1. Cotação da
Cotação da
questão
questão
5 1.4 Identifica a nova época histórica iniciada com as invasões bárbaras ou germânicas.
ANO LETIVO
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS A nova época histórica iniciada com as invasões foia Idade Média.
2012 /2013
2. Observa a Figura 1 e lê o Texto B.
TESTE DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES
2TAAR1114
MÓDULO III – A CULTURA DO MOSTEIRO Figura 1
ALUNO ____________________________________ N.º _____
FEVEREIRO DE 2013 PROFESSORA: TERESA GONÇALVES Texto B
«A planta das igrejas de peregrinação parece desenhada pelas multidões que as
percorrem, pela ordem da sua marcha e das suas estações, pelos seus pontos de
1. Texto A - “A fundação de um quadro mental unificador, através da recolha das
paragem e seu escoamento. Por vezes, um vasto nártex, lembrança da antiga igreja dos
heranças do conhecimento antigo, como forma de estruturar uma sociedade arrasada,
catecúmenos, precede a igreja e serve-lhe de vestíbulo, igreja ela própria, com a sua
territorialmente disseminada e culturalmente debilitada, que os homens medievais encetaram
nave principal, as suas naves secundárias e o seu andar.
implicou a necessidade de desenvolver formas, instituições, que assegurassem a busca, a
A igreja propriamente dita é de três e por vezes cinco naves. Alberga assim a
guarda, a manutenção e a multiplicação desse bem precioso - o saber. Estas instituições
multidão que se acumula e impõe-lhe uma ordem, abrindo nessa matéria movediça
foram os Mosteiros, onde a custódia do saber era confiada aos Monges que tinham como
sulcos paralelos. Um transepto simples ou duplo, para o qual se abrem capelas
obrigação cultivar a leitura da Bíblia e a oração; a "regula de San Benedicti", redigida por
orientadas, desenha na planta duas ou quatro saliências, e os braços monumentais têm
Bento de Núrsia no ano de 529, foi a base das regras monásticas durante a organização do
as proporções de uma igreja transversal que se insere na igreja principal. Mas não
Império de Carlo Magno, no século IX.”
Hugo Lopes, Os mosteiros medievais como edifícios de saber interrompem o percurso do peregrino. Oferecendo à multidão acesso e saídas
secundárias, pertencem também a essa topografia arquitetónica da peregrinação que
1.1 Justifica a importância dos mosteiros beneditinos na unificação cultural do Ocidente. permite um percurso contínuo no interior do edifício, desde a fachada ocidental até às
Os mosteiros beneditinos e os seus monges copistas, ao assumirem o papel de capelas da abside e das capelas da abside à fachada ocidental.»
Henri Focillon, Arte do Ocidente, Lisboa, Editorial Estampa, 1993
guardiães do saber, ao serviço da difusão do Evangelho e da conservação da herança
cultural greco-latina, tiveram um papel fundamental na unificação cultural do ocidente, 2.1 Refere quatro das características da planta da catedral românica de peregrinação,
recolhendo as “ heranças do conhecimento antigo” e procurando “estruturar uma sociedade recorrendo à observação da Figura 1 e à leitura do Texto B.
arrasada, territorialmente disseminada e culturalmente debilitada”. Neste processo, o papel Na arquitetura românica pretendia-se que a igreja constituísse a representação de toda a
dos monges beneditinos foi essencial, obrigados que estavam, pela regra, não só à oração e criação divina sobre a Terra: a planta de cruz latina (alusão simbólica à imagem de Cristo
à leitura das Escrituras, mas também ao trabalho intelectual. na Cruz), a cobertura em abóbadas de canhão e as naves laterais em arcadas de meio
ponto, constituem os elementos principais, com a cabeceira (lugar do altar) e o portal
1.2 Refere a importância económica das abadias e mosteiros.
(espaço para esculturas e baixos-relevos) de um templo românico.
A importância económica das abadias, ao modificarem o seu espaço circundante, O texto refere algumas caraterísticas próprias de um templo românico, tais como “por
fazendo o arroteamento de matas, a secagem de pântanos, ao aplicarem e experimentarem vezes, um vasto nártex”, “a sua nave principal”, “as suas naves secundárias”, “três e por
novas técnicas agrícolas e ao incentivarem a criação de ofícios artesanais, foi essencial para vezes cinco naves”, “transepto simples ou duplo”, “capelas da abside”.
a conformação de uma Europa que viria a emergir com o Renascimento.
1.3 Explica o papel da Igreja após as invasões. 2.2 Faz a legenda dos pontos assinalados na figura 1.
Face à desorganização administrativa, económica e social e à fragmentação do Império
Romano produzida pelas invasões germânicas, praticamente apenas a Igreja conseguiu
manter-se como instituição, ajudando e protegendo as populações. Consolidando sua A. Torre sineira E. Transepto
estrutura religiosa, foi difundindo o Cristianismo entre os povos “bárbaros”, enquanto B. Nave central F. Absidíolos
preservava muitos elementos da cultura greco-romana, criando normas de comportamento C. Nave lateral G. Abside
social, religioso e moral através de uma intensa atividade pedagógica. D. Cruzeiro
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2. Cotação da
Cotação da
questão
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3. Em finais do século XI, já existiam, no nosso país, 4.1 Tendo em conta o texto C, refere a subordinação da pintura e da escultura românica
mosteiros beneditinos de arquitetura românica. em relação à arquitetura.
