A sociedade chega ao mundo Pós-Digital impulsionada pela ubiquidade das tecnologias digitais, com desafios ampliados pela transição de eras. Este enorme potencial tem trazido proporcionais desafios educativos em função de compreender e atender à atual geração de nativos digitais. Suscitada por esta temática, a palestra se centra nos fatores de identificação e descrição dos principais vícios digitais que reverberam no mundo real. A análise apresenta uma considerável variedade de vícios digitais que vão desde o Transtorno de Dependência da Internet, passando por diversos transtornos emocionais como a Nomofobia até problemas de socialização como Isolamento Social, devido ao distanciamento no mundo real produzido pelo uso excessivo da Web. A partir da identificação desta recente problemática se busca conscientizar do papel fundamental da escola que, em estreita e dinâmica relação com a família como fator indispensável, se apresentam como entidades responsáveis de garantir uma orientação, prevenção e intervenção eficaz para fazer frente a estes novos flagelos dos vícios digitais.
5. PRINCIPAIS VÍCIOS DIGITAIS
“O que vai determinar se eles são bons
ou ruins não é o comportamento em si,
mas a intensidade e o quanto eles estão
melhorando ou piorando nossas vidas.”
(Marta Gabriel, 2013)
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6. Cibercondria ou
Hipocondria Digital
• Tendência de o usuário
acreditar que tem todas as
doenças sobre as quais leu
na Internet.
• Pessoas recorrem aos
“médicos virtuais” para
identificar a causa de
pequenos problemas, como
dores de cabeça por exemplo.
• A partir daí, com um pouco
de informação e muita
imaginação, passa a pensar
que tem algo grave.
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7. Depressão do Facebook
• Depressão entre os jovens associada ao tempo que
passam no Facebook.
• O dependente acredita que o Facebook é um mundo
ideal, onde todos são felizes, bem sucedidos, engajados
e populares, isso leva o usuário a crer que todo mundo
tem uma vida melhor que a dele, causando a depressão.
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8. Distúrbios do sono
• Diminuição das horas de
sono em função do
aumento da quantidade
de atividades no
computador/Internet.
• O sono é importante para
restauração da energia
física, para atividades
mentais e emocionais.
• Dormir mal repercute nas
atividades do aprendizado
dentro e fora do ambiente
escolar.
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9. Economia da Atenção
• A atenção é um recurso
finito e, conforme a
quantidade de informação
aumenta, conseguimos
prestar menos atenção em
tudo.
• Assim, quanto maior a
riqueza da informação,
maior a pobreza da atenção
(Transtorno do Déficit de
Atenção). 9
10. Info-obesidade
• A quantidade de informação com que as pessoas
lidam e incorporam em suas vidas cotidianas tem
crescido nas últimas décadas, levando-os a uma
sobrecarga informacional cognitiva. 10
11. Internet Addiction
Disorder - IAD
• Uso excessivo e irracional da
Internet, que corresponde à
dificuldade no controle dos
impulsos e que se manifesta
como um conjunto de
sintomas cognitivos e de
conduta.
• Também conhecido como:
• Transtorno de Dependência da
Internet (TDI);
• Uso Compulsivo de Internet
(UCI);
• Pathological Internet Use
(PIU).
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13. Isolamento social
• A companhia no meio social
perde espaço para os
sistemas tecnológicos que
isola o indivíduo do mundo
real.
• O usuário passa a ter um
novo relacionamento com o
tempo trocando o dia pela
noite.
• A solidão seria resultado de
um mundo eletrônico no
qual os sentimentos de
emoção permanecem no
plano virtual e não no
presencial.
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14. Multitasking
• Realização de várias tarefas ao
mesmo tempo (multitarefa).
• Gerenciar simultaneamente
duas tarefas mentais reduz o
poder do cérebro disponível
para cada tarefa.
• O alto estresse crônico do
MULTITASKING está associado
também a perdas de memórias
de curto prazo. 14
15. Narcisismo digital - Transtorno
dismórfico corporal
• Problema relacionado à imagem
corporal, em que um indivíduo
tem excessiva preocupação com
sua aparência.
• O excesso de selfies diários é
definido como um distúrbio
obsessivo-compulsivo
caracterizado por um desejo
permanente de se fotografar,
expondo as fotos nas redes sociais
para compensar a falta de
autoestima.
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16. Náusea Digital
(Cybersickness)
• Vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem
com alguns ambientes digitais.
