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Apresen
ntação do
o Material
ação de Profissionais do Instituto Edu
O Programa de Certifica ucacional BM
M&FBOVESP PA foi lançado em janeiro
o
de 2005, e é
é considerado
o um dos req
quisitos básic
cos do Progr rama de Quaalificação de Operacional
l (PQO).
A partir de ddezembro de e 2009 o Instituto Educa acional expan
ndiu o progrrama oferece endo certific
cação para ass
áreas de atu
uação do pr
rofissional. Esse novo fo
E ormato estab
belece um processo de atualização contínua no
p o
exercício da atividade baseado em conhec
as es cimento técn mativo reco nhecidos pe mercado
nico e norm elo o
financeiro. Com essa inovação, a Bolsa of ferece aos participante do merc
es cado um programa de
p e
desenvolvim mento profisssional que lhes permita c construir uma carreira na
a indústria de
e intermediaação.
Não existe p
pré‐requisito quanto à formação ac
o f cadêmica. É permitido a qualquer e
estudante ou profissiona
u al
vinculado o não a um instituiçã participa nte do mer
ou ma ão rcado inscre
ever‐se na ccertificação. A prova da
a
certificação é realizada e
em ambiente e eletrônico e possue as seguintes ca
aracterísticass:
Para
a ser aprovad
do, a nota da
a prova deve
e ser igual ou
u superior a 6
60% de apro
oveitamento;
;
A pr
rova é compo
osta por 60 q
questões de múltipla esc
colha com 4 a
alternativas cada;
O ní
ível das ques
stões e os assuntos abord
dados variam
m para cada área do conh
hecimento;
Não
o é permitido
o consultar m eferência durante a prov
material de re va;
É pe
ermitido o us
so de calculadora eletrôn
nica HP12C;
O re
esultado é divulgado ao candidato imediatam
a o mente após a realizaçã o da prova na tela do
o
com
mputador.
deste materi
O objetivo d ial é disponibilizar todo o conteúdo das provas de certificaç
ção de todass as áreas. O
O
material pos
ssui um tota
al de 525 págginas dividid as em quatoorze capítulo
os, conforme e apresentad
do no quadro o
na próxima p
página.
Cada capítulo esta dividido em itens s que repressentam os pr rincipais tem
mas de estudo o. Na segunda página de
e
cada capítulo você enc contra o qua
adro de orie
entações de estudo para a prova de certificação do PQO
e O
BM&FBOVES SPA. Este qu
uadro relaciona cada prrova da cert
tificação aos itens de ca capítulo Você deve
s ada o. e
identificar a prova que irrá fazer e est
tudar os tóp icos sugeridoos em cada c capítulo.
os e Boa Prov
Bons Estudo va !!!
2. 2
Total de
págs.
Capítulo 1 – Matemática Financeira 47
Capítulo 2 – Introdução a Economia e aos Indicadores Financeiros 18
Capítulo 3 – Aspectos Institucionais 26
Capítulo 4 – Mercado e Títulos de Renda Fixa no Brasil 15
Capítulo 5 – Mercado de Capitais 56
Capítulo 6 – PARTE A ‐ Mercados Derivativos 53
Capítulo 6 – Parte B ‐ Mercados Derivativos 43
Capítulo 7 – Fundos de Investimentos 12
Capítulo 8– Introdução e Gestão de Risco 45
Capítulo 9 – Aspectos sobre Tributação no Mercado Financeiro 16
Capítulo 10 – Regulamento de Operações – Segmento Bovespa 51
Capítulo 11 – Estrutura e Processo de Liquidação na CBLC 75
Capítulo 12 – Regulamento de Operações – Segmento BM&F 26
Capítulo 13 – Estrutura e Processo de Liquidação na Câmara de Derivativos 15
Capítulo 14 – Cadastro, Segmento BM&F e BOVESPA 27
525
3.
Cap
pítulo 1 –
– Matemática Fin
nanceira
1.1 A
Apresentação
o do capítulo
o
A Maatemática Finnanceira trat
ta da compaaração de vaalores monetários que e
estão dispers sos ao
longo do tempo Através de seu estu
o o. d udo, podemos analisar e compara r alternativas de
inves
stimento e fin
nanciamento o, como por exemplo:
Qual o va
alor de R$100
0 mil hoje, d aqui a um an
no?
Como comparar valoores no temp
po (R$523 m
mil hoje com R$532,4 miil daqui a um
m mês
ou com R
R$597,6 daqu
ui a um ano) ?
Quais as alternativas de tomar emprestado considerando os custo embutido que
s o os os
você deveerá arcar parra saldar as s
suas dívidas futuras?
O ob
bjetivo dest capítulo é apresent os conc
te tar ceitos básico necessár
os rios para o bom
enten
ndimento das principais fórmulas da matemá ática finance
eira, seus e
elementos e seus
e
ectivos cálculos. Ao final deste capítu
respe ulo você terá visto:
A definiçã
ão de juros e
e de taxa de j
juros;
Os regimes de capital
lização;
A diferen s de juros no minais, efeti
nça das taxas ivas e reais;
Uma visã
ão geral da analise dos d
diferentes flu
uxos de caixa
a, do Valor P
Presente Líqu
uido –
VPL e da Taxa Interna
a de Retorno
o – TIR.
Na p
página seguinte você en
ncontra o q
quadro de orientações de estudo para a prova de
o
certif
ficação do PQ
QO BM&FBO OVESPA dest te capítulo. I a prova que irá fazer e e
Identifique a estude
os tópicos sugerid
dos.
Bons Estudos !!!
4.
