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Revista CGD 2015

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Revista CGD 2015

  1. 1. Terboasideiasnãochega.Osexemplosdadosporempresas portuguesas com êxito no mercado, nos mais diversos setoresdeatividade,demonstramqueoscaminhosdocres- cimento sustentado do volume de negócios passam pela excelênciadaprodução,pelainsistêncianainovação,pela audácia na exportação, pela capacidade de promoção junto dos clientes e pelo músculo financeiro que bancos e apoios comunitários podem ajudar a criar.
  2. 2. DINHEIRO VIVO 3dinheiro vivo H “Há um banco que está a ajudar o país a dar a vol- ta. A Caixa, com certeza.” A frase era anunciada na televisão, na rádio, em mupis e outdoors por todo o país. A mensagem era clara: num momento de dificuldade sem precedentes, havia alguém dispo- nível para nos dar a mão. Estávamos em crise pro- funda, com as torneiras do crédito fechadas, a eco- nomia em recessão e uma taxa de desemprego aci- ma dos 16%. Dois anos depois, temos um país di- ferente. As previsões do Banco de Portugal para o crescimento do Produto Interno Bruto apontam para 1,7%, fomos o sexto país da União Europeia em que o emprego mais cresceu no primeiro tri- mestre do ano e o crédito voltou. E voltou melhor, com critérios ajustados à validade dos projetos de negócio e com juros mais baixos, quer para gran- des empresas quer para as PME que constituem mais de 90% do tecido empresarial português. O fundamental apoio aos investimentos das empre- sas portuguesas voltou a existir, mais sólido, poten- ciando o crescimento da produção e a criação de emprego, fatores essenciais para o país recuperar a saúde económica. Mas ainda há um caminho a percorrer. E é também disso que se fala neste en- contro de Empresas na Caixa, em que se reúnem empresários de grandes, médias e pequenas em- presas, de startups até – mas que marcam a dife- rença independentemente da sua dimensão. Fala- -se da evolução cumprida nos últimos anos e dos desafios que há pela frente. Daquilo que já se con- seguiu conquistar, de como as nossas empresas conseguiram dar a volta a momentos de imensa di- ficuldade, saindo reforçadas, e dos objetivos muito mais ambiciosos que hoje desenham, para garantir que recuperam todo o vigor. O novo slogan da Cai- xa passa também por essa ideia: “O futuro está de volta”. O dos universitários, o das famílias, o das empresas. E a Caixa Geral de Depósitos continua por perto para apoiar esse movimento. AABRIR JOANA PETIZ Oregresso dosbons investimentos editorialíndice Opiordacrisejápassou. Masháaindaumcaminho apercorrerparaas empresasportuguesas voltaremacrescerasério 3 A abrir | Joana Petiz A subdiretora do Diário de Notícias apresenta as razões que justificam a realização da Grande Conferência de dia 7 de julho e como as mudanças nos últimos dois anos no país obrigam a novas e esperançosas reflexões. 4 Grande Conferência Empresários e gestores debatem o crescimento e as exportações nas empresas portuguesas bem como estratégias para as PME triunfarem. A conferência será encerrada pelo ministro da Economia, Pires de Lima. 6 a 9 Entrevista O presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos, José de Matos, explica como mudaram os comportamentos dos empresários portugueses e identifica as novas linhas de crédito do banco estatal – incluindo o decorrente do programa Portugal 2020 e outra novidade, uma linha de capital de risco para apoio a start ups. Projetos que funcionam 10 a 31 Empresários, gestores, administradores e diretores de empresas com contas na Caixa Geral de Depósitos dizem como, durante os anos da crise financeira em Portugal, conseguiram conquistar mercados: Isolmondego (fornos industriais e queimadores), Adega Cooperativa Labrugeira (vinhos), Sanindusa (sanitários), Dardico (vegetais congelados), Primavera (software de gestão), Mendes e Gonçalves (molhos e vinagres), Woodone (mobiliários escolar), Micronipol (reciclagem de plásticos) e Damel (vestuário técnico) são as empresas que partilham a sua experiência. Como fazer e gerir, com a Harvard Business Review 34 e 35 Quatro princípios para encantar clientes Os autores deste artigo defendem que as empresas com sucesso junto dos clientes, as empresas que conseguem criar laços emocionais com eles, só atingem facilmente esse estágio privilegiado de relação se primeiro conseguirem um elevado nível de engajamento e proximidade com os próprios funcionários. Seduzir clientes passa, por isso, por conquistar os trabalhadores para os objetivos empresariais. 36 e 37 Como Steve Jobs respondia aos clientes Joshua Gans, professor de economia da Melbourne Business Scholl, analisa os emails que Steve Jobs enviava aos clientes da Apple e os efeitos que isso teve para o êxito da empresa, 38 a 40 Aniquile os zombies da sua empresa Scott Anthony, managing partner da Innosight Ventures, dá pistas sobre como devem ser desmontados os projetos improdutivos dentro de uma empresa, sem destruir a moral e a utilidade dos quadros envolvidos neles. 42 A fechar | Pedro Tadeu O jornalista revela o que aprendeu ao ler esta revista. Um desses ensinamentos é este: não bastam boas ideias para ter êxito empresarial. Tadeu avança 12 palavras-chave para definir esse “algo mais”. Diretor Diário de Notícias André Macedo | Diretora adjunta Diário de Notícias Mónica Bello Subdiretores Diário de Notícias Ana Sousa Dias, Joana Petiz e Nuno Saraiva | Diretor Arte Pedro Fernandes | Diretora Dinheiro Vivo Sílvia de Oliveira | Textos Nuno Serra Fernandes e Harvard Business Review | Ilustração Patrícia Furtado | Papel Creator Silk 170 g fornecido pela Torraspapel | Departamento de Arte Eva Sofia Almeida, Marta Ruela Rocha, Sofia Xavier | Dinheiro Vivo registado na ERC com o n.º 126 077 | Global Notícias, Publicações, S.A., com sede na Rua Gonçalo Cristóvão, 195 a 219, 4049-011 Porto, Pessoa Colectiva n.º 500 096 791 | Membros do Conselho de Administração Presidente Daniel Proença de Carvalho | Administradores Vítor Ribeiro, José Carlos Lourenço, Pedro Coimbra, Rolando Oliveira, Luís Montez e Jorge Carreira | Controlinveste Conteúdos, SA | Global Notícias, Publicações, SA,Avenida da Liberdade, 266, 1250-149 Lisboa fichatécnica
  3. 3. 4 DINHEIRO VIVOdinheiro vivo GrandeConferênciaCGD/DN/JN/DinheiroVivo/TSF empresasnacaixa Cercade1milhãodasnossascompanhias,maisde90%dotecidoempresarialportuguês,são pequenasemédiasempresas.Empresáriosegestoresvãodebater,numaconferênciaabertaao público,opanoramaatualdasempresasportuguesaseoqueéprecisoparaajudá-lasacrescer 09.30 Boas vindas DanielProençadeCarvalho,PresidentedoConselho deAdministraçãodaGlobal MediaGroup 09.45 Abertura JosédeMatos,presidentedaCaixaGeraldeDepósitos 10.15 Momento de vídeo 10.20 Debate PME Uma reflexão sobre a situação empresarial atual 11.30 Coffee break 11.50 Momento de vídeo 11.55 Debate Pensar a longo prazo com exigência imediatas Líderesdeempresasnacionaisexplicamcomosedefinem estratégiasdecrescimento,semdescurarodia-a-dia 13.00 Encerramento PiresdeLima,ministrodaEconomia Programa JOSÉ DE MATOS é presidente da Comissão Executiva da Caixa Ge- ral de Depósitos, instituição que lançou o Empresas na Caixa, pro- grama que pretende ajudar a economia a dar a volta. SANDRA CORREIA é CEO da Pelcor e vai estar neste pai- nel com JOSÉ PIN- TO, presidente do grupo Procalçado, GONÇALO REBE- LO DE ALMEIDA administrador do grupo Vila Galé e ainda um dirigente da Uniplaces. 7DEJULHODE2015-CENTRODECONGRESSOSDELISBOA DIOGO DA SILVEIRA, é CEO da Portucel e eestará neste painel com NUNO THOMAZ vice-presidente da Caixa Geral de De- pósitos e outro ges- tor de uma grande empresa dinheiro vivo
  4. 4. 6 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 7dinheiro vivo O O presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos realça os novos meios que o banco dispõe para financiar as empresasportuguesaseidentificaramalte- ração fundamental na atitude dos nosso empresários: avançam facilmente para a exportação, estudam bem os novos merca- dos, procuram inovar e pensam global. Por isso, está otimista. No que respeita à questão do acesso ao fi- nanciamento bancário por parte das em- presas, como se pode caracterizar o atual panorama de investimento das empresas nacionais? A tipologia do financiamento alterou-se nestes anos. Já não há tanta procura por parte de empresas de construção, por exemplo,mashámaisprocuraporpartede empresasqueapostaramnomercadodaex- portação. O que está a acontecer é que há mais empresas a conseguir entrar em mer- cados internacionais e portanto a exportar eaescoarosseusprodutos.Nomercadoin- terno, o turismo tem dado um impulso ao pequeno comércio, principalmente nas grandes cidades. Emquesetoreséqueencontraessadinâmi- ca? Para além do turismo, temos o calçado, o têxtil, a agroindústria e outros setores que estão a saber encontrar novos mercados para escoar a sua produção. O que é que mudou com a crise? Os portugueses, tanto as famílias como as empresas, estão mais conscientes do risco associado à atividade económica. Os em- presários estudam melhor os mercados para onde querem investir, estão mais rea- listas, ponderando de forma diferente as decisões. Têm a necessidade de trabalhar em rede, procurando os contactos interna- cionais para a construção