De acordo com o texto C, o papa Gregório Magno impôs que “os muros sagrados
3.1 Identifica o templo representado na Figura 2. dos edifícios de Deus” se tornassem um suporte “da figuração sacra, um texto para ser
A figura 2 representa a igreja de S. Pedro de Rates, no lido e entendido por toda a vasta Cristandade”, uma vez que a esmagadora maioria da
concelho da Póvoa de Varzim. população era analfabeta – daí necessitar das imagens pintadas e esculpidas dos
templos para melhor compreender a mensagem divina.
3.2 Carateriza a fachada deste edifício. Desta forma, a escultura e a pintura românicas aparecem subordinadas à
A fachada da igreja de S. Pedro de Rates é arquitetura. Isto significa que o escultor é obrigado a adaptar-se aos elementos
assimétrica e apresenta um pórtico bem dimensionado, Figura 2 arquitetónicos – tímpanos, capitéis, etc. – e a uma lógica geométrica própria, que impõe
franqueado por dois robustos contrafortes e estruturado em cinco arquivoltas assentes em uma distorção das formas dos animais, plantas e pessoas esculpidas.
colunelos profusamente decorados. A pintura decora paredes, frontais de altar e retábulos, abóbadas e tetos. Divide-se
em frisos horizontais, como se fosse uma banda desenhada e tem também fins didáticos
3.3 Identifica o estilo arquitetónico a que corresponde. e catequéticos
Esta igreja insere-se na arquitetura românica.
4.2 Explica a frase sublinhada.
3.4 Seleciona a alternativa que identifica as características desta igreja: Gregório Magno – o papa Gregório I, o Grande – ao afirmar que “ a imagem é a
escrita dos iletrados” pretendia que a decoração dos templos fosse como que a ilustração
A. Inscrição da igreja em zona urbana, fachada assimétrica e portal com arquivoltas. do evangelho, uma vez que a esmagadora maioria da população era analfabeta. Tanto as
B. Inscrição da igreja em zona rural, fachada simétrica e portal sem arquivoltas. paredes do templo, como os seus elementos essenciais (a cabeceira e o portal) servem
C. Inscrição da igreja em zona rural, fachada assimétrica e portal com arquivoltas. de suporte a toda uma iconografia cujo objetivo é ensinar aos fiéis a Verdade da palavra
D. Inscrição da igreja em zona urbana, fachada simétrica e portal sem arquivoltas. de Deus.
4.3 Baseando-te no texto D, diz o que sabes sobre a pintura medieval.
4. Lê os textos C e D e observa a figura 3. A pintura medieval, sempre subordinada à arquitetura, tem finalidade didática -
Texto C - “Quando Gregório I, O Grande, Papa de 590 a além de decorativa. A cor é intensa, pura e as figuras são contornadas com uma linha
604, constatando a dificuldade de fazer chegar a palavra de Deus a negra Os temas são os mesmos da escultura: Cristo em majestade (Pantocrator), os
uma população sobretudo analfabeta, proclamou que a imagem é a Tetramorfos, a Virgem com o Menino, temas do Antigo e Novo Testamento, dos
escrita dos iletrados, fez dessa imagem, da figuração sacra, um Evangelhos apócrifos e o “Agnus Dei”. É uma pintura anti naturalista e simbólica, em que
texto para ser lido e entendido por toda a vasta cristandade, desde as figuras são solenes, hieráticas, distantes e severas. São figuras planas, pois não têm
a regência ao povo - um processo de evangelização que tinha volume, perspetiva ou profundidade. Os fundos são neutros ou em faixas policromas para
como suporte os muros sagrados dos edifícios de Deus. (…) dar a impressão de intemporalidade. É uma arte feita com a mente, não com os sentidos.
Esta abertura fez comungar todo o povo medieval nos Não procura a beleza, mas o expressionismo.
ensinamentos sagrados e nos mais simbólicos quadros dos textos
litúrgicos, contribuiu para a explosão do riquíssimo léxico figurativo 5. Numa época em que a voz do sacerdote não possuía
sagrado que se constata no gosto pela diversidade do homem qualquer auxiliar, o canto desempenhou funções ministeriais:
medieval, tão patente no livro figural das paredes das Igrejas e dos Figura 3 – O Trono de exprimia a oração de forma mais suave, favorecia o caráter
Mosteiros. Deus, iluminura do séc XI comunitário da mesma e conferia amplitude e solenidade à
Hugo Lopes, Os mosteiros medievais como edifícios de saber palavra das escrituras e aos ritos. Derivado dos cantos da
sinagoga judaica, e provavelmente também influenciado pelas
músicas grega e romana, o canto gregoriano é uma música
Texto D - «A pintura estava, na verdade, a caminho de se tornar uma forma de escrita monódica, de ritmo livre, destinada a acompanhar os textos
através de imagens.» latinos retirados da Bíblia, enquadrados no sistema diatónico.