Quadro de orientações de estudo para a prova de certificação do PQO BM&FBOVESPA
Item 1.2 Item 1.3 Item 1.4 Item 1.5 Item 1.6 Item 1.7
Tipos de Provas
Pág. 01 Pág. 04 Pág. 27 Pág. 28 Pág. 38 Pág. 39
Operações
BM&FBOVESPA
Operações
BOVESPA
Operações
BM&F
Comercial
Compliance
Risco
BackOffice
BM&FBOVESPA
BackOffice
BOVESPA
BackOffice
BM&F
5. Matemática Financeira 1
1.2 Juros e Taxa de Juro
Os juros representam o custo do dinheiro tomado emprestado, ou, analogamente, a
remuneração pelo sacrifício de adiar uma decisão de gasto/consumo e aplicar o capital (C0) por
certo número de períodos (n).
Definições
Capital: valor aplicado por meio de alguma operação financeira. Também conhecido como:
Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado.
Em geral, o Capital costuma ser denotado por C0.
Número de períodos: tempo, prazo ou período, em determinada unidade de tempo (dias,
meses, anos etc.) em que o capital é aplicado.
Em geral, o número de períodos costuma ser simbolizado por n.
Suponha que você resolva vender o seu apartamento pelo valor de R$100 mil e recebe uma
proposta de compra por R$98 mil a vista, quando da emissão do boleto de compra‐venda ou
R$80 mil nesse ato e mais R$20 mil quando da escrituração, que será realizada 30 dias depois.
Qual será o melhor negócio para você: receber R$98 mil hoje ou as duas parcelas sugeridas
pelo comprador? Para resolver a questão acima precisamos entender o que são juros.
Qual a diferença entre juros e taxa de juro?
Juros (J): valor expresso em dinheiro (por exemplo, em reais), referente a um determinado
capital e para um determinado período. Pode também ser definida como a remuneração do
capital, ou seja, o valor pago pelos devedores aos emprestadores em troca do uso do dinheiro.
Ao fazer uma aplicação financeira, o montante final resgatado após n períodos (Cn) deve ser
igual ao capital inicial (C0) aplicado mais os juros (J) ganhos na operação. Logo, podemos
escrever:
Montante final = Capital Inicial + J
ou: Cn = C0 + J
Portanto: J = Cn ‐ C0
Taxa de juro (i): é a porcentagem aplicada ao capital inicial que resulta no montante de juros
(J). Conceitualmente, a taxa de juros é o custo de oportunidade do capital, isto é, a taxa
paga/recebida para que um capital seja aplicado e resgatado no futuro, e não gasto no
presente. A taxa de juro pode ser calculada da seguinte forma:
C
i n 1
C
0
A taxa de juros é sempre expressa em porcentagem, para tal, basta multiplicar o resultado por
100%.
Matemática Financeira Última atualização: 18/03/11
Copyright © Associação BM&F – Direitos de Edição reservados por Associação BM&F.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
6. Matemática Financeira 2
A partir do cálculo da taxa de juros, é possível calcular diretamente o montante de juros,
observe:
Cn
‐ sendo a fórmula da taxa de juros dada por: i
1
C0
C n C0 C C0
‐ esta fórmula pode ser escrita como: i
i n
C0 C0
C
0
‐ sendo o montante de juros calculado como: J Cn C0
J
‐ substituindo J na fórmula da taxa de juros: i
C0
Portanto, pode‐se obter o montante de juros por: J i C0
Assimilado este conceito, você optaria por receber R$98 mil hoje ou R$80 mil hoje e mais R$20
mil em um mês? Logicamente, a resposta dependerá da taxa de juro praticada no mercado.
Conforme a taxa vigente, poderá ser mais vantajoso receber os R$98 mil hoje e aplicá‐los em
uma instituição financeira durante um mês ou receber R$80 mil hoje, aplicá‐los por um mês e,
no final desse período, receber mais R$20 mil do comprador. Observe que para tomar esta
decisão, é preciso comparar um valor de hoje com um valor em uma data futura.
Exemplos de cálculos de juros, taxas de juros e do capital:
a) Comprei um título por R$98.039,22 que vai pagar R$100.000,00 em um mês. Qual a taxa
mensal da aplicação e o montante de juros recebido?
Solução: pelos dados do problema:
C0 = R$98.039,22
Cn = R$100.000,00
n = 1 mês
i = ?
J = ?
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7. Matemática Financeira 3
C 100.000,00
i n 1 i
C 1
0 98.039,22
i 0,0199 ao mês
Para obter a taxa em porcentagem, basta multiplicá‐la por 100: 0,0199 x 100% = 1,99% ao mês.
J = 100.000,00 – 98.039,22 = 1.960,78
Ou: J 0,0199 98.039,22 1.960,78
Repare que, ao calcular a taxa de juros, no resultado está especificada a periodicidade da taxa,
o que é muito importante. No caso, como a aplicação foi de um mês, a taxa calculada é a taxa
mensal, ou ao mês.
b) A taxa de juro é igual a 20% ao ano. Qual o valor, hoje (C0), de um título cujo valor de
resgate é R$50.000,00 e que vence daqui a um ano?
Solução: o enunciado do problema nos diz que:
C0 = ?
Cn = R$50.000,00
n = 1 ano
i = 20% ao ano
C 50.000,00
i n 1 100 0,20
C 1
0 C0
C 0 41.666,67
Ou seja, se for feita hoje uma aplicação no valor de R$41.666,67 à taxa de 20% ano, após um
ano será resgatado R$50.000,00.
Cn
Utilizando a fórmula usada anteriormente para calcular a taxa de juros, i
1 , o valor
C0
futuro pode ser facilmente encontrado:
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8. Matemática Financeira 4
C n C 0 1 i
Pelos dados do exemplo anterior, tem‐se que:
C n 41.666,67 x 1 0,20 C n 50.000,00 .
O montante final (C0) obtido na aplicação financeira também é conhecido como VALOR
FUTURO (VF).
Exemplo: se eu aplicar R$50.000,00 por um ano à taxa de juro de 13% ao ano, qual o valor
futuro do resgate?
C n 50.000,00 x 1 0,13 C n 56.500,00
Neste caso, o montante de juros é: J 0,13 50.000,00 6.500,00 , que é a diferença entre
o capital aplicado e o valor futuro esperado.
