SlideShare a Scribd company logo
1 of 9
1



    A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR 1



                                                             João Bosco Biase de Oliveira2

RESUMO

Este trabalho de cunho bibliográfico aborda a temática da avaliação de aprendizagem. O
objetivo principal é discutir a problemática da avaliação enquanto prática pedagógica, dentro
do contexto educacional, discutindo conceitos e refletindo sobre a forma como se ensina o
ato de avaliar e como se pratica a avaliação nos cursos de formação de professores.
Constatou-se ao final do estudo que a avaliação é uma ferramenta importantíssima no
processo ensino-aprendizagem, mas, que ainda está sendo usada com caráter meritocrático
e discriminatório, mostrando uma dissonância entre o saber teórico e a prática avaliativa.

Palavras-chave: Avaliação de aprendizagem; educação; formação de professores.


SUMMARY

This bibliography covers papers on the theme of learning assessment. The main objective is
to discuss the problem of evaluation as a pedagogical practice within the educational
context, discussing concepts and reflecting on how the act is taught and how to evaluate
assessment practices in teacher training courses. It was found at the end of the study that
the assessment is a major tool in the teaching-learning process, but that is still being used
with meritocratic and discriminatory character, showing a dissonance between the theoretical
and evaluation practice.

Keywords: Evaluation of learning, education, teacher training.




       A temática da avaliação é bastante ampla, pois ultrapassa o processo de
ensino-aprendizagem, afetando todas as instâncias, tanto educacionais como da
vida de cada indivíduo e tem percorrido caminhos diferentes em relação a sua
essência, por vezes servindo a um sistema onde o poder e controle são mais
importantes, afastando-se de seu verdadeiro compromisso com a melhoria da
prática pedagógica do docente e apreensão dos conhecimentos pelos alunos.



1
 Publicado em: OLIVEIRA, A. L; ALVES, S. C. O; SOARES, S. (Orgs.) Propostas & Contribuições:
Educação, Saúde e Política. Manaus, BK Editora, 2012.
2
  Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Amazonas, Especialista em
Docência do Ensino Superior pela Universidade Castelo Branco, Especialista em Gestão Estratégica
de Recursos Humanos pela Universidade Castelo Branco, Especialista em Estudos Amazônicos pela
Universidade Nacional da Colômbia, Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Nihon
Gakko, Administrador do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga da Universidade do Estado do
Amazonas. tenbiase@msn.com.
2



       Nos dias atuais, o professor ainda pratica uma avaliação baseada na
realização de tarefas, aplicação de provas e atribuição de notas, refletindo tão
somente o caráter quantitativo, classificatório e meritocrático.
       Realizar a avaliação a partir desses parâmetros propicia acúmulo de
informações sem a análise da situação de cada educando a partir dos dados
coletados, não fornecendo realimentação com relação às atividades de ensino
visando à promoção da aprendizagem.
       A avaliação é uma ferramenta importante pelo conjunto de conhecimentos
essenciais e imprescindíveis que ela oferece à formação do professor na medida em
que, sendo uma prática usual, reflexiva e investigativa dos processos de ensino e
aprendizagem tem papel fundamental na profissionalização do docente.
       A problemática da avaliação educacional tem sido intensamente debatida nas
últimas décadas e, suas dificuldades são as mesmas em qualquer nível ou etapa do
ensino. Entretanto, espera-se que no interior dos cursos de formação de professores
haja um avanço no que se refere a novas experiências visando uma prática
avaliativa mais progressista, pois, entende-se que o saber teórico e a prática
docente deveria ser um processo uníssono de forma a favorecer uma cultura
avaliativa mais aproximada do que é estudada na teoria.
       Para Gatti (1992) essa dicotomia entre teoria e prática acontece porque a
universidade não tem assumido de forma concreta a formação inicial de professores,
pois existe um “lastro institucional e filosófico comum quando se trata de formar o
professor” (p. 72).
       Não há dúvidas que para ser propulsora da aprendizagem a avaliação precisa
passar por mudanças na sua prática, pois, se permanecer sendo utilizada com a
única finalidade de atribuir nota se distanciará cada vez mais do processo de ensino-
aprendizagem, significando apenas o resultado final sem levar em conta o caminho
percorrido.
       Para Perrenoud (apud OLIVEIRA, 2007), não é tarefa fácil mudar os objetivos,
a finalidade e maneira de avaliar, visto que esse processo de mudança está atrelado
ao processo de ensino-aprendizagem, ao posicionamento do professor frente aos
alunos e dos alunos diante o professor, na relação entre comunidade e escola.
Infligir essa mudança implica também em mudanças no ato de ensinar, no
planejamento das aulas, nas intervenções a serem feitas, no projeto político-
pedagógico da instituição.
3



