SlideShare a Scribd company logo
1 of 25
Download to read offline
INEBRIANTES
BEBIDAS
entos líquidos
e alim
HOJE VAMOS FALAR SÓ DE BIRITS?
Não!
Para os índios, as bebidas ou alimentos
líquidos, além de inebriantes fortificavam J
HISTÓRIA

Hans Staden, prisioneiro em 1554

As mulheres é que fazem também as
bebidas. Tomam as raízes da
mandioca, que deitam a ferver em
grandes potes, e quando bem
fervidas, tiram-nas e passam para
outras vasilhas ou potes, onde
deixam esfriar um pouco. Então as
moças assentam-se ao pé a mastigar
as raízes.. E o que fica mastigado é
posto numa vasilha à parte.
#SIGNIFICA
Ritual de grande alegria;
“Raro ficam zangados uns com os outros”
Responsabilidade das mulheres;
“Quanto mais velha melhor”
Mastigação prévia para fermentação;
“Beber por desfastio, divertimento, desejo
íntimo, não existia e quase não existe entre
os aborígenes. Indígena isolado, bêbado, é
contágio do “branco”. Bebida é sempre
função grupal, solenidade com motivação
indispensável.”
#SIGNIFICA
Por que bebem:
Pretexto real e lógico Louvor e alegria da colheita
A saliva está nesse plano mágico, histórico,
Universal no espaço tempo
Beber sem comer e comer sem beber!
A REAÇÃO QUÍMICA
Na diástase da saliva a ptialina transforma o
amido das raízes e dos frutos em maltose e
dextrina, provocando a sacarificação, resultante
dos ácidos orgânicos sobre os açúcares.
A PTIALINA TAMBÉM
Amiga dos esquimós;
Eficiente em couro curtido;
Protege do frio e da degredação do couro;
OS ÍNDIOS INVENTARAM
O Chopptour ou Baratona!

Cada cabana faz sua própria
bebida. E quando uma aldeia
inteira quer fazer festas,
reúnem-se todos primeiro em
uma cabana, e aí bebem até
acabar com a bebida toda;
passam depois para a outra
cabana, e assim por diante até
que tenham bebido tudo em
todas elas.
A CURIOSIDADE
ALIENÍGENA
Banalização das festas indígenas
e do Candomblé;
O PROCESSO SE FOI..
Segredos que se evaporam e são
substituídos pelas interpretações dos dias
presentes;
Os viajantes foram desmoralizando o
costume;
CAUIM
CAÁPI
Sumo amargo servido depois das amplas bebidas
coletivas, promovendo sonhos inebriantes e um semi
delírio (extraída da casca do cipó);
Parace ópio e bebe-se depois de uma quantidade de
caxiri;
CARACU
Farinha de Mandioca + Farinha de Milho fervidas na
água = Caldo espesso e escuro;
Assam-se espigas de milho, mastigam-se e cospem no
líquido, clareando a mistura
GARAPA
Sumo amargo servido
depois das amplas bebidas
coletivas, promovendo
sonhos inebriantes e um
semi delírio (extraída da
casca do cipó);
Parace ópio e bebe-se
depois de uma quatidade
de caxiri;
XIBÉ
Mistura de água e farinha de mandioca;
Satisfazendo a sede e o primeiro reclame faminto;
Bebida de rameiros, caçadores, seringueiros e
indiada vadia;
SEM REFRIGERANTE OU SUCO
No máximo o açai macerado com
farinha d’água J;
Frutas eram comidas;
Vinhos: caju, ananás, jenipapo;
ATÉ HOJE
Canjica/Munguzá;
Curau;
Pamonha;
FOGO, TREMPE, MOQUÉM E FORNO
O FOGO

	
  
	
  
Utilidade: 
Defesa (guerreira e mágica) 
Aquecimento
Preparo de alimentos
Índios 

fricção de varas

Portugueses

choque de sílex (pedras) e uso da binga
(isqueiro primitivo) 

Lendas indígenas: 
conquistas difíceis de animais astutos 
que furtavam o fogo
	
  
Medo da noite
O FOGO
“Debaixo (da rede) para se aquentarem, faziam seus fogos”
Carta de Pero Vaz Caminha
Impressão de segurança, tranqüilidade e convivência.
Alimentos	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  assados,	
  tostados.	
  Em	
  menor	
  escala,	
  cozidos	
  
ou	
  passado	
  na	
  fervura.	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
“Comida	
  quente	
  é	
  que	
  sustenta	
  a	
  gente.”	
  
