SlideShare a Scribd company logo
1 of 20
VOLUME 2
NÚMERO 3
Outubro DE 2013
ENTREVISTA
Profa. Dra. Maria Auxiliadora
Monteiro Frazão
HIGHLIGHTS
Profa. Dra. Mônica Alves
A relevância
das uveítes na
prática clínica
7ª Conferência
Internacional
sobre Filme Lacrimal
e Superfície Ocular:
Ciência Básica e
Relevância Clínica
Barreira microporosa1
Evita o uso de conservantes
memBrana filtrante de 0,2µ1
tuBo flexível e ergonômico1
gotas
caliBradas (30µl)1
Doses precisas
Até 2 meses
de utilização após aberto2
ReferênciasBibliográficas:1)PatentedeLaboratoiresThéa.2)Buladoproduto:Hyabak.RegistroMSnº8042140002.
HYABAK®
.Soluçãosemconservantesparahidrataçãoelubrificaçãodosolhoselentesdecontacto.FrascoABAK®
.COMPOSIÇÃO:Hialuronatodesódio0,15g.Cloretodesódio,trometamol,ácidoclorídrico,águaparapreparaçõesinjetáveisq.b.p.100mL.NOMEEMORADADOFABRICANTE:LaboratoiresThéa,12rueLouis
Blériot,63017CLERMONT-FERRANDCEDEX2-França.QUANDOSEDEVEUTILIZARESTEDISPOSITIVO:HYABAK®
contémumasoluçãodestinadaaseradministradanosolhosounaslentesdecontato.Foiconcebido:•Parahumedecimentoelubrificaçãodosolhos,emcasodesensaçõesde
securaoudefadigaocularinduzidasporfatoresexteriores,taiscomo,ovento,ofumo,apoluição,aspoeiras,ocalorseco,oarcondicionado,umaviagemdeaviãoouotrabalhoprolongadoàfrentedeumecrãdecomputador.•Nosutilizadoresdelentesdecontato,permitealubrificaçãoea
hidrataçãodalente,comvistaafacilitaracolocaçãoearetirada,eproporcionandoumconfortoimediatonautilizaçãoaolongodetodoodia.GraçasaodispositivoABAK®
,HYABAK®
permitefornecergotasdesoluçãosemconservantes.Pode,assim,serutilizadocomqualquertipodelente
decontato.Aausênciadeconservantespermiteigualmenterespeitarostecidosoculares.ADVERTÊNCIASEPRECAUÇÕESESPECIAISDEUTILIZAÇÃO:•Evitartocarnosolhoscomapontadofrasco.•Nãoinjetar,nãoengolir.Nãoutilizeoprodutocasooinvólucrodeinviolabilidade
estejadanificado.MANTERFORADOALCANCEDASCRIANÇAS.INTERAÇÕES:Éconvenienteaguardar10minutosentreaadministraçãodedoisprodutosoculares.COMOUTILIZARESTEDISPOSITIVO:POSOLOGIA:1gotaemcadaolhoduranteodia,semprequenecessário.
Nosutilizadoresdelentes:umagotaemcadalenteaocolocareretiraraslentesetambémsemprequenecessárioaolongododia.MODOEVIADEADMINISTRAÇÃO:INSTILAÇÃOOCULAR.STERILEA-Paraumautilizaçãocorretadoprodutoénecessárioteremcontadeterminadas
precauções:•Lavarcuidadosamenteasmãosantesdeprocederàaplicação.•Evitarocontatodaextremidadedofrascocomosolhosouaspálpebras.Instilar1gotadeprodutonocantodosacolacrimalinferior,puxandoligeiramenteapálpebrainferiorparabaixoedirigindooolharpara
cima.Otempodeapariçãodeumagotaémaislongodoquecomumfrascoclássico.Taparofrascoapósautilização.Aocolocaraslentesdecontato:instilarumagotadeHYABAK®
naconcavidadedalente.FREQUÊNCIAEMOMENTOEMQUEOPRODUTODEVESERADMINISTRADO:
Distribuirasinstilaçõesaolongododia,conformenecessário.EFEITOSNÃOPRETENDIDOSEINCÔMODOS(EFEITOSINDESEJÁVEIS):Rarapossibilidadedeligeirasirritaçõesoculares.CONSERVAÇÃODEDISPOSITIVO:NÃOEXCEDEROPRAZOLIMITEDEUTILIZAÇÃO,INDICADO
NAEMBALAGEMEXTERIOR.PRECAUÇÕESESPECIAISDECONSERVAÇÃO:Conservaraumatemperaturainferiora25ºC.Depoisdeaberto,ofrasconãodeveserconservadomaisde8semanas.DATADEREVISÃODESTEFOLHETOINFORMATIVO:04/2009.RegistroMSnº80424140002.
Material dirigido exclusivamente a profissionais habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.
uso compátivel com
lentes de contato2
facilita a colocação
e a retirada, e proporciona
conforto imediato Produzidoem:Abril/2013
Editorial
Prezado Leitor
O
tema que apresentamos, na Seção
Entrevista, nessa edição da revista
Oftalmo em evidências é uveítes.
A Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro
Frazão, fala sobre sua etiologia, grupos de
risco, opções terapêuticas, a importância de
considerar os fatores epidemiólogicos e suas
comorbidades.
Temos, também, a seção Highlights em
que a Profa. Dra. Mônica Alves ressalta as
principais novidades apresentadas no TFOS-
2013, evento realizado durante os 18 a 21
de setembro, na cidade de Taormina, Sicília,
na Itália, que tem como objetivo principal
promover conhecimento, atualização e
divulgar a pesquisas e avanços relacionados
ao filme lacrimal e à superfície ocular.
Boa leitura !
VOLUME 2
NÚMERO 3
outubro DE 2013
Material de distribuição exclusiva à classe médica.
Os anúncios veiculados nesta edição são de inteira
responsabilidade do anunciante.
O conteúdo desta publicação reflete, exclusivamente,
a opinião dos autores e não necessariamente a
opinião da Editora Omnifarma Ltda.
SUMÁRIO
ENTREVISTA
4
A relevância das uveítes
na prática clínica
Profa. Dra. Maria Auxiliadora
Monteiro Frazão
HIGHLIGHTS
12
7ª Conferência Internacional
sobre Filme Lacrimal e Superfície
Ocular: Ciência Básica e
Relevância Clínica
Profa. Dra. Mônica Alves
EDITORA OMNIFARMA LTDA.
Rua Capitão Otávio Machado, 410
São Paulo, SP - CEP 04718-000.
PABX: 55.11.5180-6169.
E-mail: atendimento@editoraomnifarma.com.br.
Diretor Executivo: Marcelo Valente. Diretor: José Eduardo Valente.
Gerente Administrativa: Karina Pinheiro. Assistente Administra-
tivo: Ellison Kleber Forner. Contato: Magali de Souza. Coordenador
de Produção: Edson Honorio. Diagramação: Fernando F. dos Santos.
Revisão: Thais Naufel. Jornalista: Daniela Almeida.
© 2013 Editora OMNIFARMA Ltda. Todos os direitos reservados e pro-
tegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte desta publicação
poderá ser reproduzida, sem autorização prévia, por escrito da Editora
OMNIFARMA Ltda., sejam quais forem os meios empregados: eletrôni-
cos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Cód. da
Publicação: 4081.2013.
4 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
A relevância das uveítes
na prática clínica
Conheça suas etiologias, classificação,
sintomas e tratamento
Otermo uveíte, originalmente emprega-
do para designar inflamações do tra-
to uveal, composto pela íris, corpo ciliar e
coroide, é atualmente utilizado como sinô-
nimo de inflamação intraocular.Acomete,
frequentemente, além dos tecidos supraci-
tados, a esclera, a retina, o nervo óptico e
o corpo vítreo.
A Professora Dra. Maria Auxiliadora Mon-
teiro Frazão, comenta sobre a doença, sua
etiologia, grupos de risco e opções tera-
pêuticas. Ela destaca a importância de se
considerar os fatores epidemiológicos nesta
enfermidade, além da sua presença como
comorbidade a outras doenças.
EXISTE UMA CLASSIFICAÇÃO PARA AS
UVEÍTES?
Sim. Embora em constante estudo para
seu aprimoramento, em 1987, o Inter-
nacional Uveitis Study Group (IUSG)
elaborou uma classificação e padroni-
zação da nomenclatura para uveítes,
o que trouxe grande auxílio na com-
preensão dos fatores relacionadas à
história natural da doença.
Esta afecção pode ser classificada
de acordo com a localização anatômica,
lateralidade, etiologia, curso e aspec-
to clínico. Portanto, do ponto de vista
anatômico, pode ser: anterior, quando
compromete a íris e o corpo ciliar; in-
Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro Frazão
CRM-SP 63.072
Doutora em Oftalmologia pela Universidade de São Paulo.
Chefe Setor de Uveítes da Santa Casa de São Paulo (1996-2011).
Presidente da Sociedade Brasileira de Uveítes (2006-2008).
Oftalmologista do Centro de Atendimento ao Paciente com Esclerose Múltipla (CATEM).
ENTREVISTA
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 5
termediária, quando afeta o
vítreo e a retina periférica;
posterior, quando a retina
e a coroide são comprome-
tidas; e difusa quando aco-
mete tanto a úvea anterior
como a posterior.
Segundo o curso e apre-
sentação clínica, pode ser,
respectivamente, aguda ou
crônica e granulomatosa ou
não granulomatosa. Segundo
a lateralidade, pode ser uni
ou bilateral e, do ponto de
vista etiológico, é classifica-
da em exógena e endógena.
As uveítes exógenas são
inflamações ou infecções
adquiridas ou secundárias
a traumatismos cirúrgicos
ou acidentais, com ou sem
perfuração ocular. O termo
uveíte endógena abrange um
contingente de doenças in-
flamatórias da úvea e estru-
turas adjacentes, nas quais
alterações imunológicas são
frequentes. Todavia, os agen-
tes causais, bem como os me-
canismos precisos para seu
desenvolvimento, permane-
cem desconhecidos. Assim,
a despeito dos avanços nos
campos de imunologia, mi-
crobiologia e biologia mo-
lecular, muitos casos de
uveítes permanecem sem
diagnóstico etiológico defi-
nido, presumindo-se natu-
reza autoimune. Entende-se
por autoimunidade falha dos
mecanismos de controle des-
sa resposta, que resulta em
autoagressão descontrolada.
QUAL É A SUA ETIOLOGIA?
Baseada no descrito acima,
a etiologia das uveítes é divi-
dida em causas infecciosas,
como toxoplasmose (que em
nosso meio é a principal cau-
sa de uveíte), sífilis, tuber-
culose, herpes vírus simplex
e zoster, toxocaríase, entre
outras, e não infecciosas
(autoimunes).
As uveítes de causa au-
toimunes dividem-se em um
espectro semelhante aos das
doenças autoimunes em ge-
ral. Existem síndromes nas
quais a uveíte é encontrada
como um dos componentes
da doença sistêmica, como
na artrite idiopática juvenil,
espondilite anquilosante, sín-
drome de Voght Koyanagi Ha-
rada, Doença de Behçet, vi-
tiligo e sarcoidose.
Outras doenças caracteri-
zam-se exclusivamente pela
inflamação ocular, como a
oftalmia simpática e uveítes
idiopáticas.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTO-
MAS DA UVEÍTE? ELES SÃO SEM-
PRE FACILMENTE PERCEPTÍVEIS?
Os sintomas apresentados
dependem de alguns fatores,
como localização anatômica,
extensão, intensidade da in-
flamação/infecção e presença
de dano tecidual instalado.
Assim, se a uveíte é so-
mente anterior, ocorre hipe-
remia, mais acentuada na
Uveíte posterior por toxoplasmose com lesão
cicatrizada (menor) e outra exsudativa.
Uveíte anterior aguda em paciente com espondilite anquilosante.
6 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
região perilímbica pela ciclite
(diferente da hiperemia difu-
sa observada na maioria dos
casos de conjuntivites), dor,
fotofobia, lacrimejamento e a
acuidade visual em geral não
está diminuída. Entretanto,
se houver reação intensa da
câmara anterior com grande
quantidade de células, flare,
humor aquoso fibrinoide ou
presença de edema de cór-
nea secundário (que pode
ser setorial, pela presença
de precipitados ceráticos,
descompensando o endoté-
lio naquele local, ou difuso,
por hipertensão intraocular),
a diminuição da acuidade vi-
sual pode ser expressiva.
Nas uveítes intermediá-
rias, tal diminuição depende-
rá da intensidade da inflama-
ção presente no humor vítreo
(HV) e se há presença de
edema cístico da mácula que
ocorre com frequência nesses
casos. Raramente o paciente
queixa-se de dor e a reação
da câmara anterior, quando
presente, é bastante leve.
Se o acometimento é uni-
camente posterior (coroide,
retina, nervo óptico), em ge-
ral, a dor permanece ausente
e a diminuição da visão pode
variar de extremamente leve
até intensa, dependendo da
extensão e localização da le-
são e consequente dano teci-
dual. Assim, lesões de dimen-
sões pequenas e na periferia
da retina praticamente são
assintomáticas. Já aquelas de
grandes dimensões que cau-
sam exsudação importante
para o HV, bem como as que
acometem áreas nobres da
visão, como mácula e nervo
óptico, ou levam ao desco-
lamento da retina, causam
deficiência visual relevante.
Nas uveítes difusas, como
todos os tecidos estão aco-
metidos, em geral há os sin-
tomas observados tanto nas
uveítes anteriores como nas
posteriores. O grau de com-
prometimento da visão de-
pende da apresentação clí-
nica, conforme descrevemos
para as uveítes que compro-
metem esta região.
Pelo exposto, uveítes an-
teriores leves ou posteriores
com lesões periféricas, de
pequenas dimensões e que
pouca exsudação causam, po-
dem passar desapercebidas
pelo oftalmologista, se este
não realizar um exame ocu-
lar criterioso, e até mesmo
pelo paciente.
Isso poderia explicar os
inúmeros pacientes que exa-
minamos nos consultórios
com pequenas lesões de reti-
nocoroidite cicatrizadas, que
ao questionarmos se já tive-
ram uveítes, desconhecem a
sua existência.
QUAL É A POPULAÇÃO MAIS CO-
MUMENTE ACOMETIDA PELA UVEÍ-
TE E POR QUÊ? COMO É FEITO
O DIAGNÓSTICO?
