SlideShare a Scribd company logo
1 of 7
Doenças bacterianas – Estomatologia – Thalita Amorim 4-O
SÍFILIS
*SIFILIS PRIMARIA
A sífilis primaria é caracterizada pelo cancro, que se desenvolve na área de inoculação,
tornando-se clinicamente evidente 3 a 90dias após a exposição inicial. Embora lesões
múltiplas possam ser as vezes observadas, a maioria dos cancros são solitários.
Menos de 2% dos cancros ocorrem em outras localizações, mas a cavidade oral é o sitio
extragenital mais comum. As lesões são vistas mais nos lábios, língua, palato, gengiva e
amígdalas. O lábio superior é mais acometido nos homens, enquanto o inferior nas mulheres.
A lesão oral apresenta-se como uma ulcera de base clara e indolor ou, raramente, como
uma proliferação vascular semelhante a um granuloma piogênico.
Caso não seja tratada, a lesão inicial cicatriza dentro de 3 a 8semanas.
*SIFILIS SECUNDARIA
Identificada clinicamente 4 a 10semanas após a infecção inicial. As lesões de sífilis
secundaria podem surgir antes da resolução completa da lesão primaria. Durante a sífilis
secundaria, os sintomas sistêmicos em geral surgem, exemplos, linfadenopatia indolor, dor de
garganta, mal-estar, cefaléia, perda de peso, febre, dor músculo-esquelética.
Um sinal consistente é uma erupção cutânea maculopapular difusa e indolor, disseminada
por todo o corpo e que pode acometer inclusive a região palmo-plantar. Essa erupção também
pode envolver a cavidade oral. Na maioria dos pacientes, ela cicatriza sem deixar marcas.
Pode apresentar placas mucosas, que são zonas de mucosa sensível e esbranquiçadas.
Varias placas adjacentes podem se fusionar, após sua formação, a necrose epitelial superficial
pode ocorrer. Estas lesões podem acometer qualquer superfície mucosa, mas são encontradas
com maior freqüência na língua, nos lábios, na mucosa jugal e no palato. Placas mucosas
elevadas também podem estar centradas sobre a dobra da comissura labial e foram chamadas
de pápulas fendidas.
Lesões múltiplas são típicas da sífilis secundaria. A resolução espontânea em feral ocorre
dentro de 3 a 12 semanas, entretanto, recidivas podem ocorrer.
Na presença de imunocomprometidos, a sífilis secundaria pode apresentar-se em uma
forma explosiva e disseminada conhecida como lues maligna. Tal forma apresenta sintomas
prodrômicos de febre, cefaléia, mialgia, seguidos pela formação de ulcerações necróticas, as
quais comumente envolvem a face e o couro cabeludo. As lesões orais estão presentes em
mais de 30% dos pacientes afetados.
SIFILIS TERCIARIA
Após a sífilis secundaria os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas,
conhecida como sífilis latente. Esse período de latência pode durar de 1 a 30anos.
A fase terciária da sífilis inclui as complicações mais serias da doença. O sistema vascular
pode ser afetado significativamente pelos efeitos de artrite previa. Pode ocorrer aneurisma da
aorta ascendente, hipertrofia ventricular esquerda, regurgitação aórtica e insuficiência
cardíaca congestiva.
São característicos os focos dispersos de inflamação granulomatosa. Esse sitio ativo de
inflamação granulomatosa, conhecido como goma, se apresenta como uma lesão endurecida,
nodular ou ulcerada, que pode causar extensão destruição tecidual.
Glossite intersticial: resultado da contratura da musculatura lingual após a cicatrização
das gomas.
Glossite luética: atrofia difusa e perda das papilas do dorso da língua.
SIFILIS CONGENITA
Tríade de Hutchinson:
*dentes de Hutchinson
*ceratite ocular intersticial
*surdez associada ao comprometimento do oitavo par de nervos cranianos
Poucos pacientes apresentam os três achados.
As crianças infectadas com sífilis podem manifestar sintomas dentro de 2 a 3semanas do
nascimento, que podem ser retardo no crescimento, febre, icterícia, anemia,
hepatoesplenomegalia, rinite, fissuras cutâneas radiais ao redor da boca (rágades)...
As crianças não tratadas que sobrevivem costumam desenvolver a sífilis terciaria com
danos aos ossos, dentes, olhos, orelhas e cérebro.
A infecção altera a formação dos incisivos ( incisivos de Hutchinson) e dos molares(molares
em amora). A ceratite intersticial ocular se desenvolve geralmente entre os 5 a 25anos. O olho
afetado apresenta a superfície da córnea opacificada, resultando em perda da visão.
CARATERISTICAS HISTOPATOLOGICAS
Durante as primeiras fases, o padrão é semelhante. Nas lesões primarias, a
superfície epitelial é ulcerada e nas lesões secundarias pode estar ulcerada ou
hiperplásica.
Está presente uma intensa reação inflamatória crônica. Este infiltrado é composto
predominantemente por linfócitos e plasmócitos. Embora a presença de plasmócitos
dentro do infiltrado possa sugerir o diagnostico de sífilis na pela, a sua presença em
áreas de ulceração oral é uma achado comum e , portanto, não tem necessariamente