Avaliação no contexto educacional

      Ao se discutir a temática da avaliação deve-se, obrigatoriamente, discutir a
educação, pois, aquela está contida nesta, ou seja, ao se repensar o ato avaliativo
deve-se repensar o processo e as políticas educacionais. Para Biazzi (2006), a
avaliação está contida na totalidade da educação e, dessa forma, não pode ser
analisada e nem praticada de maneira afastada do processo educacional.
      Dentro deste contexto tem-se que a avaliação que se fundamenta em uma
pedagogia acrítica, não passa de um instrumento usado pela educação, como
ferramenta inibidora da emancipação do sujeito.
      Para Furlan (2006) a abordagem crítica e construtivista da avaliação de
aprendizagem que é proposta por Luckesi (2005) suscita questionamentos a
respeito da avaliação que se pratica nas escolas e sobre a influência dos resultados
obtidos na organização e no desenvolvimento do trabalho pedagógico, tanto da
escola como da sala de aula. Dessa forma, a função do professor não é mais de
julgar, mas, diagnosticar em busca de soluções mais adequadas e aceitáveis.
      Portanto, as atividades relacionadas com a avaliação da aprendizagem
devem ser ferramentas de diagnóstico e investigação incorporadas ao cotidiano da
escola, como sinal do desenvolvimento do educando e da efetividade do processo
de ensino.
      Hoffman (apud FURLAN, 2006) aborda a contradição existente entre o
discurso e a prática de grande parte dos educadores, advertindo que a avaliação
classificatória e autoritária ainda persiste no interior das escolas, porque esta é uma
atitude que está na raiz do entendimento de avaliação que o educador possui, fruto
de sua caminhada como aluno e professor.
      Para Luckesi (2005) uma prática educativa voltada ao acolhimento dos alunos
impõe aos educadores a obrigatoriedade de uma formação adequada e consistente,
mas, sobretudo, compromisso permanente com a educação.
      Na atualidade, o professor deve ter uma função ativa, que favoreça a
aproximação dos alunos face ao conhecimento já produzido e a produzir, pois,
assim, a prática avaliativa incorpora a forma da pedagogia das perguntas
favorecendo o desenvolvimento do pensamento criativo e crítico.
      Portanto, é indispensável dar voz ao aluno, para compreender o que ele
pensa e que hipóteses ele formula sobre seus erros e acertos. É imprescindível
4



conhecer o seu nível de desenvolvimento e domínio sobre o conteúdo trabalhado. O
professor tem que conhecer as características de seus alunos e utilizar esse
conhecimento para planejar e executar suas ações pedagógicas para assim a
avaliação ocupar, sem qualquer dúvida, “espaço relevante no conjunto das práticas
pedagógicas aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem” (FURLAN, 2006, p.
28).

Discutindo conceitos

       O conceito de avaliação possui significados diversos em função de sua
associação com a vida ou com a escola. De modo geral, no entendimento de
educadores e educandos a avaliação realizada no âmbito escolar é uma obrigação,
considerada penosa e um mal necessário. Por outro lado, a avaliação que se aplica
no cotidiano da vida significa refletir para mudar, melhorar os aspectos da vida, em
busca de solução e amadurecimento em cada tentativa.


                      Quando falamos em avaliação, certamente não estamos atribuindo
                      ao termo o mesmo significado porque não há um só tipo de
                      avaliação. A avaliação é uma constante em nossa vida. Nas
                      interações cotidianas, em casa, em nossa trajetória profissional, ou
                      em nossas atividades de lazer, a avaliação sempre se faz presente e
                      inclui um julgamento de valor sobre nós mesmos e sobre o que
                      estamos fazendo e também sobre o resultado de nossos trabalhos
                      (SAUL apud OLIVEIRA, 2007, p. 26).


       A avaliação realizada no cotidiano ela é geralmente informal, ao passo que a
avaliação aplicada na instituição educacional possui caráter formal e multifocal,
enfocando a aprendizagem dos alunos, a prática pedagógica do professor, o
currículo escolar e a própria instituição.
       Tomando como base a avaliação que se aplica no cotidiano da vida, Luckesi
(2005) ressalta a importância da avaliação da aprendizagem como um entendimento
novo de uma situação, constituindo-se em oportunidade para buscar novos
caminhos que se concretizará na prática diária.
       Luckesi (2005, p. 76) ainda comenta que “[...] o conceito avaliação é
formulado a partir das determinações da conduta de atribuir valor ou qualidade a
alguma coisa, ato ou curso de ação [...]”.
5



      Para Dias Sobrinho (apud AUGUSTO, 2007, p. 17), “a primeira atitude a ser
adotada na busca de compreensão do termo avaliação deve ser fugir da tentação do
discurso monorreferencial, do sentido único, das definições que tentam substituir a
indagação por ponto final”.
      Para Guba e Lincoln (apud AUGUSTO, 2007, p. 18), “não existe uma maneira
correta de definir avaliação, uma maneira que, se encontrada, poria fim à
argumentação sobre como ela deve proceder e quais são os seus propósitos”.
      No entendimento de Luckesi (2005, p. 76):


                     O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados que
                     configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de
                     valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da
                     configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de
                     qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto.


      Oliveira (2007) ressalta que a avaliação da aprendizagem deve unir-se ao
ensino, regulada pelos motivos e as finalidades da realização escolar. Esta relação
não deve ser falsa e nem arbitrária.
      A avaliação é um tema delicado dentro do processo de ensino e
aprendizagem, pois possui implicações pedagógicas que ultrapassam os aspectos
técnicos e metodológicos e atinge aspectos sociais, éticos e psicológicos
importantes, sendo influenciada pelo meio em que está inserida, ou seja, o seu
resultado pode variar em função de onde, como, por quem e para que ela é
realizada.

A avaliação na formação de professores

      A avaliação está intimamente ligada ao processo ensino-aprendizagem,
sendo uma ferramenta que auxilia o aluno em sua aprendizagem e o professor no
planejamento de sua prática pedagógica. Porém, a formação de professores, em
avaliação, apresenta-se deficiente. Nesse processo de formação, as práticas
avaliativas apresentam discordância em relação ao ensino e não condizem com as
teorias explicitadas em sala de aula.
      Nesse sentido, Souza (apud CAETANO SILVA, 2007), ressalta que a
formação do educador em avaliação não pode estar restrita ao conhecimento
6