De uma forma geral, a uveí-
te é uma doença que afeta
uma porcentagem maior de
pacientes jovens. Porém, ela
pode se manifestar em qual-
quer faixa etária, de recém-
-nascidos a idosos, sendo que
algumas são características
de determinada faixa etária,
como aquela que acomete as
crianças com artrite idiopá-
tica juvenil.
Outra informação que de-
vemos ponderar é que al-
gumas doenças que cursam
com as uveítes, embora apre-
sentem distribuição mundial,
têm maior prevalência em
locais determinados, como
a toxoplasmose, que é endê-
mica e a principal causa de
uveítes no Brasil, e doença
de Behçet, que prevalece na
região oriental do Mediterrâ-
neo e da Ásia. Evidencia-se
assim a importância do fator
epidemiológico na etiologia
desta doença.
O procedimento para a
formulação de um diagnós-
“Outra informação que devemos ponderar é que
algumas doenças que cursam com as uveítes,
embora apresentem distribuição mundial, têm
maior prevalência em locais determinados, como
a toxoplasmose, que é endêmica e a principal
causa de uveítes no Brasil.”
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 7
tico etiológico das uveítes
baseia-se no tripé anamnese/
exame físico, exame ocular
completo (no qual definimos
sua características, pautadas
na classificação descrita aci-
ma) e, se necessário, exames
subsidiários.
Na anamnese devemos le-
var em conta não só a queixa
ocular atual do paciente, mas
também a história pregressa
e seus dados epidemiológi-
cos (naturalidade, sexo, raça,
idade).
O exame físico muitas ve-
zes conclui o diagnóstico,
como no caso do herpes zos-
ter com lesões na face. Ou-
tras vezes, nos ajuda a for-
mular hipóteses diagnósticas
para realizarmos exames la-
boratoriais dirigidos, como
nos casos da roséola, da
lues, das alterações articu-
lares, na artrite reumatoide,
do desconforto gastrointesti-
nal decorrente da doença de
Chron, e assim por diante.
Os exames laboratoriais
e/ou por imagem devem ser
solicitados para confirmar ou
afastar hipóteses diagnósti-
cas baseadas no quadro clí-
nico apresentado pelo pa-
ciente. Pedir uma série de
exames aleatoriamente, como
sorologias para uma série
de doenças infecciosas, sem
que haja um quadro clínico
sugestivo de determinada(s)
doença(s), não agrega qual-
quer benefício ao médico, no
que diz respeito ao seu racio-
cínio clínico, nem ao pacien-
te. O melhor exemplo disso
é tratar pacientes com uveí-
te anterior IgG+ para toxo-
plasmose, sem que haja re-
tinocoroidite, que é a lesão
característica desta doen-
ça. O IgG+ para toxoplas-
mose, assim como para uma
série de outras doenças, só
indicam que o paciente teve
contato pregresso com de-
terminado agente etiológico
e não tem significado clínico
isoladamente.
Ressalto que concluir um
diagnóstico em uveítes nem
sempre é fácil e, por vezes,
apesar de intensa investiga-
ção clínica e laboratorial, os
resultados são inconclusivos.
Nessa jornada, conseguimos
saber o que o paciente não
tem, mas permanecemos,
em cerca de 50% dos casos,
sem esclarecer a etiologia da
doença.
UVEÍTE É IGUAL A CONJUNTIVITE?
Não. Como o própria nomen-
clatura define, conjuntivite é
a inflamação da conjuntiva,
de etiologias múltiplas. Ca-
racteriza-se pela hiperemia,
em geral difusa, da conjunti-
va, tendo espectros diferen-
tes de apresentações clínicas
dependendo de sua causa
(viral, bacteriana, alérgica,
química, entre outras). Ge-
ralmente apresenta-se com
quemose e prurido intenso,
visão preservada, além dos
demais fatores inerentes a
cada agente causador, como
secreção purulenta nos casos
das bacterianas, por exem-
plo. É uma afecção externa
do olho.
As uveítes, como já expos-
to, dizem respeito à inflama-
ção do trato uveal, ou seja,
inflamação intraocular, apre-
sentando sinais e sintomas
diferentes da doença supra-
citada acima.
Cabe ressaltar, entretanto,
que a conjuntivite faz parte
do grupo de doenças que me-
recem realização de diagnós-
tico diferencial com uveítes,
uma vez que ambas apresen-
tam hiperemia ocular. Não é
infrequente recebermos no
consultório pacientes sendo
tratados como portadores de
conjuntivite, mas que, na rea-
lidade, padecem de uveítes.
A UVEÍTE PODE LEVAR A OUTRAS
DOENÇAS MAIS GRAVES, COMO
A CATARATA OU O GLAUCOMA?
NESSES CASOS, QUAL É A PRE-
“Ressalto que con-
cluir um diagnóstico em
uveítes nem sempre é
fácil e, por vezes, ape-
sar de intensa investi-
gação clínica e labora-
torial, os resultados são
inconclusivos.”
8 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
VENÇÃO E O TRATAMENTO, UMA
VEZ INSTALADO O QUADRO?
A catarata (mais frequen-
temente) e o glaucoma são
doenças que podem se desen-
volver como complicação das
uveítes.
A catarata secundária à
uveíte é denominada de “ca-
tarata complicada”, uma vez
que geralmente vem acompa-
nhada de alterações anatô-
micas do segmento anterior,
resultantes do processo infla-
matório, como sinéquias pos-
teriores, membranas, seclu-
sões e oclusões pupilares que
dificultam a realização da ci-
rurgia para sua extração.
Não há como preveni-la,
uma vez que, a despeito do
tratamento precocemente
instituído, ela se desenvol-
ve pela agressão de agentes
inflamatórios liberados na
doença, dentre eles as cito-
cinas, que são agressivas ao
cristalino. Além disso, o pró-
prio colírio de corticoide am-
plamente utilizado para tra-
tar a uveíte anterior possui
ação cataratogênica.
O seu tratamento é cirúr-
gico, realizado pelas técni-
cas de facoemulsificação e
implante de lentes intraocu-
lares, sempre que possível.
Há casos em que o implan-
te de lente intraocular tem
sabidamente mau prognós-
tico, como na artrite idiopá-
tica juvenil, razão pela qual
cada caso deve ser analisado
individualmente.
O glaucoma secundário,
mais comumente observa-
do como complicação das
uveítes anteriores, instala-
-se quando há presença de
alterações anatômicas do
segmento anterior que im-
pedem o escoamento nor-
mal do humor aquoso (HA)
como bloqueio pupilar (se-
clusão ou oclusão) ou siné-
quias anteriores periféricas
e/ou goniossinéquias (ambos
pré-trabeculares), com au-
mento irreversível da pressão
intraocular (PIO) aos níveis
observados anteriormente.
O tratamento do bloqueio
pupilar consiste em realizar
iridectomias a laser ou cirúr-
gicas para restabelecer o flu-
xo do HA para a câmara an-
terior. Já no segundo caso,
a cirurgia filtrante com anti-
metabólitos ou implantes de
drenagem estão indicados.
Importante observar que o
diagnóstico de glaucoma se-
cundário a uveítes só deve
ser firmado após excluído o
de uveíte hipertensiva, cujo
aumento da PIO é transitório
e causado pela obstrução me-
cânica por células inflamató-
rias, fibrina e edema da ma-
lha trabecular, e retorna ao
normal após tratamento do
processo inflamatório com
colírios de corticoide e hi-
potensores, se necessário.
O glaucoma corticogêni-
co deve sempre ser lembrado
como possível diagnóstico di-
ferencial, uma vez que o cor-
ticoide de uso tópico e/ou sis-
têmico é um dos pilares para
o tratamento das uveítes e
instituído na grande maioria
dos pacientes.
O PACIENTE COM UVEÍTE PODE
FAZER USO DE LENTES DE
CONTATO?
Durante o período de ativi-
dade do processo inflama-
tório é recomendável que o
uso de lentes de contato seja
suspenso. Ademais, devemos
nos lembrar que as lentes de
contato gelatinosas absorvem
colírios; desta forma, perde-
ríamos o parâmetro da con-
centração da droga que está
sendo absorvida pelo olho du-
rante o tratamento da doença.
Em pacientes com uveítes
pregressas tratadas, não há
contraindicação do uso de
lentes de contato.
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 9
Uveíte e gestação
A GESTANTE PODE PASSAR UVEÍTE PARA O FETO?
Esta pergunta não tem uma resposta direta.
A uveíte não é uma doença transmissível.
Portanto, a mãe não transmite a uveíte, ou
seja, a infecção intraocular para o feto. O que
pode ocorrer é da mãe ter se contaminado
com um agente que causou sua uveíte e o
transmitir através da placenta para o feto.
O risco de transmissão transplacentária,
de um agente para o feto, quando a mãe ad-
quire uma doença infecciosa pela primeira
vez na gestação, é alto. Se o feto vai desen-
volver uveíte dependerá de fatores como pe-
ríodo da gestação que houve a contaminação
e tipo de agente infeccioso.
COMO A MÃE PODE PREVENIR QUE SEU FILHO
ADQUIRA UVEÍTE NA GRAVIDEZ?
A principal medida para prevenir doenças
congênitas que podem causar uveíte é a rea-
lização do pré-natal durante toda a gestação.
Este acompanhamento, além do acompanha-
mento da evolução gestacional, inclui a rea-
lização de sorologias na mãe das principais
doenças que podem causar danos ao feto e
ao recém-nascido (por exemplo toxoplasmo-
se, sífilis, HIV, rubéola).
Além disso, a mãe deve tomar as precau-
ções inerentes que evitem a contaminação
de tais doenças.
ATÉ QUE IDADE UMA CRIANÇA PODE DESENVOLVER
UMA UVEÍTE PROVENIENTE DA GESTAÇÃO DA MÃE?
Na grande maioria dos casos, a doença se
manifesta no primeiro ano de vida (formas
precoces). As formas tardias da doença, como
na sífilis congênita, por exemplo, são raras
após o segundo ano de vida.
Cabe o comentário que muitos preconi-
zam que lesões de retinocoroidite por toxo-
plasmose em pacientes adultos e jovens que
revelam IgG+ e IgM- seriam manifestações
da forma congênita tardia da doença.
COMO SE PODE ADQUIRIR UVEÍTE SEM SER DA
FORMA CONGÊNITA?
A contaminação de doenças infecciosas pode
ser dividida, de forma geral, em: congênita
(via transplacentária) e adquirida (contami-
nação após o nascimento).
A forma como se adquire uma doença que
pode levar à uveíte, sem ser via transplacen-
tária, depende do mecanismo de contami-
nação específico de cada agente infeccioso.
São considerados como meios de conta-
minação: as relações sexuais (doenças se-
xualmente transmissíveis, como, por
exemplo, AIDS, sífilis e herpes sim-
plex 2), a ingestão de alimentos
contaminados (como na toxoplas-
mose), contato próximo com pes-
soas doentes (tuberculose, hanse-
níase e herpes simplex tipo 1), por
meio de inoculação no sangue hu-
mano por vetores (um exemplo é a
doença de Lyme, cujo vetor é o car-
rapato), a transfusão sanguínea,
além da forma traumática (trau-
ma perfurante ou não).
Com relação às doenças au-
toimunes que podem cursar
com as uveítes, não há meio
de contaminação externo,
mas mecanismos imunoló-
gicos e genéticos que pro-
vavelmente predisponham
seu desenvolvimento.
10 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
Tratamento
DOUTORA, POR FAVOR, DESCREVA AS PRINCIPAIS
MEDIDAS QUE DEVEM SER ADOTADAS COTIDIANA-
MENTE PELO PACIENTE COM UVEÍTE.
Como frequentemente ocorre lacrimejamen-
to nas uveítes, particularmente, advirto para
que o paciente não fique secando os olhos
com o mesmo lenço demasiadamente, pois
isso traumatiza as pálpebras e leva comu-
mente ao edema mecânico dessa estrutura.
O uso de óculos escuros minimiza os des-
confortos causados pela fotofobia e midríase
medicamentosa.
Ademais, o paciente deve seguir o tra-
tamento preconizado pelo especialista em
uveítes.
O QUE AS PRINCIPAIS DIRETRIZES NACIONAIS E
INTERNACIONAIS PRECONIZAM NO TRATAMENTO
DAS UVEÍTES?
As diretrizes preconizadas pela Socieda-
de Brasileira de Uveítes para o tratamento
das uveítes não difere daquelas que veem
sendo discutidas no exterior e relatadas na
literatura.
O Ministério da Saúde (portaria SAS MS
nº 498, 23 de abril de 2010) publicou o Proto-
colo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas nas
Uveítes Posteriores Não Infecciosas*
.
Preconiza-se que o tratamento das uveítes
posteriores não infecciosas busque a homeos-
tase imunológica do paciente. A principal
classe de medicamentos para se atingir tais
objetivos são os corticosteroides, represen-
tados pela prednisona.
Quando não se atinge o controle da doen-
ça com esse medicamento ou seus efeitos
adversos são intoleráveis, estão indicados
os imunossupressores.
As principais indicações para introdução
de drogas imunossupressoras são:
X Não resposta adequada à monoterapia
com corticoterapia;
X Toxicidade intolerável da corticoterapia
sistêmica;
X Indicação a longo prazo de corticotera-
pia sistêmica; e
X Uveíte de caráter agressivo e com rápi-
