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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
                  ALINE TARRAGA DE ALMEIDA
                   JÉSSICA MORAES SOGUMO




        OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES
OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO




                          São Paulo
                            2010
ALINE TARRAGA DE ALMEIDA
                          JÉSSICA MORAES SOGUMO




             OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES
OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO




                                    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
                                    como exigência parcial para a obtenção de
                                    título de Graduação do curso de Naturologia da
                                    Universidade Anhembi Morumbi




Orientador: Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta
Co orientadora: Profa. Dra. Karen Cristine Abrão




                                     São Paulo
                                       2010
A444   Almeida, Aline Tarraga de
            Os efeitos da hidroterapia no alívio de dores
       Osteomioarticulares e na qualidade de vida durante
       a gestação / Aline Tarraga de Almeida, Jéssica Moraes
       Sogumo. – 2010.
            210f.: il.; 30cm.

            Orientadora: Antonio Maria Cardozo Acosta.
            Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
       em Naturolgia) – Universidade Anhembi Morumbi,
       São Paulo, 2010.
            Bibliografia: f.193.

            1. Naturologia. 2. Hidroterapia. 3. Gestação.
       4. Qualidade de vida. 5. Dor. I. Título.

                                                CDD 615.535
ALINE TARRAGA DE ALMEIDA
                      JÉSSICA MORAES SOGUMO




           OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES
OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO




                               Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
                               como exigência parcial para a obtenção de
                               título de Graduação do curso de Naturologia da
                               Universidade Anhembi Morumbi




Aprovado em:



                 __________________________________
                  Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta
                   Universidade Metodista de São Paulo


                ___________________________________
                  Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo
                     Universidade Anhembi Morumbi


                ____________________________________
                    Caroline Laghetto de Moura Rosa
                     Universidade Anhembi Morumbi
Dedicamos este trabalho a todas as mulheres, ao
potencial de gestação, de dar à luz novas vidas, à força,
beleza e mistério que cada uma de nós guardamos.
AGRADECIMENTOS


Por Aline:

Imensamente à vida, pela oportunidade de aprender, crescer e ser sempre
surpreendida por sua beleza, profundidade, mistérios e sabedorias.

Por ser na escolha de sempre ser o melhor de mim, me dedicar, caminhar na vida
com o coração, com presença, força, vontade e fé.

À Tradição Tubakwaassu, à Ramy Arany e Ramy Shanayta, por toda a sabedoria
que ensinam, onde sou aprendendo a viver com simplicidade, amor e alegria, com o
que é verdadeiro, preenchendo a vida de essência; agradeço também pelo despertar
da consciência gestadora e do talento de trabalhar com mulheres gravidas, assim
pude gestar e parir este trabalho na fluência.

Aos meus queridos pais, Jéssica Lembo Tarraga e Raul de Almeida Neto, com
todo meu amor, por serem quem são, pela força, confiança, carinho, amor
incondicional, nutrição, colo, presença, auxilio, direcionamento, que sempre me
estenderam, e me possibilitaram estar onde estou, ser quem eu sou, agradeço pela
paciência e compreensão nos momentos de minha ausência para a realização do
trabalho.

À minha querida ainda pequena porém grandíssima alma, minha linda irmã, Nicole
Tarraga, que sempre me ensinou com a sua simplicidade de ser criança e me
ensina a cada dia a amar mais, por sempre me inspirar e me dar a oportunidade de
ser a sua ´´irmãe``, agradeço por respeitar o tempo e espaço que precisei em função
deste trabalho, enquanto você queria minha atenção.

Ao meu querido amor, Carlos Alberto Devecchi, por todo o caminho que
construímos juntos, aprendendo um com o outro sobre o verdadeiro amor, a ser
paciente, a confiar e me entregar, a sonhar, a me apaixonar; descubro com você a
cada dia o significado de ser sua verdadeira companheira.

À minha super amiga Jéssica Moraes Sogumo, presente parceira na realização
deste trabalho, trabalhando juntas fomos mais longe e aprendemos muito mais, por
todos os momentos que compartilhamos na realização deste trabalho agradeço, pela
sua força de mesmo com tantas responsabilidades e serzinhos necessitando de
você (filhos) ter ido adiante, desde o planejamento até a concretização, você é uma
guerreira.
AGRADECIMENTOS

Por Jéssica:

Primeiramente gostaria de agradecer pela família maravilhosa que tenho, onde todos
sempre me apoiaram e me ajudaram como puderam, em especial agradecer a meus
queridos pais Nilda Moraes Sogumo e Mário Sogumo, pelo amor, carinho,
dedicação, conselhos, paciência e esforços para que eu pudesse concluir esta fase
da minha vida, tudo que eu consegui e sou hoje, com certeza foi pelo apoio,
educação e reflexo de pais unidos os quais amo tanto.

À meus queridos irmãos, Eric Moraes Sogumo, que por diversas vezes me
acalmou e me aconselhou em momentos difíceis que passei e ao Robinson Moraes
Sogumo, que mesmo morando longe, me aconselhava e dava forças para encarar
meus problemas.

À meus tesouros e inspirações de minha vida, sem eles não teria força de vontade,
pois tudo que faço é pensando no futuro deles, meus lindos filhos, Luara Sogumo
Bremmer e Cauã Sogumo Bremmer, que mesmo não sabendo disso, me deram
alegrias e forças com simples sorrisos e abraços, onde explicar o amor que sinto por
eles é impossível, só sei dizer que é o maior amor que eu já senti na vida.

À meus sogros Marinalva Araújo Bremmer e José Roberto Bremmer, que assim
como meus pais, me ajudaram cuidando dos meus filhos com muito amor e ficaram
ao meu lado sempre que precisei.

Ao meu futuro marido El Cid Roberto Bremmer, por todo amor e por todas as
experiências que passamos juntos desde o início do namoro, até o grande momento
em que estamos vivendo, onde sonhos estão se realizando e planos para o futuro
sendo construídos, com a presença de filhos maravilhosos que nos dão forças para
seguir em frente sem desanimar.

A minha super amiga e companheira de trabalho, Aline Tarraga de Almeida, pela
ajuda na realização do mesmo. Fico muito grata por todo carinho, compreensão e
paciência que teve comigo durante todo este ano, foi um prazer te conhecer e
realizar este trabalho lindo com você.
AGRADECIMENTOS
Por Aline e Jéssica:
A todos aqueles que direta ou indiretamente nos auxiliaram na realização deste
trabalho.

Aos nossos amigos e colegas de classe por todo o caminho de formação que
trilhamos juntos, crescendo, aprendendo, sorrindo e chorando, por todos os
momentos que tivemos a oportunidade de compartilhar.

Às lindas mamães que nos possibilitaram a realização deste trabalho, se entregando
para que em nossos braços pudessem ser nutridas e cuidadas, a tudo que
aprendemos em cada atendimento e também por nos aproximarem dos mistérios de
ser mulher, mistérios da gestação.

À Izabela S. K. Valezin e Thomas Gabriel Paranhos Bosshort, por atenderem as
gestantes conosco, com dedicação e amor possibilitando assim a realização de
tantos atendimentos, aos lindos momentos que compartilhamos.

Aos queridos e importantíssimos em toda a realização deste trabalho, deste de seu
projeto até o seu término, nosso Orientador e Co orientadora, que nos receberam
de coração aberto para nos orientarem e sempre estiveram dispostos a nos ajudar.

Ao Orientador Me. Antonio Maria Cardozo Acosta por abrir as portas do seu
Espaço Natu, para que pudéssemos realizar os atendimento com as gestantes, e por
todas as palavras de amigo, que sempre nos deram força e brilho.

À Coorientadora Dra. Karen Cristine Abrão por sua paciência com nossas
dificuldades e teimosias, por ser presente, direcionando, sempre melhorando e
acrescentando muito em nosso trabalho.

À Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo que esteve nos acompanhando durante
a realização deste trabalho, direcionando e esclarecendo dúvidas.

À Caroline Laghetto de Moura Rosa, por sempre se dispor a ajudar, pela força que
deu na busca de Watsu terapeutas para trabalharem conosco, e por aceitar ser
presente, participando como convidada de nossa banca.

A todos os professores que nos ensinaram e fizeram parte da formação das
Naturólogas que hoje somos, agradecemos pelo conhecimento ensinado com amor.

À Universidade Anhembi Morumbi, todo local e estrutura que fizeram parte do
cenário de alguns anos de nossas vidas.
RESUMO

      O presente estudo avaliou os efeitos da hidroterapia, em específico da terapia
Watsu®, no alívio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida de 11
gestantes que foram submetidas a oito sessões de Watsu®. Para avaliar os efeitos
do Watsu® na qualidade de vida, o questionário de Qualidade de Vida – WHOQOL-
bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da Organização
Mundial de Saúde, aplicado antes de iniciar os atendimentos e ao fim das oito
sessões, a avaliar os efeitos do Watsu® no alívio de dores osteomioarticulares, a
Escala Visual Analógica da Dor antes e após cada atendimento. Apesar de tratar-se
de um estudo piloto, o presente estudo permitiu concluir que a terapia Watsu® foi
bem tolerada, segura e de fácil aplicação durante a gestação, obtendo como
resultados, importante alívio imediato das dores osteomioarticulares nesse período,
com tendência de alívio também a longo prazo e melhora da qualidade de vida no
Domínio Psicológico das gestantes.




Palavras-chave: Hidroterapia, Watsu®, Gestantes, Dor, Qualidade de Vida.
ABSTRACT



      This study evaluated the effects of hydrotherapy in Watsu® specific therapy, in
relieving musculoskeletal pain and quality of life of 11 women who underwent eight
sessions of Watsu®. To evaluate the effects of Watsu® in quality of life, the
questionnaire Quality of Life - WHOQOL-BREF (World Health Organization - Quality
of Life-Brief Test Version) from the World Health Organization, applied before the
sessions start and at the end of eight sessions, to evaluate the effects of Watsu® in
relieving musculoskeletal pain, we used the Visual Analog Scale of Pain before and
after each service. Although this is a pilot study, this study showed that therapy
Watsu® was well tolerated, safe and easy to use during pregnancy, such as getting
results, significant immediate relief of pain in musculoskeletal period, with a tendency
of relief also in the long term and improves quality of life in the Psychological Domain
of pregnant women.




Keywords: Hydrotherapy, Watsu®, Pregnancy, Pain, Quality of Life.
LISTA DE FIGURAS




Figura 1. Antes de começar.....................................................................................142
Figura 2. Começando na parede.............................................................................143
Figura 3. Dança da respiração................................................................................144
Figura 4. Balanço da respiração..............................................................................145
Figura 5. Liberando a coluna...................................................................................145
Figura 6. Oferecendo suave....................................................................................146
Figura 7. Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146
Figura 8. Oferecendo com duas pernas..................................................................147
Figura 9. Sanfona....................................................................................................147
Figura 10. Sanfona sentada....................................................................................148
Figura 11. Sanfona rotativa......................................................................................148
Figura 12. Rotação de perna de dentro...................................................................149
Figura 13. Rotação de perna de fora.......................................................................149
Figura 14. Mão no ponto mestre coração................................................................150
Figura 15. Puxando o braço ao redor......................................................................150
Figura 16. Pêndulo..................................................................................................151
Figura 17. Levando a cabeça no ombro oposto......................................................151
Figura 18. Cabeça no ombro oposto.......................................................................152
Figura 19. Balanço braço.........................................................................................153
Figura 20. Pegando a perna....................................................................................153
Figura 21. Balanço perna........................................................................................153
Figura 22. Voltar para a primeira posição................................................................154
Figura 23. Primeira posição do segundo lado.........................................................154
Figura 24. Empurrar e puxar – oito..........................................................................155
Figura 25. Vôo livre..................................................................................................155
Figura 26. Balanço esterno – sacro........................................................................155
Figura 27. Alongando a coluna...............................................................................156
Figura 28. Ondulando a coluna..............................................................................156
Figura 29. Quieto.....................................................................................................157
Figura 30. Algas.......................................................................................................157
Figura 31. Quatro na parede abraçando o peito.....................................................158
Figura 32. Quatro na parede abraçando a barriga..................................................158
Figura 33. Sela fechada...........................................................................................159
Figura 34. Ninar do Hara.........................................................................................160
Figura 35. Voltando para parede.............................................................................161
Figura 36. Mão em abdome e coração....................................................................161
Figura 37. Finalizando.............................................................................................161
LISTA DE TABELAS




Tabela 1. Descrição dos dados de cada participante por: idade, idade gestacional de
início, risco gestacional, doenças e medicamentos.................................................117
Tabela 2. Apresentação dos dados das participantes em relação às gestações e
partos anteriores, filhos vivos e preferência de via de parto na gestação atual.......118
Tabela 3. Diferença nos escores de médios de dor antes e após cada sessão de
Watsu®.....................................................................................................................133
Tabela 4. Resultados da avaliação da qualidade de vida das gestantes obtidos pela
utilização do WHOQOL-bref antes e após as sessões de Watsu®.........................135
LISTA DE GRÁFICOS




Gráfico 1. Frequência dos tipos de dor relatados pelas participantes....................119
Gráfico 2. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 1 antes e
após cada sessão de Watsu®..................................................................................121
Gráfico 3. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 2 antes e
após cada sessão de Watsu®..................................................................................122
Gráfico 4. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 3 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................123
Gráfico 5. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 4 antes e
após cada sessão de Watsu®..................................................................................124
Gráfico 6. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 5 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................125
Gráfico 7. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 6 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................126
Gráfico 8. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 7 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................127
Gráfico 9. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 8 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................128
Gráfico 10. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 9 antes
e após cada sessão de Watsu®...............................................................................129
Gráfico 11. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante10
antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................130
Gráfico 12. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 11
antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................131
Gráfico 13. Resposta da dor às sessões de Watsu® em relação ao total de sessões
realizadas.................................................................................................................132
Gráfico 14.         Escores médios de dor antes do início das sessões ao longo do
tratamento com Watsu®...........................................................................................134
Gráfico 15. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Físico
antes e após as oito sessões de Watsu®................................................................136
Gráfico 16.         Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio
Psicológico antes e após as oito sessões de Watsu®.............................................137
Gráfico 17.         Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio
Relações Sociais antes e após as oito sessões de Watsu®....................................138
Gráfico 18. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Meio
Ambiente antes e após as oito sessões de Watsu®................................................139
Gráfico 19. Percepção global da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref, antes e
após as oito sessões de Watsu®.............................................................................140
Gráfico 20. Percepção global da Saúde pelo WHOQOL-bref, antes e após as oito
sessões de Watsu®..................................................................................................141
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS




