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FISIOPATOLOGIA
CIRÚRGICA
Yuri Assis – Médico Intensivista HUPD / HTLF
I CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA
DO APARELHO DIGESTIVO
Fisiopatologia da Cirurgia
 Resposta endócrino-metabólica ao Trauma
 Equilíbrio hidroeletrolítico
 Choque
 Princípios dos cuidados intensivos ao paciente
cirúrgico
Resposta endócrino-metabólica ao
Trauma
Fisiopatologia Cirúrgica
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 O trauma anatômico, quer seja acidental ou
planejado, desencadeia a lise celular, liberação de
mediadores inflamatórios e ativação imunológica
 A reação orgânica a esta circunstância consiste em
uma série de reações que buscam reencontrar a
homeostase
 A resposta ao trauma tem um padrão
caracteristicamente gradual, progressivo e
previsível
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Essa resposta é primordial, relacionada à clássica
resposta fugir ou lutar, e além da elevação de
epinefrina e inclui analgesia, hipercoagulabilidade,
conservação de fluidos e mobilização de substrato
metabólico
 O ciclo de eventos é razoavelmente bem estabelecido
e pacientes com comportamento “fora da curva”
representam um evento que demanda intervenção
 No entanto essa resposta mantida e amplificada tem
como consequência o desequilíbrio metabólico, o
bloqueio das vias oxidativas e pode culminar com a
morte
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Componentes Biológicos do Trauma:
 Primários: decorrem da ação das forças físicas sobre
os tecidos
 Secundários: reações de adaptação ou complicações
das alterações induzidas pelos componentes primários
 Associados: não decorrem diretamente do trauma mas
influenciam a evolução das respostas a ele
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Componentes primários:
 Lesão de Tecidos: inerente ao trauma cirúrgico (incisão,
tração de tecidos, exposição à temperatura ambiente
por tempo prolongado)
 Lesão de Órgãos específicos: perda parcial ou total da
função
 SNC: paralisia, perda da consciência
 Abdome: íleo paralítico pós-operatório
 Lesão vascular:
 Ruptura dos vasos hematoma ou hemorragia redução do
volume circulante
 Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular
acúmulo de água, eletrólitos e proteínas – EDEMA
TRAUMÁTICO
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Lesão vascular:
 Trocas lentas entre o líquido do edema traumático e o
restante do líquido extra-celular funcionalmente ativo
(conceito de sequestro líquido)
 Componentes secundários:
 Alterações endócrinas
 Alterações hemodinâmicas
 Infecções
 Falências Orgânicas
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Alterações que determinam os reflexos
neuroendócrinos:
 Queda do volume circulante efetivo
 Alterações das concentrações de O2, CO2 e H+
 Dor
 Estímulos emocionais, como medo e ansiedade
 Alterações dos substratos energéticos: jejum
 Mudanças de temperatura: febre, hipotermia
 Relativos a lesão: magnitude, infecção
 Gases anestésicos
 Imobilização
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 A diminuição de 30 a 40% do volume circulante
efetivo leva resposta neuroendócrina e
cardiovascular máximas.
 Reduções maiores podem não ser adequadamente
compensadas e levar a quadro de choque.
 Vários componentes:
 Neuroendócrino
 Vasomotor (simpático)
 Imunológico
 SIRS X CARS
 MARS – síndrome da resposta antagônica mista
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
SIRS CARS
IL-1, IL-6, TNF
Ativação de macrófagos, linfócitos
Th-1, NK,
IL-10, IL-2
Linfócitos Th-2
Apoptose
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 2 a 3 dias de duração
 Hipovolemia, hipotensão
 Diminuição do fluxo
sanguíneo
 Aumento da RVS
 Aumento das
catecolaminas,glico e
mineralocorticóides,
 Diminuição da insulina
 Aumento do Glucagon
 Hiperglicemia
 Estado hiperdinâmico
 Retenção fluídica
 Aumento da
permeabilidade vascular
 Diminuição da RVS
 Hipermetabolismo
 Aumento das
catecolaminas e
glicocorticóides
 Aumento da insulina
 Hiperglicemia
Fase “Ebb” - redução Fase “Flow” - fluxo
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
PROTEINA
MUSCULAR