do comprometimento funcional.
Os fármacos indicados são a ciclospori-
na e azatioprina. Os pacientes submetidos à
terapia com esses medicamentos devem ser
avaliados mensalmente, clínica e laborato-
rialmente. Um dos critérios para sua suspen-
são é o controle da doença por pelo menos
um ano, porém, cada caso deve ser avaliado
pelo especialista que o está acompanhando.
Para as uveítes infecciosas, segue-se o
protocolo de tratamento para cada doença
(lues = penicilina cristalina, toxoplasmose =
sulfadiazina e daraprin, e assim por diante).
EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO,
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS TERAPIAS ADOTADAS?
O tratamento das uveítes pode ser tópico,
local e sistêmico e pode ser dividido didati-
camente em inespecífico e específico.
O tratamento inespecífico tem como obje-
tivo erradicar a dor, a inflamação e prevenir
suas complicações. A base desse tratamento
são os corticoides, que, na maioria dos casos,
respondem prontamente à sua instauração.
Nas uveítes anteriores instilamos colírios
de prednisolona, como o Ster®
, ou de dexa-
metasona, como o Dexanom®
, juntamente
com os cicloplégicos. A frequência das insti-
lações desses colírios depende da intensida-
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 11
“Nas uveítes anteriores instilamos
colírios de prednisolona, como o
Ster®
, ou de dexametasona, como
o Dexanom®
, juntamente com os
cicloplégicos”
de da reação inflamatória da câmara anterior
e pode ser até de hora em hora, se neces-
sário, inicialmente. A medida que verifica-
mos resposta a este tratamento, iniciamos
sua regressão progressiva. Os colírios com
associações de antibióticos com corticoides
como o Cylocort®
, somente são empregados
de rotina nos períodos pré e pós operatórios,
uma vez qua para o tratamento da inflama-
ção da câmara anterior não é necessário o
uso de antibióticos.
Para o tratamento das uveítes intermediá-
rias e posteriores, utilizamos o corticoide por
via oral. Em casos selecionados, nos quais
não há resposta ao tratamento sistêmico,
temos a opção das injeções subtenonianas
ou intravítreas de triancinolona.
Já o tratamento específico das uveítes,
nas infecciosas, consiste na administração da
medicação própria para combater o agente
infeccioso causador de cada doença (anti-
bióticos, antivirais, antifúngicos etc.), e nas
autoimunes a utilização drogas imunossu-
pressoras, como por exemplo, a ciclosporina,
a ciclofosfamida e a azatioprina. Mais recen-
temente, os agentes biológicos (anticorpos
monoclonais anti TNFα) têm se mostrados
uma opção promissora naqueles casos refra-
tários aos tratamentos convencionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Jabs DA, Rosenbaum JT, Foster CS, et al. Guidelines for the
use of immunosuppressive drugs in patients with ocular in-
flammatory disorders: recommendations of an expert panel.
Am J Ophthalmol. 2000;130(4):492-513.
2. BenEzra D, Cohen E, Chajek T, et al. Evaluation of conven-
tional therapy versus cyclosporine A in Behçet’s syndrome.
Transplant Proc. 1988:20(3 Suppl 4):136-43.
3. Whitcup SM, Salvo EC Jr, Nussenblatt RB. Combined cyclospo-
rine and corticosteroid therapy for sight- threatening uveitis
in Behçet’s disease. Am J Ophthalmol. 1994;118(1):39-45.
4. Jap A, Chee SP. Immunosuppressive therapy for ocular dis-
eases. Curr Opin Ophthalmol. 2008;19(6):535-40.
5. Michel SS, Ekong A, Baltatzis S, Foster CS. Multifocal cho-
roiditis and panuveitis: immunomodulatory therapy. Oph-
thalmology. 2002;109(2):378-83.
6. Vitale AT, Rodriguez A, Foster CS. Low-dose cyclosporine
therapy in the treatment of birdshot retinochoroidopathy.
Ophthalmology. 1994;101(5):822-31.
7. Bloch-Michel E, Nussenblatt RB. International Uveitis Group
recommenda- tions for the evaluation of intraocular inflam-
matory disease. Am J Ophthalmol 1987;103:234-5.
8. Benitah NR, Sobun L, Papaliodis GN. The use of biologic
agents in the treatment of ocular manifestation oh Behçet
Disease. Semin Ophthalomol. 2011;;26(4-5):295-303.
9. Cheema RA, Al-Askar E, Cheema HR. Infliximab therapy for
idiopathic retinal vasculitis, aneurysm, and neuroretinitis
syndrome. J Ocul Pharmacol Ther. 2011;27(4):407-10.
10. Herpetic Eye Disease Study Group. Acyclovir for the preven-
tion of recurrent herpes simplex virus eye disease. N Engl J
Med. 1998;339:300–6.
11. Almeida G, Cohen Re Frazão S M A. Glaucoma Secundário
as Uveítes. In Oréfice F. Uveíte Clínica e Cirúrgica,Texto e
Atlas. Vol II, Ed Cultura Médica 2000:821-29.
*Consultores: Jacobo Melamed, Felipe Diligenti, Bárbara Corrêa
Krug e Karine Medeiros Amaral. Editores: Paulo Dornelles Picon,
Maria Inez Pordeus Gadelha e Alberto Beltrame. Os autores de-
clararam ausência de conflito de interesses.
12 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
7ª Conferência Internacional
sobre Filme Lacrimal e
Superfície Ocular: Ciência
Básica e Relevância Clínica
Taormina 2013
F
oi realizada, entre os dias 18 e 21
de setembro de 2013, na cidade
de Taormina, na Sicília, Itália, a
7ª
Conferência Internacional sobre
Filme Lacrimal e Superfície Ocular,
que marcou o encontro dos mais ex-
pressivos pesquisadores e especialistas
em superfície ocular de todo mundo.
O evento, que acontece a cada dois
anos, é organizado pela Sociedade de
Superfície Ocular e Filme Lacrimal
(TFOS - www.terarfilm.org) e tem como
objetivo principal promover conheci-
mento e atualização nos mais relevan-
tes assuntos relacionados ao filme la-
crimal e à superfície ocular e divulgar
a pesquisa e os avanços que vêm sendo
obtidos nessa área.
O PAPEL DA TEAR FILM AND OCULAR SUR-
FACE SOCIETY
A TFOS foi fundada pelo renomado pes-
quisador David Sullivan, do Schepens
Eye Research Institute e Havard Me-
dical School, e conta com membros no
mundo todo.
Ao longo de sua existência, a TFOS,
além do apoio e incentivo à pesquisa e
divulgação de conhecimento, tem pro-
movido consensos importantíssimos,
através dos quais os aspectos mais re-
HIGHLIGHTS
Profa. Dra. Mônica Alves
CRM-SP 95.442
Docente da Disciplina de Oftalmologia da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas.
Doutora pela Unicamp.
Pós-Doutorado pela Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 13
levantes e controversos são analisados e as
publicações resultantes passam a nortear a
pesquisa e a prática clínica.
O consenso sobre olho seco (Dry Eye Wor-
shop – DEWS, 2007) reuniu diversos espe-
cialistas, coletando, padronizando e atuali-
zando informações sobre olho seco em todos
os seus aspectos, tais como, como conceito,
critérios diagnósticos, fisiopatologia, classi-
ficação terapêutica e diretrizes para execu-
ção de estudos clínicos. O resultado dessa
força tarefa foi publicado em 2007, como
um volume completo da revista The Ocular
Surface, e tem acesso pelo site: http://www.
tearfilm.org/dewsreport/pdfs.
Sob os mesmos moldes, conclui-se em
2011 o consenso sobre disfunção das glân-
dulas de meibômio (Meibomian Gland Dis-
function Report – MGD, 2011) publicado na
revista Investigative Ophthalmology and Vi-
sual Science – IOVS, com acesso pelo site:
http://www.iovs.org/content/52.full.pdf, que
traz uma ampla revisão sobre essa condição
que tem sido reportada como uma das prin-
cipais causas de olho seco.
Diversos esforços da comunidade cientí-
fica internacional têm sido dirigidos ao en-
tendimento da composição, função e regu-
lação do filme lacrimal, bem como as suas
interações com a superfície ocular. Vários
estudos têm demostrado que o filme lacrimal
desempenha um papel fundamental na ma-
nutenção e integridade do epitélio da córnea
e conjuntiva, nutrindo, protegendo contra
invasão microbiana e garantindo qualidade
da visão. Em contraponto ao funcionamento
harmônico e integração do filme lacrimal com
a superfície ocular, a deficiência aquosa e os
quadros evaporativos que levam à síndrome
do olho seco apresentam alta prevalência em
todo mundo e diversos fatores associados.
Extensivamente estudado e discutido nessa
conferência, o olho seco representa ainda
um grande desafio, tanto no entendimento
pleno dos seus mecanismos fisiopatológicos
quanto na grande variabilidade dos testes
diagnósticos, e, principalmente, na carência
de agentes terapêuticos.
7ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL TFOS
O principal objetivo da Conferência TFOS é
promover o intercâmbio de informações que
serão valiosas tanto para pesquisadores nas
áreas básicas e indústria farmacêutica, além
de oftalmologistas envolvidos na prática clí-
nica, bem como para empresas que buscam
desenvolvimento de ferramentas diagnósti-
cas para as disfunções de superfície ocular
e do filme lacrimal. Esse evento contou com
participantes de 41 países, incluindo Alema-
nha, Algéria, Argentina, Austrália, Áustria,
Bélgica, Brasil, Bulgária, Canada, China, Co-
reia do Sul, Croácia, Dinamarca, Espanha,
Estados Unidos, Finlândia, França, Georgia,
Grécia, Hungria, Índia, Inglaterra, Itália, Ja-
pão, Holanda, Nova Zelândia, Nigéria, No-
ruega, Polônia, Portugal, República Tcheca,
Romênia, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça,
Tailândia, Taiwan, Turquia, Uruguai e Vene-
zuela. Além disso, a TFOS premiou 14 jovens
pesquisadores pela relevância de seus tra-
balhos apresentados.
14 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
Aspectos mais relevantes abordados
durante a 7ª conferênciaTFOS
NOVAS PROTEÍNAS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO
PARA DOENÇAS DA SUPERFÍCIE OCULAR E FILME
LACRIMAL
Na primeira sessão da conferência foram
apresentados trabalhos baseados em medi-
cina translacional sobre evidências de no-
vas proteínas e as perspectivas futuras para
tratamento de disfunções do filme lacrimal
e superfície ocular. O proteoglicano 4, des-
crito como lubricina, é uma glicoproteína da
superfície ocular recentemente descoberta
que teria potencial de ligação da superfície
ocular com lubrificantes e com polímeros
de lentes de contato, proporcionando, as-
sim, menor atrito palpebral e maior confor-
to. Outro estudo apresentou o TFF-3 (Trefoil
Fator Family - 3), que compreende peptídeos
que interagem com as mucinas e podem in-
fluenciar a viscosidade do muco e promover
migração epitelial, resposta imune e antia-
poptótica (de acordo estudos in vitro e em
modelos animais), tendo, assim, potencial te-
rapêutico para doenças da superfície ocular.
Foram apresentados ainda estudos in vi-
tro de biocompatibilidade e retenção e inte-
ração de polímeros proteicos derivados do
tromboelastano, os quais têm potencial para
carrear possíveis mediadores terapêuticos.
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 15
DISFUNÇÃO DAS GLÂNDULAS DE MEIBÔMIO (DGM)
A função das glândulas de meibômio e seu
o papel na regulação e manutenção do filme
lacrimal têm sido extensivamente estuda-
dos. A produção e secreção de lípides pelas
glândulas meibomianas promove estabilida-
de do filme lacrimal e previne evaporação
da lágrima e, consequentemente, a sua dis-
função desencadeia quadros evaporativos
que têm sido considerados a principal causa
de olho seco. O pesquisador David Sullivan
apresentou grandes avanços e descobertas
no entendimento dos mecanismos regulató-
rios das glândulas de meibômio desenvol-
vidos na sua linha de pesquisa. O grupo,
liderado por David, conseguiu imortalizar
células epiteliais de glândulas de meibômio
humanas em cultura, mantendo seu cariótipo
normal, e avaliar a resposta dessas células a
diversos agentes. Alterações na proliferação,
diferenciação, sinalização celular, expressão
gênica e lipogênese em resposta a estímulos
hormonais, fatores de crescimento, neuro-
transmissores, toxinas bacterianas e anti-
bióticos têm sido estudadas e representam
um modelo pré-clínico para desenvolvimento
de novas drogas. Um modelo de disfunção
meibomiana in vitro foi criado através da
exposição dessas células imortalizadas da
glândula de meibômio em cultura à isotre-
tinoina, um agente reconhecido como fator
de risco para DGM. Células tratadas com
isotretinoina apresentam redução da ativa-
ção de mediadores de manutenção celular,