de parcerias. Os nossosempresáriosestãoa procurarinovar “Osempresários estudammelhor osmercadosonde quereminvestir” José de Matos, o líder da Caixa Geral de Depósitos, identifica uma alteração de comportamento dos empresários portugueses que o deixa otimista (continua na pág. 08) José de Matos, presidente da Comissão Exe- cutiva Caixa, afirma que, “de forma geral, as empresas portuguesas estão a produzir pro- dutos de qualidade, com valor acrescentado nacional para novos mercados” COMO ELES GEREM e a pensar global. E isto faz toda a diferen- ça. Sabem que não basta fazer bem feito, é preciso fazer diferente, fazer como nin- guém faz. Sabem que os produtos compe- tem hoje num mercado global. E há financiamento para tudo isto? As empresas com bons riscos nunca tive- ramoseufinanciamentoemrisco.Masem Portugaljáexistemoutrasformasdefinan- ciamento às empresas que não só o finan- ciamentobancáriotradicional.NaCaixaes- tamos a fazer uma aposta significativa no capital de risco, através da Caixa Capital no apoio astart ups em alguns períodos da sua gestação.A Caixa Capital apoia cinco acele- radores nacionais e já tem uma considerá- vel plataforma internacional, ajudando a colocar Lisboa na rota do empreendedoris- mo. Este tem sido um trabalho que nos or- gulha e que mostra como um grande banco pode ir na onda da inovação, adaptando-se com rapidez à realidade. O problema do acesso ao crédito já não é uma questão tão premente como foi há dois anos. Claro que é mais fácil para em- presascombomoumédiorisco.Épenaain- danãohaveremPortugalumfinanciamen- to a empresas através do mercado de capi- tais como há em outros países. Mas temos de fazer esse caminho. Oquevalorizanagestãoquandodecidema quem vão ou não emprestar dinheiro? O que é mais importante, a ideia, o produto, a visão? Tudo é importante, mas se tivesse de des- tacaralgoseriaobusinessplan,apreparação para a internacionalização, a capacidade da equipa de “pensar global”. Para além disso, é importante mostrar que a equipa conhe- ceomercado.Oconhecimentodomercado mostra realismo, maturidade e preparação para enfrentar as dificuldades. A coesão da equipa e o seu grau de entusiasmo é tam- bém importante. Como caracterizaria o tecido empresarial português? Portugal está a criar um tecido empresarial feito não por estrelas mas por uma conste- lação de micro empresários que estão a dar a volta à sua vida de forma criadora através da abertura de novos negócios. Um fator queexplicaquenãotemosaindapedidosde
  5. 5. 8 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 9dinheiro vivo “Portugalestáa criarumtecido empresarialfeito nãoporestrelas masporuma constelaçãode microempresários queestãoadara voltaàsuavidade formacriadora” “NaCaixaestamos afazerumaaposta significativano capitalderisco, atravésdaCaixa Capitalnoapoioa startupsemalguns períodosdasua gestação.” “ACaixalançouno iníciodesteanoo Caixa2020,uma soluçãoglobalde financiamentoe acompanhamento técnicoparaapoio àscandidaturasao ProgramaPortugal 2020” elevadosmontantesdeinvestimentoépor- que terminamos ainda recentemente um quadro comunitário de apoio e estamos agoraainiciaroutro,o2020.Éclaroqueisso irá dar um impulso à economia. De forma geral, as empresas estão a produzir produ- tos de qualidade, com valor acrescentado nacional para novos mercados. E há cada vez mais empresários que já pensam global quando iniciam o seu negócio. Sobre o fu- turo não estou eufórico mas há razões para estarmosumpoucomaisotimistas.EaCai- xa cá estará para ajudar e apoiar os empre- sários que dela necessitem. Em concreto, como está a Caixa a ajudar as empresas? A Caixa tem vindo a reforçar a sua linha de orientação estratégica de posicionamento como “Banco das Empresas”, sem no en- tantodeixarmosdeserobancodasfamílias. Temos tido, como um dos focos principais, a ajuda à dinamização da economia nacio- nal consubstanciada na relação de parceria com as empresas de todos os setores de ati- vidade, com destaque para as empresas ex- portadoras e produtoras de bens transacio- náveis, suportada no apoio à tesouraria, ao investimento e à recapitalização. O foco neste segmento estratégico procu- rougerarconfiançanoespíritoempreende- dor nacional procurando solidificar a ima- gem da CGD como alicerce do desenvolvi- mento da economia. Numcontextodeprocuradomésticaemre- cuperaçãoederestruturaçãodepartesigni- ficativa do tecido empresarial português, a CGD tem vindo a reforçar a importância que atribui ao negócio internacional en- quanto vetor estratégico da sua política e atuação, crucial para a convergência para uma trajetória sustentada de rendibilidade e solidez. JátêmnúmerossobreointeressequeoPro- grama Comunitário 2020 está a gerar nos empresários? O Portugal 2020 é uma oportunidade capi- tal para alavancar o crescimento sustenta- do da nossa economia e consolidar a estru- tura económica e produtiva das nossas em- presas pelo que a Caixa lançou no início desteanooCaixa2020,umasoluçãoglobal de financiamento e acompanhamento téc- nicoparaapoioàscandidaturasaoPrograma Portugal 2020, distintiva e de valor para as empresasatravésdeaconselhamentoexpe- riente e especializado pela Rede de Gesto- res Caixa Empresas e por empresas parcei- ras protocoladas. Paraanalisaromelhorenquadramentoeas- segurar o melhor acompanhamento de cada projeto, sugerimos às empresas o agendamento de uma reunião com o seu gestor.O Caixa 2020 inclui uma solução de acompanhamento única e distintiva, que engloba todas as fases da candidatura. Até ao fim de junho, registamos o interesse de quase mil empresas. Em termos de investi- mento, temos disponível mais de mil mi- lhões de euros para este programa. Como é que as empresas podem beneficiar deumbancocomestapresençainternacio- nal tão diferenciada? Mais do que um conjunto de pólos geográ- ficos diferenciados, a plataforma interna- cionaldoGrupoCGD,compresençaem23 paísese4continentes,procuraapresentar- se junto dos seus clientes como uma rede única,prosseguindoobjetivoseestratégias comuns. Neste contexto, a Caixa disponi- biliza uma oferta de produtos ao acesso de todoouniversodeempresaseparticulares, clientes de qualquer das diferentes unida- desdoGrupo,independentementedageo- grafia onde se localizam ou para onde dire- cionam os seus negócios agilizando os flu- xos de negócio multilateral entre clientes CGD qualquer que seja a sua localização geográfica. Encontram-se assim estabelecidas em vá- rias sucursais e filiais do Grupo, unidades especializadas que promovem as relações cruzadas entre clientes e entre as várias operações da rede facilitando e promoven- do o negócio. Estamos presentes em quatro continentes com uma rede comercial internacional de 460 agências e gabinetes de empresa, ten- do esta vindo a alargar-se progressivamen- te, com especial ênfase em Angola e Mo- çambique, países onde a sua expansão geo- gráficafoisuperiora30%entre2012eopri- meiro trimestre de 2015. Aproduçãodecomércioexterno,queregis- tou em 2014 uma evolução homóloga de +35%,correspondendoa7071novasopera- ções nessa área, reflete bem a ênfase atri- buída a este segmento de negócio. Muitoimportanteétambémoapoioofere- cido às empresas, nomeadamente àquelas que iniciam os respetivos processos de in- ternacionalizaçãoouquepretendementrar emnovosmercados,emmatériadeaconse- lhamentoedivulgaçãodeinformaçãosobre as especificidades de cada país destino de exportações ou de investimento. Como está a situação da Caixa no nosso principal mercado de exportação, a Espa- nha? Há alguma oferta específica para este mercado? O Banco Caixa Geral (BCG) voltou aos re- sultados positivos e cumpriu a restrutura- ção da rede de agências e dos serviços cen- trais e a redução de efetivos para os níveis determinados, processo que decorreu com base num acordo celebrado com os repre- sentantes dos trabalhadores e totalmente com recurso a saídas voluntárias. Osanosde2014e2015têmsidodetransfor- mação,tendoemvistacumprircomoscom- promissosassumidosnoquadrodarestrutu- ração,reduzircustose,sobretudo,criaruma unidadedenegóciofinanceiramenteviável e capaz de ser um elo forte da cadeia de va- lor, para os clientes e para a CGD. Foram desenvolvidos novos produtos des- tinadosaosclientesportuguesesresidentes em Espanha e à generalidade dos clientes particulares ou pequenos negócios, adap- tando às necessidades dos clientes a gama dedepósitoseosserviçosassociadosàscon- tas de depósito e a oferta de crédito hipote- cário e de crédito ao consumo. O banco em Espanha tem crescido no crédi- toàsPME,eàsempresasexportadorasouim- portadoras, centrada nas empresas portu- guesas que atuam em Espanha e nas empre- sasespanholasquetrabalhamomercadopor- tuguês ou noutras geografias em que o Gru- poestápresente.OPassaporteIbérico,produ- toquepermiteaoclientetrabalhardeforma maiseficazcomaredeinternacionaldoGru- po, é um importante instrumento da CGD nadinamizaçãodestesegmentodeatividade. A área internacional tem sido importante para a Caixa? A área internacional do Grupo Caixa conti- nua a prestar um importante contributo para o Resultado consolidado, alcançando no primeiro trimestre de 2015 os 22,3 mi- lhões de euros. Importadestacarocontributodaáreainter- nacional para a liquidez do Grupo, através da captação de recursos junto da clientela que globalmente cresceu, no 1 trimestre deste ano, 19% face a março de 2014, si- tuando-se nos 16,2 mil milhões de euros e representandocercade23%dosrecursosde clientes do Grupo, quando no mesmo pe- ríododoanoanteriortinhaumpeso20,5%. (continuação da pág. 07) “Obancoem Espanhatem crescidonocrédito àsPME,eàs empresas exportadorasou importadoras, centradanas empresas portuguesasque atuamemEspanha” “Atipologiado financiamento alterou-se.Jánão hátantaprocurade empresasde construção,por exemplo,mashá maisprocurapor partedeempresas queapostaramno mercadoda exportação”