EVA           Escala Visual Analógica da Dor
OMS           Organização Mundial de Saúde
WHOQOL-bref   World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version
SINASC        Sistema de Informações de Nascidos Vivos
W.A.B.A.      World Aquatic Body Association
WHO           Word Health Organization
IG            Idade Gestacional
ANOVA         Análise de variância para medidas repetidas
DP            Desvio-Padrão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................26
2 OBJETIVOS............................................................................................................32
2.1 OBJETIVOS GERAIS...........................................................................................32
2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................32
3 NATUROLOGIA......................................................................................................33
3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA....................33
3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES...............................34
3.2 A qualidade de vida durante a gestação..........................................................37
4 GESTAÇÃO............................................................................................................39
4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO
PARTO........................................................................................................................39
4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO
MATERNO..................................................................................................................40
4.2.1 As modificações locais do organismo materno...........................................41
4.2.1.1 Útero...............................................................................................................41
4.2.1.2 Colo................................................................................................................41
4.2.1.3 Vagina.............................................................................................................41
4.2.1.4 Ovários e tubas..............................................................................................42
4.2.1.5 Articulações....................................................................................................42
4.2.2 As modificações gerais do organismo materno..........................................43
4.2.2.1 Peso...............................................................................................................43
4.2.2.2 Sistema Endócrino.........................................................................................43
4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina..........................................................43
4.2.2.3 Sistema Circulatório.......................................................................................44
4.2.2.4 Volume sanguíneo.........................................................................................44
4.2.2.5 Pressão Arterial..............................................................................................45
4.2.2.6 Sistema Respiratório......................................................................................45
4.2.2.7 Sistema urogenital.........................................................................................45
4.2.2.8 Sistema Nervoso............................................................................................46
4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético..........................................................................46
4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO.................47
4.3.1 Náuseas e Vômitos..........................................................................................47
4.3.2 Pirose................................................................................................................48
4.3.3 Ptialismo ou sialorréia....................................................................................48
4.3.4 Obstipação.......................................................................................................49
4.3.5 Tonturas e Vertigens.......................................................................................49
4.3.6 Fadiga...............................................................................................................49
4.3.7 Palpitações.......................................................................................................50
4.3.8 Síndrome Dolorosa.........................................................................................50
4.3.9 Edema...............................................................................................................50
4.3.10 Varizes............................................................................................................51
4.3.11 Hemorróidas...................................................................................................51
4.3.12 Sonolência e Insônia.....................................................................................51
4.3.13 Cãimbras........................................................................................................52
4.3.14 Cefaleias.........................................................................................................52
4.3.15 Síndrome do túnel do carpo.........................................................................52
4.3.16 Sintomas Urinários........................................................................................52
4.3.17 Leucorréia......................................................................................................53
4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL..............53
4.4.1 As dores em região abdominal baixa............................................................53
4.4.2 As dores em região lombar e sacral, virilhas e pernas...............................54
4.4.3 As dores em região lombar e dorsal.............................................................54
4.4.4 As dores na coluna em geral..........................................................................55
4.5 OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA GESTAÇÃO.............................................55
4.5.1 Os ciclos de desenvolvimento da mulher.....................................................55
4.5.1.1 Gravidez um ciclo de desenvolvimento da mulher........................................56
4.5.2 Influências das relações familiares e sociais na mulher grávida...............57
4.5.3 Situações e suas influências na mulher grávida.........................................57
4.5.4 Memórias da infância emergidas na gestação.............................................59
4.5.5 Emoções x Complicações Obstétricas.........................................................59
4.5.6 Características psicológicas dos três trimestres gestacionais..................59
4.5.6.1 O primeiro trimestre........................................................................................60
4.5.6.1.1 A percepção da gravidez.............................................................................60
4.5.6.1.2 Manifestações emocionais relacionadas à mulher com o feto....................60
4.5.6.1.3 Autovalorização e Autopreservação da gravida..........................................61
4.5.6.1.4 Ampliação do campo da consciência da mulher durante a gestação..........61
4.5.6.2 O segundo trimestre.......................................................................................61
4.5.6.2.1 A percepção do movimento fetal e o vínculo mãe-bebê..............................61
4.5.6.2.2 Representações mentais e fantasias durante a gestação...........................62
4.5.6.2.3 Aspectos emocionais das alterações da sexualidade na gestação.............62
4.5.6.3 O terceiro trimestre........................................................................................63
4.5.6.3.1 As emoções que envolvem a aproximação do nascimento........................63
4.5.6.3.2 Memórias antigas e conflitos infantis emergidos na gravidez.....................64
4.5.6.3.3 Os sonhos e fantasias como meio de imunização psicológica ou
conscientização da grávida........................................................................................64
5 SIMBOLISMO DA ÁGUA........................................................................................66
6 HIDROTERAPIA.....................................................................................................67
6.1 O CAMINHO PELA ÁGUA....................................................................................67
6.1.1 Água Fria..........................................................................................................67
6.1.2 Gelo ou Água gelada.......................................................................................68
6.1.3 Água Morna (Tépida).......................................................................................68
6.1.4 Água Quente....................................................................................................68
6.1.5 Vapor.................................................................................................................69
6.2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA...........................................................................69
6.2.1 A Hidroterapia no Brasil..................................................................................70
6.3 A HIDROTERAPIA................................................................................................71
6.3.1 Indicações e Contra-Indicações.....................................................................72
6.3.2 Hidrodinâmica x Hidrostática.........................................................................73
6.3.3 Densidade Relativa..........................................................................................73
6.3.4 Turbulência......................................................................................................74
6.3.5 Metacentro.......................................................................................................75
6.3.6 Fricção.............................................................................................................75
6.3.7 Pressão Hidrostática......................................................................................75
6.3.8 Viscosidade.....................................................................................................76
6.3.9 Empuxo............................................................................................................76
6.3.10 Refração.........................................................................................................77
6.3.11 Tensão Superficial.........................................................................................77
6.3.12 Termodinâmica..............................................................................................77
6.3.13 Água em movimento.....................................................................................78
6.3.13.1 Movimento de fluxo......................................................................................78
6.3.13.2 Coeficiente de arrasto..................................................................................78
6.3.13.3 Efeitos da resistência...................................................................................78
6.3.13.4 Tecnologias para Amplificar os Princípios Físicos........................................79
6.3.14 Efeitos Fisiológicos, Terapêuticos e Psicológicos da Hidroterapia.........79
6.3.14.1Os Efeitos Fisiológicos da Hidroterapia........................................................80
6.3.14.1.1 Sistema Cardiovascular.............................................................................82
6.3.14.1.2 Sistema Renal...........................................................................................82
6.3.14.1.3 Sistema Musculoesquelético.....................................................................83
6.3.14.1.4 Sistema Respiratório.................................................................................83
6.3.14.1.5 Sistema Nervoso Central e Periférico.......................................................83
6.3.14.2 Os Efeitos Terapêuticos da Hidroterapia......................................................84
6.3.14.2.1 Relaxamento.............................................................................................84
6.3.14.2.2 Redução da Sensibilidade a Dor e dos Espasmos Musculares................84
6.3.14.2.3Aumento da Amplitude...............................................................................85
6.3.14.2.4 Aumento da Força.....................................................................................85
6.3.14.2.5 Aumento da Circulação.............................................................................86
6.3.14.2.6 Melhora do Equilíbrio, Estabilidade e Consciência Corporal....................86
6.3.14.2.7 Melhora da Integração Sensório-Motora...................................................87
6.3.14.2.8 Reforço da Moral e Liberdade de Movimento...........................................88
6.4 A GESTANTE NA HIDROTERAPIA......................................................................88
6.4.1 A Influência da Hidroterapia na Gestante....................................................89
7 WATSU®.................................................................................................................91
7.1 PRECAUÇÕES....................................................................................................93
7.2 BENEFÍCIOS DO WATSU®.................................................................................94
7.3 OS EFEITOS DA ÁGUA NO CORPO..................................................................94
8 A LUA E A ÁGUA X CICLOS DA GESTAÇÃO E PARTO.....................................96
9 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................99
9.1 MATERIAIS..........................................................................................................99
9.2 MÉTODOS...........................................................................................................99
9.2.1 Tipo de pesquisa............................................................................................99
9.2.2 Seleção das voluntárias................................................................................99
9.2.2.1 Critérios de inclusão.....................................................................................100
9.2.2.1.1 Critérios de exclusão.................................................................................100
9.2.3 Descrição do local........................................................................................101
9.2.4 Descrição e apresentação dos procedimentos.........................................101
9.2.4.1 Termo de consentimento livre e esclarecido................................................101
9.2.4.2 Acompanhamento médico, ciência e autorização........................................101
9.2.5 Técnica de Watsu®.......................................................................................102
9.2.5.1 Antes de começar.........................................................................................102
9.2.5.2 Começando na parede.................................................................................102
9.2.5.3 Dança da respiração....................................................................................103
9.2.5.4 Balanço da respiração..................................................................................103
9.2.5.5 Liberando a coluna.......................................................................................103
9.2.5.6 Oferecendo suave........................................................................................103
9.2.5.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...............................................104
9.2.5.8 Oferecendo com duas pernas......................................................................104
9.2.5.9 Sanfona........................................................................................................104
9.2.5.10 Sanfona rotativa.........................................................................................104
9.2.5.11 Rotação de perna de dentro.......................................................................105
9.2.5.12 Rotação de perna de fora...........................................................................105
9.2.5.13 Perna de fora por cima...............................................................................105
9.2.5.14 Pressionando o braço................................................................................105
9.2.5.15 Mão no ponto mestre coração....................................................................105
9.2.5.16 Puxando o braço ao redor..........................................................................106
9.2.5.17 Pêndulo......................................................................................................106
9.2.5.18 Cabeça no ombro oposto...........................................................................106
9.2.5.19 Balanço braço e perna...............................................................................106
9.2.5.20 Joelho ao tórax...........................................................................................107
9.2.5.21 Voltar para a primeira posição....................................................................107
9.2.5.22 Oferecimento Simples................................................................................108
9.2.5.23 Empurrar e puxar – oito..............................................................................108
9.2.5.24 Vôo Livre....................................................................................................108
9.2.5.25 Balanço esterno – sacro.............................................................................109
9.2.5.26 Alongando a coluna....................................................................................109
9.2.5.27 Ondulando a coluna...................................................................................109
9.2.5.28 Quieto.........................................................................................................110
9.2.5.29 Acompanhar movimento.............................................................................110
9.2.5.30 Algas...........................................................................................................110
9.2.5.31 Quatro na parede.......................................................................................111
9.2.5.32 Sela Aberta.................................................................................................111
9.2.5.33 Tração do pescoço.....................................................................................112
9.2.5.34 Acompanhar os movimentos......................................................................112
9.2.5.35 Perna de dentro no ombro.........................................................................112
9.2.5.36 Ninar do Hara.............................................................................................112
9.2.5.37 Voltar para a parede e finalizar...................................................................113
9.2.6 Descrição dos procedimentos de mensuração e análise de dados
quantitativos...........................................................................................................113
9.2.6.1 Avaliação da Qualidade de Vida...................................................................113
9.2.6.2 Avaliação das Dores Osteomioarticulares....................................................114
9.2.6.3 Coleta de dados qualitativos........................................................................115
9.2.6.4 Análise dos dados........................................................................................115
10 RESULTADOS....................................................................................................117
10.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................117
10.2 CARACTERIZAÇÃO DA DOR..........................................................................119
10.3 APRESENTAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOR POR PARTICIPANTE...............120
10.3.1 Gestante 1....................................................................................................121
10.3.1.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 1)........................121
10.3.2 Gestante 2....................................................................................................122
10.3.2.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 2)........................122
10.3.3 Gestante 3....................................................................................................123
10.3.3.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 3)........................123
10.3.4 Gestante 4....................................................................................................124
10.3.4.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 4)........................124
10.3.5 Gestante 5....................................................................................................125
10.3.5.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 5)........................125
10.3.6 Gestante 6....................................................................................................126
10.3.6.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 6)........................126
10.3.7 Gestante 7....................................................................................................127
10.3.7.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 7)........................127
10.3.8 Gestante 8....................................................................................................128
10.3.8.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 8)........................128
10.3.9 Gestante 9....................................................................................................129
10.3.9.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 9)........................129
10.3.10 Gestante 10................................................................................................130
10.3.10.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 10)....................130
10.3.11 Gestante 11.................................................................................................131
10.3.11.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 11).....................131
10.4 EFEITO GLOBAL DO WATSU®.......................................................................132
10.4.1 Avaliação do grupo quanto à resposta da dor ao tratamento.................133
10.5 QUALIDADE DE VIDA.....................................................................................135
10.5.1 Avaliação Individual da Percepção de Qualidade de Vida por
Domínios.................................................................................................................136
10.6 SEQUÊNCIA DE WATSU® ADAPTADA PARA GESTANTES..........................142
10.6.1 Antes de começar........................................................................................142
10.6.2 Começando na parede................................................................................143
10.6.3 Dança da respiração...................................................................................144
10.6.4 Balanço da respiração................................................................................145
10.6.5 Liberando a coluna......................................................................................145
10.6.6 Oferecendo suave.......................................................................................146
10.6.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146
10.6.8 Oferecendo com duas pernas....................................................................147
10.6.9 Sanfona........................................................................................................147
10.6.10 Sanfona rotativa........................................................................................148
10.6.11 Rotação de perna de dentro.....................................................................149
10.6.12 Rotação de perna de fora.........................................................................149
10.6.13 Perna de fora por cima.............................................................................149
10.6.14 Pressionando o braço..............................................................................150
10.6.15 Mão no ponto mestre coração.................................................................150
10.6.16 Puxando o braço ao redor........................................................................150
10.6.17 Pêndulo......................................................................................................151
10.6.18 Cabeça no ombro oposto.........................................................................151
10.6.19 Balanço braço e perna..............................................................................152
10.6.20 Joelho ao tórax..........................................................................................154
10.6.21 Voltar para a primeira posição.................................................................154
10.6.22 Empurrar e puxar – oito............................................................................155
10.6.23 Vôo livre.....................................................................................................155
10.6.24 Balanço esterno – sacro...........................................................................155
10.6.25 Alongando a coluna..................................................................................156
10.6.26 Ondulando a coluna..................................................................................156
10.6.27 Quieto.........................................................................................................157
10.6.28 Algas...........................................................................................................157
10.6.29 Quatro na parede.......................................................................................158
10.6.30 Sela (aberta ou fechada)...........................................................................159
10.6.31 Perna de dentro no ombro........................................................................159
10.6.32 Ninar do Hara.............................................................................................160
10.6.33 Voltar para a parede e finalizar.................................................................160
11 DISCUSSÃO.......................................................................................................162
12 CONCLUSÃO.....................................................................................................171
13 REFERÊNCIAS...................................................................................................172
14 APÊNDICES........................................................................................................180
15 ANEXOS.............................................................................................................190
1 INTRODUÇÃO


      Toda mulher deve ter o direito de gestar, parir e ser mãe com alegria, saúde e
amor. Deve ainda, receber toda informação, segurança, cuidado e assistência
necessária, isto é receber o mínimo em troca de toda a sua doação que é gestar e
gerar a vida, dar a luz a um novo ser.
      No Brasil, muitas mulheres ainda não recebem toda a assistência obstétrica
necessária. Um grande contingente de gestantes não chega a realizar exames pré-
natais importantes e, principalmente, não recebe assistência física e psicológica para
o desenvolvimento adequado da gestação, parto e pós-parto. Esse preparo é
essencial, uma vez que a gravidez é uma fase de muitas transformações na mulher,
sendo necessária atenção especial para manter ou recuperar o bem-estar e prevenir
dificuldades futuras para si e para seu filho (ALEXANDRE, 2007).
      A experiência de gestar é muito importante na vida da mulher. Além de ser o
momento de reconhecer o seu potencial de criação, cada dia e semana de gestação
precisa ser vivido com consciência, sentindo as transformações, decodificando-as e
integrando-as dentro de si, para que quando este bebê nascer todo o processo
vivido seja compreendido e, esta mulher, esteja realmente pronta para ser mãe
(BALASKAS, 2008).
      Assim também é o parto, uma experiência muito especial. Para parir, a mulher
precisa liberar um coquetel de hormônios. O neocórtex é menos utilizado, ficando o
cérebro primitivo mais ativo. Neste processo a mãe embarca numa viagem interior,
que lhe possibilita fazer a passagem da antiga mulher para a nova mulher-mãe que
nasce junto com a criança (ODENT, 2000; RODRIGUES 1999).
      Infelizmente, o que se observa nos dias de hoje é que a maioria das mulheres
tem pouco tempo para se dedicar à gestação. Nesse contexto, muitas mulheres
deixam de realizar o parto natural e escolhem a cesariana. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o percentual recomendado de cesarianas é de 15%. Os




                                                                                   26
dados brasileiros do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) revelam
que a taxa nacional de cesarianas é de 39%. Em todos os estados das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste esse índice é superior a 40%, mesmo sendo 80% das
gestantes de baixo risco. Na maioria das maternidades privadas as taxas de
cesáreas chegam a 80, 90 e até 100% (RATTNER; GAMA, 2010).
        No Brasil a medicalização do parto está no auge e nem por isso as taxas de
mortalidade e morbidade estão diminuindo. Em oposição a este cenário, grupos e
organizações lutam e procuram realizar a Humanização do parto, sendo hoje “O guia
pratico de assistência ao parto da OMS” uma referência para esta implantação
(SILVA E DADAM, 2008; GAMA, 2010).
        Toda a gestação é uma fase de grandes transformações na mulher, no âmbito
físico, emocional e social. As transformações físicas que ocorrem na mulher grávida,
são modificações de constante adaptação que se apresentam em seu organismo,
sendo estas modificações locais em útero, vagina, ovários e tubas, mamas;
modificações gerais como aumento de peso, transformações metabólicas,
endócrinas, hemodinâmicas, transformações no aparelho digestivo, respiratório, vias
urinárias, alterações cutâneas, no sistema nervoso e osteoarticular (REZENDE,
1998;    REZENDE;     MONTENEGRO,        1999;    NEME,    2000;    CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT et al, 2000; PEIXOTO, 2004).
        As alterações orgânicas que ocorrem na mulher grávida podem trazer
sintomas incômodos e desconfortáveis que se caracterizam como náuseas e
vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores,
edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias,
instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários,
leucorréia (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;
CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005).
        Outra profunda adaptação que a grávida vivencia, ocorre no âmbito de suas
emoções. O seu psicológico, coloca a gestante em constante diálogo consigo, com




                                                                                 27
suas relações familiares e sociais, com as situações que enfrenta em seu dia-a-dia,
suas condições de moradia e suas condições financeiras, questões como a saúde
do bebê, o momento do parto, passar de ser filha para ser mãe, tudo isso lhe
desencadeia uma série de emoções (PEIXOTO 2004).
         Além disso, a mulher grávida ainda vivencia um grande tumulto emocional,
um grande processo terapêutico que envolve características regressivas da infância,
seu próprio nascimento. Se foi traumático é necessário que este conteúdo seja
trabalhado para uma gestação, parto e pós-parto saudáveis; conteúdos que
experimentou com a sua própria mãe quando criança, conflitos relacionados à sua
sexualidade e identidade sexual, tudo isso envolvido com representações mentais,
imaginação e fantasia sobre ser mãe, sobre seu bebê e a relação entre mãe e bebê,
acompanhado de crenças e intuição que influenciam a gestação, parto, sua postura
de mãe e relação com o seu bebê (VLADIMIROVA, 2006; MALDONADO, 2002)
         Quando nasce um bebê, nasce uma mãe, um pai e uma nova família. Tudo
isso traz uma necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e
intrapsíquicos e mudança de identidade. Por esse motivo, nesta fase de transição é
comum surgirem sintomas tais como insônia, perda de apetite e de peso, ou excesso
de apetite e de peso, agitação, taquicardia, estados de angústia, choro, depressão
pré e pós-parto, apatia, dores de estômago ou de cabeça, vertigens (MALDONADO,
2002).
         Um estado bastante comum nas gestantes é a ansiedade, relacionada a
temores com o parto e com o novo papel de mãe. Esse estado psicológico, quando
não estiver resolvido, pode influenciar no trabalho de parto, trazendo dificuldades
para o desenvolvimento do parto natural. Altos níveis de ansiedade podem ter
efeitos diretos na contratilidade uterina, na saúde e desenvolvimento fetal, trazendo
também efeitos indiretos que são resultados de impulsos comportamentais tais como
o aumento de consumo de cigarros, álcool ou medicamentos (MALDONADO, 2002).
         Sabendo que o estado físico e emocional influencia diretamente o