significado diagnostico.
Na sífilis secundaria, a ulceração pode não estar presente e o epitélio de superfície
muitas vezes demonstra hiperplasia com significativa espongiose e exocitose. Esses
achados quando observados em associação a um infiltrado plasmocitário perivascular
profundo e dente subjacente, sugerem o diagnostico de sífilis.
As lesões orais terciarias exibem superfície ulcerada, com hiperplasia
pseudoepiteliomatosa periférica. O infiltrado inflamatório subjacente costuma
demonstrar focos de inflamação granulomatosa com coleções bem-circunscritas de
histiócitos e células gigantes multinucleadas. Mesmo com colorações especiais, é difícil
evidenciar micro-organismos na fase terciaria. Pesquisadores acreditam que a resposta
inflamatória seja mais uma reação imune do que uma resposta direta ao T. pallidum.
DIAGNOSTICO
Pode ser confirmado pela demonstração dos microorganismos espiralados no
exame de campo escuro de um esfregaço do exsudato de uma lesão ativa. Resultados
falso-positivos são possíveis na cavidade oral, devido à semelhança morfológica de
alguns microorganismos habitantes da flora oral. Deve ser, então, confirmada com o uso
de testes de anticorpos imunofluorescentes específicos ou testes sorológicos.
TRATAMENTO E PROGNOSTICO
Necessita-se de uma avaliação individual e de uma abordagem terapêutica
individualizada. O tratamento de eleição é a penicilina. A dose e o esquema de
administração variam de acordo com a fase da doença, envolvimento neurológico e
estado imunológico do paciente.
Sífilis primaria, secundaria e latente recente: uma dose única de penicilina G
benzatina parental de ação prolongada. Durante o tratamento, alguns profissionais
recomendam acompanhamento sorológico 6,12,18 e 24 meses depois.
Sífilis latente tardia, sífilis terciaria: penicilina intramuscular, três vezes com
intervalo semanal.
Pacientes com alergia comprovada à penicilina: doxiciclina ou tetraciclina,
eritromicina e ceftriaxona.
Gestantes tratadas para sífilis devem ser tratadas outra vez na 28º semana e
novamente no parto. Crianças nascidas de mães soropositivas são tratadas com
penicilina IV.
Reação de Jarisch-Herxheimer: as evidencias clinicas dessa reação ocorrem por
volta de 8h após a primeira injeção de penicilina e comumente incluem febre baixa,
mal-estar, cefaléia, e exacerbação das lesões orais ou cutâneas. Estes sinais e sintomas
são temporárias e rapidamente desaparecem.
O T. pallidum pode escapar dos efeitos letais do antibiótico quando o
microorganismo esta localizado nos limites dos linfonodos ou no sistema nervoso
central.
TUBERCULOSE
É uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Os
fatores que foram associados ao recente ressurgimento da TB são: guerras e fome, nos
países em desenvolvimento, a epidemia de HIV, aumento de imigrantes provenientes de
países endêmicos em tuberculose...
As infecções costumam ser o resultado da disseminação direta de pessoa para
pessoa por meio de gotículas respiratórias de um paciente com a doença ativa. A
infecção deve ser distinguida da doença ativa.
A tuberculose primaria ocorre em indivíduos não expostos previamente ao
microorganismo, envolvendo quase sempre o pulmão. Na maioria dos indivíduos, a
infecção primária resulta apenas na formação de um nódulo localizado fibrocalcificado
no sitio inicial do envolvimento. No entanto, microorganismos vivos podem estar
presentes nesses nódulos e permanecer latentes por vários anos ou pela vida inteira.
A doença ativa costuma se desenvolver em uma fase mais tardia da vida, com a
reativação do microorganismo em uma pessoa previamente infectada. Tal reativação é
associada ao comprometimento da defesa do hospedeiro, sendo chamada de
tuberculose secundária.
*tuberculose miliar: disseminação difusa através do sistema sangüíneo, produzindo
diversos focos de infecção que lembram macroscópica e radiograficamente, sementes
de milho.
CARACTERISTICAS CLINICAS E RADIOGRAFICAS
A TB primaria é em geral assintomática.
As lesões secundarias estão localizadas no ápice pulmonar, porem elas podem
propagar-se para muitos sítios diferentes através de material infectado expectorado ou
através de vasos sanguíneos ou linfáticos. Características: febre baixa, mal-estar,
anorexia, perda de peso, sudorese noturna.
*Consumação: a tuberculose progressiva pode levar a uma síndrome debilitante.
A tuberculose extra-pulmonar pode ter qualquer sistema orgânico afetado.
*Lúpus vulgar: quando há envolvimento da pele.
As lesões orais da tuberculose são raras,com a maioria dos casos se apresentando
como uma ulcera crônica e indolor. Quando a tuberculose oral primaria está presente,
usualmente envolve gengiva, fundo de vestíbulo e áreas de infamação adjacentes a
dentes ou locais de exodontias. As lesões orais secundarias são observadas com maior
