O documento fornece uma visão geral da hematologia clínica, coleta de amostras e biossegurança. Aborda o que é hematologia e para que serve, técnicas de coleta de sangue e regras de biossegurança para análises hematológicas.
1. Hematologia Clínica
Faculdade Dom Bosco
Visão Geral,
Coleta,
Biossegurança
Professor: Vitor Y. Obara
vitorobara@hotmail.com
2. Hematologia Clínica
Nesta aula veremos:
O que é Hematologia e para que serve?
Como coletar amostra para análises hematológicas?
Quais são as regras de biossegurança para estas
análises?
3. 1. O que é e para quê serve?
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4. 1. O que é e para que serve?
Produção e órgãos de origem:
Normal (BQ + Histologia + Fisiologia)
Patológico (Patologia)
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5. 1. O que é e para que serve?
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6. 2. Venopunção periférica
Fase pré-analítica:
Indicação do exame;
Redação da solicitação;
Transmissão de instruções ao paciente;
Avaliação das condições prévias do paciente (pc);
Procedimento de coleta;
Acondicionamento, preservação e transporte de
amostra biológica.
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7. 2.1 Procedimentos iniciais pré-
punção
Verificar a solicitação do médico;
Apresentar-se ao paciente;
Explicar o procedimento será aplicado;
Fazer assepsia das mãos;
Identificar a amostra.
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8. 2.2 Escolha do local para
venopunção
Fossa antecubital;
Veia cubital mediana (1)
Veia cefálica (2) (mais propensa a hematomas)
2
1
Dorso das mãos
3
Arco venodorsal (3)
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9. 2.2 Escolha do local para
venopunção
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10. 2.2 Escolha do local para
venopunção
Evitar:
Terapias intravenosas;
Queimaduras;
Hematoma;
Veias trombozadas.
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11. 2.3 Técnicas de evidenciação de
veias
Observação;
Movimentação;
Palpação (dedo indicador);
Garroteamento com torniquete.
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12. 2.3.1 Torniquete
Aumento da pressão intravascular: facilita palpação e
preenchimento dos tubos;
Não exceder 1 minuto (estase localizada, hemoconcentração,
infiltração sg → tc, hemólise, hematomas, formigamento)
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13. 2.3.1 Torniquete
Procedimentos:
Posicionar o braço do pc;
Posicionar o torniquete (7,5-10cm)
Não bater com os indicadores;
Mão do pc fechada;
Caso haja necessidade de retirar o garrote, esperar 2 min
para utilizá-lo novamente
Não apertar intensamente (pulso palpável).
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14. 2.4 Posição do paciente
Sentado:
Braço do pc levemente inclinado para baixo,
estendido, evitando hiperextensão;
Braço apoiado pelo descanso;
Cotovelo não pode estar dobrado;
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15. 2.4 Posição do paciente
Leito:
Braço do pc levemente inclinado para baixo,
estendido, evitando hiperextensão;
Travesseiro debaixo do braço;
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16. 2.5 Assepsia e Higienização
Escolha do antisséptico:
Prevenir a contaminação direta do pc e da amostra;
Eficaz;
Ação rápida;
Baixa causticidade;
Hipoalergênico na pele e mucosas.
↓
Álcool Etílico ou Isopropílico a 70% (Redução da
microbiota residente por até 3 horas)
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17. 2.5.1 Higienização das mãos
Quando? Em contato com cada paciente.
Com o que? Água e sabão ou álcool gel.
Como?
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18. 2.5.2 Calçar as luvas
Trocar a cada venopunção;
Luvas deves estar bem aderidas a pele.
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19. 2.5.3 Antissepsia do local da
venopunção
Limpar com antisséptico no local da punção;
Secar a área por, pelo menos, 30s;
Não tocar no local, caso haja necessidade de fazê-lo, limpar
novamente.
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20. 2.6 Venopunção
Angulação oblíqua de 30º;
Bisel voltado para cima;
Esticar a pele com a outra mão;
Desgarrotear o braço ao perceber que o sangue flui para dentro
do tubo/seringa;
Pedir para o pc abrir a mão;
Retirar a agulha assim que a coleta estiver concluída.
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22. 2.6.1 Pós-Venopunção
Exercer pressão por 1 a 2 min;
Fazer curativo oclusivo;
Orientar o pc para não dobrar o braço, não carregar peso ou
bolsa no mesmo lado da punção por, pelo menos, 1h.