AMINOÁCIDOS
CICATRIZAÇÃO
GLICONEOGÊNESE
TRIGLICERÍDEOS
GLICEROL +
AC. GRAXOS
GLICOGÊNIO
HEPÁTICO
GLICOGENÓLISEGLICOSE
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Consequências:
 Vasoconstrição:
 Esplâncnica – isquemia intestinal – translocação bacteriana
 Renal – IRA pré-renal – NTA
 Periferia – morte celular – edema, lesão da microcirculação
– choque irreversível
 Catabolismo proteico e hiperglicemia
 Perda de massa muscular – síndrome do imobilismo,
dificuldade respiratória
 Proteínas de fase aguda – queda na produção de
anticorpos - imunossupressão
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Consequências:
 Inflamação pulmonar:
 Quebra da barreira alveolar – ativação de macrófagos –
lesão do pneumócito tipo II – disfunção de surfactante -
SDRA
 Lesão endotelial:
 ROS – lesão celular direta – inibição da quimiotaxia
 INOS – óxido nítrico – vasoplegia
 Coagulação:
 Consumo – fibrinólise – CIVD
 Trombose microvascular – perpetuação da isquemia
Resposta endócrino metabólica ao
trauma
 Disfunção Orgânica Múltipla
Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico
Fisiopatologia Cirúrgica
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Determinantes das alterações hídricas e
eletrolíticas:
 Perdas hídricas intrínsecas:
 Perdas sanguíneas
 Perdas insensíveis – ventilatórias, peritônio aberto
 Perdas gastrointestinais
 Uso de diuréticos
 Uso de soluções parenterais
 Isotônicas: solução fisiológica
 Hipotônicas: solução glicosada, solução de ringer
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Distúrbios mais encontrados:
 Acidose metabólica
 Hiperclorêmica – abuso de soluções fisiológicas – alto teor
de cloreto
 Láctica – hipoperfusão peroperatória – hipotensão
induzida, perdas sanguíneas maciças
 Complicações anestésicas – síndrome da infusão do
propofol – mais comum com infusões prolongadas
 Hiperventilação com alcalose respiratória – anestesia
geral
 Hipoventilação com acidose ventilatória – anestesia
locoregional com sedação, dor pós operatória
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Distúrbios mais encontrados:
 Distúrbios do sódio e água corporal:
 Hiponatremia:
 Condição intrínseca da patologia de base – cirrose,
patologia biliar ou pancreática, ICC, IRC
 Utilização de soluções hipotônicas – RTU, histeroscopia,
artroplastias endoscópicas (água destilada)
 Hipernatremia:
 Choque hipovolêmico, perdas insensíveis, febre
 Uso de diuréticos osmóticos (neurocirurgias)
 Diabetes insipidus
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Distúrbios mais encontrados:
 Distúrbios do potássio:
 Hipocalemia – perda de potássio, shift transcelular:
diuréticos, alcalose, bicarbonato, glicoinsulina, β2 agonistas
 Hipercalemia – acidose metabólica, IRA ou IRC, diuréticos
poupadores de potássio, IECA, β bloqueadores, digitálicos,
reposições excessivas
 Outros:
 Alterações do cálcio, magnésio e fosfato – refletem muito
pouco o pool corporal total destes eletrólitos. Em geral só
demandam tratamento em situações especificas (intoxicação
digitálica, torsades de pointes, desmame da VM, etc.)
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Quadro clínico:
 É fundamental a monitorização peroperatória
 Pacientes terão poucos sinais e sintomas
 Condições intrínsecas da ato cirúrgico – anestesia,
bloqueadores neuromusculares, hipotermia, hipotensão
induzida, etc. mascaram as manifestações
 Sódio: manifestações neurológicas – coma, convulsões,
agitação, confusão mental. Pouco evidentes no
peroperatório.
 Potássio: manifestações musculares, cardíacas mais
evidentes – risco de arritmias graves
Equilíbrio Hidroeletrolítico e
Acidobásico
 Tratamento:
 Compreensão da fisiopatologia é necessária para
planejamento e execução do tratamento
 Lembrar que os distúrbios do sódio são distúrbios da água
corporal
 Correção das alterações do sódio devem ser corrigidas
lentamente – não mais de 0,5 mEq/l por hora, máximo de
12 mEq em 24 horas – risco de edema cerebral ou
síndromes de desmielinização
 Correção do potássio não pode exceder 20 mEq/hora em
veia periférica. Em acesso central, 40 mEq/hora
 Em situações de extrema urgência 60 mEq/hora, em CVC.