E.H. Gombrich, A História da Arte, Londres, Phaidon, 2005
Figura 4 – S. Gregório Magno, iluminura do século XII.
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3. Cotação da
Cotação da
questão
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5.1 Baseando-te no texto, refere as funções do canto gregoriano. 7. Associa, corretamente, os elementos da coluna A com os elementos da coluna B.
O canto gregoriano é uma oração cantada, em que a palavra é superior à nota
musical. Este canto, também conhecido como canto chão, foi implementado pelo papa A B
Gregório Magno (na imagem ao lado) no ritual cristão no séc. VI – daí lhe advém o nome. A. Contraforte 8 1. Torre lanterna que encima o cruzeiro
B. Nave central 3 2. Arcos concêntricos em recuo que compõem um portal
C. Abóbada de berço 3. Corredor mais largo e com a cobertura mais elevada
5.2 Menciona as principais caraterísticas desta expressão musical sacra. 9 4. Espécie de nave curvilínea que contorna em semicírculo a abside
D. Pilar cruciforme 11 5. Pequena abside
As principais características do canto gregoriano são: as melodias são cantadas E. Zimbório 1 6. Pórtico coberto, para abrigar catecúmenos, energúmenos e
em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, é um canto F. Deambulatório 4 penitentes
rigorosamente homofónico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na G. Absidíolo 5 7. Pequeno pórtico coberto, contíguo ao transepto
acentuação e na palavra; cantado "à capella", isto é, sem acompanhamento de H. Pórtico lateral 7 8. Pilares que reforçam uma parede exteriormente
instrumentos musicais; as letras são em latim, retiradas dos textos bíblicos, sobretudo I. Arquivoltas 2 9. Cobertura resultante da sucessão de arcos de volta perfeita
salmos. J. Cruzeiro 10 10. Ponto de cruzamento do transepto com as outras naves
K. Nártex 6 11. Substitui a coluna
6. Carlos Magno ampliou o Reino Franco por meio de uma
política expansionista. A Igreja Católica, representada pelo
Papa Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro Império Romano
no Natal do ano 800. 8. Texto E - "O teu Senhor - revela o Alcorão - ...
ensinou com o cálamo, ensinou ao homem o que ele
6.1 Explica o significado da Coroação de Carlos Magno. não conhecia.” Daí a caligrafia ser a mais sublime das
Em Dezembro de 800, Carlos Magno recebeu a coroa artes islâmicas e a expressão mais típica do espírito
de imperador do Ocidente. Este acontecimento revestiu-se de muçulmano.
grande importância politica visto que:
concedeu a Carlos Magno a qualidade de legítimo herdeiro
Figura 6 – caligrafia islâmica
dos imperadores romanos;
restabeleceu o Império Romano do Ocidente, transferindo a
dignidade imperial para o rei dos Francos; Figura 5 - Carlos Magno,
representado por Durer, usando 8.1 A partir do texto E, diz por que razão a caligrafia foi elevada à categoria de arte
unificou o Ocidente sob o mesmo poder político e também o a coroa imperial de Otão o para os Muçulmanos.
mesmo poder espiritual - o do Cristianismo e dos papas de Grande
Roma. Como Deus, por intermédio do anjo Gabriel, falou em árabe e as Suas palavras
foram escritas em árabe, a língua e a escrita são consideradas tesouro inestimável por
6.2 Caracteriza a ação cultural deste Imperador Cristão do Ocidente. todos os muçulmanos, até porque a imagem assume, para eles, contornos de idolatria.
Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento cultural, o chamado Só entendendo-as os homens poderiam esperar compreender o pensamento de Deus.
Renascimento Carolíngio, caracterizado pela promoção das atividades culturais, através da Os Muçulmanos não podiam ter uma missão mais importante que a de conservar e
criação de escolas, e pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo transmitir tesouro tão valioso, tornando a caligrafia a mais sublime das artes islâmicas e
Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina. Este rei executou reformas a expressão mais típica do espírito muçulmano.
na educação que ajudaram a preparar o caminho para o Renascimento do século XII.
Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da 8.2 Justifica o aniconismo da arte islâmica.
cultura clássica (greco-romana), com destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela A arte islâmica é anicónica, uma vez que rejeita a representação figurativa na sua
tradução e cópia de manuscritos antigos. totalidade, devido ao perigo de idolatria. Pelo nomadismo das tribos beduínas, a arte
nunca teve espaço para se desenvolver entre esta cultura. Assim, a palavra toma o
espaço deixado livre: a transmissão oral ganha a maior importância. Desta maneira, a
palavra, na cultura islâmica, ganha um valor idêntico ao da imagem na cultura cristã e,
visualmente, a caligrafia adquire um carácter iconográfico, substituindo as imagens e
entranhando-se no sistema decorativo da arte islâmica.
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