                                                                                  28
desenvolvimento gestacional, o parto e a recuperação pós-parto, a falta de
assistência nestes âmbitos pode resultar em dores durante a gestação, dores
agudas no parto, cesarianas emergenciais, depressão durante a gestação e pós-
parto, desenvolvimento de psicopatologias e prejuízos na relação mãe-bebê
(REZENDE, 1998).
      Sendo assim, a assistência, o cuidado e o preparo físico e emocional são de
suprema importância, tanto para verificar e auxiliar no desenvolvimento saudável do
feto e da gestante, como para prevenir alterações da normalidade e desequilíbrios
nestes, preparar o corpo para evitar incômodos que ocorrem na gestação, como as
dores na coluna e outras dores osteo mio articulares, edemas, cãimbras, aumento
excessivo de peso, azia, insônia, cansaço excessivo, constipação, dificuldade de
amplitude de movimento, etc (TEDESCO, 2000).
      A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de
Naturologia no ano de 2009, é um conhecimento transdisciplinar que atua em um
campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na
área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo
e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da
saúde e da qualidade de vida. Considerando este conceito, a Naturologia pode
trazer auxilio para a gestante em todas as fases da gestação, no parto, no puerpério
e até para o bebê (I FÓRUM CONCEITUAL DE NATUROLOGIA, 2009).
      Uma prática da Naturologia que reúne benefícios físicos e emocionais, cada
vez mais requisitada por gestantes é a Hidroterapia, prática que visa fins
terapêuticos pela utilização da água e reúne benefícios fisiológicos e psicológicos.
      Quando a água é utilizada em temperatura aquecida, traz um efeito relaxante
e sedativo, sensação de bem-estar, sendo muito utilizada no tratamento de doenças
mentais, alívio da dor e de espasmos musculares, manutenção ou aumento da
amplitude   de   movimento     das    articulações,   fortalecimento   dos   músculos
enfraquecidos e aumento na tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos




                                                                                       29
paralisados, melhora da circulação, encorajamento das atividades funcionais,
manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação e postura (CAMPION, 2000).
       Dentro da hidroterapia, uma técnica muito utilizada por Naturólogos, formados
em cursos à parte da Universidade, com profissionais capacitados pela W.A.B.A.(
World Aquatic Body Association), é o Watsu®, que utiliza-se da flutuação e aplicação
de movimentos e alongamentos do zen shiatsu. Essa técnica reúne todos os
benefícios da hidroterapia. É uma terapia aquática muito profunda, realizada em
piscina aquecida a aproximadamente 35ºC, desenvolvida por Harold Dull, e tem
como características o relaxamento profundo, o alongamento, o prazer da flutuação,
traz a nutrição no despertar da memória de ser carregado e embalado, muito
utilizado   por   profissionais   para   trazer   benefícios   físicos/fisiológicos   e
psíquicos/emocionais (DULL, 2001).
       A prática de hidroterapia em gestantes tem os seus benefícios comprovados.
Traz bem-estar, leveza dos movimentos, sensação do alívio do peso, melhora o
condicionamento cardiovascular, prepara a musculatura para o parto, traz
consciência para a importância da respiração, reequilibra as compensações
posturais surgidas, traz relaxamento, melhora de dores, diminuição de edemas, e
equilíbrio (FREITAS JÚNIOR, 2005).
       Para Rezende (1998), a prática de hidroterapia em gestantes tem como
objetivos estabelecer um elo de prazer, bem-estar e afeto, fortalecer o corpo, alongar
e tonificar os músculos, mobilizar as articulações, compensar a postura da gestante,
trazer leveza corporal, através de alguns movimentos. A turbulência da água
massageia o corpo inteiro, o que alivia as dores na coluna e nas articulações.
       De acordo com Gil, Ribeiro e Quinoneiro (2007), a hidroterapia na gestação
tem como objetivo tratar mulheres grávidas em um ambiente aquecido e prazeroso,
estimulando o vínculo materno-fetal, diminuindo tensões físicas e emocionais,
intercorrências médicas, visando a prevenção de patologias, a melhora da qualidade
de vida da futura mãe e de seu bebê.




                                                                                      30
O estudo de revisão bibliográfica realizado por Guimarães e Pelloso (2009),
descreve a importância da hidroterapia na prevenção e no tratamento da lombalgia,
e também fala sobre o seu efeito na melhora da qualidade de vida de mulheres
grávidas.
      Um estudo feito com 41 gestantes, sendo 22 praticantes de hidroterapia
(grupo de estudo) e 19 não praticantes (grupo controle), que objetivou avaliar os
efeitos maternos da hidroterapia na gestação, obteve resultados que mostram que a
hidroterapia favorece a adaptação metabólica e cardiovascular materna durante a
gestação, não determinando resultados perinatais de prematuridade e baixo peso
em recém nascidos (PREVEDEL et al., 2003).
      O estudo realizado por Dal'Pozzo; Adamchuk e Tecchio (2007), visando
avaliar os benefícios da pratica de Watsu® durante a gestação        e as possíveis
mudanças no bem-estar de gestantes, obteve como resultados uma melhora em
todos os parâmetros avaliados, sendo eles incidência de dor na coluna vertebral,
falta de ar ou cansaço ao respirar, prisão de ventre, sensação de peso e cansaço,
edema de mãos e pés, formigamento e cãimbras, estados de depressão, angustia e
insegurança quanto a gravidez. Constatou que o alívio das dores na coluna tinha
duração de horas, dias, chegando ao alívio completo para alguns dos casos.
      Sabendo da importância da assistência física e psíquica no período
gestacional, identifica-se a necessidade de empregar práticas que reúnam
benefícios em todos estes âmbitos para as gestantes, sendo a técnica do Watsu®
bastante apropriada pela sua abrangência e profundidade nestes aspectos.
      Sendo assim, o presente estudo propôs benefícios às gestantes, sejam nos
níveis físico, emocional e social, proporcionando-lhes bem-estar e qualidade de vida,
alívio de dores e desconfortos, adaptação e aceitação das transformações físicas,
emocionais e sociais da gestação. O Watsu® pode ainda melhorar o vínculo
materno-fetal, existindo a possibilidade de aumentar as chances de um parto natural
e menos doloroso.




                                                                                  31
2 OBJETIVOS




2.1 OBJETIVOS GERAIS




      Promover o alívio de dores osteomioarticulares de origem gestacional e
melhoras na qualidade de vida das gestantes através da aplicação da técnica de
hidroterapia Watsu®.



2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS



      Avaliar os efeitos da hidroterapia, utilizando a técnica de Watsu®, na
qualidade de vida das gestantes através do questionário de Qualidade de Vida –
WHOQOL-bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da
Organização Mundial de Saúde, aplicado na primeira e última sessão, e no alívio de
dores osteomioarticulares através da percepção da dor, utilizando a Escala Visual
Analógica da Dor antes e após cada atendimento.




                                                                               32
3 NATUROLOGIA


3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA


      A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de
Naturologia (2009), é um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo
igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da
saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o
meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e
da qualidade de vida.
      A Naturologia aborda o ser humano de forma integral, considerando seus
aspectos bio-psiquico-social-sutil e ecológico, e busca para este, promover, manter e
recuperar a saúde, utilizando-se de condutas terapêuticas baseadas em métodos
milenares como a Medicina Tradicional Chinesa, a Indiana, a Xamânica e a
Antroposofia,       tendo   como    base,   princípios   sutis,    de   interagência    e    a
transdisciplinariedade, utilizando-se de técnicas naturais, como a massoterapia,
reflexologia    e    auriculoterapia,   aromaterapia,    fitoterapia,   essências      florais,
cromoterapia e cromopuntura, musicoterapia, geoterapia, arte integrativa, dietas
naturais,   Yoga,      meditação,    hidroterapia   e    etc      (HELLMANN;    WEDEKIN;
DELLAGIUSTINA, 2008).
      O Naturólogo busca uma relação de interagência com aquele que atende,
sendo o atendido o interagente, palavra que nos remete para aquele que interage,
que participa ativamente de seu próprio tratamento, diferente da passividade que
nos remete a palavra paciente e da conotação comercial da palavra cliente; assim
através desta relação de interagência o interagente passa a ser o agente
transformador de si mesmo (HELLMANN; MARTINS, 2007).
      Para se buscar a assistência de um naturólogo não se faz necessária uma
queixa específica, o papel do naturólogo em sua relação de interagência é o de




                                                                                            33
promover saúde, o que está diretamente envolvido com melhora na Qualidade de
Vida e que traz como consequências a prevenção e a manutenção da saúde
(HELLMANN; MARTINS, 2007).
      De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1946, pg.1), a
saúde tem seu conceito definido como ´´Um estado total de bem-estar físico, mental
e social não simplesmente a ausência de doença``, e enfatiza a valorização
subjetiva que abrange dimensões de contexto cultural, social e ambiental, onde seis
domínios estão presentes: o físico, psicológico, nível de interdependência,
relacionamento social, ambiente, comportamentos pessoais, os quais por sua vez
descrevem aspectos da qualidade de Vida (WHO, 1998).
      E assim vem a Naturologia, compreender o individuo como ser cósmico,
deixando de ver o ser unicamente em sua esfera físico-mental, mas sim agregando a
esfera social e cósmica, com uma visão que leva ao indivíduo a noção de
interconexão com os outros e com o meio, noção de responsabilidade e autonomia.
Sendo assim, o individuo que é atendido pela Naturologia é percebido através de
uma postura que o entende e o permite entender-se como único e indivisível,
garantindo-lhe a integralidade (DELLAGIUSTINA; HELLMANN, 2008).




   3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES


      A Naturologia, que é uma área inovadora e nova, respectivamente, levando
em consideração a sua proposta e o seu tempo de existência que é de
aproximadamente 10 anos, necessita ainda explorar a sua atuação no atendimento
da mulher grávida, pois a Naturologia pode trazer auxílio para a gestante em todas
as fases da gestação, no parto, no puerpério e até para o seu bebê, trabalhando
com a gestante de forma integral, cuidando dos aspectos bio-psíquico-social-sutil e
ecológico.




                                                                                34
Seguem alguns trabalhos já desenvolvidos por Naturólogos no atendimento à
gestação e temas relacionados, abordando a importância, benefícios e eficácia do
Naturólogo com sua proposta e ferramentas terapêuticas na gestação, pós-parto,
bebês e infância.
      Com o foco na gestação, o trabalho desenvolvido por Manhani e Pereira
(2006) sugere uma abordagem pré-natal, uma proposta de acompanhamento
terapêutico de gestantes pela Naturologia; o trabalho realizado por Amano (2006) é
de uma revisão bibliográfica do Yoga em gestantes, suas indicações e contra
indicações; o estudo de Cava e Coelho (2008), objetivou avaliar o efeito da
colorpuntura sobre os enjôos até o quinto mês gestacional, obtendo resultados
satisfatórios ao propósito da pesquisa.
      Na recuperação e adaptação emocional pós-parto temos um trabalho que
verifica o efeito do manilúvio e pedilúvio com a combinação de floral Rescue
Remedy para a ansiedade de mães com filhos hospitalizados na UTI neonatal,
realizado por Ortega e Nunes (2008), onde verificou-se a diminuição da ansiedade
em 9,4%, mostrando que técnicas simples e de baixo custo podem trazer uma
melhora significativa na qualidade de vida. Com bebês e crianças, encontramos um
trabalho sobre a Shantala, estudo feito sobre a importância desta massagem para
bebes de mães adolescentes institucionalizadas, das autoras Rosa e Silva (2008),
que obteve como resultado uma maior interação das mães com seus bebês,
mostrando mudanças positivas nos bebês, nos efeitos fisiológicos e psicológicos.
Também foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a Fitoterapia na Pediatria por
Parlangelo (2007), onde observou-se que a fitoterapia pode ser utilizada por
crianças de forma segura e eficaz, desde que sejam respeitadas as dosagens,
indicações e formas de administração sugerida pela literatura científica;    e um
trabalho de Ywasaki, Horiuchi e Cervoni (2008), avaliando a qualidade de vida
através das técnicas da Naturologia na oncopediatria, chegando a conclusão que
além do relaxamento, houve melhora na imunidade, humor, ânimo, auto-estima e




                                                                                35
diminuição da sintomatologia da quimioterapia e do cansaço. Uma revisão
bibliográfica sobre a perspectiva do Naturólogo na intervenção preventiva da
obesidade infantil realizado por Maldonado e Oliva (2007), concluíram que a grande
soma de causas que compreendem a obesidade infantil, envolve o modo de viver
da sociedade, estilo de vida e hábitos alimentares, e que para ser conquistada uma
alimentação saudável, é necessário a divulgação de informações sobre alimentação
saúde, e diminuição desta doença na fase adulta. E outro trabalho sobre os efeitos
da Arte Integrativa através da dança circular e dos desenhos livres em crianças com
sintomas de hiperatividade por Chang, Salazar, Tavares e Leirner (2006), onde foi
observado uma sutil melhora em todos os resultados colhidos, onde puderam notar
que duas crianças não apresentaram mais o quadro de sintomas de hiperatividade e
impulsividade. Estes são alguns de muitos outros trabalhos que ainda virão para
trazer a compreensão do potencial da Naturologia.
      De acordo com Hellmann e Martins (2007), a Naturologia busca uma relação
de interagência com aquele que atende, propondo que o interagente trabalhe sobre
a sua transformação, participando ativamente do seu próprio tratamento, lhe dando
meios e recursos para que ele próprio melhore a sua saúde e qualidade de vida.
      Assim a Naturologia no atendimento as gestantes pode auxiliar no
empoderamento da mulher, algo muito importante e que vem diminuindo nos dias de
hoje e que, pode ser visto pelo aumento do número de cesarianas, onde a mulher
tem seu filho de forma passiva e não participativa (RATTNER; GAMA, 2010).
      A Naturologia vem para levar a esta mulher a autonomia dentro de suas
necessidades e escolhas, possibilitando que a gestante seja ativa durante toda a sua
gestação e seu parto; aquele que pode viver o seu processo inteiramente poderá
com mais facilidade compreendê-lo, assimilá-lo e integrá-lo em si, e assim é para a
mulher que está se tornando mãe, compreender, assimilar, aceitar e integrar a
gestação em si, pode ajudar esta mulher em muitos aspectos durante a sua
gestação, seu parto, sua recuperação pós-parto, vínculo e cuidados com seu filho




                                                                                 36
(BALASKAS, 2008).


3.2 A qualidade de vida durante a gestação


      Considerando que Qualidade de Vida é um termo multidimensional, que
envolve fatores objetivos como também subjetivos, e que devem ser considerados o
bem-estar físico tanto como o psicológico, entende-se que a assistência integral no
período gestacional necessita englobar também os aspectos relativos à qualidade de
vida e não se atentar apenas ao parâmetros físicos do cuidar. Entendendo o período
gestacional como período normal e não patológico, possibilitará que este seja
abordado de forma multidimensional e não fragmentada (CASARIN; BARBOZA;
SIQUEIRA, 2010).
      Foi realizada   por Casarin; Barboza e Siqueira (2010) uma revisão de
literatura sobre o tema da qualidade de vida na gestação, onde as autoras
analisaram toda a produção cientifica existente, nacional e internacional, das
diversas áreas da saúde, publicadas no período de 2003 a 2008, referente a este
tema. Foram selecionados 21 trabalhos onde percebeu-se que as publicações se
preocupavam com a qualidade de vida materna, do concepto na vida intra uterina,
na infância e vida adulta. Assim os trabalhos foram agrupados em quatro temas,
sendo para nós os temas mais relevantes: Tema 1: Relação entre qualidade de vida,
dor e alterações fisiológicas na gravidez; Tema 4: Assuntos diversos relacionados a
qualidade de vida na gestante.
      No Tema 1: Relação entre qualidade de vida, dor e alterações fisiológicas na
gravidez, dentre os autores e trabalhos estudados foi identificado o quanto as
alterações fisiológicas que trazem sintomas incômodos podem influenciar na
qualidade de vida das gestantes, dentro destes sintomas citados por nós no Capítulo
4.3, se destacam a incontinência urinária, náuseas e vômitos, dores como dor
lombar, sialorréia (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010).




                                                                                37
No Tema 4: Assuntos diversos relacionados a qualidade de vida na gestante,
dentre os assuntos abordados o mais relevante para nós é o que fala sobre a
importância da identificação precoce das alterações emocionais, tais como sintomas
depressivos e transtornos mentais, e a necessidade de oferecer um adequado apoio
psicológico, sabendo que estas alterações podem interferir na saúde e qualidade de
vida da gestante e do recém nascido (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010).




                                                                               38
4 GESTAÇÃO


4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO
PARTO


      Vemos que existe um grande interesse em promover a saúde materna e
infantil, cuidados pré-natais e neonatais, e acabam sendo esquecidos os interesses
das mães e suas necessidades. Os problemas físicos das gestantes são tão
significativos quanto os problemas sociais e psicológicos, e o apoio nestes diversos
níveis deve fazer parte de toda a assistência a gestantes (ENKIN; KEIRSE;
NEILSON, 2005).
      Os profissionais que dão assistência para gestantes e parturientes tem
diferentes opiniões e posturas práticas dentro dos cuidados e procedimentos que
realizam. Existem os que priorizam a experiência pessoal de parto de cada mulher, e
escolhem deixar de realizar alguns procedimentos para que esta mulher possa
desfrutar de seu momento sem grandes interferências; outros visam minimizar a
morbidade e mortalidade perinatais mesmo que isto signifique risco ou desconforto
materno; e outros visam mais a eficiência e economia, se preocupam mais com os
custos de atendimento e recursos disponíveis (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005).
      Sabendo que todos estes objetivos são importantes, é possível compreender
o motivo pelo qual a assistência durante a gestação e o parto tem diferentes
recomendações, e estas variações na prática também trazem aspectos como
costumes culturais do local que realiza o serviço de assistência, as diferenças nas
populações atendidas, e as necessidades e circunstâncias da gestante ou
parturiente e seu bebê (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005).
      Assim aquele que dá assistência deve levar em consideração o atendimento
às pacientes individuais, reconhecendo seus costumes culturais ou familiares, suas
necessidades e circunstâncias nas quais se encontra (ENKIN; KEIRSE; NEILSON,




                                                                                 39
2005).