Alto risco de arritimais
Choque
Fisiopatologia Cirúrgica
Choque
 Estado de má perfusão sistêmica, com desequilíbrio
entre oferta e demanda de oxigênio, levando ao
metabolismo anaeróbico inicialmente, e em sua
perpetuação, ao sofrimento tecidual progressivo,
com disfunção orgânica e morte
 Didaticamente classificado em:
 Hipovolêmico
 Cardiogênico
 Distributivo
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Choque
 Pode ser expresso em termos de relações entre
propulsão, continente e conteúdo
Choque
 O modelo de choque clássico do paciente cirúrgico
é o hipovolêmico. No entanto é necessário o
entendimento de que a presença de SIRS gera
situação onde o componente distributivo pode ser
mais importante
 Quantificação das perdas volêmicas é imprecisa: no
paciente cirúrgico as perdas insensíveis são
expressivas, a perda de sangue total não se reflete
nos índices hematimétricos, a infusão de grandes
volumes de soluções hipotônicas gera muitas perdas
para o terceiro espaço
Choque
 Choque críptico: pacientes que mantém os
parâmetros macrohemodinâmicos muitas vezes se
encontram em estados de má perfusão periférica
 A monitorização e otimização peroperatórias são
fundamentais neste contexto
 A utilização de ferramentas de monitorização
hemodinâmica invasivas ou minimamente invasivas
encontra embasamento firme na literatura
 Parâmetros hemodinâmicos supranormais não
mostraram evidências de aumento de sobrevida
Choque
 Monitorização hemodinâmica: consiste na
observação seriada de parâmetros clínicos que
podem refletir a qualidade da perfusão tecidual –
FC, FR, SPO2, PACO2, diurese, PAM, PVC, PAP,
POAP, DC, SVcO2, SVO2, lactato, etc.
 A utilização de metas hemodinâmicas no período
peroperatório está associada a melhores
desfechos. Ainda há controvérsias na literatura
quanto a quais metas, por quanto tempo e método
adequado, assim como de que modo atingir tais
parâmetros
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
 Então, o que se conclui disto tudo?????????????
 O paciente cirúrgico tem risco ampliado para
complicações hemodinâmicas, que aumenta conforme:
 Tempo cirúrgico
 Extensão das ressecções
 Estado hemodinâmico pré-operatório
 Comorbidades
 Idade
 Presença de infecção prévia
 Cirurgia de urgência
Choque
 Então, o que se conclui disto tudo?????????????
 Uma parcela significativa desta população pode
apresentar quadros de má perfusão periférica sem a
devida expressão macrohemodinâmica
 A monitorização hemodinâmica peroperatória pode ser
benéfica para pacientes selecionados.
 A utilização da Estratégia Dirigida por Metas Precoces
parece ser útil e melhorar os desfechos, por individualizar o
cuidado peroperatório. Ainda são necessárias mais
evidências
 O cateter de artéria pulmonar parece estar associado com
maior número de complicações e não melhora mortalidade,
portanto no momento não está indicado. Outros métodos de
monitorização minimamente invasivos parecem ser mais úteis
neste contexto
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
Fisiopatologia Cirúrgica
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Indicações de terapia intensiva
 Insuficiência respiratória
 Instabilidade hemodinâmica
 Coma incapaz de defender via aérea
 Outras condições com alto risco de evolução para uma
das 3 primeiras
O paciente cirúrgico muitas
vezes se enquadra aqui
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Prioridades de admissão:
 1 – pacientes previamente hígidos, com doença aguda
grave tratável
 2 – pacientes com morbidades, porém com doença
aguda curável
 3 – paciente com doença crônica, prognóstico
reservado porém com intercorrências agudas tratáveis
 4 – Too sick Too well
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Definição de Terapia Intensiva
 Reunir em um mesmo ambiente os melhores recursos
tecnológicos e profissionais habilitados para prestar
assistência integral individualizada a pacientes gravemente
enfermos
 Portanto, é preciso fornecer aos pacientes cirúrgicos
que demandam terapia intensiva:
 Segurança na aplicação de medidas técnicas eficazes
 Plena compreensão fisiopatológica e terapêutica da sua
condição clínica
 Otimização terapêutica pelo menor tempo possível,
evitando lesões secundárias decorrentes da hospitalização
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Necessidades do paciente cirúrgico crítico:
 Monitorização e controle hemodinâmico
 Suporte ventilatório
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 Profilaxia de úlcera de stress
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 Profilaxia do TEV
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Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Terapia nutricional no paciente cirúrgico crítico:
 O jejum prolongado está associado a piores desfechos, maior número
de infecções e complicações diretas
 O início deve ser o mais precoce possível, respeitando o tipo de cirurgia
realizada
 A aposição de sondas nutricionais pós-anastomóticas em pacientes
submetidos a cirurgias do aparelho digestivo permite a introdução
precoce
 O uso da nutrição enteral (NE) está associado a melhores desfechos que
a nutrição parenteral (NPT)
 A NPT só deve ser utilizada em situações onde a previsão do inicio da
NE seja de mais de 7 dias, e com previsão do uso da NPT por pelo
menos 5 dias. Em outras situações, a NPT precoce está associada com
piores desfechos
 Não há evidência de boa qualidade na literatura que sustente o uso de
imunonutrição
 Esforços devem ser feitos para a não interrupção do aporte nutricional
por motivo espúrio
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Profilaxia do tromboembolismo venoso:
 A maioria dos pacientes cirúrgicos se beneficia da
profilaxia precoce para TEV com heparinas.
