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                        10. IMPERMEABILIZAÇÃO
     impermeabilização de coberturas, paredes, baldrames
     representa 2 a 3% do custo total de um empreendimento
     responsável por 50% dos problemas em edificações ⎝ presença de
    umidade
                        basicamente por falta de projeto de
                  impermebilização ⎝ improvisação de detalhes
    custos de reparos: até 20% do custo total de um empreendimento
    desinformação 9 dinamismo do setor (lançamento constante de novos
    materiais) ⎝ manifestações patológicas
    normalização deficiente

              IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURAS
Camadas:
⎩ estrutura portante ⎝suporte ao sistema de impermeabilização. Ex.: laje de
  C.A.; lastro de concreto simples
⎩ camada de regularização ⎝ prepara a estrutura portante para receber a
  impermeabilização
⎩ impermeabilização
⎩ isolamento térmico
⎩ proteção mecânica




APOIO/SUPORTE DA IMPERMEABILIZAÇÃO - PROPRIEDADES
          Como o suporte é uma camada de grande interação com a
         impermeabilização, é necessário conhecer suas propriedades
     Pode ser: estrutura portante (quando não for necessária a camada de
       regularização); camada de regularização; isolamento térmico.
• textura     saliências podem perfurar a impermeabilização
• resistência ao puncionamento
• resistência à compressão
• estabilidade dimensional      impõe exigências de flexibilidade à
  impermeabilização (condiciona a escolha do sistema)
• características higrométricas    retenção de água; permeabilidade à água;
  permeabilidade ao vapor de água
2

•   características térmicas
•   comportamento ao fogo
•   compatibilidade química com a impermeabilização
•   influenciam aspectos construtivos: ordem de sobreposição das camadas;
    necessidade de barreira de vapor d’água, etc.

Estrutura portante (Ex.: laje de concreto armado)
              > grau de movimentação da estrutura portante

                  > exigências impostas à impermeabilização
        (esforços de tração)    trincas (fissuras*) na estrutura portante

* grau de fissuração da estrutura portante depende de diversos fatores,
devendo ser levado em conta:
         o estado de tensões sob carga permanente e acidental
         heterogeneidade do material
         retração do concreto
         tensões em estruturas hiperestáticas
         movimentações térmicas
         interferências construtivas, etc
NBR 12190        impermeabilização de menor elasticidade = utilizar em
estruturas sujeitas a trincas e fissuras menores que 0,5mm.

    execução visando a aplicação da impermeabilização:
      suporte da impermeabilização: superfície regular, lisa, sem
      protuberâncias ou materiais desagregados
        polvilhamento superficial com cimento e areia fina (1:2,5) sobre o
        concreto fresco para desempeno com madeira ou feltro
      NBR 12190/90 - “Seleção da impermeabilização”
        arestas e cantos arredondados (φmín = 8 cm)
        caimento mínimo em coberturas para coletores de águas pluviais =
        1%
      OBS: se isso não puder ser feito na estrutura portante, deve-se
      executar a CAMADA DE REGULARIZAÇÃO
Camada de regularização
 nunca utilizar em coberturas com grandes inclinações (abóbadas, cúpulas
 ou lajes planas inclinadas)
 executada como contrapiso (argamassa ci:ar = 1:3 a 1:4) com desempeno
 rústico, emín = 2cm, sem impermeabilizante na massa
3

  o peso da camada de regularização deve ser considerado no cálculo
  estrutural
Impermeabilização
  2 fases:
  ⇓ impermeabilização das superfícies principais: grandes áreas sem
    variação brusca de inclinação
  ⇓ impermeabilização dos detalhes: cantos, arestas, entradas de coletores
    pluviais, junta de dilatação, etc.
  classificação dos sistemas de impermeabilização quanto à aderência ao
  suporte:
    sistema independente (usado na Europa): camada de separação entre
    impermeabilização e suporte (fixação somente nas extremidades
    verticais); sofre pequenas tensões quando o suporte movimenta; exige
    maior cuidado para evitar infiltrações, que são de difícil localização
    sistema aderente: tensões são transmitidas à camada de
    impermeabilização
    sistema semi-independente: fixação da impermeabilização do suporte
    em determinados pontos
       no Brasil, o mais utilizado é o sistema aderente (vantagem: fácil
      localização de pontos de infiltração adequado à má qualidade da
                               construção no Brasil)
  classificação dos sistemas de impermeabilização quanto ao método de
  execução:
    moldada no local (membranas)
    pré-fabricadas (mantas industrializadas)      favorece o sistema
    independente
Camada de separação
 utilizada entre a impermeabilização e seu suporte sistemas
 independente e semi-independente
 utilizada entre a impermeabilização e a proteção mecânica (evita danos
 oriundos de movimentos diferenciais)
 material geralmente utilizado: papel KRAFT betumado duplo ou feltro
 asfáltico

Isolamento térmico
  funções:
    conforto
    economia de energia
    estabilização da estrutura e aumento da vida útil dos componentes da
    edificação
4

  materiais:
   baixa densidade aparente, com células ou camadas que mantêm ar
   aprisionado
   moldados no local ou placas pré-moldadas (coladas com emulsão
   asfáltica)
   origem variada
                                                       Condutibilidade   Densidade aparente
     GRUPO                    MATERIAL
                                                      térmica (W/mºC)          (kg/m3)
materiais de origem   fibra de madeira                   0,050 - 0,060        200 - 300
      vegetal         cortiça                            0,035 - 0,051         50 - 200
materiais de origem   lã de rocha                        0,038 - 0,039         60 - 190
      mineral         lã de vidro                        0,037 - 0,054          20 - 90
materiais plásticos   poliestireno expandido             0,030 - 0,041          15 - 30
    alveolares        poliestireno extrudado             0,027 - 0,030          32 - 35
                      espuma rígida de poliuretano       0,023 - 0,030          20 - 35
   concreto leve      concreto celular (ci + pó Al)      0,096 - 0,300        400 - 800
                      argila expandida                       0,102               200
  concreto com        vermiculita expandida              0,111 - 0,244        400 - 800
 agregados leves      pérolas de poliestireno            0,096 - 0,174        600 - 800
                      expandido (bolas de isopor)


  posição:
    abaixo da camada de impermeabilização
      sistemas independente ou semi-independente de impermeabilização
      >∆T na impermeabilização
      barreira de vapor e camadas de difusão de vapor sob o isolamento
      térmico e sob a impermeabilização       em climas frios para evitar
      condensação
      a impermeabilização protege o isolante térmico      vantagem, já que
      os materiais isolantes térmicos absorvem muita água, reduzindo a
      resistência térmica e gerando prejuízo ao seu desempenho
      camada de argamassa entre a impermeabilização e o isolante térmico
      para evitar que o isolante absorva o material impermeabilizante e
      para facilitar o trânsito dos operários
      concreto como isolante térmico: dispensa camada de regularização
          cuidar com caimentos
5
                                                proteção

                                                impermeabilização
                                                isolante témico

                                                camada de regularização

                                                estrutura portante




    acima da camada de impermeabilização        mais comum no Brasil
      permite o uso do sistema aderente de impermeabilização
      dispensa o uso de barreira de vapor   a impermeabilização evita que
      o acesso do vapor d’água da edificação atinja o isolante térmico
      camada de difusão de vapor sob a impermeabilização (em climas
      frios)
      proteção térmica da impermeabilização      maior durabilidade da
      impermeabilização (<∆T)




Dispositivos de obstáculos à transmissão do vapor d’água
    função: evitar condensação de vapor no interior da cobertura
    danos causados pela condensação: aumento do coeficiente de
    condutibilidade térmica do isolante térmico; degradação dos materiais
    sensíveis à água; expansão dos materiais por absorção de água;
    formação de bolhas, descolamentos e fissuras na impermeabilização
    materiais: filme de material metálico; filme de material plástico; filme
    de material betuminoso (papel Kraft betumado, camada de emulsão
    asfáltica, etc.)
    no Brasil, este dispositivo é dispensado, pois a própria
    impermeabilização serve de barreira, em função do clima.
    necessidade avaliada por cálculo, considerando as pressões de vapor de
    cada camada e as pressões de saturação