TREMPE,	
   Arco	
   de	
   ferro	
   sustentado	
   por	
   três	
   pés,	
   e	
   sobre	
   o	
  
qual	
   se	
   coloca	
   a	
   panela	
   que	
   vai	
   ao	
   fogo;	
   conjunto	
   de	
   três	
  
pedras	
  em	
  que	
  se	
  assenta	
  a	
  panela	
  ao	
  lume;	
  	
  
MOQUÉM,	
  Espécie	
  de	
  grade	
  onde	
  se	
  moqueia	
  a	
  carne	
  ou	
  o	
  
peixe;	
  grelha	
  
MOQUEAR,	
   Secar	
   (a	
   carne)	
   sobre	
   o	
   moquém;	
   passá-­‐la	
   pelo	
  
fogo	
  para	
  não	
  se	
  danificar;	
  (bras.	
  do	
  sul)	
  sapecar	
  (a	
  carne	
  da	
  
caça)	
  a	
  fim	
  de	
  conservá-­‐la.	
  
Forno:	
   	
   “uma	
   vasilha	
   de	
   barro	
   cozido	
   a	
   quem	
   chamavam	
  
Yneppaun”	
  –	
  cozer	
  farinha	
  de	
  mandioca	
  
OBRIGADA!
CRISTINA BRAVIM
JAIR MENDES
LUCAS HOLANDA
TÁSSIA SPINELLI
YOLANDA TATTO

More Related Content

Similar to Bebidas trempe camaracascudo

Qorpo santo e a qoisa poética
Qorpo santo e a qoisa poéticaQorpo santo e a qoisa poética
Qorpo santo e a qoisa poética
Gladis Maia
 
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
mariosjrosa
 

Similar to Bebidas trempe camaracascudo (16)

Qorpo santo e a qoisa poética
Qorpo santo e a qoisa poéticaQorpo santo e a qoisa poética
Qorpo santo e a qoisa poética
 
A matança do porco
A matança do porcoA matança do porco
A matança do porco
 
80507841 ebos-para-todos-os-fins
80507841 ebos-para-todos-os-fins80507841 ebos-para-todos-os-fins
80507841 ebos-para-todos-os-fins
 
Banner mate
Banner mateBanner mate
Banner mate
 
Brasilpandeir Oyy 1
Brasilpandeir Oyy 1Brasilpandeir Oyy 1
Brasilpandeir Oyy 1
 
Boletim esperança 20
Boletim esperança 20Boletim esperança 20
Boletim esperança 20
 
Sexualidade no Brasil Colonial
Sexualidade no Brasil ColonialSexualidade no Brasil Colonial
Sexualidade no Brasil Colonial
 
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
Carta de Cerveja Mario Rosa "Pão e Cerveja"
 
Evangelho animais 52
Evangelho animais 52Evangelho animais 52
Evangelho animais 52
 
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SYMÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
 
Boletim esperança 05
Boletim esperança 05Boletim esperança 05
Boletim esperança 05
 
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SYMÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
MÃE D’UMBIGO Y’PYRUÁ SY ~ ~ MÃE D’ÁGUA Y’SY
 
Boletim esperança 03
Boletim esperança 03Boletim esperança 03
Boletim esperança 03
 
58859307 666-ebos
58859307 666-ebos58859307 666-ebos
58859307 666-ebos
 
O RESGATE DA FESTA DE SANTA CRUZ
O RESGATE DA FESTA DE SANTA CRUZO RESGATE DA FESTA DE SANTA CRUZ
O RESGATE DA FESTA DE SANTA CRUZ
 
Nossos povos, nossos kayapó
Nossos povos, nossos kayapóNossos povos, nossos kayapó
Nossos povos, nossos kayapó
 

