeiras
levaram-na de novo para a cama e Joana começou a gritar dizendo que havia
serpentes na sua cama… Na verdade eram apenas dobras no lençol. Durante a
semana foi acalmando progressivamente, mas perdia-se facilmente nos
corredores do hospital, e mostrava-se esquecida. Foram-lhe feitos exames e
testes neuropsicológicos, e acabou por ser seguida por um Neurologista que lhe
diagnosticou uma Demência tipo Alzheimer.
 Joana, acabou de chegar a um Centro de Dia… Como poderíamos ajudá-la?
CASO B., DEPRESSÃO MAJOR
 Saul, de 78 anos, perdera a sua esposa há cerca de um ano e meio.
Desde então começou a isolar-se, e os parceiros no centro social e
paroquial que frequentava comentavam que era raro vê-lo, a não ser
no supermercado, e logo se despedia, com um ar abatido, pálido, como
se estivesse doente. Os parceiros diziam que tudo tinha começado
desde que a mulher falecera, mas não sabiam o que ele tinha. Saul
começou a não conseguir adormecer de noite, e durante o dia estava
portanto muito cansado. Emocionava-se constantemente por isso
tinha vergonha de sair e estar com outras pessoas, para que não lhe
vissem as lágrimas nos olhos. Os filhos viviam noutra cidade, mas
notaram que falava menos ao telefone, e fugia às questões que lhe
colocavam. No Natal, apesar de um filho o ter vindo visitar, Saul
subiu para o quarto e chorou copiosamente em silêncio. Escreveu este
desabafo num pedaço de papel “ Sou um velho trapo, não sirvo para
nada”, e a seguir tomou uma caixa de comprimidos que lhe haviam
sido receitados para a tensão arterial. O filho, encontrando-o
inanimado levou-o ao hospital, onde lhe foi feita uma lavagem
gástrica. Quando acordou , Saul disse revoltado “ Porque não me
deixaram partir? Não presto para nada…” Foram-lhe receitados,
contra a sua vontade, medicamentos antidepressivos.
 Saul chegou agora a um Centro de Dia… Como podemos ajudá-lo?

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Depressão, demência e saúde mental no idoso

  • 1. Depressão e Demência no Idoso e Outras Questões de Saúde Mental. Por: Ana Raquel de Sousa Lopes Psicologia Clínica e da Saúde
  • 2.  Sumário:  Depressão no Idoso  Demência (s) no Idoso  Diferenças entre Depressão e Demência  Discussão de Casos Clínicos: A., Depressão; B.; Demência
  • 3.  I- Depressão no Idoso?... Depressão ou Depressões?...
  • 4.  As depressões são afectações do humor que ocorrem em qualquer idade, mas o idoso pode estar especialmente susceptível, quer devido ao processo de envelhecimento fisiológico ou senescência, quer devido a factores psicossociais, como viuvez, perda de significativos (familiares e amigos), isolamento, solidão e limitações ou incapacidades derivadas de doenças físicas ou crónicas…
  • 5.  É preciso perceber a dificuldade de identificar a depressão e distingui-la de outras patologias com sinais similares, nomadamente a demência…  É preciso encontrar especificidades da depressão na pessoa idosa…
  • 6.  A depressão no idoso, segundo alguns estudos, tende a aumentar com a presença de outras doenças: oncológicas, cérebro-vasculares, coronárias e neurológicas ( Medeiros, 2010)
  • 7.  A Depressão pode ser, no idoso:  Depressão minor (mais atenuada)  Distimia (sintomas menos acentuados do que na Depressão Major, mas prevalência destes por longos períodos de tempo, 2 anos ou mais.)  Depressão Sazonal (sinais depressivos que aparecem no Inverno, quando os dias são mais curtos. De facto, o nível de serotonina no hipotálamo está mais baixo nos meses de Dezembro e Janeiro).