específico, mas, deve abarcar um referencial teórico-social vasto, que leve a práticas
avaliativas voltadas à transformação.
       No entender de Hoffman (apud CAETANO SILVA, 2007) a formação inicial e
continuada de professores em avaliação educacional é um desafio dos tempos
modernos. Mais desafiadora se torna em função do descaso com a área de
avaliação e sua desvinculação com a realidade do contexto educacional, limitando-
se a um estudo superficial de modelos teóricos da avaliação e à análise do caráter
ideológico.
       A superficialidade dos estudos em avaliação nos cursos de licenciatura é um
fator muito sério, visto o reflexo que há nas escolas de educação infantil e ensino
fundamental, pois, a prática avaliativa é fenômeno com características reprodutivas,
ou seja, o modelo adotado nas escolas de formação será o seguido pelos alunos ao
exercerem a docência.
       A respeito dessa problemática Gatti (1992) afirma que isso ocorre porque a
formação de professores vem sendo feita, em grande parte, por instituições isoladas
de ensino superior e não pelas universidades, enfatizando que a maioria destas
instituições funciona em condições precárias e com pessoal de qualificação
discutível.
       O investimento na formação inicial e continuada do professor é imperativo
para o aprimoramento do ato de ensinar e avaliar, sendo momentos providos de
planejamento adequado para que se consolidem como formação necessária ao
trabalho pedagógico que está sendo, ou será desenvolvido.
       Nesta linha de raciocínio assim se expressa Imbernón (2001):


                     A formação inicial é muito importante, já que o conjunto de atitudes,
                     valores e funções que os alunos de formação inicial conferem à
                     profissão será submetido a uma série de mudanças e
                     transformações em consonância com o processo socializador que
                     ocorre nessa formação inicial. É ali que se geram determinados
                     hábitos que incidirão no exercício da profissão (IMBERNÓN apud
                     OLIVEIRA, 2007, p. 21).


       Porém, o que se tem visto é que a formação inicial do professor está mais
voltada aos aspectos ligados ao ensino do que à avaliação da aprendizagem,
relegando esta, a um segundo plano, por considerá-la uma prática corriqueira. Sem
7



o destaque necessário, são mínimas as discussões sobre avaliação, suas
implicações e modalidades (LÜDKE; MEDIANO apud OLIVEIRA, 2007).
      No entendimento de Torres (apud BIAZZI, 2006), não se pode deixar de
considerar que a formação do professor deve ocorrer de forma permanente, não se
encerrando com uma habilitação ou um diploma, mas, deve permear toda a sua vida
profissional, concorrendo para um conhecimento sólido, geral e especializado,
incluindo tanto o saber como o saber ensinar.
      Para Biazzi (2006) a realidade que se vislumbra é uma formação de caráter
terminal, isto é, o fim da busca do conhecimento pelo professor, agravada, pelo
cenário onde os próprios professores formadores de outros professores são frutos
de uma escola que está sendo questionada, que se utilizava de uma educação
bancária, levando-os a reproduzir a referida prática no processo de formação de
professores.
                      Para Ludke (2002) a universidade não cuida adequadamente da
                      formação de professores, consequentemente, deixando em situação
                      precária a formação para a prática da avaliação escolar. Ludke e
                      Mediano (1992) identificaram que as inseguranças que os
                      professores tinham em lidar com os problemas da avaliação estavam
                      ligados à falta de formação, seja na universidade, seja na própria
                      carreira docente (MENDES, 2006, p. 39).

                      Dessa forma, os cursos de formação de professores são referenciais
                      importantes na construção de uma escola crítica. A centralização ou
                      ênfase na análise da prática pedagógica desvinculada dos
                      condicionantes históricos e sociais poderia levar ao retorno ao
                      tecnicismo e, mais uma vez, colocando sobre o professor as mazelas
                      impostas pelas políticas educacionais (MENDES, 2006, p. 39).


      No entender de Sordi e Lüdke (2009) a aprendizagem da avaliação precisa
ser elevada à condição estratégica nos processos de formação docente, iniciais ou
permanentes, incluindo o exercício da autoavaliação e a avaliação entre os pares. A
familiarização destas práticas propicia ao professor a condição de bem ensinar e
bem realizar a avaliação de/com seus estudantes, bem como, compreenderá, com
algum prazer, que lhe cabe o direito/dever de participar de processos de avaliação
da escola em que trabalha, corresponsabilizando-se pelo desenvolvimento do seu
projeto pedagógico.
8



Para não concluir

       A avaliação ainda continuará sendo por muito tempo um ponto polêmico no
processo de ensino-aprendizagem, pois, assim como a educação, ela está ligada às
relações sociais vigentes na sociedade.
       Ao se analisar os avanços e retrocessos do processo avaliativo percebe-se a
relação discordante que existe entre o saber teórico e a prática avaliativa. É
imperativo que os educadores tenham total clareza de suas concepções e dos
processos avaliativos utilizados, pois, o caráter discriminatório e meritocrático da
avaliação ainda estão muito presente no ambiente educacional.
       É de fundamental importância que os professores aprofundem seus estudos
sobre a avaliação e suas relações com a aprendizagem, indo além do domínio da
teoria dos diversos métodos presentes na atualidade, refletindo suas práticas
avaliativas, tendo como referência a influência que elas exercem sobre a
aprendizagem dos alunos.
       Discutir a avaliação no interior dos cursos de formação de professores é uma
necessidade imperiosa na busca por processos formativos mais críticos, pois, os
estudantes tornam-se professores sem conhecer a real função da avaliação e suas
finalidades.
       O que se percebe é que a formação inicial em avaliação se desenvolve a
partir de um ensino teórico desconectado de referenciais práticos e insuficientes
para uma boa prática avaliativa do futuro docente. Isto quer dizer que a dicotomia
existente entre a teoria e a prática avaliativa influi de forma negativa na formação do
docente, acarretando fragilidade de conhecimentos, interferindo na ação competente
do avaliador.
       Por fim, a lição que se pode apreender até o momento é que os problemas
relacionados à formação de professores não são pequenos. É preciso praticar ações
revestidas de inovações no ambiente educacional e, que partam, antes da reflexão
sobre a prática do que de teorias e que levam a transformações. Não se pode
relegar a teoria, pelo contrário, ela deve ser o ponto de apoio para que os
professores e formadores de professores tentem compreender os problemas da
prática e projetar inovações curriculares na escola.
9



REFERÊNCIAS

AUGUSTO, R. A autoavaliação institucional na visão dos coordenadores das
comissões próprias de avaliação das instituições de ensino superior de
Campinas. Campinas, 2007. 155f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Pós-Graduação em
Educação.