inibição de proliferação e consequente morte
celular. Em outros estudos foram identifica-
dos ainda genes das glândulas de meibômio
possivelmente responsáveis pela disfunção
e possíveis alvos terapêuticos.
Ainda nessa sessão, Kelly Nichols, coor-
denadora do relatório sobre disfunção das
glândulas de meibômio realizado em 2011,
apresentou uma atualização sobre os princi-
pais aspectos da DGM, número de citações
da publicação e o impacto desse trabalho nas
pesquisas subsequentes dessa área.
NOVOS PARADIGMAS SOBRE SENSIBILIDADE CÓRNEA:
REPARO E REGENERAÇÃO DE SUPERFÍCIE OCULAR
A síndrome do olho seco é caracterizada
pela deficiência de produção aquosa e/ou
aumento da evaporação do filme lacrimal,
os quais desencadeiam o ressecamento da
superfície e os sinais e sintomas dessa dis-
função. Entretanto, muitos pacientes apre-
sentam importante disparidade na intensi-
dade de sintomas reportados e nos sinais
encontrados ao exame clínico. Em pacientes
portadores de disfunção das glândulas de
meibômio nos quais a instabilidade do filme
lacrimal é decorrente de deficiência lipíca,
há um aumento na taxa de evaporação da
lágrima, muitas vezes sendo os sintomas ir-
ritativos desproporcionais aos achados de
comprometimento do epitélio ou do volume
lacrimal. O professor Perry Rosenthal enfa-
tizou o papel da ativação de termorrecep-
tores da família TRPM8 na gênese da dor e
do desconforto. Esses receptores, presentes
16 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
na superfície ocular, são ativados por peque-
nas variações de temperatura que acontecem
quando a lágrima evapora e a espessura do
filme lacrimal diminui, o que desencadeia
uma resposta de aumento do piscar e la-
crimejamento reflexo. Em pacientes muito
sintomáticos, nos quais a superfície ocular
apresenta bons parâmetros de integridade
epitelial e filme lacrimal, deve-se considerar
ainda possibilidade de neuropatia periférica,
participação da inflamação de superfície na
ativação de nocirreceptores (neuroinflama-
ção) e até mesmo ativação via sistema ner-
voso central. Essas são situações ainda de-
safiadoras para médicos e pacientes. Nessa
sessão foi discutido ainda o papel das lentes
esclerais no controle de sintomas e proteção
da superfície em pacientes com olho seco
evaporativo, uma modalidade terapêutica
com bons resultados.
TRANSPLANTE DE CULTURA DE CÉLULAS LIMBARES
E REGENERAÇÃO DE SUPERFÍCIE
O grupo italiano representado pela Dra.
Pellegrini apresentou resultados de longo
prazo do estudo prospectivo multicêntrico
que avaliou 152 pacientes com queimaduras
químicas severas tratados com enxerto de
células limbares autólogas cultivadas em fi-
brina. De acordo com parâmetros clínicos, o
sucesso terapêutico foi atingido em 66,05%
dos casos, seguido de parcial em 19,14% e
falência em 14,81%. Os autores concluíram,
pelo seguimento e avaliação desses pacien-
tes, que a qualidade do enxerto e o resultado
na regeneração epitelial dependem do núme-
ro de células holoclones com alta expressão
do fator de transcrição p63, detectadas antes
do enxerto, e que os enxertos de culturas de
células limbares são uma alternativa segura
e eficaz no tratamento de condições de ex-
tensa destruição da superfície ocular, como
nas queimaduras alcalinas.
CAMPANHA BLINKING AROUND THE WORLD
Com objetivo de promover a conscientização
sobre a importância do piscar para a renova-
ção do filme lacrimal e manutenção de uma
superfície ocular saudável, a TFOS inova no
lançamento da campanha Blinking around
the world (http://www.blinkaroundtheworld.
com). A diretora executiva da TFOS, Amy
Gallant Sullivan, apresentou o vídeo pro-
mocional da campanha, criado a partir de
vídeos enviados de todas as partes do mun-
do. Profissionais, pesquisadores e pacientes
estão unidos nessa campanha para reforçar
Volume 02 | No
03 | outubro/2013 17
a importância do simples ato de piscar para
garantir o conforto e proteger os olhos atra-
vés da renovação do filme lacrimal. A TFOS
e seus membros celebram essa campanha
no site, onde os vídeos podem ser acessa-
dos e novos podem ser enviados; também
acontece o lançamento da música “Blinking
Around The World”, pela cantora italiana Sa-
brina Zappia, disponível pelo iTunes e ama-
zon.com, para arrecadação de fundos para a
campanha.
CONSENSO SOBRE DESCONFORTO E LENTES DE
CONTATO (WWW.TEARFILM.ORG/TFOSCLDREPORT/
INDEX.HTM)
O desconforto relacionado ao uso de lentes
de contato é uma das principais causas de
insatisfação e descontinuidade de uso repor-
tada pelos usuários. Essa condição afeta a
qualidade de vida de milhares de pessoas
em todo mundo e não há ainda um consenso
sobre os principais aspectos relacionados à
definição, classificação, epidemiologia, etio-
logia, diagnóstico e tratamento. Com esse
objetivo, a TFOS lançou seus empenhos na
realização de um consenso sobre descon-
forto e lentes de contato, com duração pre-
vista de 18 meses e 79 participantes de vá-
rias partes do mundo, envolvidos tanto em
pesquisa clínica como em ciências básicas.
Foram estabelecidos 11 subcomitês que fa-
rão a revisão de pub licações e avaliação do
nível de evidência dessas informações, que
serão apresentadas em fóruns abertos para
discussão. A realização desse consenso tem
patrocínio da TFOS e de várias indústrias
farmacêuticas.
18 Volume 02 | No
03 | outubro/2013
Esse grupo de especialistas tem como missão:
X Conduzir avaliação baseada em evidên-
cia sobre desconforto e saúde ocular re-
lacionados à lentes de contato;
X Desenvolver entendimento sobre defini-
ção, classificação, epidemiologia e neu-
robiologia do desconforto relacionado ao
uso de lentes de contato em subcomitês
pré-estabelecidos;
X Avaliar o papel dos materiais, desenho
das lentes de contato, bem como produ-
tos e soluções de cuidado na etiologia
do desconforto;
X Avaliar biocompatibilidade das lentes de
contato com a superfície ocular e filme
lacrimal;
X Desenvolver normatização para estudos
clínicos, incluindo parâmetros para ava-
liação do desconforto relacionado ao uso
de lentes de contato;
X Desenvolver recomendações para ava-
liação e tratamento e recomendações
para pesquisa e inovações nessa área.
Durante o evento, o coordenador do con-
senso, Jack Nichols, apresentou o desenho
do estudo e trabalhos preliminares do grupo.
Pode ser usado
com lentes
de contato1
15 mL 10 mL
Nova
Apresentação
Restaura
o conforto
ao piscar1
“LACRIFILM®
ÉUMMEDICAMENTO.SEUUSOPODETRAZERRISCOS.PROCUREOMÉDICOEOFARMACÊUTICO.LEIAABULA.”
CONTRAINDICAÇÕES: o produto está contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade a qualquer
componentedafórmula.INTERAÇÃOMEDICAMENTOSA:nãoseconheceminteraçõesmedicamentosas.
Referências Bibliográficas: 1) Bula do Produto: Lacrifilm®
. 2) Noecker R. Ophthalmic preservatives: considerations for long-term use in patients with dry eye or glaucoma. Rev Ophthalmol 2001; June: 1-10. 3) Chalmers RL. Hydrogen peroxide in anterior segment physiology: a literature review. Optom Vis
Sci1989;66:796-803.7.
Lacrifilm®
.(carmelose sódica).Solução Oftálmica Estéril.FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO: Solução Oftálmica Estéril 5mg/mL:embalagem contendo frasco de 10 mL ou 15 mL.USO ADULTO.USO OFTÁLMICO.COMPOSIÇÃO:Cada
mL contém:carmelose sódica-5 mg .Veículo:cloreto de sódio, fosfato de sódio, ácido bórico, perborato de sódio, ácido clorídrico e água para injetáveis.INFORMAÇÕES AO PACIENTE.AÇÃO ESPERADA DO MEDICAMENTO:Lacrifilm®
é uma solução
que apresenta composição muito semelhante à composição das lágrimas naturais. Este medicamento é indicado para melhorar a irritação, ardor e secura ocular, que podem ser causados pela exposição ao vento, sol, calor, ar seco, e para melhorar o
desconforto que pode estar associado com a utilização de lentes de contato.REAÇÕES ADVERSAS: Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis.TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES: Lacrifilm®
é contraindicado nos casos de alergia a qualquer componente do medicamento. NÃO USE REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA A SAÚDE.
INDICAÇÕES: Lacrifilm®
é indicado para melhorar a irritação, ardor e secura ocular, que podem ser causados pela exposição ao vento, sol, calor, ar seco, e também como protetor contra irritações oculares. É também indicado como lubrificante e re-
umidificante durante o uso de lentes de contato. CONTRAINDICAÇÕES: O produto está contraindicado nos casos de alergia a qualquer componente do medicamento. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Evite o contato do conta-gotas do frasco com
qualquer superfície para evitar contaminação.Não permitir que a ponta do frasco entre em contato direto com os olhos.Mantenha a tampa do frasco bem fechada após o seu uso.Manter o produto fora do alcance das crianças.Armazenar em temperatura
ambiente.Em caso de aparecimento de dor, alterações da visão, ou se ocorrer piora ou persistência da vermelhidão, ou da irritação dos olhos, por mais de 72h após início de uso do produto, descontinuar o tratamento e procurar auxílio médico.Não utilizar
o produto se ocorrer modificação da coloração da solução ou se a solução se tornar turva.Produto de uso exclusivo em adultos.O uso em crianças representa risco à saúde.INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:Não são conhecidas interações com
outros medicamentos.REAÇÕES ADVERSAS: Não foram detectadas reações adversas com o uso do Lacrifilm®
. POSOLOGIA: Aplicar 1 a 2 gotas no(s) olhos(s) afetado(s), tantas vezes quantas forem necessárias.SIGA CORRETAMENTE O MODO
DE USAR,NÃO DESAPARECENDO OS SINTOMAS PROCURE ORIENTAÇÃO MÉDICA.Registro MS - 1.0497.1289.
Alívio imediato e prolongado do ardor e da secura ocular1
Sem riscos de lesões induzidas pelos conservantes2,3
Material destinado exclusivamente à classe médica.
Produzidoem:Fevereiro/2013RondaPropaganda
O cuidado
com seus olhos
pode mudar
Referência Bibliográfica: 1) Bula do produto: Blephagel®
.
SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.
Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação.
®
RondaPropaganda
UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL S/A
Divisão GENOM
BLEPHAGEL®
Gel hipoalergênico.Higiene diária das pálpebras e dos cílios.Tubo de 40 g.Conteúdo: Gel para a higiene
das pálpebras e dos cílios.Tubo de 40 g e 100 compressas.Composição: Aqua, poloxamer 188, PEG-90, sodium borate,
carbomer, methylparaben.Indicações: BLEPHAGEL®
, gel hipoalergênico, demaquilante, cuida suavemente da limpeza da
área dos olhos.Pode ser recomendado aos utilizadores de lentes de contato.Propriedades:BLEPHAGEL®
, hipoalergênico
(formulado para minimizar os riscos de reação alérgica), sem perfume, não é gorduroso, limpa de forma adequada as
pálpebras. A sua fórmula: • Facilita a aderência do produto; • Produz uma agradável sensação de frescor, descongestionando
as pálpebras e respeitando o pH da pele;• Não deixa resíduos.Precauções de utilização:• Produto destinado a aplicação sobre
as pálpebras e cílios, não aplicar no olho; • Não utilizar em crianças. NÃO USAR EM PELE LESIONADA OU IRRITADA.Modo
de usar: Em média duas vezes por dia, de manhã e à noite, ou quantas vezes seja necessária a limpeza das pálpebras. 1)
Aplicar uma pequena quantidade de BLEPHAGEL®
sobre uma gaze limpa e macia.2) Frente ao espelho, aplicar com delicadeza
a gaze sobre as pálpebras e a base dos cílios com o olho fechado. 3) Passar suavemente, várias vezes a gaze com o
BLEPHAGEL®
sobre as pálpebras e a base dos cílios, friccionar com pequenos movimentos circulares a fim de retirar todos os
resíduos. 4) Eliminar o BLEPHAGEL®
restante com a ajuda de uma gaze limpa. 5) Repetir cada etapa para o outro olho
utilizando sempre gazes limpas.Reg.M.S.nº 2.5203.0006.Importado por: UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL
S/A. Rua Cel. Luiz Tenório de Brito, 90 – Embu-Guaçu – SP – CEP 06900-000 – SAC 0800 11 1559 – CNPJ
60.665.981/0001-18 – Farm.Resp.:Daniela Batista Paiva – CRF-MG nº 20617.Fabricado por:LABORATOIRES
THÉA – 12, rue Louis Blériot – 63017 CLERMONT-FERRAND Cedex 2 – FRANCE / FRANÇA.
ProduzidoemJunho/20125500435-REVISTAOFTEVIDENCIAS5–OUT/13

