Introdução às abordagens qualitativas em pesquisa social em saúde pública
1. Pesquisa Social em Saúde Pública:
introdução às abordagens
qualitativas
Mestrado em Saúde Coletiva
Instituto de Saúde da Comunidade
Universidade Federal Fluminense - Niterói
Julho de 2009
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2. Julio A. Wong Un
julio.wong.un@gmail.com
Mestrado em Saúde Coletiva
Instituto de Saúde da Comunidade
Universidade Federal Fluminense - Niterói
Julho de 2009
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3. Um certo senso comum
acadêmico...
• “é pesquisa não-científica”;
• “difícil de ser replicada”;
• “pouco mais do que uma historinha”;
• “impressão pessoal ou conjectura”;
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4. Teoria e método
• Métodos de Pesquisa: conjunto de técnicas empregadas
para obter dados do Mundo Social;
• Estatégia de Pesquisa: conjunto de decisões sobre o
design da pesquisa, idéias sobre como o mundo social
pode ser estudado ---- Informa a escolha dos métodos;
• Perspectiva teórica: conjunto de conceitos explantatórios
que fornece uma estrutura para pensar sobre o mundo
social e informar as pesquisas (e a escolha de métodos);
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5. Perspectivas teóricas (ex.)
Etnografia; Teoria Feminista;
Interacionismo Pós-estruturalismo;
Simbôlico; Funcionalismo -
Etnometodologia; Positivismo e Neo
Construccionismo; Positivismo;
Fenomenologia; Teoria Queer….
Teoria Crítica e
Marxismo;
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6. Consequencias da diversidade
A pesquisa qualitativa não é unificada nem bem definida;
Na prática os contrastes entre perspectivas teóricas (na sua
aplicação nas pesquisas) não é muito aparente;
A conexão entre pesquisa e perspectiva teórica nem sempre
está clara - é implícita, como se fosse um sub-consciente;
Na saúde somos extremamente pragmáticos: nossas
perguntas, nossos objetos, “pedem” métodos e reflexões.
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7. O que é pesquisa qualitativa?
É uma pesquisa que não é quantitativa!!! Inexato;
Ao invés de perguntar: “qual o tamanho de X?” “quantos X
existem”? “quais as características comuns das pessoas para
X?” a pesquisa qualitativa….;
“O que é X?” “Como X varia segundo culturas, grupos,
etc.?” “O que X significa para as pessoas (gestores,
profissionais, funcionários, usuários, grupos, etc.?”;
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8. O que é pesquisa qualitativa?
A PQ está relacionada aos significados que as pessoas
atribuem às suas experiências do mundo social e à maneira
como as pessoas compreendem esse mundo;
Tenta interpretar os fenômenos sociais (interações,
comportamentos, imaginário) em termos dos sentidos que
as pessoas lhes atribuem;
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9. Ideias chave 1
Pesquisa Interpretativa: Interpretar a Cultura;
Desde o Ponto de Vista do Nativo: esforço por se colocar
no lugar do Outro;
Interpretar: com freqüência o pesquisador questiona o
senso comum (constrói novas interpretações);
Desfamiliarização ou Relativização;
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10. Exemplo: suicídio
• Parte das medidas sobre suicídio em determinada
sociedade;
• O que é suicídio para os diversos grupos;
• Quem na sociedade elabora a definição oficial de suicídio;
• Construção cultural do suicídio;
• Diferenças entre países, culturas, sub-culturas, grupos
sociais, religiões, épocas, etc.
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11. Exemplo: aids
• O que significa viver com AIDS?
• Como a visão de mundo da pessoa, da família e da
comunidade influenciam no prognóstico, no
comportamento em relação ao tratamento, as reações
perante preconceitos e violências?
• Casais soro discordantes;
• Ser mulher e viver com AIDS;
• Ser criança e nascer soro positiva?
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12. Ideias chave: 2
A pesquisa qualitativa segue a tradição de tentar estudar as
pessoas em seus ambientes naturais, ao vez de em meios
artificiais (laboratórios), ou em experiências controladas;
Observação de pessoas em seu próprio território, a
interação com elas em sua própria língua, com seus
próprios termos;
Expressão: “métodos naturalistas” (naturalistic methods;
settings);
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13. Uso de diversos métodos
Observar;
Juntar-se às pessoas;
Conversar;
Ler o que elas produziram;
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14. Quali-quanti
Tradicionalmente foram colocadas em lados opostos e
confrontadas;
Cada vez se percebe mais a complementaridade;
Os referenciais teóricos diferentes acabam impossibilitando
diálogos criativos;
Moda da Triangulação Metodológica;
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15. Quali-quanti
Pesquisa Quali como preliminar da Quanti;
Pesquisa Quali como aprofundamento (ou exploração de
outras dimensões) da Quanti;
Pesquisa Quali para desenhar instrumentos de pesquisa
quantitativa culturalmente sensíveis.