freqüência na língua, palato e lábios.
*escrófula: caracteriza-se pelo aumento dos tecidos linfóides orofaringianos e dos
linfonodos cervicais. O envolvimento pulmonar é incomum em pacientes com escrófula.
CARACTERISTICAS HISTOPATOLOGICAS
A formação de granulomas, que são coleções circunscritas de histiócitos
epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas, freqüentemente com necrose
caseosa central.
Com um individuo com tuberculose, um granuloma desses é chamado de tubérculo.
DIAGNÓSTICO
Cerca de 2 a 4 semanas após a exposição inicial, há o desenvolvimento de uma
reação de hipersensibilidade mediada por células aos antígenos da tuberculose. O
diagnostico da doença ativa deve ser confirmado pelas colorações especiais para o
microorganismo e pela cultura de tecido infectado ou do escarro. Mesmo se detectada
por colorações especiais, a identificação do microorganismo em cultura é apropriada.
TRATAMENTO E PROGNOSTICO
A terapia com múltiplos agentes é o tratamento de escolha para uma infecção ativa
e o tratamento geralmente envolve duas ou mais drogas ativas por vários meses ou
anos. O protocolo freqüentemente utilizado consiste em oito semanas de isoniazida,
rifampicina e pirazanamida, seguidas por 16 semanas de isoniazida e rifampicina.
*quimioprofilaxia: usado para pacientes que não apresentam sintomas e sinais de
doença ativa.
A vacina Bacilo de Calmette-Guérin(BCG) está disponível para quase 85% da
população mundial.
HANSENÍASE
É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. O
microorganismo tem baia infectividade e a exposição raramente resulta em doença
clinica. Acredita-se que o microorganismo precise de baixa temperatura corpórea do
hospedeiro para sobreviver. O sitio inicial da infecção pode ser a mucosa nasal ou
orofaringiana.
A teoria da infecção dependente de temperatura na hanseníase permanece sendo
uma área de interesse e controvérsia. São notadas duas apresentações clinicas
principais:
*lepra tuberculoide: se desenvolve em pacientes com uma resposta imune alta. Os
microorganismos não são encontrados em espécimes de biopsias de pele os testes
cutâneos para microorganismos mortos pelo calor(lepromina) são positivos e a doença
é usualmente localizada. O período de incubação com media de 2 a 5 anos.
*lepra lepromatosa: observada em pacientes com resposta imune mediada por
células reduzida. Pacientes exibem numerosos microorganismos no tecido, não
respondem ao teste cutâneo da lepromina e apresentam a doença difusa. O período de
incubação com media de 8 a 12anos.
CARACTERISTICAS CLINICAS
Atualmente, a hanseníase é classificada em duas categorias distintas: paucibacilar e
multibacilar.
*Paucibacilar: corresponde mais ao padrão tuberculoide de lepra. Pequeno numero
de lesões cutâneas bem circunscritas e hipopigmentadas. Anestesia da pele afetada e
perda de sudorese. Lesões orais raras.
*Multibacilar: corresponde ao padrão de lepra lepromatosa. Começa lentamente
com numerosas máculas ou pápulas, hipopigmentadas, mal definidas na pele que com o
tempo torna-se espessada. A face de envolvimento comum. Distorção facial (fácies
leonina). Cabelo, sobrancelhas e cílios são freqüentemente perdidos. Perda de sudorese
e decréscimo da sensibilidade tátil.
Os locais afetados em ordem de freqüência são: palato duro e mole, gengiva
anterior superior vestibular, língua, lábios, gengiva vestibular superior, gengiva
vestibular anterior inferior e mucos jugal.
A infecção continuada de uma área, pode levar a uma cicatriz significativa e perda
do tecido. Muitas vezes, a infecção cria um padrão peculiar de destruição facial que tem
sido chamado fácies leprosa e demonstra a tríade de lesões:
*atrofia da espinha nasal anterior
*atrofia do rebordo alveolar anterior superior
*alterações inflamatórias endonasais
CARACTERISTICAS HISTOPATOLOGICAS
Hanseníase paucibacilar, tuberculoide: inflamação granulomatosa com grupos bem
formados de histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas.
Escassez de microorganismos.
Hanseníase multibacilar, lepromatoso: não demonstra granulomas bem formados,
lençóis de linfócitos misturados com histiócitos vacuolados conhecidos como células da
lepra. Grande quantidade de microorganismos.
DIAGNOSTICO
Fundamentado pela demonstração de microorganismos ácido-resistentes em um
esfregaço ou no tecido. O M. leprae pode ser identificado pelas técnicas de biologia
molecular.
TRATAMENTO E PROGNOSTICO
A Hanseníase paucibacilar é tratada com um esquema de 6meses de rifampicina e
dapsona, enquanto os pacientes com hanseníase multibacilar recebem 24 meses de
rifampicina, dapsona e clofazimina.
Após a resolução da infecção, o tratamento deve ser direcionado para a
reconstrução dos dentes, acrescido de fisioterapia e educação dos pacientes.