Proteção mecânica
 “camada sobrejacente à impermeabilização, com a finalidade de protegê-
la da ação dos agentes atmosféricos e eventualmente das ações mecânicas”
  a maioria das impermeabilizações tem cor escura T = Tar + 50ºC
  degradação por ação dos raios solares (UV)
6

  devido a cor da maioria das impermeabilizações usadas no Brasil
  (escuras), há a necessidade de proteção contra a radiação solar
  proteção mecânica = f (acessibilidade da cobertura)
    inacessível
    acessível aos pedestres
    acessível aos veículos
    especial (jardim; outros)
  ações do vento
Classificação das proteções:
• proteção aplicada na usina sobre mantas pré-fabricadas (acabamento em
  material mineral, metálico ou orgânico)
• pintura refletiva* (à base de alumínio, caiações ou pinturas claras em
  geral): proteção contra a radiação solar (para coberturas inacessíveis)
  sobre mantas ou membranas impermeáveis, aplicada no canteiro
• proteção mecânica rígida* (argamassas, concretos, revestimentos
  nobres): áreas acessíveis (terraços, sacadas)    também protegem a
  radiação solar
• proteção mecânica de material solto* (brita, argila expandida, dolomita,
  etc.): áreas inacessíveis e de pequena inclinação    também são
  protetores térmicos (reflexão dos raios solares entre os grãos)
• proteção mecânica por sombreamento*: placas apoiadas para formação
  de colchão de ar (coberturas acessíveis a pedestres) proteção térmica
* aplicadas no canteiro

OBS.: a proteção mecânica é aplicada sobre uma “camada de transição”,
      contituída de argamassa fraca sobre feltro asfáltico ou papel kraft
      betumado.

        PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO - DETALHES
     ABNT: “o projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido
conjuntamente com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a serem
   previstas as correspondentes especificações em termos de dimensões,
                             cargas e detalhes”.
⇓ na prática: firma especializada é chamada quando o prédio já está quase
  pronto
⇓ problemas decorrentes:       falta de previsão de sobrecargas nas lajes
                               (camada de regularização)
                               falta de previsão de caimentos, proteções,
                               rebaixos e outros detalhes
⇓ conseqüências:      improvisações em obra
7

                    soluções não satisfatórias
                    custos elevados de construção e reparo
                    dificuldade na definição das responsabilidades dos
                    técnicos envolvidos
⇓ NBR 9575 - “Elaboração de Projetos para Impermeabilização”: partes de
  um projeto de impermeabilização:
   Memorial descritivo e justificativo
   Desenhos e detalhes específicos
   Especificações dos materiais a serem empregados e dos serviços a
   serem executados
   Planilha de quantidade de serviços a serem realizados
   Estimativa de custos dos serviços a serem realizados
   Indicação da forma de medição dos serviços a serem realizados


DETALHES
 pontos onde ocorre a maioria dos problemas em impermeabilizações:
 bordas, encontros com ralos, juntas, mudanças de plano, passagem de
 dutos, devido a improvisações na obra

                    IMPORTÂNCIA DO PROJETO

Rodapés
 altura mínima acima do piso acabado = 20cm
 Para evitar desprendimento da impermeabilização ou infiltração de água
                           por trás da mesma:
  • platibanda em alvenaria de tijolos maciços ou concreto armado (de
    preferência)


  MANEIRAS DE FAZER
  1- embutimento da borda da
     impermeabilização (abertura de
     canaleta 2 x 2cm em todo o
     perímetro)
8
                                                       em alvenaria
 2- rebaixo para proteção mecânica 3-          saliência pré-moldada ou
                                             moldada no local




em concreto (previsto no projeto da mureta
de concreto, para não aumentar a espessura
                da mureta)

4- rodapé de concreto para fixação da borda (2 desvantagens!)



                                   CRÍTICA PARA ESTE MÉTODO!
                                     a água pode entrar por trás da
                                   manta e depois no buraco do parafuso




 LEGENDA:
 1) acabamento em concreto, chapa galvanizada, cerâmica, granito, etc
 2) proteção vertical (argamassa com armadura)
 3) junta de movimentação perimetral
 4) proteção mecânica (argamassa)
 5) isolamento térmico
 6) impermeabilização
 7) camada de regularização
 8) estrutura
 9) rodapé de concreto pré-moldado
9

          Junto a pilares de concreto    previsão de rebaixo!




  • reforço da impermeabilização no arredondamento dos cantos e
  arestas

  Cuidados para evitar a ruptura da impermeabilização
      arredondamento de cantos e arestas
      textura da superfície
      elasticidade (flexibilidade) do sistema adequado à movimentação e
      fissuração da estrutura
   e mais!
      nos sistemas independentes, colar a impermeabilização:
                   em todas as superfícies verticais
                   faixa de 10 a 15cm nas superfícies horizontais junto
                   aos cantos
      reforço da impermeabilização nas mudanças de planos
      (vertical/horizontal)
         nos sistemas multicapa deve-se entremear camadas de reforço
    Ex. de sistemas multicapa: feltro asfáltico e asfalto; emulsão asfáltica
    e véu de fibra de vidro; etc

Peças que atravessam a cobertura
   (tubos de ventilação, esgoto, água fria, água quente, eletrodutos, etc.)
  mastiques; anel de concreto e rufo; outros métodos
  os tubos que não são de ferro galvanizado ou fundido devem ser
  envolvidos por um tubo metálico, com objetivos de:
    evitar danos mecânicos ao tubo pela movimentação da laje
10

    impedir o contato do tubo plástico com a impermeabilização, pois são
    sensíveis a solventes orgânicos presentes nela
  chaminés e tubos de água quente também devem ser isolados
cuidados: hmín = 20cm; reforço dos rodapés
                                                               anel de concreto




MASTIQUES:
 • elásticos: à base de elastômeros sintéticos
 • plásticos: à base de materiais betuminosos (alcatrões e asfaltos)
   mistura de emulsão asfáltica + areia fina (1:3)




                                                                            manta ou
                                                                            membrana




                   Impermeabilização com argamassa aditivada
11

                                  Reforço para
                                  pré-fabricados




  OBS: 1- a impermeabilização eleva-se 20cm acima do piso NO MÍNIMO
      2- reforço dos rodapés

  Ralos
   a impermeabilização deve estender-se até dentro dos ralos e estar bem
   aderida
   colocação dos ralos: durante a execução da camada de regularização,
   tangenciando a face da camada




Arredondamento
       da aresta
12

Soleiras
  a impermeabilização deve estender-se até 50cm dentro da região
  coberta, com elevação mínima de 3cm




                                                                   laje
                                                                   rebaixada




Proteções: em função da acessibilidade ao ambiente:

Proteção rígida – tipos:
1. argamassa protetora rígida (piso final)
     argamassa de cimento, cal e areia (1:3:10)
     3cm de espessura
     aplicação sobre camada de separação (papel Kraft betumado)
     desempeno
     juntas de movimentação: placas de 1,5m x 1,5m
     juntas perimetrais
     superfícies verticais ou com grande inclinação: argamassa armada
2. piso final em cerâmica ou pedras naturais
     argamassa protetora rígida (juntas perimetrais)
     argamassa de assentamento
     revestimento
3. proteção em jardineiras
     argamassa protetora rígida
     camada de brita 2 (e = 10cm)
     terra
4. proteção em concreto leve
     aplicação da camada de concreto (e = 5cm) sobre papel Kraft betumado
13

    placas 2,5m x 2,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico)
    no caso de placas pré-moldadas de concreto: assentamento com
    argamassa 1:3:10 sobre o papel Kraft betumado
5. proteção sobre isolamento térmico de baixa resistência mecânica (ex.:
   chapas de isopor)
    camada de argamassa de cimento e areia (1:4) armada, e = 4cm
    placas 2,5m x 2,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico)
6. proteção de coberturas acessíveis a veículos
    camada de argamassa protetora plástica (emulsão asfáltica e areia 1:3),
    e = 1cm
    argamassa de cimento e areia (1:3) armada (tela)
    placas 1,5m x 1,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico)
    aplicação do revestimento final

Proteção do tipo material solto
  camada monolítica de argamassa protetora rígida sobre a
  impermeabilização
  aplicação de camada de material solto (argila expandida, brita, seixos,
  etc.), e = 5 a 10cm