         Em muitos países desenvolvidos, a assistência e apoio a gestante, parturiente
e puerpéria existe e este serviço realizado é conhecido como Doula ''acompanhante
de parto'', e Doula pós-parto ''auxiliares de maternidade''; as Doulas são mulheres
que proporcionam informação, suporte, conforto físico e apoio emocional durante a
gravidez, o parto e o pós-parto. Vemos no Brasil a implantação destes serviços
gradualmente, também vinculado a serviços públicos de saúde, começando a
possibilitar mais apoio e cuidado na gestação, parto e pós-parto (Gama, 2010).




4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO
MATERNO


         Uma gravidez sem complicações é considerada um estado de saúde e não de
doença, toda gravidez é acompanhada de muitas transformações no organismo
materno, que se caracterizam como adaptações neste período da vida da mulher.
Tais transformações se iniciam no momento da fecundação, quando elementos do
organismo paterno se encontram com os elementos do organismo materno e assim
evoluem em simbiose e adaptação mútua. Isto envolve a formação do ovo e todas
as suas multiplicações celulares, bem como a adaptações fisiológicas locais
(genitais) e gerais (sistêmicas) subsequentes (ENKIN; KEIRSE, NEILSON, 2005;
PEIXOTO, 2004).




                                                                                   40
4.2.1 As modificações locais do organismo materno


4.2.1.1 Útero


        As modificações locais começam a ocorrer no útero onde o endométrio inicia
modificações morfológicas que favorecem a nidação do ovo. Para garantir espaço
para o feto ocorre hipertrofia das fibras uterinas, alterações em sua atividade
contrátil, sua forma, tamanho e posição, aumento de sua vascularização e seu
volume. À medida que a gravidez se desenvolve as modificações que se operam no
útero vão condicionando a adaptação continua dos órgãos abdominais (REZENDE,
1998;    REZENDE;     MONTENEGRO,        1999;   NEME,    2000;   CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.1.2 Colo


        O colo apresenta aumento da vascularização que lhe desencadeia uma
coloração arroxeada, sua consistência é amolecida devido a embebição da gravidez,
suas glândulas secretam muco espesso que preencherá o canal cervical, recebendo
o nome de tampão mucoso, este tem a função de proteger o ambiente ovular
(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT; et al, 2000).


4.2.1.3 Vagina


        Assim como as modificações locais vão ocorrendo no útero, ocorrem também
alterações na vagina, desencadeadas por fatores hormonais e vasculares, são
alterações em sua coloração que de tonalidade habitualmente rósea se torna mais
arroxeada, alterações no pH vaginal que muitas vezes pode predispor a candidíase




                                                                               41
vaginal (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;
CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).
      Há um aumento da vascularização da pele e nos músculos do períneo e da
vulva, secreções vaginais aumentam, as paredes vaginais se alteram muito no
preparo para a distensão que ocorrerá durante o trabalho de parto, apresentam
aumento da espessura da mucosa, afrouxamento do tecido conjuntivo e hipertrofia
das células musculares lisas, estas alterações causam um aumento do tamanho e
comprimento das paredes vaginais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,
1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000).


4.2.1.4 Ovários e tubas


      As modificações locais que ocorrem em ovários e tubas decorrentes do
desenvolvimento uterino modificam as suas localizações elevando-se para áreas
superiores da pelve. Ocorre nas tubas alterações musculares e conjuntivas,
vasculares que trazem mudanças em sua tonalidade original. Os ovários aumentam
de tamanho devido ao aumento da vascularização e retenção hídrica, eventualmente
ocorrem modificações em sua tonalidade (REZENDE, 1998; NEME, 2000;
CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.1.5 Articulações


      Outras modificações locais extragenitais também ocorrem, como as
articulações em geral e principalmente as articulações sacroilíacas e pública que se
tornam embebidas e sofrem efeito de hormônios circulantes como a relaxina,
promovendo relaxamento da cintura pélvica, importante alteração que traz um
preparo à bacia para o momento do trabalho de parto no auxilio à saída do bebê
(PEIXOTO, 2004).




                                                                                 42
4.2.2 As modificações gerais do organismo materno


      Dentro de muitas transformações que ocorrem na gravidez existem algumas
modificações gerais, em todo seu organismo, que não são regras impostas para
todas as mulheres mas que para algumas podem surgir e trazer alguns sintomas
desagradáveis, estes podem causar desconforto significativo, por isso é muito
importante a prevenção ou o alívio destes sintomas (NEME, 2000; CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004; ENKIN, et al, 2005).


4.2.2.1 Peso


      Estas modificações são aumento de peso em função de adaptações do
organismo da gestante que pode trazer um aumento de aproximadamente 5% do
peso inicial materno, sendo deste percentual uma grande parte de responsabilidade
da retenção hídrica, o feto e anexos ovulares podem trazer um aumento relativo de
6kg, ao total uma gestante tem seu peso aumentado em uma média de 5,9 a
15,8Kg, sendo que o mínimo de água que uma mulher grávida deve reter durante a
gestação é aproximadamente 7 litros, pois 3,5 litros correspondem ao aumento do
volume sanguíneo, mamas e útero, e os outros 3,5 litros pertencem ao feto, placenta
e líquido amniótico (PEIXOTO, 2004).


4.2.2.2 Sistema Endócrino


4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina


      A progesterona, o estrogênio e a relaxina são hormônios importantes na
gestação e exercem algumas ações no organismo materno, a progesterona age na




                                                                                43
redução do tônus do músculo liso, a digestão se torna mais lenta e pode ser
acompanhada de náusea, e ocorrer diminuição de atividade peristáltica; o estrogênio
tem seu efeito no aumento do útero e dos ductos mamários, também previne a perda
óssea auxiliando o metabolismo do cálcio materno; a relaxina age nos músculos e
articulações, trazendo maior flexibilidade e extensibilidade, visando a ampliação do
canal de parto (CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.3 Sistema Circulatório


      Modificações hemodinâmicas importantes ocorrem como o aumento do
volume sanguíneo materno, no primeiro trimestre de gestação aumenta de forma
progressiva, no segundo trimestre mais rapidamente e no terceiro trimestre mais
lentamente, próximo ao fim gestacional chega a ser um aumento de em média 50%
do volume sanguíneo, este aumento faz a compensação do sangue armazenado no
útero, da perda sanguínea do parto e evita a síndrome da compressão da veia cava
(hipotensão supina) (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME,
2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.4 Volume sanguíneo


      Com o aumento do volume sanguíneo é gerado maior trabalho cardíaco (o
coração tem um acréscimo no peso de até 15g) e assim se eleva o volume minuto
(volume de sangue que retorna ao coração por minuto), pelo aumento da frequência
cardíaca e aumento da força motriz (ação dos estrogênios sobre a fibra cardíaca). O
volume minuto se mantém elevado até o fim da gestação e junto com aumento do
volume sanguíneo permite uma maior irrigação sanguínea do útero sem prejuízo aos
outros órgãos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;
CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).




                                                                                 44
4.2.2.5 Pressão Arterial


      No primeiro e segundo trimestres da gestação observa-se queda dos níveis
pressóricos, com tendência de retorno aos valores pré-gestacionais ao final do
terceiro trimestre. Além disso, a gestante tem maior suscetibilidade à hipotensão
supina, por compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico (REZENDE, 1998;
REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD;
GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.6 Sistema Respiratório


      Com o aumento do volume uterino há menor mobiliade diafragmática que
somada ao edema da mucosa do trato respiratório, devido a embebição gravídica,
dificulta o trajeto do ar corrente. Também ocorre um aumento da frequência
respiratória por estímulo da progesterona no centro respiratório. Estas alterações
explicam a frequente queixa de dispnéia da gestante (REZENDE, 1998; REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al,
2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.7 Sistema urogenital


      Durante a gestação, o fluxo plasmático renal cresce e o filtrado glomerular
aumenta. Pode ocorrer estase urinária e diminuição de tônus em vias excretoras,
trazendo aumento de calibre dos ureteres. Ocorre mudança de posição da bexiga,
que é pressionada pelo útero, trazendo vontade frequente de urinar e devido a
frouxidão muscular, em especial do assoalho pélvico, na gestação pode ocorrer
incontinência urinária. Exercícios como os de Kegel podem ajudar muito no




                                                                               45
fortalecimento da musculatura que envolve o assoalho pélvico (REZENDE, 1998;
REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD;
GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.8 Sistema Nervoso


      No sistema nervoso ocorrem muitas adaptações que envolvem modificações
psíquicas e do sistema nervoso vegetativo. Existem evidências de que as atividades
controladas pelo sistema nervoso central, como os processos cognitivos e
emocionais, podem ser alterados durante a gravidez e que, 12% de gestantes
apresentam distúrbios comportamentais ou do humor. É bem evidenciada a
sensação de insegurança, alterações emocionais, tendência à insônia, ansiedade e
funções cognitivas ligeiramente prejudicadas, sendo que o tempo de resposta que
envolve movimentos rápidos e de equilíbrio pode ser afetados e isto pode trazer
implicações quanto a segurança da gestante. A retenção de água, para muitas
gestantes causa pressão nos nervos, o nervo mediano que supre a mão é
comumente comprimido, levando ao problema conhecido como síndrome do túnel
do carpo. Exercícios na água podem ser importantes na prevenção e tratamento
desta lesão (REZENDE, 1998; PEIXOTO, 2004).


4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético


      As alterações que envolvem o sistema musculoesquelético são mudanças no
centro de gravidade da gestante que a fazem buscar compensação pela adaptação
de sua postura. Devido à protusão do abdome surge uma lordose lombar exagerada
e ocorrem também mudanças em seu caminhar, seus pés ficam voltados para fora e
começa a ter uma marcha gingada. Para compensar estas mudanças a gestante
aumenta a flexão anterior da coluna cervical, o que a faz andar mais curvada e com




                                                                               46
abdução dos ombros. O peso das mamas também acentua esta curvatura. A
exacerbação desta postura pode trazer parestesia nas mãos, com consequente
aumento da fraqueza motora, o que pode resultar em perda de habilidade para
realizar trabalhos manuais finos. Alguns esportes que exigem o uso das mãos com
agilidade, força e equilíbrio podem provocar na gestantes mais lesões, isso deixa de
ocorrer nos casos de exercícios realizados em água (REZENDE, 1998; REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al,
2000; PEIXOTO, 2004).


4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO


        Após estudar as mais variadas alterações que ocorrem no organismo materno
que busca se adaptar a esta nova fase, é importante levar a atenção para algumas
consequências destas alterações que muitas vezes trazem bastante incômodo e
desconforto para a gestante. Estes sintomas se caracterizam como         náuseas e
vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores,
edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias,
instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários,
leucorréia. Alguns destes sintomas já foram citados no capítulo anterior, trazendo
complementação aos conteúdos que neste capítulo são abordados (REZENDE,
1998;    REZENDE;     MONTENEGRO,        1999;    NEME,    2000;    CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005).


4.3.1 Náuseas e Vômitos


        As náuseas e vômitos são muito frequentes na gestação chegando até a
simbolizar gravidez. Aparecem com mais intensidade pela manhã, principalmente
nas primeiras 12 semanas de gestação. A partir do segundo trimestre de gestação,




                                                                                 47
95% dos casos tem cura espontânea, porém 5% podem evoluir a Hiperêmese
gravídica. Existem muitos fatores etiológicos que explicam estes sintomas,
relacionados com alterações hormonais, alterações do sistema gastrointestinal,
refluxo gastresofagiano, excitações sensoriais especialmente olfativas (cheiro de
perfumes, cigarro, fritura e etc.), questões psicológicas, estômago vazio etc
(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).


4.3.2 Pirose


      A pirose é um sintoma mais comum ao fim da gravidez, em suas últimas
semanas, é consequente de algumas modificações no sistema gástrico, ao refluxo
do conteúdo estomacal para o esôfago e a pressão do útero sobre o estômago , a
pirose pode por vezes se acentuar em determinadas posições como decúbito,
podendo trazer até insônia para a gestante, neste caso dormir com a cabeceira da
cama levantada, ficar semi-sentada é recomendado, assim como refeições
frequentes em pequena quantidade (6 vezes ao dia) (REZENDE, 1998; REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al,
2000 ).


4.3.3 Ptialismo ou sialorréia


      O ptialismo ou sialorréia, que é a salivação excessiva, é um sintoma muito
incômodo para a gestante mesmo quando se apresenta de forma leve. Surge em
geral no inicio da gravidez e pode estar associado as náuseas. Esta saliva na
maioria das vezes é rejeitada pela gestante, talvez por motivos psicológicos ou
bioquímicos, pode provocar desidratação por isso é importante prevení-la com a
ingestão abundante de líquidos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,




                                                                              48
1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).


4.3.4 Obstipação


      A obstipação é frequente no decorrer da gravidez, decorrente da diminuição
da motilidade intestinal por ação hormonal, pressão do útero no intestino que pode
causar seu descolamento, também existem influências psíquicas. Para que não se
agrave e traga maiores consequências, cuidados dietéticos como a ingestão de
alimentos variados, líquidos, prática de exercícios físicos são bastantes relevantes
(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).




4.3.5 Tonturas e Vertigens


      É comum que a mulher grávida apresente sintomas como tonturas e
vertigens, por possuir maior labilidade neurovegetativa, hipotensão, hipoglicemia e
anemia, que podem predispor a estes sintomas (REZENDE, 1998; REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000 ).


4.3.6 Fadiga


      No último trimestre gestacional a gestante pode apresentar fadiga,
consequentes das alterações posturais e aumento do peso, sendo recomendados
períodos frequentes de repouso (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,
1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).




                                                                                 49
4.3.7 Palpitações


         As palpitações na maioria das vezes não significam problemas, mas a
investigação clínica cuidadosa é importante, sabendo que palpitações podem ter
relação com cardiopatias ou hipertireoidismo. Este sintoma muitas vezes está
relacionado com as emoções da gestante, assim o uso de tranquilizantes e a própria
palavra do médico tem sido suficiente para removê-los (REZENDE, 1998; NEME,
2000).


4.3.8 Síndrome Dolorosa


         Decorrentes das grandes adaptações nos sistemas orgânicos das gestantes
surgem para algumas as dores que geralmente se encontram em região abdominal
baixa, em coluna, onde são mais comum na região lombar, dorsal e sacroilíaca,
podendo abranger a virilha e as pernas; estão relacionadas com alterações
hormonais, musculares, articulares e posturais. No capítulo a seguir estaremos
abordando com maior profundidade as dores e suas relações etiológicas
(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON,
2005).


4.3.9 Edema


         O edema encontrado frequentemente nos membros inferiores das gestantes,
em 30 a 40% das grávidas nos pés e tornozelos e em 5% de forma distribuída no
organismo, na maioria das vezes não tem origem patológica e está associada a
alterações da gestação como maior pressão hidrostática intracapilar, queda da
pressão oncótica, aumento da permeabilidade capilar e retenção de sódio




                                                                               50
(REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al,
2000; PEIXOTO, 2004).


4.3.10 Varizes


      As varizes são mais comuns em multíparas (mães que tem mais de um filho)
e são decorrentes da fraqueza das paredes musculares das veias, aumento da
pressão venosa nos membros inferiores, inatividade e mau tônus muscular. Podem
ser assintomáticas, mas em membros inferiores costumam ser acompanhadas de
dor, edema, ulceração e podem ter graves complicações. Medidas que podem
auxiliar muito são as de suspender as pernas acima do nível do corpo sempre que
se sentar ou deitar e utilizar meias elásticas de algodão, colocando-as com as
pernas elevadas após o esvaziamento das veias por alguns minutos (REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).


4.3.11 Hemorróidas


      As hemorróidas tendem a se agravar durante a gravidez por conta da
constipação e no pós-parto devido aos esforços para a saída do bebê, alguns
supositórios e pomadas podem ajudar (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME,
2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).


4.3.12 Sonolência e Insônia


      A sonolência é bastante comum na gestação e não precisa ser combatida, se
torna complicada para gestantes que não tem possibilidade de sono diurno. Já a
insônia é mais comum em gestantes ansiosas ou neuróticas, que estão envolvidas
com temores, preocupações, trabalhos excessivos etc (REZENDE, 1998).




                                                                             51
4.3.13 Cãimbras


      As cãimbras musculares dolorosas se apresentam em 14 a 50% das
gestantes, apresentam maior incidência nos últimos meses de gestação, nos
músculos da panturrilha,     mais assiduamente quando a grávida está deitada,
ocorrendo muitas vezes enquanto está dormindo, o que a faz acordar subitamente.
Baixos níveis de cálcio e fadiga das extremidades são causas importantes, o
repouso, ingestão de cálcio e uso de compressas quentes locais são recomendados
(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000).


4.3.14 Cefaleias


      A dor de cabeça é uma queixa somática muito comum em mulheres e em
grávidas ainda mais, podem estar relacionadas com tensão ou contração muscular,
com fatores psicológicos e ter também outras origens como pressão intracraniana
elevada,   inflamação,   alimentos   e   medicamentos,   trauma,   hipertensão   etc
(REZENDE, 1998; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).