1.3 Regimes de Capitalização
As taxas de juros foram calculadas apenas para um único período, entretanto, para resolver
problemas de cálculo de taxas de juros em dois ou mais períodos é necessário trabalhar com a
noção de regime de capitalização.
Definições
Regime de Capitalização: é a forma como a taxa de juro incide sobre o capital inicial em vários
períodos de tempo.
É possível destacar os seguintes regimes de capitalização:
Regime de Capitalização Simples: os juros de cada período são sempre calculados em
relação ao Capital Inicial (C0);
Regime de Capitalização Composta: os juros de cada período são calculados com base
no Capital Inicial (C0), acrescido dos juros relativos aos períodos anteriores.
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9. Matemática Financeira 5
A taxa de juro do Regime de Capitalização Simples é conhecida como taxa de juro simples. Já
no Regime de Capitalização Composta, a taxa é definida como taxa de juro compostos.
Algumas características são iguais nos dois regimes de capitalização:
‐ os juros são pagos ou recebidos ao final de cada período de capitalização;
‐ o capital, aplicado ou emprestado, é capitalizado a cada período de tempo;
‐ os períodos de tempo são discretos, isto é, são pontuais, por exemplo: dias, meses e anos.
A seguir serão detalhados os regimes de capitalização.
REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES OU JUROS SIMPLES
No regime de capitalização simples, como dito anteriormente, as taxas de juros (i) –
denominadas de juros simples – recaem sempre sobre o capital inicial (C0). Dessa forma, ao
resgatar a aplicação corrigida por juros simples, o montante final (Cn) – ou valor futuro (VF) –
será o capital inicial depositado acrescido do montante de juros ganhos nos n períodos em que
o capital ficou aplicado.
Para entender o funcionamento do regime de capitalização simples, suponha que você aplicou
R$10.000,00, a uma taxa de juro simples de 2% ao mês (a.m.), por quatro meses, corrigindo o
capital sempre ao final de cada mês. Qual o montante final da aplicação? Vamos acompanhar
esta operação passo a passo:
Período Capitalização Fórmula
Data 0 C0 = R$10.0000
Não há correção do capital inicial, que
(dia da i = 2% a.m. = 0,02 a.m. ocorrerá somente a partir do primeiro
operação) n = 4 meses mês da aplicação.
C1 = valor futuro (VF) ao final do mês 1
C1 10.000 0,02 10.000 C1 C 0 i C 0
Mês 1
C1 C 0 1 1 i
C1 10.000 1 1 0,02
C1 10.000 1,02 10.200
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10. Matemática Financeira 6
C2 = valor futuro (VF) ao final do mês 2
C 2 10.000 0,02 10.000 0,02 10.000 C 2 C 0 i C 0 i C 0
Mês 2 C 2 10.000 1 0,02 0,02 C 2 C 0 1 i i
C 2 10.000 1 2 0,02 C 2 C 0 1 2 i
C 2 10.000 1 0,04
C 2 10.000 1,04 10.400
C3 = valor futuro (VF) ao final do mês 3
C 3 10.000 1 2 0,02 0,02 10.000 C 3 C 0 1 2 i i C 0
Mês 3
C 3 10.000 1 2 0,02 0,02 C3 C 0 1 2 i i
C 3 10.000 1 3 0,02
C3 C 0 1 3 i
C 3 10.000 1 0,06
C 3 10.000 1,06 10.600
C4 = valor futuro (VF) ao final do mês 4
C 4 10.000 1 3 0,02 0,02 10.000 C 4 C 0 1 3 i i C 0
Mês 4
C 4 10.000 1 3 0,02 0,02 C 4 C 0 1 3 i i
C 4 10.000 1 4 0,02
C 4 C 0 1 4 i
C 4 10.000 1 0,08
C 4 10.000 1,08 10.800
Note acima que, a cada mês, as taxas de juros recaem sempre sobre o capital inicial (i x C0),
parcelas que são somadas ao valor futuro do mês anterior, até chegar ao valor final de resgate
(C4). Assim, a cada mês, o valor do montante de juros “novos” é sempre o mesmo (neste
exemplo, igual a R$200,00).
Assim podemos definir a expressão matemática de Capitalização Simples para um número n de
períodos como:
Cn C0 1 i n
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11. Matemática Financeira 7
Onde:
C0 ‐ valor presente (capital inicial)
Cn ‐ valor futuro após n períodos
n ‐ número de períodos
i ‐ taxa de juro
Importante
O prazo da operação (número de períodos – n) e a taxa de juro (i) devem estar expressos na
mesma unidade de tempo. Caso, por exemplo, a taxa de juro esteja expressa ao ano, o número
de períodos deve se referir à quantidade de anos.
Exemplo de Regime de Capitalização Simples:
Ao aplicar um montante de R$1.000,00, a uma taxa de juro de 3% a.m, por sete meses, qual é
o valor de resgate desta operação?
Solução: substituindo os valores dados no problema na fórmula de capitalização simples,
temos:
C n C 0 1 i n
C 7 1.000 1 0,03 7
C 7 1.000 1 0,21
C 7 1.000 1,21 1.210
Dessa forma, após sete meses, à taxa de juros simples de 3% ao mês, o valor de resgate será
de R$1.210,00.
O montante de juros somado a cada mês ao capital inicial é de:
J = i x C0 = 0,03 x 1.000 = 30 por mês
No total dos sete meses:
J = n x i x C0 = 7 x 0,03 x 1.000 = 210
que é justamente o montante adicionado ao capital inicial para chegar ao valor de resgate.
VARÁVEIS DA FÓRMULA DE JUROS SIMPLES
A partir da fórmula de capitalização simples, é possível extrair três outras fórmulas muito úteis
para os cálculos financeiros. Observe a seguir.