More Related Content

What's hot

Micoses pulmonares uea
Micoses pulmonares ueaMicoses pulmonares uea
Micoses pulmonares ueaFlávia Salame
 
2011 02 doenças exantemáticas na infância
2011 02 doenças exantemáticas na infância2011 02 doenças exantemáticas na infância
2011 02 doenças exantemáticas na infânciaLeonardo Savassi
 
Doenças exantemáticas nessa
Doenças exantemáticas  nessaDoenças exantemáticas  nessa
Doenças exantemáticas nessaVanessa Boeira
 
Doencas em geral
Doencas em geralDoencas em geral
Doencas em geralescola
 
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de Goiás
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de GoiásParacoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de Goiás
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de GoiásErik Ricardo Gonçalves Araújo
 
Folder das Doenças Exantemáticas
Folder das Doenças ExantemáticasFolder das Doenças Exantemáticas
Folder das Doenças ExantemáticasProfessor Robson
 
Doenças+exantemática
Doenças+exantemáticaDoenças+exantemática
Doenças+exantemáticablogped1
 
Questões doenças exantemáticas professor robson
Questões doenças exantemáticas   professor robsonQuestões doenças exantemáticas   professor robson
Questões doenças exantemáticas professor robsonProfessor Robson
 
Surto de meningite em costa do sauipe
Surto de meningite em costa do sauipeSurto de meningite em costa do sauipe
Surto de meningite em costa do sauipeRomero Diniz
 
Micoses oportunistas
Micoses oportunistasMicoses oportunistas
Micoses oportunistasAmanda Thomé
 
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratorio
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratorioCovid 19 em criancas - envolvimento respiratorio
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratoriogisa_legal
 
Doenças exantemáticas e dermatites na escola
Doenças exantemáticas e dermatites na escolaDoenças exantemáticas e dermatites na escola
Doenças exantemáticas e dermatites na escolaThiago Augusto Maciel
 

What's hot (20)

Coqueluche doença
Coqueluche doença Coqueluche doença
Coqueluche doença
 
Micoses pulmonares uea
Micoses pulmonares ueaMicoses pulmonares uea
Micoses pulmonares uea
 
2011 02 doenças exantemáticas na infância
2011 02 doenças exantemáticas na infância2011 02 doenças exantemáticas na infância
2011 02 doenças exantemáticas na infância
 
Alterações bucais em pacientes imunocomprometidos
Alterações bucais em pacientes imunocomprometidos Alterações bucais em pacientes imunocomprometidos
Alterações bucais em pacientes imunocomprometidos
 
Saúde coletiva - Difiteria (crupe)
Saúde coletiva - Difiteria (crupe)Saúde coletiva - Difiteria (crupe)
Saúde coletiva - Difiteria (crupe)
 
Trabalho pronto
Trabalho prontoTrabalho pronto
Trabalho pronto
 
Doenças exantemáticas nessa
Doenças exantemáticas  nessaDoenças exantemáticas  nessa
Doenças exantemáticas nessa
 
Aspergilose
Aspergilose   Aspergilose
Aspergilose
 
Doencas em geral
Doencas em geralDoencas em geral
Doencas em geral
 
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de Goiás
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de GoiásParacoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de Goiás
Paracoccidioidomicose - Infectologia - Universidade Estadual de Goiás
 
Coccidioidomicose
CoccidioidomicoseCoccidioidomicose
Coccidioidomicose
 
Folder das Doenças Exantemáticas
Folder das Doenças ExantemáticasFolder das Doenças Exantemáticas
Folder das Doenças Exantemáticas
 
Doenças+exantemática
Doenças+exantemáticaDoenças+exantemática
Doenças+exantemática
 
Questões doenças exantemáticas professor robson
Questões doenças exantemáticas   professor robsonQuestões doenças exantemáticas   professor robson
Questões doenças exantemáticas professor robson
 
Surto de meningite em costa do sauipe
Surto de meningite em costa do sauipeSurto de meningite em costa do sauipe
Surto de meningite em costa do sauipe
 