Proteção do tipo sombreamento
  camada monolítica de argamassa protetora rígida sobre a
  impermeabilização
  pilaretes de alvenaria (10 x 10 x 30cm)
  colocação das placas, deixando frestas entre elas
(o escoamento da água ocorre sob as placas, em direção aos coletores)
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JUNTAS DE DILATAÇÃO (JUNTAS ESTRUTURAIS)
⇓ intercalação de chapas de poliestireno expandido (isopor) entre a parte do
  edifício já concluída e a adjacente, que será concretada (e = 2cm)
⇓ vedação: selantes
⇓ Selante é “qualquer material utilizado para tornar juntas ou aberturas
  estanques à passagem de sólidos, líquidos ou gases”.
⇓ selantes pré-fabricados; selantes moldados no local (mastiques)


Selantes pré-fabricados

Chapas de cobre
 • sobre vigas
   invertidas e muretas



 Lâminas de cobre
  • “sanfona” metálica de cobre
    recozido (chapa no 24)
    embutida no concreto

Mata-juntas de PVC
 • perfis de PVC elástico (largura = 12 a
   35cm)
 • colocação por embutimento das abas
   no concreto
  • fechamento superior com mastique
    betuminoso

Selantes moldados no local (mastiques)
Materiais
 • elástico, plástico, elasto-plástico
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                                                             INFORMAÇÕES SOBRE MASTIQUES
       Tipos de                        Deformação                 Mecanismo                     Resistência ao       Resistência aos          Nº de
                       Comportamento                                                                                                                          Cor
      mastique                          admissível                   de cura                    intemperismo         agentes químicos      componentes
Betuminosos               plástico a                       Não curam; permanecem               Baixa (perda dos        Alta, exceto a
aplicados a frio        elastoplástico    ± 3%                viscosos devido aos               constituintes           solventes e            1              preta
                                                               constituintes leves                  leves)             combustíveis
                                                          Não curam; amolecem com                                  Alta; produtos à base
Betuminosos                                               aquecimento, possibilitando                              de alcatrão resistem        1              preta
                        elastoplástico    ± 5%                                                    Moderada
aplicados a quente                                           a aplicação; ganham                                  também aos solventes
                                                         resistência com resfriamento                                 e combustíveis
Acrílicos                                               Não curam; ganham consistência                                 Alta, exceto a
                                                         por perda do solvente ou, no                                 álcalis e ácidos         1            cinza ou
                        elastoplástico    ± 7%                                                    Moderada
                                                          caso de dispersões aquosas,                                    oxidantes                           branca
                                                               por perda de água
À base de                                                        Cura por perda                                    Baixa a solventes,
necorene                elastoplástico    ± 7%                     de solvente                       Alta         combustíveis e ácidos        1            diversas
ou hypalon                                                                                                             oxidantes
À base de                                ± 25%              Cura devida à ativação por                               Baixa a álcalis           1             diversas
                           elástico                                                                  Alta
silicone                                                    absorção da umidade do ar                                                                    (+ comum cinza)
À base de                                                  1 componente: cura devida à                             Baixa a solventes,
poliuretano                elástico      ± 25%       ativação por absorção da umidade do ar.         Alta         combustíveis e ácidos      1 ou 2           cinza
                                                         2 componentes: cura por catálise                              oxidantes
À base de                                                                                                          Baixa a solventes,                        cinza e
polissulfetos              elástico      ± 25%                  Cura por catálise                    Alta         combustíveis e ácidos        2              preta
                                                                                                                       oxidantes
À base de
polímeros sintéticos       diversos      diversos                   Diversos                      Diversos              Diversos            Diversos        Diversos
diversos e misturas
16

Aplicação
 • com espátula ou pistola
 • limpeza da junta; reparos com argamassa à base de epóxi
 • introdução de limitador de profundidade (espuma rígida de poliuretano,
    poliestireno expandido, cordão de borracha, corda betumada,
    mangueira plástica)
 • aplicação de primer na superfície do concreto compatível com o
    mastique (geralmente indicado pelo fabricante)
 • o mastique deve aderir somente no concreto, e não no limitador de
    profundidade      utilização de fita crepe ou polietileno para não
    limitar a deformação do mastique
 • em coberturas: “tratamento de ponte”       cobrir a junta com uma faixa
    de mesmo material da impermeabilização, evitando que a manta seja
    “mordida” e ajudando na distribuição da deformação da junta em uma
    região maior da impermeabilização

                 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO
 •   primeiros sistemas utilizados pelo homem: betuminosos (asfaltos e
     alcatrões) - desde 3000 A.C.
 •   propriedades: aglomerantes, hidrófugos, quimicamente inertes,
     sensibilidade à temperatura (facilidade de aplicação)
 •   sistema mais utilizado no mundo até hoje: “multimembrana asfáltica”
     ou “feltro asfáltico e asfalto”   aplicação de diversas camadas de
     asfalto oxidado a quente, entremeadas por feltro asfáltico
 •   final do século XIX       emulsões asfálticas (dispensa aquecimento)
 •   sistema: diversas camadas de emulsão asfáltica intercaladas com
     armadura (véu de fibra de vido)
 •   início do século XX polímeros sintéticos

Sistemas encontrados no mercado brasileiro
Para coberturas de concreto:
  identificados no mercado pelos materiais de que são constituídos:
 • feltro asfáltico e asfalto
 • emulsão asfáltica e véu de fibra de vidro
 • membranas asfálticas
 • neoprene e hypalon
 • membranas acrílicas
 • membranas de polímeros
                                                   }         Moldados no
                                                                 local
17

 • manta de butil
 • manta de PVC
 • manta de asfalto (65% do mercado brasileiro)      }       Pré-fabricados

Classificação dos sistemas de impermeabilização
Quanto à flexibilidade: rígido (ex.: concreto impermeável, argamassa
impermeável), flexível (ex.: materiais asfálticos ou polímeros sintéticos)
Quanto à solicitação imposta pela água: contra água sob pressão, contra
água de percolação (acontece em coberturas*), contra umidade do solo
*COBERTURAS = deve-se usar sistemas flexíveis
Quanto ao método de execução:
Pré-fabricados:  • mantas estendidas e unidas na obra
                 • produto impermeável; industrializado; obtido por
                     calandragem, extrusão ou outros processos; com
                     características definidas
                 • juntas entre mantas sucessivas: colagem, soldagem
                     com uso de solventes, soldagem a quente
Moldados no local • aplicados em consistência adequada no local
                       (líquidos, pastosos ou sólidos fundidos*)
                                                       * aplicados a quente
                   • membrana contínua
                   • necessidade de aquecimento: a quente, a frio
                   • “processo de pega”: esfriamento, perda do veículo
                       volátil, reação química
Quanto à existência de armadura: armado, não armado
                 Armaduras (estruturantes) disponíveis no Brasil
       -   feltro asfáltico
       -   véu de fibra de vidro
       -   poliéster
       -   armadura não-tecida de poliéster
                                  Funções
       - resistir aos esforços de tração (PRINCIPAL)
       - evitar escorrimento de material
       - garantir homogeneidade da espessura
18


                     No caso de sistemas não armados
           - para que estes sistemas não rompam deve-se ter:
                 ▪ grande extensibilidade
                 ▪ grande espessura

             Assim, o material acompanha o movimento da base. Sua
              seção fica reduzida sem comprometer a integridade da
                                impermeabilização

Quanto ao número de camadas aplicadas: monocapa (pré-fabricados),
multicapa (homogêneo, misto. Moldados no local)
Quanto à aderência ao suporte: aderente, semi-independente, independente
Quanto à exigência de proteção:
 • dispensam proteção
 • autoprotegidos      vem da fábrica: pintura refletiva, camada de
    pedrisco
 • exigem pintura refletiva
 • exigem proteção mecânica
Quanto ao material:
 • à base de materiais asfálticos
 • à base de asfaltos modificados com polímeros sintéticos
 • à base de polímeros sintéticos (elastômeros, termoplásticos,
    termofixos, misturas de termoplásticos e elastômeros)
Quanto ao método de execução e materiais:
Sistemas moldados no local     • membranas asfálticas
(membranas)                    • membranas poliméricas sintéticas
Sistemas pré-fabricados (mantas)       • mantas asfálticas
                                       • mantas poliméricas sintéticas
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      Sistemas mais utilizados no Brasil para impermeabilização de
                               coberturas