  • 8.  Depressão Vascular (associada a problemas cérebro- vasculares que envolvem doenças dos pequenos vasos cerebrais que, ao afectar a função neurobiológica, resultariam em depressão)  Depressão Psicótica (cursa com sintomas psicóticos, ou seja de ruptura com a realidade conhecida como delírios e alucinações; é o que sucede na associação da melancolia a estes sintomas na Síndrome de Cotard…)
  • 9.  E Perturbação Depressiva Major, caracterizada, segundo o DSM-IV por um ou mais Episódios Depressivos Major, pelo menos duas semanas de humor depressivo ou perda de interesse/ prazer nas actividades, anedonia, acompanhado pelo menos de quatro sintomas adicionais.
  • 10.  Critérios para Episódio Depressivo Major (DSM-IV):  Estão presentes cinco ou mais dos seguintes sintomas durante o período de duas semanas e representam alteração no funcionamento prévio, sendo que pelo menos um deles é humor depressivo ou anedonia (perda de prazer nas actividades correntes ou habituais e perda de interesse);
  • 11.  1) Humor depressivo a maior parte do dia, quase todos os dias indicado por relato subjectivo ( por exemplo sente-se “triste” ou “vazio”, ou pela observação dos outros, parece choroso…)
  • 12.  2) anedonia e falta de interesse  3) perda ou aumento de peso significativos  4) insónia ou hipersónia quase todos os dias  5) agitação ou lentificação psicomotora, quase todos os dias…
  • 13.  6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias;  7) sentimento de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada ( que pode ser delirante)  8) diminuição cognitiva: da capacidade de pensamento ou concentração ou indecisão, redução da capacidade de memória, quase todos os dias ( ou pelo relato, ou pela observação dos outros)
  • 14.  9) Pensamentos recorrentes acerca da morte ( não somente acerca do medo de morrer), ideacção suicida recorrente sem planos específicos ou uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.  Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou noutra área importante.
  • 15.  Não são melhor explicados por Luto, isto, é, depois da perda do ente querido, os sentimentos persistem por mais de dois meses, ou são caracterizados por uma marcada deficiência funcional, preocupação mórbida ou sentimento de desvalorização pessoal: a auto-estima é mais afectada na depressão do que no luto.
  • 16.  Na população idosa a depressão major pode, segundo algumas fontes atingir os 4%, a minor os 8%, sendo que, nos doentes hospitalizados a prevalência é maior, oscila de 5 a 44% ( Medeiros, 2010)  É entre os 70 e 85 anos que a prevalência de depressão major aumenta.
  • 17.  Tríade do Modo de Ser Depressivo:  Rectidão ou Inflexibilidade ( Moral)  Exactidão  Clausura (pouca sociabilidade)
  • 18.  Temporalidade:  Refúgio no passado;  Recusa do devir;  Futuração sombria;  Tempo pontua, perde fluidez, nunca mais passa  Gera-se Remorso.
  • 19.  Espacialidade:  Refúgio no seu locus;  Recusa de mudança;  O espaço vital estreita-se;  Há clausura, dissociabilidade  Gera-se Autoressentimento
  • 20.  Há especificidades na depressão no idoso?
  • 21.  Na depressão no idoso, as queixas somáticas podem mascarar o humor depressivo.  No idoso a depressão atinge níveis mais elevados de morbilidade e mortalidade.  As queixas depressivas têm que ser valorizadas e não vistas como um aspecto normal do processo de envelhecimento.
  • 22.  Segundo Cohen e Eisdorfer (1997, in Martins, s.d.) vários estudos têm demonstrado que a depressão no idoso pode apresentar características atípicas como, por exemplo:  Menos episódios de tristeza muito distintos  Predomínio da apatia  Somatização
  • 23.  Sintomas confusionais  Dores no corpo (reumatológicas, cefaleias, queixas gastrointestinais)  Negação do humor disfórico ( não reconhecimento de que está deprimido)
  • 24. Etiologia e Factores de Risco da Depressão no Idoso  No idoso há quem aponte o risco cérebro-vascular (doença dos pequenos vasos cerebrais) como causa predisponente à depressão, pois afectaria a função neurobiológica.
  • 25.  A etiologia da Depressão não está perfeitamente esclarecida, acreditando-se que é mais provável que seja resultante de múltiplos factores.
