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                   ERROS GROSSEIROS NA LÍNGUA PORTUGUESA




   Para que um falante seja competente na língua escrita, é necessário:
— que consiga interpretar satisfatoriamente um texto alheio;
— que tenha capacidade para elaborar um texto sempre conceptualmente coerente;
— que o seu texto tenha coesão: esteja bem ligado entre os termos usados e entre as
frases, formando um conjunto globalmente harmónico;
— que transmita no texto uma mensagem perfeitamente inteligível, ou que comunique
com uma obra poética de razoável profundidade subliminar.
   Para que um texto tenha valor literário, tradicionalmente ponderam-se também as
características clássicas de qualidade na língua: pureza; concisão, escolha perfeita do
vocabulário usado, harmonia de sons, clareza, unidade, ordem.
   Ora supondo que tudo o que acima se disse foi satisfeito num texto, mesmo assim o
seu autor não pode considerar-se verdadeiramente competente na língua, se não a
usar com correcção (é o "saber idiomático" em Bechara, a norma da correcção). Isto é, o
apreço sobre a competência escrita de um falante pode ser altamente prejudicado, se
ela for acompanhada de erros na escrita ortográficos ou gramaticais (e não se
compreende como, naquilo que o falante escreve sobre o que pensa, se possam ignorar
estas deficiências na sua competência escrita). Um relatório, até de elevado valor
técnico ou económico, perde prestígio se for elaborado com erros de português. A um
nível elevado de responsabilidade, os erros na escrita são mesmo inaceitáveis
  Ora os erros mais frequentes na escrita da nossa língua são do seguinte tipo:

   CONSTRUÇÃO DA FRASE: regência (ex.: *`digo eu de que´), ordem (ex.: `ele vem
só´ é diferente de `ele só vem´; flexões de verbos [ex.: *`tu vistes´] concordância (ex.:
*`o ênfase´), propriedade semântica (*`cabecilha de orquestra´, em vez de mestre, pois
cabecilha aplica-se mais a revoltosos), pontuação [ex.: *`A Maria, abriu, a porta), etc.

   ORTOGRÁFICOS: letras normalizadas ou de tradição lexical na palavra (ex.:
*assúcar, *jovenil), morfologia (ex.: *todaviamente), acentos (ex.: *outrém, *orgão),
hífen [ex.: *cor-de-vinho, bemaventurado), maiúsculas (ex.: *antónio, *Sábado),
translineação (ex.: *caval-| |heiro).

   A verdade, porém, é que nem todos os erros na escrita têm a mesma gravidade. No
«Prontuário» da Texto Editores o Autor distinguiu três graus de gravidade 1: desvios
aceitáveis mas que devem ser evitados num texto exigente (ex.: logotipo → correcto:
logótipo), desvios desaconselháveis (ex.: reprise, gal. → correcto: reposição) e desvios
inaceitáveis (na generalidade os ortográficos e muitos sintácticos). Vd. página "Desvios
na língua de diferente gravidade".
No entanto, ainda mesmo nos desvios de escrita inaceitáveis, “uns são mais graves do
que outros”, e há desvios na prosódia que as comunidades linguísticas repudiam
francamente. Muitos desvios dão, efectivamente, a ideia de que o seu autor não
conhece as regras básicas e de que será talvez pessoa de cultura rudimentar. No caso
de ser pessoa pública, pode aparecer logo quem acintosamente diga: «ele nem
português sabe...»
   Assim, são mesmos estes desvios graves, que aqui designamos por erros grosseiros,
que devemos cuidadosamente evitar. A colectânea seguinte é um conjunto de alguns
desses erros, feita com base no «Prontuário» da Texto Editores, do Autor. A lista é
aberta e será aumentada sempre que possível:
altitude → O termo deve ser só aplicado à cota geométrica (altitude em relação ao
       nível do mar) e não com o sentido de altura, incorrectamente: *`a altitude duma
       árvore´
antes quero ou prefiro → É um erro grosseiro associar `antes´ com `prefiro´: *`antes
     prefiro´.
anti-hepático, anti-séptico, anti-rugas → Quando o segundo elemento duma estrutura
      com unidade semântica começa com h (e esta letra é obrigatória), é normal o
      hífen. Considera-se um erro grosseiro a grafia *antihepático (h nunca fica no
      interior duma palavra, salvo como símbolo em ch, lh, nh); notar que algumas
      expressões perderam o h na fusão dos elementos (ex.: coabitar, desumano,etc.).
      Também é um erro grosseiro *antiséptico, *flexisegurança ou *antirugas
      (intervocálicos, s tem valor de z, e r o valor alveolar, como em caro); no novo
      acordo, muitas destas palavras duplicam a consoante como já se faz em
      termossifão ou em biorritmo). Notar a curiosidade de se estar a substituir o termo
      correcto flexissegurança pelo abreviado flexigurança, por razões políticas:
      aférese no termo segurança, posto em dúvida.
ao encontro → É um erro grosseiro dizer-se *`foi de encontro à ideia´, pois `de encontro
     a´ significa choque.
cacofonias → Devem-se evitar agrupamentos que sejam cacófatos: *`essa cana, me
     herda, terá que´, etc.
caracteres, esfincteres, tónica ¦té¦ → É um erro grosseiro considerar estas palavras
      esdrúxulas: *`carácteres, esfíncteres´. No entanto escreve-se: hífenes em Portugal,
      plural de hífen.
com certeza → A escrita com fusão dos elementos é um erro grosseiro: *concerteza
coma → O coma, estado médico de coma, é um termo masculino, e não tem acento,
    sendo erros grosseiros escrever-se: *`a coma, o côma´. Só é feminino quando
    significa vírgula, sinal. Contrariamente deve escrever-se uma entorse e não *`um
    entorse´ porque é substantivo feminino.
concordância → `Quem´ leva o verbo para a terceira pessoa do singular, logo são
     erros grosseiros: *`foram eles quem fizeram´ (correcto: quem fez), *`fui eu quem fiz
     ´ (correcto: quem fez). Diferentemente, `um dos que´ leva o verbo para a
     terceira pessoa do plural, logo é um erro grosseiro: *`eu sou um dos que faço´
     (correcto: um dos que fazem).