More Related Content

Similar to Revista Oftalmo em Evidências 3

Revista Oftalmo em Evidências 1
Revista Oftalmo em Evidências 1Revista Oftalmo em Evidências 1
Revista Oftalmo em Evidências 1uniaoquimica
 
Otite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosOtite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosLívea Maria Gomes
 
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Eli Paula
 
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL  QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL  QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...Francisca Maria
 
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGuia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGNEAUPP.
 
40 laserterapia bucal no tratamento oncológico
40   laserterapia bucal no tratamento oncológico40   laserterapia bucal no tratamento oncológico
40 laserterapia bucal no tratamento oncológicoONCOcare
 
Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Hygor Malheiros
 
Revista Oftalmo em Evidências 4
Revista Oftalmo em Evidências 4Revista Oftalmo em Evidências 4
Revista Oftalmo em Evidências 4uniaoquimica
 
Manual do Espondilítico
Manual do EspondilíticoManual do Espondilítico
Manual do Espondilíticopepontocom
 
Aula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfAula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfCarolinaMalburg2
 
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp0140 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01Eliziario Leitão
 
Artigo avaliação do pé dabetico
Artigo avaliação do pé dabetico Artigo avaliação do pé dabetico
Artigo avaliação do pé dabetico Johannes Oliveira
 
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...Nadia Morais Tonussi
 
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicas
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicasContaminantes químicos intoxicação por substâncias químicas
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicasJoão Siqueira da Mata
 
Tese Paralisia Facial
Tese Paralisia FacialTese Paralisia Facial
Tese Paralisia Facialrenataformiga
 

Similar to Revista Oftalmo em Evidências 3 (20)

Revista Oftalmo em Evidências 1
Revista Oftalmo em Evidências 1Revista Oftalmo em Evidências 1
Revista Oftalmo em Evidências 1
 
Otite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosOtite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatos
 
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
Monografia: Iatrogenias em Unidade de Terapia Intencia
 
Técnicas assépticas e Infecções
Técnicas assépticas e Infecções Técnicas assépticas e Infecções
Técnicas assépticas e Infecções
 
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL  QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL  QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...
DERMATITE DE CONTATO: UMA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ACOMETE OS PROFISSIONAIS DE...
 
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridasGuia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
Guia practica sobre a utilizacao de antissepticos no cuidado das feridas
 
40 laserterapia bucal no tratamento oncológico
40   laserterapia bucal no tratamento oncológico40   laserterapia bucal no tratamento oncológico
40 laserterapia bucal no tratamento oncológico
 
Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica
 
Reovirose art19
Reovirose   art19Reovirose   art19
Reovirose art19
 
Revista Oftalmo em Evidências 4
Revista Oftalmo em Evidências 4Revista Oftalmo em Evidências 4
Revista Oftalmo em Evidências 4
 
Manual do Espondilítico
Manual do EspondilíticoManual do Espondilítico
Manual do Espondilítico
 
Aula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfAula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdf
 
Apresentacao2 cancerbucal-130424123419-phpapp02
Apresentacao2 cancerbucal-130424123419-phpapp02Apresentacao2 cancerbucal-130424123419-phpapp02
Apresentacao2 cancerbucal-130424123419-phpapp02
 
Joana_Câncer_bucal_tabagismo
Joana_Câncer_bucal_tabagismoJoana_Câncer_bucal_tabagismo
Joana_Câncer_bucal_tabagismo
 
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp0140 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01
40 laserterapiabucalnotratamentooncolgico-121105075120-phpapp01
 
Artigo avaliação do pé dabetico
Artigo avaliação do pé dabetico Artigo avaliação do pé dabetico
Artigo avaliação do pé dabetico
 
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...
Apresentação TCC - Penfigoide Mucoso: Relato de casos com destauqe para o tra...
 
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicas
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicasContaminantes químicos intoxicação por substâncias químicas
Contaminantes químicos intoxicação por substâncias químicas
 
Tese Paralisia Facial
Tese Paralisia FacialTese Paralisia Facial
Tese Paralisia Facial
 