• É comum pessoas sentirem-se tontas e nauseadas ao
interagirem com o universo virtual.
• É basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando
enjoado por conta da sensação de movimento quando não
estamos realmente nos movimentando.
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17. NEWism e NOWism
• A notícia que importa saber, para a pessoa
acometida desse vício, é aquela mais nova e
que apareceu agora.
• É resultado do mau hábito de consumir
informações em tempo real, valorizando
apenas o que é novo e atual.
• Tendência de focar no presente em
detrimento do passado ou futuro.
• O que acontece agora (Now) tende a
consumir mais tempo e atenção, fazendo
que reflita menos sobre o passado ou futuro.
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18. Nomophobia
• Sensação de ansiedade ao ficar sem celular.
• A palavra nomophobia é uma abreviatura de
“no-mobile phobia”, ou seja, medo de ficar sem
o telefone móvel.
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19. O efeito Google
• Por conta da facilidade em
encontrar todo tipo de
informação na Internet, o
cérebro passa a reter uma
quantidade menor de
informações.
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• O cérebro passa agir como se não mais
necessitasse memorizar certas informações, já
que as conseguiria facilmente na rede.
20. Presenteísmo
• As pessoas estão
presentes apenas de
maneira física no
trabalho ou na
escola, mas não se
envolvem
verdadeiramente em
suas tarefas, pois não
conseguem
desconectar-se da
Internet, gerando
baixa produtividade.
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21. 21
Síndrome do toque fantasma
• Trata-se daquela
sensação de que o seu
celular está vibrando
no seu bolso, fazendo
com que a pessoa
acesse com muita
frequência para
conferir.
22. Slacktivismo
• Ativismo praticado na Internet, por meio de assinatura de
petições on-line, clique, postagens e propagação de
mensagens de apoio a causas nas mídias sociais.
• Normalmente tem uma conotação negativa porque envolve
esforços de mínimo custo como substituto a ações mais
substanciais além de estar associado a uma medida que as
pessoas fazem mais para se sentirem bem.
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23. Vício em jogos on-line
• O cérebro sente uma necessidade aditiva pelo estímulo que
produzem determinados jogos on-line.
• “Quando você é dependente de algo, seu cérebro
basicamente está informando que precisa de certas
substâncias neurotransmissoras, particularmente a dopamina
e a serotonina, para se sentir bem” (Rosen, 2012).
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25. O PAPEL DA ESCOLA FRENTE AOS PRINCIPAIS
RISCOS À SAÚDE ASSOCIADOS AO USO EXCESSIVO
DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS 25
26. O Papel da Escola!
1. Admitir a situação de risco que
todos os sujeitos estão expostos;
2. Instituir uma equipe para
direcionar protocolos de
intervenção;
3. Desenvolver campanhas de
sensibilização para professores,
estudantes e famílias;
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4. Planejar estratégias, eventos e atividades para introduzir de forma
dinâmica o tema;
5. Criar práticas de intervenção educacional relacionadas aos temas:
TIC, informação, tecnologia digital e vícios digitais;
27. 27
6. Integrar ao programa curricular conteúdos sobre o comportamento
saudável na rede e prevenção de riscos;
7. Promover a formação continuada de professores que abarquem o
tema do comportamento saudável na rede e o conhecimento sobre os
vícios digitais;
8. Avaliar e monitorar sistematicamente a eficiência e a qualidade de
todas as estratégias de intervenção;
9. Personalizar as ações de intervenção e prevenção na escola através
do conhecimento proveniente de suas próprias investigações internas;
10. Promover intercâmbio de experiências com outras escolas.
28. 28
Os professores têm duas tarefas:
1. fazer com que seus alunos compreendam
que determinados comportamentos
comprometem sua saúde;
2. transferir essa preocupação aos demais
colegas professores de outras áreas de
conhecimento, para que eles possam
permanecer vigilantes naqueles alunos
propensos ao desenvolvimento de vícios
digitais.
29. Observação
• Em muitos casos, o mau uso das TIC,
desenvolvidas pelos alunos, há uma origem
patológica não particularmente relacionada à
tecnologia, mas que é detectada a partir dela,
por duas razões:
1. A fácil acessibilidade ao evento de risco;
2. Exposição às Redes Sociais que funcionam como
campos férteis para revelar comportamentos pré-
existentes.