Com o verbo ser ou parecer, excepto quando o sujeito é uma pessoa, o verbo
      concorda com o predicativo, logo são erros grosseiros, por exemplo: *`é dez horas
      ´ (correcto: são dez horas); *`o importante é as dívidas´ (correcto: são as dívidas);
      mas deve escrever-se: o João é as honras da turma.
          O número das páginas é masculino, logo é um erro grosseiro: *`na página vinte
      e duas´ (*correcto: [número] vinte e dois).
          Com indefinidos inflexíveis (ninguém, tudo, cada um, nada, parte, etc. ou com
      colectivos, o verbo vai para o singular, logo são erros grosseiros, por exemplo:
      *`cada um deles fizeram´ (correcto: fez); *`a totalidade dos alunos faltaram ao
      exame (correcto: faltou), *`o congresso dos advogados criticaram a justiça´
      (correcto: criticou).
          Nas percentagens, o verbo concorda com a grandeza avaliada, logo é um erro
      grosseiro *`10% do conjunto de casas estão vendidas´ (correcto: está); mas a regra
      não é taxativa, pois estilisticamente pode haver vantagem em não a seguir: `10%
      da turma são bons alunos´ (correcto: é constituída por bons alunos).
conselho (dar um c.) → É frequente confundir na escrita o conselho (recomendação,
     reunião) com o concelho (subdivisão territorial).
consigamos ¦gâmos¦, possamos ¦ssâmos¦→ Na primeira pessoa do plural há uma
     tendência errada para manter a tonicidade do singular: que eu consiga, que tu
     consigas, *`que nós consígamos´, que eu possa que tu possas, *`que nós póssamos´.
contive-me, conteve-se; entretiveste, entretiveram, → Nestes verbos irregulares que
      seguem o paradigma do verbo ter (ex.: conter, deter, entreter, manter, obter,
      reter, etc.), não os conjugar como ter, é um erro grosseiro: *`conti-me, conteu-se;
      entreteste, entreteram, etc.´). Notar que nem todos os verbos terminados em -ter
      seguem este paradigma: os regulares (ex.: combater, derreter, meter, reverter,
      etc.) conjugam-se de outra forma (ex.: meti-me, meteu-se, combateste,
      combateram). O erro nos irregulares é uma consequência de se seguir o
      paradigma dos regulares.
cumprimento → Deve-se distinguir na escrita o cumprimento (saudação) do
    comprimento (dimensão)
de (apesar de isso ser; digo eu que) → Em construções de infinitivo fundir o `de´ é
      errado: *`apesar disso ser´. Com declarativos (como dizer, falar, comunicar,
      anunciar, afirmar, etc.) a preposição é proibida: *`digo eu de que´.
de madeira → É considerada galicismo a expressão *`em madeira´ (ou outro qualquer
     material)
de mais e demais → De mais opõe-se a de menos; é um erro grosseiro escrever: *`tem
     sal demais´. Demais pode modernamente ter o sentido de demasiado, mas só com
     adjectivos ou advérbios (exemplos: `é parvo demais´, `foi tarde demais´, em
     especial quando não faz sentido ser oposto a de menos).
diminutivo → Demonstra ignorância pronunciar: *¦diminuitivo¦, por semelhança
     fonética com diminuir, diminuição
divisão silábica (na translineação) → São erros grosseiros separar ditongos
     decrescentes: *go-| |ivo. É um erro grave separar os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu, ou
     aqueles que formam vogais nasais, como am, an, em, en, im, in, om, on, um, un
     (exemplo de erros graves: *`cac-| |ho; pe-| |nte; li-| |mbo; colo-| |mbo; tu-| |
mba´. Não se devem separar muitos grupos de b, c, d, f, g, p, t, v com l ou com r
     (exemplo de erros graves: *`celeb-| |rar; ac-| |lamar; cáted-| |ra; af-| |luir;
     reg-||rado; rep-| |rimir; at-| |lético´.
ênfase → Ênfase é um termo feminino, sendo portanto, errado dizer-se: *o ênfase.
enquanto → A associação de `enquanto´ com `que´ é considerada pelos puristas um
     galicismo condenável: *`enquanto que´. Alguns inovadores entendem que esta
     associação já entrou na língua.
entrevi, entreviu → Nestes verbos com o mesmo paradigma de ver, não os conjugar
      como ver é um erro grosseiro: *`entrevim, entreveio´). No verbo intervir é que
      existem formas semelhantes: intervim, interveio; mas neste verbo também se pode
      errar (ver intervindo).
falar-nos-iam → A conjugação pronominal neste caso faz-se com mesóclise. É um erro
      grosseiro escrever: *`falariam-nos´.