Erisipela
ErisipelaErisipela
Erisipela
 

Revista Oftalmo em Evidências 3

  • 1. VOLUME 2 NÚMERO 3 Outubro DE 2013 ENTREVISTA Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro Frazão HIGHLIGHTS Profa. Dra. Mônica Alves A relevância das uveítes na prática clínica 7ª Conferência Internacional sobre Filme Lacrimal e Superfície Ocular: Ciência Básica e Relevância Clínica
  • 2. Barreira microporosa1 Evita o uso de conservantes memBrana filtrante de 0,2µ1 tuBo flexível e ergonômico1 gotas caliBradas (30µl)1 Doses precisas Até 2 meses de utilização após aberto2 ReferênciasBibliográficas:1)PatentedeLaboratoiresThéa.2)Buladoproduto:Hyabak.RegistroMSnº8042140002. HYABAK® .Soluçãosemconservantesparahidrataçãoelubrificaçãodosolhoselentesdecontacto.FrascoABAK® .COMPOSIÇÃO:Hialuronatodesódio0,15g.Cloretodesódio,trometamol,ácidoclorídrico,águaparapreparaçõesinjetáveisq.b.p.100mL.NOMEEMORADADOFABRICANTE:LaboratoiresThéa,12rueLouis Blériot,63017CLERMONT-FERRANDCEDEX2-França.QUANDOSEDEVEUTILIZARESTEDISPOSITIVO:HYABAK® contémumasoluçãodestinadaaseradministradanosolhosounaslentesdecontato.Foiconcebido:•Parahumedecimentoelubrificaçãodosolhos,emcasodesensaçõesde securaoudefadigaocularinduzidasporfatoresexteriores,taiscomo,ovento,ofumo,apoluição,aspoeiras,ocalorseco,oarcondicionado,umaviagemdeaviãoouotrabalhoprolongadoàfrentedeumecrãdecomputador.•Nosutilizadoresdelentesdecontato,permitealubrificaçãoea hidrataçãodalente,comvistaafacilitaracolocaçãoearetirada,eproporcionandoumconfortoimediatonautilizaçãoaolongodetodoodia.GraçasaodispositivoABAK® ,HYABAK® permitefornecergotasdesoluçãosemconservantes.Pode,assim,serutilizadocomqualquertipodelente decontato.Aausênciadeconservantespermiteigualmenterespeitarostecidosoculares.ADVERTÊNCIASEPRECAUÇÕESESPECIAISDEUTILIZAÇÃO:•Evitartocarnosolhoscomapontadofrasco.•Nãoinjetar,nãoengolir.Nãoutilizeoprodutocasooinvólucrodeinviolabilidade estejadanificado.MANTERFORADOALCANCEDASCRIANÇAS.INTERAÇÕES:Éconvenienteaguardar10minutosentreaadministraçãodedoisprodutosoculares.COMOUTILIZARESTEDISPOSITIVO:POSOLOGIA:1gotaemcadaolhoduranteodia,semprequenecessário. Nosutilizadoresdelentes:umagotaemcadalenteaocolocareretiraraslentesetambémsemprequenecessárioaolongododia.MODOEVIADEADMINISTRAÇÃO:INSTILAÇÃOOCULAR.STERILEA-Paraumautilizaçãocorretadoprodutoénecessárioteremcontadeterminadas precauções:•Lavarcuidadosamenteasmãosantesdeprocederàaplicação.•Evitarocontatodaextremidadedofrascocomosolhosouaspálpebras.Instilar1gotadeprodutonocantodosacolacrimalinferior,puxandoligeiramenteapálpebrainferiorparabaixoedirigindooolharpara cima.Otempodeapariçãodeumagotaémaislongodoquecomumfrascoclássico.Taparofrascoapósautilização.Aocolocaraslentesdecontato:instilarumagotadeHYABAK® naconcavidadedalente.FREQUÊNCIAEMOMENTOEMQUEOPRODUTODEVESERADMINISTRADO: Distribuirasinstilaçõesaolongododia,conformenecessário.EFEITOSNÃOPRETENDIDOSEINCÔMODOS(EFEITOSINDESEJÁVEIS):Rarapossibilidadedeligeirasirritaçõesoculares.CONSERVAÇÃODEDISPOSITIVO:NÃOEXCEDEROPRAZOLIMITEDEUTILIZAÇÃO,INDICADO NAEMBALAGEMEXTERIOR.PRECAUÇÕESESPECIAISDECONSERVAÇÃO:Conservaraumatemperaturainferiora25ºC.Depoisdeaberto,ofrasconãodeveserconservadomaisde8semanas.DATADEREVISÃODESTEFOLHETOINFORMATIVO:04/2009.RegistroMSnº80424140002. Material dirigido exclusivamente a profissionais habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos. uso compátivel com lentes de contato2 facilita a colocação e a retirada, e proporciona conforto imediato Produzidoem:Abril/2013
  • 3. Editorial Prezado Leitor O tema que apresentamos, na Seção Entrevista, nessa edição da revista Oftalmo em evidências é uveítes. A Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro Frazão, fala sobre sua etiologia, grupos de risco, opções terapêuticas, a importância de considerar os fatores epidemiólogicos e suas comorbidades. Temos, também, a seção Highlights em que a Profa. Dra. Mônica Alves ressalta as principais novidades apresentadas no TFOS- 2013, evento realizado durante os 18 a 21 de setembro, na cidade de Taormina, Sicília, na Itália, que tem como objetivo principal promover conhecimento, atualização e divulgar a pesquisas e avanços relacionados ao filme lacrimal e à superfície ocular. Boa leitura ! VOLUME 2 NÚMERO 3 outubro DE 2013 Material de distribuição exclusiva à classe médica. Os anúncios veiculados nesta edição são de inteira responsabilidade do anunciante. O conteúdo desta publicação reflete, exclusivamente, a opinião dos autores e não necessariamente a opinião da Editora Omnifarma Ltda. SUMÁRIO ENTREVISTA 4 A relevância das uveítes na prática clínica Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro Frazão HIGHLIGHTS 12 7ª Conferência Internacional sobre Filme Lacrimal e Superfície Ocular: Ciência Básica e Relevância Clínica Profa. Dra. Mônica Alves EDITORA OMNIFARMA LTDA. Rua Capitão Otávio Machado, 410 São Paulo, SP - CEP 04718-000. PABX: 55.11.5180-6169. E-mail: atendimento@editoraomnifarma.com.br. Diretor Executivo: Marcelo Valente. Diretor: José Eduardo Valente. Gerente Administrativa: Karina Pinheiro. Assistente Administra- tivo: Ellison Kleber Forner. Contato: Magali de Souza. Coordenador de Produção: Edson Honorio. Diagramação: Fernando F. dos Santos. Revisão: Thais Naufel. Jornalista: Daniela Almeida. © 2013 Editora OMNIFARMA Ltda. Todos os direitos reservados e pro- tegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, sem autorização prévia, por escrito da Editora OMNIFARMA Ltda., sejam quais forem os meios empregados: eletrôni- cos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Cód. da Publicação: 4081.2013.
  • 4. 4 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 A relevância das uveítes na prática clínica Conheça suas etiologias, classificação, sintomas e tratamento Otermo uveíte, originalmente emprega- do para designar inflamações do tra- to uveal, composto pela íris, corpo ciliar e coroide, é atualmente utilizado como sinô- nimo de inflamação intraocular.Acomete, frequentemente, além dos tecidos supraci- tados, a esclera, a retina, o nervo óptico e o corpo vítreo. A Professora Dra. Maria Auxiliadora Mon- teiro Frazão, comenta sobre a doença, sua etiologia, grupos de risco e opções tera- pêuticas. Ela destaca a importância de se considerar os fatores epidemiológicos nesta enfermidade, além da sua presença como comorbidade a outras doenças. EXISTE UMA CLASSIFICAÇÃO PARA AS UVEÍTES? Sim. Embora em constante estudo para seu aprimoramento, em 1987, o Inter- nacional Uveitis Study Group (IUSG) elaborou uma classificação e padroni- zação da nomenclatura para uveítes, o que trouxe grande auxílio na com- preensão dos fatores relacionadas à história natural da doença. Esta afecção pode ser classificada de acordo com a localização anatômica, lateralidade, etiologia, curso e aspec- to clínico. Portanto, do ponto de vista anatômico, pode ser: anterior, quando compromete a íris e o corpo ciliar; in- Profa. Dra. Maria Auxiliadora Monteiro Frazão CRM-SP 63.072 Doutora em Oftalmologia pela Universidade de São Paulo. Chefe Setor de Uveítes da Santa Casa de São Paulo (1996-2011). Presidente da Sociedade Brasileira de Uveítes (2006-2008). Oftalmologista do Centro de Atendimento ao Paciente com Esclerose Múltipla (CATEM). ENTREVISTA
  • 5. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 5 termediária, quando afeta o vítreo e a retina periférica; posterior, quando a retina e a coroide são comprome- tidas; e difusa quando aco- mete tanto a úvea anterior como a posterior. Segundo o curso e apre- sentação clínica, pode ser, respectivamente, aguda ou crônica e granulomatosa ou não granulomatosa. Segundo a lateralidade, pode ser uni ou bilateral e, do ponto de vista etiológico, é classifica- da em exógena e endógena. As uveítes exógenas são inflamações ou infecções adquiridas ou secundárias a traumatismos cirúrgicos ou acidentais, com ou sem perfuração ocular. O termo uveíte endógena abrange um contingente de doenças in- flamatórias da úvea e estru- turas adjacentes, nas quais alterações imunológicas são frequentes. Todavia, os agen- tes causais, bem como os me- canismos precisos para seu desenvolvimento, permane- cem desconhecidos. Assim, a despeito dos avanços nos campos de imunologia, mi- crobiologia e biologia mo- lecular, muitos casos de uveítes permanecem sem diagnóstico etiológico defi- nido, presumindo-se natu- reza autoimune. Entende-se por autoimunidade falha dos mecanismos de controle des- sa resposta, que resulta em autoagressão descontrolada. QUAL É A SUA ETIOLOGIA? Baseada no descrito acima, a etiologia das uveítes é divi- dida em causas infecciosas, como toxoplasmose (que em nosso meio é a principal cau- sa de uveíte), sífilis, tuber- culose, herpes vírus simplex e zoster, toxocaríase, entre outras, e não infecciosas (autoimunes). As uveítes de causa au- toimunes dividem-se em um espectro semelhante aos das doenças autoimunes em ge- ral. Existem síndromes nas quais a uveíte é encontrada como um dos componentes da doença sistêmica, como na artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante, sín- drome de Voght Koyanagi Ha- rada, Doença de Behçet, vi- tiligo e sarcoidose. Outras doenças caracteri- zam-se exclusivamente pela inflamação ocular, como a oftalmia simpática e uveítes idiopáticas. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTO- MAS DA UVEÍTE? ELES SÃO SEM- PRE FACILMENTE PERCEPTÍVEIS? Os sintomas apresentados dependem de alguns fatores, como localização anatômica, extensão, intensidade da in- flamação/infecção e presença de dano tecidual instalado. Assim, se a uveíte é so- mente anterior, ocorre hipe- remia, mais acentuada na Uveíte posterior por toxoplasmose com lesão cicatrizada (menor) e outra exsudativa. Uveíte anterior aguda em paciente com espondilite anquilosante.
  • 6. 6 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 região perilímbica pela ciclite (diferente da hiperemia difu- sa observada na maioria dos casos de conjuntivites), dor, fotofobia, lacrimejamento e a acuidade visual em geral não está diminuída. Entretanto, se houver reação intensa da câmara anterior com grande quantidade de células, flare, humor aquoso fibrinoide ou presença de edema de cór- nea secundário (que pode ser setorial, pela presença de precipitados ceráticos, descompensando o endoté- lio naquele local, ou difuso, por hipertensão intraocular), a diminuição da acuidade vi- sual pode ser expressiva. Nas uveítes intermediá- rias, tal diminuição depende- rá da intensidade da inflama- ção presente no humor vítreo (HV) e se há presença de edema cístico da mácula que ocorre com frequência nesses casos. Raramente o paciente queixa-se de dor e a reação da câmara anterior, quando presente, é bastante leve. Se o acometimento é uni- camente posterior (coroide, retina, nervo óptico), em ge- ral, a dor permanece ausente e a diminuição da visão pode variar de extremamente leve até intensa, dependendo da extensão e localização da le- são e consequente dano teci- dual. Assim, lesões de dimen- sões pequenas e na periferia da retina praticamente são assintomáticas. Já aquelas de grandes dimensões que cau- sam exsudação importante para o HV, bem como as que acometem áreas nobres da visão, como mácula e nervo óptico, ou levam ao desco- lamento da retina, causam deficiência visual relevante. Nas uveítes difusas, como todos os tecidos estão aco- metidos, em geral há os sin- tomas observados tanto nas uveítes anteriores como nas posteriores. O grau de com- prometimento da visão de- pende da apresentação clí- nica, conforme descrevemos para as uveítes que compro- metem esta região. Pelo exposto, uveítes an- teriores leves ou posteriores com lesões periféricas, de pequenas dimensões e que pouca exsudação causam, po- dem passar desapercebidas pelo oftalmologista, se este não realizar um exame ocu- lar criterioso, e até mesmo pelo paciente. Isso poderia explicar os inúmeros pacientes que exa- minamos nos consultórios com pequenas lesões de reti- nocoroidite cicatrizadas, que ao questionarmos se já tive- ram uveítes, desconhecem a sua existência. QUAL É A POPULAÇÃO MAIS CO- MUMENTE ACOMETIDA PELA UVEÍ- TE E POR QUÊ? COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? De uma forma geral, a uveí- te é uma doença que afeta uma porcentagem maior de pacientes jovens. Porém, ela pode se manifestar em qual- quer faixa etária, de recém- -nascidos a idosos, sendo que algumas são características de determinada faixa etária, como aquela que acomete as crianças com artrite idiopá- tica juvenil. Outra informação que de- vemos ponderar é que al- gumas doenças que cursam com as uveítes, embora apre- sentem distribuição mundial, têm maior prevalência em locais determinados, como a toxoplasmose, que é endê- mica e a principal causa de uveítes no Brasil, e doença de Behçet, que prevalece na região oriental do Mediterrâ- neo e da Ásia. Evidencia-se assim a importância do fator epidemiológico na etiologia desta doença. O procedimento para a formulação de um diagnós- “Outra informação que devemos ponderar é que algumas doenças que cursam com as uveítes, embora apresentem distribuição mundial, têm maior prevalência em locais determinados, como a toxoplasmose, que é endêmica e a principal causa de uveítes no Brasil.”
  • 7. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 7 tico etiológico das uveítes baseia-se no tripé anamnese/ exame físico, exame ocular completo (no qual definimos sua características, pautadas na classificação descrita aci- ma) e, se necessário, exames subsidiários. Na anamnese devemos le- var em conta não só a queixa ocular atual do paciente, mas também a história pregressa e seus dados epidemiológi- cos (naturalidade, sexo, raça, idade). O exame físico muitas ve- zes conclui o diagnóstico, como no caso do herpes zos- ter com lesões na face. Ou- tras vezes, nos ajuda a for- mular hipóteses diagnósticas para realizarmos exames la- boratoriais dirigidos, como nos casos da roséola, da lues, das alterações articu- lares, na artrite reumatoide, do desconforto gastrointesti- nal decorrente da doença de Chron, e assim por diante. Os exames laboratoriais e/ou por imagem devem ser solicitados para confirmar ou afastar hipóteses diagnósti- cas baseadas no quadro clí- nico apresentado pelo pa- ciente. Pedir uma série de exames aleatoriamente, como sorologias para uma série de doenças infecciosas, sem que haja um quadro clínico sugestivo de determinada(s) doença(s), não agrega qual- quer benefício ao médico, no que diz respeito ao seu racio- cínio clínico, nem ao pacien- te. O melhor exemplo disso é tratar pacientes com uveí- te anterior IgG+ para toxo- plasmose, sem que haja re- tinocoroidite, que é a lesão característica desta doen- ça. O IgG+ para toxoplas- mose, assim como para uma série de outras doenças, só indicam que o paciente teve contato pregresso com de- terminado agente etiológico e não tem significado clínico isoladamente. Ressalto que concluir um diagnóstico em uveítes nem sempre é fácil e, por vezes, apesar de intensa investiga- ção clínica e laboratorial, os resultados são inconclusivos. Nessa jornada, conseguimos saber o que o paciente não tem, mas permanecemos, em cerca de 50% dos casos, sem esclarecer a etiologia da doença. UVEÍTE É IGUAL A CONJUNTIVITE? Não. Como o própria nomen- clatura define, conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, de etiologias múltiplas. Ca- racteriza-se pela hiperemia, em geral difusa, da conjunti- va, tendo espectros diferen- tes de apresentações clínicas dependendo de sua causa (viral, bacteriana, alérgica, química, entre outras). Ge- ralmente apresenta-se com quemose e prurido intenso, visão preservada, além dos demais fatores inerentes a cada agente causador, como secreção purulenta nos casos das bacterianas, por exem- plo. É uma afecção externa do olho. As uveítes, como já expos- to, dizem respeito à inflama- ção do trato uveal, ou seja, inflamação intraocular, apre- sentando sinais e sintomas diferentes da doença supra- citada acima. Cabe ressaltar, entretanto, que a conjuntivite faz parte do grupo de doenças que me- recem realização de diagnós- tico diferencial com uveítes, uma vez que ambas apresen- tam hiperemia ocular. Não é infrequente recebermos no consultório pacientes sendo tratados como portadores de conjuntivite, mas que, na rea- lidade, padecem de uveítes. A UVEÍTE PODE LEVAR A OUTRAS DOENÇAS MAIS GRAVES, COMO A CATARATA OU O GLAUCOMA? NESSES CASOS, QUAL É A PRE- “Ressalto que con- cluir um diagnóstico em uveítes nem sempre é fácil e, por vezes, ape- sar de intensa investi- gação clínica e labora- torial, os resultados são inconclusivos.”