BIAZZI, M. F. R. T. Avaliação da aprendizagem e formação do professor:
concepções e experiências. Campinas, 2006. 90f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

CAETANO SILVA, M. L. Dimensões da avaliação da aprendizagem: o lugar
ocupado pelo curso de Pedagogia. Santos, 2007. 65f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Católica de Santos.

FURLAN, M. I. C. Avaliação da aprendizagem escolar: convergências e
divergências entre os atores do processo de uma escola pública de ensino médio.
Presidente Prudente, 2006. 80f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Oeste
Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente, SP, 2006.

GATTI, B. A. A formação dos docentes: o confronto necessário professor x
academia. Cadernos de Pesquisa, n. 81, p. 70-74, 1992.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e
recriando práticas. São Paulo: Cortez, 2005.

MENDES, O. M. Formação de professores e avaliação educacional: o que
aprendem os estudantes das licenciaturas durante sua formação. São Paulo, 2006.
166f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

OLIVEIRA, E. D. A formação dos formadores em avaliação da aprendizagem: o
processo de formação inicial em debate. São Paulo, 2007. 158f. Dissertação
(Mestrado em Educação). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

SORDI, M. R. L; LÜDKE, M. Da avaliação da aprendizagem à avaliação institucional:
aprendizagens necessárias. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 14, n. 2, p.
313-336, jul. 2009.

More Related Content

What's hot

A avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoriaA avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoriaclaudiakarinalara
 
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1Franciele Taveira
 
A avaliação como prática pedagógica diferenciada
A avaliação como prática pedagógica diferenciadaA avaliação como prática pedagógica diferenciada
A avaliação como prática pedagógica diferenciadaGilvandenys Leite Sales
 
Papel Da AvaliaçãO
Papel Da AvaliaçãOPapel Da AvaliaçãO
Papel Da AvaliaçãOguest1c37d0
 
Avaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolarAvaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolarAlessandroRubens
 
Relação entre a didáctica com outras ciências
Relação entre a didáctica com outras ciênciasRelação entre a didáctica com outras ciências
Relação entre a didáctica com outras ciênciasJoao Papelo
 
41 dianete m. r. hoffmann
41 dianete m. r. hoffmann41 dianete m. r. hoffmann
41 dianete m. r. hoffmannelanis10
 
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02Docência "in loco"
 
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learning
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learningAvaliação pedagógica digital em contextos de e learning
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learningSofia Nogueira
 
Artigo avaliação da aprendizagem
Artigo avaliação da aprendizagemArtigo avaliação da aprendizagem
Artigo avaliação da aprendizagemcefaprodematupa
 
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO SOB...
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO  BÁSICO SOB...PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO  BÁSICO SOB...
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO SOB...Marisa Correia
 
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autor
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autorA avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autor
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autorFabiana Jacon
 
Avaliação uma atitude de ação reflexão
Avaliação uma atitude de ação reflexãoAvaliação uma atitude de ação reflexão
Avaliação uma atitude de ação reflexãoslucarz
 
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagem
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagemDesafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagem
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagemAna Maria Louzada
 

What's hot (20)

Avaliação
AvaliaçãoAvaliação
Avaliação
 
A avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoriaA avaliação da aprendizagem como principio da autoria
A avaliação da aprendizagem como principio da autoria
 
Pré Projeto Avaliação Formativa
Pré Projeto Avaliação FormativaPré Projeto Avaliação Formativa
Pré Projeto Avaliação Formativa
 
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1
A avaliação da aprendizagem como um princípio no desenvolvimento da autoria.1
 
Avaliação Escolar
Avaliação EscolarAvaliação Escolar
Avaliação Escolar
 
A avaliação como prática pedagógica diferenciada
A avaliação como prática pedagógica diferenciadaA avaliação como prática pedagógica diferenciada
A avaliação como prática pedagógica diferenciada
 
Avaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagemAvaliação da aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
 
Papel Da AvaliaçãO
Papel Da AvaliaçãOPapel Da AvaliaçãO
Papel Da AvaliaçãO
 
Avaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolarAvaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolar
 
Avaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolarAvaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolar
 
Relação entre a didáctica com outras ciências
Relação entre a didáctica com outras ciênciasRelação entre a didáctica com outras ciências
Relação entre a didáctica com outras ciências
 
41 dianete m. r. hoffmann
41 dianete m. r. hoffmann41 dianete m. r. hoffmann
41 dianete m. r. hoffmann
 
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02
Avaliarparapromover 090902173845-phpapp02
 
Avaliação em perrenoud
Avaliação em perrenoudAvaliação em perrenoud
Avaliação em perrenoud
 
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learning
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learningAvaliação pedagógica digital em contextos de e learning
Avaliação pedagógica digital em contextos de e learning
 
Artigo avaliação da aprendizagem
Artigo avaliação da aprendizagemArtigo avaliação da aprendizagem
Artigo avaliação da aprendizagem
 
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO SOB...
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO  BÁSICO SOB...PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO  BÁSICO SOB...
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO SOB...
 