Florida, tónica ¦ri¦ → O uso desta pronúncia inglesa entre nós é considerado
      ignorância: *Flórida.
gente, a gente vai → gente leva o verbo para a terceira pessoa do singular e não
     para a primeira do plural, erradamente: *`a gente vamos´.
grama → Massa ou peso, é masculino. Considera-se falta de conhecimento dizer: *`tem
    umas gramas a mais´.
grande → Pode-se dizer o mais pequeno, mas é tradicionalmente considerado um erro
     grosseiro dizer: *`o mais grande´, pois deve-se neste caso dizer o maior.
guardar-mos, guardarmos → É um erro grosseiro confundir a conjugação pronominal
     com a flexão verbal do infinitivo flexionado ou do futuro do conjuntivo (exemplos
     de erros: `tu vais *guardarmos [me + os], para quando eu precisar deles´ ou `se
     nós *guardar-mos no cofre, fica seguro´).
hás-de, hão-de → Como se diz: eu hei-de, ele há-de, a tendência é dizer erradamente:
     *`tu hades´ e *`eles hadem´.
haverá festejos → O verbo haver com o sentido de existir só se conjuga no singular.
     Dizer: *`haverão festejos´ é um erro grosseiro.
interviesse, interveio → Nestes verbos com o paradigma de vir, não os conjugar como
      vir é um erro grosseiro: *`intervisse, interviu´. No verbo entrever é que existem
      formas semelhantes (ver entrevi)
intervindo (tenho intervindo) → Nos tempos compostos de verbos com paradigma
      igual ao do verbo vir, é preciso atender a que o particípio passado deste verbo é
      igual ao gerúndio: ``tenho vindo´ e não *`tenho vido´, logo, é um erro grosseiro
      *`tenho intervido´.
juniores, seniores, tónica ¦ió¦ → Há a tendência de pronunciar o plural de júnior e de
      sénior com acentos nas mesmas sílabas. Notar, porém, que isso colocaria o acento
      tónico antes da antepenúltima sílaba o que é também um erro grosseiro em
      palavras com todos os elementos aglutinados: *`júniores, séniores´.
      NOTA: Também é errada a pronúncia com o semifechado: *¦ô¦.
líder, líderes ¦lídèrs¦, repórteres ¦pórtèrs¦ → Pronunciar mudos os ee destas
       palavras é considerado um erro: *`¦lídrs¦, ¦pórtrs¦´.
molho ¦ô¦, rego ¦ê¦ → Segundo as normas em vigor, não se acentuam na
    generalidade as homógrafas heterofónicas. São portanto erros grosseiros:
    *môlho, *rêgo, etc.
Nobel, prémio Nobel, tónica ¦bél¦ → O mecenas que instituiu o prémio chamava-se
     Nobel e não erradamente: *Nóbel.
Oceânia → A pronúncia com tónica em i é um erro grosseiro em Portugal: *Oceania.
odeia → A pronúncia sem o e, frequente, é um erro grosseiro *odia.
outrem → Porque frequentemente as palavras terminadas em `em´ são acentuadas,
     como acontece com Santarém, há a tendência para acentuar outrem, mas como a
     palavra é grave, isso é um erro grosseiro: *outrém.
param, compara → Porque a primeira pessoa do singular do verbo parar é
     acentuada: `pára´, para não se confundir com a preposição `para´, há tendência
     para se acentuarem outras formas do verbo parar ou formas compostas com
     flexões do verbo parar, erradamente: *páram, *compára.
peras → Como pêra é acentuada, para não se confundir com a preposição antiga pera
     (para), também se acentua erradamente o plural: *pêras.
perda (a perda) → Perca é um termo correcto com o sentido de peixe, ou como forma
     verbal do verbo perder (que eu perca), mas como substantivo é um erro grosseiro:
     *a perca.
pleonasmos → devem-se evitar expressões que repitam a ideia: *`entrar para dentro´,
     *`subir para cima´, *`ambos os dois´, *`principal protagonista´ (protagonista já é a
     principal personagem), *`breve alocução´ (uma alocução é breve), *`consenso
     geral´ (consenso já é geral), *`monopólio exclusivo´ (já há exclusividade num
     monopólio),*`hemorragia de sangue´(hemorragia já é de sangue), etc. Ver com o
     mesmo tema o capítulo: Linguística > Desvios de gravidade decrescente.
poder-se-ia → A conjugação pronominal neste caso faz-se com mesóclise. É um erro
     grosseiro escrever: *`poderia-se´.
pontuação → Desligar com vírgula o sujeito do verbo ou este dos seus complementos
     (excepto em estruturas intercaladas) é um erro grave: *`o cão, roeu, o osso´.
     Inversamente, não separar por vírgula o vocativo também é um erro grosseiro:
     *`Maria anda cá!´. A vírgula só pode existir depois do fecho do parênteses ou do
     fecho das aspas: | (),| ou |«», |. Antes da abertura denota ignorância grave das
     regras: |*, ()| ou |*, « »|. Numa citação que seja um período, o ponto deve ficar
     dentro das aspas, o que não dispensa outro ponto final, se o conjunto termina
     outro período; exemplo correcto: “O Vate escreveu: «Se a tanto me ajudar o
     engenho e arte.».” Quando o período termina com uma abreviatura, ou outro
     símbolo com ponto, é um erro grosseiro repetir o ponto; exemplo de erro: *"está
     no r/c..". NOTA: os pontos só existem seguidos em número ímpar (ponto final: um
     ponto; reticências: três pontos; interrupção de texto: cinco pontos).