                                                    • feltro asfáltico e
                          • membranas                 asfalto
                            asfálticas              • emulsão asfáltica e
                                                      véu de fibra de vidro
                                                    • membranas
                                                      asfálticas
Sistemas moldados no
  local (membranas)                                 • neoprene e hypalon
                          • membranas               • membranas acrílicas
                            poliméricas             • membranas de
                            sintéticas                polímeros

                          • mantas asfálticas       • mantas de asfalto
Sistemas pré-fabricados
(mantas)                  • mantas poliméricas      • manta de butil
                            sintéticas              • manta de PVC



                       Para outros locais de aplicação
  •   argamassa impermeável: pisos, baldrames, caixas d’água, etc.
  •   concreto impermeável: sub-solos, túneis, galerias, muros de arrimo,
      etc.
  •   processos de cristalização
  •   injeções
  •   epóxi: silos, banheiros, piscinas, etc.
  •   borracha clorada      não usar para água potável
  •   silicone (pintura hidrófuga): fachadas
  •   pinturas minerais: fachadas
20


               IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS
Proteção dos pisos dos subsolos
   N.A. muito alto (água sob pressão)
  • fundações das paredes: concreto armado com aditivo
    impermeabilizante
  • lastro de concreto magro (e = 8cm) em toda a extensão do piso
  • impermeabilização sobre o lastro
  • argamassa de proteção mecânica
  • laje de concreto armado




  N.A. baixo e muita umidade no terreno
  • lastro de concreto magro (e = 10cm) com aditivo impermeabilizante
  • impermeabilização sobre o lastro
21




Proteção das paredes ou dos muros de arrimo
  N.A. muito alto (água sob pressão)
  • construção da alvenaria
  • impermeabilização eficiente
  • camada de proteção (emboço de cimento e areia 1:3 reforçado com
    tela; parede de ½ tijolo; muro de arrimo)
  N.A. baixo e muita umidade no terreno
  • pintura asfáltica espessa sobre camada de regularização externa com
    aditivo impermeabilizante

                IMPERMEABILIZAÇÃO DO BALDRAME
1. envolvendo a face superior do baldrame descendo lateralmente no
   mínimo 15cm (pintura com asfalto; asfalto a quente)
2. assentamento dos tijolos das 4 primeiras fiadas com argamassa aditivada
   com impermeabilizante
3. revestimento interno e externo argamassado com aditivo
   impermeabilizante
cuidado! FALHAS NA IMPERMEABILIZAÇÃO
22


     IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES E PAREDES INTERNAS
Pisos de banheiros (laje rebaixada)
  • impermeabilização no fundo e nas laterais até 50 cm acima do nível do
    piso; ou
  • argamassa de cimento e areia 1:3 com aditivo impermeabilizante ou
    membrana multicapa (asfalto oxidado + feltro asfáltico) com proteção
    mecânica (argamassa de cimento e areia 1:5) em todo o banheiro
Paredes dos chuveiros
  • argamassa de emboço com aditivo impermeabilizante
  • pintura asfáltica

      IMPERMEABILIZAÇÃO DE CAIXAS E RESERVATÓRIOS
Caixas e reservatórios subterrâneos
 • argamassa impermeável, concreto impermeável, membrana ou manta
    asfáltica, membrana de polímeros
Argamassa impermeabilizada (+ utilizado)
  • emín = 3 cm até 15m de altura de água
  • preparo da base (remoção de partículas soltas; correção de ninhos de
    concretagem; remoção de saliências)
  • arredondamento de cantos e arestas com argamassa
  • chapisco com argamassa de cimento e areia 1:2 com aditivo
    impermeabilizante
  • camada de argamassa de cimento e areia 1:2 com aditivo
    impermeabilizante (e = 1cm)
  • novo chapisco das paredes; areia fina no fundo
  • repetir as operações com traço 1:3
  • acabamento final: desempeno com argamassa de cimento e areia 1:1
    sem aditivo ou pintura com tinta betuminosa
cuidado! FISSURAÇÃO

Membrana asfáltica
  • idem impermeabilização de coberturas
  • até 3m de altura de água 3 camadas de feltro asfáltico
cuidado! EMBUTIMENTO LATERAL

Outros: membranas de polímeros (mantas de PVC ou butil)
23

Proibido: véu de vidro; elastômeros em solução; tinta epóxi; borracha
clorada    CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA!
24

                   SISTEMAS MOLDADOS NO LOCAL

A QUENTE (T = 225ºC)
                                          asfalto oxidado
                                         aplicado a quente
                  proteção




                                                             imprimação


                                                                 regularização



      feltro
      asfáltico



                             laje

   Esquema geral de impermeabilização no sistema feltro asfáltico e asfalto

• Feltro asfáltico: feltro de fibra orgânica (polpa de madeira, aparas de
  papel celulose, juta, lã, seda, etc) ou inorgânica (à base de amianto).
• NO MÍNIMO 3 CAMADAS DE FELTRO ASFÁLTICO
• Seqüência:
• preparação da superfície;
• primer a frio, com esfregalho (consumo 0,5 a 0,7kg/m2);
• secagem por 16 horas;
• camada de asfalto oxidado;
• feltro;
• ...
• Cuidados:
  - bolhas de ar;
  - sobreposição dos feltros (10cm)
  - não trabalhar com umidade
25

A FRIO
                                  pintura re fletiva
                                  (tinta aluminosa) ou
                                  proteção mecâ nica

                                                         de mãos de emulsão
                                                         asfá ltica a frio ou
                                                         hidroas falto




                                                                      imprimação


         véu de fibra de
         vidro                                                              laje
                           regularização


Esquema de impermeabilização no sistema emulsão asfáltica a véu de
                        fibra de vidro

• Emulsão asfáltica: obtida por emulsão do cimento asfáltico em água.
  Mercado hidroasfalto
• Véu de fibra de vidro
• Tinta aluminosa: asfalto, solvente, alumínio e aditivos
• Primer
• ABNT consumo mínimo de emulsão = 4kg/m2
           mínimo 3 camadas de véu de fibra de vidro
26

                   proteção


        a)                              camadas de emulsão
                                        asfáltica com carga de
                                        amianto (> flexibilidade;
                                        melhor consistência)
                                                     véu de poliéster
                                                     (bidim)
                                                       imprimação
                                                         regularização

                                                         laje
              proteção
                                    camadas de asfalto modificado
                                    com polímeros sintéticos,
        b)                          aplicados a quente
                                    (> elasticidade)

                                                 véu de poliéster
                                                 (bidim)
                                                   imprimação

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                                                       laje


  Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema
           membrana asfáltica. a) a frio; b) a quente

• Devem receber pintura refletiva por serem pretos
• O bidim tem sido empregado tanto a quente como a frio (estado cru é
  impregnado na hora da aplicação)
• Já existe o bidim pré-impregnado
27
                                       demãos de hypalon


                                             demãos de neoprene

                                                       véu de fibra de
                                                       vidro

                                                             demãos de neoprene

                                                                    imprimação


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                                                                                laje


Esquema geral de impermeabilização no sistema neoprene e hypalon

•   Há 35 anos no Brasil
•   Pouco peso, grande beleza, para cúpulas e abóbadas
•   Neoprene: solução com pigmentos escuros (barreira aos raios UV)
•   Hypalon: solução para as últimas camadas (tons branco ou pastel)
•   Não exige proteção

                                             demãos de
                                             emulsão
                                             acrílica
                                                           véu de
                                                           poliéster
                                                            demãos de emulsão
                                                            acrílica

                                                                   imprimação



                                                                         regularização

                                                                         laje

Esquema geral de impermeabilização no sistema membrana acrílica

•   Semelhante ao neoprene e hypalon
•   Menos elástico e menos durável
•   Menor custo
•   Reforço:
       o Véu de poliéster;
       o Véu de fibra de vidro
       o Tecido de náilon
28




   Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema
membrana polimérica. a) membrana de polímeros aplicada a quente;
b) sistema de cristalização da estrutura e membrana de polímeros; c)
              sistema à base de emulsão de elastômeros
29

                                                      b)
                   a)
                        manta de asfalto   manta de asfalto com
                        com armadura de    armadura de poliéster auto-
        proteção        poliéster          protegida com pedriscos




