1) O documento discute práticas de ensino-aprendizagem de língua portuguesa para surdos, analisando-as sociointeracionistamente. 2) Ele apresenta pressupostos teóricos sobre bilinguismo e como a abordagem bilíngue busca que o surdo domine a língua de sinais e a escrita da língua falada local. 3) A pesquisa irá observar uma classe de língua portuguesa para surdos para analisar a co-construção da aprendizagem por meio de tare
Práticas de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa para Surdos
1. PRÁTICAS DE ENSINO-
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
PORTUGUESA PARA SURDOS:
uma análise sociointeracionista
Vanessa de Oliveira Dagostim
vanessadagostim@gmail.com
Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Guimarães
Programa de Pós-graduação em Lingüística Aplicada
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
2. Justificativa
A inclusão de alunos portadores de NEEE tem
levantado polêmicas e evidenciado a necessidade
de elaboração de metodologias específicas para o
desenvolvimento pleno destes estudantes;
Educação Especial para Surdos:
Oralismo Comunicação Total Bilingüismo
3. Língua Portuguesa para Surdos (LP/S)
LIBRAS=L1; LP=L2;
canal perceptual diferente
LS visual-espacial
LP oral-auditiva
Modalidade escrita da língua.
5. Objetivos
1 - Que metodologias têm sido utilizadas nas
práticas de ensino de LP/S?
1.1) Quais são os objetivos do professor de LP/S
através das práticas observadas? A LP/S é vista
como instrumento de cidadania, individualidade e
liberdade do cidadão surdo?
1.2) Como se dá a interação entre professor e
aluno? De que formas o professor, como agente
mais experiente em LP, fornece o suporte
necessário ao aluno surdo?
6. Objetivos
2 – Como os estudantes co-constroem
experiências de aprendizagem de LP na
resolução de tarefas em sala de aula?
2.1) A escola observada promove e incentiva situações
de andaimento coletivo?
coletivo
2.2) Como se dá a apropriação do conhecimento
lingüístico dos alunos através das interações sociais
em sala de aula?
aula
2.3) Qual a relação entre o desenvolvimento lingüístico
do aluno em LIBRAS e seu desenvolvimento em LP
observada através do oferecimento de construção
apoiada entre aprendizes?
7. 3 – A co-construção de aprendizagem de língua
numa classe de LP/S é alternativa viável para
um melhor processo de ensino-aprendizagem?
A mediação entre pares pode ajudar a internalização de
certos princípios de LP?
A prática de atividades em conjunto gera estratégias
facilitadoras de aprendizagem de LP?
8. Pressupostos teóricos - Bilingüismo
Bilingüismo
“[...] entre tantas possíveis definições, pode ser
considerado: o uso que as pessoas fazem de
diferentes línguas (duas ou mais) em diferentes
contextos sociais” (Quadros, 2005)
9. Pressupostos teóricos - Bilingüismo
A abordagem bilíngüe busca remover a atenção da
fala e concentrar-se no sinal;
sinal
O objetivo principal é que o surdo compreenda e
sinalize fluentemente em sua LS, e domine a
LS
escrita e leitura do idioma da cultura em que está
inserido.
A limitação física não é uma deficiência, mas uma
diferença
10. ZDP e Andaimento
ZDP a interação social do aprendiz com seus
colegas, professores e meio lhe propiciarão que ele
alcance um nível mais profundo de seu desenvolvimento
potencial, chegando além do que conseguiria sozinho,
chamado de nível de desenvolvimento real;
Andaimento metáfora utilizada para explicar a
natureza do desempenho assistido que envolve não só
o auxílio oferecido ao aprendiz para que ele complete a
tarefa, mas também, o auxílio oferecido ao aprendiz
para que ele saiba como realizar essa tarefa.
11. Procedimentos Metodológicos
DONATO, R. Collective Scaffolding in Second Language
Learning. In: LANTOLF, J.P; APPEL, G. (Org.) Vygotskian
Approaches to Second Language Research. New Jersey: Norwood,
1994.
co-construção da aprendizagem de língua em uma classe de L2
Turma do 3°semestre de francês de uma universidade a mericana
Selecionou o grupo de alunos que possuía a maior unidade: “o
grupo trabalhava tão bem, [...] que sua voz parecia a de um único
falante” (cf. Donato,1994, p.40)
12. Procedimentos Metodológicos
Tomando como modelo Donato (1994), este trabalho seguirá
as seguintes etapas:
Etapa 1: observação participante de aulas e outras atividades
em uma escola especial para surdos;
Etapa 2: eleição de um grupo de alunos aprendizes de LP/S e
trabalho de alguns conteúdos específicos da disciplina com
tarefas em conjunto;
Etapa 3: Observação do grupo selecionado realizando as
tarefas em conjunto, desenvolvimento e a interação com os
demais colegas.
13. Aos sete anos, eu falava, mas sem
saber o que dizia. Com os sinais [...]
tive acesso a informações
importantes: os conceitos, a reflexão;
a escritura tornou-se mais simples, e
a leitura também.[...] Posso
reconhecer a cara de uma palavra! E
desenhá-la no espaço! E escrevê-la!
E pronunciá-la! E ser bilíngüe!
Emanuelle Laborit (1994)