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autor
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autorA avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autor
A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do aluno autor
 
Avaliação uma atitude de ação reflexão
Avaliação uma atitude de ação reflexãoAvaliação uma atitude de ação reflexão
Avaliação uma atitude de ação reflexão
 
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagem
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagemDesafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagem
Desafios e estratégias da avaliação no processo de ensino aprendizagem
 

Similar to A avaliação no contexto da formação inicial do professor

A avaliação no processo de ensino aprendizagem - rea
A avaliação no processo de ensino aprendizagem - reaA avaliação no processo de ensino aprendizagem - rea
A avaliação no processo de ensino aprendizagem - reaElizeu Gomes de Faria
 
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docx
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docxAVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docx
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docxMirianCes
 
O processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino SuperiorO processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino SuperiorInstituto Consciência GO
 
Slide avaliação
Slide avaliação Slide avaliação
Slide avaliação raul6coite
 
Cartilha de avaliação
Cartilha de avaliaçãoCartilha de avaliação
Cartilha de avaliaçãojanetnery
 
A avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processoA avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processoUESPI - PI
 
Ivanildo tcc especialização
Ivanildo tcc especializaçãoIvanildo tcc especialização
Ivanildo tcc especializaçãoivanildopontinha
 
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanAvaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanValquiria1003
 
Apresentação aprendizagem autoria e avaliaçãojoselycarla
Apresentação aprendizagem autoria e  avaliaçãojoselycarlaApresentação aprendizagem autoria e  avaliaçãojoselycarla
Apresentação aprendizagem autoria e avaliaçãojoselycarlajoselycarla
 
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuA avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuPROIDDBahiana
 
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuA avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuPROIDDBahiana
 
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...aninhaw2
 
1 artigo simone helen drumond fund. sócio, político e filosófico da educação...
1 artigo simone helen drumond  fund. sócio, político e filosófico da educação...1 artigo simone helen drumond  fund. sócio, político e filosófico da educação...
1 artigo simone helen drumond fund. sócio, político e filosófico da educação...SimoneHelenDrumond
 
Apresentação para slideshare
Apresentação para slideshareApresentação para slideshare
Apresentação para slideshareneiva valadares
 
Avaliação do Desempenho Docente
Avaliação do Desempenho DocenteAvaliação do Desempenho Docente
Avaliação do Desempenho Docenteviviprof
 
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliação
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliaçãoAvaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliação
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliaçãowilkerfilipel
 

Similar to A avaliação no contexto da formação inicial do professor (20)

A avaliação no processo de ensino aprendizagem - rea
A avaliação no processo de ensino aprendizagem - reaA avaliação no processo de ensino aprendizagem - rea
A avaliação no processo de ensino aprendizagem - rea
 
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docx
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docxAVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docx
AVALIAÇÃO FORMATIVA artigo.docx
 
Avaliacao formativa
Avaliacao formativaAvaliacao formativa
Avaliacao formativa
 
O processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino SuperiorO processo de Avaliação no Ensino Superior
O processo de Avaliação no Ensino Superior
 
Slide avaliação
Slide avaliação Slide avaliação
Slide avaliação
 
Cartilha de avaliação
Cartilha de avaliaçãoCartilha de avaliação
Cartilha de avaliação
 
A avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processoA avaliação da aprendizagem como processo
A avaliação da aprendizagem como processo
 
Ivanildo tcc especialização
Ivanildo tcc especializaçãoIvanildo tcc especialização
Ivanildo tcc especialização
 
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffmanAvaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
Avaliar para promover as setas do caminho jussara hoffman
 
Apresentação aprendizagem autoria e avaliaçãojoselycarla
Apresentação aprendizagem autoria e  avaliaçãojoselycarlaApresentação aprendizagem autoria e  avaliaçãojoselycarla
Apresentação aprendizagem autoria e avaliaçãojoselycarla
 
Artigo clenilson
Artigo clenilsonArtigo clenilson
Artigo clenilson
 
Avaliação formativa
Avaliação formativaAvaliação formativa
Avaliação formativa
 
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuA avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
 
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreuA avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
A avaliacao-da-aprendizagem-no-ensino-superior-adriana-lima-abreu
 
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...
Uma releitura dos indicadores da qualidade na educação no contexto de na esco...
 
1 artigo simone helen drumond fund. sócio, político e filosófico da educação...
1 artigo simone helen drumond  fund. sócio, político e filosófico da educação...1 artigo simone helen drumond  fund. sócio, político e filosófico da educação...
1 artigo simone helen drumond fund. sócio, político e filosófico da educação...
 
Apresentação para slideshare
Apresentação para slideshareApresentação para slideshare
Apresentação para slideshare
 
AvaliaçãO
AvaliaçãOAvaliaçãO
AvaliaçãO
 
Avaliação do Desempenho Docente
Avaliação do Desempenho DocenteAvaliação do Desempenho Docente
Avaliação do Desempenho Docente
 
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliação
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliaçãoAvaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliação
Avaliação no pea o medo e afobação que os alunos tem na realização da avaliação
 

Recently uploaded

PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoGentil Eronides
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 

Recently uploaded (20)

PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 

A avaliação no contexto da formação inicial do professor

  • 1. 1 A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR 1 João Bosco Biase de Oliveira2 RESUMO Este trabalho de cunho bibliográfico aborda a temática da avaliação de aprendizagem. O objetivo principal é discutir a problemática da avaliação enquanto prática pedagógica, dentro do contexto educacional, discutindo conceitos e refletindo sobre a forma como se ensina o ato de avaliar e como se pratica a avaliação nos cursos de formação de professores. Constatou-se ao final do estudo que a avaliação é uma ferramenta importantíssima no processo ensino-aprendizagem, mas, que ainda está sendo usada com caráter meritocrático e discriminatório, mostrando uma dissonância entre o saber teórico e a prática avaliativa. Palavras-chave: Avaliação de aprendizagem; educação; formação de professores. SUMMARY This bibliography covers papers on the theme of learning assessment. The main objective is to discuss the problem of evaluation as a pedagogical practice within the educational context, discussing concepts and reflecting on how the act is taught and how to evaluate assessment practices in teacher training courses. It was found at the end of the study that the assessment is a major tool in the teaching-learning process, but that is still being used with meritocratic and discriminatory character, showing a dissonance between the theoretical and evaluation practice. Keywords: Evaluation of learning, education, teacher training. A temática da avaliação é bastante ampla, pois ultrapassa o processo de ensino-aprendizagem, afetando todas as instâncias, tanto educacionais como da vida de cada indivíduo e tem percorrido caminhos diferentes em relação a sua essência, por vezes servindo a um sistema onde o poder e controle são mais importantes, afastando-se de seu verdadeiro compromisso com a melhoria da prática pedagógica do docente e apreensão dos conhecimentos pelos alunos. 1 Publicado em: OLIVEIRA, A. L; ALVES, S. C. O; SOARES, S. (Orgs.) Propostas & Contribuições: Educação, Saúde e Política. Manaus, BK Editora, 2012. 2 Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Amazonas, Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Castelo Branco, Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela Universidade Castelo Branco, Especialista em Estudos Amazônicos pela Universidade Nacional da Colômbia, Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Nihon Gakko, Administrador do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga da Universidade do Estado do Amazonas. tenbiase@msn.com.
  • 2. 2 Nos dias atuais, o professor ainda pratica uma avaliação baseada na realização de tarefas, aplicação de provas e atribuição de notas, refletindo tão somente o caráter quantitativo, classificatório e meritocrático. Realizar a avaliação a partir desses parâmetros propicia acúmulo de informações sem a análise da situação de cada educando a partir dos dados coletados, não fornecendo realimentação com relação às atividades de ensino visando à promoção da aprendizagem. A avaliação é uma ferramenta importante pelo conjunto de conhecimentos essenciais e imprescindíveis que ela oferece à formação do professor na medida em que, sendo uma prática usual, reflexiva e investigativa dos processos de ensino e aprendizagem tem papel fundamental na profissionalização do docente. A problemática da avaliação educacional tem sido intensamente debatida nas últimas décadas e, suas dificuldades são as mesmas em qualquer nível ou etapa do ensino. Entretanto, espera-se que no interior dos cursos de formação de professores haja um avanço no que se refere a novas experiências visando uma prática avaliativa mais progressista, pois, entende-se que o saber teórico e a prática docente deveria ser um processo uníssono de forma a favorecer uma cultura avaliativa mais aproximada do que é estudada na teoria. Para Gatti (1992) essa dicotomia entre teoria e prática acontece porque a universidade não tem assumido de forma concreta a formação inicial de professores, pois existe um “lastro institucional e filosófico comum quando se trata de formar o professor” (p. 72). Não há dúvidas que para ser propulsora da aprendizagem a avaliação precisa passar por mudanças na sua prática, pois, se permanecer sendo utilizada com a única finalidade de atribuir nota se distanciará cada vez mais do processo de ensino- aprendizagem, significando apenas o resultado final sem levar em conta o caminho percorrido. Para Perrenoud (apud OLIVEIRA, 2007), não é tarefa fácil mudar os objetivos, a finalidade e maneira de avaliar, visto que esse processo de mudança está atrelado ao processo de ensino-aprendizagem, ao posicionamento do professor frente aos alunos e dos alunos diante o professor, na relação entre comunidade e escola. Infligir essa mudança implica também em mudanças no ato de ensinar, no planejamento das aulas, nas intervenções a serem feitas, no projeto político- pedagógico da instituição.
  • 3. 3 Avaliação no contexto educacional Ao se discutir a temática da avaliação deve-se, obrigatoriamente, discutir a educação, pois, aquela está contida nesta, ou seja, ao se repensar o ato avaliativo deve-se repensar o processo e as políticas educacionais. Para Biazzi (2006), a avaliação está contida na totalidade da educação e, dessa forma, não pode ser analisada e nem praticada de maneira afastada do processo educacional. Dentro deste contexto tem-se que a avaliação que se fundamenta em uma pedagogia acrítica, não passa de um instrumento usado pela educação, como ferramenta inibidora da emancipação do sujeito. Para Furlan (2006) a abordagem crítica e construtivista da avaliação de aprendizagem que é proposta por Luckesi (2005) suscita questionamentos a respeito da avaliação que se pratica nas escolas e sobre a influência dos resultados obtidos na organização e no desenvolvimento do trabalho pedagógico, tanto da escola como da sala de aula. Dessa forma, a função do professor não é mais de julgar, mas, diagnosticar em busca de soluções mais adequadas e aceitáveis. Portanto, as atividades relacionadas com a avaliação da aprendizagem devem ser ferramentas de diagnóstico e investigação incorporadas ao cotidiano da escola, como sinal do desenvolvimento do educando e da efetividade do processo de ensino. Hoffman (apud FURLAN, 2006) aborda a contradição existente entre o discurso e a prática de grande parte dos educadores, advertindo que a avaliação classificatória e autoritária ainda persiste no interior das escolas, porque esta é uma atitude que está na raiz do entendimento de avaliação que o educador possui, fruto de sua caminhada como aluno e professor. Para Luckesi (2005) uma prática educativa voltada ao acolhimento dos alunos impõe aos educadores a obrigatoriedade de uma formação adequada e consistente, mas, sobretudo, compromisso permanente com a educação. Na atualidade, o professor deve ter uma função ativa, que favoreça a aproximação dos alunos face ao conhecimento já produzido e a produzir, pois, assim, a prática avaliativa incorpora a forma da pedagogia das perguntas favorecendo o desenvolvimento do pensamento criativo e crítico. Portanto, é indispensável dar voz ao aluno, para compreender o que ele pensa e que hipóteses ele formula sobre seus erros e acertos. É imprescindível