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24. 2.7.1 Hemólise
Boas práticas para evitar hemólise:
Deixar o álcool secar antes da punção;
Evitar agulhar de calibre menor;
Evitar áreas com hematomas;
Angulação adequada;
Volume de sangue excessivo ou insuficiente;
Não agitar vigorosamente;
Não deixar o sangue em contato direto com o gelo;
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25. 2.7.1 Hemólise
Boas práticas para evitar hemólise:
Evitar transferência de um tubo para outro;
Não centrifugar sem a retração completa do coágulo;
Não usar freio da centrífuga;
Tubos com gel separador: centrifugação entre 30
minutos a 2 horas.
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26. 2.7.1 Hemólise
Boas práticas para evitar hemólise:
Coleta com agulha e seringa:
Verificar se estão bem encaixadas;
Não puxar o êmbolo com muita força;
Descartar a agulha, antes de passar o sangue para os
tubos;
Não espetar a agulha em tampa de borracha
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27. 2.7.2 Sequência dos tubos a
vácuo
Tubos plásticos:
Hemocultura;
Citrato (azul-claro);
Soro (amarelo/vermelho);
Heparina (verde);
EDTA (Roxa);
Fluoreto (cinza).
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28. 2.7.2 Sequência dos tubos a
vácuo
Tubos vidro:
Hemocultura;
Vidro-siliconizado para soro (vermelho);
Citrato (Azul-claro);
Ativador de coagulo para soro (amarela);
Heparina (Verde);
EDTA (Roxa);
Fluoreto (Cinza).
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29. 2.7.3 Homogeneização dos tubos
Após a coleta TODOS os tubos devem ser homogeneizados;
Não agitar vigorosamente tubos de citrato (azul -claro) → ativação
plaquetária;
Homogeneização inadequada → microcoágulos;
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31. 3.1 O que é?
Vida + Segurança
Conjunto de ações:
Prevenção, minimização ou eliminação de riscos que
podem comprometer a saúde do homem, dos
animais, do meio ambiente ou da qualidade dos
trabalhos desenvolvidos.
Riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e
Psicológicos.
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32. 3.1 O que é?
A g e n te s B io ló g ic o s
V IA S D E C O N T A M IN A Ç Ã O
CUTÂNEA D IG E S T IV A R E S P IR A T Ó R IA
F E R IM E N T O S O U IN G E S T Ã O D E M A T E R IA L A S P IR A Ç Ã O D E A R
LESÕ ES N A PELE O U A L IM E N T A Ç Ã O C O N T A M IN A D O
C O N T A M IN A D A
33. 3.1 O que é?
Risco Biológico:
Classe I: Escasso risco;
Classe II: Risco individual moderado, risco
comunitário limitado;
Classe III: Risco individual elevado, risco comunitário
baixo;
Classe IV: Elevado risco individual e comunitário.
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34. 3.1 O que é?
Nível de contenção:
Nível 1: Laboratórios de nível básico (Classe I);
Nível 2: Laboratórios Clínicos ou hospitalares de nível
primário (Classe II);
Nível 3: Classe III ou altos volumes de Classe II;
Nível 4: Barreiras de contenção e procedimentos
especiais de segurança, Classe IV.
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35. Classes de Risco Biológico
Classe I:
Dificilmente são patogênicos para o homem, animais
ou plantas
Exemplos:
Lactobacillus, Bacillus cereus...
36. Classes de risco biológico
Classe II:
Moderado risco individual e limitado para a comunidade
São patogênicos para o homem mas,
Medidas terapêuticas e profiláticas eficazes
A maioria dos microorganismos isolados em laboratórios clínicos
de rotina
Exemplos:
E. coli, Pseudomonas spp, Acinetobacter spp, Enterococcus spp,
Micobactérias de cresc. Rápido (MNTCR)
Vírus da dengue, adenovirus, coronavirus
37. Classes de risco biológico
Classe III:
Muito patogênicos para o homem
Potencialmente letais
Disseminação via respiratória ou desconhecida
Usualmente existe tratamento/prevenção
Risco para comunidade e meio ambiente
Exemplos:
Vírus: Hantavirus (alguns), Flavivírus (febre amarela não vacinal), Influenza
Aviária,
Bactérias: Mycobacterium tuberculosis, Bacillus anthracis, Burkholderia
mallei, Clostridium botulinum...