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12. Matemática Financeira 8
1) Valor presente:
Para encontrar a fórmula do valor presente (ou capital inicial) a partir da fórmula do valor
futuro na capitalização simples, basta isolar o termo C0 na equação:
Cn
C0
1 i n
2) Taxa de juros:
Conhecendo o valor inicial, o valor final e o prazo da aplicação, é possível encontrar a taxa de
juro pela seguinte fórmula:
Cn
1
C0
i
n
3) Prazo da operação:
Dada uma determinada taxa de juro, o valor inicial do investimento e o valor final que se
deseja alcançar, qual o prazo que o capital deve permanecer na aplicação? Essa pergunta pode
ser diretamente respondida pela fórmula a seguir:
Cn
1
C0
n
i
Exemplos:
1) Você fez um empréstimo de R$10.000,00 a uma taxa de juro simples de 1,5% ao mês a ser
pago em 12 meses. Qual o montante final deste empréstimo?
C n 10.000 1 0,015 12
C n 10.000 1 0,18
C n 10.000 1,18 11.800
Logo, ao final do empréstimo você irá pagar ao credor R$11.800,00.
2) Qual é o valor presente de um empréstimo que deve ser pago em seis meses, cujo valor
futuro é de R$13.400,00, admitindo uma taxa de juro simples de 2% ao mês?
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13. Matemática Financeira 9
13.400
C0
1 0,02 6
13.400
C0
1 0,12
13.400
C0 11.964,28
1,12
Assim, para resgatar R$13.400,00 em seis meses, à taxa de 2% ao mês, deve‐se aplicar hoje
R$11.964,28.
3) Se você aplicar R$50.000,00 a uma taxa de juro simples de 12% ao ano, quantos anos vão
demorar para triplicar este valor, atingindo, portanto, R$150.000,00?
150.000
1
n 50.000
0,12
3 1
n 16,67anos
0,12
Isto é, para atingir R$150.000,00, aplicando R$50.000,00 à taxa de juros simples de 12% ao
ano, o capital deve permanecer aplicado 16,67 anos.
4) Uma aplicação de R$100.000,00 foi resgatada 13 meses depois, resultando em um valor
final de R$123.000,00. Qual a taxa de juro da operação, considerando que foi feita
capitalização simples?
123.000
1
i 100.000
13
1,23 1
i 0,0177 ao mês 1,77% ao mês
13
Assim, o capital inicial de R$100.000,00 deve ser corrigido à taxa de juro simples de 1,77% ao
mês para que se resgate R$123.000,00 após 13 meses.
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14. Matemática Financeira 10
Importante:
Note que a unidade de tempo dos períodos das aplicações e da taxa de juro deve ser a
mesma. Ou seja, quando os prazos estão em meses, a taxa de juro resultante deve ser
expressa ao mês. Se o prazo está expresso em anos, a taxa de juro deve ser expressa
ao ano.
Taxa Proporcional
No regime de capitalização simples duas taxas são ditas proporcionais, quando aplicadas a um
mesmo capital, e por um mesmo prazo, geram o mesmo montante. Pelo método de cálculo de
juros simples, duas taxas de juro, i1 e i2 , serão consideradas proporcionais se, ao aplicar dois
montantes iniciais iguais ( C0 ), por dois períodos distintos de capitalização, n1 e n2 , os
montantes finais resgatados forem iguais após determinado período de tempo, ou seja:
C n C0 1 i1 n1 e C n C0 1 i2 n2
Em que:
C0 ‐ valor presente
Cn ‐ valor futuro após n períodos
n ‐ número de períodos
i ‐ taxa de juro
Como os montantes finais ( Cn ) são iguais, é possível escrever:
C0 1 i1 n1 C0 1 i2 n2
Logo, as taxas i1 e i2 são ditas proporcionais quando:
i1 n1 i2 n2
O que pode ser reescrito da seguinte forma:
i2 .n2
i1
n1
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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
15. Matemática Financeira 11
Esta última fórmula mostra que é possível calcular a taxa de juro i1 , proporcional à taxa de juro
i2 , conhecendo‐se apenas o prazo de capitalização n1 e os dados da outra aplicação ( i2 e n2 ).
Exemplo:
1) Qual é a taxa anual proporcional à taxa de juro de 1,5% ao mês?
i1 = taxa proporcional anual a ser encontrada (?)
n1 = 1 ano
i2 = 1,5% ao mês
n2 = 12 meses
1,5%.12
i1 18% ao ano
Logo: 1
2) Qual é a taxa ao dia proporcional à taxa de juro de 20% ao ano, considerando‐se 360 dias
corridos?
i1 = taxa proporcional ao dia a ser encontrada (?)
n1 = 360 dias corridos
i2 = 20% ao ano
n2 = 1 ano
20%.1
i1 0, 055% ao dia
Logo: 360
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16. Matemática Financeira 12
Regime de Capitalização Composta ou Juros Compostos
No regime de Capitalização Composta, os juros de cada período incidem sobre o capital inicial (
C0 ) acrescido do montante de juros dos períodos anteriores, e não somente sobre o C0 em
cada período, como na capitalização simples. Dessa forma, o crescimento do valor futuro passa
a ser exponencial, e não mais linear como no regime de capitalização simples.
Vamos analisar uma aplicação feita sob a capitalização composta para compreender a
formação do valor futuro (VF) neste tipo de operação. Suponha que você aplicou R$10.000,00,
a uma taxa de juro composta de 2% ao mês, por quatro meses. Qual o montante final da
aplicação? Vamos acompanhar esta operação passo a passo:
Período Capitalização Fórmula
Data 0 C0 = R$10.0000
Não há correção do capital inicial, que
(dia da i = 2% a.m. = 0,02 a.m. ocorrerá somente a partir do primeiro
operação) n = 4 meses mês da aplicação.
