1. Aprendizagem por m-learning
A Declaração de Bolonha firmada em junho de 1999 entre os países que
compunham a Comunidade Européia, estabeleceu dois preceitos que nortearam as ações
desta a fim de facilitar a integração nos aspectos educacionais. O primeiro conceito
partiu da necessidade de estabelecer critérios e parâmetros para que os sistemas
educacionais dos países da Comunidade permitissem a mobilidade dos cidadãos para
facilitar o reconhecimento de seus diplomas em todo o território europeu. O segundo
permitia o deslocamento de estudantes para aprendizagem e treinamento, como também
de professores e burocratas.
Os dois conceitos originaram o conceito de mobile learning (m-learning) que
significa aprendizagem móvel. Antes dele existiam: o lifelong learning (diz respeito a
todas as atividades formais que aumentam o conhecimento e as habilidades do
indivíduo e o non-formal learning que abrange todo conhecimento adquirido pelo
indivíduo através de atividades formais e informais no trabalho e na vida social.
Para democratizar a educação formal a sociedade moderna investe desde o
século IX em recursos econômicos. Em países pobres todas as iniciativas para investir
em educação formal são aceitas. Existem quatro categorias para classificar os alunos
modernos que são: aprendizes permanentes, aprendizes instrumentais, aprendizes
tradicionais e resistentes ao aprendizado.
A alienação do trabalho é vista como a incapacidade do indivíduo permanecer
alerta e preparado para a aprendizagem continuada. Espera-se que o conhecimento
midiático dos trabalhadores esteja apto a fim de alcançar as novas exigências devido aos
avanços tecnológicos.
O processo de adaptação do trabalhador refere-se ao intenso treinamento para
lidar com objetos, maquinas e serviços a uma velocidade exigida pelas novas
necessidades da sociedade capitalista.
Com o objetivo de promover a cultura de aprendizagem por toda a Europa, a
Comissão Européia de Educação e Cultura pressupõe a necessidade de desenvolver
comunidades de aprendizagem.
O conceito de m-learning deixou de abranger somente a ideia de aprendizagem
para adicionar também a de mobilidade. O mais interessante é que este conceito passou
a designar aprendizagem com a utilização de telefones celulares, pequenos
computadores pessoais e laptops em redes sem fio. Existem serviços que respondem as
perguntas das crianças do ensino fundamental por meio do celular, com também o
ensino de arte nos museus europeus.
Através destes projetos foi possível mostrar que a tecnologia móvel pode
alcançar os parâmetros estabelecidos pela Declaração de Bolonha.
Os projetos de data mining e Web mining, que focam o usuário, também estão
sendo estudados para serem utilizados em educação.
As pesquisas mostraram que no final de 2004 aproximadamente 700 milhões de
pessoas tinham acesso à Internet e mais de 1 bilhão e 700 milhões de pessoas usavam
telefones celulares e previa-se para 2010, que mais de três bilhões utilizem o aparelho.
Com isso, o celular será um instrumento preferencial para ser integrado a educação,
informação e controle.
Existem vários projetos de m-learning em implementação. Os mais
representativos são: o skoool learning technology que possui projetos em curso na
Inglaterra, na Irlanda e Suécia. Direcionado para o ensino fundamental e médio e
consiste em disponibilizar num portal lições adaptadas para celular e Interne; outro
2. projeto que está em curso no Learning and Skills Development Agency, objetiva nas
mensagens de SMS melhorar a alfabetização de jovens e adultos na Inglaterra.
Na França, Irlanda, Noruega e Hungria e em todos os países da Europa, o
telefone celular tem criado a base para a implementação do m-learning, por isso muitas
empresas estão mudando sua base de comunicação instantânea para o celular.
Com isso, é possível destacar que a Comunidade Européia percebeu a relação
intrínseca entre a mobilidade social na Europa e o desenvolvimento do m-learning por
meio do celular.
É importante salientar os objetivos do projeto que são: a experiência com novos
modelos pedagógicos usando novas mídias e o gerenciamento de instituições para a
educação de adultos.
Foi possível concluir com o projeto que a introdução de mudanças na
comunicação e informação modificam a natureza do trabalho.
O que existe de especial no mobile learning comparado a outras formas de
aprendizagem é que os alunos estão em constante movimento e podem aprender
enquanto se deslocam no tempo e espaço.
Nessa Idade Mídia, a sociedade da informação está conectada à adoção de novas
tecnologias e existe uma infinidade de mediações tecnológicas que têm modificado a
cultura e o comportamento da sociedade.
Com os projetos apresentados de mobile learning foi possível concluir que é
possível disponibilizar uma educação sem fronteiras de tempo e espaço, mas que ainda é
cedo para estabelecer uma cultura em que o m-learning permeie todas as formas de
aprendizagem.
Referência bibliográfica:
BULCÃO, R. Aprendizagem por e-learning. I, J. An: LITTO, F; FORMIGA, M. (Org)
Educação a distância: o estudo da arte. Pearson Education do Brasil. São Paulo: 2009.
pp.81-86