  • 26.  1- Factores Genéticos  Existe maior risco de desenvolver a patologia se houver antecedentes familiares da mesma.  Haverá mais do que um factor genético envolvido na depressão e não um só gene responsável…
  • 27.  2- Factores Biológicos  Doenças físicas e certos medicamentos;  Hipótese de carência ou défice de monoaminas, sobretudo serotonina, noradrenalina e dopamina.
  • 28.  Está em estudo a hipótese de que a substância P (que inibe a dor física e é segregada pela hipófise ou “glândula mestra”), possa contribuir para a saída do estado depressivo…  Os medicamentos com estas e outras acções têm sido denominados de anti-depressivos. Não causam dependência ao contrário de certos hipnóticos como os benzodiazepínicos. Mas se há ansiedade também (quadro ango-depressivo) podem ser receitados concomitantemente.
  • 29.  3- Factores e Riscos Psicossociais  Perdas que causam arrastamento de sentimentos de melancolia;  Esquemas cognitivos precoces (Young, 1991), por exemplo: instabilidade, separação, abuso e desconfiança, autonomia/ dependência, sobrevalorização do dever, negatividade associada à crença de que os aspectos maus não podem ser evitados (Cláudio, 2004).
  • 30.  Errros Cognitivos (Beck): catastrofização, inferências arbitrárias, maximização, minimização, elevado autocriticismo  Desânimo aprendido  Infância traumática com sujeição a maus-tratos  Violência psicológica e/ou física em qualquer idade
  • 31.  II- Demência… ou Demências no Idoso?
  • 32.  Segundo o DSM-IV, a Demência inclui: perturbações caracterizadas pelo desenvolvimento de défices cognitivos múltiplos (incluindo a diminuição da memória) devidos a múltiplas etiologias…
  • 33.  Para estar presente uma síndrome demencial deve ocorrer defeito de memória, defeito da crítica, da capacidade executiva e do processamento de informação.  Pode haver distúrbios da percepção ( alucinações, ilusões)  Períodos de desorientação no espaço e no tempo, confusão mental.  Problemas de linguagem como afasias ( impossibilidade de falar)  Pode haver perturbações ou incapacidades motoras: apraxias.  Sintomatologia psiquiátrica diversa: disforias, acessos de agressividade ou de depressão, delírios, quadros de alucinações…
  • 34.  Quais as causas de Demência?  Secundárias a um Estado Físico Geral  Idiopáticas: de causa desconhecida.
  • 35.  Demências de Causa Conhecida, Secundárias:  Doenças vasculares cerebrais  Traumatismos cranianos  Tumores cerebrais  Hidrocefalia de pressão normal  Infecções do sistema nervoso  Doenças desmielinizantes  Erros inatos do metabolismo  Doenças endócrinas  Doenças carenciais  Intoxicações  Doenças Psiquiátricas ( Depressão)
  • 36.  Doenças de Causa Desconhecida, Primárias ou Degenerativas  Doença de Alzheimer  Demência dos Corpos de Lewy  Degenerescência Lobar Frontotemporal  Doença de Parkinson  Doença de Huntington  Paralisia Supranuclear Progressiva  Degenerescência Corticobasal
  • 37.  Cada tipo de Demência, apresenta um quadro sintomatológico relativamente específico…  Vamos observá-los sumariamente…
  • 38.  1- Doença de Alzheimer  Foi distinguida em 1907 pelo neuropsiquiatra alemão Alois Alzheimer.  Existem alterações de causa desconhecida no cérebro: placas amilóides e senis, emaranhados de neurónios que perdem a sua actividade…  Alguns estudos observam um tendência genética, que envolve vários genes e cromossomas…  Há maior risco de ocorrência a partir dos 50 anos…
  • 39.  1ª Fase da Doença de Alzheimer  Quase só os pacientes notam as primeiras falhas: a memória não responde como antes, esquecem- se de informações simples do dia a dia, perdem a capacidade de dominar os assuntos, tornam-se ansiosos e deprimidos.
  • 40.  Fases Seguintes da Doença de Alzheimer  Com o agravamento da doença as falhas de memória são também evidentes para os outros. Os familiares ficam então apreensivos.  Podem surgir sintomas psiquiátricos (delírios, efabulações, alucinações), perda de crítica ocasional (por exemplo manifestar um impulso sexual inadequado que não ocorreria se a pessoa não estivesse doente).