  6. 6. 10 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 11dinheiro vivo PROJETOSQUE FUNCIONAM
  7. 7. 12 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 13dinheiro vivo A As empresas que se apresentam nas pági- nas que se seguem (da indústria, da agri- cultura, do comércio e dos serviços), têm três coisas em comum: são bem-sucedi- das, exportam e financiam-se na Caixa Geral de Depósitos. Indústria feita pelo fogo Há técnicos portugueses que correm mun- do para aplicar uma especialização rara: a reparação, instalação e manutenção de fornos industriais e queimadores. A Isol- mondegojáganhouprémiosdeexcelência. Uma cooperativa vencedora Os vinhos Labrugeira faturam emAngola, Brasil, Estados Unidos, China e em mais alguns países europeus. A Escandinávia. é um alvo. A Adega Cooperativa explora o sopé da serra de Montejunto. Sanitários de grande qualidade Fabricar artigos para casa de banho pode- rá parecer uma atividade um pouco mo- nótona. Não é. A diversidade de produtos é enorme e, para vencer, a Sanindusa teve de ser capaz de estar sempre a inovar. DoAlentejo sai verdura para o mundo A partir de Avis a empresa Dardico expor- ta quase todos os vegetais que os agricul- tores da zona conseguem produzir. É um negócio frio, que não para de crescer e que avança agora para a fruta e para os gre- lhados congelados. Ferramentas para os gestores O software de gestão criado no século pas- sado pela Primavera foi um sucesso. No sé- culo XXI a empresa de Braga promete tor- naracloudomeioparaqualquerumpoder gerir a sua empresa em qualquer lugar. Molhos com temperos personalizados Todos conhecem a mostarda Paladin mas poucos sabem que essa marca tem tem- peros e sabores diferentes, alterados para se adaptarem ao gosto dominante em cada país de exportação. O mobiliário escolar é uma arte Qual é a empresa que se permite afirmar ser na Peninsula Ibérica a líder na indús- tria do mobiliário escolar e que em sete anos fez crescer dez vezes a faturação? É a portuguesa Woodone. Reciclagem para a indústria transformar Os desperdícios de plásticos são uma grande riqueza para a Micronipol, que re- cicla mensalmente 1200 toneladas de material. Daqui sai matéria-prima para embalagens, sacos e tubos. Roupas muito especiais Ovestuáriotécnico,sejaparafazerumfato para corredores de automóveis ou para conceber colete salva-vidas munido de GPS,exigeaaplicação econjugaçãodetec- nologias transversais. Quem sabe disso é a Damel. Elesfizeramum caminhodeêxito Empresários, gestores, administradores e diretores contam como as suas empresas conseguiram aumentar negócio, exportar, inovar, adaptar, ter sucesso exemplar As ilustrações desta revista têm o traço de Patrícia Furtado. A ilustradora, de 37 anos, passou cinco a trabalhar em Londres e faz parte do coletivo de artistas The Lisbon Studio. Saiba mais em http://patriciafurtado.net FAZEDORES 1 2 3 4 5 1 QUALIDADE A Sanindusa diferencia-se nos sanitários pelo preço e qualidade. 2 EXPORTAR Metade da faturação da Adega Cooperati- va da Labrugeira vem das receitas de exportação. 3 AGROINDÚSTRIA O mercado de congelados é muito exigente mas, em Avis, a Dardico fatura 34 milhões. 4 FORNOS A Isolmondego contrói e repara fornos in- dustriais e queimadores em Espanha, Bélgica, Luxem- burgo, Suíça, Itália, Marrocos e Costa do Marfim. 5 EXPERIÊNCIAS Nesta revista contamos ainda as histó- rias da Mendes Gonçalves SA, da Woodfone, da Micopo- nil, da Damel e da Primavera. Nos mais diversos setores de atividade, com origens e experiências distintas, e com dimensões muito diferentes, todas elas revelam como conseguiram, nos útlimos anos, fazer aumentar o seu vo- lume de negócios e o mercado que exploram.
  8. 8. 14 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 15dinheiro vivo A A Isolmondego trabalha desde 2001 num ramo muito específico da construção civil. EstaempresacomsedenaFalagueira,Ama- dora, e escritórios na Figueira da Foz, opera nosetorrefratário,norevestimentodefor- nos e caldeiras. Do leque de atividades da empresafazemparteademolição,constru- ção,instalação,reparaçãoemanutençãode fornos industriais e queimadores. A Isol- mondegoproporcionaaindaassistênciatéc- nica e de prevenção aos seus clientes, em qualquersituação,ecomapromessaderes- ponder no mais curto espaço de tempo a emergências. Aexperiênciaéumgarante.Dizquemsabe que quando se fala em fornos industriais e instalação de material refratário, a Isol- mondego é um nome que surge imedia- tamente. CarlaLouro,diretorafinanceiradaIsolmon- dego,explicaqueosclientessãodosmaisdi- versossetores:“EmPortugal,naáreacimen- teira, como a Cimpor e a Secil, na indústria papeleira, como a Soporcel e a Celbi. No es- trangeiro, nas mesmas áreas, com a cimen- teiraLafarge,noBrasil,naindústriaquímica também trabalhamos com a Exxon Mobil e na indústria vidreira com aVidrália”, diz. Preocupada desde o início em prestar um serviço de qualidade, a Isolmondego tem tido um crescimento sustentado. AempresafoidistinguidacomoPMELíder durante quatro anos consecutivos, entre 2008e2012ePMEExcelênciaconsecutiva- mente de 2010 a 2012. O mapa geográfico dos serviços prestados pela Isolmondego abrange “Espanha, Bél- gica, Luxemburgo, Suíça e Itália. Fora «da Europa, Marrocos, Costa do Marfim, entre outros”. Normalmenteotrabalhonesteslocaiséfei- to com recurso a mão-de-obra que viaja de Portugal para os países de destino onde a obraserealiza.Noentanto,CarlaLouroafir- ma que também acontece “recorrer a em- presas locais”. A grande fatia do volume de negócios da empresa é obtida além-fronteiras. Dos dez milhões de euros alcançados em 2014, 85 por cento foram realizados no mercado externo. No processo de internacionalização, a Cai- xaGeraldeDepósitosteveumpapelimpor- tante.A diretora financeira Carla Louro diz que o banco “ajuda, por exemplo, no paga- mento de despesas dos funcionários quan- do estão deslocados no estrangeiro”. “Eles têm alguns produtos que nos facili- tam esse trabalho”, sublinha a diretora fi- nanceiradaIsolmondego,queconfessaque o banco ajudou também “no financiamen- to das instalações”. Além do financiamento, a Isolmondego também tem na Caixa Geral de Depósitos a sua conta corrente. Carla Louro diz que o relacionamento com o banco público é simples: “Têm uma equipa multidiscipli- nar que facilita muito o contacto e são rá- pidos a responder.” Nuno Serra Fernandes Umaempresaem altatemperatura Seja para construir seja para reparar fornos industriais e queimadores, a Isolmondego envia quadros para trabalharem em todo o mundo “Trabalhamos em países como Espanha, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Itália, Marrocos, Costa do Marfim, entre outros.” CARLA LOURO Diretora financeira FAZEDORES SAIBA MAIS ISOLMONDEGO, LDA. Volume de negócios: 10 milhões de euros Quinta da Lage Falagueira, Amadora www.isolmondego.pt
  9. 9. 16 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 17dinheiro vivo “Implementámos equipamentos modernos, com nova tecnologia e isso permitiu-nos logo começar a engarrafar vinhos” JOSÉ AFONSO SANTOS Diretor comercial F Fundada em 1973 a Adega Cooperativa da Labrugeira produz vinhos e aguardentes bagaceiras. A cooperativa nasceu da vonta- de de mais de oito dezenas de agricultores. Aquando da Revolução dos Cravos estava numa fase prematura da sua vida e os per- calços, naturais na época, também ali se fi- zeramsentir.Talvezporissoaprimeiravin- dima só tenha surgido em 1975 e a veloci- dade cruzeiro só tenha acabado por chegar umanomaistarde.Noentanto,oprofissio- nalismo foi assumido logo de início com muita seriedade. José Afonso Santos, dire- tor comercial da adega cooperativa explica quese“montoulogoumaestruturamoder- na, com cubas de fermentação de aço inox, uma grande inovação para a época e que só existia na Sogrape”. “Implementámos equipamentos moder- nos, com nova tecnologia e isso permitiu- -noslogocomeçaraengarrafarvinhos”,diz odiretorcomercialdaLabrugeiraqueatual- mente reúne mais de 400 associados e se estende por mais de 600 hectares no sopé da serra de Montejunto. Por ter entrado tarde no sector, a Adega CooperativadaLabrugeiracomeçourapida- mente a olhar para a exportação com mui- ta atenção. Aquela postura permitiu à Labrugeira che- garaosdiasdehojecommetadedovolume de faturação obtido no mercado externo, para Angola, Brasil, Estados Unidos, China e alguns países europeus. A adega coopera- tiva canaliza a sua produção através dos canais tradicionais e está presente no mer- cado com várias marcas, com diferentes ca- tegorias de vinho. “Desde os vinhos de mesa,normais,avinhoregionaldeLisboae vinhos DOC Alenquer.” A relação com a Caixa Geral de Depósitos é tãoantigacomoasprimeirasuvasaliprodu- zidas.“Desde1976”,dizJoséAfonsoSantos. “Mesmo nas piores alturas a Caixa esteve sempre connosco”, diz o diretor comercial daLabrugeiraconfessandoquenadécadade 1980, “uma má altura para o sector, o ban- co deu-nos a mão e com a sua ajuda conse- guimos dar a volta. Felizmente hoje esta- mos numa situação estável”. José Afonso Santosexplicaque“mesmoquandoasdire- ções da cooperativa mudavam, a relação com a Caixa mantinha-se”. Olhando para o futuro, José Afonso Costa confessa que quer “rentabilizar mais os produtos” comercializados e “aumentar o preçomédiodevenda”.Ouseja,venderme- lhor o vinho produzido. Acooperativaproduzaatualmentetrêsmi- lhõesemeiodegarrafasetrezentasmilbag in box. A produção de uva até pode aumen- tar ligeiramente mas o diretor comercial da Adega Cooperativa da Labrugeira entende que “é preciso trabalhar no sentido de en- trar em mercados que podem pagar mais por vinhos melhores. Nós já produzimos bons vinhos”. A estratégia passa por “au- mentarasexportaçõesparaosEstadosUni- dos, para a China e para a Escandinávia. Nuno Serra Fernandes Labrugeiraem todoomundo Equipamentos modernos e tecnologias novas levaram a Adega Cooperativa da Labrugeira ao sucesso conseguido através da exportação para novos mercados FAZEDORES SAIBA MAIS ADEGA COOPERATIVA DA LABRUGEIRA, CRL Volume de negócios: 2 milhões de euros 20 funcionários www.adegalabrugeira.pt
