1) Várias teorias tentaram explicar a origem e diversidade das espécies ao longo da história, como a geração espontânea e o criacionismo.
2) No século 18, cientistas como Buffon e Erasmus Darwin questionaram a imutabilidade das espécies e sugeriram a possibilidade de evolução.
3) Lamarck propôs que as características adquiridas pelos indivíduos poderiam ser transmitidas à prole, influenciando a evolução das espécies.
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Teorias evolucionistas
1. Teorias evolucionistas
Pense com quantas espécies de seres vivos você já se deparou na sua vida.
A variedade de seres vivos existentes no nosso planeta fascina o homem há
muito tempo. A necessidade de buscar explicações para a sua própria origem,
para a origem de todos os outros seres vivos e até mesmo do universo, levou o
homem a criar mitos e teorias a esse respeito.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) afirmava que as espécies
surgem por geração espontânea, ou seja, os organismos, como por exemplo,
ratos e baratas, podem surgir de uma massa inerte, de uma camisa muito suja e
farelo de aveia deixados em um local protegido. A geração espontânea
permaneceu a única explicação científica do surgimento das espécies durante
séculos.
Em geral, as pessoas acreditavam que cada espécie de ser vivo havia sido
criada por Deus (criacionismo) e assim permanecia imutável ao longo dos
tempos (fixismo). Essas são teorias em os adeptos de algumas religiões
acreditam até os dias de hoje.
Questionando o fixismo
Os biólogos do século 18, porém, começaram a questionar o princípio da
imutabilidade das espécies. Georges Louis Leclerc (1707 - 1788), o conde de
Buffon, fez um vasto trabalho sobre a história da Terra. A principal importância
dessa obra é a de lançar a ideia de mudança das espécies com o tempo - a
evolução.
O fato de os homens e alguns animais possuírem órgãos que, pareciam, não ter
utilidade alguma levou Buffon a concluir que esse seria um indício da ocorrência
de alguma modificação na espécie. Ele chegou a sugerir a existência de um
ancestral comum dos mamíferos (homens, macacos e quadrúpedes), mas como
era possível ter certeza disso?
Erasmus Darwin (1731-1802), avô do naturalista Charles Darwin, acreditava que
as aptidões de um determinado animal eram resultado da organização da
matéria da qual era formado. Assim, ao observar a estrutura de um organismo
pode-se relacionar, entender, a sua função.
Partindo desse princípio, para Erasmus Darwin, a mudança da estrutura de
alguma espécie era devida a transformações no ambiente e seria uma resposta
do organismo a essa variação. Quaisquer mudanças ocorridas em um indivíduo
seriam transmitidas para a sua prole.
Lamarck e o lamarquismo
Jean-Baptiste Antonie de Monet, cavalheiro de Lamarck (1744-1829) era um
naturalista francês que compartilhava da ideia de que a estabilidade das
espécies não tinha fundamento. Descreveu exemplos de criação seletiva (feita
pelo homem) para fundamentar que as espécies mudam e que a causa dessas
mudanças são as condições externas.
2. Para Lamarck, modificações no ambiente causam alterações nas necessidades
dos seres vivos, o que leva a uma alteração de comportamento. Assim são
alteradas a utilização e o desenvolvimento dos órgãos de cada indivíduo, o que,
ao longo do tempo interfere na forma das espécies.
Sendo assim ele chegou a lei do uso e desuso, segundo a qual os indivíduos
perdem características de que não necessitam e desenvolvem as que estão
sendo utilizadas. Essa mudança seria transmitida à prole, ou seja, ocorre a
transmissão dos caracteres adquiridos. O exemplo mais famoso que ele
apresentou foi o seguinte: o pescoço comprido das girafas se desenvolveu à
medida em que elas precisaram comer folhas das árvores mais altas.
Seguindo esse raciocínio, os músculos potentes das pernas de um jogador de
futebol seriam herdados pelos seus filhos. Essa seria a herança dos caracteres
adquiridos, o que evidentemente não ocorre.