 Contra-indicações absolutas incluem sangramento ativo,
plaquetopenia ou diátese hemorrágica grave,
plaquetopenia induzida pela heparina, cirurgias do SNC
(primeiros dias) e cirurgias oftálmicas
 Os demais pacientes devem ter inicio precoce da profilaxia
com heparina (HNF ou HBPM), após 12 horas do ato
cirúrgico
 No caso de contra indicação absoluta deve-se utilizar a
profilaxia mecânica (compressão intermitente dos MMII ou
meias compressivas). A profilaxia mecânica é inferior ao
uso das heparinas
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Orientações para o manejo da dor:
 Utilização de escalas compreensíveis e reprodutíveis
para a avaliação contínua da dor
 Analgesia multimodal, com analgésicos comuns,
opiáceos, anti-inflamatórios se não contra-indicados, e
se necessário, estratégias ampliadas – consultoria com
serviço de dor
 O uso de meperidina é contra-indicado em pacientes
críticos devido ao excesso de efeitos colaterais e baixa
potência analgésica. O tramadol tem sido considerado
uma droga pouco eficaz no contexto da terapia
intensiva por motivos semelhantes
Princípios da Terapia Intensiva no
Paciente Cirúrgico
 Controvérsias:
 Hemotransfusões: 10,0 ou 7,0 ????
 TP / AE 70% ?????
 Plaquetas > 100.000 ????
Conclusões
Conclusões
 O trauma cirúrgico gera respostas metabólicas de
intensidade variável mas sempre presentes que podem
per si determinar prognóstico
 O conhecimento desta fisiopatologia permite melhor
atuação do cirurgião, anestesista e intensivista, e de
todos os envolvidos na otimização e prevenção de
complicações no paciente cirúrgico
 A monitorização desta resposta durante o
peroperatório é altamente necessária, visto as
circunstâncias cirúrgicas não permitirem adequada
avaliação clínica destes doentes
Conclusões
 Estratégias baseadas em metas tem sido estudadas
para otimização do paciente cirúrgico, mas embora
evidências apontem para resultados interessantes,
ainda não há consenso e recomendações sobre o
assunto
 O paciente cirúrgico complexo e de alto risco se
beneficia com a Terapia Intensiva, que pode fornecer
atenção integral e prevenção de complicações
 A interação entre equipe cirúrgica e terapia intensiva é
essencial para o adequado andamento dos casos
Referências
 O’DONNELL, J; NÁCUL, FLÁVIO B; Surgical Intensive Care Medicine,
2° Ed. 2011, Springer
 PEARSE, R et cols. Early goal-directed therapy after major surgery
reduces complications and duration of hospital stay. A randomised,
controlled trial. Critical Care Med. Vol. 9 n° 6
 SANDHAN, JD; et cols. Randomized, Controlled Trial of the Use of
Pulmonary-Artery Catheters in High-Risk Surgical Patients. NEJM,
vol. 348, n° 1, 2003
 DONATTI, A; et cols. Goal-Directed Intraoperative Therapy Reduces
Morbidity and Length of Hospital Stay in High-Risk Surgical Patients.
Chest, 2007, 132
 MAYER, J; et cols. Goal-directed intraoperative therapy based on
autocalibrated arterial pressure waveform analysis reduces
hospital stay in high-risk surgical patients: a randomized, controlled
trial. Critical Care, 2010, 14, R18
Referências
 GIGLIO, MT, Goal-directed haemodynamic therapy and
gastrointestinal complications in major surgery: a meta-analysis of
randomized controlled trials. BJA, 1009, 103 – 5
 HERBERT, P.C.; A Multicenter, Randomized Controlled Clinical Trial of
Transfusion Requirements in Critical Care. NEJM, 1999, vol. 340, nº
6
 SHRIKHANDE, et al. Early Feeding After Gastrointestinal Major
Surgery. J Cancer Res.Ther, oct – dec, 2009
 COSTA FILHO RC, GUTIERRES F, et cols. Transfusão de Hemácias em
Terapia Intensiva, Controvérsias entre Evidências. RBTI 2009, 21(3)
 WARD, NICHOLAS S. et cols. The Compensatory Anti-inflammatory
Response syndrome (CARS) in Critically ill patients. Clin Chest Med.