C1 = valor futuro (VF) ao final do mês 1
C1 10.000 0,02 10.000 C1 C 0 i C 0
Mês 1
C1 C 0 1 1 i
C1 10.000 1 1 0,02
C1 10.000 1,02 10.200
C2 = valor futuro (VF) ao final do mês 2
C 2 10.000 1 0,02 1 0,02 C 2 C0 1 1 i 1 i
Mês 2 C 2 10.000 1 0,02
2 C 2 C0 1 i 1 i
C 2 C0 1 i
2
C 2 10.000 1,02
2
C 2 10.000 1,0404 10.404
C3 C0 1 i 1 i
2
C3 C0 1 i 1 i
2
Mês 3 C3 = valor futuro (VF) ao final do mês 3
C3 C0 1 i
3
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17. Matemática Financeira 13
C3 10.000 1 0,02 1 0,02
2
C3 10.000 1 0,02
3
C3 10.000 1,02
3
C3 10.000 1,061208 10.612,08
C4 = valor futuro (VF) ao final do mês 4
C 4 10.000 1 0,02 1 0,02
3
C 4 C 0 1 i 1 i
3
C 4 10.000 1 0,02 C 4 C 0 1 i 1 i
3
Mês 4 4
C 4 10.000 1,02
C 4 C 0 1 i
4
4
C 4 10.000 1,082432 10.824,32
Veja pela tabela acima que a taxa de juro (i) é capitalizada sempre sobre o valor inicial, somado
aos juros do período anterior. Isso caracteriza o regime de capitalização composta. Assim
podemos definir a expressão matemática da capitalização composta para um número n de
períodos como:
C n C 0 1 i
n
Onde:
C0: valor presente (capital inicial)
Cn: valor futuro após n períodos
n: número de períodos
i: taxa de juro em porcentagem
Esta expressão mostra como um capital inicial (C0), aplicado por n períodos, a uma taxa de juro
(i) composta, transforma‐se no valor futuro (Cn).
Importante
Assim como no regime de capitalização simples, o prazo da operação (número de períodos) e a
taxa de juro devem estar expressos na mesma unidade de tempo. Caso, por exemplo, a taxa de
juro esteja expressa ao ano (12% ao ano, por exemplo), o número de períodos deve se referir à
quantidade de anos.
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18. Matemática Financeira 14
Variáveis da fórmula de juros compostos
São quatro (4) as variáveis na composição da fórmula de juros compostos. Observe:
C n C0 1 i
n
Conhecendo três elementos da expressão, é possível calcular o restante, bastando, para isso,
realizar algumas transformações na fórmula básica.
1) Valor presente:
Para calcular o valor do capital inicial (valor presente) que deve ser aplicado, a uma dada taxa
de juro, para resgatar um determinado montante, basta isolar C0 em um dos lados da equação
do valor futuro da capitalização composta, resultando em:
Cn
C0
1 in
Podemos ainda obter o valor
Cn C J presente a partir dos juros do
C0 0 n
1 i 1 i
n período. Observe abaixo:
C0 J
C0
1 i 1 i n
n
C0 1 i C0 J
n
C0 1 i 1 J
n
J
C0
1 i n 1
2) Montante de juros:
Considerando que o montante de juros (J) é definido pela expressão: J = Cn ‐ C0 , o valor de J é
encontrado diretamente quando substituímos o valor futuro (Cn) pela sua fórmula de cálculo.
Assim:
J C0 1 i C0
n
ou: J C0 1 i 1
n
3) Taxa de juro:
O montante de juros também pode ser encontrado diretamente pela taxa de juro. A fórmula
direta da taxa de juro derivada a partir do valor futuro é:
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19. Matemática Financeira 15
1
C n
i n 1
C
0
4) Prazo da operação:
Por fim, o prazo da operação pode ser diretamente calculado por1:
ln n
C
C
n 0
ln 1 i
Exemplos:
1) Você aplicou R$10.000,00 a uma taxa composta de 2,1% ao mês por sete meses. Qual é o
montante, Cn, acumulado ao final deste período? Calcule o montante de juros acumulado no
período.
Solução:
Valor futuro (montante acumulado):
C n 10.000 1 0,021
7
C n 10.000 1,021
7
C n 10.000 1,156592 11.565,92
Montante de juros:
J 10.000 1 0,021 1
7
J 10.000 1,15692 1
J 10.000 0,156592 1.565,92
2) Calcule o capital inicial de uma aplicação que, aplicada por dois meses à taxa de juro de 4%
ao mês, acumulou o montante final de R$16.000,00.
1
No anexo A você encontra os procedimentos para cálculo do LN.
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20. Matemática Financeira 16
Solução:
16.000
C0
1 0,042
16.000
C0
1,042
16.000
C0 14.792,89
1,0816
3) Determine o capital, que aplicado durante seis meses a uma taxa de juro composta de 2%
ao mês, obteve um rendimento de juros de R$20.000,00.
Solução:
20.000
C0
1 0,026 1
20.000
C0
1,026 1
20.000
C0
1,12616 1
20.000
C0 158.528,85
0,12616
Logo, ao aplicar R$158.528,85 durante seis meses, à taxa de juro de 2% ao mês, o retorno
obtido total será de R$20.000,00.
4) Você aplicou R$50 mil a uma taxa de juro composto de 12% ao ano. Quantos anos serão
necessários para triplicar o valor?
Solução:
Ao triplicar o valor aplicado de R$50.000, o valor de resgate será de 3 x 50.000 = 150.000. Com
este dado, é possível chegar à solução usando a fórmula direta do prazo da operação:
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21. Matemática Financeira 17
150.000
ln
50.000
n
ln1 0,12
ln 3
n
ln 1,12
1,0986
n 9,69 anos
0,11333
Este resultado mostra que são necessários 9,69 anos para triplicar o capital inicial de R$50.000
aplicados à taxa de juro de 12% ano.
5) Se forem aplicados R$100.000,00 pelo regime de capitalização composta, obtendo um
resgate de R$123.000,00 após 13 meses, qual a taxa de juro da aplicação?
Solução:
1
123.000 13
i 1
100.000
i 1,23 1
0 , 076923
i 1,01605 1 0,01605 ao mês
Em porcentagem: 0,01605 x 100% = 1,605% ao mês
Portanto, a taxa de juro da aplicação é de 1,605 % ao mês.