4.3.15 Síndrome do túnel do carpo


      A síndrome do túnel carpiano aparece em cerca de 2,5% das gestantes, seus
sintomas em geral mais comuns são parestesia e dor noturna, nela ocorre a
compressão do nervo mediano que traz um comprometimento da função nervosa de
sensibilidade e motora da mão (REZENDE, 1998)


4.3.16 Sintomas Urinários

      No inicio e no final da gestação a frequência e a urgência de urinar são




                                                                                 52
habituais, no primeiro trimestre decorrente da pressão exercida pelo útero, na
determinada posição em que se encontra, sobre a bexiga e nas duas últimas
semanas de gestação pelo peso fetal sobre o sistema urinário (REZENDE;
MONTENEGRO, 1999).


4.3.17 Leucorréia


        Durante a gestação é comum o aumento do corrimento vaginal, este se
caracteriza como branco, leitoso e em condições normais não produz irritação, mas
devido a mudança do PH vaginal em gestantes é muito frequente a inflamação,
também pode ser consequência de uma infecção causada por Trichomonas vaginalis
ou Candida albicans, e estas requerem seus devidos tratamentos (REZENDE;
MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).


4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL


        Para algumas gestantes dores osteo-músculo-articulares podem surgir. Estas
dores constituem as maiores queixas da gestação e podem se intensificar no último
trimestre gestacional. São decorrentes das grandes adaptações dos sistemas
orgânicos, estão relacionadas com ganho de peso, mudanças do centro de
gravidade, alterações hormonais, musculares, articulares e posturais (REZENDE,
1998;    REZENDE;     MONTENEGRO,        1999;   NEME,    2000;   CUNNINGHAM;
MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON,
2005; STILLERMAN, 2010).


4.4.1 As dores em região abdominal baixa


        As dores que se apresentam na região abdominal baixa, descritas como uma




                                                                               53
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Aline Tarraga e Jéssica Sogumo