  10. 10. 18 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 19dinheiro vivo A A Sanindusa é um grupo de empresas que produz e comercializa artigos para casa de banho. À exceção do pavimento, a empre- saproduztodososartigossanitários.Come- çou a laborar no início dos anos 1990 e nes- te momento exporta para 84 países. A Europa é o continente onde esta empre- sa de Aveiro tem maior presença. África e Emirados Árabes Unidos são também geo- grafiasondeaSanindusaestápresentecom os seus artigos. Lucília Oliveira, diretora fi- nanceira da Sanindusa, explica que a dife- rença para a concorrência está “na dimen- são e na versatilidade”. “Conseguimos ter uma gama de produtos ajustada em preço à qualidade e design que nos tem diferenciado das restantes empre- sas”,diz.EénaversatilidadequeaSanindu- sa tem sustentado a diversidade de merca- dos.“Conformefoiindoparacadamercado foifeitoumestudoparasabermosasneces- sidadesdessemercado,oquenóstínhamos e que produtos precisávamos de ajustar”, exemplifica Lucília Oliveira. A diretora financeira diz que boa parte do sucesso também assenta na aceitação dos produtos portugueses e em especial os fa- bricados e comercializados pela Sanindusa. “O nosso material é bem aceite lá fora.Vie- mos a reduzir o peso do mercado nacional no volume total de faturação nos últimos tempos. Dos 70 por cento de peso do mer- cado interno chegamos aos 30 por cento e invertemos a situação anterior. Neste mo- mento, a exportação pesa 70 por cento e o mercado nacional 30 por cento”, clarifica. Para fazer face ao aumento da procura ex- terna a Sanindusa teve de reforçar a capa- cidade de produção. De uma unidade fabril a empresa passou para quatro.Três em Por- tugal,Aveiro,Tocha eOiã e uma emValên- cia, Espanha. Em duas dessas unidades fabris a Sanindu- sa produz sanitários. Nas outras duas pro- duz acrílicos e torneiras. Lucília Oliveira diz que o aumento da capacidade produti- va seguiu a linha de crescimento das ex- portações. OrelacionamentocomaCaixaGeraldeDe- pósitos sempre foi de proximidade. A dire- tora financeira da Sanindusa diz que a Cai- xa “foi sempre um banco que apoiou a nos- sa empresa em todos os investimentos que decidimos efetuar”. “É um banco com o qual nós gostamos de trabalhar e é um banco que aposta nas em- presas e que efetivamente as ajuda a dar o salto”, diz Lucília Oliveira, acrescentando que quase todas as operações passam pela Caixa. “Desde empréstimos para investi- mentos,aocréditocorrente,semprefoium banco que esteve presente no crescimento da Sanindusa.” Oobjectivodaempresapassaagoraporcres- cer ainda mais e tentar entrar com algum peso no mercado norte-americano. Um mercado complexo e que leva a Sanindusa a desenvolver produtos específicos. Algo que já está a ser feito. Nuno Serra Fernandes Osegredoda qualidadeepreço Três fábricas em Portugal e uma em Espanha resultam em 70% de produção exportada e no crescimento dos negócios da Sanindusa “Conseguimosteruma gamadeprodutos ajustadaempreço àqualidadeedesign quenostem diferenciadodas restantesempresas.” LUCÍLIA OLIVEIRA Diretora financeira FAZEDORES SAIBA MAIS SANINDUSA – INDÚSTRIA DE SANITÁRIOS, SA Volume de negócios: 34 milhões de euros Zona industrial de Aveiro www.sanindusa.pt
  11. 11. 20 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 21dinheiro vivo A A Dardico produz vegetais congelados. Uma agroindústria presente em Avis des- de 1996. Quando começou a laborar a em- presa tinha 12 colaboradores, hoje são 180 as pessoas que todos os dias produzem produtos mediterrânicos congelados, como ervilhas, courgettes, pimentos, be- ringelas, bróculos e tomate. A maioria da produção é exportada. Paulo Pimentel, administrador executivo da Dardico, explica que a proximidade com o produtor faz parte da filosofia da empre- sa. “Um dos fatores de sucesso da Dardico é aproximidadedosagricultores.Anossama- téria-prima vem do campo e quanto mais próximo eu tiver esta matéria-prima mais fácilécongelar.”Paragarantirafrescurados alimentos,aempresaestabeleceuparcerias com os agricultores. Parcerias que permi- tem à Dardico acompanhar desde a origem o processo de crescimento dos produtos. A empresa tem um departamento agrícola responsável por esta verificação. RecentementeaDardicocomeçouaconge- lar frutas. Paulo Pimentel acredita que a fruta congelada vai ter um salto significati- vo nos próximos anos. “As dietas e os pro- dutossaudáveisestãonamodaenóstemos de seguir as tendências”, diz sobre esta apostaquetemcrescidoanoapósano.Apar dos congelados, a empresa também tem uma variedade de produtos grelhados. E neste ramo, o administrador executivo tambémesperaobterumcrescimentocon- siderável. A Dardico é uma multinacional de capitais belgas e exporta para vários países. A partir de Avis, a empresa multinacional vende produtos congelados para o Canadá, para o Brasil, para o Chile e para o Norte da Euro- pa, o principal mercado. O volume de exportação chega aos 99 por cento.ADardicodispõedeumacadeiainin- terrupta de frio.Assim, o que sai dos túneis de congelação vai diretamente para as câ- marasdecongelação(-21°C)eaentradanas linhas de embalagem também a -21°C. O produto embalado é imediatamente e de formacompletamenteautomáticaarmaze- nado num armazém. ADardicodispõedenovelinhasdeembala- gem automáticas e uma semiautomática. Linhas que dispõem de sensores laser e de metal que servem para detetar e remover quaisquerobjetosestranhos.Aautomatiza- ção avançada das linhas de embalagem faz que antes de cada embalamento o parque demáquinassejaautomaticamenteadapta- do ao produto a ser processado, para excluir qualquer possibilidade de erro. Paulo Pimentel encara a Caixa Geral de De- pósitos como um parceiro, cuja relação re- monta ao início da empresa. “Temos um lema que é better together. Tal como aconte- ce com a parceria que tenho com os agricul- tores,aparceriacomaCaixatambémébené- fica. O banco sempre nos apoiou em todas as operações em que nós estamos. A Caixa nunca nos negou uma operação”, sublinha. Nuno Serra Fernandes Cadeiadefrio produzriqueza De Avis partem para o mundo congelados de ervilhas, pimentos, bróculos, tomate ou courgettes. E há novidades: frutas e até produtos grelhados congelados “Um dos fatores de sucesso da Dardico é a proximidade dos agricultores. Quanto mais próximo, mais fácil é congelar.” PAULO PIMENTEL Administrador executivo FAZEDORES SAIBA MAIS DARDICO – AGROINDÚSTRIA S.A. Volume de negócios: 34 milhões de euros 450 funcionários Zona industrial de Aveiro www.sanindusa.pt
  12. 12. 22 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 23dinheiro vivo A A Primavera é uma companhia especializa- danodesenvolvimentodesoftwaredeges- tão empresarial e está presente em Portu- gal, Espanha, Dubai e nos países de língua oficial portuguesa. A empresa desenvolve sistemasERP(siglaeminglêsparaenterpri- se resource planning) e que no fundo são sistemas responsáveis pela faturação, con- tabilidade, processamento de salários, ges- tãodeativos,gestãodeproduçãoederecur- sos humanos. José Dionísio, co-CEO e co- fundador da Primavera BSS, explica que a empresa “é uma empresa de capitais cem por cento portugueses e está a cumprir 22 anos de existência”. “Temos um volume de negócios de mais de 20 milhões de euros, estamos sediados em Braga,temosescritóriosemLisboa,emMa- drid, Luanda, Maputo, CaboVerde e Dubai e lideramos o mercado nacional e os merca- dos de língua oficial portuguesa”, diz. A Primavera BSS nasceu da vontade de José DionísioedeJorgeBatista,queviramnoen- tão novo sistema operativo Windows uma oportunidade de negócio. “Não havia soft- ware para Windows e foi essa a janela de oportunidadequenós,enquantoempreen- dedores já com alguma experiência profis- sional, detetámos.” “Começámos por desenvolver um produto para profissionais liberais, o ContaLib, que foi um best-seller. Os best-sellers não se es- peram e foi esse produto que alimentou todoocrescimentodaempresa.Hojesomos 300 pessoas em todos os países onde esta- mos,estando220nasnossasinstalaçõesem Braga”, frisa o empresário, que é da opinião de que o atual momento é de “profunda ro- tura tecnológica, mais profunda do que a que vivemos no início dos anos 1990”. A cloud é, na perspetiva de José Dionísio, umelementorevolucionáriocom“soluções que permitem que os utilizadores possam usar as virtudes destes ambientes, nomea- damente ao nível da conetividade, entre as pessoas que trabalham em empresas distin- tas”. A Primavera está a entregar as primei- ras versões dos seus produtos também para acloud, um caminho que será feito durante os próximos anos. “Esperamos que no final de2018tenhamosemambientecloudnati- vo todas as ferramentas que temos hoje em ambiente Windows”, confessa. A Caixa Geral de Depósitos sempre foi um parceiromuitoimportante.ACaixa,através do então Banco Nacional Ultramarino, foi a únicainstituiçãobancáriaaacreditarnaem- presa,aindaenquantostartup.