Cuvier e Owen
Influenciado pelas ideias de Goethe sobre morfologia, Georges Cuvier (1769-
1832) estudou os fósseis. Seus estudos não o conduziram a quaisquer das
conclusões de Lamarck. Ele verificou a existência da sucessão de populações
animais, bem como a extinção de espécies que tinham existido.
Para ele estas extinções teriam ocorrido porque a Terra havia passado por uma
série de catástrofes, assim como o dilúvio. Após cada catástrofe, o
repovoamento da Terra era feito pelas espécies remanescentes e pelas espécies
novas as quais vinham de partes do mundo que não haviam sido
adequadamente exploradas.
Cuvier entendia que um organismo é formado de várias partes complexas que
se inter-relacionam e que não podem ser modificadas, pois isso causaria uma
desarmonia no indivíduo. Ele não acreditava na evolução orgânica. Para Cuvier,
as alterações nos órgãos alterariam a capacidade de sobrevivência de um
animal. Porém, ele estabeleceu a extinção como um fato e seus pontos de vista
estimularam o interesse de outros pesquisadores pela anatomia comparada e
pela paleontologia.
Richard Owen (1804-1892) concentrou seu trabalho basicamente na
paleontologia. Ele reconstruiu muitos animais pré-históricos e fez uma imensa
investigação sobre os dentes dos mamíferos. Para Owen a matéria viva possuía
uma energia organizadora, que direcionava o crescimento dos tecidos e
determinava o período de vida do indivíduo e das espécies.
Quando lhe foram apresentados estudos de anatomia comparada, os quais
indicavam que crustáceos haviam divergido de seus parentes, Owen atribuiu as
semelhanças à "arquétipos" na mente Divina, assim demonstrou a evidência
fóssil de uma sequência evolutiva de cavalos como apoio a sua ideia de
desenvolvimento a partir de arquétipos.
3. A teoria de Darwin
Charles Robert Darwin (1809 - 1882), em 1831, foi convidado a participar como
naturalista de uma volta de navio ao mundo promovida pela marinha inglesa. A
viagem de Darwin, que durou cinco anos, aumentou os conhecimentos práticos
do naturalista e serviu para fundamentar sua teoria da evolução.
Consciente das implicações de suas ideias sobre a tese da imutabilidade das
espécies, a qual estava diretamente relacionada a preceitos religiosos, Darwin
fez um estudo minucioso durante mais de vinte anos, para provar a
transformação dos seres vivos. Em 1858, recebeu uma carta de Alfred Russel
Wallace (1823-1913), um jovem naturalista na época, solicitando sua avaliação
sobre o esboço de seu trabalho, o qual realizara nas ilhas do arquipélago Malaio.
Ao ler a carta Darwin ficou completamente surpreso e escreve a seu amigo
Charles Lyell (1797-1875): "Ele (Wallace) não poderia ter feito melhor resumo do
meu trabalho desenvolvido nestes últimos 22 anos..." Isso o encorajou a publicar
suas ideias. Darwin estabeleceu uma origem comum a todas as espécies,
revolucionando a concepção de humanidade e sua relação com as demais
espécies do planeta. Foi muito criticado pelas igrejas cristãs e por vários
cientistas da época, como já era o previsto.
O oponente mais sério de Darwin foi Richard Owen, pois o livro de Darwin - "A
Origem das Espécies" - era uma rejeição implícita da classificação dos
mamíferos feita por Owen. Em um debate anual realizado na Associação
Britânica, em Oxford, sua obra causou uma grande controvérsia e uma discussão
pública foi realizada.
O grande defensor de Darwin (já que este estava ausente), foi Thomas Henry
Huxley (1894-1963), que se tornou seu maior advogado. Tempos depois, Huxley
estabeleceu que a diferença entre o homem e os grandes símios era menor do
que as diferenças entre eles e os primatas menores. Huxley teve papel
importante no estabelecimento do ensino de ciências, pois colocou a
necessidade de o aluno aplicar o método científico e verificar, sozinho, os
conceitos ensinados.