  • 41.  Desorientação no tempo e no espaço: podendo perder-se e os locais deixarem de ser familiares;  Com o tempo podem não reconhecer familiares ou amigos;  Podem não reconhecer o próprio rosto: prosopagnosia; (De prosopon, em grego “máscara”, de onde derivaram, pelo latim, “pessoa” ou “personalidade”)
  • 42.  O fácies, o rosto, perde expressividade e pode ter uma “ expressão vazia”…  O discurso torna-se mais pobre  Há ecolalias ( repetição dos últimos sons ou palavras ouvidos)  E parafrasias (redundâncias…)
  • 43.  Pode haver um discurso perseverante ( por exemplo responder sempre e repetidamente a mesma coisa, “ Estou bem, estou bem, estou bem…)  A agressividade pode ocorrer por falta de crítica ou devido a sintomas psiquiátricos como a alucinação (acústica, visual, ou outra modalidade) e a ideacção paranóide ( convicção sem fundamento de que estão a ser perseguidos, enganados ou prejudicados leva à resposta hostil)
  • 44.  Com o tempo não conseguem vestir-se sozinhos;  Têm dificuldades em comer, podendo ter que usar, por exemplo, só a colher;  Podem desenvolver incontinência dos esfíncteres;  Podem , numa consulta médica ou quando interrogados sobre o seu estado de saúde serem incapazes de reconhecer que estão doentes (anosognosia)  O sono é alterado, interrompido por fenómenos confusionais  Na última fase da Doença (sem cura, degenerativa e progressiva) ficam confinados ao leito, com mutismo, necessitam de intubação nasogástrica e soros para serem alimentados e estão permanentemente incontinentes.  Uma infecção respiratória dita, geralmente, a morte.
  • 45.  2- Demência dos Corpos de Lewy  Os corpos de Lewy estão situados a nível intracitoplasmático e foram identificados em 1902 pelo neurologista alemão Frederic Lewy.  São formações características da Doença de Parkinson.
  • 46.  Características Diagnósticas da Demência dos Corpos de Lewy:  1 declínio cognitivo progressivo, suficiente para interferir com funções sociais e ocupacionais; uma perturbação da memória proeminente e persistente; defeitos nos testes de atenção e capacidades fronto- subcorticais e visuo-espaciais.
  • 47.  Flutuações da cognição com variações marcadas na atenção e vigilidade;  Alucinações visuais nítidas e pormenorizadas;  Parkinsionismo espontâneo;  Quedas repetidas  Síncope  Perda de consciência transitória  Sensibilidade aos neuroplépticos (medicamentos anti-psicóticos)  Delírios sistematizados
  • 48.  3- Demência Fronto-Temporal (Doença de Pick)  Foi inicialmente descrita por Arnold Pick, havendo como principal característica anátomo-patológica a atrofia do córtex pré- frontal e como característica clínica precoce a alteração da personalidade, do comportamento e da linguagem.
  • 49.  Alguns doentes manifestam letargia, inibição, desinteresse  Outros, pelo contrário, desinibição, jocosidade por vezes inapropriada e agitação  É frequente a hiperfagia (consumir alimentos em grandes quantidades)  No início desta demência, o defeito de memória não é notório.
  • 50.  4- Demência Vascular  É desencadeada por acidentes cérebro- vasculares ou hemorrágicos (o coágulo, no isquémico, impede que o oxigénio chegue às células, e há apoptose (morte celular, dos neurónios); no hemorrágico há danificação da área em que o sangue se espalhou.
  • 51.  Ao contrário do que sucede com as demências degenerativas o defeito cognitivo não é previsível, variando de pessoa para pessoa, de acordo com a localização dos AVCs, da sua dimensão e do modo como sucederam.