Micoses oportunistas
Micoses oportunistasMicoses oportunistas
Micoses oportunistas
 
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratorio
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratorioCovid 19 em criancas - envolvimento respiratorio
Covid 19 em criancas - envolvimento respiratorio
 
D. pulmonar difusa
D. pulmonar difusaD. pulmonar difusa
D. pulmonar difusa
 
Yersinis pestis
Yersinis pestisYersinis pestis
Yersinis pestis
 
Doenças exantemáticas e dermatites na escola
Doenças exantemáticas e dermatites na escolaDoenças exantemáticas e dermatites na escola
Doenças exantemáticas e dermatites na escola
 

Similar to Doenças bacterianas

Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídias
Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídiasEspiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídias
Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídiasnaiellyrodrigues
 
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptx
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptxManifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptx
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptxPsiclogoClinicoclini
 
Herpes (seminário)
Herpes (seminário)Herpes (seminário)
Herpes (seminário)Odontologia
 
Trabalho final de saúde publica ii
Trabalho final de saúde publica iiTrabalho final de saúde publica ii
Trabalho final de saúde publica iiRenan Matos
 
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdf
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdfFases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdf
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdfOdontologia Com André
 
Doença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelDoença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelbiuinha90
 
Doença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelDoença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelbiuinha90
 
Aula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosasAula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosasGustavo Henrique
 
Palestra sobre Eritema- Filipe Gustavo pptx
Palestra sobre Eritema- Filipe  Gustavo pptxPalestra sobre Eritema- Filipe  Gustavo pptx
Palestra sobre Eritema- Filipe Gustavo pptxFilipe Francisco
 
HanseníAse Pronto
HanseníAse ProntoHanseníAse Pronto
HanseníAse ProntoITPAC PORTO
 
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptToxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptAlberto205764
 
patologia oral - perguntas e respostas
patologia oral - perguntas e respostaspatologia oral - perguntas e respostas
patologia oral - perguntas e respostaslauana santos
 
Fisiopatologia das infecções de micoses profundas
Fisiopatologia das infecções de micoses profundasFisiopatologia das infecções de micoses profundas
Fisiopatologia das infecções de micoses profundasSafia Naser
 

Similar to Doenças bacterianas (20)

Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídias
Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídiasEspiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídias
Espiroquetas, micoplasmas, riquétsias, clamídias
 
05 sífilis
05 sífilis05 sífilis
05 sífilis
 
Histoplasmose
HistoplasmoseHistoplasmose
Histoplasmose
 
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptx
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptxManifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptx
Manifestações das doenças sistémicas nas doenças da cabeça e pescoço.pptx
 
Sífilis
SífilisSífilis
Sífilis
 
Herpes
HerpesHerpes
Herpes
 
Trabalho de sifilis
Trabalho de sifilisTrabalho de sifilis
Trabalho de sifilis
 
Sífilis.ppt
Sífilis.pptSífilis.ppt
Sífilis.ppt
 
Difteria
DifteriaDifteria
Difteria
 
Herpes (seminário)
Herpes (seminário)Herpes (seminário)
Herpes (seminário)
 
Trabalho final de saúde publica ii
Trabalho final de saúde publica iiTrabalho final de saúde publica ii
Trabalho final de saúde publica ii
 
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdf
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdfFases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdf
Fases da Sífilis e Tríade de Hutchinson - Concurso Odontologia - Questão 04.pdf
 
Doença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelDoença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissível
 
Doença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissívelDoença sexualmente transmissível
Doença sexualmente transmissível
 
Aula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosasAula 3 -_doencas_infecciosas
Aula 3 -_doencas_infecciosas
 
Palestra sobre Eritema- Filipe Gustavo pptx
Palestra sobre Eritema- Filipe  Gustavo pptxPalestra sobre Eritema- Filipe  Gustavo pptx
Palestra sobre Eritema- Filipe Gustavo pptx
 
HanseníAse Pronto
HanseníAse ProntoHanseníAse Pronto
HanseníAse Pronto
 
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.pptToxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
Toxidermiasreaccoescutaneasafarmacos.ppt
 
patologia oral - perguntas e respostas
patologia oral - perguntas e respostaspatologia oral - perguntas e respostas
patologia oral - perguntas e respostas
 
Fisiopatologia das infecções de micoses profundas
Fisiopatologia das infecções de micoses profundasFisiopatologia das infecções de micoses profundas
Fisiopatologia das infecções de micoses profundas
 