  • 8. 8 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 VENÇÃO E O TRATAMENTO, UMA VEZ INSTALADO O QUADRO? A catarata (mais frequen- temente) e o glaucoma são doenças que podem se desen- volver como complicação das uveítes. A catarata secundária à uveíte é denominada de “ca- tarata complicada”, uma vez que geralmente vem acompa- nhada de alterações anatô- micas do segmento anterior, resultantes do processo infla- matório, como sinéquias pos- teriores, membranas, seclu- sões e oclusões pupilares que dificultam a realização da ci- rurgia para sua extração. Não há como preveni-la, uma vez que, a despeito do tratamento precocemente instituído, ela se desenvol- ve pela agressão de agentes inflamatórios liberados na doença, dentre eles as cito- cinas, que são agressivas ao cristalino. Além disso, o pró- prio colírio de corticoide am- plamente utilizado para tra- tar a uveíte anterior possui ação cataratogênica. O seu tratamento é cirúr- gico, realizado pelas técni- cas de facoemulsificação e implante de lentes intraocu- lares, sempre que possível. Há casos em que o implan- te de lente intraocular tem sabidamente mau prognós- tico, como na artrite idiopá- tica juvenil, razão pela qual cada caso deve ser analisado individualmente. O glaucoma secundário, mais comumente observa- do como complicação das uveítes anteriores, instala- -se quando há presença de alterações anatômicas do segmento anterior que im- pedem o escoamento nor- mal do humor aquoso (HA) como bloqueio pupilar (se- clusão ou oclusão) ou siné- quias anteriores periféricas e/ou goniossinéquias (ambos pré-trabeculares), com au- mento irreversível da pressão intraocular (PIO) aos níveis observados anteriormente. O tratamento do bloqueio pupilar consiste em realizar iridectomias a laser ou cirúr- gicas para restabelecer o flu- xo do HA para a câmara an- terior. Já no segundo caso, a cirurgia filtrante com anti- metabólitos ou implantes de drenagem estão indicados. Importante observar que o diagnóstico de glaucoma se- cundário a uveítes só deve ser firmado após excluído o de uveíte hipertensiva, cujo aumento da PIO é transitório e causado pela obstrução me- cânica por células inflamató- rias, fibrina e edema da ma- lha trabecular, e retorna ao normal após tratamento do processo inflamatório com colírios de corticoide e hi- potensores, se necessário. O glaucoma corticogêni- co deve sempre ser lembrado como possível diagnóstico di- ferencial, uma vez que o cor- ticoide de uso tópico e/ou sis- têmico é um dos pilares para o tratamento das uveítes e instituído na grande maioria dos pacientes. O PACIENTE COM UVEÍTE PODE FAZER USO DE LENTES DE CONTATO? Durante o período de ativi- dade do processo inflama- tório é recomendável que o uso de lentes de contato seja suspenso. Ademais, devemos nos lembrar que as lentes de contato gelatinosas absorvem colírios; desta forma, perde- ríamos o parâmetro da con- centração da droga que está sendo absorvida pelo olho du- rante o tratamento da doença. Em pacientes com uveítes pregressas tratadas, não há contraindicação do uso de lentes de contato.
  • 9. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 9 Uveíte e gestação A GESTANTE PODE PASSAR UVEÍTE PARA O FETO? Esta pergunta não tem uma resposta direta. A uveíte não é uma doença transmissível. Portanto, a mãe não transmite a uveíte, ou seja, a infecção intraocular para o feto. O que pode ocorrer é da mãe ter se contaminado com um agente que causou sua uveíte e o transmitir através da placenta para o feto. O risco de transmissão transplacentária, de um agente para o feto, quando a mãe ad- quire uma doença infecciosa pela primeira vez na gestação, é alto. Se o feto vai desen- volver uveíte dependerá de fatores como pe- ríodo da gestação que houve a contaminação e tipo de agente infeccioso. COMO A MÃE PODE PREVENIR QUE SEU FILHO ADQUIRA UVEÍTE NA GRAVIDEZ? A principal medida para prevenir doenças congênitas que podem causar uveíte é a rea- lização do pré-natal durante toda a gestação. Este acompanhamento, além do acompanha- mento da evolução gestacional, inclui a rea- lização de sorologias na mãe das principais doenças que podem causar danos ao feto e ao recém-nascido (por exemplo toxoplasmo- se, sífilis, HIV, rubéola). Além disso, a mãe deve tomar as precau- ções inerentes que evitem a contaminação de tais doenças. ATÉ QUE IDADE UMA CRIANÇA PODE DESENVOLVER UMA UVEÍTE PROVENIENTE DA GESTAÇÃO DA MÃE? Na grande maioria dos casos, a doença se manifesta no primeiro ano de vida (formas precoces). As formas tardias da doença, como na sífilis congênita, por exemplo, são raras após o segundo ano de vida. Cabe o comentário que muitos preconi- zam que lesões de retinocoroidite por toxo- plasmose em pacientes adultos e jovens que revelam IgG+ e IgM- seriam manifestações da forma congênita tardia da doença. COMO SE PODE ADQUIRIR UVEÍTE SEM SER DA FORMA CONGÊNITA? A contaminação de doenças infecciosas pode ser dividida, de forma geral, em: congênita (via transplacentária) e adquirida (contami- nação após o nascimento). A forma como se adquire uma doença que pode levar à uveíte, sem ser via transplacen- tária, depende do mecanismo de contami- nação específico de cada agente infeccioso. São considerados como meios de conta- minação: as relações sexuais (doenças se- xualmente transmissíveis, como, por exemplo, AIDS, sífilis e herpes sim- plex 2), a ingestão de alimentos contaminados (como na toxoplas- mose), contato próximo com pes- soas doentes (tuberculose, hanse- níase e herpes simplex tipo 1), por meio de inoculação no sangue hu- mano por vetores (um exemplo é a doença de Lyme, cujo vetor é o car- rapato), a transfusão sanguínea, além da forma traumática (trau- ma perfurante ou não). Com relação às doenças au- toimunes que podem cursar com as uveítes, não há meio de contaminação externo, mas mecanismos imunoló- gicos e genéticos que pro- vavelmente predisponham seu desenvolvimento.
  • 10. 10 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 Tratamento DOUTORA, POR FAVOR, DESCREVA AS PRINCIPAIS MEDIDAS QUE DEVEM SER ADOTADAS COTIDIANA- MENTE PELO PACIENTE COM UVEÍTE. Como frequentemente ocorre lacrimejamen- to nas uveítes, particularmente, advirto para que o paciente não fique secando os olhos com o mesmo lenço demasiadamente, pois isso traumatiza as pálpebras e leva comu- mente ao edema mecânico dessa estrutura. O uso de óculos escuros minimiza os des- confortos causados pela fotofobia e midríase medicamentosa. Ademais, o paciente deve seguir o tra- tamento preconizado pelo especialista em uveítes. O QUE AS PRINCIPAIS DIRETRIZES NACIONAIS E INTERNACIONAIS PRECONIZAM NO TRATAMENTO DAS UVEÍTES? As diretrizes preconizadas pela Socieda- de Brasileira de Uveítes para o tratamento das uveítes não difere daquelas que veem sendo discutidas no exterior e relatadas na literatura. O Ministério da Saúde (portaria SAS MS nº 498, 23 de abril de 2010) publicou o Proto- colo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas nas Uveítes Posteriores Não Infecciosas* . Preconiza-se que o tratamento das uveítes posteriores não infecciosas busque a homeos- tase imunológica do paciente. A principal classe de medicamentos para se atingir tais objetivos são os corticosteroides, represen- tados pela prednisona. Quando não se atinge o controle da doen- ça com esse medicamento ou seus efeitos adversos são intoleráveis, estão indicados os imunossupressores. As principais indicações para introdução de drogas imunossupressoras são: X Não resposta adequada à monoterapia com corticoterapia; X Toxicidade intolerável da corticoterapia sistêmica; X Indicação a longo prazo de corticotera- pia sistêmica; e X Uveíte de caráter agressivo e com rápi- do comprometimento funcional. Os fármacos indicados são a ciclospori- na e azatioprina. Os pacientes submetidos à terapia com esses medicamentos devem ser avaliados mensalmente, clínica e laborato- rialmente. Um dos critérios para sua suspen- são é o controle da doença por pelo menos um ano, porém, cada caso deve ser avaliado pelo especialista que o está acompanhando. Para as uveítes infecciosas, segue-se o protocolo de tratamento para cada doença (lues = penicilina cristalina, toxoplasmose = sulfadiazina e daraprin, e assim por diante). EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO, QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS TERAPIAS ADOTADAS? O tratamento das uveítes pode ser tópico, local e sistêmico e pode ser dividido didati- camente em inespecífico e específico. O tratamento inespecífico tem como obje- tivo erradicar a dor, a inflamação e prevenir suas complicações. A base desse tratamento são os corticoides, que, na maioria dos casos, respondem prontamente à sua instauração. Nas uveítes anteriores instilamos colírios de prednisolona, como o Ster® , ou de dexa- metasona, como o Dexanom® , juntamente com os cicloplégicos. A frequência das insti- lações desses colírios depende da intensida-
  • 11. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 11 “Nas uveítes anteriores instilamos colírios de prednisolona, como o Ster® , ou de dexametasona, como o Dexanom® , juntamente com os cicloplégicos” de da reação inflamatória da câmara anterior e pode ser até de hora em hora, se neces- sário, inicialmente. A medida que verifica- mos resposta a este tratamento, iniciamos sua regressão progressiva. Os colírios com associações de antibióticos com corticoides como o Cylocort® , somente são empregados de rotina nos períodos pré e pós operatórios, uma vez qua para o tratamento da inflama- ção da câmara anterior não é necessário o uso de antibióticos. Para o tratamento das uveítes intermediá- rias e posteriores, utilizamos o corticoide por via oral. Em casos selecionados, nos quais não há resposta ao tratamento sistêmico, temos a opção das injeções subtenonianas ou intravítreas de triancinolona. Já o tratamento específico das uveítes, nas infecciosas, consiste na administração da medicação própria para combater o agente infeccioso causador de cada doença (anti- bióticos, antivirais, antifúngicos etc.), e nas autoimunes a utilização drogas imunossu- pressoras, como por exemplo, a ciclosporina, a ciclofosfamida e a azatioprina. Mais recen- temente, os agentes biológicos (anticorpos monoclonais anti TNFα) têm se mostrados uma opção promissora naqueles casos refra- tários aos tratamentos convencionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Jabs DA, Rosenbaum JT, Foster CS, et al. Guidelines for the use of immunosuppressive drugs in patients with ocular in- flammatory disorders: recommendations of an expert panel. Am J Ophthalmol. 2000;130(4):492-513. 2. BenEzra D, Cohen E, Chajek T, et al. Evaluation of conven- tional therapy versus cyclosporine A in Behçet’s syndrome. Transplant Proc. 1988:20(3 Suppl 4):136-43. 3. Whitcup SM, Salvo EC Jr, Nussenblatt RB. Combined cyclospo- rine and corticosteroid therapy for sight- threatening uveitis in Behçet’s disease. Am J Ophthalmol. 1994;118(1):39-45. 4. Jap A, Chee SP. Immunosuppressive therapy for ocular dis- eases. Curr Opin Ophthalmol. 2008;19(6):535-40. 5. Michel SS, Ekong A, Baltatzis S, Foster CS. Multifocal cho- roiditis and panuveitis: immunomodulatory therapy. Oph- thalmology. 2002;109(2):378-83. 6. Vitale AT, Rodriguez A, Foster CS. Low-dose cyclosporine therapy in the treatment of birdshot retinochoroidopathy. Ophthalmology. 1994;101(5):822-31. 7. Bloch-Michel E, Nussenblatt RB. International Uveitis Group recommenda- tions for the evaluation of intraocular inflam- matory disease. Am J Ophthalmol 1987;103:234-5. 8. Benitah NR, Sobun L, Papaliodis GN. The use of biologic agents in the treatment of ocular manifestation oh Behçet Disease. Semin Ophthalomol. 2011;;26(4-5):295-303. 9. Cheema RA, Al-Askar E, Cheema HR. Infliximab therapy for idiopathic retinal vasculitis, aneurysm, and neuroretinitis syndrome. J Ocul Pharmacol Ther. 2011;27(4):407-10. 10. Herpetic Eye Disease Study Group. Acyclovir for the preven- tion of recurrent herpes simplex virus eye disease. N Engl J Med. 1998;339:300–6. 11. Almeida G, Cohen Re Frazão S M A. Glaucoma Secundário as Uveítes. In Oréfice F. Uveíte Clínica e Cirúrgica,Texto e Atlas. Vol II, Ed Cultura Médica 2000:821-29. *Consultores: Jacobo Melamed, Felipe Diligenti, Bárbara Corrêa Krug e Karine Medeiros Amaral. Editores: Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha e Alberto Beltrame. Os autores de- clararam ausência de conflito de interesses.
  • 12. 12 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 7ª Conferência Internacional sobre Filme Lacrimal e Superfície Ocular: Ciência Básica e Relevância Clínica Taormina 2013 F oi realizada, entre os dias 18 e 21 de setembro de 2013, na cidade de Taormina, na Sicília, Itália, a 7ª Conferência Internacional sobre Filme Lacrimal e Superfície Ocular, que marcou o encontro dos mais ex- pressivos pesquisadores e especialistas em superfície ocular de todo mundo. O evento, que acontece a cada dois anos, é organizado pela Sociedade de Superfície Ocular e Filme Lacrimal (TFOS - www.terarfilm.org) e tem como objetivo principal promover conheci- mento e atualização nos mais relevan- tes assuntos relacionados ao filme la- crimal e à superfície ocular e divulgar a pesquisa e os avanços que vêm sendo obtidos nessa área. O PAPEL DA TEAR FILM AND OCULAR SUR- FACE SOCIETY A TFOS foi fundada pelo renomado pes- quisador David Sullivan, do Schepens Eye Research Institute e Havard Me- dical School, e conta com membros no mundo todo. Ao longo de sua existência, a TFOS, além do apoio e incentivo à pesquisa e divulgação de conhecimento, tem pro- movido consensos importantíssimos, através dos quais os aspectos mais re- HIGHLIGHTS Profa. Dra. Mônica Alves CRM-SP 95.442 Docente da Disciplina de Oftalmologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutora pela Unicamp. Pós-Doutorado pela Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
  • 13. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 13 levantes e controversos são analisados e as publicações resultantes passam a nortear a pesquisa e a prática clínica. O consenso sobre olho seco (Dry Eye Wor- shop – DEWS, 2007) reuniu diversos espe- cialistas, coletando, padronizando e atuali- zando informações sobre olho seco em todos os seus aspectos, tais como, como conceito, critérios diagnósticos, fisiopatologia, classi- ficação terapêutica e diretrizes para execu- ção de estudos clínicos. O resultado dessa força tarefa foi publicado em 2007, como um volume completo da revista The Ocular Surface, e tem acesso pelo site: http://www. tearfilm.org/dewsreport/pdfs. Sob os mesmos moldes, conclui-se em 2011 o consenso sobre disfunção das glân- dulas de meibômio (Meibomian Gland Dis- function Report – MGD, 2011) publicado na revista Investigative Ophthalmology and Vi- sual Science – IOVS, com acesso pelo site: http://www.iovs.org/content/52.full.pdf, que traz uma ampla revisão sobre essa condição que tem sido reportada como uma das prin- cipais causas de olho seco. Diversos esforços da comunidade cientí- fica internacional têm sido dirigidos ao en- tendimento da composição, função e regu- lação do filme lacrimal, bem como as suas interações com a superfície ocular. Vários estudos têm demostrado que o filme lacrimal desempenha um papel fundamental na ma- nutenção e integridade do epitélio da córnea e conjuntiva, nutrindo, protegendo contra invasão microbiana e garantindo qualidade da visão. Em contraponto ao funcionamento harmônico e integração do filme lacrimal com a superfície ocular, a deficiência aquosa e os quadros evaporativos que levam à síndrome do olho seco apresentam alta prevalência em todo mundo e diversos fatores associados. Extensivamente estudado e discutido nessa conferência, o olho seco representa ainda um grande desafio, tanto no entendimento pleno dos seus mecanismos fisiopatológicos quanto na grande variabilidade dos testes diagnósticos, e, principalmente, na carência de agentes terapêuticos. 7ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL TFOS O principal objetivo da Conferência TFOS é promover o intercâmbio de informações que serão valiosas tanto para pesquisadores nas áreas básicas e indústria farmacêutica, além de oftalmologistas envolvidos na prática clí- nica, bem como para empresas que buscam desenvolvimento de ferramentas diagnósti- cas para as disfunções de superfície ocular e do filme lacrimal. Esse evento contou com participantes de 41 países, incluindo Alema- nha, Algéria, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canada, China, Co- reia do Sul, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Georgia, Grécia, Hungria, Índia, Inglaterra, Itália, Ja- pão, Holanda, Nova Zelândia, Nigéria, No- ruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça, Tailândia, Taiwan, Turquia, Uruguai e Vene- zuela. Além disso, a TFOS premiou 14 jovens pesquisadores pela relevância de seus tra- balhos apresentados.