38. Classes de risco biológico
Classe IV:
São extremamente patogênicos para o homem e/ou para
animas
Grande poder de transmissão por via respiratória (ou forma
desconhecida);
Alta capacidade de disseminação na comunidade e meio
ambiente
Não há tratamento/profilaxia conhecida
Exemplos:
Vírus:
Filovirus (Marburg, Ebola)
Febres hemorrágicas: Congo, Lassa, Sabia
Vírus da Aftosa
39. 3.1 O que é?
Barreiras Primárias:
Proteção da equipe e do meio de trabalho contra
exposição de agentes infecciosos.
Barreiras secundárias:
Proteção do meio externo contra agentes infecciosos.
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40. 3.1 O que é?
Nº de C
Acidentes A
B
Anos de Trabalho
A Desconhecimento do Risco
B Estabilidade
C Negligência / Excesso de Confia
41. 3.2 Contribuições Históricas
Séc. IV aC – Grécia antiga: surto de tifo exantemático → médicos
morriam em número igual ou maior que os habitantes.
1941 – Meyer e Eddie: Manipulação de culturas e inalação de
poeira contendo cepas de Brucella são eminentemente
perigosas;
1949 – Sulkin e Pike: manuseio de animais e tecidos
contaminados como provável fonte de infecção;
1951 – Sulkin e Pike: Casos de brucelose e outras doenças
associados com uso de pipetas, seringas e agulhas;
1965, 1976 – Casos aumentavam, porém não era transmitido
para familiares e pessoas pŕoximas;
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42. 3.2 Contribuições Históricas
1987: AIDS:
EUA: Centers for Desease Control and Prevention
(CDC);
Adoção pelo Ministério da Saúde (BR);
Precauções universais;
Precauções padrão (proteção física de partes do
corpo);
Acidente com material biológico.
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43. 3.3 Como trabalhar com BS?
Conhecer vias de transmissão;
Regras básicas de BS;
Higienizar as mãos;
Cuidados pessoais (cabelos, unhas, sapatos, adornos,
maquiagem, lentes de contato, lesões na pele);
Procedimento padrão: luvas, máscaras, botas, aventais,
protetores oculares.
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44. 3.3.1 Higienizar as mãos
Por quê?
Microbiota transitória;
Microbiota residente;
Gordura, sujidade, suor e células descamativas;
Quando?
Manuseio de materiais biológicos;
Antes e após o término da rotina;
Como?
Água e sabão;
Álcool 70% - Glicerina;
Álcool Gel. Hemato Clínica - Vitor Y. Obara 44
45. 3.3.2 Regras de BS
Regra número 1:
Todo material biológico é POTENCIALMENTE
CONTAMINANTE!
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46. 3.3.2 Regras de BS
Não comer, beber ou fumar;
Cuidados pessoais;
Usar EPI/EPC;
Usar pipetores;
Cuidado com materiais perfuro-cortantes;
Limpar diariamente a bancada e piso;
Ser responsável pelo lixo gerado.
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47. 3.3.3 Cuidados especiais
Atenção durante os procedimentos;
Jamais utilizar os dedos como anteparo em procedimento com
perfurocortantes;
Evite reencapar, entornar, quebrar ou retirar a agulha da seringa;
Descartar materiais perfurocortantes, mesmo estéreis, em
recipiente específico;
Transportar em bandejas/estantes;
Utilizar apenas 2/3 da capacidade interna do recipiente de
perfurocortantes;
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48. 3.3.3 Cuidados especiais
Desinfetar perfurocortantes antes de limpá-los ou manipulá-los;
Envolver o gargalo da ampola com algodão levemente embebido
em álcool antes de quebrar a ampola;
Nunca realizar sozinho procedimento utilizando perfurocortante
com paciente agitado;
Sempre utilizar luvas;
Trabalhar com consciência;
Evitar pressa;
Na dúvida, perguntar antes de fazer.
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49. 3.4 Sinais de perigo
“Quando os piratas percorriam os mares em seus galeões,
desfraldavam bandeira negra com uma caveira sobre duas
tíbias que simbolizava o perigo que corriam os navios
mercantes e as cidades litorâneas”
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50. 4 Conclusões
Hematologia:
Estuda o sangue: células e componentes no plasma:
hemácias, leucócitos, plaquetas, fatores de
coagulação;
Venopunção periférica:
Procedimentos para coleta; cuidados para evitar
hemólise;
Biossegurança:
O que é e por que se paramentar.
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51. 5 Referências
ANDRIOLO, A. Recomendações da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica e Laboratorial para coleta de sangue
venoso. 2ed. Barueri: Manole, 2010.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Biossegurança em
Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia. Trad. 3 ed.
Rev. Brasília: MS, 2006.
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