por que e porque → Quando o `que´ é equivalente a `qual´ não se pode fundir o `por´
     com o `que´, e é um erro grosseiro escrever-se: *`o motivo porque não vou´
     (correcto: por que) . Numa interrogação sem o substantivo explícito, o `porque´
     não se separa em Portugal, e é errado escrever: *`por que não vais? (correcto:
     porque).
proibido → Quando o grupo vocálico `oi´ é pronunciado com hiato, e como se usa o
      acento para a diérese do ditongo (ex.: proíbo), a tendência é acentuar *proíbido,
      o que é um erro grosseiro, pois a palavra não é esdrúxula e, segundo as regras
      ortográficas, o acento não se pode usar quando a vogal não é tónica.
quadrúmano → Pronunciar esta palavra como grave é um erro grosseiro: *quadrumano
     ¦mâ¦.
quaisquer → Plural de qualquer. São erros grosseiros: *quaisqueres, *qualqueres.
quer (ele quer) → Embora se escreva quere-o, quere-se, é errado escrever *`ele quere´.
questão → Deve dizer-se fazer uma pergunta, levantar um problema Não é aceitável
     dizer-se: *`colocar uma questão´, pois quem coloca põe alguma coisa nalgum
     lugar.
rubrica → Quer para assinatura abreviada quer para título, a palavra é sempre
      grave. É um erro grosseiro dizer: *rúbrica. Também se passa o mesmo com pudica,
      mas *púdica está a entrar na língua, porque a comunidade linguística tem
      relutância em aceitar pudica.
saem, traem → Porque há a epêntese meramente fonética de um i entre a e e para
     dar eufonia ao hiato (o que se faz, por exemplo, na grafia correcta da palavra
     creio), há a tendência errada de escrever: *`saiem, traiem´.
sintaxe ¦sse¦ → Há a tendência errada para pronunciar esta palavra como o som
      *¦ks¦ de x: *¦sintakse¦
ter de → Com o sentido de dever, é um erro grosseiro a estrutura: *`ter que´.
tóxico ¦kssi¦ → É um erro grosseiro pronunciar o termo com x a valer ch: *¦tóchico¦
tu deste, fizeste, etc. → Há a tendência para confundir a segunda pessoa do singular
      com a do plural, erradamente: *`tu destes, fizestes, etc.)




NOVOS (2007-11-08):

acordos, tónica ¦ô¦ → Atendendo a que é frequente no plural a abertura para ó,
     semiaberta, da vogal de palavras graves com tónica no singular ô, semifechada
     (ex.: porco/porcos) há tendência para se pronunciar erradamente: *¦acórdos¦, o
     que ainda não é aceite pela comunidade linguística. Também com tónica ¦ô¦,
     segundo o «Prontuário» da Texto, se deve pronunciar em Portugal: abortos,
     Agostos, bolos, cachorros, cocos, consolos, engodos, garotos, globos, gostos,
gozos, lobos, moços, morros, namoros, pilotos, rebocos, rolos, rostos , sopros,
     subornos, etc.
cônjuge → Esta palavra é um substantivo sobrecomum (um só género). Logo deve
     escrever-se `ela é o cônjuge´ e não erradamente *`ela é a cônjuge´. Da mesma
     maneira, deve ser sempre: o algoz, o bebé, a criança, a criatura, o carrasco, a
     testemunha, o verdugo, qualquer que seja o género da pessoa a quem nos
     referimos.
Félix → Este antropónimo pronuncia-se ¦lich¦ e não erradamente *¦liks¦; mas Fénix
      pronuncia-se ¦niks¦ em Portugal e não erradamente *¦nich¦, .
ortoépia → Pronúncias correctas (em parte segundo Bechara ou «Prontuário» da Texto
      Editores):
     Oxítonas: cateter ¦tér¦, Gibraltar ¦tár¦, Gulbenkian ¦kiã¦, novel ¦vél¦.
     Paroxítonas: arcediago ¦diá¦, aziago ¦ziá¦, cartomancia ¦ssía¦, ciclope ¦kló¦,
      clímax ¦klí¦, hissope ¦ssó¦, ibero ¦bé¦, impio ¦pí-o¦ (sem piedade), leucemia
      ¦mía¦, oximoro ¦mô¦ , Pandora ¦dó¦, policromo ¦crô¦, quiromancia ¦ssía¦,
      Salonica ¦ní¦.
     Proparoxítonas: álacre ¦á¦, álcali ¦á¦, álibi ¦á¦, anódino ¦nó¦, antífrase ¦tí¦,
      aríete ¦rí¦, arquétipo ¦ké¦, brâmane ¦brâ¦, cáspite ¦káspitè¦, Cárpatos ¦ká¦,
      cizânia ¦zâ¦, Cleópatra ¦ó¦, Dâmocles ¦dâ¦, díptero ¦dí¦, Éfeso ¦é¦, éolo ¦é¦,
      êxodo ¦ê¦, fac-símile ¦ssí¦, fagócito ¦gó¦, farândula ¦rân¦, grandíloquo ¦dí¦,
      Héjira ¦é¦, Hélade ¦é¦, hipódromo ¦pó¦, ímpio ¦ím¦ (sem religião), ínclito ¦ín¦,
      ínterim ¦ín¦, leucócitos ¦kó¦, monólito ¦nó¦, Niágara ¦niá¦, Pégaso ¦pé¦,
      protótipo ¦tó¦,, quírie ¦kí¦, revérbero ¦vé¦, sinonímia ¦ní¦, síndrome ¦ssí¦,
      Sófia ¦ssó¦, (topónimo), Sofia ¦fía¦ (antropónimo), Tâmisa ¦tâ¦, Termópilas
      ¦mó¦, trânsfuga ¦trâns¦, zénite ¦zé¦.