  • 1. UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ALINE TARRAGA DE ALMEIDA JÉSSICA MORAES SOGUMO OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO São Paulo 2010
  • 2. ALINE TARRAGA DE ALMEIDA JÉSSICA MORAES SOGUMO OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do curso de Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta Co orientadora: Profa. Dra. Karen Cristine Abrão São Paulo 2010
  • 3. A444 Almeida, Aline Tarraga de Os efeitos da hidroterapia no alívio de dores Osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação / Aline Tarraga de Almeida, Jéssica Moraes Sogumo. – 2010. 210f.: il.; 30cm. Orientadora: Antonio Maria Cardozo Acosta. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Naturolgia) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2010. Bibliografia: f.193. 1. Naturologia. 2. Hidroterapia. 3. Gestação. 4. Qualidade de vida. 5. Dor. I. Título. CDD 615.535
  • 4. ALINE TARRAGA DE ALMEIDA JÉSSICA MORAES SOGUMO OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do curso de Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi Aprovado em: __________________________________ Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta Universidade Metodista de São Paulo ___________________________________ Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo Universidade Anhembi Morumbi ____________________________________ Caroline Laghetto de Moura Rosa Universidade Anhembi Morumbi
  • 5. Dedicamos este trabalho a todas as mulheres, ao potencial de gestação, de dar à luz novas vidas, à força, beleza e mistério que cada uma de nós guardamos.
  • 6. AGRADECIMENTOS Por Aline: Imensamente à vida, pela oportunidade de aprender, crescer e ser sempre surpreendida por sua beleza, profundidade, mistérios e sabedorias. Por ser na escolha de sempre ser o melhor de mim, me dedicar, caminhar na vida com o coração, com presença, força, vontade e fé. À Tradição Tubakwaassu, à Ramy Arany e Ramy Shanayta, por toda a sabedoria que ensinam, onde sou aprendendo a viver com simplicidade, amor e alegria, com o que é verdadeiro, preenchendo a vida de essência; agradeço também pelo despertar da consciência gestadora e do talento de trabalhar com mulheres gravidas, assim pude gestar e parir este trabalho na fluência. Aos meus queridos pais, Jéssica Lembo Tarraga e Raul de Almeida Neto, com todo meu amor, por serem quem são, pela força, confiança, carinho, amor incondicional, nutrição, colo, presença, auxilio, direcionamento, que sempre me estenderam, e me possibilitaram estar onde estou, ser quem eu sou, agradeço pela paciência e compreensão nos momentos de minha ausência para a realização do trabalho. À minha querida ainda pequena porém grandíssima alma, minha linda irmã, Nicole Tarraga, que sempre me ensinou com a sua simplicidade de ser criança e me ensina a cada dia a amar mais, por sempre me inspirar e me dar a oportunidade de ser a sua ´´irmãe``, agradeço por respeitar o tempo e espaço que precisei em função deste trabalho, enquanto você queria minha atenção. Ao meu querido amor, Carlos Alberto Devecchi, por todo o caminho que construímos juntos, aprendendo um com o outro sobre o verdadeiro amor, a ser paciente, a confiar e me entregar, a sonhar, a me apaixonar; descubro com você a cada dia o significado de ser sua verdadeira companheira. À minha super amiga Jéssica Moraes Sogumo, presente parceira na realização deste trabalho, trabalhando juntas fomos mais longe e aprendemos muito mais, por todos os momentos que compartilhamos na realização deste trabalho agradeço, pela sua força de mesmo com tantas responsabilidades e serzinhos necessitando de você (filhos) ter ido adiante, desde o planejamento até a concretização, você é uma guerreira.
  • 7. AGRADECIMENTOS Por Jéssica: Primeiramente gostaria de agradecer pela família maravilhosa que tenho, onde todos sempre me apoiaram e me ajudaram como puderam, em especial agradecer a meus queridos pais Nilda Moraes Sogumo e Mário Sogumo, pelo amor, carinho, dedicação, conselhos, paciência e esforços para que eu pudesse concluir esta fase da minha vida, tudo que eu consegui e sou hoje, com certeza foi pelo apoio, educação e reflexo de pais unidos os quais amo tanto. À meus queridos irmãos, Eric Moraes Sogumo, que por diversas vezes me acalmou e me aconselhou em momentos difíceis que passei e ao Robinson Moraes Sogumo, que mesmo morando longe, me aconselhava e dava forças para encarar meus problemas. À meus tesouros e inspirações de minha vida, sem eles não teria força de vontade, pois tudo que faço é pensando no futuro deles, meus lindos filhos, Luara Sogumo Bremmer e Cauã Sogumo Bremmer, que mesmo não sabendo disso, me deram alegrias e forças com simples sorrisos e abraços, onde explicar o amor que sinto por eles é impossível, só sei dizer que é o maior amor que eu já senti na vida. À meus sogros Marinalva Araújo Bremmer e José Roberto Bremmer, que assim como meus pais, me ajudaram cuidando dos meus filhos com muito amor e ficaram ao meu lado sempre que precisei. Ao meu futuro marido El Cid Roberto Bremmer, por todo amor e por todas as experiências que passamos juntos desde o início do namoro, até o grande momento em que estamos vivendo, onde sonhos estão se realizando e planos para o futuro sendo construídos, com a presença de filhos maravilhosos que nos dão forças para seguir em frente sem desanimar. A minha super amiga e companheira de trabalho, Aline Tarraga de Almeida, pela ajuda na realização do mesmo. Fico muito grata por todo carinho, compreensão e paciência que teve comigo durante todo este ano, foi um prazer te conhecer e realizar este trabalho lindo com você.
  • 8. AGRADECIMENTOS Por Aline e Jéssica: A todos aqueles que direta ou indiretamente nos auxiliaram na realização deste trabalho. Aos nossos amigos e colegas de classe por todo o caminho de formação que trilhamos juntos, crescendo, aprendendo, sorrindo e chorando, por todos os momentos que tivemos a oportunidade de compartilhar. Às lindas mamães que nos possibilitaram a realização deste trabalho, se entregando para que em nossos braços pudessem ser nutridas e cuidadas, a tudo que aprendemos em cada atendimento e também por nos aproximarem dos mistérios de ser mulher, mistérios da gestação. À Izabela S. K. Valezin e Thomas Gabriel Paranhos Bosshort, por atenderem as gestantes conosco, com dedicação e amor possibilitando assim a realização de tantos atendimentos, aos lindos momentos que compartilhamos. Aos queridos e importantíssimos em toda a realização deste trabalho, deste de seu projeto até o seu término, nosso Orientador e Co orientadora, que nos receberam de coração aberto para nos orientarem e sempre estiveram dispostos a nos ajudar. Ao Orientador Me. Antonio Maria Cardozo Acosta por abrir as portas do seu Espaço Natu, para que pudéssemos realizar os atendimento com as gestantes, e por todas as palavras de amigo, que sempre nos deram força e brilho. À Coorientadora Dra. Karen Cristine Abrão por sua paciência com nossas dificuldades e teimosias, por ser presente, direcionando, sempre melhorando e acrescentando muito em nosso trabalho. À Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo que esteve nos acompanhando durante a realização deste trabalho, direcionando e esclarecendo dúvidas. À Caroline Laghetto de Moura Rosa, por sempre se dispor a ajudar, pela força que deu na busca de Watsu terapeutas para trabalharem conosco, e por aceitar ser presente, participando como convidada de nossa banca. A todos os professores que nos ensinaram e fizeram parte da formação das Naturólogas que hoje somos, agradecemos pelo conhecimento ensinado com amor. À Universidade Anhembi Morumbi, todo local e estrutura que fizeram parte do cenário de alguns anos de nossas vidas.
  • 9. RESUMO O presente estudo avaliou os efeitos da hidroterapia, em específico da terapia Watsu®, no alívio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida de 11 gestantes que foram submetidas a oito sessões de Watsu®. Para avaliar os efeitos do Watsu® na qualidade de vida, o questionário de Qualidade de Vida – WHOQOL- bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da Organização Mundial de Saúde, aplicado antes de iniciar os atendimentos e ao fim das oito sessões, a avaliar os efeitos do Watsu® no alívio de dores osteomioarticulares, a Escala Visual Analógica da Dor antes e após cada atendimento. Apesar de tratar-se de um estudo piloto, o presente estudo permitiu concluir que a terapia Watsu® foi bem tolerada, segura e de fácil aplicação durante a gestação, obtendo como resultados, importante alívio imediato das dores osteomioarticulares nesse período, com tendência de alívio também a longo prazo e melhora da qualidade de vida no Domínio Psicológico das gestantes. Palavras-chave: Hidroterapia, Watsu®, Gestantes, Dor, Qualidade de Vida.
  • 10. ABSTRACT This study evaluated the effects of hydrotherapy in Watsu® specific therapy, in relieving musculoskeletal pain and quality of life of 11 women who underwent eight sessions of Watsu®. To evaluate the effects of Watsu® in quality of life, the questionnaire Quality of Life - WHOQOL-BREF (World Health Organization - Quality of Life-Brief Test Version) from the World Health Organization, applied before the sessions start and at the end of eight sessions, to evaluate the effects of Watsu® in relieving musculoskeletal pain, we used the Visual Analog Scale of Pain before and after each service. Although this is a pilot study, this study showed that therapy Watsu® was well tolerated, safe and easy to use during pregnancy, such as getting results, significant immediate relief of pain in musculoskeletal period, with a tendency of relief also in the long term and improves quality of life in the Psychological Domain of pregnant women. Keywords: Hydrotherapy, Watsu®, Pregnancy, Pain, Quality of Life.
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Antes de começar.....................................................................................142 Figura 2. Começando na parede.............................................................................143 Figura 3. Dança da respiração................................................................................144 Figura 4. Balanço da respiração..............................................................................145 Figura 5. Liberando a coluna...................................................................................145 Figura 6. Oferecendo suave....................................................................................146 Figura 7. Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146 Figura 8. Oferecendo com duas pernas..................................................................147 Figura 9. Sanfona....................................................................................................147 Figura 10. Sanfona sentada....................................................................................148 Figura 11. Sanfona rotativa......................................................................................148 Figura 12. Rotação de perna de dentro...................................................................149 Figura 13. Rotação de perna de fora.......................................................................149 Figura 14. Mão no ponto mestre coração................................................................150 Figura 15. Puxando o braço ao redor......................................................................150 Figura 16. Pêndulo..................................................................................................151 Figura 17. Levando a cabeça no ombro oposto......................................................151 Figura 18. Cabeça no ombro oposto.......................................................................152 Figura 19. Balanço braço.........................................................................................153 Figura 20. Pegando a perna....................................................................................153 Figura 21. Balanço perna........................................................................................153 Figura 22. Voltar para a primeira posição................................................................154 Figura 23. Primeira posição do segundo lado.........................................................154 Figura 24. Empurrar e puxar – oito..........................................................................155 Figura 25. Vôo livre..................................................................................................155
  • 12. Figura 26. Balanço esterno – sacro........................................................................155 Figura 27. Alongando a coluna...............................................................................156 Figura 28. Ondulando a coluna..............................................................................156 Figura 29. Quieto.....................................................................................................157 Figura 30. Algas.......................................................................................................157 Figura 31. Quatro na parede abraçando o peito.....................................................158 Figura 32. Quatro na parede abraçando a barriga..................................................158 Figura 33. Sela fechada...........................................................................................159 Figura 34. Ninar do Hara.........................................................................................160 Figura 35. Voltando para parede.............................................................................161 Figura 36. Mão em abdome e coração....................................................................161 Figura 37. Finalizando.............................................................................................161
  • 13. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Descrição dos dados de cada participante por: idade, idade gestacional de início, risco gestacional, doenças e medicamentos.................................................117 Tabela 2. Apresentação dos dados das participantes em relação às gestações e partos anteriores, filhos vivos e preferência de via de parto na gestação atual.......118 Tabela 3. Diferença nos escores de médios de dor antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................................................................133 Tabela 4. Resultados da avaliação da qualidade de vida das gestantes obtidos pela utilização do WHOQOL-bref antes e após as sessões de Watsu®.........................135
  • 14. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Frequência dos tipos de dor relatados pelas participantes....................119 Gráfico 2. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 1 antes e após cada sessão de Watsu®..................................................................................121 Gráfico 3. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 2 antes e após cada sessão de Watsu®..................................................................................122 Gráfico 4. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 3 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................123 Gráfico 5. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 4 antes e após cada sessão de Watsu®..................................................................................124 Gráfico 6. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 5 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................125 Gráfico 7. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 6 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................126 Gráfico 8. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 7 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................127 Gráfico 9. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 8 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................128 Gráfico 10. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 9 antes e após cada sessão de Watsu®...............................................................................129 Gráfico 11. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante10 antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................130 Gráfico 12. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 11 antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................131 Gráfico 13. Resposta da dor às sessões de Watsu® em relação ao total de sessões realizadas.................................................................................................................132
  • 15. Gráfico 14. Escores médios de dor antes do início das sessões ao longo do tratamento com Watsu®...........................................................................................134 Gráfico 15. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Físico antes e após as oito sessões de Watsu®................................................................136 Gráfico 16. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Psicológico antes e após as oito sessões de Watsu®.............................................137 Gráfico 17. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Relações Sociais antes e após as oito sessões de Watsu®....................................138 Gráfico 18. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Meio Ambiente antes e após as oito sessões de Watsu®................................................139 Gráfico 19. Percepção global da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref, antes e após as oito sessões de Watsu®.............................................................................140 Gráfico 20. Percepção global da Saúde pelo WHOQOL-bref, antes e após as oito sessões de Watsu®..................................................................................................141
  • 16. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS EVA Escala Visual Analógica da Dor OMS Organização Mundial de Saúde WHOQOL-bref World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos W.A.B.A. World Aquatic Body Association WHO Word Health Organization IG Idade Gestacional ANOVA Análise de variância para medidas repetidas DP Desvio-Padrão
  • 17. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................26 2 OBJETIVOS............................................................................................................32 2.1 OBJETIVOS GERAIS...........................................................................................32 2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................32 3 NATUROLOGIA......................................................................................................33 3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA....................33 3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES...............................34 3.2 A qualidade de vida durante a gestação..........................................................37 4 GESTAÇÃO............................................................................................................39 4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO PARTO........................................................................................................................39 4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO MATERNO..................................................................................................................40 4.2.1 As modificações locais do organismo materno...........................................41 4.2.1.1 Útero...............................................................................................................41 4.2.1.2 Colo................................................................................................................41 4.2.1.3 Vagina.............................................................................................................41 4.2.1.4 Ovários e tubas..............................................................................................42 4.2.1.5 Articulações....................................................................................................42 4.2.2 As modificações gerais do organismo materno..........................................43 4.2.2.1 Peso...............................................................................................................43 4.2.2.2 Sistema Endócrino.........................................................................................43 4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina..........................................................43 4.2.2.3 Sistema Circulatório.......................................................................................44 4.2.2.4 Volume sanguíneo.........................................................................................44 4.2.2.5 Pressão Arterial..............................................................................................45 4.2.2.6 Sistema Respiratório......................................................................................45
  • 18. 4.2.2.7 Sistema urogenital.........................................................................................45 4.2.2.8 Sistema Nervoso............................................................................................46 4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético..........................................................................46 4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO.................47 4.3.1 Náuseas e Vômitos..........................................................................................47 4.3.2 Pirose................................................................................................................48 4.3.3 Ptialismo ou sialorréia....................................................................................48 4.3.4 Obstipação.......................................................................................................49 4.3.5 Tonturas e Vertigens.......................................................................................49 4.3.6 Fadiga...............................................................................................................49 4.3.7 Palpitações.......................................................................................................50 4.3.8 Síndrome Dolorosa.........................................................................................50 4.3.9 Edema...............................................................................................................50 4.3.10 Varizes............................................................................................................51 4.3.11 Hemorróidas...................................................................................................51 4.3.12 Sonolência e Insônia.....................................................................................51 4.3.13 Cãimbras........................................................................................................52 4.3.14 Cefaleias.........................................................................................................52 4.3.15 Síndrome do túnel do carpo.........................................................................52 4.3.16 Sintomas Urinários........................................................................................52 4.3.17 Leucorréia......................................................................................................53 4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL..............53 4.4.1 As dores em região abdominal baixa............................................................53 4.4.2 As dores em região lombar e sacral, virilhas e pernas...............................54 4.4.3 As dores em região lombar e dorsal.............................................................54 4.4.4 As dores na coluna em geral..........................................................................55 4.5 OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA GESTAÇÃO.............................................55 4.5.1 Os ciclos de desenvolvimento da mulher.....................................................55
  • 19. 4.5.1.1 Gravidez um ciclo de desenvolvimento da mulher........................................56 4.5.2 Influências das relações familiares e sociais na mulher grávida...............57 4.5.3 Situações e suas influências na mulher grávida.........................................57 4.5.4 Memórias da infância emergidas na gestação.............................................59 4.5.5 Emoções x Complicações Obstétricas.........................................................59 4.5.6 Características psicológicas dos três trimestres gestacionais..................59 4.5.6.1 O primeiro trimestre........................................................................................60 4.5.6.1.1 A percepção da gravidez.............................................................................60 4.5.6.1.2 Manifestações emocionais relacionadas à mulher com o feto....................60 4.5.6.1.3 Autovalorização e Autopreservação da gravida..........................................61 4.5.6.1.4 Ampliação do campo da consciência da mulher durante a gestação..........61 4.5.6.2 O segundo trimestre.......................................................................................61 4.5.6.2.1 A percepção do movimento fetal e o vínculo mãe-bebê..............................61 4.5.6.2.2 Representações mentais e fantasias durante a gestação...........................62 4.5.6.2.3 Aspectos emocionais das alterações da sexualidade na gestação.............62 4.5.6.3 O terceiro trimestre........................................................................................63 4.5.6.3.1 As emoções que envolvem a aproximação do nascimento........................63 4.5.6.3.2 Memórias antigas e conflitos infantis emergidos na gravidez.....................64 4.5.6.3.3 Os sonhos e fantasias como meio de imunização psicológica ou conscientização da grávida........................................................................................64 5 SIMBOLISMO DA ÁGUA........................................................................................66 6 HIDROTERAPIA.....................................................................................................67 6.1 O CAMINHO PELA ÁGUA....................................................................................67 6.1.1 Água Fria..........................................................................................................67 6.1.2 Gelo ou Água gelada.......................................................................................68 6.1.3 Água Morna (Tépida).......................................................................................68 6.1.4 Água Quente....................................................................................................68 6.1.5 Vapor.................................................................................................................69
  • 20. 6.2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA...........................................................................69 6.2.1 A Hidroterapia no Brasil..................................................................................70 6.3 A HIDROTERAPIA................................................................................................71 6.3.1 Indicações e Contra-Indicações.....................................................................72 6.3.2 Hidrodinâmica x Hidrostática.........................................................................73 6.3.3 Densidade Relativa..........................................................................................73 6.3.4 Turbulência......................................................................................................74 6.3.5 Metacentro.......................................................................................................75 6.3.6 Fricção.............................................................................................................75 6.3.7 Pressão Hidrostática......................................................................................75 6.3.8 Viscosidade.....................................................................................................76 6.3.9 Empuxo............................................................................................................76 6.3.10 Refração.........................................................................................................77 6.3.11 Tensão Superficial.........................................................................................77 6.3.12 Termodinâmica..............................................................................................77 6.3.13 Água em movimento.....................................................................................78 6.3.13.1 Movimento de fluxo......................................................................................78 6.3.13.2 Coeficiente de arrasto..................................................................................78 6.3.13.3 Efeitos da resistência...................................................................................78 6.3.13.4 Tecnologias para Amplificar os Princípios Físicos........................................79 6.3.14 Efeitos Fisiológicos, Terapêuticos e Psicológicos da Hidroterapia.........79 6.3.14.1Os Efeitos Fisiológicos da Hidroterapia........................................................80 6.3.14.1.1 Sistema Cardiovascular.............................................................................82 6.3.14.1.2 Sistema Renal...........................................................................................82 6.3.14.1.3 Sistema Musculoesquelético.....................................................................83 6.3.14.1.4 Sistema Respiratório.................................................................................83 6.3.14.1.5 Sistema Nervoso Central e Periférico.......................................................83 6.3.14.2 Os Efeitos Terapêuticos da Hidroterapia......................................................84