  • 14. 14 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 Aspectos mais relevantes abordados durante a 7ª conferênciaTFOS NOVAS PROTEÍNAS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO PARA DOENÇAS DA SUPERFÍCIE OCULAR E FILME LACRIMAL Na primeira sessão da conferência foram apresentados trabalhos baseados em medi- cina translacional sobre evidências de no- vas proteínas e as perspectivas futuras para tratamento de disfunções do filme lacrimal e superfície ocular. O proteoglicano 4, des- crito como lubricina, é uma glicoproteína da superfície ocular recentemente descoberta que teria potencial de ligação da superfície ocular com lubrificantes e com polímeros de lentes de contato, proporcionando, as- sim, menor atrito palpebral e maior confor- to. Outro estudo apresentou o TFF-3 (Trefoil Fator Family - 3), que compreende peptídeos que interagem com as mucinas e podem in- fluenciar a viscosidade do muco e promover migração epitelial, resposta imune e antia- poptótica (de acordo estudos in vitro e em modelos animais), tendo, assim, potencial te- rapêutico para doenças da superfície ocular. Foram apresentados ainda estudos in vi- tro de biocompatibilidade e retenção e inte- ração de polímeros proteicos derivados do tromboelastano, os quais têm potencial para carrear possíveis mediadores terapêuticos.
  • 15. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 15 DISFUNÇÃO DAS GLÂNDULAS DE MEIBÔMIO (DGM) A função das glândulas de meibômio e seu o papel na regulação e manutenção do filme lacrimal têm sido extensivamente estuda- dos. A produção e secreção de lípides pelas glândulas meibomianas promove estabilida- de do filme lacrimal e previne evaporação da lágrima e, consequentemente, a sua dis- função desencadeia quadros evaporativos que têm sido considerados a principal causa de olho seco. O pesquisador David Sullivan apresentou grandes avanços e descobertas no entendimento dos mecanismos regulató- rios das glândulas de meibômio desenvol- vidos na sua linha de pesquisa. O grupo, liderado por David, conseguiu imortalizar células epiteliais de glândulas de meibômio humanas em cultura, mantendo seu cariótipo normal, e avaliar a resposta dessas células a diversos agentes. Alterações na proliferação, diferenciação, sinalização celular, expressão gênica e lipogênese em resposta a estímulos hormonais, fatores de crescimento, neuro- transmissores, toxinas bacterianas e anti- bióticos têm sido estudadas e representam um modelo pré-clínico para desenvolvimento de novas drogas. Um modelo de disfunção meibomiana in vitro foi criado através da exposição dessas células imortalizadas da glândula de meibômio em cultura à isotre- tinoina, um agente reconhecido como fator de risco para DGM. Células tratadas com isotretinoina apresentam redução da ativa- ção de mediadores de manutenção celular, inibição de proliferação e consequente morte celular. Em outros estudos foram identifica- dos ainda genes das glândulas de meibômio possivelmente responsáveis pela disfunção e possíveis alvos terapêuticos. Ainda nessa sessão, Kelly Nichols, coor- denadora do relatório sobre disfunção das glândulas de meibômio realizado em 2011, apresentou uma atualização sobre os princi- pais aspectos da DGM, número de citações da publicação e o impacto desse trabalho nas pesquisas subsequentes dessa área. NOVOS PARADIGMAS SOBRE SENSIBILIDADE CÓRNEA: REPARO E REGENERAÇÃO DE SUPERFÍCIE OCULAR A síndrome do olho seco é caracterizada pela deficiência de produção aquosa e/ou aumento da evaporação do filme lacrimal, os quais desencadeiam o ressecamento da superfície e os sinais e sintomas dessa dis- função. Entretanto, muitos pacientes apre- sentam importante disparidade na intensi- dade de sintomas reportados e nos sinais encontrados ao exame clínico. Em pacientes portadores de disfunção das glândulas de meibômio nos quais a instabilidade do filme lacrimal é decorrente de deficiência lipíca, há um aumento na taxa de evaporação da lágrima, muitas vezes sendo os sintomas ir- ritativos desproporcionais aos achados de comprometimento do epitélio ou do volume lacrimal. O professor Perry Rosenthal enfa- tizou o papel da ativação de termorrecep- tores da família TRPM8 na gênese da dor e do desconforto. Esses receptores, presentes
  • 16. 16 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 na superfície ocular, são ativados por peque- nas variações de temperatura que acontecem quando a lágrima evapora e a espessura do filme lacrimal diminui, o que desencadeia uma resposta de aumento do piscar e la- crimejamento reflexo. Em pacientes muito sintomáticos, nos quais a superfície ocular apresenta bons parâmetros de integridade epitelial e filme lacrimal, deve-se considerar ainda possibilidade de neuropatia periférica, participação da inflamação de superfície na ativação de nocirreceptores (neuroinflama- ção) e até mesmo ativação via sistema ner- voso central. Essas são situações ainda de- safiadoras para médicos e pacientes. Nessa sessão foi discutido ainda o papel das lentes esclerais no controle de sintomas e proteção da superfície em pacientes com olho seco evaporativo, uma modalidade terapêutica com bons resultados. TRANSPLANTE DE CULTURA DE CÉLULAS LIMBARES E REGENERAÇÃO DE SUPERFÍCIE O grupo italiano representado pela Dra. Pellegrini apresentou resultados de longo prazo do estudo prospectivo multicêntrico que avaliou 152 pacientes com queimaduras químicas severas tratados com enxerto de células limbares autólogas cultivadas em fi- brina. De acordo com parâmetros clínicos, o sucesso terapêutico foi atingido em 66,05% dos casos, seguido de parcial em 19,14% e falência em 14,81%. Os autores concluíram, pelo seguimento e avaliação desses pacien- tes, que a qualidade do enxerto e o resultado na regeneração epitelial dependem do núme- ro de células holoclones com alta expressão do fator de transcrição p63, detectadas antes do enxerto, e que os enxertos de culturas de células limbares são uma alternativa segura e eficaz no tratamento de condições de ex- tensa destruição da superfície ocular, como nas queimaduras alcalinas. CAMPANHA BLINKING AROUND THE WORLD Com objetivo de promover a conscientização sobre a importância do piscar para a renova- ção do filme lacrimal e manutenção de uma superfície ocular saudável, a TFOS inova no lançamento da campanha Blinking around the world (http://www.blinkaroundtheworld. com). A diretora executiva da TFOS, Amy Gallant Sullivan, apresentou o vídeo pro- mocional da campanha, criado a partir de vídeos enviados de todas as partes do mun- do. Profissionais, pesquisadores e pacientes estão unidos nessa campanha para reforçar
  • 17. Volume 02 | No 03 | outubro/2013 17 a importância do simples ato de piscar para garantir o conforto e proteger os olhos atra- vés da renovação do filme lacrimal. A TFOS e seus membros celebram essa campanha no site, onde os vídeos podem ser acessa- dos e novos podem ser enviados; também acontece o lançamento da música “Blinking Around The World”, pela cantora italiana Sa- brina Zappia, disponível pelo iTunes e ama- zon.com, para arrecadação de fundos para a campanha. CONSENSO SOBRE DESCONFORTO E LENTES DE CONTATO (WWW.TEARFILM.ORG/TFOSCLDREPORT/ INDEX.HTM) O desconforto relacionado ao uso de lentes de contato é uma das principais causas de insatisfação e descontinuidade de uso repor- tada pelos usuários. Essa condição afeta a qualidade de vida de milhares de pessoas em todo mundo e não há ainda um consenso sobre os principais aspectos relacionados à definição, classificação, epidemiologia, etio- logia, diagnóstico e tratamento. Com esse objetivo, a TFOS lançou seus empenhos na realização de um consenso sobre descon- forto e lentes de contato, com duração pre- vista de 18 meses e 79 participantes de vá- rias partes do mundo, envolvidos tanto em pesquisa clínica como em ciências básicas. Foram estabelecidos 11 subcomitês que fa- rão a revisão de pub licações e avaliação do nível de evidência dessas informações, que serão apresentadas em fóruns abertos para discussão. A realização desse consenso tem patrocínio da TFOS e de várias indústrias farmacêuticas.
  • 18. 18 Volume 02 | No 03 | outubro/2013 Esse grupo de especialistas tem como missão: X Conduzir avaliação baseada em evidên- cia sobre desconforto e saúde ocular re- lacionados à lentes de contato; X Desenvolver entendimento sobre defini- ção, classificação, epidemiologia e neu- robiologia do desconforto relacionado ao uso de lentes de contato em subcomitês pré-estabelecidos; X Avaliar o papel dos materiais, desenho das lentes de contato, bem como produ- tos e soluções de cuidado na etiologia do desconforto; X Avaliar biocompatibilidade das lentes de contato com a superfície ocular e filme lacrimal; X Desenvolver normatização para estudos clínicos, incluindo parâmetros para ava- liação do desconforto relacionado ao uso de lentes de contato; X Desenvolver recomendações para ava- liação e tratamento e recomendações para pesquisa e inovações nessa área. Durante o evento, o coordenador do con- senso, Jack Nichols, apresentou o desenho do estudo e trabalhos preliminares do grupo.
  • 19. Pode ser usado com lentes de contato1 15 mL 10 mL Nova Apresentação Restaura o conforto ao piscar1 “LACRIFILM® ÉUMMEDICAMENTO.SEUUSOPODETRAZERRISCOS.PROCUREOMÉDICOEOFARMACÊUTICO.LEIAABULA.” CONTRAINDICAÇÕES: o produto está contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade a qualquer componentedafórmula.INTERAÇÃOMEDICAMENTOSA:nãoseconheceminteraçõesmedicamentosas. Referências Bibliográficas: 1) Bula do Produto: Lacrifilm® . 2) Noecker R. Ophthalmic preservatives: considerations for long-term use in patients with dry eye or glaucoma. Rev Ophthalmol 2001; June: 1-10. 3) Chalmers RL. Hydrogen peroxide in anterior segment physiology: a literature review. Optom Vis Sci1989;66:796-803.7. Lacrifilm® .(carmelose sódica).Solução Oftálmica Estéril.FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO: Solução Oftálmica Estéril 5mg/mL:embalagem contendo frasco de 10 mL ou 15 mL.USO ADULTO.USO OFTÁLMICO.COMPOSIÇÃO:Cada mL contém:carmelose sódica-5 mg .Veículo:cloreto de sódio, fosfato de sódio, ácido bórico, perborato de sódio, ácido clorídrico e água para injetáveis.INFORMAÇÕES AO PACIENTE.AÇÃO ESPERADA DO MEDICAMENTO:Lacrifilm® é uma solução que apresenta composição muito semelhante à composição das lágrimas naturais. Este medicamento é indicado para melhorar a irritação, ardor e secura ocular, que podem ser causados pela exposição ao vento, sol, calor, ar seco, e para melhorar o desconforto que pode estar associado com a utilização de lentes de contato.REAÇÕES ADVERSAS: Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis.TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS. CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES: Lacrifilm® é contraindicado nos casos de alergia a qualquer componente do medicamento. NÃO USE REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA A SAÚDE. INDICAÇÕES: Lacrifilm® é indicado para melhorar a irritação, ardor e secura ocular, que podem ser causados pela exposição ao vento, sol, calor, ar seco, e também como protetor contra irritações oculares. É também indicado como lubrificante e re- umidificante durante o uso de lentes de contato. CONTRAINDICAÇÕES: O produto está contraindicado nos casos de alergia a qualquer componente do medicamento. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Evite o contato do conta-gotas do frasco com qualquer superfície para evitar contaminação.Não permitir que a ponta do frasco entre em contato direto com os olhos.Mantenha a tampa do frasco bem fechada após o seu uso.Manter o produto fora do alcance das crianças.Armazenar em temperatura ambiente.Em caso de aparecimento de dor, alterações da visão, ou se ocorrer piora ou persistência da vermelhidão, ou da irritação dos olhos, por mais de 72h após início de uso do produto, descontinuar o tratamento e procurar auxílio médico.Não utilizar o produto se ocorrer modificação da coloração da solução ou se a solução se tornar turva.Produto de uso exclusivo em adultos.O uso em crianças representa risco à saúde.INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:Não são conhecidas interações com outros medicamentos.REAÇÕES ADVERSAS: Não foram detectadas reações adversas com o uso do Lacrifilm® . POSOLOGIA: Aplicar 1 a 2 gotas no(s) olhos(s) afetado(s), tantas vezes quantas forem necessárias.SIGA CORRETAMENTE O MODO DE USAR,NÃO DESAPARECENDO OS SINTOMAS PROCURE ORIENTAÇÃO MÉDICA.Registro MS - 1.0497.1289. Alívio imediato e prolongado do ardor e da secura ocular1 Sem riscos de lesões induzidas pelos conservantes2,3 Material destinado exclusivamente à classe médica. Produzidoem:Fevereiro/2013RondaPropaganda
  • 20. O cuidado com seus olhos pode mudar Referência Bibliográfica: 1) Bula do produto: Blephagel® . SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação. ® RondaPropaganda UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL S/A Divisão GENOM BLEPHAGEL® Gel hipoalergênico.Higiene diária das pálpebras e dos cílios.Tubo de 40 g.Conteúdo: Gel para a higiene das pálpebras e dos cílios.Tubo de 40 g e 100 compressas.Composição: Aqua, poloxamer 188, PEG-90, sodium borate, carbomer, methylparaben.Indicações: BLEPHAGEL® , gel hipoalergênico, demaquilante, cuida suavemente da limpeza da área dos olhos.Pode ser recomendado aos utilizadores de lentes de contato.Propriedades:BLEPHAGEL® , hipoalergênico (formulado para minimizar os riscos de reação alérgica), sem perfume, não é gorduroso, limpa de forma adequada as pálpebras. A sua fórmula: • Facilita a aderência do produto; • Produz uma agradável sensação de frescor, descongestionando as pálpebras e respeitando o pH da pele;• Não deixa resíduos.Precauções de utilização:• Produto destinado a aplicação sobre as pálpebras e cílios, não aplicar no olho; • Não utilizar em crianças. NÃO USAR EM PELE LESIONADA OU IRRITADA.Modo de usar: Em média duas vezes por dia, de manhã e à noite, ou quantas vezes seja necessária a limpeza das pálpebras. 1) Aplicar uma pequena quantidade de BLEPHAGEL® sobre uma gaze limpa e macia.2) Frente ao espelho, aplicar com delicadeza a gaze sobre as pálpebras e a base dos cílios com o olho fechado. 3) Passar suavemente, várias vezes a gaze com o BLEPHAGEL® sobre as pálpebras e a base dos cílios, friccionar com pequenos movimentos circulares a fim de retirar todos os resíduos. 4) Eliminar o BLEPHAGEL® restante com a ajuda de uma gaze limpa. 5) Repetir cada etapa para o outro olho utilizando sempre gazes limpas.Reg.M.S.nº 2.5203.0006.Importado por: UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL S/A. Rua Cel. Luiz Tenório de Brito, 90 – Embu-Guaçu – SP – CEP 06900-000 – SAC 0800 11 1559 – CNPJ 60.665.981/0001-18 – Farm.Resp.:Daniela Batista Paiva – CRF-MG nº 20617.Fabricado por:LABORATOIRES THÉA – 12, rue Louis Blériot – 63017 CLERMONT-FERRAND Cedex 2 – FRANCE / FRANÇA. ProduzidoemJunho/20125500435-REVISTAOFTEVIDENCIAS5–OUT/13