     Ver entradas: acordos, caracteres, esfincteres, Félix, Florida, juniores, seniores,
      líder, líderes , repórteres, Nobel, Oceânia, quadrúmano, rubrica, sintaxe,
      tóxico.




 1
   Ver nota de rodapé na página deste `sítio´ com o título "Desvios na língua de
gravidade decrescente", incluída na rubrica geral "Linguística"

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Erros mais grosseiros_do_portugu%c3%a_as[1]

  • 1. Voltar à página da linguística ERROS GROSSEIROS NA LÍNGUA PORTUGUESA Para que um falante seja competente na língua escrita, é necessário: — que consiga interpretar satisfatoriamente um texto alheio; — que tenha capacidade para elaborar um texto sempre conceptualmente coerente; — que o seu texto tenha coesão: esteja bem ligado entre os termos usados e entre as frases, formando um conjunto globalmente harmónico; — que transmita no texto uma mensagem perfeitamente inteligível, ou que comunique com uma obra poética de razoável profundidade subliminar. Para que um texto tenha valor literário, tradicionalmente ponderam-se também as características clássicas de qualidade na língua: pureza; concisão, escolha perfeita do vocabulário usado, harmonia de sons, clareza, unidade, ordem. Ora supondo que tudo o que acima se disse foi satisfeito num texto, mesmo assim o seu autor não pode considerar-se verdadeiramente competente na língua, se não a usar com correcção (é o "saber idiomático" em Bechara, a norma da correcção). Isto é, o apreço sobre a competência escrita de um falante pode ser altamente prejudicado, se ela for acompanhada de erros na escrita ortográficos ou gramaticais (e não se compreende como, naquilo que o falante escreve sobre o que pensa, se possam ignorar estas deficiências na sua competência escrita). Um relatório, até de elevado valor técnico ou económico, perde prestígio se for elaborado com erros de português. A um nível elevado de responsabilidade, os erros na escrita são mesmo inaceitáveis Ora os erros mais frequentes na escrita da nossa língua são do seguinte tipo: CONSTRUÇÃO DA FRASE: regência (ex.: *`digo eu de que´), ordem (ex.: `ele vem só´ é diferente de `ele só vem´; flexões de verbos [ex.: *`tu vistes´] concordância (ex.: *`o ênfase´), propriedade semântica (*`cabecilha de orquestra´, em vez de mestre, pois cabecilha aplica-se mais a revoltosos), pontuação [ex.: *`A Maria, abriu, a porta), etc. ORTOGRÁFICOS: letras normalizadas ou de tradição lexical na palavra (ex.: *assúcar, *jovenil), morfologia (ex.: *todaviamente), acentos (ex.: *outrém, *orgão), hífen [ex.: *cor-de-vinho, bemaventurado), maiúsculas (ex.: *antónio, *Sábado), translineação (ex.: *caval-| |heiro). A verdade, porém, é que nem todos os erros na escrita têm a mesma gravidade. No «Prontuário» da Texto Editores o Autor distinguiu três graus de gravidade 1: desvios aceitáveis mas que devem ser evitados num texto exigente (ex.: logotipo → correcto: logótipo), desvios desaconselháveis (ex.: reprise, gal. → correcto: reposição) e desvios inaceitáveis (na generalidade os ortográficos e muitos sintácticos). Vd. página "Desvios na língua de diferente gravidade".
  • 2. No entanto, ainda mesmo nos desvios de escrita inaceitáveis, “uns são mais graves do que outros”, e há desvios na prosódia que as comunidades linguísticas repudiam francamente. Muitos desvios dão, efectivamente, a ideia de que o seu autor não conhece as regras básicas e de que será talvez pessoa de cultura rudimentar. No caso de ser pessoa pública, pode aparecer logo quem acintosamente diga: «ele nem português sabe...» Assim, são mesmos estes desvios graves, que aqui designamos por erros grosseiros, que devemos cuidadosamente evitar. A colectânea seguinte é um conjunto de alguns desses erros, feita com base no «Prontuário» da Texto Editores, do Autor. A lista é aberta e será aumentada sempre que possível: altitude → O termo deve ser só aplicado à cota geométrica (altitude em relação ao nível do mar) e não com o sentido de altura, incorrectamente: *`a altitude duma árvore´ antes quero ou prefiro → É um erro grosseiro associar `antes´ com `prefiro´: *`antes prefiro´. anti-hepático, anti-séptico, anti-rugas → Quando o segundo elemento duma estrutura com unidade semântica começa com h (e esta letra é obrigatória), é normal o hífen. Considera-se um erro grosseiro a grafia *antihepático (h nunca fica no interior duma palavra, salvo como símbolo em ch, lh, nh); notar que algumas expressões perderam o h na fusão dos elementos (ex.: coabitar, desumano,etc.). Também é um erro grosseiro *antiséptico, *flexisegurança ou *antirugas (intervocálicos, s tem valor de z, e r o valor alveolar, como em caro); no novo acordo, muitas destas palavras duplicam a consoante como já se faz em termossifão ou em biorritmo). Notar a curiosidade de se estar a substituir o termo correcto flexissegurança pelo abreviado flexigurança, por razões políticas: aférese no termo segurança, posto em dúvida. ao encontro → É um erro grosseiro dizer-se *`foi de encontro à ideia´, pois `de encontro a´ significa choque. cacofonias → Devem-se evitar agrupamentos que sejam cacófatos: *`essa cana, me herda, terá que´, etc. caracteres, esfincteres, tónica ¦té¦ → É um erro grosseiro considerar estas palavras esdrúxulas: *`carácteres, esfíncteres´. No entanto escreve-se: hífenes em Portugal, plural de hífen. com certeza → A escrita com fusão dos elementos é um erro grosseiro: *concerteza coma → O coma, estado médico de coma, é um termo masculino, e não tem acento, sendo erros grosseiros escrever-se: *`a coma, o côma´. Só é feminino quando significa vírgula, sinal. Contrariamente deve escrever-se uma entorse e não *`um entorse´ porque é substantivo feminino. concordância → `Quem´ leva o verbo para a terceira pessoa do singular, logo são erros grosseiros: *`foram eles quem fizeram´ (correcto: quem fez), *`fui eu quem fiz ´ (correcto: quem fez). Diferentemente, `um dos que´ leva o verbo para a terceira pessoa do plural, logo é um erro grosseiro: *`eu sou um dos que faço´ (correcto: um dos que fazem).