Doenças bacterianas

  • 1. Doenças bacterianas – Estomatologia – Thalita Amorim 4-O SÍFILIS *SIFILIS PRIMARIA A sífilis primaria é caracterizada pelo cancro, que se desenvolve na área de inoculação, tornando-se clinicamente evidente 3 a 90dias após a exposição inicial. Embora lesões múltiplas possam ser as vezes observadas, a maioria dos cancros são solitários. Menos de 2% dos cancros ocorrem em outras localizações, mas a cavidade oral é o sitio extragenital mais comum. As lesões são vistas mais nos lábios, língua, palato, gengiva e amígdalas. O lábio superior é mais acometido nos homens, enquanto o inferior nas mulheres. A lesão oral apresenta-se como uma ulcera de base clara e indolor ou, raramente, como uma proliferação vascular semelhante a um granuloma piogênico. Caso não seja tratada, a lesão inicial cicatriza dentro de 3 a 8semanas. *SIFILIS SECUNDARIA Identificada clinicamente 4 a 10semanas após a infecção inicial. As lesões de sífilis secundaria podem surgir antes da resolução completa da lesão primaria. Durante a sífilis secundaria, os sintomas sistêmicos em geral surgem, exemplos, linfadenopatia indolor, dor de garganta, mal-estar, cefaléia, perda de peso, febre, dor músculo-esquelética. Um sinal consistente é uma erupção cutânea maculopapular difusa e indolor, disseminada por todo o corpo e que pode acometer inclusive a região palmo-plantar. Essa erupção também pode envolver a cavidade oral. Na maioria dos pacientes, ela cicatriza sem deixar marcas. Pode apresentar placas mucosas, que são zonas de mucosa sensível e esbranquiçadas. Varias placas adjacentes podem se fusionar, após sua formação, a necrose epitelial superficial pode ocorrer. Estas lesões podem acometer qualquer superfície mucosa, mas são encontradas com maior freqüência na língua, nos lábios, na mucosa jugal e no palato. Placas mucosas elevadas também podem estar centradas sobre a dobra da comissura labial e foram chamadas de pápulas fendidas. Lesões múltiplas são típicas da sífilis secundaria. A resolução espontânea em feral ocorre dentro de 3 a 12 semanas, entretanto, recidivas podem ocorrer. Na presença de imunocomprometidos, a sífilis secundaria pode apresentar-se em uma forma explosiva e disseminada conhecida como lues maligna. Tal forma apresenta sintomas prodrômicos de febre, cefaléia, mialgia, seguidos pela formação de ulcerações necróticas, as
  • 2. quais comumente envolvem a face e o couro cabeludo. As lesões orais estão presentes em mais de 30% dos pacientes afetados. SIFILIS TERCIARIA Após a sífilis secundaria os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas, conhecida como sífilis latente. Esse período de latência pode durar de 1 a 30anos. A fase terciária da sífilis inclui as complicações mais serias da doença. O sistema vascular pode ser afetado significativamente pelos efeitos de artrite previa. Pode ocorrer aneurisma da aorta ascendente, hipertrofia ventricular esquerda, regurgitação aórtica e insuficiência cardíaca congestiva. São característicos os focos dispersos de inflamação granulomatosa. Esse sitio ativo de inflamação granulomatosa, conhecido como goma, se apresenta como uma lesão endurecida, nodular ou ulcerada, que pode causar extensão destruição tecidual. Glossite intersticial: resultado da contratura da musculatura lingual após a cicatrização das gomas. Glossite luética: atrofia difusa e perda das papilas do dorso da língua. SIFILIS CONGENITA Tríade de Hutchinson: *dentes de Hutchinson *ceratite ocular intersticial *surdez associada ao comprometimento do oitavo par de nervos cranianos Poucos pacientes apresentam os três achados. As crianças infectadas com sífilis podem manifestar sintomas dentro de 2 a 3semanas do nascimento, que podem ser retardo no crescimento, febre, icterícia, anemia, hepatoesplenomegalia, rinite, fissuras cutâneas radiais ao redor da boca (rágades)... As crianças não tratadas que sobrevivem costumam desenvolver a sífilis terciaria com danos aos ossos, dentes, olhos, orelhas e cérebro. A infecção altera a formação dos incisivos ( incisivos de Hutchinson) e dos molares(molares em amora). A ceratite intersticial ocular se desenvolve geralmente entre os 5 a 25anos. O olho afetado apresenta a superfície da córnea opacificada, resultando em perda da visão. CARATERISTICAS HISTOPATOLOGICAS