“Recordo-me bemdequeem1994,quandoprecisámosde comprarasnossasprimeirasinstalações,150 metros quadrados que custaram cerca de cem mil euros, depois de batermos à porta deváriosbancos,oúnicobancoquenãonos pediu aval foi o BNU.” Depois disso, vários bancos já se juntaram ao portefólio de ban- cos que trabalham com a Primavera, mas a Caixa Geral de Depósitos assume uma posi- çãoespecialporfazerpartedahistóriadesu- cesso desta empresa tecnológica. Nuno Serra Fernandes Umaarmapara todososgestores A Primavera começou, há 22 anos, por explorar uma falha de oferta em ambiente Windows e agora espera ganhar muito com a inovação na cloud “Esperamos que no final de 2018 tenhamos emcloud nativo todas as ferramentas que temos hoje em ambiente Windows” JOSÉ DIONÍSIO Co-CEO FAZEDORES SAIBA MAIS PRIMAVERA BSS, S.A. Volume de negócios: 20 milhões de euros 300 trabalhadores Braga www.primaverabss.com
  13. 13. 24 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 25dinheiro vivo C Começou por ser uma produtora de vina- gres, mais tarde enveredou pela produção de molhos e, atualmente, a Mendes Gon- çalveséumadasmaioresprodutorasnacio- nais de vinagres e molhos, como maione- ses, ketchups, mostardas e temperos para saladas. Com sede na Golegã, onde nasceu, a empresa sempre teve uma ligação umbi- lical à região ribatejana. A inovação, como faz questão de frisar o administrador João Pilão, desde sempre esteve presente na fi- losofia da Mendes Gonçalves. “A empresa começa exatamente com um produto inovador, um vinagre feito de figo. E aqui podemos ver a ligação que tem à sua terra”, explica João Pilão sublinhando a tra- dição que a Golegã tem de produção de figo. Porvoltadoano2000,aMendesGonçalves decidiu investir no setor dos molhos. João Pilão assume que esse investimento “foi umrisco”,mashojeemdiaéoelementodi- ferenciador da empresa porque, para além de produzir molhos para a sua marca Pala- din, produz também para outras marcas e exporta molhos para mais de 20 países. A empresa, através da marca Paladin, está presente em todos os países africanos de língua portuguesa, em Marrocos, Argélia, Jordânia e Líbia. Conta entrar brevemente naArábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Índia e tem planos para entrar no Koweit e na Malásia. Nalguns segmentos pre- mium, a Mendes Gonçalves está já a traba- lhar o mercado espanhol, francês e o mer- cado alemão. A marca Paladin tem versões em várias lín- guascomprodutosadequadosacadageogra- fia. “Existe em hebraico, em inglês, em francês,emfrancêsárabe,emespanholeem italiano.”A empresa tem também produtos transversais a vários mercados, como é o caso do piripíri Sacana que João Pilão diz ser “um sucesso não só cá mas também em to- dos os mercados” onde a empresa está. O administrador diz que “na Argélia a em- presa tem uma linha de molhos para salada que não existe em Portugal. Ou a maione- se, que em Portugal não é igual à comercia- lizada em Marrocos ou no Médio Oriente. Isto acontece porque eles gostam da maio- nese mais doce, nós gostamos mais ácida”, exemplifica. A Mendes Gonçalves abriu há dois meses uma fábrica de vinagres emAngola e já tem produção nesse país. De resto, todos os pro- dutos são feitos na fábrica da Golegã. A Caixa Geral de Depósitos tem sido o par- ceiro que tem apoiado o processo de inter- nacionalização. O apoio do banco também temsurgidoaoníveldosinvestimentosque a empresa tem realizado. “A empresa duplicou em três anos e não sendofácilgerirtudoisso,temsidoumpar- ceiro”, diz João Pilão.A empresa está a con- cluir dois projetos ligados ao sistema de in- centivos de inovação produtiva, realizados em colaboração com a Caixa e que de acor- do com o administrador “correram bastan- te bem”. Nuno Serra Fernandes Paladardiferente emcadamercado Um dos segredos do êxito da dona da marca Paladin é produzir temperos, vinagres e molhos que são alterados conforme os mercados a que se destinam FAZEDORES SAIBA MAIS MENDES GONÇALVES, S.A. Volume de negócios: 25 milhões de euros 230 funcionários Zona Industrial da Golegã www.paladin.pt “A Paladin tem versões em hebraico, em inglês, em francês, em francês árabe, em espanhol e em italiano.” JOÃO PILÃO Administrador
  14. 14. 26 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 27dinheiro vivo A AWoodonecomeçouaproduzirmobiliário escolar em 1945. O nome, em inglês, signi- fica “madeira de primeira”, como faz ques- tão de explicar o administrador Manuel Martins, enquanto sublinha que na Penín- sula Ibérica gere a fábrica com mais know - -how em material específico para escolas. Comopassardosanos,estaempresadeLor- delo,noconcelhodeParedes,diversificoua oferta e passou a produzir e a comercializar mobiliáriohospitalar,mobiliáriodeescritó- rio e mobiliário para o lar. “Estamosnestesquatrosetores,masonos- so core é o mobiliário escolar”, diz Manuel Martins. “No caso do mobiliário escolar, a Woodone fabrica material desde o infantá- rio até às universidades.” O empresário adquiriu a empresa em 2006 numa situação verdadeiramente preocu- pante, “quase falida”. Quando Manuel Martins a comprou, a Woodone faturava 500 mil euros por ano com 21 funcionários. Em sete anos, o número de funcionários duplicou e o volume de negócios multiplicou-se por dez, para um total de cinco milhões de euros em 2014. “O crescimento foi muito rápido, mes- mo em crise profunda. O que nos salvou foi a aposta que fizemos em tecnologia de ponta e maquinaria, apoiada pelo pe- núltimo QREN, o que nos deu competi- tividade”, explica. No mercado interno, o Estado é o principal cliente da Woodone. São os municípios e o Ministério da Educação os principais clien- tes. Este modelo de negócio é replicado além-fronteiras. “Atacamos muito o clien- te-Estado, o que nos permite ter um nível de produção elevado. São quantidades ele- vadas. Não estamos a falar daquele cliente que nos compra 10 ou 20 cadeiras, mas sim dos que nos compram milhares de peças”, como em Angola e Moçambique, mas tam- bém em França, em Espanha, no Koweit e no Qatar. É naqueles dois países do Golfo que a Woo- done dispõe de duas filiais. Manuel Mar- tins explica que “a licença para o Koweit permite o comércio para todos os países do Golfo Pérsico, e tendo a empresa aber- ta no Koweit é possível exportar para a Arábia Saudita”. O volume de exportação atualmente “re- presenta30%dafaturaçãototal”.Valorque Manuel Martins quer duplicar em 2016 e para isso conta com novas instalações de 11 mil metros quadrados, inauguradas recen- temente. Projeto que a Caixa Geral de De- pósitos ajudou a concretizar, uma vez que “financiou uma boa parte da construção desta unidade fabril”. “Foi a Caixa que nos deu o apoio maiori- tário”, diz. Em perspetiva está o alargamento para os mercados da América Latina, como o Chile e a Colômbia, e também para a Rússia. Para concretizar este passo, a Woodone está a contactar parceiros locais. Nuno Serra Fernandes Crescerdezvezes emseteanos A Woodone é a empresa ibérica que mais sabe sobre mobiliário escolar. Já exporta 30% do que produz e prepara-se para duplicar esse valor “O que nos salvou foi a aposta em tecnologia de ponta e maquinaria, apoiada pelo penúltimo QREN, o que nos deu competitividade” MANUEL LUÍS MARTINS Administrador FAZEDORES SAIBA MAIS WOODONE Volume de negócios: 5 milhões de euros 43 funcionários Rua da Zona Industrial, Lordelo www.woodone.pt