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30. Diferentes níveis de aceitação e
participação da família
1. em alguns casos não aceitam que seus filhos possam ser
viciados digitais;
2. não admitem que eles tenham alguma responsabilidade na
educação dos seus filhos nesta matéria;
3. tampouco mostram-se colaborativos em práticas de
investigação para determinar a origem dos problemas;
4. podem considerar que suas atitudes não geram qualquer
mau exemplo para seus filhos;
5. podem derivar toda a ação educativa, neste contexto, como
sendo de responsabilidade da escola.
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31. Atitude ideal da família!
1. Participar de atividades de conscientização
mobilizadas pela escola;
2. Promover bons hábitos através da educação e
bom exemplo em casa.
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32. Teste: Você é viciado em
internet?
A internet é um vício para você? O Teste de Dependência
da Internet do Instituto Delete foi a primeira forma validade e
credível de medir a dependência da utilização da internet. O
teste é um questionário com 20 perguntas que mede os níveis
baixo, moderado e grave de dependência da internet.
Faça o teste
Para avaliar o seu nível de dependência, atribua à
resposta a cada pergunta o valor adequado segundo a seguinte
escala:
0 - Não se aplica
1 - Raramente
2 - Ocasionalmente
3 - Frequentemente
4 - Quase sempre
5 - Sempre
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33. 33
1. Está ligado à Internet mais tempo do que pretendia?
2. Negligencia tarefas domésticas para passar mais tempo ligado?
3. Prefere a excitação da Internet à intimidade com o seu
parceiro?
4. Estabelece novas relações com outros utilizadores na Internet?
5. As pessoas próximas de si se queixam sobre o tempo que passa
ligado?
6. Os seus afazeres são alterados devido ao tempo que passa
ligado?
7. Verifica o correio eletrônico antes de qualquer outra coisa que
precise fazer?
8. O seu desempenho ou produtividade no trabalho sofre devido
à Internet?
9. Tem uma atitude defensiva ou de sincretismo quando alguém
lhe pergunta o que está a fazer na Internet?
10. Bloqueia os pensamentos perturbantes sobre a sua vida com
pensamentos reconfortantes da Internet?
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11. Encontra-se a desejar voltar a estar ligado à Internet
novamente?
12. Tem receio de que a vida sem Internet seja aborrecida, vazia
e sem alegria?
13. Refila, grita ou fica irritado (a) se alguém o (a) incomoda
enquanto está na Internet?
14. Perde o sono devido a estar na Internet até muito tarde?
15. Fica preocupado com a Internet quando não está ligado ou
fantasia com estar na Internet?
16. Diz a si mesmo “só mais uns minutos” quando está na
Internet?
17. Tenta reduzir a quantidade de tempo que passa na Internet e
não consegue?
18. Tenta esconder a quantidade de tempo que passou na
Internet?
19. Escolhe passar mais tempo na Internet em detrimento de
sair com outras pessoas?
20. Se sente deprimido (a), instável ou nervoso (a) quando não
está na Internet e isso desaparece quando volta a estar ligado?
35. 35
Depois de ter respondido a todas as questões, some
os números que selecionou para cada resposta para obter
uma pontuação final.
Quanto mais alta for a pontuação, maior é o nível de
dependência e os problemas que o uso da Internet provoca.
RESULTADOS
Segue a escala geral para ajudar a medir a sua pontuação:
20-49 pontos: Você é um utilizador médio. Por vezes poderá até
navegar na Internet um pouco demais, no entanto, tem controle
sobre a sua utilização.
50-79 pontos: Você começa a ter problemas ocasionais ou
frequentes devido ao uso da Internet. Deve considerar o
impacto na sua vida por ficar ligado à Internet com frequência.
80-100 pontos: A utilização da Internet está causando
problemas significativos na sua vida. Deve avaliar as
consequências destes impactos e aprender a lidar com a
internet de modo mais saudável e produtivo.
36. Referência
ZEDNIK, H.; TAROUCO, L. M. R; LÓPEZ, C. Os
principais riscos à saúde associados ao uso das
tecnologias digitais: o papel da escola frente a
esse desafio. SHEWC - Congresso Mundial de
Pesquisas Ambientais, Saúde e Segurança.
Porto/PT, 2015.
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37. 37
Obrigada!
“As novas tecnologias impulsionam
irreversivelmente uma mudança
comportamental. No entanto, a
sociedade precisa estar alerta para
que esta mudança comportamental
seja acompanhada de hábitos
saudáveis“ (Zednik, 2015)
“Nós moldamos nossas
ferramentas e depois elas nos
moldam” (John Culkin, 1967).