  • 3. Durante as primeiras fases, o padrão é semelhante. Nas lesões primarias, a superfície epitelial é ulcerada e nas lesões secundarias pode estar ulcerada ou hiperplásica. Está presente uma intensa reação inflamatória crônica. Este infiltrado é composto predominantemente por linfócitos e plasmócitos. Embora a presença de plasmócitos dentro do infiltrado possa sugerir o diagnostico de sífilis na pela, a sua presença em áreas de ulceração oral é uma achado comum e , portanto, não tem necessariamente significado diagnostico. Na sífilis secundaria, a ulceração pode não estar presente e o epitélio de superfície muitas vezes demonstra hiperplasia com significativa espongiose e exocitose. Esses achados quando observados em associação a um infiltrado plasmocitário perivascular profundo e dente subjacente, sugerem o diagnostico de sífilis. As lesões orais terciarias exibem superfície ulcerada, com hiperplasia pseudoepiteliomatosa periférica. O infiltrado inflamatório subjacente costuma demonstrar focos de inflamação granulomatosa com coleções bem-circunscritas de histiócitos e células gigantes multinucleadas. Mesmo com colorações especiais, é difícil evidenciar micro-organismos na fase terciaria. Pesquisadores acreditam que a resposta inflamatória seja mais uma reação imune do que uma resposta direta ao T. pallidum. DIAGNOSTICO Pode ser confirmado pela demonstração dos microorganismos espiralados no exame de campo escuro de um esfregaço do exsudato de uma lesão ativa. Resultados falso-positivos são possíveis na cavidade oral, devido à semelhança morfológica de alguns microorganismos habitantes da flora oral. Deve ser, então, confirmada com o uso de testes de anticorpos imunofluorescentes específicos ou testes sorológicos. TRATAMENTO E PROGNOSTICO Necessita-se de uma avaliação individual e de uma abordagem terapêutica individualizada. O tratamento de eleição é a penicilina. A dose e o esquema de administração variam de acordo com a fase da doença, envolvimento neurológico e estado imunológico do paciente. Sífilis primaria, secundaria e latente recente: uma dose única de penicilina G benzatina parental de ação prolongada. Durante o tratamento, alguns profissionais recomendam acompanhamento sorológico 6,12,18 e 24 meses depois. Sífilis latente tardia, sífilis terciaria: penicilina intramuscular, três vezes com intervalo semanal.
  • 4. Pacientes com alergia comprovada à penicilina: doxiciclina ou tetraciclina, eritromicina e ceftriaxona. Gestantes tratadas para sífilis devem ser tratadas outra vez na 28º semana e novamente no parto. Crianças nascidas de mães soropositivas são tratadas com penicilina IV. Reação de Jarisch-Herxheimer: as evidencias clinicas dessa reação ocorrem por volta de 8h após a primeira injeção de penicilina e comumente incluem febre baixa, mal-estar, cefaléia, e exacerbação das lesões orais ou cutâneas. Estes sinais e sintomas são temporárias e rapidamente desaparecem. O T. pallidum pode escapar dos efeitos letais do antibiótico quando o microorganismo esta localizado nos limites dos linfonodos ou no sistema nervoso central. TUBERCULOSE É uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Os fatores que foram associados ao recente ressurgimento da TB são: guerras e fome, nos países em desenvolvimento, a epidemia de HIV, aumento de imigrantes provenientes de países endêmicos em tuberculose... As infecções costumam ser o resultado da disseminação direta de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias de um paciente com a doença ativa. A infecção deve ser distinguida da doença ativa. A tuberculose primaria ocorre em indivíduos não expostos previamente ao microorganismo, envolvendo quase sempre o pulmão. Na maioria dos indivíduos, a infecção primária resulta apenas na formação de um nódulo localizado fibrocalcificado no sitio inicial do envolvimento. No entanto, microorganismos vivos podem estar presentes nesses nódulos e permanecer latentes por vários anos ou pela vida inteira. A doença ativa costuma se desenvolver em uma fase mais tardia da vida, com a reativação do microorganismo em uma pessoa previamente infectada. Tal reativação é associada ao comprometimento da defesa do hospedeiro, sendo chamada de tuberculose secundária. *tuberculose miliar: disseminação difusa através do sistema sangüíneo, produzindo diversos focos de infecção que lembram macroscópica e radiograficamente, sementes de milho. CARACTERISTICAS CLINICAS E RADIOGRAFICAS A TB primaria é em geral assintomática.
  • 5. As lesões secundarias estão localizadas no ápice pulmonar, porem elas podem propagar-se para muitos sítios diferentes através de material infectado expectorado ou através de vasos sanguíneos ou linfáticos. Características: febre baixa, mal-estar, anorexia, perda de peso, sudorese noturna. *Consumação: a tuberculose progressiva pode levar a uma síndrome debilitante. A tuberculose extra-pulmonar pode ter qualquer sistema orgânico afetado. *Lúpus vulgar: quando há envolvimento da pele. As lesões orais da tuberculose são raras,com a maioria dos casos se apresentando como uma ulcera crônica e indolor. Quando a tuberculose oral primaria está presente, usualmente envolve gengiva, fundo de vestíbulo e áreas de infamação adjacentes a dentes ou locais de exodontias. As lesões orais