       Camada de asfalto                        Camada de asfalto
       oxidado aplicado a                       oxidado aplicado a
       quente                                   quente

Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema manta
 de asfalto. a) manta de asfalto com armadura de poliéster; b) idem,
                     com auto-proteção mineral

• > rapidez; > economia de mão-de-obra
• variações das mantas no mercado:
      o tipo de asfalto;
      o espessura;
      o material de recobrimento;
      o armadura
• NO BRASIL:
      o Manta de asfalto com armadura de poliéster não tecido
      o Manta de asfalto com alma de polietileno
      o Manta de asfalto composta com PVC
30
              c)                        d)
                   manta de asfalto
                                       manta de asfalto com alma de
                   com alma de
   proteção                            polietileno auto-protegida
                   polietileno
                                       com filme de alumínio




                                                                           adesivo




Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema manta
 de asfalto. c) manta de asfalto com alma de polietileno; d) idem, com
                       auto-proteção de alumínio
• Manta de asfalto com armadura de poliéster não tecido: a fusão da
  emenda é com asfalto oxidado fundido
• Manta de asfalto com alma de polietileno e manta de asfalto composto
  com PVC: a fusão da emenda é com maçarico e compressão.

     proteção

                                                 camada de
                                                 amortecimento

                                                     manta butílica

                                                         adesivo de contato

                                                          berço
                                                          amortecedor

                                                                 regularização
                                                                 laje



   Esquema geral de impermeabilização no sistema manta butílica
• MANTA BUTÍLICA:
    o Desde 1965 no Brasil
    o Sistema MONOCAPA
    o Emenda: com colagem e fitas de calefação
• BERÇO AMORTECEDOR:
    o Aplicado a quente ou a frio
    o Emulsão asfáltica + borracha moída
31

       proteção

                                                    camada de
                                                    amortecimento

                                                        manta de PVC

                                                               berço
                                                               amortecedor


                                                                    regularização

                                                                       laje

  Esquema geral de impermeabilização no sistema manta de PVC
• Semelhante à manta butílica só que com termoplático e não elastômero
• Emenda: maçarico de ar quente ou a frio com adesivo