Importante:
Assim como na capitalização simples, a unidade de tempo dos períodos das aplicações e da
taxa de juro deve ser a mesma. Ou seja, quando os prazos estão em meses, a taxa de juro
resultante deve ser expressa ao mês. Se o prazo está expresso em anos, a taxa de juro deve ser
expressa ao ano. No entanto, pode haver a necessidade de alterar a periodicidade da taxa de
juro e/ou do prazo. Para isto ser possível, será preciso analisar o conceito de taxas
equivalentes no regime de capitalização composta.
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22. Matemática Financeira 18
Taxa Equivalente
Duas taxas de juro são equivalentes se, ao aplicar um montante inicial C0 , por prazos
idênticos, mas com periodicidades diferentes, o montante final, capitalizado por cada uma das
taxas, for o mesmo.
No regime de juros compostos, duas taxas de juro i1 e i2 são consideradas equivalentes se ao
capitalizar um montante inicial C0 pelo mesmo prazo, mas com periodicidades distintas n1 e
n2 , resultar em um mesmo montante final Cn . Dessa forma, é possível escrever que:
C n C0 1 i1 1 e Cn C0 1 i2 2
n n
Em que:
C0 ‐ valor presente
Cn ‐ valor futuro após n períodos
n ‐ número de períodos
i ‐ taxa de juro em porcentagem
Como os montantes finais Cn são iguais, então:
C 0 1 i1 1 C 0 1 i 2 2
n n
1
Elevando os dois lados da igualdade por e fazendo algumas manipulações algébricas
n1
chega‐se a:
i1 1 i2 n1 1
n2
Assim, é possível encontrar a taxa i1 , equivalente à taxa de juro i2 , conhecendo os períodos de
capitalização para cada uma das taxas, n1 e n2 .
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23. Matemática Financeira 19
Exemplos de Taxa Equivalente:
1) Qual a taxa diária equivalente a 6% ao mês, pelo regime de capitalização composta?
i1 = taxa equivalente diária a ser encontrada (?)
n1 = 30 dias
i2 = 6% ao mês
n2 = 1 mês
Logo: i1 1 0,0630 1 0,00194 ao dia
1
Em porcentagem: 0,00194 x 100% = 0,194% ao dia.
2) Qual a taxa anual equivalente a 1,5% ao mês, pelo regime de capitalização composta?
i1 = taxa equivalente anual a ser encontrada (?)
n1 = 1 ano
i2 = 1,5% ao mês
n2 = 12 meses
Logo: i1 1 0,015 1 1 0,1956 ao ano
12
Em porcentagem: 0,1956 x 100% = 19,56% ao ano.
Taxas Acumuladas
A taxa acumulada de juros em um período é obtida mediante a aplicação da Fórmula de Fisher.
Esta taxa é amplamente utilizada no mercado financeiro para cálculo do rendimento de
investimentos que mudam sua remuneração a cada período (exemplo: fundos de investimento
atrelados aos Depósitos Interfinanceiros de 1 dia).
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24. Matemática Financeira 20
Fórmula de Fisher:
1 i acumulada 1 i1 1 i 2 1 i 3 ... 1 i n
i acumulada 1 i1 1 i 2 1 i 3 ... 1 i n 1
i1 : taxa de juro referente ao período 1
i 2 : taxa de juro referente ao período 2
i 3 : taxa de juro referente ao período 3
...
i n : taxa de juro referente ao período n
Lembrete2:
A fórmula da taxa de juro real, advém da Fórmula de Fisher, com a qual se obtém uma
taxa acumulada em um período de tempo a partir das taxas que ocorreram em seus sub‐
períodos. Assim, sendo:
(1 i acumulada ) 1 i1 1 i 2 1 i 3 ... 1 in
Pode‐se definir: (1 i efetiva ) 1 ireal 1 iinf lação
(1 i efetiva )
de onde: ireal 1
(1 iinf lação )
Exemplos:
Caso 1:
Um investidor está aplicou dinheiro em um fundo que apresentou as rentabilidades citadas
abaixo. Conhecendo os dados, calcule a rentabilidade acumulada no trimestre do ano.
Outubro: 1,65%
Novembro: 2,01%
Dezembro: 1,86%.
2
Este conceito sera melhor discutido no item 1.4 – Taxa Nominal, Efetiva e Real
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25. Matemática Financeira 21
(1 iacumulada ) 1 0,0165 1 0,0201 1 0,0186
iacumulada 1 0,0165 1 0,0201 1 0,0186 1 0,0562aotrimestre
Em porcentagem: iacumulada = 0,0562 x 100% = 5,62% ao trimestre
Caso 2:
Um agente de mercado aplicou certa quantia em títulos prefixados durante 96 dias, cuja
rentabilidade era de 18% ao ano. Após o resgate, aplicou novamente em títulos por 120 dias,
que garantiram rentabilidade de 18,50%a.a. Calcule a rentabilidade acumulada no período.
Note que, neste caso, é preciso calcular a taxa equivalente para as duas aplicações.
1 i acumulada 1 0,18360 1 0,185360
96 120
1 i acumulada 1,045124 1,05821
1 i acumulada 1,10596
i acumulada 1,05821 1 0,10596
Em porcentagem: iacumulada = 0,10596 x 100% = 10,596% ao período
Caso 3:
No período abaixo, um indexador registrou as taxas de inflação indicadas abaixo em certo ano.
Calcule a inflação acumulada no período.