2008 December ; 29(4)
 WALSH, TS. The Metabolic Response to Injury. Principles of Surgical
Care, 2011

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Fisiopatologia da cirurgia

  • 1. FISIOPATOLOGIA CIRÚRGICA Yuri Assis – Médico Intensivista HUPD / HTLF I CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO
  • 2. Fisiopatologia da Cirurgia  Resposta endócrino-metabólica ao Trauma  Equilíbrio hidroeletrolítico  Choque  Princípios dos cuidados intensivos ao paciente cirúrgico
  • 4. Resposta endócrino metabólica ao trauma  O trauma anatômico, quer seja acidental ou planejado, desencadeia a lise celular, liberação de mediadores inflamatórios e ativação imunológica  A reação orgânica a esta circunstância consiste em uma série de reações que buscam reencontrar a homeostase  A resposta ao trauma tem um padrão caracteristicamente gradual, progressivo e previsível
  • 5. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Essa resposta é primordial, relacionada à clássica resposta fugir ou lutar, e além da elevação de epinefrina e inclui analgesia, hipercoagulabilidade, conservação de fluidos e mobilização de substrato metabólico  O ciclo de eventos é razoavelmente bem estabelecido e pacientes com comportamento “fora da curva” representam um evento que demanda intervenção  No entanto essa resposta mantida e amplificada tem como consequência o desequilíbrio metabólico, o bloqueio das vias oxidativas e pode culminar com a morte
  • 6. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Componentes Biológicos do Trauma:  Primários: decorrem da ação das forças físicas sobre os tecidos  Secundários: reações de adaptação ou complicações das alterações induzidas pelos componentes primários  Associados: não decorrem diretamente do trauma mas influenciam a evolução das respostas a ele
  • 7. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Componentes primários:  Lesão de Tecidos: inerente ao trauma cirúrgico (incisão, tração de tecidos, exposição à temperatura ambiente por tempo prolongado)  Lesão de Órgãos específicos: perda parcial ou total da função  SNC: paralisia, perda da consciência  Abdome: íleo paralítico pós-operatório  Lesão vascular:  Ruptura dos vasos hematoma ou hemorragia redução do volume circulante  Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular acúmulo de água, eletrólitos e proteínas – EDEMA TRAUMÁTICO
  • 8. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Lesão vascular:  Trocas lentas entre o líquido do edema traumático e o restante do líquido extra-celular funcionalmente ativo (conceito de sequestro líquido)  Componentes secundários:  Alterações endócrinas  Alterações hemodinâmicas  Infecções  Falências Orgânicas
  • 9. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Alterações que determinam os reflexos neuroendócrinos:  Queda do volume circulante efetivo  Alterações das concentrações de O2, CO2 e H+  Dor  Estímulos emocionais, como medo e ansiedade  Alterações dos substratos energéticos: jejum  Mudanças de temperatura: febre, hipotermia  Relativos a lesão: magnitude, infecção  Gases anestésicos  Imobilização
  • 10. Resposta endócrino metabólica ao trauma  A diminuição de 30 a 40% do volume circulante efetivo leva resposta neuroendócrina e cardiovascular máximas.  Reduções maiores podem não ser adequadamente compensadas e levar a quadro de choque.  Vários componentes:  Neuroendócrino  Vasomotor (simpático)  Imunológico  SIRS X CARS  MARS – síndrome da resposta antagônica mista
  • 11. Resposta endócrino metabólica ao trauma SIRS CARS IL-1, IL-6, TNF Ativação de macrófagos, linfócitos Th-1, NK, IL-10, IL-2 Linfócitos Th-2 Apoptose
  • 15. Resposta endócrino metabólica ao trauma  2 a 3 dias de duração  Hipovolemia, hipotensão  Diminuição do fluxo sanguíneo  Aumento da RVS  Aumento das catecolaminas,glico e mineralocorticóides,  Diminuição da insulina  Aumento do Glucagon  Hiperglicemia  Estado hiperdinâmico  Retenção fluídica  Aumento da permeabilidade vascular  Diminuição da RVS  Hipermetabolismo  Aumento das catecolaminas e glicocorticóides  Aumento da insulina  Hiperglicemia Fase “Ebb” - redução Fase “Flow” - fluxo
  • 16. Resposta endócrino metabólica ao trauma PROTEINA MUSCULAR AMINOÁCIDOS CICATRIZAÇÃO GLICONEOGÊNESE TRIGLICERÍDEOS GLICEROL + AC. GRAXOS GLICOGÊNIO HEPÁTICO GLICOGENÓLISEGLICOSE
  • 17. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Consequências:  Vasoconstrição:  Esplâncnica – isquemia intestinal – translocação bacteriana  Renal – IRA pré-renal – NTA  Periferia – morte celular – edema, lesão da microcirculação – choque irreversível  Catabolismo proteico e hiperglicemia  Perda de massa muscular – síndrome do imobilismo, dificuldade respiratória  Proteínas de fase aguda – queda na produção de anticorpos - imunossupressão