  15. 15. 28 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 29dinheiro vivo Plásticosvelhos negóciosnovosTransformar plástico velho em matéria reutilizável e transformável por outras atividades industriais é um negócio que já motiva exportações portuguesas “Recebemos desperdícios de produção de fábricas que transformamos em matéria-prima.” CARLOS BENTO Administrador FAZEDORES SAIBA MAIS MICRONIPOL,MICRONIZAÇÃO ERECICLAGEMDEPOLÍMEROS Volume de negócios: 9,4 milhões de euros Sede em Freixianda, Ourém www.micronipol.pt N Nasceu em 2000 com capacidade para re- ciclar 120 toneladas de plásticos, nomea- damente polímeros não técnicos como poliolefinas, prolipropileno e polietileno. Atualmente a Micronipol pode processar dez vezes mais. Com uma capacidade ins- talada de 1200 toneladas por mês, a Micro- nipol, que tem sede em Freixianda, conce- lho de Ourém, é considerada uma das maiores empresas em território nacional a reciclar plásticos, entre eles o polietileno, que pode ser encontrado na composição dos sacos de plástico. CarlosBento,administradordaMicronipol, explica que o que a empresa faz é “receber na fábrica plásticos que já foram utilizados para transformar em novos produtos”. “Recebemos desperdícios de produção de fábricas que transformamos em matéria- prima para utilizar. Recebemos embala- gens industriais, tratamos – se for preciso lavar,lavamos–edepoisesseplásticoéen- caminhado para o fabrico de novas emba- lagens. Por último, também reciclamos plástico mais contaminado para ser trans- formado entre outros, em sacos ou tubos”, exemplifica. Espanha foi o primeiro destino da Microni- pol. Atualmente é no mercado internacio- nal que a empresa desenvolve a maior par- tedotrabalho,nomeadamentenoCentroe no Norte da Europa e África. “Estamos a exportar mais para a África do Sul,Marrocos,Tunísia,paraaBélgica,Fran- ça e Alemanha”, diz. A relação com a Caixa Geral de Depósitos é recente. Carlos Bento refere que a Microni- polcomeçouatrabalharcomessebanco“há cinco anos”. Falando de uma perspetiva pessoal,oadministradordaMicronipolcon- sidera que “a Caixa Geral de Depósitos, a certaaltura,sentiunecessidadedesevoltar mais para a indústria”. “Dessa forma começámos a trabalhar mais comaCaixa.Atéessaalturanãotrabalháva- moscomeles”,sublinhaCarlosBento.Oad- ministrador da empresa diz mesmo que a imagem que passava é que era “um banco mais institucional, que se dedicava mais ao pequeno negócio e ao particular”. “Na minha opinião a Caixa está a fazer um excelente trabalho. Temos uma ótima rela- ção com a Caixa. É um banco que está a acompanharaevoluçãodosmercadosepara a Micronipol é um banco para trabalhar”, afirma o administrador da empresa. No ano passado, a faturação da Micronipol rondou osdezmilhõesdeeuros,umcrescimentode pouco mais de 14 por cento face a 2013. “Para a Europa é uma empresa pequena mas para Portugal, no nosso setor, não pelo volumedenegóciosmaspeladimensãoque temos, somos uma grande empresa”, frisa. Olhando para o futuro, Carlos Bento apon- ta o crescimento como objetivo. “Não em Portugal, cuja unidade está madura, mas fora do país”, dando como exemplo o Norte de África, um destino “aliciante” e que está “debaixo de olho há cerca de cinco anos”. Nuno Serra Fernandes
  16. 16. 30 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 31dinheiro vivo Roupasfabricadas paraaFórmula1 A Damel exporta todo o vestuário técnico que produz na fábrica da Póvoa de Varzim, local de onde saem equipamentos para a Red Bull e a BMW “Desde o momento em que aceitamos uma encomenda até ao momento de receber às vezes passam seis meses.” JUNILIA LEMOS Responsável financeira FAZEDORES SAIBA MAIS DAMEL, CONFECÇÃO DE VESTUÁRIO, LDA. Volume de negócios: 2,75 milhões de euros 128 colaboradores Amorim, Póvoa de Varzim www.damel.pt A A Damel é uma empresa de confeção de vestuário técnico. Criada na década de 1980, especializou-se na confeção de roupa de alta gama, muito técnica, para grandes marcas desportivas mundiais. Junilia Le- mos,responsávelpelodepartamentofinan- ceiro,explicaqueaempresaproduzblusões para as equipas de fórmula 1, Red Bull e BMW. “Os blusões e os coletes do pessoal de apoio dessas equipas são feitos na Da- mel”, diz Junilia Lemos para quem as qua- lidade e a tecnologia empregados na confe- ção dos seus produtos foram a porta para este mundo tão específico. A par deste produto, a Damel desenvolveu ainda o SeaB2, um blusão dotado de um avançadosistemadesegurançaparaserusa- do em alto-mar. Desenvolvido exclusiva- mente pela Damel, o SeaB2 tem um siste- maqueao“detetaraquedadoutilizadorao mar faz disparar um colete salva-vidas”. O SeaB2 também poderá estar associado a um sistema de localização – como o GPS – com uma antena que emite um sinal dete- tável por todos os barcos e autoridades de segurança. “Seumapessoaficarinconscienteaocairno marenãotivertempoparaacionarmanual- mente o colete, o SeaB2, ao entrar em con- tacto com a água, enche e deixa a pessoa na vertical”, frisa Junilia Lemos. No entanto, esta tecnologia ainda não está a ser comer- cializada porque aguarda certificação. Depois de estarem concluídos todos os pro- cedimentos relativos a licenciamentos e re- gistoslegais,estanovatecnologiapoderávir aserútilapescadores,velejadoreseaoutras profissões ligadas ao mar. Enquanto a certificação deste produto não chega, a Damel continua a explorar o seu mercado com os produtos que confeciona. E tudo o que é produzido na Póvoa de Var- zim é vendido fora do país. ADamelnãotrabalhanomercadonacional. AAlemanha,oReinoUnido,aSuécia,aSuí- ça, a França e Espanha, com uma forte rela- ção com o El Corte Inglés, são os mercados onde a Damel tem uma forte penetração e onde tem feito aumentar o seu volume de negócios para os níveis atuais: cerca de 2,7 milhões de euros anuais. A relação com a Caixa Geral de Depósitos é recente. A Damel abriu uma conta há dois anos na Caixa. Uma conta que Junilia Le- mosdizque“começouporserpequenamas que começou a ganhar dimensão. Estamos a canalizar mais operações por lá”. “Desdeomomentoemqueaceitamosuma encomenda à compra dos tecidos, à produ- ção e até ao momento de receber, às vezes passam seis meses. Seria complicado traba- lhar sem a ajuda do banco. Compramos muitos tecidos na Ásia e uma boa parte é paga no ato da compra. O máximo que te- mos é 60 a 90 dias de crédito. Até receber, às vezes, demora muito tempo e uma em- presa não tem condições de suportar sozi- nha a espera”, explica a responsável finan- ceira da Damel. Nuno Serra Fernandes
  17. 17. 32 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 33dinheiro vivo COMOFAZER MELHOR
  18. 18. 34 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 35dinheiro vivo O decidiram-se por uma nova abordagem, usando quiosques self-service. Os empre- gados tiravam um uniforme, faziam o scan da etiqueta e da sua identificação num quiosque, verificavam o ecrã e iam- -se embora. O resultado foi uma maneira mais leve de começar o dia, libertando o pessoal da linha da frente para concen- trar as suas energias nos clientes. Esta nova abordagem foi tão eficaz que a Dis- ney a adotou em todos os seus parques e navios de cruzeiro. Contratam pela atitude e não pela aptidão – e depois reforçam a atitude. Para obter um serviço amigável, contrate pessoas amigáveis. A companhia aérea JetBlue in- troduziu esta filosofia no seu processo de recrutamento. Para recrutar pessoal da li- nha da frente com uma tendência natural para ser prestável, usa entrevistas de gru- po.A observação da maneira como os can- didatos interagem uns com os outros, permite aos responsáveis pelo recruta- mento avaliar as suas capacidades de comunicação e relacionais numa medi- da que não seria possível num cenário de um para um. Tendo contratado pessoas com a atitude correta, os líderes têm depois de garantir o reforço dos comportamentos que pre- tendem. Embora a Disney contrate pes- soal para a limpeza dos parques, toda a gente na organização sabe que partilha a responsabilidade por manter um ambien- te limpo e agradável. Quando lhe pergun- taram porque apanhava um papel do chão na casa de banho, um líder respondeu: “Não me posso dar ao luxo de não o fa- zer.” As ações dos líderes são visíveis para todos. Ou, como a Disney explica, “Cada líder está a contar uma história acerca da- quilo que valoriza.” Dão às pessoas objetivos, não regras. As regras têm o seu lugar, mas o seu alcance é limitado. Para motivar os empregados e dar sentido ao seu trabalho, as empresas mais importantes definem o seu “propó- sito comum”: uma explicação sucinta da experiência pretendida para o cliente, que ecoe a um nível emocional. Quando se fornece às pessoas expectativas bem definidas e se confia que são capazes de fa- zer o seu trabalho, elas sentem-se valori- zadas e com poder. Escolhem ir além da obrigação por paixão, não por submissão. Para o banco chileno BCI, o propósito co- mum é o desenvolvimento de relações de confiança com o cliente, que durem toda a vida. Os líderes do banco contam uma história acerca de um vencedor da lotaria que teve de decidir a quem confiar o di- nheiro do seu prémio. Quando lhe pergun- taram porque escolhera o BCI, explicou que os consultores não lhe tinham apenas vendido produtos, mas tinham tentado sa- tisfazer as suas necessidades.Alguns viaja- vam regularmente no autocarro que ele conduzia e pareciam-lhe tão genuínos no seu tempo livre quanto no trabalho. Aproveitam a criatividade da sua linha da frente. Dar responsabilidade e autonomia aos funcionários inspira-os a fazer tudo o que puderem para melhorar a experiência do cliente. Quando se apercebem de um problema, resolvem-no sem ser preciso pedir-lhes. O pessoal da linha da frente também é uma boa fonte de perspetivas acerca dos clientes. Podem ajudar os líde- res a compreenderem o que os clientes querem, evitando o tempo e o custo da pesquisa de mercado. Vejamos o exemplo da Wawa, uma cadeia de lojas de conveniência americanas. Um gestor com iniciativa decidiu que os seus clientes gostariam de um balcão de café e de uma maior escolha de comida fresca. Quando a afluência e os lucros dispara- ram, a sede deu por isso e enviou uma equipa para descobrir porquê. De posse dos factos, a empresa desenvolveu rapida- mente um plano para replicar esta