secundarias são observadas com maior freqüência na língua, palato e lábios. *escrófula: caracteriza-se pelo aumento dos tecidos linfóides orofaringianos e dos linfonodos cervicais. O envolvimento pulmonar é incomum em pacientes com escrófula. CARACTERISTICAS HISTOPATOLOGICAS A formação de granulomas, que são coleções circunscritas de histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas, freqüentemente com necrose caseosa central. Com um individuo com tuberculose, um granuloma desses é chamado de tubérculo. DIAGNÓSTICO Cerca de 2 a 4 semanas após a exposição inicial, há o desenvolvimento de uma reação de hipersensibilidade mediada por células aos antígenos da tuberculose. O diagnostico da doença ativa deve ser confirmado pelas colorações especiais para o microorganismo e pela cultura de tecido infectado ou do escarro. Mesmo se detectada por colorações especiais, a identificação do microorganismo em cultura é apropriada. TRATAMENTO E PROGNOSTICO A terapia com múltiplos agentes é o tratamento de escolha para uma infecção ativa e o tratamento geralmente envolve duas ou mais drogas ativas por vários meses ou anos. O protocolo freqüentemente utilizado consiste em oito semanas de isoniazida, rifampicina e pirazanamida, seguidas por 16 semanas de isoniazida e rifampicina.
  • 6. *quimioprofilaxia: usado para pacientes que não apresentam sintomas e sinais de doença ativa. A vacina Bacilo de Calmette-Guérin(BCG) está disponível para quase 85% da população mundial. HANSENÍASE É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. O microorganismo tem baia infectividade e a exposição raramente resulta em doença clinica. Acredita-se que o microorganismo precise de baixa temperatura corpórea do hospedeiro para sobreviver. O sitio inicial da infecção pode ser a mucosa nasal ou orofaringiana. A teoria da infecção dependente de temperatura na hanseníase permanece sendo uma área de interesse e controvérsia. São notadas duas apresentações clinicas principais: *lepra tuberculoide: se desenvolve em pacientes com uma resposta imune alta. Os microorganismos não são encontrados em espécimes de biopsias de pele os testes cutâneos para microorganismos mortos pelo calor(lepromina) são positivos e a doença é usualmente localizada. O período de incubação com media de 2 a 5 anos. *lepra lepromatosa: observada em pacientes com resposta imune mediada por células reduzida. Pacientes exibem numerosos microorganismos no tecido, não respondem ao teste cutâneo da lepromina e apresentam a doença difusa. O período de incubação com media de 8 a 12anos. CARACTERISTICAS CLINICAS Atualmente, a hanseníase é classificada em duas categorias distintas: paucibacilar e multibacilar. *Paucibacilar: corresponde mais ao padrão tuberculoide de lepra. Pequeno numero de lesões cutâneas bem circunscritas e hipopigmentadas. Anestesia da pele afetada e perda de sudorese. Lesões orais raras. *Multibacilar: corresponde ao padrão de lepra lepromatosa. Começa lentamente com numerosas máculas ou pápulas, hipopigmentadas, mal definidas na pele que com o tempo torna-se espessada. A face de envolvimento comum. Distorção facial (fácies leonina). Cabelo, sobrancelhas e cílios são freqüentemente perdidos. Perda de sudorese e decréscimo da sensibilidade tátil.
  • 7. Os locais afetados em ordem de freqüência são: palato duro e mole, gengiva anterior superior vestibular, língua, lábios, gengiva vestibular superior, gengiva vestibular anterior inferior e mucos jugal. A infecção continuada de uma área, pode levar a uma cicatriz significativa e perda do tecido. Muitas vezes, a infecção cria um padrão peculiar de destruição facial que tem sido chamado fácies leprosa e demonstra a tríade de lesões: *atrofia da espinha nasal anterior *atrofia do rebordo alveolar anterior superior *alterações inflamatórias endonasais CARACTERISTICAS HISTOPATOLOGICAS Hanseníase paucibacilar, tuberculoide: inflamação granulomatosa com grupos bem formados de histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas. Escassez de microorganismos. Hanseníase multibacilar, lepromatoso: não demonstra granulomas bem formados, lençóis de linfócitos misturados com histiócitos vacuolados conhecidos como células da lepra. Grande quantidade de microorganismos. DIAGNOSTICO Fundamentado pela demonstração de microorganismos ácido-resistentes em um esfregaço ou no tecido. O M. leprae pode ser identificado pelas técnicas de biologia molecular. TRATAMENTO E PROGNOSTICO A Hanseníase paucibacilar é tratada com um esquema de 6meses de rifampicina e dapsona, enquanto os pacientes com hanseníase multibacilar recebem 24 meses de rifampicina, dapsona e clofazimina. Após a resolução da infecção, o tratamento deve ser direcionado para a reconstrução dos dentes, acrescido de fisioterapia e educação dos pacientes.