  • 21. 6.3.14.2.1 Relaxamento.............................................................................................84 6.3.14.2.2 Redução da Sensibilidade a Dor e dos Espasmos Musculares................84 6.3.14.2.3Aumento da Amplitude...............................................................................85 6.3.14.2.4 Aumento da Força.....................................................................................85 6.3.14.2.5 Aumento da Circulação.............................................................................86 6.3.14.2.6 Melhora do Equilíbrio, Estabilidade e Consciência Corporal....................86 6.3.14.2.7 Melhora da Integração Sensório-Motora...................................................87 6.3.14.2.8 Reforço da Moral e Liberdade de Movimento...........................................88 6.4 A GESTANTE NA HIDROTERAPIA......................................................................88 6.4.1 A Influência da Hidroterapia na Gestante....................................................89 7 WATSU®.................................................................................................................91 7.1 PRECAUÇÕES....................................................................................................93 7.2 BENEFÍCIOS DO WATSU®.................................................................................94 7.3 OS EFEITOS DA ÁGUA NO CORPO..................................................................94 8 A LUA E A ÁGUA X CICLOS DA GESTAÇÃO E PARTO.....................................96 9 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................99 9.1 MATERIAIS..........................................................................................................99 9.2 MÉTODOS...........................................................................................................99 9.2.1 Tipo de pesquisa............................................................................................99 9.2.2 Seleção das voluntárias................................................................................99 9.2.2.1 Critérios de inclusão.....................................................................................100 9.2.2.1.1 Critérios de exclusão.................................................................................100 9.2.3 Descrição do local........................................................................................101 9.2.4 Descrição e apresentação dos procedimentos.........................................101 9.2.4.1 Termo de consentimento livre e esclarecido................................................101 9.2.4.2 Acompanhamento médico, ciência e autorização........................................101 9.2.5 Técnica de Watsu®.......................................................................................102 9.2.5.1 Antes de começar.........................................................................................102
  • 22. 9.2.5.2 Começando na parede.................................................................................102 9.2.5.3 Dança da respiração....................................................................................103 9.2.5.4 Balanço da respiração..................................................................................103 9.2.5.5 Liberando a coluna.......................................................................................103 9.2.5.6 Oferecendo suave........................................................................................103 9.2.5.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...............................................104 9.2.5.8 Oferecendo com duas pernas......................................................................104 9.2.5.9 Sanfona........................................................................................................104 9.2.5.10 Sanfona rotativa.........................................................................................104 9.2.5.11 Rotação de perna de dentro.......................................................................105 9.2.5.12 Rotação de perna de fora...........................................................................105 9.2.5.13 Perna de fora por cima...............................................................................105 9.2.5.14 Pressionando o braço................................................................................105 9.2.5.15 Mão no ponto mestre coração....................................................................105 9.2.5.16 Puxando o braço ao redor..........................................................................106 9.2.5.17 Pêndulo......................................................................................................106 9.2.5.18 Cabeça no ombro oposto...........................................................................106 9.2.5.19 Balanço braço e perna...............................................................................106 9.2.5.20 Joelho ao tórax...........................................................................................107 9.2.5.21 Voltar para a primeira posição....................................................................107 9.2.5.22 Oferecimento Simples................................................................................108 9.2.5.23 Empurrar e puxar – oito..............................................................................108 9.2.5.24 Vôo Livre....................................................................................................108 9.2.5.25 Balanço esterno – sacro.............................................................................109 9.2.5.26 Alongando a coluna....................................................................................109 9.2.5.27 Ondulando a coluna...................................................................................109 9.2.5.28 Quieto.........................................................................................................110 9.2.5.29 Acompanhar movimento.............................................................................110
  • 23. 9.2.5.30 Algas...........................................................................................................110 9.2.5.31 Quatro na parede.......................................................................................111 9.2.5.32 Sela Aberta.................................................................................................111 9.2.5.33 Tração do pescoço.....................................................................................112 9.2.5.34 Acompanhar os movimentos......................................................................112 9.2.5.35 Perna de dentro no ombro.........................................................................112 9.2.5.36 Ninar do Hara.............................................................................................112 9.2.5.37 Voltar para a parede e finalizar...................................................................113 9.2.6 Descrição dos procedimentos de mensuração e análise de dados quantitativos...........................................................................................................113 9.2.6.1 Avaliação da Qualidade de Vida...................................................................113 9.2.6.2 Avaliação das Dores Osteomioarticulares....................................................114 9.2.6.3 Coleta de dados qualitativos........................................................................115 9.2.6.4 Análise dos dados........................................................................................115 10 RESULTADOS....................................................................................................117 10.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................117 10.2 CARACTERIZAÇÃO DA DOR..........................................................................119 10.3 APRESENTAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOR POR PARTICIPANTE...............120 10.3.1 Gestante 1....................................................................................................121 10.3.1.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 1)........................121 10.3.2 Gestante 2....................................................................................................122 10.3.2.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 2)........................122 10.3.3 Gestante 3....................................................................................................123 10.3.3.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 3)........................123 10.3.4 Gestante 4....................................................................................................124 10.3.4.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 4)........................124 10.3.5 Gestante 5....................................................................................................125 10.3.5.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 5)........................125
  • 24. 10.3.6 Gestante 6....................................................................................................126 10.3.6.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 6)........................126 10.3.7 Gestante 7....................................................................................................127 10.3.7.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 7)........................127 10.3.8 Gestante 8....................................................................................................128 10.3.8.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 8)........................128 10.3.9 Gestante 9....................................................................................................129 10.3.9.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 9)........................129 10.3.10 Gestante 10................................................................................................130 10.3.10.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 10)....................130 10.3.11 Gestante 11.................................................................................................131 10.3.11.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 11).....................131 10.4 EFEITO GLOBAL DO WATSU®.......................................................................132 10.4.1 Avaliação do grupo quanto à resposta da dor ao tratamento.................133 10.5 QUALIDADE DE VIDA.....................................................................................135 10.5.1 Avaliação Individual da Percepção de Qualidade de Vida por Domínios.................................................................................................................136 10.6 SEQUÊNCIA DE WATSU® ADAPTADA PARA GESTANTES..........................142 10.6.1 Antes de começar........................................................................................142 10.6.2 Começando na parede................................................................................143 10.6.3 Dança da respiração...................................................................................144 10.6.4 Balanço da respiração................................................................................145 10.6.5 Liberando a coluna......................................................................................145 10.6.6 Oferecendo suave.......................................................................................146 10.6.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146 10.6.8 Oferecendo com duas pernas....................................................................147 10.6.9 Sanfona........................................................................................................147 10.6.10 Sanfona rotativa........................................................................................148
  • 25. 10.6.11 Rotação de perna de dentro.....................................................................149 10.6.12 Rotação de perna de fora.........................................................................149 10.6.13 Perna de fora por cima.............................................................................149 10.6.14 Pressionando o braço..............................................................................150 10.6.15 Mão no ponto mestre coração.................................................................150 10.6.16 Puxando o braço ao redor........................................................................150 10.6.17 Pêndulo......................................................................................................151 10.6.18 Cabeça no ombro oposto.........................................................................151 10.6.19 Balanço braço e perna..............................................................................152 10.6.20 Joelho ao tórax..........................................................................................154 10.6.21 Voltar para a primeira posição.................................................................154 10.6.22 Empurrar e puxar – oito............................................................................155 10.6.23 Vôo livre.....................................................................................................155 10.6.24 Balanço esterno – sacro...........................................................................155 10.6.25 Alongando a coluna..................................................................................156 10.6.26 Ondulando a coluna..................................................................................156 10.6.27 Quieto.........................................................................................................157 10.6.28 Algas...........................................................................................................157 10.6.29 Quatro na parede.......................................................................................158 10.6.30 Sela (aberta ou fechada)...........................................................................159 10.6.31 Perna de dentro no ombro........................................................................159 10.6.32 Ninar do Hara.............................................................................................160 10.6.33 Voltar para a parede e finalizar.................................................................160 11 DISCUSSÃO.......................................................................................................162 12 CONCLUSÃO.....................................................................................................171 13 REFERÊNCIAS...................................................................................................172 14 APÊNDICES........................................................................................................180 15 ANEXOS.............................................................................................................190
  • 26. 1 INTRODUÇÃO Toda mulher deve ter o direito de gestar, parir e ser mãe com alegria, saúde e amor. Deve ainda, receber toda informação, segurança, cuidado e assistência necessária, isto é receber o mínimo em troca de toda a sua doação que é gestar e gerar a vida, dar a luz a um novo ser. No Brasil, muitas mulheres ainda não recebem toda a assistência obstétrica necessária. Um grande contingente de gestantes não chega a realizar exames pré- natais importantes e, principalmente, não recebe assistência física e psicológica para o desenvolvimento adequado da gestação, parto e pós-parto. Esse preparo é essencial, uma vez que a gravidez é uma fase de muitas transformações na mulher, sendo necessária atenção especial para manter ou recuperar o bem-estar e prevenir dificuldades futuras para si e para seu filho (ALEXANDRE, 2007). A experiência de gestar é muito importante na vida da mulher. Além de ser o momento de reconhecer o seu potencial de criação, cada dia e semana de gestação precisa ser vivido com consciência, sentindo as transformações, decodificando-as e integrando-as dentro de si, para que quando este bebê nascer todo o processo vivido seja compreendido e, esta mulher, esteja realmente pronta para ser mãe (BALASKAS, 2008). Assim também é o parto, uma experiência muito especial. Para parir, a mulher precisa liberar um coquetel de hormônios. O neocórtex é menos utilizado, ficando o cérebro primitivo mais ativo. Neste processo a mãe embarca numa viagem interior, que lhe possibilita fazer a passagem da antiga mulher para a nova mulher-mãe que nasce junto com a criança (ODENT, 2000; RODRIGUES 1999). Infelizmente, o que se observa nos dias de hoje é que a maioria das mulheres tem pouco tempo para se dedicar à gestação. Nesse contexto, muitas mulheres deixam de realizar o parto natural e escolhem a cesariana. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o percentual recomendado de cesarianas é de 15%. Os 26
  • 27. dados brasileiros do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) revelam que a taxa nacional de cesarianas é de 39%. Em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste esse índice é superior a 40%, mesmo sendo 80% das gestantes de baixo risco. Na maioria das maternidades privadas as taxas de cesáreas chegam a 80, 90 e até 100% (RATTNER; GAMA, 2010). No Brasil a medicalização do parto está no auge e nem por isso as taxas de mortalidade e morbidade estão diminuindo. Em oposição a este cenário, grupos e organizações lutam e procuram realizar a Humanização do parto, sendo hoje “O guia pratico de assistência ao parto da OMS” uma referência para esta implantação (SILVA E DADAM, 2008; GAMA, 2010). Toda a gestação é uma fase de grandes transformações na mulher, no âmbito físico, emocional e social. As transformações físicas que ocorrem na mulher grávida, são modificações de constante adaptação que se apresentam em seu organismo, sendo estas modificações locais em útero, vagina, ovários e tubas, mamas; modificações gerais como aumento de peso, transformações metabólicas, endócrinas, hemodinâmicas, transformações no aparelho digestivo, respiratório, vias urinárias, alterações cutâneas, no sistema nervoso e osteoarticular (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT et al, 2000; PEIXOTO, 2004). As alterações orgânicas que ocorrem na mulher grávida podem trazer sintomas incômodos e desconfortáveis que se caracterizam como náuseas e vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores, edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias, instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários, leucorréia (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005). Outra profunda adaptação que a grávida vivencia, ocorre no âmbito de suas emoções. O seu psicológico, coloca a gestante em constante diálogo consigo, com 27
  • 28. suas relações familiares e sociais, com as situações que enfrenta em seu dia-a-dia, suas condições de moradia e suas condições financeiras, questões como a saúde do bebê, o momento do parto, passar de ser filha para ser mãe, tudo isso lhe desencadeia uma série de emoções (PEIXOTO 2004). Além disso, a mulher grávida ainda vivencia um grande tumulto emocional, um grande processo terapêutico que envolve características regressivas da infância, seu próprio nascimento. Se foi traumático é necessário que este conteúdo seja trabalhado para uma gestação, parto e pós-parto saudáveis; conteúdos que experimentou com a sua própria mãe quando criança, conflitos relacionados à sua sexualidade e identidade sexual, tudo isso envolvido com representações mentais, imaginação e fantasia sobre ser mãe, sobre seu bebê e a relação entre mãe e bebê, acompanhado de crenças e intuição que influenciam a gestação, parto, sua postura de mãe e relação com o seu bebê (VLADIMIROVA, 2006; MALDONADO, 2002) Quando nasce um bebê, nasce uma mãe, um pai e uma nova família. Tudo isso traz uma necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos e mudança de identidade. Por esse motivo, nesta fase de transição é comum surgirem sintomas tais como insônia, perda de apetite e de peso, ou excesso de apetite e de peso, agitação, taquicardia, estados de angústia, choro, depressão pré e pós-parto, apatia, dores de estômago ou de cabeça, vertigens (MALDONADO, 2002). Um estado bastante comum nas gestantes é a ansiedade, relacionada a temores com o parto e com o novo papel de mãe. Esse estado psicológico, quando não estiver resolvido, pode influenciar no trabalho de parto, trazendo dificuldades para o desenvolvimento do parto natural. Altos níveis de ansiedade podem ter efeitos diretos na contratilidade uterina, na saúde e desenvolvimento fetal, trazendo também efeitos indiretos que são resultados de impulsos comportamentais tais como o aumento de consumo de cigarros, álcool ou medicamentos (MALDONADO, 2002). Sabendo que o estado físico e emocional influencia diretamente o 28
  • 29. desenvolvimento gestacional, o parto e a recuperação pós-parto, a falta de assistência nestes âmbitos pode resultar em dores durante a gestação, dores agudas no parto, cesarianas emergenciais, depressão durante a gestação e pós- parto, desenvolvimento de psicopatologias e prejuízos na relação mãe-bebê (REZENDE, 1998). Sendo assim, a assistência, o cuidado e o preparo físico e emocional são de suprema importância, tanto para verificar e auxiliar no desenvolvimento saudável do feto e da gestante, como para prevenir alterações da normalidade e desequilíbrios nestes, preparar o corpo para evitar incômodos que ocorrem na gestação, como as dores na coluna e outras dores osteo mio articulares, edemas, cãimbras, aumento excessivo de peso, azia, insônia, cansaço excessivo, constipação, dificuldade de amplitude de movimento, etc (TEDESCO, 2000). A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de Naturologia no ano de 2009, é um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e da qualidade de vida. Considerando este conceito, a Naturologia pode trazer auxilio para a gestante em todas as fases da gestação, no parto, no puerpério e até para o bebê (I FÓRUM CONCEITUAL DE NATUROLOGIA, 2009). Uma prática da Naturologia que reúne benefícios físicos e emocionais, cada vez mais requisitada por gestantes é a Hidroterapia, prática que visa fins terapêuticos pela utilização da água e reúne benefícios fisiológicos e psicológicos. Quando a água é utilizada em temperatura aquecida, traz um efeito relaxante e sedativo, sensação de bem-estar, sendo muito utilizada no tratamento de doenças mentais, alívio da dor e de espasmos musculares, manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações, fortalecimento dos músculos enfraquecidos e aumento na tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos 29
  • 30. paralisados, melhora da circulação, encorajamento das atividades funcionais, manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação e postura (CAMPION, 2000). Dentro da hidroterapia, uma técnica muito utilizada por Naturólogos, formados em cursos à parte da Universidade, com profissionais capacitados pela W.A.B.A.( World Aquatic Body Association), é o Watsu®, que utiliza-se da flutuação e aplicação de movimentos e alongamentos do zen shiatsu. Essa técnica reúne todos os benefícios da hidroterapia. É uma terapia aquática muito profunda, realizada em piscina aquecida a aproximadamente 35ºC, desenvolvida por Harold Dull, e tem como características o relaxamento profundo, o alongamento, o prazer da flutuação, traz a nutrição no despertar da memória de ser carregado e embalado, muito utilizado por profissionais para trazer benefícios físicos/fisiológicos e psíquicos/emocionais (DULL, 2001). A prática de hidroterapia em gestantes tem os seus benefícios comprovados. Traz bem-estar, leveza dos movimentos, sensação do alívio do peso, melhora o condicionamento cardiovascular, prepara a musculatura para o parto, traz consciência para a importância da respiração, reequilibra as compensações posturais surgidas, traz relaxamento, melhora de dores, diminuição de edemas, e equilíbrio (FREITAS JÚNIOR, 2005). Para Rezende (1998), a prática de hidroterapia em gestantes tem como objetivos estabelecer um elo de prazer, bem-estar e afeto, fortalecer o corpo, alongar e tonificar os músculos, mobilizar as articulações, compensar a postura da gestante, trazer leveza corporal, através de alguns movimentos. A turbulência da água massageia o corpo inteiro, o que alivia as dores na coluna e nas articulações. De acordo com Gil, Ribeiro e Quinoneiro (2007), a hidroterapia na gestação tem como objetivo tratar mulheres grávidas em um ambiente aquecido e prazeroso, estimulando o vínculo materno-fetal, diminuindo tensões físicas e emocionais, intercorrências médicas, visando a prevenção de patologias, a melhora da qualidade de vida da futura mãe e de seu bebê. 30
  • 31. O estudo de revisão bibliográfica realizado por Guimarães e Pelloso (2009), descreve a importância da hidroterapia na prevenção e no tratamento da lombalgia, e também fala sobre o seu efeito na melhora da qualidade de vida de mulheres grávidas. Um estudo feito com 41 gestantes, sendo 22 praticantes de hidroterapia (grupo de estudo) e 19 não praticantes (grupo controle), que objetivou avaliar os efeitos maternos da hidroterapia na gestação, obteve resultados que mostram que a hidroterapia favorece a adaptação metabólica e cardiovascular materna durante a gestação, não determinando resultados perinatais de prematuridade e baixo peso em recém nascidos (PREVEDEL et al., 2003). O estudo realizado por Dal'Pozzo; Adamchuk e Tecchio (2007), visando avaliar os benefícios da pratica de Watsu® durante a gestação e as possíveis mudanças no bem-estar de gestantes, obteve como resultados uma melhora em todos os parâmetros avaliados, sendo eles incidência de dor na coluna vertebral, falta de ar ou cansaço ao respirar, prisão de ventre, sensação de peso e cansaço, edema de mãos e pés, formigamento e cãimbras, estados de depressão, angustia e insegurança quanto a gravidez. Constatou que o alívio das dores na coluna tinha duração de horas, dias, chegando ao alívio completo para alguns dos casos. Sabendo da importância da assistência física e psíquica no período gestacional, identifica-se a necessidade de empregar práticas que reúnam benefícios em todos estes âmbitos para as gestantes, sendo a técnica do Watsu® bastante apropriada pela sua abrangência e profundidade nestes aspectos. Sendo assim, o presente estudo propôs benefícios às gestantes, sejam nos níveis físico, emocional e social, proporcionando-lhes bem-estar e qualidade de vida, alívio de dores e desconfortos, adaptação e aceitação das transformações físicas, emocionais e sociais da gestação. O Watsu® pode ainda melhorar o vínculo materno-fetal, existindo a possibilidade de aumentar as chances de um parto natural e menos doloroso. 31
  • 32. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS Promover o alívio de dores osteomioarticulares de origem gestacional e melhoras na qualidade de vida das gestantes através da aplicação da técnica de hidroterapia Watsu®. 2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar os efeitos da hidroterapia, utilizando a técnica de Watsu®, na qualidade de vida das gestantes através do questionário de Qualidade de Vida – WHOQOL-bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da Organização Mundial de Saúde, aplicado na primeira e última sessão, e no alívio de dores osteomioarticulares através da percepção da dor, utilizando a Escala Visual Analógica da Dor antes e após cada atendimento. 32
  • 33. 3 NATUROLOGIA 3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de Naturologia (2009), é um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e da qualidade de vida. A Naturologia aborda o ser humano de forma integral, considerando seus aspectos bio-psiquico-social-sutil e ecológico, e busca para este, promover, manter e recuperar a saúde, utilizando-se de condutas terapêuticas baseadas em métodos milenares como a Medicina Tradicional Chinesa, a Indiana, a Xamânica e a Antroposofia, tendo como base, princípios sutis, de interagência e a transdisciplinariedade, utilizando-se de técnicas naturais, como a massoterapia, reflexologia e auriculoterapia, aromaterapia, fitoterapia, essências florais, cromoterapia e cromopuntura, musicoterapia, geoterapia, arte integrativa, dietas naturais, Yoga, meditação, hidroterapia e etc (HELLMANN; WEDEKIN; DELLAGIUSTINA, 2008). O Naturólogo busca uma relação de interagência com aquele que atende, sendo o atendido o interagente, palavra que nos remete para aquele que interage, que participa ativamente de seu próprio tratamento, diferente da passividade que nos remete a palavra paciente e da conotação comercial da palavra cliente; assim através desta relação de interagência o interagente passa a ser o agente transformador de si mesmo (HELLMANN; MARTINS, 2007). Para se buscar a assistência de um naturólogo não se faz necessária uma queixa específica, o papel do naturólogo em sua relação de interagência é o de 33