Janeiro: 2,2%
Fevereiro: 2,0%
Março:1,4%
Abril: 0,5%
Maio: 0,3%
Junho: 0,01%
1 i acumulada 1 0,022 1 0,02 1 0,014 1 0,005 1 0,003 1 0,0001
1 i acumulada 1,022 1,02 1,014 1,005 1,003 1,0001
1 i acumulada 1,0656
i acumulada 1,0656 1 0,0656
Em porcentagem: = 0,0656 x 100% = 6,56% ao período
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26. Matemática Financeira 22
Taxas Contínuas
Nos regimes de capitalização simples e composta, os juros são pagos ou recebidos ao final de
cada período de capitalização. O capital, aplicado ou emprestado, é capitalizado e tem
aumento a cada intervalo de tempo considerado, sendo este discreto.
À diferença dos regimes de capitalização acima citados, no regime de capitalização contínua,
existe pagamento de juros a cada período infinitesimal de tempo. Com isso, o capital cresce
continuamente no tempo a uma taxa de juro instantânea.
Veja, a seguir, os conceitos relativos a este tipo de capitalização, entendendo os
procedimentos de cálculos.
No regime de capitalização composta, ao investir um determinado capital (C0), a uma taxa de
juro (i), pelo período de n anos, obteremos um valor igual a:
C n C 0 1 i
n
Se a capitalização ocorrer k vezes ao ano, o valor de resgate será dado por:
n
i
C n C 0 1 k
k
Caso o número de capitalizações tenda ao infinito (k ∞), temos o regime de capitalização
contínua. Neste caso, o valor de resgate é dado por:
C n C 0 e rn
Onde: r = taxa de juro instantânea.
Para calcular a taxa de juro instantânea (r) equivalente a uma dada taxa de juro composta (i),
tem‐se:
e rn (i i) n
ln e rn ln(i i ) n
r n ln e n ln(i i)
r ln e ln(i i)
r ln(i i )
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27. Matemática Financeira 23
Exemplos de Taxas Contínuas:
1) Considerando uma taxa de juro de 16% ao ano, no regime de capitalização composta,
calcule a taxa instantânea de juro para 30 dias.
Solução:
A taxa de juro instantânea ao ano é igual a:
r = ln (1 + 0,16) = 0,1484 ao ano
Em porcentagem: r = 0,1484 x 100% = 14,84% ao ano.
Para um período de trinta dias, a taxa é de:
30
r 0,1484 0,0124 ao mês
360
Em porcentagem: r = 0,0124 x 100% = 1,24% ao mês.
2) A partir de uma taxa de juro composta de 2% ao.mês, qual é a taxa instantânea de juro ao
semestre?
Solução:
Considerando o período de um mês, temos a seguinte taxa de juro instantânea:
r = ln (1 + 0,02) = 0,0198 ao mês
Em porcentagem: r = 0,0198 x 100% = 1,98% ao mês.
A taxa ao semestre é de:
r = 0,0198 × 6 = 0,1188 ao semestre
Em porcentagem: r = 0,1188 x 100% = 11,88% ao semestre.
3) Qual é a taxa de juro mensal e anual no regime de capitalização contínua, sabendo que a
taxa instantânea de juro semestral é de 5%.
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28. Matemática Financeira 24
Solução:
r = ln (1 + 0,05) = 0,04879 ao semestre
Em porcentagem: r = 0,04879 x 100% = 4,879% ao semestre.
A taxa mensal é de:
1
r 0,04879 0,00813 ao mês
6
Em porcentagem: r = 0,00813 x 100% = 0,813% ao mês
Calculando a taxa anual, tem‐se:
r anual = 0,04879 × 2 = 0,09758 ao ano
Em porcentagem: r = 0,09758 x 100% = 9,758% ao ano.
TAXAS EQUIVALENTES NA CAPITALIZAÇÃO CONTÍNUA
A razão entre o valor de resgate (Cn ) e valor inicial (C0 ) nos regimes de capitalização contínua
e de capitalização composta é dada pelas respectivas fórmulas:
Cn /C0 = e I n :Regime de Capitalização Contínua
Cn /C0 = (1 + r) n :Regime de Capitalização Composta
Sendo, r a taxa de juro na capitalização composta.
É possível, então, concluir que:
e I n = (1 + r) n e I = (1 + r)
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29. Matemática Financeira 25
E, portanto,:
i = ln(1 + r)
Exemplos de taxas equivalentes na capitalização contínua
a) Dadas as taxas de juro compostas, calcule a taxa de juro contínua equivalente.
r i
10% a.m. i = ln (1 + 0,10) = 9,53% a.m
21% a.a. i = ln (1 + 0,21) = 19,06% a.a.
3,5% a.t. i = ln (1 + 0,035) = 3,44% a.t.
b) Dadas as taxas de juro instantâneas, calcule a taxa de juro composta equivalente.
i r
5% a.m. r = e0,05 – 1 = 5,13% a.m
17% a.a. r = e0,17 – 1 = 18,53% a.a
2% a.t. r = e0,02 – 1 = 2,02% a.t
Note que os exemplos apresentados consideraram os mesmos períodos de tempo nas duas
taxas de juro. Podem existir casos, no entanto, que uma taxa de juro (r) no regime de
capitalização composta é fornecida para um período e solicita‐se a taxa instantânea de juro (i)
equivalente para um período diferente do anterior.
O primeiro passo para este tipo de questão consiste em achar a taxa instantânea de juro,
considerando o mesmo prazo da taxa de juro composta. Feito isso, obtém‐se a taxa de juro
equivalente àquela obtida. Para tanto, é fundamental saber que, no regime de capitalização
contínua, as taxas de juro equivalentes são linearmente proporcionais. Ou seja, uma taxa de
juro instantânea de 6% ao semestre equivale a uma taxa anual de 12%. Veja o exemplo a
seguir.
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30. Matemática Financeira 26
Exemplos de taxas contínuas
a) Considerando uma taxa de juro de 16% a.a. no regime de capitalização composta, calcule a
taxa instantânea de juro para 30 dias.
A taxa de juro instantânea para um ano é igual a:
i = ln (1 + 0,16) = 14,84 % a.a
Para um período de trinta dias, a taxa é de:
i = 0,1484 × 30 / 360 = 1,24% a.m
b) A partir de uma taxa de juro composta de 2% a.m, qual é a taxa instantânea de juro ao
semestre?