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16. Quantitativo Qualitativo
• Predetermined Open to possibility
• Narrowly focused • Broadly focused
• Black box approach • Complexity of factors
• Answers - “What” • Answers- “How & Why”
• Numerical abstractions • Realistic representation
• Small, strategic
• Large, representative
• Not straight forward
• Standardized measures
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22. O Real ou Os Reais
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23. A ordem
simbólica
configura a
realidade
A realidade é
construída
(socialmente)
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24. O cortiço das teorias
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25. As tradições na pesquisa
qualitativa
Os ismos
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26. ★Positivismo;
★Interpretacionismo;
★Criticismo – teoria crítica –
e Pós-Modernismo.
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27. POSITIVISM INTERPRETIVISM
CRITICAL THEORY/
POSTMODERNISM
ASSUMPTION Objective world which Intersubjective world Material world of
S science can 'mirror' which science can structured
with privileged represent with concepts contradictions and/or
knowledge of concepts of actors; exploitation which can
social construction of be objectively known
reality only by removing tacit
ideological biases
KEY FOCUS or Search for contextual Search for patterns of Search for disguised
IDEAS and organizational meaning contradictions hidden by
variables which cause ideology; open spaces
organizational actions for previously silenced
voices
KEY Contingency theory; Symbolic interaction; Marxism; critical
THEORIES IN systems theory; ethnomethodology; theory; 'radical'
PARADIGM population ecology; phenomenology; perspectives
transaction cost hermeneutics PM: poststructuralism;
economics of postmodernism;
organizing; dustbowl deconstructionism;
empiricism semiotics
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28. POSITIVISM INTERPRETIVISM
CRITICAL THEORY/
POSTMODERNISM
KEY FIGURES Lorsch and Lawrence; Goffman; Garfinkel, Marx; Habermas: Offe;
Hannan and Freeman; Schutz; Van Maanen, Foucault; Bhaktin;
Oliver Williamson David Silverman Derrida; Deleuze:
Weber, Geertz
GOAL OF Uncover truth and facts Describe meanings, Uncover hidden
PARADIGM as quantitatively understand members' interests; expose
specified relations definitions of the contractions; enable
among variables situation, examine how more informed
objective realities are consciousness; displace
produced ideology with scientific
insights; change
NATURE OF Verified hypotheses Abstract descriptions of Structural or historical
KNOWLEDGE involving valid, meanings and insights revealing
or FORM OF reliable and precisely members= definitions of contradictions
THEORY measured variables situations produced in
natural contexts
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29. POSITIVISM INTERPRETIVISM
CRITICAL THEORY/
POSTMODERNISM
CRITERIA Prediction = Trustworthiness Theoretical consistency
FOR Explanation Authenticity Historical insights
ASSESSING Rigor; internal & Transcendent
RESEARCH external validity, interpretations
reliability Basis for action, change
potential and
mobilization
UNIT OF The variable Meaning; symbolic act Contradictions,
ANALYSIS incidents of exploitation
PM: the sign
RESEARCH Experiments; Ethnography; Field research, historical
METHODS questionnaires; participant analysis, dialectical
and secondary data observation; analysis
TYPE(S) OF analysis; quantitatively interviews; PM: deconstruction,
ANALYSIS coded documents conversational textual analysis, análise
Quantitative: analysis; grounded institucional
regression; Likert theory development
scaling; structural Case studies;
equation modeling conversational and
Qualitative: grounded textual analysis;
theory testing expansion analysis
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39. Métodos e teorias
A escolha de métodos específicos – especialmente de
análise, mas também para coleta de informações empíricas
e para a construção de categorias e modelos explicativos
está sempre relacionada a uma perspectiva teórica
particular;
Na prática os contrastes são menos aparentes;
Alguns propõem uma aproximação mais pragmática:
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41. 1. O Trabalho de Campo;
2. Observação Participante;
3. Entrevista Individual;
4. Entrevistas em Grupo: Grupos
Focais;
5. Estudo de documentos: textos,
imagens, sons, vídeos.