  • 34. promover saúde, o que está diretamente envolvido com melhora na Qualidade de Vida e que traz como consequências a prevenção e a manutenção da saúde (HELLMANN; MARTINS, 2007). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1946, pg.1), a saúde tem seu conceito definido como ´´Um estado total de bem-estar físico, mental e social não simplesmente a ausência de doença``, e enfatiza a valorização subjetiva que abrange dimensões de contexto cultural, social e ambiental, onde seis domínios estão presentes: o físico, psicológico, nível de interdependência, relacionamento social, ambiente, comportamentos pessoais, os quais por sua vez descrevem aspectos da qualidade de Vida (WHO, 1998). E assim vem a Naturologia, compreender o individuo como ser cósmico, deixando de ver o ser unicamente em sua esfera físico-mental, mas sim agregando a esfera social e cósmica, com uma visão que leva ao indivíduo a noção de interconexão com os outros e com o meio, noção de responsabilidade e autonomia. Sendo assim, o individuo que é atendido pela Naturologia é percebido através de uma postura que o entende e o permite entender-se como único e indivisível, garantindo-lhe a integralidade (DELLAGIUSTINA; HELLMANN, 2008). 3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES A Naturologia, que é uma área inovadora e nova, respectivamente, levando em consideração a sua proposta e o seu tempo de existência que é de aproximadamente 10 anos, necessita ainda explorar a sua atuação no atendimento da mulher grávida, pois a Naturologia pode trazer auxílio para a gestante em todas as fases da gestação, no parto, no puerpério e até para o seu bebê, trabalhando com a gestante de forma integral, cuidando dos aspectos bio-psíquico-social-sutil e ecológico. 34
  • 35. Seguem alguns trabalhos já desenvolvidos por Naturólogos no atendimento à gestação e temas relacionados, abordando a importância, benefícios e eficácia do Naturólogo com sua proposta e ferramentas terapêuticas na gestação, pós-parto, bebês e infância. Com o foco na gestação, o trabalho desenvolvido por Manhani e Pereira (2006) sugere uma abordagem pré-natal, uma proposta de acompanhamento terapêutico de gestantes pela Naturologia; o trabalho realizado por Amano (2006) é de uma revisão bibliográfica do Yoga em gestantes, suas indicações e contra indicações; o estudo de Cava e Coelho (2008), objetivou avaliar o efeito da colorpuntura sobre os enjôos até o quinto mês gestacional, obtendo resultados satisfatórios ao propósito da pesquisa. Na recuperação e adaptação emocional pós-parto temos um trabalho que verifica o efeito do manilúvio e pedilúvio com a combinação de floral Rescue Remedy para a ansiedade de mães com filhos hospitalizados na UTI neonatal, realizado por Ortega e Nunes (2008), onde verificou-se a diminuição da ansiedade em 9,4%, mostrando que técnicas simples e de baixo custo podem trazer uma melhora significativa na qualidade de vida. Com bebês e crianças, encontramos um trabalho sobre a Shantala, estudo feito sobre a importância desta massagem para bebes de mães adolescentes institucionalizadas, das autoras Rosa e Silva (2008), que obteve como resultado uma maior interação das mães com seus bebês, mostrando mudanças positivas nos bebês, nos efeitos fisiológicos e psicológicos. Também foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a Fitoterapia na Pediatria por Parlangelo (2007), onde observou-se que a fitoterapia pode ser utilizada por crianças de forma segura e eficaz, desde que sejam respeitadas as dosagens, indicações e formas de administração sugerida pela literatura científica; e um trabalho de Ywasaki, Horiuchi e Cervoni (2008), avaliando a qualidade de vida através das técnicas da Naturologia na oncopediatria, chegando a conclusão que além do relaxamento, houve melhora na imunidade, humor, ânimo, auto-estima e 35
  • 36. diminuição da sintomatologia da quimioterapia e do cansaço. Uma revisão bibliográfica sobre a perspectiva do Naturólogo na intervenção preventiva da obesidade infantil realizado por Maldonado e Oliva (2007), concluíram que a grande soma de causas que compreendem a obesidade infantil, envolve o modo de viver da sociedade, estilo de vida e hábitos alimentares, e que para ser conquistada uma alimentação saudável, é necessário a divulgação de informações sobre alimentação saúde, e diminuição desta doença na fase adulta. E outro trabalho sobre os efeitos da Arte Integrativa através da dança circular e dos desenhos livres em crianças com sintomas de hiperatividade por Chang, Salazar, Tavares e Leirner (2006), onde foi observado uma sutil melhora em todos os resultados colhidos, onde puderam notar que duas crianças não apresentaram mais o quadro de sintomas de hiperatividade e impulsividade. Estes são alguns de muitos outros trabalhos que ainda virão para trazer a compreensão do potencial da Naturologia. De acordo com Hellmann e Martins (2007), a Naturologia busca uma relação de interagência com aquele que atende, propondo que o interagente trabalhe sobre a sua transformação, participando ativamente do seu próprio tratamento, lhe dando meios e recursos para que ele próprio melhore a sua saúde e qualidade de vida. Assim a Naturologia no atendimento as gestantes pode auxiliar no empoderamento da mulher, algo muito importante e que vem diminuindo nos dias de hoje e que, pode ser visto pelo aumento do número de cesarianas, onde a mulher tem seu filho de forma passiva e não participativa (RATTNER; GAMA, 2010). A Naturologia vem para levar a esta mulher a autonomia dentro de suas necessidades e escolhas, possibilitando que a gestante seja ativa durante toda a sua gestação e seu parto; aquele que pode viver o seu processo inteiramente poderá com mais facilidade compreendê-lo, assimilá-lo e integrá-lo em si, e assim é para a mulher que está se tornando mãe, compreender, assimilar, aceitar e integrar a gestação em si, pode ajudar esta mulher em muitos aspectos durante a sua gestação, seu parto, sua recuperação pós-parto, vínculo e cuidados com seu filho 36
  • 37. (BALASKAS, 2008). 3.2 A qualidade de vida durante a gestação Considerando que Qualidade de Vida é um termo multidimensional, que envolve fatores objetivos como também subjetivos, e que devem ser considerados o bem-estar físico tanto como o psicológico, entende-se que a assistência integral no período gestacional necessita englobar também os aspectos relativos à qualidade de vida e não se atentar apenas ao parâmetros físicos do cuidar. Entendendo o período gestacional como período normal e não patológico, possibilitará que este seja abordado de forma multidimensional e não fragmentada (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010). Foi realizada por Casarin; Barboza e Siqueira (2010) uma revisão de literatura sobre o tema da qualidade de vida na gestação, onde as autoras analisaram toda a produção cientifica existente, nacional e internacional, das diversas áreas da saúde, publicadas no período de 2003 a 2008, referente a este tema. Foram selecionados 21 trabalhos onde percebeu-se que as publicações se preocupavam com a qualidade de vida materna, do concepto na vida intra uterina, na infância e vida adulta. Assim os trabalhos foram agrupados em quatro temas, sendo para nós os temas mais relevantes: Tema 1: Relação entre qualidade de vida, dor e alterações fisiológicas na gravidez; Tema 4: Assuntos diversos relacionados a qualidade de vida na gestante. No Tema 1: Relação entre qualidade de vida, dor e alterações fisiológicas na gravidez, dentre os autores e trabalhos estudados foi identificado o quanto as alterações fisiológicas que trazem sintomas incômodos podem influenciar na qualidade de vida das gestantes, dentro destes sintomas citados por nós no Capítulo 4.3, se destacam a incontinência urinária, náuseas e vômitos, dores como dor lombar, sialorréia (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010). 37
  • 38. No Tema 4: Assuntos diversos relacionados a qualidade de vida na gestante, dentre os assuntos abordados o mais relevante para nós é o que fala sobre a importância da identificação precoce das alterações emocionais, tais como sintomas depressivos e transtornos mentais, e a necessidade de oferecer um adequado apoio psicológico, sabendo que estas alterações podem interferir na saúde e qualidade de vida da gestante e do recém nascido (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010). 38
  • 39. 4 GESTAÇÃO 4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO PARTO Vemos que existe um grande interesse em promover a saúde materna e infantil, cuidados pré-natais e neonatais, e acabam sendo esquecidos os interesses das mães e suas necessidades. Os problemas físicos das gestantes são tão significativos quanto os problemas sociais e psicológicos, e o apoio nestes diversos níveis deve fazer parte de toda a assistência a gestantes (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005). Os profissionais que dão assistência para gestantes e parturientes tem diferentes opiniões e posturas práticas dentro dos cuidados e procedimentos que realizam. Existem os que priorizam a experiência pessoal de parto de cada mulher, e escolhem deixar de realizar alguns procedimentos para que esta mulher possa desfrutar de seu momento sem grandes interferências; outros visam minimizar a morbidade e mortalidade perinatais mesmo que isto signifique risco ou desconforto materno; e outros visam mais a eficiência e economia, se preocupam mais com os custos de atendimento e recursos disponíveis (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005). Sabendo que todos estes objetivos são importantes, é possível compreender o motivo pelo qual a assistência durante a gestação e o parto tem diferentes recomendações, e estas variações na prática também trazem aspectos como costumes culturais do local que realiza o serviço de assistência, as diferenças nas populações atendidas, e as necessidades e circunstâncias da gestante ou parturiente e seu bebê (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005). Assim aquele que dá assistência deve levar em consideração o atendimento às pacientes individuais, reconhecendo seus costumes culturais ou familiares, suas necessidades e circunstâncias nas quais se encontra (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 39
  • 40. 2005). Em muitos países desenvolvidos, a assistência e apoio a gestante, parturiente e puerpéria existe e este serviço realizado é conhecido como Doula ''acompanhante de parto'', e Doula pós-parto ''auxiliares de maternidade''; as Doulas são mulheres que proporcionam informação, suporte, conforto físico e apoio emocional durante a gravidez, o parto e o pós-parto. Vemos no Brasil a implantação destes serviços gradualmente, também vinculado a serviços públicos de saúde, começando a possibilitar mais apoio e cuidado na gestação, parto e pós-parto (Gama, 2010). 4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO MATERNO Uma gravidez sem complicações é considerada um estado de saúde e não de doença, toda gravidez é acompanhada de muitas transformações no organismo materno, que se caracterizam como adaptações neste período da vida da mulher. Tais transformações se iniciam no momento da fecundação, quando elementos do organismo paterno se encontram com os elementos do organismo materno e assim evoluem em simbiose e adaptação mútua. Isto envolve a formação do ovo e todas as suas multiplicações celulares, bem como a adaptações fisiológicas locais (genitais) e gerais (sistêmicas) subsequentes (ENKIN; KEIRSE, NEILSON, 2005; PEIXOTO, 2004). 40
  • 41. 4.2.1 As modificações locais do organismo materno 4.2.1.1 Útero As modificações locais começam a ocorrer no útero onde o endométrio inicia modificações morfológicas que favorecem a nidação do ovo. Para garantir espaço para o feto ocorre hipertrofia das fibras uterinas, alterações em sua atividade contrátil, sua forma, tamanho e posição, aumento de sua vascularização e seu volume. À medida que a gravidez se desenvolve as modificações que se operam no útero vão condicionando a adaptação continua dos órgãos abdominais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.1.2 Colo O colo apresenta aumento da vascularização que lhe desencadeia uma coloração arroxeada, sua consistência é amolecida devido a embebição da gravidez, suas glândulas secretam muco espesso que preencherá o canal cervical, recebendo o nome de tampão mucoso, este tem a função de proteger o ambiente ovular (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000). 4.2.1.3 Vagina Assim como as modificações locais vão ocorrendo no útero, ocorrem também alterações na vagina, desencadeadas por fatores hormonais e vasculares, são alterações em sua coloração que de tonalidade habitualmente rósea se torna mais arroxeada, alterações no pH vaginal que muitas vezes pode predispor a candidíase 41
  • 42. vaginal (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). Há um aumento da vascularização da pele e nos músculos do períneo e da vulva, secreções vaginais aumentam, as paredes vaginais se alteram muito no preparo para a distensão que ocorrerá durante o trabalho de parto, apresentam aumento da espessura da mucosa, afrouxamento do tecido conjuntivo e hipertrofia das células musculares lisas, estas alterações causam um aumento do tamanho e comprimento das paredes vaginais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000). 4.2.1.4 Ovários e tubas As modificações locais que ocorrem em ovários e tubas decorrentes do desenvolvimento uterino modificam as suas localizações elevando-se para áreas superiores da pelve. Ocorre nas tubas alterações musculares e conjuntivas, vasculares que trazem mudanças em sua tonalidade original. Os ovários aumentam de tamanho devido ao aumento da vascularização e retenção hídrica, eventualmente ocorrem modificações em sua tonalidade (REZENDE, 1998; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.1.5 Articulações Outras modificações locais extragenitais também ocorrem, como as articulações em geral e principalmente as articulações sacroilíacas e pública que se tornam embebidas e sofrem efeito de hormônios circulantes como a relaxina, promovendo relaxamento da cintura pélvica, importante alteração que traz um preparo à bacia para o momento do trabalho de parto no auxilio à saída do bebê (PEIXOTO, 2004). 42
  • 43. 4.2.2 As modificações gerais do organismo materno Dentro de muitas transformações que ocorrem na gravidez existem algumas modificações gerais, em todo seu organismo, que não são regras impostas para todas as mulheres mas que para algumas podem surgir e trazer alguns sintomas desagradáveis, estes podem causar desconforto significativo, por isso é muito importante a prevenção ou o alívio destes sintomas (NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004; ENKIN, et al, 2005). 4.2.2.1 Peso Estas modificações são aumento de peso em função de adaptações do organismo da gestante que pode trazer um aumento de aproximadamente 5% do peso inicial materno, sendo deste percentual uma grande parte de responsabilidade da retenção hídrica, o feto e anexos ovulares podem trazer um aumento relativo de 6kg, ao total uma gestante tem seu peso aumentado em uma média de 5,9 a 15,8Kg, sendo que o mínimo de água que uma mulher grávida deve reter durante a gestação é aproximadamente 7 litros, pois 3,5 litros correspondem ao aumento do volume sanguíneo, mamas e útero, e os outros 3,5 litros pertencem ao feto, placenta e líquido amniótico (PEIXOTO, 2004). 4.2.2.2 Sistema Endócrino 4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina A progesterona, o estrogênio e a relaxina são hormônios importantes na gestação e exercem algumas ações no organismo materno, a progesterona age na 43
  • 44. redução do tônus do músculo liso, a digestão se torna mais lenta e pode ser acompanhada de náusea, e ocorrer diminuição de atividade peristáltica; o estrogênio tem seu efeito no aumento do útero e dos ductos mamários, também previne a perda óssea auxiliando o metabolismo do cálcio materno; a relaxina age nos músculos e articulações, trazendo maior flexibilidade e extensibilidade, visando a ampliação do canal de parto (CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.3 Sistema Circulatório Modificações hemodinâmicas importantes ocorrem como o aumento do volume sanguíneo materno, no primeiro trimestre de gestação aumenta de forma progressiva, no segundo trimestre mais rapidamente e no terceiro trimestre mais lentamente, próximo ao fim gestacional chega a ser um aumento de em média 50% do volume sanguíneo, este aumento faz a compensação do sangue armazenado no útero, da perda sanguínea do parto e evita a síndrome da compressão da veia cava (hipotensão supina) (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.4 Volume sanguíneo Com o aumento do volume sanguíneo é gerado maior trabalho cardíaco (o coração tem um acréscimo no peso de até 15g) e assim se eleva o volume minuto (volume de sangue que retorna ao coração por minuto), pelo aumento da frequência cardíaca e aumento da força motriz (ação dos estrogênios sobre a fibra cardíaca). O volume minuto se mantém elevado até o fim da gestação e junto com aumento do volume sanguíneo permite uma maior irrigação sanguínea do útero sem prejuízo aos outros órgãos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 44
  • 45. 4.2.2.5 Pressão Arterial No primeiro e segundo trimestres da gestação observa-se queda dos níveis pressóricos, com tendência de retorno aos valores pré-gestacionais ao final do terceiro trimestre. Além disso, a gestante tem maior suscetibilidade à hipotensão supina, por compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.6 Sistema Respiratório Com o aumento do volume uterino há menor mobiliade diafragmática que somada ao edema da mucosa do trato respiratório, devido a embebição gravídica, dificulta o trajeto do ar corrente. Também ocorre um aumento da frequência respiratória por estímulo da progesterona no centro respiratório. Estas alterações explicam a frequente queixa de dispnéia da gestante (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.7 Sistema urogenital Durante a gestação, o fluxo plasmático renal cresce e o filtrado glomerular aumenta. Pode ocorrer estase urinária e diminuição de tônus em vias excretoras, trazendo aumento de calibre dos ureteres. Ocorre mudança de posição da bexiga, que é pressionada pelo útero, trazendo vontade frequente de urinar e devido a frouxidão muscular, em especial do assoalho pélvico, na gestação pode ocorrer incontinência urinária. Exercícios como os de Kegel podem ajudar muito no 45
  • 46. fortalecimento da musculatura que envolve o assoalho pélvico (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.8 Sistema Nervoso No sistema nervoso ocorrem muitas adaptações que envolvem modificações psíquicas e do sistema nervoso vegetativo. Existem evidências de que as atividades controladas pelo sistema nervoso central, como os processos cognitivos e emocionais, podem ser alterados durante a gravidez e que, 12% de gestantes apresentam distúrbios comportamentais ou do humor. É bem evidenciada a sensação de insegurança, alterações emocionais, tendência à insônia, ansiedade e funções cognitivas ligeiramente prejudicadas, sendo que o tempo de resposta que envolve movimentos rápidos e de equilíbrio pode ser afetados e isto pode trazer implicações quanto a segurança da gestante. A retenção de água, para muitas gestantes causa pressão nos nervos, o nervo mediano que supre a mão é comumente comprimido, levando ao problema conhecido como síndrome do túnel do carpo. Exercícios na água podem ser importantes na prevenção e tratamento desta lesão (REZENDE, 1998; PEIXOTO, 2004). 4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético As alterações que envolvem o sistema musculoesquelético são mudanças no centro de gravidade da gestante que a fazem buscar compensação pela adaptação de sua postura. Devido à protusão do abdome surge uma lordose lombar exagerada e ocorrem também mudanças em seu caminhar, seus pés ficam voltados para fora e começa a ter uma marcha gingada. Para compensar estas mudanças a gestante aumenta a flexão anterior da coluna cervical, o que a faz andar mais curvada e com 46
  • 47. abdução dos ombros. O peso das mamas também acentua esta curvatura. A exacerbação desta postura pode trazer parestesia nas mãos, com consequente aumento da fraqueza motora, o que pode resultar em perda de habilidade para realizar trabalhos manuais finos. Alguns esportes que exigem o uso das mãos com agilidade, força e equilíbrio podem provocar na gestantes mais lesões, isso deixa de ocorrer nos casos de exercícios realizados em água (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO Após estudar as mais variadas alterações que ocorrem no organismo materno que busca se adaptar a esta nova fase, é importante levar a atenção para algumas consequências destas alterações que muitas vezes trazem bastante incômodo e desconforto para a gestante. Estes sintomas se caracterizam como náuseas e vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores, edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias, instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários, leucorréia. Alguns destes sintomas já foram citados no capítulo anterior, trazendo complementação aos conteúdos que neste capítulo são abordados (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005). 4.3.1 Náuseas e Vômitos As náuseas e vômitos são muito frequentes na gestação chegando até a simbolizar gravidez. Aparecem com mais intensidade pela manhã, principalmente nas primeiras 12 semanas de gestação. A partir do segundo trimestre de gestação, 47
  • 48. 95% dos casos tem cura espontânea, porém 5% podem evoluir a Hiperêmese gravídica. Existem muitos fatores etiológicos que explicam estes sintomas, relacionados com alterações hormonais, alterações do sistema gastrointestinal, refluxo gastresofagiano, excitações sensoriais especialmente olfativas (cheiro de perfumes, cigarro, fritura e etc.), questões psicológicas, estômago vazio etc (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ). 4.3.2 Pirose A pirose é um sintoma mais comum ao fim da gravidez, em suas últimas semanas, é consequente de algumas modificações no sistema gástrico, ao refluxo do conteúdo estomacal para o esôfago e a pressão do útero sobre o estômago , a pirose pode por vezes se acentuar em determinadas posições como decúbito, podendo trazer até insônia para a gestante, neste caso dormir com a cabeceira da cama levantada, ficar semi-sentada é recomendado, assim como refeições frequentes em pequena quantidade (6 vezes ao dia) (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ). 4.3.3 Ptialismo ou sialorréia O ptialismo ou sialorréia, que é a salivação excessiva, é um sintoma muito incômodo para a gestante mesmo quando se apresenta de forma leve. Surge em geral no inicio da gravidez e pode estar associado as náuseas. Esta saliva na maioria das vezes é rejeitada pela gestante, talvez por motivos psicológicos ou bioquímicos, pode provocar desidratação por isso é importante prevení-la com a ingestão abundante de líquidos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 48
  • 49. 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ). 4.3.4 Obstipação A obstipação é frequente no decorrer da gravidez, decorrente da diminuição da motilidade intestinal por ação hormonal, pressão do útero no intestino que pode causar seu descolamento, também existem influências psíquicas. Para que não se agrave e traga maiores consequências, cuidados dietéticos como a ingestão de alimentos variados, líquidos, prática de exercícios físicos são bastantes relevantes (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ). 4.3.5 Tonturas e Vertigens É comum que a mulher grávida apresente sintomas como tonturas e vertigens, por possuir maior labilidade neurovegetativa, hipotensão, hipoglicemia e anemia, que podem predispor a estes sintomas (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000 ). 4.3.6 Fadiga No último trimestre gestacional a gestante pode apresentar fadiga, consequentes das alterações posturais e aumento do peso, sendo recomendados períodos frequentes de repouso (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ). 49
  • 50. 4.3.7 Palpitações As palpitações na maioria das vezes não significam problemas, mas a investigação clínica cuidadosa é importante, sabendo que palpitações podem ter relação com cardiopatias ou hipertireoidismo. Este sintoma muitas vezes está relacionado com as emoções da gestante, assim o uso de tranquilizantes e a própria palavra do médico tem sido suficiente para removê-los (REZENDE, 1998; NEME, 2000). 4.3.8 Síndrome Dolorosa Decorrentes das grandes adaptações nos sistemas orgânicos das gestantes surgem para algumas as dores que geralmente se encontram em região abdominal baixa, em coluna, onde são mais comum na região lombar, dorsal e sacroilíaca, podendo abranger a virilha e as pernas; estão relacionadas com alterações hormonais, musculares, articulares e posturais. No capítulo a seguir estaremos abordando com maior profundidade as dores e suas relações etiológicas (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005). 4.3.9 Edema O edema encontrado frequentemente nos membros inferiores das gestantes, em 30 a 40% das grávidas nos pés e tornozelos e em 5% de forma distribuída no organismo, na maioria das vezes não tem origem patológica e está associada a alterações da gestação como maior pressão hidrostática intracapilar, queda da pressão oncótica, aumento da permeabilidade capilar e retenção de sódio 50
  • 51. (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000; PEIXOTO, 2004). 4.3.10 Varizes As varizes são mais comuns em multíparas (mães que tem mais de um filho) e são decorrentes da fraqueza das paredes musculares das veias, aumento da pressão venosa nos membros inferiores, inatividade e mau tônus muscular. Podem ser assintomáticas, mas em membros inferiores costumam ser acompanhadas de dor, edema, ulceração e podem ter graves complicações. Medidas que podem auxiliar muito são as de suspender as pernas acima do nível do corpo sempre que se sentar ou deitar e utilizar meias elásticas de algodão, colocando-as com as pernas elevadas após o esvaziamento das veias por alguns minutos (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000). 4.3.11 Hemorróidas As hemorróidas tendem a se agravar durante a gravidez por conta da constipação e no pós-parto devido aos esforços para a saída do bebê, alguns supositórios e pomadas podem ajudar (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000). 4.3.12 Sonolência e Insônia A sonolência é bastante comum na gestação e não precisa ser combatida, se torna complicada para gestantes que não tem possibilidade de sono diurno. Já a insônia é mais comum em gestantes ansiosas ou neuróticas, que estão envolvidas com temores, preocupações, trabalhos excessivos etc (REZENDE, 1998). 51
  • 52. 4.3.13 Cãimbras As cãimbras musculares dolorosas se apresentam em 14 a 50% das gestantes, apresentam maior incidência nos últimos meses de gestação, nos músculos da panturrilha, mais assiduamente quando a grávida está deitada, ocorrendo muitas vezes enquanto está dormindo, o que a faz acordar subitamente. Baixos níveis de cálcio e fadiga das extremidades são causas importantes, o repouso, ingestão de cálcio e uso de compressas quentes locais são recomendados (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000). 4.3.14 Cefaleias A dor de cabeça é uma queixa somática muito comum em mulheres e em grávidas ainda mais, podem estar relacionadas com tensão ou contração muscular, com fatores psicológicos e ter também outras origens como pressão intracraniana elevada, inflamação, alimentos e medicamentos, trauma, hipertensão etc (REZENDE, 1998; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000). 4.3.15 Síndrome do túnel do carpo A síndrome do túnel carpiano aparece em cerca de 2,5% das gestantes, seus sintomas em geral mais comuns são parestesia e dor noturna, nela ocorre a compressão do nervo mediano que traz um comprometimento da função nervosa de sensibilidade e motora da mão (REZENDE, 1998) 4.3.16 Sintomas Urinários No inicio e no final da gestação a frequência e a urgência de urinar são 52
  • 53. habituais, no primeiro trimestre decorrente da pressão exercida pelo útero, na determinada posição em que se encontra, sobre a bexiga e nas duas últimas semanas de gestação pelo peso fetal sobre o sistema urinário (REZENDE; MONTENEGRO, 1999). 4.3.17 Leucorréia Durante a gestação é comum o aumento do corrimento vaginal, este se caracteriza como branco, leitoso e em condições normais não produz irritação, mas devido a mudança do PH vaginal em gestantes é muito frequente a inflamação, também pode ser consequência de uma infecção causada por Trichomonas vaginalis ou Candida albicans, e estas requerem seus devidos tratamentos (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000). 4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL Para algumas gestantes dores osteo-músculo-articulares podem surgir. Estas dores constituem as maiores queixas da gestação e podem se intensificar no último trimestre gestacional. São decorrentes das grandes adaptações dos sistemas orgânicos, estão relacionadas com ganho de peso, mudanças do centro de gravidade, alterações hormonais, musculares, articulares e posturais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005; STILLERMAN, 2010). 4.4.1 As dores em região abdominal baixa As dores que se apresentam na região abdominal baixa, descritas como uma 53