  • 3. Com o verbo ser ou parecer, excepto quando o sujeito é uma pessoa, o verbo concorda com o predicativo, logo são erros grosseiros, por exemplo: *`é dez horas ´ (correcto: são dez horas); *`o importante é as dívidas´ (correcto: são as dívidas); mas deve escrever-se: o João é as honras da turma. O número das páginas é masculino, logo é um erro grosseiro: *`na página vinte e duas´ (*correcto: [número] vinte e dois). Com indefinidos inflexíveis (ninguém, tudo, cada um, nada, parte, etc. ou com colectivos, o verbo vai para o singular, logo são erros grosseiros, por exemplo: *`cada um deles fizeram´ (correcto: fez); *`a totalidade dos alunos faltaram ao exame (correcto: faltou), *`o congresso dos advogados criticaram a justiça´ (correcto: criticou). Nas percentagens, o verbo concorda com a grandeza avaliada, logo é um erro grosseiro *`10% do conjunto de casas estão vendidas´ (correcto: está); mas a regra não é taxativa, pois estilisticamente pode haver vantagem em não a seguir: `10% da turma são bons alunos´ (correcto: é constituída por bons alunos). conselho (dar um c.) → É frequente confundir na escrita o conselho (recomendação, reunião) com o concelho (subdivisão territorial). consigamos ¦gâmos¦, possamos ¦ssâmos¦→ Na primeira pessoa do plural há uma tendência errada para manter a tonicidade do singular: que eu consiga, que tu consigas, *`que nós consígamos´, que eu possa que tu possas, *`que nós póssamos´. contive-me, conteve-se; entretiveste, entretiveram, → Nestes verbos irregulares que seguem o paradigma do verbo ter (ex.: conter, deter, entreter, manter, obter, reter, etc.), não os conjugar como ter, é um erro grosseiro: *`conti-me, conteu-se; entreteste, entreteram, etc.´). Notar que nem todos os verbos terminados em -ter seguem este paradigma: os regulares (ex.: combater, derreter, meter, reverter, etc.) conjugam-se de outra forma (ex.: meti-me, meteu-se, combateste, combateram). O erro nos irregulares é uma consequência de se seguir o paradigma dos regulares. cumprimento → Deve-se distinguir na escrita o cumprimento (saudação) do comprimento (dimensão) de (apesar de isso ser; digo eu que) → Em construções de infinitivo fundir o `de´ é errado: *`apesar disso ser´. Com declarativos (como dizer, falar, comunicar, anunciar, afirmar, etc.) a preposição é proibida: *`digo eu de que´. de madeira → É considerada galicismo a expressão *`em madeira´ (ou outro qualquer material) de mais e demais → De mais opõe-se a de menos; é um erro grosseiro escrever: *`tem sal demais´. Demais pode modernamente ter o sentido de demasiado, mas só com adjectivos ou advérbios (exemplos: `é parvo demais´, `foi tarde demais´, em especial quando não faz sentido ser oposto a de menos). diminutivo → Demonstra ignorância pronunciar: *¦diminuitivo¦, por semelhança fonética com diminuir, diminuição divisão silábica (na translineação) → São erros grosseiros separar ditongos decrescentes: *go-| |ivo. É um erro grave separar os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu, ou aqueles que formam vogais nasais, como am, an, em, en, im, in, om, on, um, un (exemplo de erros graves: *`cac-| |ho; pe-| |nte; li-| |mbo; colo-| |mbo; tu-| |
  • 4. mba´. Não se devem separar muitos grupos de b, c, d, f, g, p, t, v com l ou com r (exemplo de erros graves: *`celeb-| |rar; ac-| |lamar; cáted-| |ra; af-| |luir; reg-||rado; rep-| |rimir; at-| |lético´. ênfase → Ênfase é um termo feminino, sendo portanto, errado dizer-se: *o ênfase. enquanto → A associação de `enquanto´ com `que´ é considerada pelos puristas um galicismo condenável: *`enquanto que´. Alguns inovadores entendem que esta associação já entrou na língua. entrevi, entreviu → Nestes verbos com o mesmo paradigma de ver, não os conjugar como ver é um erro grosseiro: *`entrevim, entreveio´). No verbo intervir é que existem formas semelhantes: intervim, interveio; mas neste verbo também se pode errar (ver intervindo). falar-nos-iam → A conjugação pronominal neste caso faz-se com mesóclise. É um erro grosseiro escrever: *`falariam-nos´. Florida, tónica ¦ri¦ → O uso desta pronúncia inglesa entre nós é considerado ignorância: *Flórida. gente, a gente vai → gente leva o verbo para a terceira pessoa do singular e não para a primeira do plural, erradamente: *`a gente vamos´. grama → Massa ou peso, é masculino. Considera-se falta de conhecimento dizer: *`tem umas gramas a mais´. grande → Pode-se dizer o mais pequeno, mas é tradicionalmente considerado um erro grosseiro dizer: *`o mais grande´, pois deve-se neste caso dizer o maior. guardar-mos, guardarmos → É um erro grosseiro confundir a conjugação pronominal com a flexão verbal do infinitivo flexionado ou do futuro do conjuntivo (exemplos de erros: `tu vais *guardarmos [me + os], para quando eu precisar deles´ ou `se nós *guardar-mos no cofre, fica seguro´). hás-de, hão-de → Como se diz: eu hei-de, ele há-de, a tendência é dizer erradamente: *`tu hades´ e *`eles hadem´. haverá festejos → O verbo haver com o sentido de existir só se conjuga no singular. Dizer: *`haverão festejos´ é um erro grosseiro. interviesse, interveio → Nestes verbos com o paradigma de vir, não os conjugar como vir é um erro grosseiro: *`intervisse, interviu´. No verbo entrever é que existem formas semelhantes (ver entrevi) intervindo (tenho intervindo) → Nos tempos compostos de verbos com paradigma igual ao do verbo vir, é preciso atender a que o particípio passado deste verbo é igual ao gerúndio: ``tenho vindo´ e não *`tenho vido´, logo, é um erro grosseiro *`tenho intervido´. juniores, seniores, tónica ¦ió¦ → Há a tendência de pronunciar o plural de júnior e de sénior com acentos nas mesmas sílabas. Notar, porém, que isso colocaria o acento tónico antes da antepenúltima sílaba o que é também um erro grosseiro em palavras com todos os elementos aglutinados: *`júniores, séniores´. NOTA: Também é errada a pronúncia com o semifechado: *¦ô¦.
  • 5. líder, líderes ¦lídèrs¦, repórteres ¦pórtèrs¦ → Pronunciar mudos os ee destas palavras é considerado um erro: *`¦lídrs¦, ¦pórtrs¦´. molho ¦ô¦, rego ¦ê¦ → Segundo as normas em vigor, não se acentuam na generalidade as homógrafas heterofónicas. São portanto erros grosseiros: *môlho, *rêgo, etc. Nobel, prémio Nobel, tónica ¦bél¦ → O mecenas que instituiu o prémio chamava-se Nobel e não erradamente: *Nóbel. Oceânia → A pronúncia com tónica em i é um erro grosseiro em Portugal: *Oceania. odeia → A pronúncia sem o e, frequente, é um erro grosseiro *odia. outrem → Porque frequentemente as palavras terminadas em `em´ são acentuadas, como acontece com Santarém, há a tendência para acentuar outrem, mas como a palavra é grave, isso é um erro grosseiro: *outrém. param, compara → Porque a primeira pessoa do singular do verbo parar é acentuada: `pára´, para não se confundir com a preposição `para´, há tendência para se acentuarem outras formas do verbo parar ou formas compostas com flexões do verbo parar, erradamente: *páram, *compára. peras → Como pêra é acentuada, para não se confundir com a preposição antiga pera (para), também se acentua erradamente o plural: *pêras. perda (a perda) → Perca é um termo correcto com o sentido de peixe, ou como forma verbal do verbo perder (que eu perca), mas como substantivo é um erro grosseiro: *a perca. pleonasmos → devem-se evitar expressões que repitam a ideia: *`entrar para dentro´, *`subir para cima´, *`ambos os dois´, *`principal protagonista´ (protagonista já é a principal personagem), *`breve alocução´ (uma alocução é breve), *`consenso geral´ (consenso já é geral), *`monopólio exclusivo´ (já há exclusividade num monopólio),*`hemorragia de sangue´(hemorragia já é de sangue), etc. Ver com o mesmo tema o capítulo: Linguística > Desvios de gravidade decrescente. poder-se-ia → A conjugação pronominal neste caso faz-se com mesóclise. É um erro grosseiro escrever: *`poderia-se´. pontuação → Desligar com vírgula o sujeito do verbo ou este dos seus complementos (excepto em estruturas intercaladas) é um erro grave: *`o cão, roeu, o osso´. Inversamente, não separar por vírgula o vocativo também é um erro grosseiro: *`Maria anda cá!´. A vírgula só pode existir depois do fecho do parênteses ou do fecho das aspas: | (),| ou |«», |. Antes da abertura denota ignorância grave das regras: |*, ()| ou |*, « »|. Numa citação que seja um período, o ponto deve ficar dentro das aspas, o que não dispensa outro ponto final, se o conjunto termina outro período; exemplo correcto: “O Vate escreveu: «Se a tanto me ajudar o engenho e arte.».” Quando o período termina com uma abreviatura, ou outro símbolo com ponto, é um erro grosseiro repetir o ponto; exemplo de erro: *"está no r/c..". NOTA: os pontos só existem seguidos em número ímpar (ponto final: um ponto; reticências: três pontos; interrupção de texto: cinco pontos).