  • 18. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Consequências:  Inflamação pulmonar:  Quebra da barreira alveolar – ativação de macrófagos – lesão do pneumócito tipo II – disfunção de surfactante - SDRA  Lesão endotelial:  ROS – lesão celular direta – inibição da quimiotaxia  INOS – óxido nítrico – vasoplegia  Coagulação:  Consumo – fibrinólise – CIVD  Trombose microvascular – perpetuação da isquemia
  • 19. Resposta endócrino metabólica ao trauma  Disfunção Orgânica Múltipla
  • 20. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico Fisiopatologia Cirúrgica
  • 21. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Determinantes das alterações hídricas e eletrolíticas:  Perdas hídricas intrínsecas:  Perdas sanguíneas  Perdas insensíveis – ventilatórias, peritônio aberto  Perdas gastrointestinais  Uso de diuréticos  Uso de soluções parenterais  Isotônicas: solução fisiológica  Hipotônicas: solução glicosada, solução de ringer
  • 22. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Distúrbios mais encontrados:  Acidose metabólica  Hiperclorêmica – abuso de soluções fisiológicas – alto teor de cloreto  Láctica – hipoperfusão peroperatória – hipotensão induzida, perdas sanguíneas maciças  Complicações anestésicas – síndrome da infusão do propofol – mais comum com infusões prolongadas  Hiperventilação com alcalose respiratória – anestesia geral  Hipoventilação com acidose ventilatória – anestesia locoregional com sedação, dor pós operatória
  • 23. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Distúrbios mais encontrados:  Distúrbios do sódio e água corporal:  Hiponatremia:  Condição intrínseca da patologia de base – cirrose, patologia biliar ou pancreática, ICC, IRC  Utilização de soluções hipotônicas – RTU, histeroscopia, artroplastias endoscópicas (água destilada)  Hipernatremia:  Choque hipovolêmico, perdas insensíveis, febre  Uso de diuréticos osmóticos (neurocirurgias)  Diabetes insipidus
  • 25. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Distúrbios mais encontrados:  Distúrbios do potássio:  Hipocalemia – perda de potássio, shift transcelular: diuréticos, alcalose, bicarbonato, glicoinsulina, β2 agonistas  Hipercalemia – acidose metabólica, IRA ou IRC, diuréticos poupadores de potássio, IECA, β bloqueadores, digitálicos, reposições excessivas  Outros:  Alterações do cálcio, magnésio e fosfato – refletem muito pouco o pool corporal total destes eletrólitos. Em geral só demandam tratamento em situações especificas (intoxicação digitálica, torsades de pointes, desmame da VM, etc.)
  • 26. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Quadro clínico:  É fundamental a monitorização peroperatória  Pacientes terão poucos sinais e sintomas  Condições intrínsecas da ato cirúrgico – anestesia, bloqueadores neuromusculares, hipotermia, hipotensão induzida, etc. mascaram as manifestações  Sódio: manifestações neurológicas – coma, convulsões, agitação, confusão mental. Pouco evidentes no peroperatório.  Potássio: manifestações musculares, cardíacas mais evidentes – risco de arritmias graves
  • 27. Equilíbrio Hidroeletrolítico e Acidobásico  Tratamento:  Compreensão da fisiopatologia é necessária para planejamento e execução do tratamento  Lembrar que os distúrbios do sódio são distúrbios da água corporal  Correção das alterações do sódio devem ser corrigidas lentamente – não mais de 0,5 mEq/l por hora, máximo de 12 mEq em 24 horas – risco de edema cerebral ou síndromes de desmielinização  Correção do potássio não pode exceder 20 mEq/hora em veia periférica. Em acesso central, 40 mEq/hora  Em situações de extrema urgência 60 mEq/hora, em CVC. Alto risco de arritimais
  • 29. Choque  Estado de má perfusão sistêmica, com desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio, levando ao metabolismo anaeróbico inicialmente, e em sua perpetuação, ao sofrimento tecidual progressivo, com disfunção orgânica e morte  Didaticamente classificado em:  Hipovolêmico  Cardiogênico  Distributivo  Obstrutivo
  • 30. Choque  Pode ser expresso em termos de relações entre propulsão, continente e conteúdo
  • 31. Choque  O modelo de choque clássico do paciente cirúrgico é o hipovolêmico. No entanto é necessário o entendimento de que a presença de SIRS gera situação onde o componente distributivo pode ser mais importante  Quantificação das perdas volêmicas é imprecisa: no paciente cirúrgico as perdas insensíveis são expressivas, a perda de sangue total não se reflete nos índices hematimétricos, a infusão de grandes volumes de soluções hipotônicas gera muitas perdas para o terceiro espaço