  • 52.  Diferenças entre Depressão e Demência Depressão Demência Declínio cognitivo rápido, Declínio cognitivo surge lentamente; mas de consequências menos profundas Melhor orientação no espaço e no tempo Confusão mental e desorientação mesmo em relação a lugares e temas familiares Dificuldades de Concentração Proeminência da Disforia (tristeza, irritabilidade) Proeminência dos défices cognitivos e da memória Aptidões da linguagem e motoras lentificadas, mas não extintas Aptidões de linguagem ou motoras perturbadas ou extintas Preocupação com problemas de memória Ausência de queixas sobre o estado de saúde, falta de insight
  • 53.  Como ajudar o idoso deprimido?  Como ajudar o idoso com demência?
  • 54.  Incentivar a Autonomia e Autocuidado quando possível?...  Gestos e palavras de tranquilização?...  Estimulação da memória e atenção?...  Empatia?...  Escuta activa?...  Feedback?...  Ratificação sem censura dos comportamentos inadequados?..  Ser um ombro amigo?...  Resguardar a confidencialidade?...
  • 55. CASO A.  Caso de Demência de Alzheimer  Joana, tinha 65 anos quando o seu pensamento ficou mais vago, e começou a esquecer-se de pequenas informações do dia a dia. Pouco a pouco adquiriu um expressão de abatimento e de fadiga. O marido notou que ela se esquecia de informações quotidianas: onde estava guardado o pente, onde estavam guardadas as chaves, o nome de um neto… O marido não concedeu importância pois considerou que tais esquecimentos se deviam naturalmente à idade. Joana não se mostrava preocupada e a todos dizia que se “ sentia bem”. Um ano depois, foi encontrada num parque da cidade sem conseguir recordar o caminho para voltar para casa, por uma irmã, que a levou, por ser da vizinhança de novo ao lar… Como Joana tivesse uma expressão absorta e sinais de ansiedade, o marido levou-a naquela tarde ao médico. Joana foi internada numa ala psiquiátrica e medicada. De noite levantou-se dizendo que a manhã tinha acabado de começar, e que ouvira os pais a chamar por ela, tinha que ir ter com eles ao “ Jardim”. Ora era meia-noite e não de madrugada, os pais de Joana já tinham falecido, e não havia perto do hospital nenhum jardim. As enfermeiras levaram-na de novo para a cama e Joana começou a gritar dizendo que havia serpentes na sua cama… Na verdade eram apenas dobras no lençol. Durante a semana foi acalmando progressivamente, mas perdia-se facilmente nos corredores do hospital, e mostrava-se esquecida. Foram-lhe feitos exames e testes neuropsicológicos, e acabou por ser seguida por um Neurologista que lhe diagnosticou uma Demência tipo Alzheimer.  Joana, acabou de chegar a um Centro de Dia… Como poderíamos ajudá-la?
  • 56. CASO B., DEPRESSÃO MAJOR  Saul, de 78 anos, perdera a sua esposa há cerca de um ano e meio. Desde então começou a isolar-se, e os parceiros no centro social e paroquial que frequentava comentavam que era raro vê-lo, a não ser no supermercado, e logo se despedia, com um ar abatido, pálido, como se estivesse doente. Os parceiros diziam que tudo tinha começado desde que a mulher falecera, mas não sabiam o que ele tinha. Saul começou a não conseguir adormecer de noite, e durante o dia estava portanto muito cansado. Emocionava-se constantemente por isso tinha vergonha de sair e estar com outras pessoas, para que não lhe vissem as lágrimas nos olhos. Os filhos viviam noutra cidade, mas notaram que falava menos ao telefone, e fugia às questões que lhe colocavam. No Natal, apesar de um filho o ter vindo visitar, Saul subiu para o quarto e chorou copiosamente em silêncio. Escreveu este desabafo num pedaço de papel “ Sou um velho trapo, não sirvo para nada”, e a seguir tomou uma caixa de comprimidos que lhe haviam sido receitados para a tensão arterial. O filho, encontrando-o inanimado levou-o ao hospital, onde lhe foi feita uma lavagem gástrica. Quando acordou , Saul disse revoltado “ Porque não me deixaram partir? Não presto para nada…” Foram-lhe receitados, contra a sua vontade, medicamentos antidepressivos.  Saul chegou agora a um Centro de Dia… Como podemos ajudá-lo?