  • 4. 4 conhecer o seu nível de desenvolvimento e domínio sobre o conteúdo trabalhado. O professor tem que conhecer as características de seus alunos e utilizar esse conhecimento para planejar e executar suas ações pedagógicas para assim a avaliação ocupar, sem qualquer dúvida, “espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem” (FURLAN, 2006, p. 28). Discutindo conceitos O conceito de avaliação possui significados diversos em função de sua associação com a vida ou com a escola. De modo geral, no entendimento de educadores e educandos a avaliação realizada no âmbito escolar é uma obrigação, considerada penosa e um mal necessário. Por outro lado, a avaliação que se aplica no cotidiano da vida significa refletir para mudar, melhorar os aspectos da vida, em busca de solução e amadurecimento em cada tentativa. Quando falamos em avaliação, certamente não estamos atribuindo ao termo o mesmo significado porque não há um só tipo de avaliação. A avaliação é uma constante em nossa vida. Nas interações cotidianas, em casa, em nossa trajetória profissional, ou em nossas atividades de lazer, a avaliação sempre se faz presente e inclui um julgamento de valor sobre nós mesmos e sobre o que estamos fazendo e também sobre o resultado de nossos trabalhos (SAUL apud OLIVEIRA, 2007, p. 26). A avaliação realizada no cotidiano ela é geralmente informal, ao passo que a avaliação aplicada na instituição educacional possui caráter formal e multifocal, enfocando a aprendizagem dos alunos, a prática pedagógica do professor, o currículo escolar e a própria instituição. Tomando como base a avaliação que se aplica no cotidiano da vida, Luckesi (2005) ressalta a importância da avaliação da aprendizagem como um entendimento novo de uma situação, constituindo-se em oportunidade para buscar novos caminhos que se concretizará na prática diária. Luckesi (2005, p. 76) ainda comenta que “[...] o conceito avaliação é formulado a partir das determinações da conduta de atribuir valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação [...]”.
  • 5. 5 Para Dias Sobrinho (apud AUGUSTO, 2007, p. 17), “a primeira atitude a ser adotada na busca de compreensão do termo avaliação deve ser fugir da tentação do discurso monorreferencial, do sentido único, das definições que tentam substituir a indagação por ponto final”. Para Guba e Lincoln (apud AUGUSTO, 2007, p. 18), “não existe uma maneira correta de definir avaliação, uma maneira que, se encontrada, poria fim à argumentação sobre como ela deve proceder e quais são os seus propósitos”. No entendimento de Luckesi (2005, p. 76): O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. Oliveira (2007) ressalta que a avaliação da aprendizagem deve unir-se ao ensino, regulada pelos motivos e as finalidades da realização escolar. Esta relação não deve ser falsa e nem arbitrária. A avaliação é um tema delicado dentro do processo de ensino e aprendizagem, pois possui implicações pedagógicas que ultrapassam os aspectos técnicos e metodológicos e atinge aspectos sociais, éticos e psicológicos importantes, sendo influenciada pelo meio em que está inserida, ou seja, o seu resultado pode variar em função de onde, como, por quem e para que ela é realizada. A avaliação na formação de professores A avaliação está intimamente ligada ao processo ensino-aprendizagem, sendo uma ferramenta que auxilia o aluno em sua aprendizagem e o professor no planejamento de sua prática pedagógica. Porém, a formação de professores, em avaliação, apresenta-se deficiente. Nesse processo de formação, as práticas avaliativas apresentam discordância em relação ao ensino e não condizem com as teorias explicitadas em sala de aula. Nesse sentido, Souza (apud CAETANO SILVA, 2007), ressalta que a formação do educador em avaliação não pode estar restrita ao conhecimento
  • 6. 6 específico, mas, deve abarcar um referencial teórico-social vasto, que leve a práticas avaliativas voltadas à transformação. No entender de Hoffman (apud CAETANO SILVA, 2007) a formação inicial e continuada de professores em avaliação educacional é um desafio dos tempos modernos. Mais desafiadora se torna em função do descaso com a área de avaliação e sua desvinculação com a realidade do contexto educacional, limitando- se a um estudo superficial de modelos teóricos da avaliação e à análise do caráter ideológico. A superficialidade dos estudos em avaliação nos cursos de licenciatura é um fator muito sério, visto o reflexo que há nas escolas de educação infantil e ensino fundamental, pois, a prática avaliativa é fenômeno com características reprodutivas, ou seja, o modelo adotado nas escolas de formação será o seguido pelos alunos ao exercerem a docência. A respeito dessa problemática Gatti (1992) afirma que isso ocorre porque a formação de professores vem sendo feita, em grande parte, por instituições isoladas de ensino superior e não pelas universidades, enfatizando que a maioria destas instituições funciona em condições precárias e com pessoal de qualificação discutível. O investimento na formação inicial e continuada do professor é imperativo para o aprimoramento do ato de ensinar e avaliar, sendo momentos providos de planejamento adequado para que se consolidem como formação necessária ao trabalho pedagógico que está sendo, ou será desenvolvido. Nesta linha de raciocínio assim se expressa Imbernón (2001): A formação inicial é muito importante, já que o conjunto de atitudes, valores e funções que os alunos de formação inicial conferem à profissão será submetido a uma série de mudanças e transformações em consonância com o processo socializador que ocorre nessa formação inicial. É ali que se geram determinados hábitos que incidirão no exercício da profissão (IMBERNÓN apud OLIVEIRA, 2007, p. 21). Porém, o que se tem visto é que a formação inicial do professor está mais voltada aos aspectos ligados ao ensino do que à avaliação da aprendizagem, relegando esta, a um segundo plano, por considerá-la uma prática corriqueira. Sem