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42. O Campo
Espaço de Descoberta; Depende do OBJETO; Da
PERGUNTA de pesquisa;
Pode ser praticamente qualquer coisa: aldeia, tribo,
favela, hospital, equipe de saúde, pessoa(s),
organização comercial ou empresa, o próprio bairro
ou prédio;
O pesquisador define o campo: consenso entre os
pesquisadores; o que vai ser procurado, percebido e
enxergado;
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43. Trabalho de Campo
É o processo de viver e estudar entre outras
pessoas em seu próprio contexto, com sua
autorização e cooperação;
É fundamental a fase de “entrada” para criar
“aproximação” ou “conexões” (rapport) adequadas
e intensas com os sujeitos pesquisados e sua
realidade;
Aproximação gradual / cada dia avaliado e refletido /
consolidar relação de respeito efetivo pelas pessoas
e suas manifestações;
Apresentação da proposta de estudo aos grupos
envolvidos;
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44. Trabalho de Campo
Relação com os Atores Sociais: cultivarmos um
envolvimento compreensivo, com uma participação
marcante em seus dramas diários;
Postura do pesquisador em relação à problemática a ser
estudada. Procurar ter “mente de principiante” (zen
mind, beginners mind);
Cuidado teórico-metodológico com a temática a ser
explorada é fundamental;
Bom planejamento e cronograma – mesmo que seja de
2 anos!!
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45. Etnografia
• A Estratégia Clássica Antropologia;
• A clássica é longa e cara;
• Na saúde se fazem etnografias rápidas;
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46. O Básico na etnografia
Descrição densa, profunda, reflexiva;
Interpretação…
Experiência transformadora no
Campo;
Tradução do vivido em texto denso;
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47. Observação Participante
• Observar: examinar com todos os sentidos um
evento, um grupo de pessoas, um indivíduo
dentro de um contexto, com o objetivo de
descrevê-lo;
• Observação voltada para uma problemática
específica, previamente definida
• Exige Treinamento específico; experiência e
sensibilidade cultural;
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48. Observação Participante
• Acompanhar a vida das pessoas;
• Observar, registrar, escrever, descrever;
• Quanto maior o tempo e a profundidade melhor a
percepção [sempre a partir de um recorte prévio,
recorte que pode ir mudando];
• Contradição: ao mesmo tempo, tem que estar longe
e perto (distante e próximo) – dentro e fora do
evento observado;
• IMPORTANTE: perceber, saber medir os efeitos do
observador no fato observado. Quanto as pessoas
mudam com a presença do estranho?
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49. Entrevistas
• São o “coração” da maioria das pesquisas qualitativas;
• Procedimento mais usual;
• Não é neutra nem despretensiosa – insere-se num
contexto de pesquisa;
• Comunicação Verbal – Importância da Linguagem e
Significado da Fala;
• Meio de Coleta de Informações sobre o tema da pesquisa
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50. Entrevistas
• Estruturadas (dados de base);
• Semi-estruturadas (guia de entrevista);
• Não-estruturadas (grandes temas).
• Pontuais;
• Em profundidade – vários encontros – informante “chave”;
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51. Entrevistas
• Contato Inicial: apresentação mútua, objetivos do estudo e
da entrevista, adaptação da linguagem aos termos do
entrevistado;
• Aquecimento: aspectos descritivos, dados pessoais,
“quebrar o gelo”, criação de clima de descontração;
• A questão desencadeadora – preparar com cuidado a
pergunta de vai “abrir” o diálogo “profundo” do tema da
discussão;
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52. Grupos Focais
• Entrevista coletiva;
• 8-12 pessoas;
• Característica Principal: Foco – Tema Específico;
• Essencial: perceber que a informação é produto da
interação;
• Origem no marketing – psicologia social – antropologia
(entrevistas em grupo: famílias, amigos, líderes
comunitários, equipes de saúde)
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53. Grupos Focais
• Possibilidades de Abordagem: Um tema, Um Grupo Específico;
ou Ambos;
• Fases:
• Fase I: Convite, seleção com base em critérios
preestabelecidos, esclarecimento e informações, data, local e
tempo de duração, logística;
• Fase II: Encontro (facilitador, diálogo, garantir a palavra a todos;
auxiliar: registrar, linguagem não verbal, apoio logístico);
Mapeamento dos Participantes (entrevista breve, dados s-e);
• Fase III: transcrição, organização dados, codificação.
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54. Grupos Focais
• Critérios dependem do objetivo e interesse do estudo:
fumantes? Ex-fumantes? Misto ou só meninos? Grupo
social? Certinhos ou bagunceiros?
• O valioso do grupo focal é a interação – o diálogo – as
relações entre os participantes – registrar com cuidado
(gravar, anotar);
• Valiosos para estudar atitudes e experiências.