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  • 1. 1 10. IMPERMEABILIZAÇÃO impermeabilização de coberturas, paredes, baldrames representa 2 a 3% do custo total de um empreendimento responsável por 50% dos problemas em edificações ⎝ presença de umidade basicamente por falta de projeto de impermebilização ⎝ improvisação de detalhes custos de reparos: até 20% do custo total de um empreendimento desinformação 9 dinamismo do setor (lançamento constante de novos materiais) ⎝ manifestações patológicas normalização deficiente IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURAS Camadas: ⎩ estrutura portante ⎝suporte ao sistema de impermeabilização. Ex.: laje de C.A.; lastro de concreto simples ⎩ camada de regularização ⎝ prepara a estrutura portante para receber a impermeabilização ⎩ impermeabilização ⎩ isolamento térmico ⎩ proteção mecânica APOIO/SUPORTE DA IMPERMEABILIZAÇÃO - PROPRIEDADES Como o suporte é uma camada de grande interação com a impermeabilização, é necessário conhecer suas propriedades Pode ser: estrutura portante (quando não for necessária a camada de regularização); camada de regularização; isolamento térmico. • textura saliências podem perfurar a impermeabilização • resistência ao puncionamento • resistência à compressão • estabilidade dimensional impõe exigências de flexibilidade à impermeabilização (condiciona a escolha do sistema) • características higrométricas retenção de água; permeabilidade à água; permeabilidade ao vapor de água
  • 2. 2 • características térmicas • comportamento ao fogo • compatibilidade química com a impermeabilização • influenciam aspectos construtivos: ordem de sobreposição das camadas; necessidade de barreira de vapor d’água, etc. Estrutura portante (Ex.: laje de concreto armado) > grau de movimentação da estrutura portante > exigências impostas à impermeabilização (esforços de tração) trincas (fissuras*) na estrutura portante * grau de fissuração da estrutura portante depende de diversos fatores, devendo ser levado em conta: o estado de tensões sob carga permanente e acidental heterogeneidade do material retração do concreto tensões em estruturas hiperestáticas movimentações térmicas interferências construtivas, etc NBR 12190 impermeabilização de menor elasticidade = utilizar em estruturas sujeitas a trincas e fissuras menores que 0,5mm. execução visando a aplicação da impermeabilização: suporte da impermeabilização: superfície regular, lisa, sem protuberâncias ou materiais desagregados polvilhamento superficial com cimento e areia fina (1:2,5) sobre o concreto fresco para desempeno com madeira ou feltro NBR 12190/90 - “Seleção da impermeabilização” arestas e cantos arredondados (φmín = 8 cm) caimento mínimo em coberturas para coletores de águas pluviais = 1% OBS: se isso não puder ser feito na estrutura portante, deve-se executar a CAMADA DE REGULARIZAÇÃO Camada de regularização nunca utilizar em coberturas com grandes inclinações (abóbadas, cúpulas ou lajes planas inclinadas) executada como contrapiso (argamassa ci:ar = 1:3 a 1:4) com desempeno rústico, emín = 2cm, sem impermeabilizante na massa
  • 3. 3 o peso da camada de regularização deve ser considerado no cálculo estrutural Impermeabilização 2 fases: ⇓ impermeabilização das superfícies principais: grandes áreas sem variação brusca de inclinação ⇓ impermeabilização dos detalhes: cantos, arestas, entradas de coletores pluviais, junta de dilatação, etc. classificação dos sistemas de impermeabilização quanto à aderência ao suporte: sistema independente (usado na Europa): camada de separação entre impermeabilização e suporte (fixação somente nas extremidades verticais); sofre pequenas tensões quando o suporte movimenta; exige maior cuidado para evitar infiltrações, que são de difícil localização sistema aderente: tensões são transmitidas à camada de impermeabilização sistema semi-independente: fixação da impermeabilização do suporte em determinados pontos no Brasil, o mais utilizado é o sistema aderente (vantagem: fácil localização de pontos de infiltração adequado à má qualidade da construção no Brasil) classificação dos sistemas de impermeabilização quanto ao método de execução: moldada no local (membranas) pré-fabricadas (mantas industrializadas) favorece o sistema independente Camada de separação utilizada entre a impermeabilização e seu suporte sistemas independente e semi-independente utilizada entre a impermeabilização e a proteção mecânica (evita danos oriundos de movimentos diferenciais) material geralmente utilizado: papel KRAFT betumado duplo ou feltro asfáltico Isolamento térmico funções: conforto economia de energia estabilização da estrutura e aumento da vida útil dos componentes da edificação
  • 4. 4 materiais: baixa densidade aparente, com células ou camadas que mantêm ar aprisionado moldados no local ou placas pré-moldadas (coladas com emulsão asfáltica) origem variada Condutibilidade Densidade aparente GRUPO MATERIAL térmica (W/mºC) (kg/m3) materiais de origem fibra de madeira 0,050 - 0,060 200 - 300 vegetal cortiça 0,035 - 0,051 50 - 200 materiais de origem lã de rocha 0,038 - 0,039 60 - 190 mineral lã de vidro 0,037 - 0,054 20 - 90 materiais plásticos poliestireno expandido 0,030 - 0,041 15 - 30 alveolares poliestireno extrudado 0,027 - 0,030 32 - 35 espuma rígida de poliuretano 0,023 - 0,030 20 - 35 concreto leve concreto celular (ci + pó Al) 0,096 - 0,300 400 - 800 argila expandida 0,102 200 concreto com vermiculita expandida 0,111 - 0,244 400 - 800 agregados leves pérolas de poliestireno 0,096 - 0,174 600 - 800 expandido (bolas de isopor) posição: abaixo da camada de impermeabilização sistemas independente ou semi-independente de impermeabilização >∆T na impermeabilização barreira de vapor e camadas de difusão de vapor sob o isolamento térmico e sob a impermeabilização em climas frios para evitar condensação a impermeabilização protege o isolante térmico vantagem, já que os materiais isolantes térmicos absorvem muita água, reduzindo a resistência térmica e gerando prejuízo ao seu desempenho camada de argamassa entre a impermeabilização e o isolante térmico para evitar que o isolante absorva o material impermeabilizante e para facilitar o trânsito dos operários concreto como isolante térmico: dispensa camada de regularização cuidar com caimentos
  • 5. 5 proteção impermeabilização isolante témico camada de regularização estrutura portante acima da camada de impermeabilização mais comum no Brasil permite o uso do sistema aderente de impermeabilização dispensa o uso de barreira de vapor a impermeabilização evita que o acesso do vapor d’água da edificação atinja o isolante térmico camada de difusão de vapor sob a impermeabilização (em climas frios) proteção térmica da impermeabilização maior durabilidade da impermeabilização (<∆T) Dispositivos de obstáculos à transmissão do vapor d’água função: evitar condensação de vapor no interior da cobertura danos causados pela condensação: aumento do coeficiente de condutibilidade térmica do isolante térmico; degradação dos materiais sensíveis à água; expansão dos materiais por absorção de água; formação de bolhas, descolamentos e fissuras na impermeabilização materiais: filme de material metálico; filme de material plástico; filme de material betuminoso (papel Kraft betumado, camada de emulsão asfáltica, etc.) no Brasil, este dispositivo é dispensado, pois a própria impermeabilização serve de barreira, em função do clima. necessidade avaliada por cálculo, considerando as pressões de vapor de cada camada e as pressões de saturação Proteção mecânica “camada sobrejacente à impermeabilização, com a finalidade de protegê- la da ação dos agentes atmosféricos e eventualmente das ações mecânicas” a maioria das impermeabilizações tem cor escura T = Tar + 50ºC degradação por ação dos raios solares (UV)
  • 6. 6 devido a cor da maioria das impermeabilizações usadas no Brasil (escuras), há a necessidade de proteção contra a radiação solar proteção mecânica = f (acessibilidade da cobertura) inacessível acessível aos pedestres acessível aos veículos especial (jardim; outros) ações do vento Classificação das proteções: • proteção aplicada na usina sobre mantas pré-fabricadas (acabamento em material mineral, metálico ou orgânico) • pintura refletiva* (à base de alumínio, caiações ou pinturas claras em geral): proteção contra a radiação solar (para coberturas inacessíveis) sobre mantas ou membranas impermeáveis, aplicada no canteiro • proteção mecânica rígida* (argamassas, concretos, revestimentos nobres): áreas acessíveis (terraços, sacadas) também protegem a radiação solar • proteção mecânica de material solto* (brita, argila expandida, dolomita, etc.): áreas inacessíveis e de pequena inclinação também são protetores térmicos (reflexão dos raios solares entre os grãos) • proteção mecânica por sombreamento*: placas apoiadas para formação de colchão de ar (coberturas acessíveis a pedestres) proteção térmica * aplicadas no canteiro OBS.: a proteção mecânica é aplicada sobre uma “camada de transição”, contituída de argamassa fraca sobre feltro asfáltico ou papel kraft betumado. PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO - DETALHES ABNT: “o projeto de impermeabilização deverá ser desenvolvido conjuntamente com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a serem previstas as correspondentes especificações em termos de dimensões, cargas e detalhes”. ⇓ na prática: firma especializada é chamada quando o prédio já está quase pronto ⇓ problemas decorrentes: falta de previsão de sobrecargas nas lajes (camada de regularização) falta de previsão de caimentos, proteções, rebaixos e outros detalhes ⇓ conseqüências: improvisações em obra
