3. A introdução tem a tarefa de anunciar o assunto quanto ao seu
alcance. Deve conter citações indiretas, advindas de uma boa
revisão bibliográfica! Leia a bibliografia, entenda, processe e só
então escreva, com a sua linguagem, para que haja uma estrutura
de texto concisa ao longo de todo o relatório.
O leitor quando se propõe à leitura, quer antes de tudo saber do
que se trata. Satisfeita essa exigência ele deseja ser encaminhado
para a compreensão exata do assunto focalizado (CERVO E
BERVIAN, 2002).
Ao fazer a introdução tenha cuidado de não antecipar os
resultados e as conclusões de seu estudo. Reserve-os para o final.
Portanto, na Introdução devemos contextualizar a questão, ou
seja, explicar o objeto do estudo, problema que foi identificado,
justificativa, embasados no referencial teórico pertinente.
4. O último parágrafo destine para mostrar o propósito
do seu relatório técnico (objetivo) e pode conter
informações sobre como o trabalho está organizado, mas
isso é opcional. Por exemplo:
O relatório produzido a partir da visita técnica à ETE da
UNISINOS descreverá os processos e equipamentos
utilizados no tratamento dos efluentes domésticos e o
projeto patenteado INOVA II. As atividades desenvolvidas
durante a visita serão descritas conforme ordem cronológica.
A discussão do presente trabalho apresentará a relação do
observado com o conteúdo teórico desenvolvido durante a
disciplina de Licenciamento e Avaliação de Impactos
Ambientais.
5. O objetivo é o resultado que se pretende em função da
pesquisa. Geralmente, é uma ação proposta para responder à
questão que representa o problema (FACHIN, 2003).
Recomenda-se respeitar as seguintes “regras” conforme
Richardson (1999)
Cada objetivo deve expressar apenas uma ideia;
O objetivo deve referir-se apenas à pesquisa que se pretende
realizar. Não são objetivos de uma pesquisa, propriamente,
discussões, reflexões ou debates em torno de resultados do
trabalho;
Iniciar usando verbo no infinitivo e responder o que, como e por
que;
Apresentar um objetivo de cada vez quando o trabalho tiver mais
de um objetivo;
Pode-se separar objetivos em gerais e específicos;
6. Gerais: São os objetivos mais abrangentes, de longo prazo.
São estruturados por verbos que dão idéia ampla e de difícil
mensuração (compreender, saber, valorizar, etc.).
Específicos São os objetivos de curto prazo, relativos às
etapas; descrição dos processos observados. É importante
definir claramente os resultados de que a visita objetiva para
os alunos. São estruturados por verbos mensuráveis
(identificar, executar, fazer, etc.).
Os objetivos gerais e específicos devem ser estruturados
respondendo O quê? Como? Por quê? Exemplo:
(O quê?) Desenvolver a capacidade de observação (Como?)
compreendendo as relações entre os processos utilizados no
tratamento de efluentes e microbiologia (Por quê?) para
aplicação na gestão de recursos hídricos.
7. Exemplo:
Descrever o sistema de tratamento de efluentes da
UINISINOS, através da descrição das etapas do processo,
para compreender as diferenças em relação aos sistemas
de tratamento convencionais.
Descrever e analisar o quê? O sistema de tratamento de
efluentes domésticos utilizado
Como? através da descrição das etapas do processo
Para quê? para compreender as diferenças em relação aos
sistemas de tratamento convencionais
8. Neste momento iremos informar de que forma o estudo foi
realizado. No caso deste relatório técnico devemos informar
quem participou da visita técnica (Professores? Acadêmicos?
Proprietário? Responsável técnico? O quê fizeram na
propriedade (Observação? Escutaram as explanações?
Praticaram? Perguntaram? Apontamentos? Registros
fotográficos?) O que utilizaram para fazer o estudo? Perguntas
dirigidas? Observação da realidade?). No caso de visitas
técnicas estas podem ser preparadas através de um roteiro
com as etapas do processo ou atividades observados e
elaboração de perguntas pertinentes, previamente.
9. Neste momento do relatório iremos descrever toda
realidade observada sem emitir opiniões próprias. É
recomendável escrever na ordem cronológica dos
acontecimentos. É uma etapa meramente descritiva, sem
explicações ou pormenores, onde descreveremos apenas
o que vimos.
10. Aqui devemos emitir opiniões e preferencialmente utilizar
a literatura para isso. A discussão deve estar totalmente em
diálogo com os resultados, porém este é o momento para
analisar, comparar, sugerir, opinar, explicar, etc., sempre com
base na bibliografia.
Exemplo de um fragmento de discussão:
11. É fortemente recomendável que os pontos discutidos sejam
resultado de análise técnica e não de opinião puramente
pessoal. Muitas vezes temos impressões pessoais que não
devem ser expressas em um relatório, se não tivermos
claros os argumentos técnicos que embasam a observação.
É nesta seção do relatório que demonstramos o nosso
conhecimento técnico e nossa capacidade de analisar e
estabelecer relações entre o que vimos na prática e o
conteúdo teórico pesquisado na bibliografia.
12. Exemplo:
Ao invés de dizer:
“A desengaçadeira é velha, precária e sua eficiência é duvidosa, deixando
um sabor desagradável no vinho”,
podemos utilizar:
A desengaçadeira é modesta, comprada de segunda mão, conforme a
realidade produtiva de pequenas vinícolas da região. A técnica de desengace evoluiu
muito nos últimos anos e aperfeiçoou a produção de vinhos. Os equipamentos mais
modernos para os processos de desengace e de leve compressão da baga devem
aproximar-se ao máximo do trabalho manual de separação do engaço e o antigo
pisado das uvas para manter o agradável sabor do vinho artesanal (SCHUMACHER,
2009). É importante conhecer as vantagens de investir em novos maquinários para
garantir a qualidade do produto e evitar alterações organolépticas do vinho
produzido a partir do mosto de desengaçadeiras cujos modelos não foram
aprovados pelo uso.
13. Faça um fechamento do relatório escrevendo sobre o
que a prática significou para você. As considerações finais
significam o momento de redigir sobre suas constatações
e resultados. Aqui se deve responder ao problema, e
definir se, e quais objetivos propostos foram alcançados.
14. Para a redação das referência bibliográficas é
necessário consultar as normas da Associação Brasileira de
NormasTécnicas (ABNT).
Deve haver total correspondência entre as citações e
referências. Não podem ter citações sem referências ou
referências sem citações.
15. CERVO,A.L; BERVIAN, P.A. Metodologia Científica.5ª ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2002.
FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. 4.ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa social: métodos e técnicas.
São Paulo: Atlas, 1999.