Bebidas trempe camaracascudo

  • 2. HOJE VAMOS FALAR SÓ DE BIRITS? Não! Para os índios, as bebidas ou alimentos líquidos, além de inebriantes fortificavam J
  • 3. HISTÓRIA Hans Staden, prisioneiro em 1554 As mulheres é que fazem também as bebidas. Tomam as raízes da mandioca, que deitam a ferver em grandes potes, e quando bem fervidas, tiram-nas e passam para outras vasilhas ou potes, onde deixam esfriar um pouco. Então as moças assentam-se ao pé a mastigar as raízes.. E o que fica mastigado é posto numa vasilha à parte.
  • 4. #SIGNIFICA Ritual de grande alegria; “Raro ficam zangados uns com os outros” Responsabilidade das mulheres; “Quanto mais velha melhor” Mastigação prévia para fermentação;
  • 5. “Beber por desfastio, divertimento, desejo íntimo, não existia e quase não existe entre os aborígenes. Indígena isolado, bêbado, é contágio do “branco”. Bebida é sempre função grupal, solenidade com motivação indispensável.”
  • 6. #SIGNIFICA Por que bebem: Pretexto real e lógico Louvor e alegria da colheita A saliva está nesse plano mágico, histórico, Universal no espaço tempo Beber sem comer e comer sem beber!
  • 7. A REAÇÃO QUÍMICA Na diástase da saliva a ptialina transforma o amido das raízes e dos frutos em maltose e dextrina, provocando a sacarificação, resultante dos ácidos orgânicos sobre os açúcares.
  • 8. A PTIALINA TAMBÉM Amiga dos esquimós; Eficiente em couro curtido; Protege do frio e da degredação do couro;
  • 9. OS ÍNDIOS INVENTARAM O Chopptour ou Baratona! Cada cabana faz sua própria bebida. E quando uma aldeia inteira quer fazer festas, reúnem-se todos primeiro em uma cabana, e aí bebem até acabar com a bebida toda; passam depois para a outra cabana, e assim por diante até que tenham bebido tudo em todas elas.
  • 10. A CURIOSIDADE ALIENÍGENA Banalização das festas indígenas e do Candomblé;
  • 11. O PROCESSO SE FOI.. Segredos que se evaporam e são substituídos pelas interpretações dos dias presentes; Os viajantes foram desmoralizando o costume;
  • 12. CAUIM
  • 13. CAÁPI Sumo amargo servido depois das amplas bebidas coletivas, promovendo sonhos inebriantes e um semi delírio (extraída da casca do cipó); Parace ópio e bebe-se depois de uma quantidade de caxiri;
  • 14. CARACU Farinha de Mandioca + Farinha de Milho fervidas na água = Caldo espesso e escuro; Assam-se espigas de milho, mastigam-se e cospem no líquido, clareando a mistura
  • 15. GARAPA Sumo amargo servido depois das amplas bebidas coletivas, promovendo sonhos inebriantes e um semi delírio (extraída da casca do cipó); Parace ópio e bebe-se depois de uma quatidade de caxiri;
  • 16. XIBÉ Mistura de água e farinha de mandioca; Satisfazendo a sede e o primeiro reclame faminto; Bebida de rameiros, caçadores, seringueiros e indiada vadia;
  • 17. SEM REFRIGERANTE OU SUCO No máximo o açai macerado com farinha d’água J; Frutas eram comidas; Vinhos: caju, ananás, jenipapo;
  • 20. O FOGO     Utilidade: Defesa (guerreira e mágica) Aquecimento Preparo de alimentos Índios fricção de varas Portugueses choque de sílex (pedras) e uso da binga (isqueiro primitivo) Lendas indígenas: conquistas difíceis de animais astutos que furtavam o fogo   Medo da noite
  • 21. O FOGO “Debaixo (da rede) para se aquentarem, faziam seus fogos” Carta de Pero Vaz Caminha Impressão de segurança, tranqüilidade e convivência.
  • 22. Alimentos                        assados,  tostados.  Em  menor  escala,  cozidos   ou  passado  na  fervura.                   “Comida  quente  é  que  sustenta  a  gente.”   TREMPE,   Arco   de   ferro   sustentado   por   três   pés,   e   sobre   o   qual   se   coloca   a   panela   que   vai   ao   fogo;   conjunto   de   três   pedras  em  que  se  assenta  a  panela  ao  lume;     MOQUÉM,  Espécie  de  grade  onde  se  moqueia  a  carne  ou  o   peixe;  grelha   MOQUEAR,   Secar   (a   carne)   sobre   o   moquém;   passá-­‐la   pelo   fogo  para  não  se  danificar;  (bras.  do  sul)  sapecar  (a  carne  da   caça)  a  fim  de  conservá-­‐la.  
  • 23.
  • 24. Forno:     “uma   vasilha   de   barro   cozido   a   quem   chamavam   Yneppaun”  –  cozer  farinha  de  mandioca  
  • 25. OBRIGADA! CRISTINA BRAVIM JAIR MENDES LUCAS HOLANDA TÁSSIA SPINELLI YOLANDA TATTO