  • 7. 7 soluções não satisfatórias custos elevados de construção e reparo dificuldade na definição das responsabilidades dos técnicos envolvidos ⇓ NBR 9575 - “Elaboração de Projetos para Impermeabilização”: partes de um projeto de impermeabilização: Memorial descritivo e justificativo Desenhos e detalhes específicos Especificações dos materiais a serem empregados e dos serviços a serem executados Planilha de quantidade de serviços a serem realizados Estimativa de custos dos serviços a serem realizados Indicação da forma de medição dos serviços a serem realizados DETALHES pontos onde ocorre a maioria dos problemas em impermeabilizações: bordas, encontros com ralos, juntas, mudanças de plano, passagem de dutos, devido a improvisações na obra IMPORTÂNCIA DO PROJETO Rodapés altura mínima acima do piso acabado = 20cm Para evitar desprendimento da impermeabilização ou infiltração de água por trás da mesma: • platibanda em alvenaria de tijolos maciços ou concreto armado (de preferência) MANEIRAS DE FAZER 1- embutimento da borda da impermeabilização (abertura de canaleta 2 x 2cm em todo o perímetro)
  • 8. 8 em alvenaria 2- rebaixo para proteção mecânica 3- saliência pré-moldada ou moldada no local em concreto (previsto no projeto da mureta de concreto, para não aumentar a espessura da mureta) 4- rodapé de concreto para fixação da borda (2 desvantagens!) CRÍTICA PARA ESTE MÉTODO! a água pode entrar por trás da manta e depois no buraco do parafuso LEGENDA: 1) acabamento em concreto, chapa galvanizada, cerâmica, granito, etc 2) proteção vertical (argamassa com armadura) 3) junta de movimentação perimetral 4) proteção mecânica (argamassa) 5) isolamento térmico 6) impermeabilização 7) camada de regularização 8) estrutura 9) rodapé de concreto pré-moldado
  • 9. 9 Junto a pilares de concreto previsão de rebaixo! • reforço da impermeabilização no arredondamento dos cantos e arestas Cuidados para evitar a ruptura da impermeabilização arredondamento de cantos e arestas textura da superfície elasticidade (flexibilidade) do sistema adequado à movimentação e fissuração da estrutura e mais! nos sistemas independentes, colar a impermeabilização: em todas as superfícies verticais faixa de 10 a 15cm nas superfícies horizontais junto aos cantos reforço da impermeabilização nas mudanças de planos (vertical/horizontal) nos sistemas multicapa deve-se entremear camadas de reforço Ex. de sistemas multicapa: feltro asfáltico e asfalto; emulsão asfáltica e véu de fibra de vidro; etc Peças que atravessam a cobertura (tubos de ventilação, esgoto, água fria, água quente, eletrodutos, etc.) mastiques; anel de concreto e rufo; outros métodos os tubos que não são de ferro galvanizado ou fundido devem ser envolvidos por um tubo metálico, com objetivos de: evitar danos mecânicos ao tubo pela movimentação da laje
  • 10. 10 impedir o contato do tubo plástico com a impermeabilização, pois são sensíveis a solventes orgânicos presentes nela chaminés e tubos de água quente também devem ser isolados cuidados: hmín = 20cm; reforço dos rodapés anel de concreto MASTIQUES: • elásticos: à base de elastômeros sintéticos • plásticos: à base de materiais betuminosos (alcatrões e asfaltos) mistura de emulsão asfáltica + areia fina (1:3) manta ou membrana Impermeabilização com argamassa aditivada
  • 11. 11 Reforço para pré-fabricados OBS: 1- a impermeabilização eleva-se 20cm acima do piso NO MÍNIMO 2- reforço dos rodapés Ralos a impermeabilização deve estender-se até dentro dos ralos e estar bem aderida colocação dos ralos: durante a execução da camada de regularização, tangenciando a face da camada Arredondamento da aresta
  • 12. 12 Soleiras a impermeabilização deve estender-se até 50cm dentro da região coberta, com elevação mínima de 3cm laje rebaixada Proteções: em função da acessibilidade ao ambiente: Proteção rígida – tipos: 1. argamassa protetora rígida (piso final) argamassa de cimento, cal e areia (1:3:10) 3cm de espessura aplicação sobre camada de separação (papel Kraft betumado) desempeno juntas de movimentação: placas de 1,5m x 1,5m juntas perimetrais superfícies verticais ou com grande inclinação: argamassa armada 2. piso final em cerâmica ou pedras naturais argamassa protetora rígida (juntas perimetrais) argamassa de assentamento revestimento 3. proteção em jardineiras argamassa protetora rígida camada de brita 2 (e = 10cm) terra 4. proteção em concreto leve aplicação da camada de concreto (e = 5cm) sobre papel Kraft betumado
  • 13. 13 placas 2,5m x 2,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico) no caso de placas pré-moldadas de concreto: assentamento com argamassa 1:3:10 sobre o papel Kraft betumado 5. proteção sobre isolamento térmico de baixa resistência mecânica (ex.: chapas de isopor) camada de argamassa de cimento e areia (1:4) armada, e = 4cm placas 2,5m x 2,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico) 6. proteção de coberturas acessíveis a veículos camada de argamassa protetora plástica (emulsão asfáltica e areia 1:3), e = 1cm argamassa de cimento e areia (1:3) armada (tela) placas 1,5m x 1,5m (juntas preenchidas com mastique asfáltico) aplicação do revestimento final Proteção do tipo material solto camada monolítica de argamassa protetora rígida sobre a impermeabilização aplicação de camada de material solto (argila expandida, brita, seixos, etc.), e = 5 a 10cm Proteção do tipo sombreamento camada monolítica de argamassa protetora rígida sobre a impermeabilização pilaretes de alvenaria (10 x 10 x 30cm) colocação das placas, deixando frestas entre elas (o escoamento da água ocorre sob as placas, em direção aos coletores)
  • 14. 14 JUNTAS DE DILATAÇÃO (JUNTAS ESTRUTURAIS) ⇓ intercalação de chapas de poliestireno expandido (isopor) entre a parte do edifício já concluída e a adjacente, que será concretada (e = 2cm) ⇓ vedação: selantes ⇓ Selante é “qualquer material utilizado para tornar juntas ou aberturas estanques à passagem de sólidos, líquidos ou gases”. ⇓ selantes pré-fabricados; selantes moldados no local (mastiques) Selantes pré-fabricados Chapas de cobre • sobre vigas invertidas e muretas Lâminas de cobre • “sanfona” metálica de cobre recozido (chapa no 24) embutida no concreto Mata-juntas de PVC • perfis de PVC elástico (largura = 12 a 35cm) • colocação por embutimento das abas no concreto • fechamento superior com mastique betuminoso Selantes moldados no local (mastiques) Materiais • elástico, plástico, elasto-plástico
  • 15. 15 INFORMAÇÕES SOBRE MASTIQUES Tipos de Deformação Mecanismo Resistência ao Resistência aos Nº de Comportamento Cor mastique admissível de cura intemperismo agentes químicos componentes Betuminosos plástico a Não curam; permanecem Baixa (perda dos Alta, exceto a aplicados a frio elastoplástico ± 3% viscosos devido aos constituintes solventes e 1 preta constituintes leves leves) combustíveis Não curam; amolecem com Alta; produtos à base Betuminosos aquecimento, possibilitando de alcatrão resistem 1 preta elastoplástico ± 5% Moderada aplicados a quente a aplicação; ganham também aos solventes resistência com resfriamento e combustíveis Acrílicos Não curam; ganham consistência Alta, exceto a por perda do solvente ou, no álcalis e ácidos 1 cinza ou elastoplástico ± 7% Moderada caso de dispersões aquosas, oxidantes branca por perda de água À base de Cura por perda Baixa a solventes, necorene elastoplástico ± 7% de solvente Alta combustíveis e ácidos 1 diversas ou hypalon oxidantes À base de ± 25% Cura devida à ativação por Baixa a álcalis 1 diversas elástico Alta silicone absorção da umidade do ar (+ comum cinza) À base de 1 componente: cura devida à Baixa a solventes, poliuretano elástico ± 25% ativação por absorção da umidade do ar. Alta combustíveis e ácidos 1 ou 2 cinza 2 componentes: cura por catálise oxidantes À base de Baixa a solventes, cinza e polissulfetos elástico ± 25% Cura por catálise Alta combustíveis e ácidos 2 preta oxidantes À base de polímeros sintéticos diversos diversos Diversos Diversos Diversos Diversos Diversos diversos e misturas
  • 16. 16 Aplicação • com espátula ou pistola • limpeza da junta; reparos com argamassa à base de epóxi • introdução de limitador de profundidade (espuma rígida de poliuretano, poliestireno expandido, cordão de borracha, corda betumada, mangueira plástica) • aplicação de primer na superfície do concreto compatível com o mastique (geralmente indicado pelo fabricante) • o mastique deve aderir somente no concreto, e não no limitador de profundidade utilização de fita crepe ou polietileno para não limitar a deformação do mastique • em coberturas: “tratamento de ponte” cobrir a junta com uma faixa de mesmo material da impermeabilização, evitando que a manta seja “mordida” e ajudando na distribuição da deformação da junta em uma região maior da impermeabilização SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO • primeiros sistemas utilizados pelo homem: betuminosos (asfaltos e alcatrões) - desde 3000 A.C. • propriedades: aglomerantes, hidrófugos, quimicamente inertes, sensibilidade à temperatura (facilidade de aplicação) • sistema mais utilizado no mundo até hoje: “multimembrana asfáltica” ou “feltro asfáltico e asfalto” aplicação de diversas camadas de asfalto oxidado a quente, entremeadas por feltro asfáltico • final do século XIX emulsões asfálticas (dispensa aquecimento) • sistema: diversas camadas de emulsão asfáltica intercaladas com armadura (véu de fibra de vido) • início do século XX polímeros sintéticos Sistemas encontrados no mercado brasileiro Para coberturas de concreto: identificados no mercado pelos materiais de que são constituídos: • feltro asfáltico e asfalto • emulsão asfáltica e véu de fibra de vidro • membranas asfálticas • neoprene e hypalon • membranas acrílicas • membranas de polímeros } Moldados no local
  • 17. 17 • manta de butil • manta de PVC • manta de asfalto (65% do mercado brasileiro) } Pré-fabricados Classificação dos sistemas de impermeabilização Quanto à flexibilidade: rígido (ex.: concreto impermeável, argamassa impermeável), flexível (ex.: materiais asfálticos ou polímeros sintéticos) Quanto à solicitação imposta pela água: contra água sob pressão, contra água de percolação (acontece em coberturas*), contra umidade do solo *COBERTURAS = deve-se usar sistemas flexíveis Quanto ao método de execução: Pré-fabricados: • mantas estendidas e unidas na obra • produto impermeável; industrializado; obtido por calandragem, extrusão ou outros processos; com características definidas • juntas entre mantas sucessivas: colagem, soldagem com uso de solventes, soldagem a quente Moldados no local • aplicados em consistência adequada no local (líquidos, pastosos ou sólidos fundidos*) * aplicados a quente • membrana contínua • necessidade de aquecimento: a quente, a frio • “processo de pega”: esfriamento, perda do veículo volátil, reação química Quanto à existência de armadura: armado, não armado Armaduras (estruturantes) disponíveis no Brasil - feltro asfáltico - véu de fibra de vidro - poliéster - armadura não-tecida de poliéster Funções - resistir aos esforços de tração (PRINCIPAL) - evitar escorrimento de material - garantir homogeneidade da espessura