Considerando o período de um mês, temos a seguinte taxa de juro instantânea:
i = ln (1 + 0,02) = 1,98% a.m
A taxa ao semestre é de:
i = 0,0198 × 6 = 11,88% a.s
c) Qual é a taxa de juro mensal e anual no regime de capitalização contínua, sabendo que a
taxa instantânea de juro semestral é de 5%.
i mensal = 0,05 × 1/6 = 0,83% a.m
i anual = 0,05 × 2 = 10% a.a
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31. Matemática Financeira 27
1.4 Taxas Nominal, Efetiva e Real
Uma taxa de juro é definida como nominal quando é calculada em relação ao valor nominal da
aplicação ou empréstimo, conforme o valor acordado no contrato ou título. Dessa forma, é
possível notar que se trata de um valor aparente.
Em situações em que a taxa de juro é calculada sobre o valor efetivamente emprestado ou
aplicado, define‐se a taxa como efetiva. Adicionalmente, quando este valor é corrigido pela
inflação do período da operação, a taxa de juro calculada é definida como real. Esta última é
obtida pela seguinte fórmula:
(1 Taxa Efetiva)
Taxa real 1
(1 Taxa de Inflação)
Exemplo de Taxas Nominal, Efetiva e Real
Considere que a empresa “TNK” obtenha um empréstimo do banco com a qual trabalha no
valor de R$ 70 mil, sendo que terá que pagar R$ 85 mil após quatro meses da contratação. O
banco solicita que o cliente mantenha 10% do valor do empréstimo como saldo médio durante
o período da operação. Além disso, foi cobrada uma taxa de abertura de crédito de R$ 80,00; a
qual foi paga no ato da contratação. Nestes quatro meses, a taxa de inflação acumulada foi
igual a 7%. Calcule a taxa de juro nominal, efetiva e real da operação.
a) Taxa nominal
Juros pagos (85.000 70.000)
i no min al
Capital inicial 100
100 21 43%a.p
, ou 4,97%a.m.
70.000
b) Taxa efetiva
Juros pagos
i efetiva
Capital inicial efetivo 100
85.000 0,10 70.000 70.000 80 0,10 70.000
70.000 80 0,10 70.000 100
i efetiva 23,97%a.p ou 5,52%a.m.
Matemática Financeira Última atualização: 18/03/11
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32. Matemática Financeira 28
Como o banco cobrou uma taxa para o empréstimo e estipulou que a empresa deve deixar
10% do valor do empréstimo como saldo médio em conta corrente, observe que o valor efetivo
do empréstimo é de R$ 62.920,00 (= R$ 70.000 – 0,10 R$ 70.000 – R$ 80,00) e que o valor de
resgate é igual a R$ 78.000 (o pagamento do empréstimo é completado pelos R$ 7.000
mantidos como saldo médio).
c) Taxa real
(1 i efetiva ) (1 0,2397)
ireal 1 100 ireal 1 100 ireal 15,86%a.p.
(1 iinf lação )
(1 0,07)
Lembrete:
Na literatura sobre este assunto, existe uma outra abordagem relativa ao conceito de
taxa nominal e efetiva. A taxa nominal de juros consiste na taxa em que a unidade de
tempo para a qual ela foi definida não coincide com a unidade de tempo para a qual
foi capitalizada. Já para a taxa efetiva, existe tal coincidência. Observe:
Suponha que temos uma taxa de juro de 24% a.a. capitalizada mensalmente:
a) Taxa de juro Nominal = i / nº de capitalizações = 0,24 / 12 = 0,02 = 2% a.m.
b) Taxa de juro Efetiva= 1 0,02 1 0,2682 = 26,82% a.a.
12
1.5 Análise dos diferentes fluxos de caixa
Suponha que você decida comprar uma televisão de 20 polegadas para o seu filho. Para tanto,
inicia uma pesquisa de preços em várias lojas da cidade. Ao observar o nível dos preços para
este eletroeletrônico, chega à conclusão que não será possível realizar a compra a vista. Assim,
dois orçamentos, considerando vendas a prazo, parecem ser os mais atraentes:
A loja “EletroSom” está vendendo televisores de 20 polegadas da marca “X” a
R$550,00 a vista ou em 10 parcelas iguais e mensais de R$59,64, sendo o primeiro
pagamento feito 30 dias depois da compra;
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33. Matemática Financeira 29
A loja “MultiSom” anuncia o mesmo televisor a R$550,00 a vista ou em 12 parcelas
iguais e mensais de R$49,94, sendo o primeiro pagamento feito no ato da compra.
Qual das alternativas é a mais vantajosa?
Analisando conceitualmente este exemplo, podemos perceber que alguns pontos diferem da
análise anterior, quando trabalhamos com a idéia da existência de um investimento ou
empréstimo de um montante de capital (ou Valor Presente – VP) por um período de tempo (n)
a uma taxa de juros (i) que resultaria em um Valor Futuro (VF). Neste capítulo:
os pagamentos e os recebimentos serão feitos em determinados prazos;
as entradas ou saídas terão vencimentos periódicos;
a primeira prestação ou aplicação pode incidir no começo do período, ou seja, no ato
da compra (termos antecipados) ou no final (termos postecipados).
Esta situação ocorre em vários tipos de financiamentos e empréstimos ‐ crediários, leasing,
Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e etc.
Acompanhe os conceitos apresentados a seguir e ao final você aprenderá como avaliar qual é a
melhor opção para a compra do televisor.
FLUXOS DE CAIXA HOMOGÊNEOS
Pagamentos postecipados – Fluxos de Caixa Homogêneos
Em situações, em que a primeira prestação (ou aplicação) é paga (ou recebida) um período
após a contratação, temos um fluxo de caixa com termos postecipados. Quando as prestações
são iguais ao longo do período temos um fluxo de caixa homogêneo. Veja os esquemas a
seguir.
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