  • 6. por que e porque → Quando o `que´ é equivalente a `qual´ não se pode fundir o `por´ com o `que´, e é um erro grosseiro escrever-se: *`o motivo porque não vou´ (correcto: por que) . Numa interrogação sem o substantivo explícito, o `porque´ não se separa em Portugal, e é errado escrever: *`por que não vais? (correcto: porque). proibido → Quando o grupo vocálico `oi´ é pronunciado com hiato, e como se usa o acento para a diérese do ditongo (ex.: proíbo), a tendência é acentuar *proíbido, o que é um erro grosseiro, pois a palavra não é esdrúxula e, segundo as regras ortográficas, o acento não se pode usar quando a vogal não é tónica. quadrúmano → Pronunciar esta palavra como grave é um erro grosseiro: *quadrumano ¦mâ¦. quaisquer → Plural de qualquer. São erros grosseiros: *quaisqueres, *qualqueres. quer (ele quer) → Embora se escreva quere-o, quere-se, é errado escrever *`ele quere´. questão → Deve dizer-se fazer uma pergunta, levantar um problema Não é aceitável dizer-se: *`colocar uma questão´, pois quem coloca põe alguma coisa nalgum lugar. rubrica → Quer para assinatura abreviada quer para título, a palavra é sempre grave. É um erro grosseiro dizer: *rúbrica. Também se passa o mesmo com pudica, mas *púdica está a entrar na língua, porque a comunidade linguística tem relutância em aceitar pudica. saem, traem → Porque há a epêntese meramente fonética de um i entre a e e para dar eufonia ao hiato (o que se faz, por exemplo, na grafia correcta da palavra creio), há a tendência errada de escrever: *`saiem, traiem´. sintaxe ¦sse¦ → Há a tendência errada para pronunciar esta palavra como o som *¦ks¦ de x: *¦sintakse¦ ter de → Com o sentido de dever, é um erro grosseiro a estrutura: *`ter que´. tóxico ¦kssi¦ → É um erro grosseiro pronunciar o termo com x a valer ch: *¦tóchico¦ tu deste, fizeste, etc. → Há a tendência para confundir a segunda pessoa do singular com a do plural, erradamente: *`tu destes, fizestes, etc.) NOVOS (2007-11-08): acordos, tónica ¦ô¦ → Atendendo a que é frequente no plural a abertura para ó, semiaberta, da vogal de palavras graves com tónica no singular ô, semifechada (ex.: porco/porcos) há tendência para se pronunciar erradamente: *¦acórdos¦, o que ainda não é aceite pela comunidade linguística. Também com tónica ¦ô¦, segundo o «Prontuário» da Texto, se deve pronunciar em Portugal: abortos, Agostos, bolos, cachorros, cocos, consolos, engodos, garotos, globos, gostos,
  • 7. gozos, lobos, moços, morros, namoros, pilotos, rebocos, rolos, rostos , sopros, subornos, etc. cônjuge → Esta palavra é um substantivo sobrecomum (um só género). Logo deve escrever-se `ela é o cônjuge´ e não erradamente *`ela é a cônjuge´. Da mesma maneira, deve ser sempre: o algoz, o bebé, a criança, a criatura, o carrasco, a testemunha, o verdugo, qualquer que seja o género da pessoa a quem nos referimos. Félix → Este antropónimo pronuncia-se ¦lich¦ e não erradamente *¦liks¦; mas Fénix pronuncia-se ¦niks¦ em Portugal e não erradamente *¦nich¦, . ortoépia → Pronúncias correctas (em parte segundo Bechara ou «Prontuário» da Texto Editores): Oxítonas: cateter ¦tér¦, Gibraltar ¦tár¦, Gulbenkian ¦kiã¦, novel ¦vél¦. Paroxítonas: arcediago ¦diá¦, aziago ¦ziá¦, cartomancia ¦ssía¦, ciclope ¦kló¦, clímax ¦klí¦, hissope ¦ssó¦, ibero ¦bé¦, impio ¦pí-o¦ (sem piedade), leucemia ¦mía¦, oximoro ¦mô¦ , Pandora ¦dó¦, policromo ¦crô¦, quiromancia ¦ssía¦, Salonica ¦ní¦. Proparoxítonas: álacre ¦á¦, álcali ¦á¦, álibi ¦á¦, anódino ¦nó¦, antífrase ¦tí¦, aríete ¦rí¦, arquétipo ¦ké¦, brâmane ¦brâ¦, cáspite ¦káspitè¦, Cárpatos ¦ká¦, cizânia ¦zâ¦, Cleópatra ¦ó¦, Dâmocles ¦dâ¦, díptero ¦dí¦, Éfeso ¦é¦, éolo ¦é¦, êxodo ¦ê¦, fac-símile ¦ssí¦, fagócito ¦gó¦, farândula ¦rân¦, grandíloquo ¦dí¦, Héjira ¦é¦, Hélade ¦é¦, hipódromo ¦pó¦, ímpio ¦ím¦ (sem religião), ínclito ¦ín¦, ínterim ¦ín¦, leucócitos ¦kó¦, monólito ¦nó¦, Niágara ¦niá¦, Pégaso ¦pé¦, protótipo ¦tó¦,, quírie ¦kí¦, revérbero ¦vé¦, sinonímia ¦ní¦, síndrome ¦ssí¦, Sófia ¦ssó¦, (topónimo), Sofia ¦fía¦ (antropónimo), Tâmisa ¦tâ¦, Termópilas ¦mó¦, trânsfuga ¦trâns¦, zénite ¦zé¦. Ver entradas: acordos, caracteres, esfincteres, Félix, Florida, juniores, seniores, líder, líderes , repórteres, Nobel, Oceânia, quadrúmano, rubrica, sintaxe, tóxico. 1 Ver nota de rodapé na página deste `sítio´ com o título "Desvios na língua de gravidade decrescente", incluída na rubrica geral "Linguística"