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55. Análise documental
• Documentos Oficiais: leis, regulamentos, projetos;
• Pessoais (cartas, diários, autobiografias);
• Documentos Públicos (jornais, livros, revistas, discursos);
• Vídeos – Fotografias – Programas de Rádio – Propagandas;
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56. Pesquisa Ação
• Praticamente qualquer modalidade de pesquisa qualitativa
pode virar pesquisa ação;
• São preferidas misturas de técnicas e abordagens;
• Pode ser libertária e transformadora ou repressiva e
hierárquica;
• Comporta uma intervenção – a intervenção faz parte da
pesquisa – mudar, estimular, promover;
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57. Pesquisa Participante (1)
• As pessoas – todas – possuem saberes e conhecimentos
valiosos que devem ser respeitados;
• O conhecimento se faz em diálogo;
• O conhecimento deve ser orientado para o conhecimento
crítico do mundo e sua transformação – sempre há
armadilhas, coisas ocultas e veladas, relações de poder e
exploração, criatividade marginalizada;
• Deve investir-se em habilidades/valores como: escuta,
diálogo, acolhimento, cuidado, respeito, solidariedade,
opção pelos pobres, etc.
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58. Pesquisa Participante (2)
• Sugere a participação crítica de todos os envolvidos
(pesquisadores e sujeitos da pesquisa) em todas as fases do
estudo;
• Na prática inúmeras variações: falsa participação mais
participação do que pesquisa;
• Dificuldade de encontrar o caminho do meio;
• É – ética, política e esteticamente – a proposta a ser
aprofundada, criticada, aprimorada se queremos sociedades mais
justas, democráticas e culturalmente sensíveis.
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59. Pesquisa Participante (3)
• Os resultados são também criticados coletivamente;
• É eminentemente aplicada orientada à mudança social
(micro ou macro);
• Valorização dos saberes, culturas, lógicas de ação comunitária;
• Próxima à abordagem comunitária (community based approach)
(Fran Stillman);
• Risco de idealização – sempre ser crítico aos próprios
pressupostos e formas de olhar o objeto e a realidade
percebida.
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60. Estudos sobre redes sociais em
saúde
• Idéia de sistema: relações entre os “pontos” da rede – se
salientam as interações;
• Níveis de complexidade: a cada nível novas propriedades
surgem; o inesperado; o todo mais do que as partes;
• Relações sociais em rede: fragmentárias, temporárias, soltas,
mutáveis, as pessoas mudam, surgem criatividades (poéticas)
• Estudam-se as “formas de fazer”, as “práticas das redes sociais
em saúde”;
• Importância do Apoio Social ou Suporte Social.
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61. Outras formas de pesquisar
Arqueologia – Foucault;
História Local;
Cartografias;
Auto-etnografia;
Ficção e Pesquisa Social;
Arte como forma de conhecimento;
Vídeos, fotografias, sons como produtos de pesquisa.
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62. Quando usar o que?
Observação direta: papeis sociais, organizações sociais;
Grupos focais: atitudes e experiências, interações;
Entrevistas: saber, visão, biografia particular;
Grupos focais: como o conhecimento e as idéias se
desenvolvem, operam e expressam num dado contexto
cultural.
Questionários: informação quantitativa sobre opiniões;
Grupos focais: como essas opiniões são construídas, como se
expressam e mobilizam diferentes discursos;
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63. Tratamento de dados qualitativos
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64. Preparação dos Dados
• Transcrições;
• Imagens: fotos e vídeos;
• Sons;
• Anotações de campo;
• Documentos – arquivos;
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65. Processo da análise
• Determinar a unidade – palavra, sentença, tempo, parágrafo;
• Definir temas e marcar nas fontes.
• Codificar Várias Unidades – pode haver vários para uma
unidade; a teoria influencia a codificação; necessidade de
codificar os mesmos dados várias vezes; ajuda dos
computadores;
• Processo de indexação: lento, longo, repetido, às vezes tedioso,
• Desenvolver Categorias, Subcategorias, Categorias Super-
ordinais. Estas precisam de definições. Estas – categorias e
definições – serão revisadas várias vezes na medida que a
análise avança. Registrar, em anotações teóricas, as revisões e as
razões pelas quais revisam-se categorias e conceitos
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66. Processo de análise
• Nas notas teóricas dar exemplos de categorias, indexadas por
página, parágrafo, número de linha, etc. da fonte de dados
específica;
• Relações entre categorias – links – devem ser especificados, e
também anotar os tipos de relações envolvidas: tempo, espaço,
causalidade, social, interpessoal, outros...
• Na grounded theory (teoria fundamentada) acontece um
processo de comparação constante: cada item é revisado e
comparado com o resto dos dados para estabelecer categorias
analíticas. É necessária uma abordagem coerente e sistemática.
i.e.: grupos focais... Busca de certas linguagens / narrativa: piadas
anedotas; ou tipos de interação como perguntas, desafios,
censuras ou mudanças de opinião.
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67. Processo de análise
• Geração de muitas categorias “fuzzy” – superposição e
repetição;
• Processo progressivo de refinamento e reduzidas em
número agrupando-as;
• Seleção de temas ou categorias chave;
• Cortar e colar... Agrupamento de categorias. Softwares:
Atlas-ti, Nudist, Anthro
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