  • 32. Choque  Choque críptico: pacientes que mantém os parâmetros macrohemodinâmicos muitas vezes se encontram em estados de má perfusão periférica  A monitorização e otimização peroperatórias são fundamentais neste contexto  A utilização de ferramentas de monitorização hemodinâmica invasivas ou minimamente invasivas encontra embasamento firme na literatura  Parâmetros hemodinâmicos supranormais não mostraram evidências de aumento de sobrevida
  • 33. Choque  Monitorização hemodinâmica: consiste na observação seriada de parâmetros clínicos que podem refletir a qualidade da perfusão tecidual – FC, FR, SPO2, PACO2, diurese, PAM, PVC, PAP, POAP, DC, SVcO2, SVO2, lactato, etc.  A utilização de metas hemodinâmicas no período peroperatório está associada a melhores desfechos. Ainda há controvérsias na literatura quanto a quais metas, por quanto tempo e método adequado, assim como de que modo atingir tais parâmetros
  • 47. Choque  Então, o que se conclui disto tudo?????????????  O paciente cirúrgico tem risco ampliado para complicações hemodinâmicas, que aumenta conforme:  Tempo cirúrgico  Extensão das ressecções  Estado hemodinâmico pré-operatório  Comorbidades  Idade  Presença de infecção prévia  Cirurgia de urgência
  • 48. Choque  Então, o que se conclui disto tudo?????????????  Uma parcela significativa desta população pode apresentar quadros de má perfusão periférica sem a devida expressão macrohemodinâmica  A monitorização hemodinâmica peroperatória pode ser benéfica para pacientes selecionados.  A utilização da Estratégia Dirigida por Metas Precoces parece ser útil e melhorar os desfechos, por individualizar o cuidado peroperatório. Ainda são necessárias mais evidências  O cateter de artéria pulmonar parece estar associado com maior número de complicações e não melhora mortalidade, portanto no momento não está indicado. Outros métodos de monitorização minimamente invasivos parecem ser mais úteis neste contexto
  • 49. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico Fisiopatologia Cirúrgica
  • 50. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Indicações de terapia intensiva  Insuficiência respiratória  Instabilidade hemodinâmica  Coma incapaz de defender via aérea  Outras condições com alto risco de evolução para uma das 3 primeiras O paciente cirúrgico muitas vezes se enquadra aqui
  • 51. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Prioridades de admissão:  1 – pacientes previamente hígidos, com doença aguda grave tratável  2 – pacientes com morbidades, porém com doença aguda curável  3 – paciente com doença crônica, prognóstico reservado porém com intercorrências agudas tratáveis  4 – Too sick Too well
  • 52. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Definição de Terapia Intensiva  Reunir em um mesmo ambiente os melhores recursos tecnológicos e profissionais habilitados para prestar assistência integral individualizada a pacientes gravemente enfermos  Portanto, é preciso fornecer aos pacientes cirúrgicos que demandam terapia intensiva:  Segurança na aplicação de medidas técnicas eficazes  Plena compreensão fisiopatológica e terapêutica da sua condição clínica  Otimização terapêutica pelo menor tempo possível, evitando lesões secundárias decorrentes da hospitalização
  • 53. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Necessidades do paciente cirúrgico crítico:  Monitorização e controle hemodinâmico  Suporte ventilatório  Terapia nutricional  Antibioticoterapia ou profilaxia  Profilaxia de úlcera de stress  Profilaxia das úlceras de pressão  Profilaxia do TEV  Controle glicêmico adequado  Controle da dor  Controle da ansiedade e padrões de sono  Cuidados com sondas, drenos, curativos, tubos  Fisioterapia  Psicoterapia e conforto psicológico  Assistência odontológica, fonoaudiológica e terapia ocupacional
  • 54. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico
  • 55. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Terapia nutricional no paciente cirúrgico crítico:  O jejum prolongado está associado a piores desfechos, maior número de infecções e complicações diretas  O início deve ser o mais precoce possível, respeitando o tipo de cirurgia realizada  A aposição de sondas nutricionais pós-anastomóticas em pacientes submetidos a cirurgias do aparelho digestivo permite a introdução precoce  O uso da nutrição enteral (NE) está associado a melhores desfechos que a nutrição parenteral (NPT)  A NPT só deve ser utilizada em situações onde a previsão do inicio da NE seja de mais de 7 dias, e com previsão do uso da NPT por pelo menos 5 dias. Em outras situações, a NPT precoce está associada com piores desfechos  Não há evidência de boa qualidade na literatura que sustente o uso de imunonutrição  Esforços devem ser feitos para a não interrupção do aporte nutricional por motivo espúrio
  • 56. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Profilaxia do tromboembolismo venoso:  A maioria dos pacientes cirúrgicos se beneficia da profilaxia precoce para TEV com heparinas.  Contra-indicações absolutas incluem sangramento ativo, plaquetopenia ou diátese hemorrágica grave, plaquetopenia induzida pela heparina, cirurgias do SNC (primeiros dias) e cirurgias oftálmicas  Os demais pacientes devem ter inicio precoce da profilaxia com heparina (HNF ou HBPM), após 12 horas do ato cirúrgico  No caso de contra indicação absoluta deve-se utilizar a profilaxia mecânica (compressão intermitente dos MMII ou meias compressivas). A profilaxia mecânica é inferior ao uso das heparinas
  • 57. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Orientações para o manejo da dor:  Utilização de escalas compreensíveis e reprodutíveis para a avaliação contínua da dor  Analgesia multimodal, com analgésicos comuns, opiáceos, anti-inflamatórios se não contra-indicados, e se necessário, estratégias ampliadas – consultoria com serviço de dor  O uso de meperidina é contra-indicado em pacientes críticos devido ao excesso de efeitos colaterais e baixa potência analgésica. O tramadol tem sido considerado uma droga pouco eficaz no contexto da terapia intensiva por motivos semelhantes
  • 58. Princípios da Terapia Intensiva no Paciente Cirúrgico  Controvérsias:  Hemotransfusões: 10,0 ou 7,0 ????  TP / AE 70% ?????  Plaquetas > 100.000 ????
  • 60. Conclusões  O trauma cirúrgico gera respostas metabólicas de intensidade variável mas sempre presentes que podem per si determinar prognóstico  O conhecimento desta fisiopatologia permite melhor atuação do cirurgião, anestesista e intensivista, e de todos os envolvidos na otimização e prevenção de complicações no paciente cirúrgico  A monitorização desta resposta durante o peroperatório é altamente necessária, visto as circunstâncias cirúrgicas não permitirem adequada avaliação clínica destes doentes
  • 61. Conclusões  Estratégias baseadas em metas tem sido estudadas para otimização do paciente cirúrgico, mas embora evidências apontem para resultados interessantes, ainda não há consenso e recomendações sobre o assunto  O paciente cirúrgico complexo e de alto risco se beneficia com a Terapia Intensiva, que pode fornecer atenção integral e prevenção de complicações  A interação entre equipe cirúrgica e terapia intensiva é essencial para o adequado andamento dos casos
  • 62. Referências  O’DONNELL, J; NÁCUL, FLÁVIO B; Surgical Intensive Care Medicine, 2° Ed. 2011, Springer  PEARSE, R et cols. Early goal-directed therapy after major surgery reduces complications and duration of hospital stay. A randomised, controlled trial. Critical Care Med. Vol. 9 n° 6  SANDHAN, JD; et cols. Randomized, Controlled Trial of the Use of Pulmonary-Artery Catheters in High-Risk Surgical Patients. NEJM, vol. 348, n° 1, 2003  DONATTI, A; et cols. Goal-Directed Intraoperative Therapy Reduces Morbidity and Length of Hospital Stay in High-Risk Surgical Patients. Chest, 2007, 132  MAYER, J; et cols. Goal-directed intraoperative therapy based on autocalibrated arterial pressure waveform analysis reduces hospital stay in high-risk surgical patients: a randomized, controlled trial. Critical Care, 2010, 14, R18
  • 63. Referências  GIGLIO, MT, Goal-directed haemodynamic therapy and gastrointestinal complications in major surgery: a meta-analysis of randomized controlled trials. BJA, 1009, 103 – 5  HERBERT, P.C.; A Multicenter, Randomized Controlled Clinical Trial of Transfusion Requirements in Critical Care. NEJM, 1999, vol. 340, nº 6  SHRIKHANDE, et al. Early Feeding After Gastrointestinal Major Surgery. J Cancer Res.Ther, oct – dec, 2009  COSTA FILHO RC, GUTIERRES F, et cols. Transfusão de Hemácias em Terapia Intensiva, Controvérsias entre Evidências. RBTI 2009, 21(3)  WARD, NICHOLAS S. et cols. The Compensatory Anti-inflammatory Response syndrome (CARS) in Critically ill patients. Clin Chest Med. 2008 December ; 29(4)  WALSH, TS. The Metabolic Response to Injury. Principles of Surgical Care, 2011