inova- ção em toda a rede de lojas. Os avanços tecnológicos tornaram muito mais fácil às empresas compreenderem os clientes numa base individual. Mesmo as- sim, envolver-se com os clientes continua a ser sobretudo um processo de contacto pessoal. A construção da relação de con- fiança ocorre na linha da frente, uma in- teração de cada vez. Assim, para criar uma ligação emocional com os seus clientes, co- mece por fazê-lo com os seus empregados. Dilip Bhattacharjee (Associate Principal, McKinsey & Company) trabalha com clien- tes de inúmeros setores na transformação da experiência dos clientes. Bruce Jones (Diretor de Programação, Dis- ney Institute) coordena a equipa que desen- volve conteúdos com base nos princípios, es- tratégias e melhores práticas da Disney. Francisco C. Ortega (Partner, McKinsey & Company) lidera o departamento de Servi- ce Operations Practice na América Latina, dirigido para a experiência dos clientes, ges- tão de recursos e análise avançada. O que motiva os empregados a irem além da sua obrigação para fornecerem ao cliente uma experiência fantástica? A Disney conta a história de uma rapari- guinha que visitava um parque temático e deixou cair a sua boneca favorita para trás de uma cerca. Como estava coberta de lama quando o pessoal de serviço a re- cuperou, fizeram-lhe um vestido novo, deram-lhe banho, pentearam-na e até lhe tiraram fotografias com outros bonecos da Disney antes de a entregarem à dona, ao fim da tarde. A mãe da menina descreveu o regresso da boneca como “magia pura”. Os empregados do parque temático não consultaram um guião nem pediram con- selho aos chefes. Fizeram o que fizeram porque ir além da obrigação de cada um é uma coisa natural na Disney. Este género de devoção pelo serviço ao cliente paga os seus dividendos. Clientes emocional- mente envolvidos têm, em geral, três ve- zes mais probabilidades de recomenda- rem um produto e de voltarem a comprá- -lo. Com um olho nesses benefícios, mui- tas empresas estão a tornar a experiência proporcionada ao cliente numa estratégia prioritária. Contudo, ainda lutam para que os seus esforços tenham efeito. Porque é tão difícil fazer que a experiên- cia do cliente corra bem? O maior obstá- culo é transferir a visão da sala de reu- niões para a prática na linha da frente. Isso é ainda mais importante numa era em que otimizar pontos de contacto específi- cos de clientes já não é suficiente – em vez disso, é necessário que nos concentre- mos nas suas viagens holísticas. Existeapenasumamaneiradecriarligações emocionais com os clientes: garantindo que cada interação é preparada para os en- cantar. Isso exige mais que produtos e ser- viçosfantásticos–exigequeosempregados da linha da frente estejam motivados e de- tenham poder. Criar uma experiência fan- tástica para o consumidor resume-se a ter umpessoalfantásticoetratá-lobem,fazen- do-o sentir-se mais comprometido com a empresa e com os seus objetivos. As melhores empresas praticam habitual- mente quatro princípios: Ouvem os empregados. Quer que os seus empregados cuidem muito bem do seu cliente? Comece por cuidar muito bem deles. Trate-os com respeito e justiça, cla- ro, mas envolva-se também com os seus problemas e necessidades. Estabeleça me- canismos para ouvir as suas preocupações e procure resolvê-las. Quando a Disney abriu o seu primeiro re- sort em Hong Kong, antes de cada turno os empregados tinham de ir receber os seus uniformesdasmãosdeumassistente.Com cerca de três mil pessoas a chegarem ao mesmo tempo, esperar na fila podia causar frustração e atrasos. Os responsáveis Tendo contratado pessoas com a atitude correta, os líderes têm depois de garantir o reforço dos comportamentos que pretendem. Na foto,DILIP BHATTACHARJEE, Associate Principal, McKinsey & Company HARVARD BUSINESS REVIEW Leia as historias de sucesso e as entrevistas com os CEO em www.dinheirovivo.pt COMO GERIR 4princípios para encantar osclientes Criar ligações emocionais com os clientes é muito mais do que produtos e serviços fantásticos. O segredo esconde-se nos funcionários
  19. 19. 36 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 37dinheiro vivo O caixa de entrada de Jobs está cheia, não só com lixo, mas com algumas questões legí- timas, problemas dos quais ele pode ainda não ter conhecimento.Além disso, suspei- to que alguém na Apple esteja cuidadosa- mente a vasculhar os e-mails e seja capaz de compilar estatísticas sobre questões que possam ser um problema real ou que talvez estejam a ter impacte num núme- ro reduzido de utilizadores nesse momen- to. Estes poderão ser um aviso precoce de problemas futuros. Simplificando, isto é outra forma de crowdsourcing (obtenção de dados de um grande grupo de pessoas) a partir do feedback dos clientes. Numa era em que o fluxo de informação para empresas gran- des pode ser esmagador e ruidoso, isso cria incentivos para obter informação de maior qualidade e atempada. Para algumas em- presas, uma conta no Twitter está a de- sempenhar esta função. Na Apple, o CEO é uma parte ativa do jogo. JoshuaGanséprofessordeEconomiadaMel- bourne Business School, na Universidade de Melbourne. É atualmenteprofessorconvida- do no Departamento de Economia da Uni- versidadedeHarvardeéoautordolivro“Pa- rentonomics”. dante universitário de jornalismo. Poder-se-á pensar que o departamento de marketingdaApple talvez tivesse gostado de ter tido algum controlo nesta questão. Mas é claro que este tipo de comporta- mento é o que torna a Apple “diferente”. Basta ver a forma magistral mas pouco convencional de tratamento do problema da antena do iPhone 4 que ocorreu no iní- cio deste ano para ver como isso funciona. Numa reviravolta fantástica, a questão da antena dissipou-se enquanto problema. Já ninguém fala disso. É claro que não custa imaginar que as res- postas são um incentivo às pessoas escre- verem a Jobs. A sua caixa de entrada deve estar repleta de questões, reclamações e outros comentários. Isso soa a uma con- fusão desastrosa, mas, na realidade, o teorizador de jogo que existe em mim questiona-se se na verdade isso pode ser concebível. Pense nisto: Jobs responde a e-mails mui- to cuidadosamente para dar informação que ainda não foi divulgada. Também res- ponde a questões por e-mail que são cur- tas e diretas. Se é o tipo de pessoa que quer escrever-lhe e receber uma resposta, a sua melhor aposta será escrever algo breve e relevante. O que isso significa é que a O que acontece quando o CEO de uma grande empresa decide lidar diretamente com os clientes? Não nos referimos a clientes grandes, mas a clientes comuns. Convenhamos que não tem havido mui- tas oportunidades para descobrir que a úl- tima coisa que os CEO, os seus colegas ad- ministradores ou conselhos de adminis- tração querem é que eles saltem hierar- quias para lidarem, eles próprios, com coi- sas do dia-a-dia. Mas no caso daApple, Ste- ve Jobs, parecia fazer regularmente preci- samente isso. Exemplos: “– Sou uma grande fã daAppleTV original desde que foi lançada, sendo que na reali- dade tenho duas e comprei algumas para dar como presente ao longo dos anos. Por isso, assim que a nova Apple TV foi lança- da, comprei uma. No geral, é uma atualiza- ção fantástica, pois faço semprestreaming a partir do meu mini Mac, de qualquer for- ma. Mas há um senão – para onde foram o iTunes Extras e o iTunes LP? Tenho com- prado propositadamente conteúdos com estas funcionalidades só para as minhas Apple TV. E agora as funcionalidades não podem ser utilizadas na minha boxnova?! Há atualização a ser desenvolvida para re- solver isto? – Na calha. (Enviado do meu iPhone)” E outra: “– No IOS 4.2 para iPad o botão lateral vai passar a servir para o modo silêncio e não para bloqueio da orientação do ecrã? – Sim. (Enviado do meu iPhone)” “– Estão a planear fazer com que isso seja uma opção alterável? – Não.” (Pode ler muitos mais exemplos em emailsfromstevejobs.com.) Não é propriamente informação de alto nível e as respostas de Jobs não são preci- samente as que seriam pensadas por al- gum executivo de marketing. Mas não há dúvida de que a informação contida é útil, e é divulgada em grande escala quando ocorre. Já para não dizer que os destinatá- rios ficam, sem dúvida, muito satisfeitos em terem obtido uma resposta. É curioso pensar sobre que mensagens es- tão a ser enviadas em tudo isto. Poderá pensar que se trata apenas de boas rela- ções públicas. Neste exemplo, Jobs res- ponde a uma reclamação pedindo ao cliente que questione a AT&T. Neste, faz comentários sobre a ação legal a decorrer. E quem sabe o que o departamento jurídi- co daApple pensou quando esta foi publi- cada. E, por fim, Jobs envolve-se numa discussão dura mas concisa com um estu- Jobs responde ae-mails muito cuidadosamente para dar informação que ainda não foi divulgada. JOSHUA GANS,professor de Economia da Melbourne Business School HARVARD BUSINESS REVIEW Leia as historias de sucesso e as entrevistas com os CEO em www.dinheirovivo.pt COMO GERIR ComoSteveJobs respondia aosclientes O fundador da Apple respondia cuidadosamente a todos os e-mails. Mas normalmente as respostas eram curtas e diretas Suspeitoque alguémna Appleesteja cuidadosamente avasculharos e-mailseseja capazdecompilar estatísticassobre questõesque possamserum problemareal.