  • 7. 7 o destaque necessário, são mínimas as discussões sobre avaliação, suas implicações e modalidades (LÜDKE; MEDIANO apud OLIVEIRA, 2007). No entendimento de Torres (apud BIAZZI, 2006), não se pode deixar de considerar que a formação do professor deve ocorrer de forma permanente, não se encerrando com uma habilitação ou um diploma, mas, deve permear toda a sua vida profissional, concorrendo para um conhecimento sólido, geral e especializado, incluindo tanto o saber como o saber ensinar. Para Biazzi (2006) a realidade que se vislumbra é uma formação de caráter terminal, isto é, o fim da busca do conhecimento pelo professor, agravada, pelo cenário onde os próprios professores formadores de outros professores são frutos de uma escola que está sendo questionada, que se utilizava de uma educação bancária, levando-os a reproduzir a referida prática no processo de formação de professores. Para Ludke (2002) a universidade não cuida adequadamente da formação de professores, consequentemente, deixando em situação precária a formação para a prática da avaliação escolar. Ludke e Mediano (1992) identificaram que as inseguranças que os professores tinham em lidar com os problemas da avaliação estavam ligados à falta de formação, seja na universidade, seja na própria carreira docente (MENDES, 2006, p. 39). Dessa forma, os cursos de formação de professores são referenciais importantes na construção de uma escola crítica. A centralização ou ênfase na análise da prática pedagógica desvinculada dos condicionantes históricos e sociais poderia levar ao retorno ao tecnicismo e, mais uma vez, colocando sobre o professor as mazelas impostas pelas políticas educacionais (MENDES, 2006, p. 39). No entender de Sordi e Lüdke (2009) a aprendizagem da avaliação precisa ser elevada à condição estratégica nos processos de formação docente, iniciais ou permanentes, incluindo o exercício da autoavaliação e a avaliação entre os pares. A familiarização destas práticas propicia ao professor a condição de bem ensinar e bem realizar a avaliação de/com seus estudantes, bem como, compreenderá, com algum prazer, que lhe cabe o direito/dever de participar de processos de avaliação da escola em que trabalha, corresponsabilizando-se pelo desenvolvimento do seu projeto pedagógico.
  • 8. 8 Para não concluir A avaliação ainda continuará sendo por muito tempo um ponto polêmico no processo de ensino-aprendizagem, pois, assim como a educação, ela está ligada às relações sociais vigentes na sociedade. Ao se analisar os avanços e retrocessos do processo avaliativo percebe-se a relação discordante que existe entre o saber teórico e a prática avaliativa. É imperativo que os educadores tenham total clareza de suas concepções e dos processos avaliativos utilizados, pois, o caráter discriminatório e meritocrático da avaliação ainda estão muito presente no ambiente educacional. É de fundamental importância que os professores aprofundem seus estudos sobre a avaliação e suas relações com a aprendizagem, indo além do domínio da teoria dos diversos métodos presentes na atualidade, refletindo suas práticas avaliativas, tendo como referência a influência que elas exercem sobre a aprendizagem dos alunos. Discutir a avaliação no interior dos cursos de formação de professores é uma necessidade imperiosa na busca por processos formativos mais críticos, pois, os estudantes tornam-se professores sem conhecer a real função da avaliação e suas finalidades. O que se percebe é que a formação inicial em avaliação se desenvolve a partir de um ensino teórico desconectado de referenciais práticos e insuficientes para uma boa prática avaliativa do futuro docente. Isto quer dizer que a dicotomia existente entre a teoria e a prática avaliativa influi de forma negativa na formação do docente, acarretando fragilidade de conhecimentos, interferindo na ação competente do avaliador. Por fim, a lição que se pode apreender até o momento é que os problemas relacionados à formação de professores não são pequenos. É preciso praticar ações revestidas de inovações no ambiente educacional e, que partam, antes da reflexão sobre a prática do que de teorias e que levam a transformações. Não se pode relegar a teoria, pelo contrário, ela deve ser o ponto de apoio para que os professores e formadores de professores tentem compreender os problemas da prática e projetar inovações curriculares na escola.
  • 9. 9 REFERÊNCIAS AUGUSTO, R. A autoavaliação institucional na visão dos coordenadores das comissões próprias de avaliação das instituições de ensino superior de Campinas. Campinas, 2007. 155f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Pós-Graduação em Educação. BIAZZI, M. F. R. T. Avaliação da aprendizagem e formação do professor: concepções e experiências. Campinas, 2006. 90f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Campinas. CAETANO SILVA, M. L. Dimensões da avaliação da aprendizagem: o lugar ocupado pelo curso de Pedagogia. Santos, 2007. 65f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Santos. FURLAN, M. I. C. Avaliação da aprendizagem escolar: convergências e divergências entre os atores do processo de uma escola pública de ensino médio. Presidente Prudente, 2006. 80f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, Presidente Prudente, SP, 2006. GATTI, B. A. A formação dos docentes: o confronto necessário professor x academia. Cadernos de Pesquisa, n. 81, p. 70-74, 1992. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando práticas. São Paulo: Cortez, 2005. MENDES, O. M. Formação de professores e avaliação educacional: o que aprendem os estudantes das licenciaturas durante sua formação. São Paulo, 2006. 166f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. OLIVEIRA, E. D. A formação dos formadores em avaliação da aprendizagem: o processo de formação inicial em debate. São Paulo, 2007. 158f. Dissertação (Mestrado em Educação). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. SORDI, M. R. L; LÜDKE, M. Da avaliação da aprendizagem à avaliação institucional: aprendizagens necessárias. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 14, n. 2, p. 313-336, jul. 2009.