  • 18. 18 No caso de sistemas não armados - para que estes sistemas não rompam deve-se ter: ▪ grande extensibilidade ▪ grande espessura Assim, o material acompanha o movimento da base. Sua seção fica reduzida sem comprometer a integridade da impermeabilização Quanto ao número de camadas aplicadas: monocapa (pré-fabricados), multicapa (homogêneo, misto. Moldados no local) Quanto à aderência ao suporte: aderente, semi-independente, independente Quanto à exigência de proteção: • dispensam proteção • autoprotegidos vem da fábrica: pintura refletiva, camada de pedrisco • exigem pintura refletiva • exigem proteção mecânica Quanto ao material: • à base de materiais asfálticos • à base de asfaltos modificados com polímeros sintéticos • à base de polímeros sintéticos (elastômeros, termoplásticos, termofixos, misturas de termoplásticos e elastômeros) Quanto ao método de execução e materiais: Sistemas moldados no local • membranas asfálticas (membranas) • membranas poliméricas sintéticas Sistemas pré-fabricados (mantas) • mantas asfálticas • mantas poliméricas sintéticas
  • 19. 19 Sistemas mais utilizados no Brasil para impermeabilização de coberturas • feltro asfáltico e • membranas asfalto asfálticas • emulsão asfáltica e véu de fibra de vidro • membranas asfálticas Sistemas moldados no local (membranas) • neoprene e hypalon • membranas • membranas acrílicas poliméricas • membranas de sintéticas polímeros • mantas asfálticas • mantas de asfalto Sistemas pré-fabricados (mantas) • mantas poliméricas • manta de butil sintéticas • manta de PVC Para outros locais de aplicação • argamassa impermeável: pisos, baldrames, caixas d’água, etc. • concreto impermeável: sub-solos, túneis, galerias, muros de arrimo, etc. • processos de cristalização • injeções • epóxi: silos, banheiros, piscinas, etc. • borracha clorada não usar para água potável • silicone (pintura hidrófuga): fachadas • pinturas minerais: fachadas
  • 20. 20 IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS Proteção dos pisos dos subsolos N.A. muito alto (água sob pressão) • fundações das paredes: concreto armado com aditivo impermeabilizante • lastro de concreto magro (e = 8cm) em toda a extensão do piso • impermeabilização sobre o lastro • argamassa de proteção mecânica • laje de concreto armado N.A. baixo e muita umidade no terreno • lastro de concreto magro (e = 10cm) com aditivo impermeabilizante • impermeabilização sobre o lastro
  • 21. 21 Proteção das paredes ou dos muros de arrimo N.A. muito alto (água sob pressão) • construção da alvenaria • impermeabilização eficiente • camada de proteção (emboço de cimento e areia 1:3 reforçado com tela; parede de ½ tijolo; muro de arrimo) N.A. baixo e muita umidade no terreno • pintura asfáltica espessa sobre camada de regularização externa com aditivo impermeabilizante IMPERMEABILIZAÇÃO DO BALDRAME 1. envolvendo a face superior do baldrame descendo lateralmente no mínimo 15cm (pintura com asfalto; asfalto a quente) 2. assentamento dos tijolos das 4 primeiras fiadas com argamassa aditivada com impermeabilizante 3. revestimento interno e externo argamassado com aditivo impermeabilizante cuidado! FALHAS NA IMPERMEABILIZAÇÃO
  • 22. 22 IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES E PAREDES INTERNAS Pisos de banheiros (laje rebaixada) • impermeabilização no fundo e nas laterais até 50 cm acima do nível do piso; ou • argamassa de cimento e areia 1:3 com aditivo impermeabilizante ou membrana multicapa (asfalto oxidado + feltro asfáltico) com proteção mecânica (argamassa de cimento e areia 1:5) em todo o banheiro Paredes dos chuveiros • argamassa de emboço com aditivo impermeabilizante • pintura asfáltica IMPERMEABILIZAÇÃO DE CAIXAS E RESERVATÓRIOS Caixas e reservatórios subterrâneos • argamassa impermeável, concreto impermeável, membrana ou manta asfáltica, membrana de polímeros Argamassa impermeabilizada (+ utilizado) • emín = 3 cm até 15m de altura de água • preparo da base (remoção de partículas soltas; correção de ninhos de concretagem; remoção de saliências) • arredondamento de cantos e arestas com argamassa • chapisco com argamassa de cimento e areia 1:2 com aditivo impermeabilizante • camada de argamassa de cimento e areia 1:2 com aditivo impermeabilizante (e = 1cm) • novo chapisco das paredes; areia fina no fundo • repetir as operações com traço 1:3 • acabamento final: desempeno com argamassa de cimento e areia 1:1 sem aditivo ou pintura com tinta betuminosa cuidado! FISSURAÇÃO Membrana asfáltica • idem impermeabilização de coberturas • até 3m de altura de água 3 camadas de feltro asfáltico cuidado! EMBUTIMENTO LATERAL Outros: membranas de polímeros (mantas de PVC ou butil)
  • 23. 23 Proibido: véu de vidro; elastômeros em solução; tinta epóxi; borracha clorada CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA!
  • 24. 24 SISTEMAS MOLDADOS NO LOCAL A QUENTE (T = 225ºC) asfalto oxidado aplicado a quente proteção imprimação regularização feltro asfáltico laje Esquema geral de impermeabilização no sistema feltro asfáltico e asfalto • Feltro asfáltico: feltro de fibra orgânica (polpa de madeira, aparas de papel celulose, juta, lã, seda, etc) ou inorgânica (à base de amianto). • NO MÍNIMO 3 CAMADAS DE FELTRO ASFÁLTICO • Seqüência: • preparação da superfície; • primer a frio, com esfregalho (consumo 0,5 a 0,7kg/m2); • secagem por 16 horas; • camada de asfalto oxidado; • feltro; • ... • Cuidados: - bolhas de ar; - sobreposição dos feltros (10cm) - não trabalhar com umidade
  • 25. 25 A FRIO pintura re fletiva (tinta aluminosa) ou proteção mecâ nica de mãos de emulsão asfá ltica a frio ou hidroas falto imprimação véu de fibra de vidro laje regularização Esquema de impermeabilização no sistema emulsão asfáltica a véu de fibra de vidro • Emulsão asfáltica: obtida por emulsão do cimento asfáltico em água. Mercado hidroasfalto • Véu de fibra de vidro • Tinta aluminosa: asfalto, solvente, alumínio e aditivos • Primer • ABNT consumo mínimo de emulsão = 4kg/m2 mínimo 3 camadas de véu de fibra de vidro
  • 26. 26 proteção a) camadas de emulsão asfáltica com carga de amianto (> flexibilidade; melhor consistência) véu de poliéster (bidim) imprimação regularização laje proteção camadas de asfalto modificado com polímeros sintéticos, b) aplicados a quente (> elasticidade) véu de poliéster (bidim) imprimação regularização laje Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema membrana asfáltica. a) a frio; b) a quente • Devem receber pintura refletiva por serem pretos • O bidim tem sido empregado tanto a quente como a frio (estado cru é impregnado na hora da aplicação) • Já existe o bidim pré-impregnado
  • 27. 27 demãos de hypalon demãos de neoprene véu de fibra de vidro demãos de neoprene imprimação regularização laje Esquema geral de impermeabilização no sistema neoprene e hypalon • Há 35 anos no Brasil • Pouco peso, grande beleza, para cúpulas e abóbadas • Neoprene: solução com pigmentos escuros (barreira aos raios UV) • Hypalon: solução para as últimas camadas (tons branco ou pastel) • Não exige proteção demãos de emulsão acrílica véu de poliéster demãos de emulsão acrílica imprimação regularização laje Esquema geral de impermeabilização no sistema membrana acrílica • Semelhante ao neoprene e hypalon • Menos elástico e menos durável • Menor custo • Reforço: o Véu de poliéster; o Véu de fibra de vidro o Tecido de náilon
  • 28. 28 Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema membrana polimérica. a) membrana de polímeros aplicada a quente; b) sistema de cristalização da estrutura e membrana de polímeros; c) sistema à base de emulsão de elastômeros
  • 29. 29 b) a) manta de asfalto manta de asfalto com com armadura de armadura de poliéster auto- proteção poliéster protegida com pedriscos Camada de asfalto Camada de asfalto oxidado aplicado a oxidado aplicado a quente quente Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema manta de asfalto. a) manta de asfalto com armadura de poliéster; b) idem, com auto-proteção mineral • > rapidez; > economia de mão-de-obra • variações das mantas no mercado: o tipo de asfalto; o espessura; o material de recobrimento; o armadura • NO BRASIL: o Manta de asfalto com armadura de poliéster não tecido o Manta de asfalto com alma de polietileno o Manta de asfalto composta com PVC
  • 30. 30 c) d) manta de asfalto manta de asfalto com alma de com alma de proteção polietileno auto-protegida polietileno com filme de alumínio adesivo Esquemas gerais de exemplos de impermeabilização no sistema manta de asfalto. c) manta de asfalto com alma de polietileno; d) idem, com auto-proteção de alumínio • Manta de asfalto com armadura de poliéster não tecido: a fusão da emenda é com asfalto oxidado fundido • Manta de asfalto com alma de polietileno e manta de asfalto composto com PVC: a fusão da emenda é com maçarico e compressão. proteção camada de amortecimento manta butílica adesivo de contato berço amortecedor regularização laje Esquema geral de impermeabilização no sistema manta butílica • MANTA BUTÍLICA: o Desde 1965 no Brasil o Sistema MONOCAPA o Emenda: com colagem e fitas de calefação • BERÇO AMORTECEDOR: o Aplicado a quente ou a frio o Emulsão asfáltica + borracha moída
  • 31. 31 proteção camada de amortecimento manta de PVC berço amortecedor regularização laje Esquema geral de impermeabilização no sistema manta de PVC • Semelhante à manta butílica só que com termoplático e não elastômero • Emenda: maçarico de ar quente ou a frio com adesivo