  20. 20. 38 DINHEIRO VIVO DINHEIRO VIVOdinheiro vivo 39dinheiro vivo N A certa altura a verdade torna-se esmaga- dora, e se der aos membros da equipa soro da verdade, eles irão admitir que o proje- to nunca irá contribuir verdadeiramente para os objetivos estratégicos e financei- ros da empresa. Mas como na maior parte da empresas os sistemas de remuneração acarretam penalizações na falha em cum- prir os compromissos, as pessoas hesitam dizer «O nosso projeto é um desses». Pa- rece mais inteligente encontrar formas de manter-se ativo. Tínhamos passado tempo suficiente com a nossa empresa de TI para saber que os ges- tores de projetos conseguiam habilidosa- mente subverter as alíneas do processo or- çamental por forma a manterem os seus zombiesa correr. Uma receita para a sobre- vivência: projetar elevados números de lu- cro para daí a cinco anos mas questionar apenas o modesto investimento no futu- ro próximo. No próximo ciclo orçamental, repetir o processo por forma a verificar se a receita sempre se mantém segura no in- tervalo num horizonte de dois anos. En- quanto a equipa gerir com sucesso os seus custos, tudo estará bem, pois não existe penalização para a perpétua projeção, mas nunca atingindo objetivos a longo prazo. Propusemos uma «amnistia zombie» – um período durante o qual podem ser transparentes sem sofrer repercussões caso um projeto terminasse. O ponto crí- tico da amnistia não é o de despedir pes- soas para cortar custos mas, bem melhor, para permitir à empresa investir num novo crescimento ao relocá-los em proje- tos mais promissores. Quando avaliamos três dúzias de esforços desta empresa de TI utilizando projeções realistas de possíveis receitas, descobri- mos que 20% deles eramzombies que não asseguravam garantias contínuas de in- vestimento. Encerrar esses projetos sem penalizações iria libertar fundos suficien- tes para suportar dois anos de atividades estratégicas inovadoras. Em dezembro de 2014 num artigo da HBR, dissemos que estas amnistias zom- bie são componentes vitais de uma abor- dagem sistemática de inovação. Mas não «Nunca os irão encontrar», disse um líder sénior de uma empresa de tecnologias de informação multibilionária. Referia-se aos projetos zombie: os nefastos inimigos dos esforços de inovação bem-intencionados. Os zombies são projetos que, por um de- terminado número de razões, falham a cumprir as suas promessas e mesmo as- sim continuam a ser executados, sugando recursos sem qualquer esperança real de ter um impacto significativo na estratégia da empresa ou perspetivas de lucro. Havíamos sugerido que pelo menos uma das razões pelas quais a empresa estava a ter dificuldades em comercializar ideias inovadoras seria porque os zombies esta- vam a secar os seus recursos e a entupir a sua pipeline. O líder estava cético. Pensou que não encontraríamos ne- nhum, dado o altamente rigoroso proces- so de planeamento.Todos os anos inúme- ras pessoas passam meses a rever a perfor- mance recente e as projeções futuras. To- dos os projetos passavam pelo microscó- pio proverbial. Então como poderia um projeto zombie existir? Um projeto zombie reproduz-se em for- mas previsíveis. O projeto certamente faz sentido quando primeiramente aprovado pela liderança. As suas projeções financei- ras, ainda que sempre incertas, parecem razoáveis. As premissas de mercado pare- cem sempre plausíveis. Os prazos de de- senvolvimento parecem alcançáveis. Mas algures ao longo do tempo, a tecno- logia não funciona exatamente como pla- neada. Um concorrente faz algo imprevi- sível. Um parceiro-chave decide não par- ticipar. Os consumidores pegarem de for- ma inesperada. Os gestores de projeto sabem que o que aconteceu não é nada de bom, mas é difí- cil para eles admitir quando um projeto descarrilou. Os psicólogos apontam que sofremos de preconceito de confirmação, prestando mais atenção às coisas que es- peramos e ignorando as que não espera- mos. E mesmo quando estamos cientes dos contratempos, estamos propensos a utilizar a análise heurística– quando acre- ditamos em algo, enaltecemos as boas no- tícias e ignoramos as más notícias. (continua na pág. 40) Realoque recursos para os seus projetos mais promissores e irá ver como os seus esforços de inovação se tornam melhores, maiores e mais rápidos Na empresa finlandesa de videojogos SuperCell, que foi avaliada em 3 biliões de dólares apenas três anos depois da sua fundação, o sucesso é celebrado com uma cerveja, o fracasso com champanhe SCOTT ANTHONY, managing partner da Innosight Ventures HARVARD BUSINESS REVIEW Leia todos os conteúdos e guias de gestão em www.dinheirovivo.pt Aniquileoszombies dasuaempresa COMO GERIR Enquantoaequipa gerircomsucesso osseuscustos, tudoestarábem, poisnãoexiste penalizaçãopara aperpétua projeçãode objetivosalongo prazo,mesmose nuncaatingidos.
  21. 21. 40 DINHEIRO VIVOdinheiro vivo são fáceis de pôr em prática. Baseado no nosso trabalho e no trabalho de outros académicos que pensam de forma seme- lhante – especialmente Rita Gunther McGrath da Columbia University (uma assassina de zombies certificada se é que tal existe) – identificamos seis formas de fazê-lo com sucesso: USE CRITÉRIOS SIMPLES, TRANSPA- RENTES E PREDETERMINADOS. Encer- rar um projeto pode ser muito emocional. Estabelecer uma lista de critérios antes de o processo começar ajuda os participantes a verem o processo como racional. Coloca- mos sempre três questões acerca da ideia: existe realmente uma necessidade no mercado? Podemos preencher essas ne- cessidades melhor do que os atuais ou po- tenciais concorrentes? Conseguimos al- cançar os nossos objetivos financeiros? Seja qual for o critério, lembre-se de que são linhas orientadoras, não regras.As de- cisões finais vão sempre requerer algum nível de julgamento subjetivo. ENVOLVAPESSOASDEFORA.Ospaisvão sempre atestar como é difícil conseguir ser imparcial em relação a algo em que tive- mosumpapelimportantenaconceção.Al- guém de fora que não se envolva – alguém de um departamento diferente ou inteira- menteexterior–podemtrazerumaimpor- tante imparcialidade ao processo. CODIFIQUE AS LIÇÕES APRENDIDAS AO LONGO DO CAMINHO. McGarth en- sina que sempre que uma empresa inova duas boas coisas podem acontecer.A ideia é comercializada com sucesso (claramen- te bom), ou – mesmo que não seja – aprendermos algo que nos coloca no cami- nho para sucessos futuros. Sustenha ação depois de revisões para captar as lições aprendidas e criar uma base de dados viva para armazenar e partilhar essas lições. In- vestir em captar e difundir conhecimen- to dos seus projetos zombie maximiza o retorno desses investimentos. EXPANDA A DEFINIÇÃO DE SUCESSO. Ao tomar riscos calculados isso acarreta riscos de punição, não é surpresa que as pessoas hesitam em correr riscos. Sempre que inova, o sucesso futuro é desconheci- do. Logo, perceber que uma ideia não é viável é um resultado de sucesso, desde que essas lições sejam aprendidas de uma forma de utilização de recursos eficiente. Dê palmadinhas nas costas aos colabora- dores quando eles lhe derem esse presen- te precioso. COMUNIQUE AMPLAMENTE. Isto pode parecer contraintuitivo, mas difundir am- plamente as falhas comerciais encoraja esforços futuros, porque a inovação acon- tece naturalmente a empresas que “se atrevem a tentar”. Destacando este tipo de esforços naturalmente torna mais se- guro para as pessoas ultrapassarem as suas barreiras de investimento. Depois de tudo, se não se permite tentar, como pode esperar ter sucesso? PROPORCIONE CATARSE. Esta ideia é re- tirada diretamente do excelente artigo da HBR de 2011 de MacGrath “Falling by De- sign: ‘Crie um evento simbólico – um ve- lório, um jogo, um memorial – por forma a dar às pessoas a sua catarse’.” Na empresa finlandesa de videojogos Su- perCell, que foi avaliada em três biliões de dólares apenas três anos depois da sua fundação, o sucesso é celebrado com uma cerveja, o fracasso com champanhe. Os erros são apontados com uma hones- tidade brutal, tal como aconteceu um ano depois de um investimento e desen- volvimento, a empresa ter decidido afundar uma abordagem multiplatafor- ma que foi aquém dos seus objetivos de desenvolvimento. Matando de forma decisiva um projeto potencialmente zombie a empresa cele- brou mesmo assim o bom trabalho da sua equipa, permitindo aos membros da Su- perCell alterar a focagem para melhores ideias. Avançaram assim para o desenvol- vimento do muito bem sucedido jogo “Clash of Clans”. Quase todas as empresas têm mais recur- sos do que aqueles que acreditam possuir. Encontre e aniquile os zombies, realoque recursos para os seus projetos mais pro- missores e irá rapidamente perceber como os seus esforços de inovação se tor- nam melhores, maiores e mais rápidos. Scott Anthony é o “managing partner” da Innosight. “The First Mile: A Launch Manual for Getting Great Ideias Into the Market» é o seu novo livro. David Duncan é “senior partner” da Innosight. Pontus M. A. Siren é diretor na sucursal da Inno- sight em Singapura. Colocamossempre trêsquestões acercadeuma ideia:existe realmenteuma necessidadeno mercado? Podemos preencheressas necessidades melhordoque osatuaisou potenciais concorrentes? Conseguimos alcançarosnossos objetivos financeiros?
  22. 22. 42 DINHEIRO VIVOdinheiro vivo ÉÉ quase comovente ler as palavras dos administradores, gestores e diretores, na maioria responsáveis de empresas de pequena e média dimensão, que ao longo desta revista explicam como conseguiram fazer subir o volume dos seus negócios. São histórias que acabam sempre em bem, o que, nestes tempos incertos e confusos, conforta um pouco a alma. Eles contam como, nestes anos de enorme dificuldade, conseguiram conquistar mercados no exterior do país. Eles relatam como perceberam ser imperioso ter linhas de produção tecnologicamente evoluídas. Eles explicam como é necessário ser rápido a adaptar os seus produtos para os adequar ao gosto dos clientes. Eles relembram como tiveram de diversificar ofertas, sem perder o sentido de core business que moldou o carácter e a personalidade das companhias que lideram. Eles constatam como a elevada qualidade daquilo que pretendem vender é o principal fator de êxito comercial. Eles identificam como é importante manter uma relação próxima com os clientes, mantendo o contacto ao longo do tempo, ouvindo-os, tentando percebê-los, seduzindo-os. Eles não se esquecem de como é importante insistir sempre em inovar, inovar e inovar... Estes princípios, que explicam o sucesso dos exemplos que aqui publicamos, ensinam-nos uma coisa muito importante: não basta ter boas ideias para se conseguir criar uma estrada que leve as empresas no caminho do sucesso. Numa altura em que a banca mais consistente volta a ter condições para financiar de forma adequada os projetos que lhe são apresentados e quando há novas oportunidades de apoio ao investimento através do programa “Portugal 2020”, é mesmo importante entender isto: boas ideias são fundamentais mas não são, por si só, suficientes. É preciso saber construir projetos que se sustentem não só numa boa ideia mas também na demonstração clara de haver capacidade para conseguir implementar essa ideia. Olhando para esta revista, acrescentando aos ensinamentos dos gestores que entrevistamos as “dicas” dos artigos da Harvard Business Review, as palavras- -chave que sobressaem à boa ideia que pode originar um bom negócio são, portanto, estas: “inovação”, “tecnologia”, “internacionalização”, “planificação”, “conhecimento”, “adaptação”, “diversificação”, “qualidade”, “relação”, “cliente”, “racionalização”, “prazer”. Se juntarmos estas 12 palavras à boa ideia e ao conhecimento já adquirido que originou essa boa ideia, temos material para criar uma estrada para o sucesso. O que aprendi com esta revista Boas ideias são funda- mentais mas não são, por si só, suficientes AFECHAR PEDRO TADEU
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